Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2013
MULUNGU . XXXI

AS ESCOLHAS DO EMBAIXADOR*

Por

Carlos Ferreira *Carlos Ferreira (Embaixador Itinerante do Kimbo - Puto). 

O VENENO SOJA . Vale a pena ler. . 2ª de 2 Partes

Verdade ou mentira há que prestar atenção ...

 Se você é adulto, já se desenvolveu, tem condições de combater alguns dos efeitos prejudiciais da soja. Os bebês não têm tanta sorte. As pesquisas mostram que quando você alimenta seu bebê com alimentos de soja, está dando a ele o equivalente a cinco pílulas anticoncepcionais por dia. O sistema endócrino do bebê simplesmente não consegue lidar com esse tipo de agressão; por isso, é inevitável que o bebê sofra alguns danos. Na pior das hipóteses, os danos podem ser fatais. A soja é feminizadora, e vulgarmente leva a uma diminuição no tamanho do pênis, confusão sexual e homossexualidade. Hoje, o aumento de homossexualismo, está no aumento de leite de soja para bebês e outros produtos de soja (A maioria dos bebês são alimentados por mamadeira durante alguma parte de sua infância, e um quarto deles recebe leite de soja!)

 Os homossexuais muitas vezes argumentam que a homossexualidade deles é inata porque “eles não conseguem lembrar-se de uma época em que não o eram”. Não! A homossexualidade é sempre um desvio sexual; mas agora muitos deles, podem com toda a verdade, dizer que não se podem lembrar de uma época em que o excesso de estrógeno não os estava influenciando. Estávamos habituados a ver os médicos dizendo que a soja reduz efeitos da menopausa, impede câncer e doenças cardíacas e salva milhões de vidas por fome no Terceiro Mundo. Antes pouco se sabia acerca do uso da soja por longo tempo; agora sabemos que  a cura pode ser  pior do que a doença. Por exemplo, se seu bebê tem cólica de leite de vaca, você muda o alimento dele para leite de soja? Nem pensa em outra hipotese. O nível de fitoestrógeno dele subirá 20 vezes do normal. Se o bebê for menina, prepare-se para observá-la alcançar o início da menstruação aos sete anos, roubando anos à infância dela. Se for menino, é bem pior; ele demorará muito mais do que o normal para chegar à puberdade.

 Pesquisa realizada no ano 2000 mostrava que uma dieta com base de soja em qualquer idade pode levar a uma tiróide fraca, que comumente produz problemas cardíacos e excesso de gordura. Será que isso poderia explicar hoje, o aumento dramático de obesidade? Pesquisas recentes em ratos mostram atrofia testicular, infertilidade e hipertrofia (aumento) do útero. Isso ajuda a explicar a epidemia de infertilidade e crescimento repentino de clínicas de fertilidade. O que é triste, é que ao se tornar adulto e querer casar-se, será tarde demais para o bebê que foi prejudicado pela soja ser tratado por uma clínica de fertilidade. Pior, há agora evidências científicas de que os ingredientes do estrógeno nos produtos de soja podem estar aumentando rapidamente a incidência de leucemia nas crianças. Em recente ano, novos casos de leucemia pularam para 27 por cento; em um ano apenas! Há também uma conexão séria entre soja e câncer em adultos - principalmente câncer de mama. É por isso que os governos de Israel, Inglaterra, França e Nova Zelândia já estão adotando medidas bem duras contra a soja.

Subscrito e homologado por

   O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:16
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Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2013
KIANDA . XLI

DESANOITECI EM ZANZIBAR - VII

Verdade ficcionada

Por

 T´Chingange

 No intuito de estabelecer uma rota segura para o cacau de minha roça, desloquei-me a Kisangani, aonde o Rio Lualaba dá lugar ao caudaloso Rio Congo; falei com o mustafá Joshua Naili, que se mostrou muito gentil dando boa aceitação às minhas pretensões. Foi bem interessante o contacto com este comerciante com quem mantive uma longa conversa entrecortada com sorvos de chá menta e biscoitos bizantinos como ele referia. Tendo este, uma frota de barcos e contactos com comerciantes holandeses de Antuérpia e outras praças europeias, propôs-me colocar os produtos da roça, nomeadamente o cacau, ganhando ele uma comissão de 30 %, o que me pareceu justa. Na minha fazenda de Boyoma, eu só teria de secar as amêndoas de cacau e mantê-las em lugar seco e arejado, ensacadas em ráfia ou sisal até que as barcaças chegassem ao cais de Ubundu; no destino estas amêndoas seriam moídas e distribuídas para vários fins como fazer sumos, geleia, destilados finos e o tão desejado chocolate.

 O produto chocolate, era conhecido desde o início da colonização da América. Em função das necessidades climáticas para o cultivo do cacau, não é possível o seu plantio na Europa e por isso as colónias americanas de clima tropical húmido forneciam a matéria-prima. Tendo a África Ocidental um clima quente e húmido com solo argilo-arenoso, e sendo uma planta umbrófila, foi só propagar as sementes nos sub-bosques e matas rareadas por lonjuras a perder de vista. Pouco mecanizada, tive de juntar muita gente em kimbos para o amanho deste fruto e o contracto de Kabila Kasavubu um negro forro fugido nem sei como, das terras da Bahia em Brasil, foi crucial. Kasabuvu, tinha uma larga experiência pois que enquanto escravo, era esse o seu trabalho, limpeza, uso de fumos e protectores a fungos que não raro surgiam nos pés de cacau; conhecedor desse processo e sistema de secagem foi em verdade este meu auxiliar, que promovi a capataz.

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 Nas manhas de cacimbo intenso, sentava-me na sacada da casa colonial tomando café com chocolate quente. A minha mucamba Charllôtte, ao longo do tempo foi aprimorando sua arte de culinária e doçaria e fazia questão de presentear seu amo T´Chingange com tortas, biscoitos, mousses  e  bombons, muito antes de ser um hábito nos cafés europeus de Paris, Londres ou Lisboa. Nas meditações da vida amiudadamente recordava o quanto era bafejado pela sorte em terras de canibais; em outro lugar longínquo chamado de México, um outro continente, os nativos consumiam o cacau na forma duma bebida quente e amarga, de uso exclusivo da nobrezaNaquela roça grande de Boyoma no rio Lualaba, inalando a brisa em nuvem de cacimbo das cataratas próximas, eu era ali, também, além de pai branco, um verdadeiro nobre.

(Continua…)

O Soba T´Chingange 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 18:40
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Terça-feira, 29 de Janeiro de 2013
PUTO . XXX

PONTOS DE VISTA – na quadratura do círculo"

Estamos no futuro! Apodrecido!

Afirmações de

 António Costa - É um jurista e político português. É o atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Aqui está textualmente o que ele disse:

(...) A situação a que Portugal chegou não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos Portugal para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por exemplo, no têxtil. Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria (a Alemanha) queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir. E portanto, esta ideia de que em Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos subsídios e de não trabalhar e que viveram acima das suas possibilidades é uma mentira inaceitável. Nós orientámos os nossos investimentos públicos e privados em função das opções da União Europeia: em função dos fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado. E portanto, houve um comportamento racional dos agentes económicos em função de uma política induzida pela União Europeia. Portanto não é aceitável agora dizer? Podemos todos concluir e acho que devemos concluir que errámos, agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses.

 Não, esse foi um erro do conjunto da União Europeia e a União Europeia fez essa opção porque a União Europeia entendeu que era altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira. E é isso que estamos a pagar! A ideia de que os portugueses são responsáveis pela crise, porque andaram a viver acima das suas possibilidades, é um enorme embuste. Esta mentira só é ultrapassada por uma outra. A de que não há alternativa à austeridade, apresentada como um castigo justo, face a hábitos de consumo exagerados. Colossais fraudes. Nem os portugueses merecem castigo, nem a austeridade é inevitável. Quem viveu muito acima das suas possibilidades nas últimas décadas foi a classe política e os muitos que se alimentaram da enorme manjedoura que é o orçamento do estado. A administração central e local enxameou-se de milhares de "boys", criaram-se institutos inúteis, fundações fraudulentas e empresas municipais fantasma. A este regabofe juntou-se uma epidemia fatal que é a corrupção. Os exemplos sucederam-se. A Expo 98 transformou uma zona degradada numa nova cidade, gerou mais-valias urbanísticas milionárias, mas no final deu prejuízo. Foi ainda o Euro 2004, e a compra dos submarinos, com pagamento de luvas e corrupção provada, mas só na Alemanha.

 E foram as vigarices de Isaltino Morais, que nunca mais é preso. A que se juntam os casos de Duarte Lima, do BPN e do BPP, as parcerias público-privadas 16 e mais um rol interminável de crimes que depauperaram o erário público. Todos estes negócios e privilégios concedidos a um polvo que, com os seus tentáculos, se alimenta do dinheiro do povo têm responsáveis conhecidos. E têm como consequência os sacrifícios por que hoje passamos. Enquanto isto, os portugueses têm vivido muito abaixo do nível médio do europeu, não acima das suas possibilidades. Não devemos pois, enquanto povo, ter remorsos pelo estado das contas públicas. Devemos antes exigir a eliminação dos privilégios que nos arruínam. Há que renegociar as parcerias público-privadas, rever os juros da dívida pública, extinguir organismos... Restaure-se um mínimo de seriedade e poupar-se-ão milhões. Sem penalizar os cidadãos. Não é, assim, culpando e castigando o povo pelos erros da sua classe política que se resolve a crise. Resolve-se combatendo as suas causas, o regabofe e a corrupção. Esta sim, é a única alternativa séria à austeridade a que nos querem condenar e ao assalto fiscal que se anuncia.

Opção de escolha de

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 23:19
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Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2013
MULUNGU . XXX

AS ESCOLHAS DO EMBAIXADOR*

O VENENO SOJA . Vale a pena ler. . . 1ª de 2 Partes

Por

Carlos Ferreira *Carlos Ferreira (Embaixador Itinerante do Kimbo - Puto).

Verdade ou mentira há que prestar atenção ...

Existem estudos que comprovam  evidência cientifica nos efeitos da soja sobre cancro da mama, inibição da tiroide, puberdade precoce nas meninas e hipogenitalismo nos rapazes. O Cartel  dos cerais nos E.U.A  vai decerto desencadear um guerra de contra propaganda para abafar esta noticia porque produzem 50% da soja vendida em todo o mundo. Existe algo que está lentamente envenenando e prejudicando gravemente nossos filhos e ameaçando estraçalhar nossa sociedade. A parte irônica é que sendo um dos mais populars, a soja é considerado um “alimento saudável”. Pessoalmente, raramente permito na cozinha qualquer alimento que não seja orgânico.

