FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
MANIKONGO
T’chingange no reino de N´zinga-a-N´kuwu
Mulher Muxiloanda
Kissama além de respeitado, era temido pelas suas capacidades que pareciam ser galácticas; coisas que só ele decifrava e conseguia ler, coisa desconhecida pelos demais Ambundos. Fala-se que consultava as estrelas do alto da Mulemba, estudava o efeito dos ventos, da trovoada e às vezes ficava como que em transe de mãos para o espaço como que dirigindo-se a um ser maior; era um kimbanda como nenhum outro, que adivinhava as chuvas.
Naqueles tempos antigos, a tradição oral era o meio normal de comunicar a história, os costumes que com devaneios e muita imaginação passavam de pais para filhos, de avós para netos; os mitos e crenças com o tempo iam avolumando e levando os vindouros a interpretar os factos sem uma consistente certeza; eis que surge um Kissama que de uma forma primária descreve os factos por escrita.
Por saberem escrever coisas, Kissama e T’chingange eram levados em alta consideração por todos os habitantes ali da ilha das cabras, do Bungo, Coqueiros, Ingombotas, Mulemba e Maculusso.
- Pronto, o m´fumo T´cha Samba já pode vir, está tudo separado por quindas segundo o valor; agora é só esperar, disse o tesoureiro Kafa filho.
Trocou impressões com seu pai acerca dos lotes de zimbos e irrequieto decidiu dar um repouso á ansiedade. Hoje ou amanhã teria de confrontar o soba ministro encarregado das finanças.
-Temos tempo para pescar uns caxuchos p´ro jantar, disse virando-se para o cipaio ximbicador de farta estatura que tinha grande experiencia em lançar as redes de loando; sendo morador do Bungo, um casario que se podia avistar do outro lado da baia, era o mais esperto nas artes e o mais sabido das marés, da lua cheia. Desde candengue que estava habituado a lidar com o mar, fazendo dele um verdadeiro cipaio Muxiloanda.
Não muito longe, nas águas da ponta azul, meteram umas mabangas na armadilha loando, ataram-no a uma corda de sisal e ali permaneceram olhando o horizonte e os peixes-agulha que faziam floridos fintados à frente de enormes barracudas.
O rei N´gondo da Ambaca tinha dado ordens explícitas ao seu fiel e audaz soba de Pungo Andongo Tchiloange T´cha Samba para recolher o máximo de zimbos pois que estava quase sem fundos para pagar aos seus muitos funcionários em todo o reino. Kafa pai e Kafa filho sabiam que a todo o momento T´cha Samba iria aparecer a recolher todo o tesouro apanhado nos últimos três meses pois, tinham conhecimento que a comitiva tinha pernoitado nas cubatas do Maculusso do outro lado da baia.
Pensando nisto T´chingange comentava ao cipaio:
-Ainda bem que os m´zungos do Mussulu terminaram a apanha no tempo certo; da última vez a tempestade não deu tempo, m´fumo Samba ficou por demais zangado e quase me castigava p´ra ir de m´zungo no Kacuacu.
( Continua.. Na lha Mazenga )
O Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA