Domingo, 31 de Março de 2013
MUSSENDO DO PUTO . XXIV

1975 - O ANO EM QUE 200 MIL PORTUGUESES FICARAM SEM SEUS DEPÓSITOS . I

    AS ESCOLHAS DO KIMBO  

Por

 André Rito

O dia 25 de Abril de 1974, em casa de Ilda Lage, na cidade angolana de Cuito, então chamada Silva Porto, foi de festa. "Abrimos uma garrafa de champanhe. Pensávamos que então é que Angola ia ser o país que sempre havíamos sonhado: justo e para todos", lembra. A esperança esfumou-se em pouco tempo, quando a família percebeu que tinha de abandonar o território e embarcar no maior resgate civil alguma vez feito em Portugal: a ponte aérea, que durante o "verão quente" de 1975 trouxe de volta ao país 200 mil portugueses cheios de incertezas. E de mãos vazias.

 Quase 40 anos depois, a família de Ilda Lage ainda faz parte da lista de mil espoliados com processos em tribunal contra o Estado português. "O caso está no Tribunal Internacional de Haia, mas não acredito que se faça justiça." Nascida em Angola, regressou a Portugal ao fim de 35 anos e foi obrigada a começar uma vida do zero. "Deixámos uma vivenda, negócios, tudo. No banco tínhamos o suficiente para comprar um apartamento em Portugal, mas tudo o que conseguimos trazer foi cinco contos por adulto. E meia dúzia de sacos com roupa porque nem malas tínhamos. Estavam esgotadas." Entre 1976 e 1980 deram entrada no Estado português 46 mil processos de reclamação de bens espoliados para descongelamento de contas bancárias, conversão de moeda, indemnizações