 Soja (Glycine max) é um grão rico em proteínas, cultivado como alimento tanto para humanos quanto para animais. Pertence à família Fabaceae (leguminosa), assim como o feijão, a lentilha e a ervilha. É empregada na alimentação, sobretudo na indústria de óleos comestíveis. A soja é originária da China e do Japão. (da NET)

Os produtos de soja são feminizadores, e estão por toda a parte… Não dá mais para escapar deles. Não tenho nada contra um lanche de soja de vez em quando. A soja é nutritiva e contém muitas coisas boas. Infelizmente, quando comemos ou bebemos muitas coisas de soja, estamos também ingerindo quantidades significativas de estrógenos que são hormônios femininos.

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 Se você é mulher, está inundando seu sistema com uma substância com a qual, em excesso, o seu sistema não conseguirá lidar. Sendo homem, você está suprimindo sua masculinidade e estimulando seu “lado feminino”, tanto física quanto mental. No desenvolvimento fetal, o padrão normal é ser feminino. Os seres humanos (até mesmo na velhice) tendem para a feminilidade. A principal coisa que impede os homens de se desviarem para o modelo feminino é a testosterona; o excesso de estrógeno suprimi a testosterona.

Subscrito e homologado por    

  O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 23:15
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Domingo, 27 de Janeiro de 2013
INVENTAÇÕES DA HISTÓRIA . VIII

EM TERRAS DO SUMBE. Cemitério dos brancos

Verdade ficcionada

Por

T´Chingange

Decorridos uns bons anos em andanças de soberania por terras de entre Benguela e Loanda, agora ás ordens de João de Câmara da Capitania-Geral do Reino de Angola a concelho do seu antecessor António de Lencastre, Governador e Capitão-General de Angola, em inícios do ano de 1781 tive a incumbência deste de subir ao planalto, entender-me com os M´bundos e levar-lhes sementes de cereais com utensílios para o amanho da terra. Tinha a indicação de haver ali um soba rei de nome Katchitiopololo  Ekwikwi, com vontade de dar ao seu povo melhorias através do aprendizado em novas culturas de milho, massambala, batata-doce e uma nova batata lisa que os brancos usavam em sua alimentação.

 Cansado daquela terra de Sumbe, voraz sorvedouro que nunca se fartava de engolir gente, dei como bem-vinda tal tarefa expedicionária. Em um dia de Janeiro desloquei-me às terras de N´gunza a fim de requisitar o pardo José Nanquituka que anos antes por minha iniciativa e na qualidade de secretário, ali ficara a dar apoio ao soba Kabolo. Eis que logo à chegada ao kimbo, deparo com graciosos cafecos, meninas muito novas com os cabelos arranjados em tranças finas e colares que lhes caíam entre os mamilos arrebitados, pequenos e duros; de início esgueiraram-se mas, ouvindo-me falar em português e umbundo aproximaram-se na incerteza se entendiam o que eu estava gritando pois que lhes parecia ser o nome de seu pai Nanquitude. E, estavam certas. Após um formal abraço e apresentadas as questões que ali me levavam ficou assente avançarmos para o Bailundo no término das chuvas. 

 Este rei do Bailundo recebeu-nos com alguma indiferença num lugar chamado de Luimbale do Huambo e, só lá pelo quinto dia e após uma demonstração de como se trabalhava com o arado e manobrava os bois, é que nos deu o privilégio de, ainda que de longe, trocar umas palavras em Umbundu. Não obstante ter aceite a oferta de quatro bois, arreios, enxadas, plantas e sementes seleccionadas, marcou um encontro com seus sobas, kimbandas e macotas de Huambo, Catata, Longojo e Luimbale tendo-nos dado um salvo conduto na forma de colar com dentes de javali para termos um regresso sem problemas; a única coisa que ficou assegurada foi termos um novo encontro dentro de um ano; só após a recolha das sementeiras estariam em condições de nos dar abrigo e libertar a vinda de missionários e gente funante; O kimbanda kissombo, de boca sem dentes contorcido em esgares e simulacros de sorriso, transmitiu-nos essa mensagem. Para quem não estava em paz com os mwana-pwós, esta missão foi considerada um êxito.

(Ver glossário no final)

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 23:20
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Sábado, 26 de Janeiro de 2013
KANIMAMBO . XXII

“Quiabo" Seus benefícios para a saúde

Escolhas de

 Kimbo Lagoa
Muito rico em vitaminas e sais minerais, é óptimo laxante e facilita o trabalho dos intestinos, rins e bexiga e previne doenças. O quiabo é rico em vitamina A, e portanto, de extrema importância para a visão, pele e mucosas em geral, o quiabo (Hibiscus esculentus) é a hortaliça da família das Malváceas. Os seus frutos têm forma de cápsulas são verdes e peludos e apresentam um tipo de goma viscosa. É geralmente usado frito, em sopas, saladas ou refogados e os seus frutos devem ser escolhidos quando tenros e firmes.

Estudos indicam que em 100 gramas de quiabos estão agrupados 850 unidades de vitamina A, 130 micrograma (mcg) de vitamina B1 (Tiamina), 75 microgramas de vitamina B2 (Riboflabvina), 0,70 miligramas (mg) de vitamina B5 (Niacina) e 25,80 miligramas de ácido ascórbico. Além disso contém 40 por cento de calorias, 89,60 por cento de água, 7,40 por cento de hidratos de carbono, 1,80 por cento de proteínas, 0,20 por cento de gorduras e 1,00 por cento de sais. Se a vitamina A exerce as funções já mencionadas, além de proteger o fígado, a vitamina B1 é decisiva para o bom funcionamento do sistema nervoso e a vitamina B2 é importante para o crescimento principalmente na adolescência. Fruto de digestão fácil, é recomendado para pessoas que sofrem de problemas digestivos. Por isso mesmo é eficaz contra as infecções do intestino, bexiga e rins.

 De origem controversa, no Brasil compõe pratos típicos regionais, como o caruru - quiabo cozido com camarão seco; na culinária mineira há o frango com quiabo e o refogado de carne com quiabo. Pode ser apreciado cozido, com tempero no óleo deixando bastante seco. É um fruto simples, seco, indeiscente, de cápsula loculicida. Os quiabos são verdes e peludos e apresentam uma goma viscosa. Rico em vitamina A, é importante para a visão, pele e mucosas em geral. Óptimo para combater os diabetes; cortar quiabos em rodelas deixando-os de noite em um copo de água; beber no dia seguinte para, naturalmente, reduzir seu açúcar no sangue.

Kanimambo: Obrigado (Moçambique)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:10
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Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2013
KAPIKUA . XX

“Milagres – Urântia”

As escolhas

Kimbo Lagoa

A perfeição primordial de Deus não consiste em sua suposta rectidão mas, mais precisamente, na perfeição inseparável da bondade de sua natureza divina. Ele é final, completo e perfeito. Nada falta na beleza e perfeição de seu carácter. E o todo no plano para as existências vivas nos mundos do espaço está centrado no propósito divino de elevar todas as criaturas de vontade ao seu eminente destino: a experiência de compartilhar a perfeição do Pai do Paraíso. Deus não é egocêntrico nem auto-suficiente; ele nunca cessa de se refundir sobre as criaturas autoconscientes do vasto universo de universos.

 Deus, ao ser eterna e infinitamente perfeito, não pode conhecer pessoalmente a imperfeição como uma experiência sua, mas efectivamente partilha com todos os Filhos Criadores do Paraíso a consciência que eles possuem de toda experiência de imperfeição de todas as criaturas esforçadas dos universos evolutivos. Este traço que é pessoal e libertador do Deus de perfeição prepondera no coração e envolve a natureza de todas as criaturas mortais que ascenderam ao nível universal de discernimento moral. Desta maneira, assim como por meio da proximidade da presença divina, o Pai Universal realmente participa da experiência com a imaturidade e a imperfeição na caminhada evolutiva de cada ser moral do universo inteiro.

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 As limitações humanas - o mal em potencial - não formam parte da natureza divina, mas a experiência dos mortais com o mal e todas as relações do homem com respeito ao mal formam parte, com toda a certeza, da auto-realização em constante expansão de Deus nos filhos do tempo, que são as criaturas de responsabilidade moral que foram criadas ou evoluídas por cada Filho Criador que surge do Paraíso. Deus é bondoso em essência, compassivo por natureza e eternamente misericordioso. Nunca é necessária influência alguma junto ao Pai para suscitar sua benevolência. A necessidade da criatura é, em si mesma, totalmente suficiente para assegurar o pleno fluxo de sua terna misericórdia e de seu perdão salvador. Já que Deus conhece tudo acerca de seus filhos, lhe é fácil perdoar. Quanto mais o homem entende o seu próximo, tanto mais fácil lhe será perdoá-lo, e inclusive amá-lo.

Ilustrações de Costa Araújo Araújo

Leitores do livro de Urantia em Portugal: suporte@urantia.com.pt

(Continua…)
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:45
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Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2013
KIANDA . XL

DESANOITECI EM ZANZIBAR - VI

Verdade ficcionada

Por

  T´Chingange

Aquela Associação da Reforma do Congo tendo exposto abusos arbitrários e selvagens da força de trabalho pelo Rei Leopoldo II da Bélgica no Estado Livre do Congo, deu encaminhamento à anexação do Congo pela Bélgica o que se veio a verificar no ano de 1908. Eu, uma Kianda, portadora da crença de Camões, das suas Ninfas e Tágides do Puto Luso, entre matumbolas kwangiadas mais bitcaias adquiridas em pântanos insalubres do Kwanza, e kalungas do N´gunza, Queve e Bero, indignava-me da falácia dos povos europeus. Não tendo os Belgas feito algo de grandioso e sendo prevaricadores por desvios na conduta humana exterminando milhões de seres, tiveram no entanto como prémio, tomar conta dum tão vasto território chamado de Congo ou Zaire, banindo sarcasticamente o arrojo de gentes do Puto comprovadamente fixados àqueles sertões africanos.

  Como se justifica que as nações europeias desse então tenham relegado o Puto ao desprezo, povo que se esgotou enviando levas de gente, ano após ano, a partir do ano de 1480; Como não levaram em consideração a implantação de gente que já ali labutava à mais de quatrocentos anos a partir da chegada de Diogo Cão à foz daquele grande rio Zaire. E, quantos, entretanto, morreram missionando os matos infestados de malária e tzé-tzé; morrendo sem glória, dando de bandeja aos Belgas um território tão vasto como o Congo. Leopoldo ofereceu uma reforma em seu regime, mas poucos levaram isso a sério. Todas as nações estavam de acordo que o domínio do Rei deveria ser extinto o mais rápido possível, mas nenhuma nação estava desejosa de assumir a responsabilidade, e nunca foi sugerido que as terras em questão fossem devolvidas ao povo da região. A Bélgica era a forte candidata à administração do Congo, mas os belgas não estavam ainda dispostos a isso. Por dois anos a Bélgica debateu a questão e foi às urnas decidir. Entretanto, Leopoldo, aumentava o “Domínio da Coroa” para com isso espremer a última gota de lucro.

  Da minha fazenda podia ouvir o barulho dos rápidos de Boyoma Cataratas no rio Lualaba; lançando ao ar nuvens de partículas de água, amenizavam o tórrido clima inundando humidade no verde da roça com milhares de cacaueiros. Pouco a pouco fui-me afastando das lidas de gestão dos interesses do rei Leopoldo com a compreensão de Richard Mohun e o comprometimento da kianda Januário Pieter*. A fazenda ocupava-me já quase em absoluto; para espairecer, amiudadamente ia até aos rápidos com o cipaio fiel mustafá T´shiluba refrescar-me e pescar. Enquanto pescava, o cipaio fumava ervas mal cheirosas de adocicada liamba. Entretia-me vendo os pescadores tradicionais com suas engenhosas tarrafas encastradas nas rochas, juntar forças pela comunidade a qual amiudadamente eu era chamado a fazer justiça ou esclarecer assuntos que eles não dominavam. Decididamente a “era da borracha” estava acabada; O pai branco, decidiu por isso fazer um plantio de milhares de pés de cacau.

(Continua…)

Glossário: kianda : - fantasma das águas, espírito da Kalunga; Liamba: - droga de fumo, que leva a delírio; cipaio: - guarda indígena; segurança; Puto: - Portugal; matumbolas:- mortos vivos; kwangiadas: - Ninfas do rio Kwanza; bitacais: - bicho de pé

*Januário Pieter:- Um personagem amigo, um sábio que me assiste e complementa conhecimentos...Um fantasma feito guia Kalunga; o homem que nasce da morte metaforizada com mais de 300 anos que tem no seu ADN a picardia cutucada de malária.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:57
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Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2013
CAZUMBI . XXVI

ANGOLA . “A minha vida está em perigo” - Afirmou Augusto, “o gerente”

Maka de kaluanda

As escolhas de

  T´Chingange

Cidadão dado como morto pela TPA denuncia politização do negócio de pedras precisosas pela DINIC“Augusto sou eu, não morri”, foi nestes termos que o cidadão dado como morto pela TPA  se dirigiu aos jornalistas na última segunda-feira 21 de Janeiro de 2013.Damião Kapaka Augusto disse lamentar que um assunto de negócio se tenha transformado num assunto político.“Eu não sou político, eu sou cidadão”, esclareceu, adiantando ter combinado com o senhor Chitombi a comercialização de pedras de diamente, tendo aquele feito a primeira prestação de 10.000 dólares na presença de Carlota Tekassala e de seu marido.Na sua conversa com os jornalistas, Damião Kapaka Augusto acusou Carlota de se ter aproveitado da sua ausência para estorquir dinheiro ao General Chitombi.Afirma que após ter se ausentado para a RDC em tratamento médico de sua esposa, Carlota Tekassala entrou em cena, cobrando dinheiro em nome de Augusto a quem passou a chamar de seu gerente.“Eu nunca fui gerente de Carlota”, desmente, sublinhando, entretanto, conhecer nas suas lides de negócio no Andulo.Alega que quando chegou à Luanda, proveniente da RDC, soube por intermédio de um outro seu conhecido Patrick, que Carlota foi recebendo dinheiro do general Chitombi, alegando que Augusto era apenas seu gerente e que a proprietária das pedras preciosas era ela.O assunto começa a ter contornos estranhos a partir do momento em que Carlota Tekassala instou Augusto a se manter escondido longe dos olhares de pessoas conhecidas, para que prevalecesse a versão segundo a qual Augusto gerente de Carlota Tekassala teria sido morto por Isaías Chitombi. A trama custaria 1,5 (milhão e meio) de dólares ao general Isaías Chitombi.Após ter negado a orientação de Carlota Tekassala, Augusto começou a receber mensagens telefónicas com ameças de morte o que levou a denunciar o facto junto da DINIC – Direcção Nacional de Investigação Criminal.Para a sua surpresa, o infelez recebeu no dia 27 de Dezembro de 2012, visita de agentes da polícia nacional que o prenderam e levaram para as instalações da DINIC onde, segundo conta foi submetido a uma sessão de interrogatório que decorreu das 18H00 às 00H30 do dia seguinte.“Depois de interrogatórios com purrada me meteram na sela, dormi na sela me bateram, obrigando-me dizer que Augusto não sou eu, obrigaram-me a pedir desculpa à familia do Augusto. Mas como é que vou pedir desculpa a família, se Augusto sou eu”, declarou.O cidadão contou, ainda que depois daquele epsódio suspeito voltou para a sua casa por volta das 17 horas, tendo no dia seguinte recebido outra delegação que se fazia transportar num carro, com jornalistas da TPA.“Veio um chefe dizer que nós viemos aqui para te filmar (…) tem que dizer que Augusto não é você”, explicou o cidadão, sublinhando que com o evoluir das coisas começa a temer pela sua vida.“A minha vida está em perigo”, afirmou categórico. Cidadão dado como morto pela TPA denuncia politização do negócio de pedras preciosas pela DINIC. “Augusto sou eu, não morri”, foi nestes termos que o cidadão dado como morto pela TPA se dirigiu aos jornalistas na última segunda-feira, 21 de Janeiro de 2013. Damião Kapaka Augusto disse lamentar que um assunto de negócio se tenha transformado num assunto político. “Eu não sou político, eu sou cidadão”, esclareceu, adiantando ter combinado com o senhor Chitombi a comercialização de pedras de diamante, tendo aquele, feito a primeira prestação de 10 dólares na presença de Carlota Tekassala e de seu marido. Na conversa com os jornalistas, Damião Kapaka Augusto acusou Carlota de se ter aproveitado da sua ausência para extorquir dinheiro ao General Chitombi. Afirma que, após se ter ausentado para a R.D.Congo por via de um tratamento médico de sua esposa, Carlota Tekassala entrou em cena, cobrando dinheiro em nome de Augusto a quem passou a chamar de seu gerente. “Eu nunca fui gerente de Carlota”, desmente Augusto, sublinhando entretanto conhecer as lides de negócio no Andulo.

 Diz que quando chegou à Luanda, proveniente da RDC, soube por intermédio de um outro seu conhecido Patrick, que Carlota foi recebendo dinheiro do general Chitombi, alegando que Augusto era apenas seu gerente e que a proprietária das pedras preciosas era ela. O assunto começa a ter contornos estranhos a partir do momento em que Carlota Tekassala instou Augusto a se manter escondido longe dos olhares de pessoas conhecidas, para que prevalecesse a versão segundo a qual Augusto gerente de Carlota Tekassala teria sido morto por Isaías Chitombi.  A trama custaria 1,5 (milhão e meio) de dólares ao general Isaías Chitombi. Após ter negado a orientação de Carlota Tekassala, Augusto começou a receber mensagens telefónicas com ameaças de morte o que levou a denunciar o facto junto da DINIC – Direcção Nacional de Investigação Criminal.

 Para sua surpresa, Augusto, o infeliz, recebeu dia 27 de Dezembro de 2012 a visita de agentes da polícia nacional que o prenderam e levaram para as instalações da DINIC onde, segundo conta, foi submetido a uma sessão de interrogatório que decorreu das 18H00 às 24H30. “Depois de interrogatórios com porrada, me meteram na sela, dormi na sela e me bateram de novo obrigando-me a dizer que Augusto não sou eu, obrigaram-me a pedir desculpa à família do Augusto. Mas como é que vou pedir desculpa à família, se Augusto, sou eu” declarou. O cidadão contou, ainda que depois daquele episódio suspeito voltou para a sua casa por volta das 17 horas, tendo no dia seguinte recebido outra delegação que se fazia transportar num carro, com jornalistas da TPA (Televisão). “Veio um chefe dizer que nós viemos aqui para te filmar (…) tem que dizer que Augusto não é você”, explicou o cidadão, sublinhando que com o evoluir das coisas começa a temer pela sua vida. “A minha vida está em perigo”, afirmou categórico. Há coisas em Angola que levam a dizer-se que não é um país para ser tomado a sério.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:33
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Terça-feira, 22 de Janeiro de 2013
INVENTAÇÕES DA HISTÓRIA . VII

EM TERRAS DO SUMBE. Cemitério dos brancos

Verdade ficcionada

Por

 T´Chingange

O relacionamento entre as sociedades africanas e os colonos portugueses representando a coroa portuguesa, tornava-se imperioso por força de manobras dos países europeus em alargar seu poderio em África. Foi um período de progresso em tempo de governo Pombalino. Sendo eu secretário de D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, Governador e Capitão-General de Angola e após aquela reunião magna do undamento no lugar de Sumbe, por ali fiquei apaziguando rebeldias e dando directrizes à contabilidade alfandegária daquele já importante porto de mar. Os livros de deve e haver a juntar às licenças de cubata estavam demasiado confusas por via de não ter alguém de consistente permanência; O paludismo devorava os brancos que por ali persistiam em ficar. Haveria que drenar braços de água parada dos rios Cambongo e Cubal no Quicombo, tapar terrenos alagadiços empestados de bichezas e exigir maior acuidade no trato da higiene entre o povo indígena a fim de melhorar as condições de salubridade. Os oficiais de 2ª linha, não estavam preparados para contabilizar a escrita nos moldes que o Governador Sousa Coutinho queria.

 Tendo em meu poder o dado demográfico de todos os presídios de então segundos dados recolhidos na área de administração geral, haviam 1575 brancos, 3526 pardos forros (mulatos), 490 pardos escravos, 426.053 pretos forros e 42. 130 pretos escravos; em função do que observei, fiz chegar ás mãos do Governador dois meses depois do undamento um relatório mencionando as carências de gente branca do Puto de classificada maturidade, mesmo que para tal se lhes desse honrarias de nobreza. Que também seria urgente estimular-se a vinda de mais gente da arraia miúda, assim fossem degredados como substituição de colónia penal, mendigos, vadios e marginais do reino com suas respectiva família á falta de melhor, e ficando os mesmos sob custódia dos capitães ou alferes dos vários presídios. Até que tal se concretizasse teria de instruir pardos forros a fim de dar continuidade optimizada á gestão das coisas públicas do reino.

 A segunda tarefa prioritária era chegar ao kimbo do soba N´gunza Kabolo com uma comitiva abastada de prendas e honrarias; O Governador Sousa Coutinho ficou com a pulga atrás da orelha pela sua ausência à reunião magna do undamento; as justificações não ficaram bem esclarecidas e confirmou-se dias depois que seu kimbanda feiticeiro não estava inteiramente de acordo com o dever obediência ao rei invisível do Puto. Os sobas eram sujeitos à condição de vassalagem se possível “por meyos brandos, suaves e sem rigor” mas em realidade os modos eram bem compulsivos. Mudando este procedimento e após mandar emissário levei-lhe fazendas de libongo, dois arcabuzes e pólvora, machados e catanas de abrir mato, muitas missangas, um cavalo de pura raça vindo do Puto e, branco-no-preto foi-lhe dito que continuava soberano nas suas terras, com suas instituições intactas e garantia de ajuda em caso de conflitos com outras gentes rebelde vindas de N´dongo, Kwanza  e kissama. Para auxiliá-lo um dos meus ajudantes o ainda jovem pardo José Nanquituka ficaria ali para lhe dar todo o apoio necessário. O soba agradecido, logo tratou de lhe indicar uma de suas muitas filhas a garantir-lhe o conforto conforme as boas regras de umbigamento a visitante ilustre, e feitura de uma cubata junto aos seus macotas. Foi com este empenho que Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho fundou a província de Kwanza Sul na foz do rio Ngunza no ano de 1769.

(Ver glossário no final)

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:05
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Domingo, 20 de Janeiro de 2013
PIAÇABUÇU . XV

{#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

“DOS JESUITAS AOS TUBARÕES” . 13

Por

 Roeland Emiel Steylaerts

Iríamos começar nova etapa, desta vez no Nordeste, que não seria nenhuma Brasília dos primeiros tempos. Iríamos retroceder na história uns 200 anos atrás, em plena natureza, numa terra sem crescimento, onde tudo seria difícil... mais uma vez. Uma terra onde se mata, aonde a justiça em nada dá mesmo sabendo quem é o matador. Uma terra ligada à politica... a cada um para si...deixando o povo sem educação, no cabresto...e dando para cada um R$. 20,00...50,00 ou 100,00, além das promessas, geralmente não cumpridas, na época das eleições. O Nordeste è uma terra linda, mas em compensação... tem os políticos que falseiam tudo e todos fazendo com que a justiça... nunca funcione.

CHÁCARA VALE DAS PEDRAS NO GOIÁS - Naquele tempo as terras em volta de Brasília não tinham valor, e foi assim que encontrei a minha; situada num vale com dois córregos, e um naco de mata atlântica. Gostei, e comprei! Uns 20 anos depois fiquei sabendo que o dono da imobiliária Urubu, loteamento onde estava a minha chácara, era procurado pela polícia e usava o nome do irmão, hospitalizado num manicómio. Felizmente isto nunca me deu problemas. O mesmo depois foi preso por ter torturado cinco menores, tendo-os matado, alegando que haviam roubado uma aparelhagem de som; um deles era o Barãozinho, vizinho que eu conhecia de vista. Mais tarde foi provado que o autor do roubo era outro... Este, era o ambiente na época. Comecei a fazer minha casa no vale, descendo todo o material por um teleférico, com cabo de aço. Em cima na beirada construí uma casa de caseiro, e uma oficina mais um chiqueiro de cimento e um grande galinheiro. Não tendo sinal de televisão por conta da profundidade, tive que colocar uma torre, daquelas branca e vermelha de 42 metros de altura, do jeito daquelas que a Policia Rodoviária usa, com luzinha vermelha, e 16 cabos a prendê-la ao chão. Comprei... Paguei... Mandei instalar... e nada de televisão.

A casa era um verdadeiro museu, cheio de antiguidades, quadros, estatuetas e armas antigas. Havia até um tiro ao alvo, com um boneco de madeira, tamanho natural. Dentro da chácara a parte de minha casa era separada por uma ponte e um córrego, da parte do caseiro, que depois das 18 horas, não poderia passar da ponte, sob pena de levar bala... porque sempre estava bastante escuro de noite. Lembro-me que eu estava testando uma arma, uma Mannlicher calibre 8 x 57, com balas de uns 10 cm para matar elefante (o que faz o capitalismo louco…aqui nem há elefantes), coloquei uma garrafa a 50 metros, encostei numa parede, mirei, e dei o tiro. A arma virou com a luneta para baixo, batendo em volta de meu olho deixando tudo aberto e inchado. O sangue escorria e eu não via nada deste lado. Corri para o banheiro e vi uma cena dramática. Peguei uma toalha com gelo, e me mandei para o posto de saúde, lá perto no Valparaíso.

(Continua...)

Piaçabuçu: Cidade situada na foz do São Francisco. Brasil

Nota: Esta é a estória vulgar de um emigrante Belga fugido da guerra que se aventurou em terra estranha do outro lado do Oceano. Os tempos mudaram, as agruras são outras mas a vida é assim mesmo, um rodopio de acontecimentos com carrapatos que parecendo nada, mudam o rumo.

Compilado com correcções ortográficas e arranjo ao texto original por

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 23:36
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Sábado, 19 de Janeiro de 2013
KIANDA . XXXIX

DESANOITECI EM ZANZIBAR - V

Verdade ficcionada

Por

 T´Chingange

Telepáticamente entrei em contacto com Januário Pieter, a kianda mwata que nesse momento estava demasiado ocupado em terras de França, Vallée de la Loire. Recomendou que me alheasse da situação de mutilação do estado Livre, mas que no entanto elaborasse um relatório que mais tarde o faria encaminhar a Edmund Morel um jornalista de investigação; Este Edmund, fiquei a saber mais tarde, empenhava-se em acabar com os métodos desumanos do monopólio secreto de Leopoldo do Estado Livre do Congo. O contacto com o mato e muitos animais ferozes já naquele início do século XX, era para mim uma forma de liberdade, adrenalina do viver entre incertezas e perigos naquelas vastas regiões por explorar, longe dos interesses costumeiros e das coisas de vida civilizada. Continuava ali amarrado á rígida noção de dever de cavalheiro que me impedia de abandonar Richard Mohun, elaborando em surdina o prometido relatório de atrocidades.

A partir de certo momento senti-me o pai branco e, não raras vezes e à revelia das ordens de cima, reunia-me no jango com os macololos de fala Swahili a conversar sobre coisas comuns sentindo-me vagamente acompanhado; com o tempo e convivência situava as fisionomias distinguindo os mais amigos; quase todos faziam soltar de seus cachimbos um cheiro adocicado de liamba. Amiudadamente surgiam mulheres cafecos (novas e virgens) a recarregar seus cachimbos com mais erva. Junto às barricas de aguardente de palma, marufo, ensaiava vontade de fumaça e, nessa tentativa sublimava  o inebriante fumo: “As cestas de mão cerradas, postas aos pés dos chefe de posto europeus, tornaram-se o símbolo do Estado Livre do Congo... A colecção de mãos tornou-se um fim em si mesmo. Os soldados da Força Pública traziam-nas em vez da borracha; eles, até mesmo iam colhê-las em lugar de borrachas... Os soldados dos Força Pública tinham seu bónus pagos de acordo com quantas mãos eles colectavam”.

Edmund Morel faiscou a notícia que em 1902, resultou no romance de Joseph Conrad intituladoO Coração das Trevas”. Foi publicado com base na sua breve experiência como capitão de um navio a vapor no Congo, dez anos antes. Este livro encapsulava o pavor crescente do público, e em 1904, Sir Roger Casament, o cônsul britânico, entregou um longo e detalhado relatório testemunhal o qual tornara público. A Associação Britânica de Reforma do Congo, fundada por Edmund Morel, em considerandos de varias fontes incluindo o meu relatório fornecido por Januário Pieter, exigia acção. O Parlamento Inglês clamou por uma reunião das 14 potências signatárias a rever a Conferência de Berlim. O Parlamento Belga forçou Leopoldo a organizar uma comissão independente de inquérito, e apesar dos esforços desesperados do Rei, em 1905 foi confirmado o relatório de Casement em sórdidos detalhes.

(Continua…)

Glossário: kianda mwata: - O fantasma chefe, Espírito maior da Kalunga; Jango: - Casa assembleia, lugar de reunião dos mais-velhos. Macololos: - chefes, macotas, tribo;marufo: - vinho de palma cassoneira ou outra; Liamba: - droga de fumo, que leva a delírio; gweta: - branco; cipaio: -guarda indígena, polícia de 2ª linha; mwata: - guru, chefe  carismático, Senhor dos senhores.

*Januário Pieter:- Um personagem amigo, um sábio que me assiste e complementa conhecimentos...Um fantasma feito guia Kalunga; o homem que nasce da morte metaforizada com mais de 300 anos. Tem no seu ADN a picardia cutucada até a exaustão, Cruz credo!

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 21:50
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Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2013
KAPIKUA . XIX

“Milagres – Urântia”

 

 Deus está literal e eternamente presente em seu universo de universos. Ele habita, com toda sua majestade absoluta e eterna grandeza, o momento presente. "O Pai tem a vida em si mesmo, e esta vida é eterna". Desde a eternidade dos tempos, é o Pai quem "dá vida a todos". Há perfeição infinita na integridade divina. "Eu sou o Senhor e não mudo". Nosso conhecimento do universo de universos não só nos revela que ele é o Pai das luzes, mas também que em sua forma de dirigir as questões interplanetárias "não há mudança nem sombra de variação". Ele "anuncia desde o princípio o que há de acontecer no fim". Ele disse: "A minha resolução será imutável, e toda minha vontade se executará" "conforme a determinação eterna que realizei em meu Filho". Assim, os planos e os propósitos da Primeira Fonte e Centro são como ele mesmo: eternos, perfeitos e eternamente invariáveis.

 Os mandatos do Pai são completos em finalidade e repletos em perfeição. "Tudo o que Deus faz durará para sempre; a isso nada se pode acrescentar, disso nada se pode tirar". O Pai Universal não se arrepende de seus propósitos originais de sabedoria e perfeição. Seus planos são constantes, sua resolução é imutável ao mesmo tempo em que suas acções são divinas e infalíveis. "Mil anos aos teus olhos são como o dia de ontem, que passou, e como uma vigília da noite". Por toda a eternidade, a perfeição da divindade e a magnitude da eternidade estão além do pleno alcance da mente limitada do homem mortal.

 No cumprimento de seu propósito eterno, o modo de proceder do Deus imutável talvez pareça variar de acordo com a atitude mutável e a mente inconstante dos seres inteligentes que criou; isto é, pode variar aparente e superficialmente mas, sob as aparências e por trás de qualquer forma de manifestação externa, o propósito imutável, o plano eterno de Deus continua vigente.

Ilustrações de Costa Araújo Araújo

Leitores do livro de Urantia em Portugal: suporte@urantia.com.pt

(Continua…)
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 23:00
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Quinta-feira, 17 de Janeiro de 2013
CRISE . XV
AS ESCOLHAS DO KIMBANDA NINJA*

QUE MUNDO HIPÓCRITA !!!MAIS UM CHULO!!....

Fotografia de perfil de (Sem nome)* Helder Neves – Kimbanda, Ninja Guarda-Mor da torre do Zombo – kimbo

É SEMPRE A ABRIR!

  É uma golpada de muita classe, e os golpeados somos nós.... Era uma vez um senhor chamado Jorge Viegas Vasconcelos, presidente de uma coisa chamada ERSE, ou seja, Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, organismo que praticamente ninguém conhece e, dos que conhecem, poucos devem saber para o que serve. Mas o que sabemos é que o senhor Vasconcelos pediu a demissão do seu cargo porque, segundo consta, queria que os aumentos da electricidade ainda fossem maiores. Ora, quando alguém se demite do seu emprego, fá-lo por sua conta e risco, não lhe sendo devidos, pela entidade empregadora, quaisquer reparos, subsídios ou outros quaisquer benefícios. Porém, com o senhor Vasconcelos não foi assim. Na verdade, ele vai para casa com 12 mil euros por mês durante o máximo de dois anos, até encontrar um novo emprego. Aqui, quem me lê pergunta, ligeiramente confuso ou perplexo: «Mas você não disse que o senhor Vasconcelos se despediu?». E eu respondo: «Pois disse. Ele demitiu-se, isto é, despediu-se por vontade própria!».

 E você volta a questionar-me: «Então, porque fica o homem a receber os tais 12 000 por mês, durante dois anos? Qual é, neste país, o trabalhador que se despede e fica a receber seja o que for?». Se fizermos esta pergunta ao ministério da Economia, ele responderá, como já respondeu, que «o regime aplicado aos membros do conselho de administração da ERSE foi aprovado pela própria ERSE». E que, «de acordo com artigo 28 dos Estatutos da ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao estatuto do gestor público em tudo o que não resultar desses estatutos». Ou seja: sempre que os estatutos da ERSE forem mais vantajosos para os seus gestores, o estatuto de gestor público não se aplica. Dizendo ainda melhor: o senhor Vasconcelos (que era presidente da ERSE desde a sua fundação) e os seus amigos do conselho de administração, apesar de terem o estatuto de gestores públicos, criaram um esquema ainda mais vantajoso para si próprios, como seja, por exemplo, ficarem com um ordenado milionário quando se resolvam demitir dos seus cargos. Com a bênção avalizadora, é claro, dos nossos excelsos governantes.

: Trata-se, obviamente, de um escândalo, de uma imoralidade sem limites, de uma afronta a milhões de portugueses que sobrevivem com ordenados baixíssimos e subsídios de desemprego miseráveis. Trata-se, em suma, de um desenfreado, e abusivo desavergonhado abocanhar do erário público. Mas, voltemos à nossa história... O senhor Vasconcelos recebia 18 mil euros mensais, mais subsídio de férias, subsídio de Natal e ajudas de custo. Aqui, uma pergunta se impõe: Afinal, o que é - e para que serve - a ERSE? A missão da ERSE consiste em fazer cumprir as disposições legislativas para o sector energético. E pergunta você: «Mas para fazer cumprir a lei não bastam os governos, os tribunais, a polícia, etc?». Parece que não. A coisa funciona assim: após receber uma reclamação, a ERSE intervém através da mediação e da tentativa de conciliação das partes envolvidas. Antes, o consumidor tem de reclamar junto do prestador de serviço. Ou seja, a ERSE não serve para nada. Ou serve apenas para gastar somas astronómicas com os seus administradores. Aliás, antes da questão dos aumentos da electricidade, quem é que sabia que existia uma coisa chamada ERSE? Até quando o povo português, cumprindo o seu papel de pachorrento bovino, aguentará tão pesada canga? E tão descarado gozo? Politicas à parte, estou em crer que perante esta e outras, só falta mesmo manifestarmos a nossa total indignação.

Ilustrações de Costa Araújo Araújo

Homologado por

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:34
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Quarta-feira, 16 de Janeiro de 2013
GLOBÁLIA . XI

GLOBALIZAÇÃO... Sua definição

Por

Kimbo Lagoa

Uma princesa inglesa com um namorado egípcio, tem um acidente de carro dentro de um túnel francês, num carro alemão com motor holandês, conduzido por um belga, bêbado de whisky escocês, que era seguido por paparazzis italianos, em motos japonesas.

 A princesa foi tratada por um médico canadense, que usou medicamentos americanos. E isto é enviado a você por um português residente no Brasil, usando tecnologia americana (Bill Gates) e  provavelmente, você está lendo isso em um computador genérico que usa  chips feitos em Taiwan e um monitor coreano montado por trabalhadores de Bangladesh, numa fábrica de Singapura, transportado em caminhões  Conduzidos por indianos, roubados por indonésios, descarregados por  pescadores sicilianos, reempacotados por mexicanos e, finalmente,  vendido a você por sacoleros paraguaios em Cidade Del Este.

 Os Portugueses são em realidade os precursores desta forma de estar no mundo por via do seu heróico arrojo, originando baptismos de continentes; anunciaram o advento da globalização que, no dizer do cronista Vespúcio, eram novos encontros com jogos macabros em que se misturavam o animal homem e anjos enlouquecidos; lambuzavam-se de sexo entre seios rijos, coxas fartas e corpos ardentes de desejo, navegando por mares desconhecidos e, ao sabor dos ventos. As primeiras descrições de Vespúcio da chegada, por ser tão louco ou de alucinante visão, originou um espanto incrédulo pelo novo Mundo a que se veio a chamar de América em sua homenagem. O Infante D. Henrique, 3º filho do rei D. João I, tendo sido designado “o navegador”, foi decisivo na acção, de marear sem contudo saber desfraldar uma vela; foi o pensamento expansionista que lhe deu prestigio; hoje, poderia perfeitamente ter-lhe sido dado o cognome de o “O Precursor da Globália”.

Ilustrações de Costa Araújo Araújo
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:40
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Terça-feira, 15 de Janeiro de 2013
INVENTAÇÕES DA HISTÓRIA . VI

EM TERRAS DO SUMBE. Cemitério dos brancos

Verdade ficcionada

Por

 T´Chingange

Na condição de kianda interina, viajo no tempo da frente para trás, aleatoriamente e na vice-versa desde que Januário Pieter, o guia Kalunga me empossou em Zanzibar. Desta feita e lá pelo ano de 1768, dou comigo junto a barricas de aguardente, fardos de peixe seco, mandioca e rolos de tabaco, sentado em um baú cheio de makutas e n´zimbos. Do nada, surjo como secretário de D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, Governador e Capitão-General de Angola. Naquele terreiro de cais, assisto à azáfama das demonstrações de submissão dos sobas das regiões de Gangula, Kicombo, Sumbe e Gungo. O Governador Sousa Coutinho vestido a rigor com farda branca pendendo medalhas pombalinas, sentado em uma cadeira talhada de animais da região, assiste à cerimónia em representação do longínquo D. José e seu ministro Carvalho e Mello, o Marquês de Pombal. Descontraído mas altivo, enquanto palitava com um graveto um pedaço de nunce entre dentes, ouvia o calé, expor as ideias dos ideais do Soba Grande Gangula, seu chefe, presente na comitiva mas, recolhido mais atrás entre macotas.

 Calé, vestia uma farda vermelha agaloada a ouro e cingia à cintura um pano de lã verde azeitona. A seu lado tinha um forte negro também vestido a rigor e com um tambor a tiracolo, um jovem lanceiro e mais uma meia dúzia de negros armados de azagaias compondo uma espécie de escolta; mais atrás, os macotas ladeavam o Soba Grande, também rodeado de uns dez arqueiros. O jovem lanceiro cravou a lança no solo, simbolizando assim a seriedade e importância daquela embaixada. Neste momento, o Calé curvou-se para a frente até tocar com as mãos no chão, depois levantou-se, levou as mãos ao peito e seguidamente bateu palmas por três vezes, pedindo para ser escutado. Com tanta pompa e salamaleques, dava para entender que era uma embaixada apaziguadora honrando com protocolo à risca o rei do Puto na pessoa de Sousa Coutinho. E Sousa Coutinho deu fala ao homem fazendo um chamado à minha pessoa a fim de traduzir a  mistura de kimbundo com mussele.

 Como mazombo, conhecedor daquelas falas, dei conhecimento de todas as pretensões traduzindo as vontades do Soba Gangula e respostas sábias de Sousa Coutinho que ora geria silêncios, ora se expressava com dureza impenetrável de um conquistador. O trato a rectificar traduziria as vontades de todos os sobas da região ali presentes mais o Soba N´gunza Kabolo  que por via de maleitas estranhas não se pode representar. Foi decidido reforçar o presídio de São José de Encoje e do Sumbe na foz do rio N´gunza por modo a tentar combater o contrabando estrangeiro no litoral e captar os circuitos de tráfico de escravos de Caconga. Também ali, se decidiu destinar fazer feiras periódicas junto daqueles  presídios  tal como já era habitual fazer em Kasanje, Calandula e Bembe.

(Ver glossário no final)

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 18:08
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Segunda-feira, 14 de Janeiro de 2013
PUTO . XXIX

“Em Portugal”Estamos no futuro! Apodrecido!

Por

 T´Chingange

Em 1960 havia em Portugal cem jovens para cada vinte e sete idosos, agora há cem jovens para cerca de cento e trinta idosos. Quem vai criar riqueza para pagar aos jovens de hoje a sua reforma quando estes chegarem a essa idade, e metade da população do país for velha como eles? Quem? O que é insustentável não se sustentará! Só poderemos enfrentar o problema do défice através da redução da despesa e de reformas estruturais, que são penosas mas que nos tornarão competitivos a médio ou longo prazo. O poder não tem conseguido ou querido mudar, como tornar a justiça célere e eficiente, desburocratizar o país a sério, combater a corrupção com legislação eficiente, manter as leis fiscais simples e estáveis durante muito tempo… Enfim, um rol de reformas susceptíveis de tornar o investimento interessante e seguro.

 Portugal tem a maior dívida externa desde 1892, a maior dívida pública dos últimos cento e sessenta anos, o maior número de desempregados na sua história e o pior crescimento económico desde a 1ª Guerra Mundial. Portugal passou a sustentar-se com dinheiro que não produziu. O sector de bens transaccionáveis, que é o que produz a riqueza, ficou ao abandono; sendo necessário 4 anos para obter uma licença, após contratar os arquitectos e os construtores amigos dos governantes ou de autarcas para conseguir que lhe aprovem os projectos, qual é o investidor estrangeiro que quererá investir em Portugal?

 A produtividade refere-se ao valor do produto criado pelo trabalho, não à quantidade de trabalho. Os Portugueses trabalham mais do que os Alemães, mas são menos produtivos porque gastam trinta dias de trabalho para produzir cem garrafas de vinho de dez euros cada, enquanto um Alemão gasta vinte dias parta produzir um Mercedes. Este mercedes vale cem mil euros, enquanto as cem garrafas de vinho valem mil. Apesar de trabalhar menos dez dias, o alemão é mais produtivo porque o produto que ele fabricou vale mais do que o produto português. Resumindo, teremos de fazer coisas de maior valor para o mercado internacional. Com seis milhos de pessoas a sustentar, sessenta mil funcionários das várias administrações, três milhões e meio de pensionistas, mais de um milhão de desempregados e outro milhão de pessoas que auferem diversas prestações sociais e regalias, todos, serão seis milhões de pessoas a pesar ao erário público.

Puto: Termo usado em Angola e referente a Portugal

  Referência Bibliográfica: A mão do diabo de José Rodrigues dos Santos

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 16:13
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Domingo, 13 de Janeiro de 2013
KIANDA . XXXVIII

DESANOITECI EM ZANZIBAR - IV

Verdade ficcionada

Por

T´Chingange

A linha telegráfica acabou de ser montada três anos depois no ano de 1902 na região de Boyoma Cataratas no rio Lualaba, Estado Livre do Congo. Os cipaios de fala Swahili referiam aquele sítio que não ficava muito longe de Kisangani como sendo a terra de Ubundu. Richard Mohun, além de mim na qualidade de kianda interina, foi o único branco a terminar aquela expedição sem sofrer as agruras do paludismo graças aos chás de milongo que criteriosamente tomávamos ao fim da tarde; porque amargavam como trovisco os demais gwetas (brancos), recusavam-se a tomar. Mohun terminada esta tarefa com sucesso foi convidado pela administração do rei Leopoldo da Bélgica a ficar por ali dirigindo a prospecção de minas de cobre, cobalto, estanho, rádio, urânio e até diamantes. Aquela região potencialmente rica em minerais era nesse então propriedade pessoal do rei Leopoldo, o homem mais rico da Europa.

Flag  Bandeira do Estado livre do Congo e Leopoldo II

O Estado Livre do Congo foi um reino privado, propriedade pessoal de Leopoldo II da Bélgica entre 1877 e 1908. Em 1908, esta propriedade privada passou a ser uma colónia da Bélgica, o Congo Belga. Ele criou uma série de organizações, culminando na Association Internationale du Congo, da qual só existia um accionista: o próprio Leopoldo. Incluía toda a área hoje conhecida como República Democrática do Congo e assentava na exploração do trabalho africano para extracção de borracha, marfim e minerais. 

Localização de Estado Livre do CongoPor ali fui ficando assessorando Mohun em tarefas de relações com o povo de fala Swahili e Tshiluba, dialectos que dominava quase na perfeição mas, não demorei a revoltar-me em surdina com as regras de desumana disciplina que por ali vingavam por expressa ordem do rei Leopoldo II da Bélgica. Para impingir as cotas de borracha, foi instituida uma Force Publique (Força Pública) cujos cipaios, na sua maioria eram canibais do Lualaba armados com armas modernas e chicote. Esta “Força Pública” rotineiramente pegava e torturava reféns, açoitavam, estupravam, incineravam aldeias, a acima de tudo, extirpavam mãos humanas como troféus, castigo este, só porque as cotas de produção não eram cumpridas.

Um cipaio m´fumo (chefe) descreveu-me uma incursão para punir uma aldeia que havia protestado e fiquei muito intranquilo: "Ordenaram-nos a cortar as cabeças dos homens e a pendura-las nas cercas da aldeia, bem como seus membros sexuais, e pendurar as mulheres e crianças em forma de cruz", acrescentando: O oficial comissário prometeu-nos que se tivessemos muitas mãos, ele encurtaria nosso serviço. Januário Pieter, a kianda-mor mwata, desconhecia toda esta barbaridade; haveria que lhe fazer uma mensagem a dar conhecimento deste estado de coisas.

  Leopold II, morreu sem ter pago pelo crime, de eliminar em sua sanha colonial cerca de 10 milhões de vidas. Alguns anos atrás podia-se comprar em quiosques, no centro de Bruxelas, mãozinhas de chocolate como recordação deste passado; coisa macabra.

(Continua…)

Glossário: gweta:- branco; milongo: -remédio indígena, de raizeiro; cipaio: -guarda indígena, polícia de 2ª linha; mwata: - guru, chefe  carismático, Senhor dos senhores.

*Januário Pieter:- Um personagem amigo, um sábio que me assiste e complementa conhecimentos...Um fantasma feito guia Kalunga; o homem que nasce da morte metaforizada com mais de 300 anos. Tem no seu ADN a picardia cutucada até a exaustão, Cruz credo!

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 20:13
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Sábado, 12 de Janeiro de 2013
MUSSENDO DO PUTO . XIX

AS ESCOLHAS KIMBO

PORTUGAL . OE 2013 - a prova de fogo2ª de 2 partes

 João Bosco Mota Amaral! [Opinião] - Militante de topo do PSD - jornal Correio dos Açores

Julgo que foi mal avaliado o risco de descredibilização do Governo com situações dessas e outras e o impacto da mesma na necessária mobilização da sociedade portuguesa para as reformas necessárias, ditadas pela nossa participação no euro e pela nossa inserção na economia global. A persistente apresentação de previsões erradas e os constantes anúncios e recuos de novos gravames arrastam no mesmo sentido. O Governo tem vindo a ficar isolado, sem prejuízo do apoio parlamentar assegurado pelos partidos da coligação, perante a crítica generalizada da opinião pública e a crescente indignação dos cidadãos, que não vêm nem finalidade nem fim para os cortes de benefícios e as exacções fiscais a que, em ritmo vertiginoso, são sujeitos.
 Com efeito, a situação geral do País, em vez de melhorar, como o Governo promete e todos desejaríamos, tem vindo a degradar-se e basta ter os olhos abertos para comprovar o alastramento de uma verdadeira catástrofe. Ora, o enorme aumento de impostos determinado para 2013 vai reduzir contribuintes à insolvência, fazer falir muitas empresas, aumentar o desemprego. A entrada em aplicação das leis que facilitam os despedimentos e os despejos só pode piorar, inoportunamente, a fractura social.
 Parece-me ter sido um erro a voluntariosa opção por ir além da Troika, quando a mais elementar prudência - que, como ensinam os clássicos, é a principal virtude requerida aos governantes - aconselhava a ater-se ao conteúdo programático do memorando de entendimento, alargando assim a base parlamentar e social de apoio ao cumprimento do mesmo, tão necessária à estabilidade interna e à credibilidade de Portugal perante o exterior. Aconselhei também neste sentido, quando o Governo estava ainda em formação, mas não fui ouvido. E deu-se assim carta de alforria ao PS, autor do memorando, que agradece o bónus e o utiliza abundantemente. Ora o PS, até por uma questão de honra, não pode ficar de fora das responsabilidades pela solução do problema da nossa dívida soberana, cuja autoria lhe compete, abundantemente. E tem um papel irrecusável na concretização das mudanças necessárias ao fortalecimento do regime democrático e à viabilização do Estado Social. A Maioria parlamentar e o Governo devem assegurar condições para isso.

Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mukanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola), Comunicado.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 23:38
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Quinta-feira, 10 de Janeiro de 2013
PUTO . XXVIII

“Em Portugal”Estamos no futuro! Apodrecido!

Por

 T´Chingange

Em Portugal, os pequenos e médios empresários representavam noventa e nove por cento do tecido empresarial, não obstante, foram simplesmente abandonados perante a crise. Ao invés de se lhes reduzir os impostos para reactivar a saúde económica do país, foram os primeiros a serem penalizados. Em realidade, existe em Portugal uma cultura antiempresarial; os empresários são antagonizados, tratados como inimigos e penalizados pelo facto de procurarem o lucro. Os sucessivos governos, além de engordarem o estado estourando o dinheiro no betão, nos dez estádios do Euro 2004, nas vias Scut, a Casa da Musica, os milhares de polidesportivos em qualquer pequeno lugarejo, uma via de asfalto a lugarejos com meia dúzia de habitantes só ajudaram as grandes empresas, com quem estabeleceram relações de cumplicidade, compadrio, proteccionismo, trocas de favores e influência.

 Portugal, vivendo em uma economia global e estando a competir com países que mantêm seus habitantes na miséria absoluta, trabalhando como escravos em troca de quase nada, não tinha a menor hipótese de poder manter um nível de faz-de-conta abastada; foram minimizadas normas básicas da economia relegando o problema em regabofes de desgoverno com mãos dadas à banca. Foram criadas perto de mil sociedades de capitais públicos para gastar à farta e sem controlo com o dinheiro de todos nós a alimentar mais de treze mil entidades entre institutos, fundações, observatórios e outros.

 No intuito de alijar responsabilidades, desataram a culpar a crise internacional, e através de todas aquelas empresas públicas, contraíram grandes empréstimos fazendo despesas colossais sem que nada ficasse registado no Orçamento do Estado tendo o desplante de chamar a isso “engenharia financeira” até que, chegou o futuro. Desse modo fizeram-se contratos em que os privados se comprometiam a financiar a obra em troca de direitos de exploração durante dez, vinte ou trinta anos mentindo. Mentindo de forma premeditada que tudo aquilo ficava a custo zero aos contribuintes quando na real, as Scut custam quinze mil milhões de euros aos contribuintes! Quantos esquemas concebidos para fazer desaparecer o dinheiro. Aqui está o futuro! Apodrecido!

Ilustrações de Kandinsky e Costa Araújo

Puto: Termo usado em Angola e referente a Portugal

R eferência Bibliográfica: A mão do diabo de José Rodrigues dos Santos

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:51
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Quarta-feira, 9 de Janeiro de 2013
KAPIKUA . XVIII

{#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

“Milagres – Urântia”

 Nada é novo para Deus e nenhum acontecimento cósmico o surpreende; ele habita o círculo da eternidade. Seus dias não têm princípio nem fim. Para Deus, não há passado, presente ou futuro; todo tempo é presente em qualquer momento dado. Ele é o grande e o único EU SOU. O Pai Universal é, absoluta e incondicionalmente, infinito em todos os seus atributos; e este facto, em si e por si, automaticamente o impede de qualquer comunicação pessoal e directa com os seres materiais e finitos, assim como com outras modestas inteligências criadas.

: Existem os impessoais Preceptores de Mistério, os Modeladores do Pensamento, verdadeiro dom do próprio grande Deus, enviados para morar em humanos como os de Urantia, sem anúncio nem explicação. Com um sem fim de abundância, eles descem das alturas gloriosas para habitar e aprimorar as mentes humildes dos mortais que possuem capacidade para ter consciência de Deus ou o potencial para isto. Desta e de muitas outras maneiras, de formas desconhecidas para vós, e que estão muito além da compreensão finita, o Pai do Paraíso amorosamente e de bom grado reduz e, por outro lado, modifica, dilui e atenua sua infinitude para poder chegar mais perto das mentes finitas de seus filhos criados. E assim, ao distribuir sua personalidade numa série cada vez menos absoluta, o Pai Infinito é capaz de gozar de um estreito contacto com as diversas inteligências dos muitos mundos de seu extenso universo.

 Tudo isto, ele fez, faz actualmente, e continuará fazendo sempre, sem diminuir nada do fato e da realidade de sua infinitude, de sua eternidade e de sua primazia. E estas coisas são absolutamente verdadeiras, apesar da dificuldade de serem compreendidas, de estarem rodeadas de mistério ou de ser impossível serem totalmente entendidas pelas criaturas, tal qual as que habitam em Urantia. O Pai Primeiro, por ser infinito em seus planos e eterno em seus propósitos, torna intrinsecamente impossível aos seres finitos captar ou compreender os planos divinos em sua plenitude. O homem mortal pode vislumbrar os propósitos do Pai apenas de vez em quando, aqui e ali, à medida que eles são progressivamente revelados, ao serem superadas as etapas do plano de ascensão da criatura em seus níveis sucessivos de progresso no universo. Mesmo que, com seu entendimento, o homem não possa abarcar o que significa infinitude, com toda certeza o Pai infinito compreende plenamente e abraça amorosamente toda a finitude de todos os seus filhos, em todos os universos.

Ilustrações de Ramiro Batista no mural de Costa Araújo Araújo

Leitores do livro de Urantia em Portugal: suporte@urantia.com.pt

(Continua…)
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:42
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Terça-feira, 8 de Janeiro de 2013
MUSSENDO DO PUTO . XVIII

AS ESCOLHAS DO KIMBO 

PORTUGAL . OE 2013 - a prova de fogo 1ª de 2 partes

 João Bosco Mota Amaral! [Opinião] - Militante de topo do PSD - jornal Correio dos Açores

Ao fazer aprovar na Assembleia da República o OE 2013, o Governo passou o seu Rubicão e já não tem retorno possível: - a solução adoptada tem mesmo de resolver a crise, inverter a tendência recessiva e permitir o regresso de Portugal aos mercados financeiros internacionais, pondo termo ao método antigo de posicionar a liquidez da banca doméstica que assim fica sem dinheiro para as empresas e para as famílias. Repetir para 2014, certamente em tom maior, o que já não deu resultado em 2012 e agora é objecto de insistência, afigura-se politicamente impossível.
 Não tinha porque ser assim! O memorando de entendimento com a Troika foi negociado pelo Governo anterior com pressupostos pelo menos errados, se é que não foram mesmo manipulados por má fé. O défice das contas públicas era afinal superior ao então admitido, conforme se veio a verificar posteriormente. O ajustamento orçamental exigido era já de todo impossível no curto prazo de três anos, entretanto estendido para quatro… Tornou-se óbvio que sempre precisámos de mais tempo e de mais dinheiro, só por teimosia se amarrando o Governo ao dikat socratiano, aliás apresentado ao País, com frivolidade, para não dizer com desfaçatez, pelo principal responsável da nossa derrocada financeira, como um mar de facilidades, com sacrifícios mínimos.
 Alertei em tempos, no lugar devido, para o custo reputacional que o Governo sofreria ao adoptar uma medida expressamente negada durante a campanha eleitoral, nomeadamente a redução a metade do subsídio de Natal dos funcionários públicos e dos pensionistas logo no ano de 2011, agravada com a retirada total do mesmo e do subsídio de férias em 2012. Mas isto é já apenas uma memória longínqua no rol de incidentes do mesmo teor.

Ilustrações: Autoria do Soba

Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mukanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola), Comunicado.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 23:31
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Segunda-feira, 7 de Janeiro de 2013
A CHUVA E O BOM TEMPO . XXIV

VENEZUELA . ALGO GROTESCO

 O que está a suceder na Venezuela é algo de grotesco: Chavez já não reunia condições para se candidatar mas o apego ao poder falou mais alto. Depois tivemos a fase do fazer de conta que estava bem e lúcido e que fazia declarações sobre a Venezuela. Agora diz-se que está sedado. Seja como for há que mantê-lo vivo até dia 10. As ditaduras tornam-se frequentemente regimes ligados à máquina. E o corpo dos ditadores nos seus últimos dias de vida encerra o destino do regime. Por triste ironia morrer em paz e dignidade é aquilo que é negado a homens como Chavez porque a sua morte põe em causa o regime. Para cúmulo ele mesmo agoniza num país, Cuba, governado pelos Castros há mais de meio século e onde o regime se apega ao corpo de um Fidel mais ou menos mumificado. Misérias.

 Numa declaração que surpreendeu e pode indicar uma perigosa divisão na alta cúpula do poder na Venezuela, o vice-presidente do país, Nicolás Maduro, afirmou que o presidente Hugo Chávez, reeleito para novo mandato de seis anos em Outubro de 2012, manterá o cargo mesmo que não compareça à cerimónia de tomada de posse, prevista constitucionalmente para o próximo dia 10.

Hugo Chávez, operado em Cuba a um cancro pela quarta vez em 11 de Dezembro, está, segundo declarações de Nicolás Maduro, a passar por um momento complexo e delicado, sofrendo de insuficiência respiratória severa decorrente de complicações pós-operatórias. A posição de Maduro, nomeado por Chávez como herdeiro político e sucessor, contraria a constituição do país, que prevê, em caso de impedimento do chefe de Estado, que o poder seja passado ao presidente da Assembleia Nacional, que deverá convocar novas eleições em 30 dias.

Gentileza de Rosa Lima (Facebook e Correio da Manhã)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:20
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Domingo, 6 de Janeiro de 2013
CAFUFUTILA : XXXVI

AS ESCOLHAS DO KIMBO

Um Presidente que não conta - Puto . 2ª de 2 partes

Por

PEDRO MARQUES LOPES - Ex-merceeiro, ex-cauteleiro, ex-gasolineiro, ex-bancário, ex-funcionário de telecomunicações, consultor, empresário, gestor, jurista, colunista, comentador, pai e tripeiro em regime de exclusividade.

Não, não foram apenas as suas infelicíssimas declarações sobre as suas pensões, não foi aquele inominável discurso em que ofendeu tudo e todos aquando da sua vitória eleitoral, não foi o episódio das escutas (que em qualquer país civilizado teria levado à demissão do Governo ou do Presidente da República) que faz com que Cavaco Silva seja o Presidente da República mais impopular da história da democracia. Não é em vão que sondagem após sondagem Cavaco Silva reúna mais opiniões desfavoráveis que Seguro ou Paulo Portas - só mesmo Passos Coelho é mais impopular que ele. Nada disto surpreende: além de o sentirem colaborar com o Governo, os portugueses não conseguem perceber a sua importância. Cavaco Silva conseguiu tornar o cargo de Presidente da República irrelevante.

 O Presidente renunciou ao seu papel de provedor do povo quando não fala dos problemas, das angústias, dos verdadeiros dramas dos seus representados e gasta o tempo com recados que apenas servem para que mais tarde venha com o seu habitual e fútil "eu tinha avisado" que nada acrescenta e apenas lembra a sua inutilidade. Não cumpriu o seu juramento de "defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa" quando deixou que um grupo de deputados fizesse o que ele devia ter feito mandando o orçamento de 2012 para o Tribunal Constitucional. Não pediu a fiscalização preventiva do Orçamento para 2013 quando, segundo todos os constitucionalistas, todos os observadores independentes e até do próprio partido do Governo, este tem várias normas inconstitucionais e apenas 7,6% dos portugueses acham que ele o deve promulgar.

 Ouviu-se, aliás, muito o argumento de que o Presidente não iria enviar a lei para o Tribunal Constitucional para fiscalização preventiva por existir o risco de não haver orçamento nas primeiras semanas de 2013. Cavaco Silva pode invocar todas as razões para não o ter feito menos essa. O Presidente não jurou cumprir e fazer cumprir um qualquer orçamento, jurou sim fazer cumprir a Constituição. Mas, se as dúvidas são muito fortes não faz sentido que não requeira a fiscalização deixando assim que muito provavelmente entrem em vigor leis inconstitucionais. Quando, lá para Março, toda a gente perceber a catástrofe orçamental, o Governo entrar em colapso, os tribunais, departamentos do Estado e sociedade civil mergulharem numa crise sem precedentes, vamos ter um Presidente descredibilizado, impopular, barricado em Belém e em que ninguém confia. Nem os partidos, nem a comunidade em geral. E logo quando mais precisávamos dum Presidente da República.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 23:36
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Sábado, 5 de Janeiro de 2013
MULUNGU . XXIX

AS ESCOLHAS DO KIMBO

A corrupção em Portugal  . Um regabofe

Por

António Balbino Caldeira (do blogue Portugal Profundo)

O Estado nacionalizou 60% do capital do Banif (com 700 milhões de euros) e ainda emprestou mais 400 milhões, em 31-12-2012

Na prática até Junho de 2013, de acordo com a TVI24, o Estado fica detentor de cerca de 99% do banco, quando se prevê que desça para 60,6% do capital... mas só 49,4% dos direitos de voto (!)... Se o valor do empréstimo, ao juro de 9,5% definido, fosse já convertido em acções, o Estado ficaria com cerca de 94% do banco. Na prática, é uma nacionalização completa, em que o Estado abdica do controlo total. Será o Banif um novo BPN? O falecido Horácio Roque não era o mãos largas e gordurosas de Oliveira e Costa e é de admitir que até ao final da sua gestão, em Março de 2010, não existissem tantas dívidas no armário - e já teria sido apalavrada em janeiro de 2010 aquela disputa com o Governo do MPLA (e o acordo por ser concluído em Setembro de 2011), que lhe comprou 49% do capital do banco, tendo depois, ao que consta, o comendador feito um aumento de capital para o dobro e deixado o Governo angolano com a sua parcela reduzida a metade... da metade. Todavia, não se sabe a quanto chegará mais esta aventura bancária do Estado, que começa em 1,1 mil milhões de euros. Nem quanto custará a do socratinizado BCP...
 BPN onde, segundo a SIC, de 22-12-2012, o Estado já pode ter perdido, cerca de 7 mil milhões de euros, o que corresponde a cerca de 3,8% da despesa do Orçamento de Estado para 2013 (183.748.889.524 euros). Dir-se-á que os 1,1 mil milhões de euros enfiados no Banif são apenas 0,6% desse orçamento. Mas poucos (que não são...) fazem muitos. E o nosso receio, justificado pela fragilidade dos bancos e a disposição do Governo e da União Europeia (Banks über alles), é de que mais dinheiro do Estado, ainda que seja proveniente de empréstimo da União Europeia, seja afundado nos bancos privados carentes, neste dramático ano de 2013.
 Como é sabido, Do Portugal Profundo, discordo da política socialisto-monetarista de protecção dos bancos privados acima das necessidades dos cidadãos. O dinheiro desvia-se das necessidades de financiamento da economia (através da redução geral de impostos sobre as empresas, que não concordamos com as políticas selectivas) e das necessidades sociais e enterra-se nos bancos; mas a situação dos países não melhora nem que se aplique a receita monetarista, e agora também socialista (o profeta Krugman...), de atirar dinheiro de helicóptero. Todavia, parece que o helicóptero paira sobre os bancos e a porta só despeja dinheiro para as suas sedes. A perspectiva monetarista-socialista - confesso que a aliança entre os neo-liberais monetaristas e os socialistas é uma ironia ideológica palpitante - é de que, no longo prazo, a economia recupere e esse dinheiro seja recuperado. Mas, como prevenia, o próprio John Maynard Keynes, no longo-prazo, que é cada vez mais curto, estaremos todos mortos. No Japão, a receita monetarista-socialista já leva 20 anos de aplicação e a economia continua sem sair do marasmo...

Kimbo



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:48
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Sexta-feira, 4 de Janeiro de 2013
PUTO . XXVII

“Em Portugal”O rasto do dinheiro

Por

 T´Chingange

Quem quiser identificar a fonte de todos os males, só tem de seguir o rasto do financiamento. Os políticos são muito mais sensíveis às necessidades dos financiadores do que do país, para garantir o acesso tranquilo ao dinheiro. Sempre, sempre, o malfadado dinheiro! O actual sistema de financiamento partidário é altamente corruptor em todo o mundo mas, neste particular,  está em causa Portugal. Se tudo isto não for reformulado, adeus democracia, adeus transparência, adeus honestidade, adeus um sem fim de valores que a não se cumprirem é o vaticínio certo para a falência total. Já se pede dez Salazares para substituir o estado caótico em que se encontra Portugal, um país sem corruptos condenados mas, cheio de corrupção.

 Os tubarões compravam a um agricultor pobre um terreno agrícola que custava uns dez mil Euros, por debaixo da mesa pagam a funcionários das câmaras e outras gentes do governo para alterarem os planos directores; transformam esses terrenos rústicos em terrenos urbanos e, as propriedades, passam assim a custar cem mil Euros, um negócio da China mais conhecido por “grande golpada”. Os financiadores ganharam uma fortuna com o estado a usar o nosso dinheiro para expropriar esses terrenos; terrenos comprados antes em pechincha aonde só eles sabiam que iria passar uma auto-estrada ou comboio de alta velocidade. Governantes e financiadores deram mãos e pés nesses esquemas de puro incesto. Muitos de nós até achávamos isso quase normal sem prever o que dali viria; muitos de nós ajudamos sem saber ao certo, estes esquemas de tropelia; o banco financiava este esquema vulgarizado numa ganância de arrepiar, até que chegou um dia em que esses terrenos já nada valiam; ninguém os cria. Ai Jesus! Era a crise.

 Num repente a dívida privada dos esquemas e banca, deixou Portugal com a corda ao pescoço; ricos coniventes e gente sem culpa nenhuma são envolvidos a pagar aqueles esquemas e, o estado sem saída airosa, socorre a banca usando de novo o nosso dinheiro. O problema sério das nossas democracias consiste no financiamento dos partidos políticos porque quem dá dinheiro aos partidos, não o faz por idealismo, mas para colher vantagens. As grandes decisões dos políticos são directamente proporcionais aos interesses dos financiadores. Fazem-se obras desnecessárias para dar dinheiro aos financiadores numa corruptela de obra e consultoria que acaba por engordar os bichos. Assim é, assim aconteceu, estamos ainda entregues aos bichos.

Puto: Termo usado em Angola e referente a Portugal

 Referência Bibliográfica: A mão do diabo de José Rodrigues dos Santos

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 13:44
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Quinta-feira, 3 de Janeiro de 2013
MUGIMBO XXXI

EUA evitam abismo fiscal

As escolhas de

    Kimbolagoa

Pela primeira vez em 20 anos, o Congresso americano autorizou, com o apoio de ambos os partidos, uma alta de impostos para os mais ricos. O Legislativo transformou em permanente, para a imensa maioria dos americanos, a redução da carga tributária introduzida há uma década pelo presidente republicano George W. Bush.  “Graças aos votos de republicanos e democratas no Congresso, vou assinar uma lei que sobe os impostos para os 2% mais ricos e evitar, ao mesmo tempo, altas impositivas que teriam devolvido o país à recessão”, disse  o presidente  Barack Obama. Isso representa uma vitória política  para o presidente, que fez da proteção da classe média sua principal bandeira durante a última campanha eleitoral. Após uma longa novela, a Câmara dos Representantes, dominada pelos republicanos, aprovou o projeto legislativo destinado a cancelar os efeitos do chamado “abismo fiscal” no qual o país permaneceu, pelo menos técnicamente, durante um dia.

 Entre outras medidas, a legislação aprovada, que entrará em vigor assim que receber a assinatura de Obama, transforma em permanente o nível atual da carga tributária para 98% das famílias e 97% dos pequenos negócios.. Um número significativo de membros republicanos exigia a introdução de uma emenda para cortar as despesas do Governo em US$ 300 bilhões. Por outro lado, eleva o imposto para os casais com rendas anuais superiores a US$ 450 mil, que voltarão a contribuir com uma taxa de 39,6%, como era há duas décadas, em vez dos 35% atuais. O acordo não prorroga, no entanto, o rebaixamento temporário das retenções sobre os salários aprovadas pelo presidente Barack Obama dentro das medidas de estímulo à economia, pelo que os americanos notarão a partir desta quarta-feira uma redução de seus salários líquidos. Através dessa combinação de altas dos juros e redução de certas deduções para os mais abastados, o Governo espera arrecadar US$ 620 bilhões em novas receitas nos próximos dez anos.

 O próximo desafio será, sem dúvida, a busca de um acordo sobre a redução do orçamento federal, especialmente das despesas em alguns programas sociais muito populares, como o Medicare para os aposentados e o Medicaid para os pobres, cujos custos irão disparar devido ao envelhecimento da população. Sobre isso, Obama advertiu que a racionalização dessas despesas deverá acontecer junto com uma reforma do código fiscal que elimine os abusos e as lacunas que permitem a evasão. Obama advertiu também que não está disposto a entrar novamente em longas negociações com o Congresso sobre o aumento do teto de endividamento nacional. Só mesmo os EUA podem subir a fasquia do endividamento. Isto corresponde a um atleta de salto em altura poder calçar uns sapatos mola de modo a poder saltar dez metros de altura. Portugal não se pode dar a esse confortro a menos que se podesse deslocar totalmente para a lua.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:50
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Quarta-feira, 2 de Janeiro de 2013
CAFUFUTILA : XXXV

AS ESCOLHAS DO KIMBO 

Um Presidente que não conta  - Puto . 1ª de 2 partes

Por

 PEDRO MARQUES LOPES -  Ex-merceeiro, ex-cauteleiro, ex-gasolineiro, ex-bancário, ex-funcionário de telecomunicações, consultor, empresário, gestor, jurista, colunista, comentador, pai e tripeiro em regime de exclusividade

“É um tempo para pararmos um pouco, olharmos à nossa volta e reflectirmos sobre aquilo que fizemos, aquilo que deixámos de fazer, aquilo que não devíamos ter feito, aquilo que podíamos ter feito melhor", afirmou Cavaco Silva durante a sessão de apresentação de cumprimentos natalícios por parte do Governo. Não é de crer que o homem que nunca se engana e raramente tem dúvidas tenha, por uma vez, resolvido anunciar uma introspecção. De alguém que continua a tentar fazer-nos de parvos e diz que as suas palavras sobre as suas pensões foram mal interpretadas quando todos as ouvimos claramente, não podemos esperar grandes actos de contrição.

 Por estas e outras não faltou gente a interpretar aquela frase como um recado ao Governo e não como uma espécie de “mea culpa”. No fundo, uma troca de recados: o primeiro-ministro mandou um recado a Cavaco Silva quando falou - de forma ignorante e imprudente pondo em causa a solidariedade entre gerações, essencial ao equilíbrio da comunidade - sobre "pessoas" que não descontaram o suficiente para ter as reformas de que hoje desfrutam e o Presidente da República tratou de mandar outro recado incentivando Passos Coelho a reflectir. Digamos que estamos bem entregues quando, num momento como o que passamos, Presidente e primeiro-ministro se divertem a mandar recados um ao outro.

É provável que a santíssima trindade composta por Passos, Gaspar e Relvas, essa entidade una e indivisível, não tenha consciência do mal que está a fazer ao País e da catástrofe que está a semear. O Presidente da República também ainda não percebeu que está a ser conivente por acções ou omissões da dita trindade, e que os cidadãos entendem que ele é parte integrante da equipa que está a destruir a classe média, a condenar gente, sobretudo de meia-idade (que não mais vai conseguir arranjar emprego) à miséria e a fazer regredir social e economicamente o País muitas dezenas de anos.

 Ilustrações  do mural de Costa Araújo Araújo

Adenda do Soba: Professores universitários que estão no desemprego, estão a frequentar cursos de padeiro e pasteleiro ministrados pelo Administração de Emprego e Formação Profissional; quanta frustração não haverá nesta gente capacitada para ensinar, e que se vêm relegados para uma função que embora digna, está àquem das suas aptidões; quanto desperdício! Afinal para que nos serve essa CPLP, sabendo nós das carências que existem nesses outros países pertencentes aos PALOPS, (Povos de Língua Oficial portuguesa). Se eu mandasse, assim fosse um niquinho de nada, trataria de colocar esta gente capacitada no Brasil, Angola, Moçambique, Timor e todos os demais na lista de fala Lusa. O que é que está a falhar nesta fusão de povos? A diplomacia não contempla a palavra fraternidade? Qual é a fasquia dessa tão apregoada cooperação?  

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 11:28
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Temos um Hino, uma Bandeira, uma moeda, temos constituição, temos nobres e plebeus, um soba, um cipaio-mor, um kimbanda e um comendador. Somos uma Instituição independente. As nossas fronteiras são a Globália. Procuramos alcançar as terras do nunca um conjunto de pessoas pertencentes a um reino de fantasia procurando corrrigir realidades do mundo que os rodeia. Neste reino de Manikongo há uma torre. È nesta torre do Zombo que arquivamos os sonhos e aspirações. Neste reino todos são distintos e distinguidos. Todos dão vivas á vida como verdadeiros escuteiros pois, todos se escutam. Se N´Zambi quiser vamos viver 333 anos. O Soba T'chingange
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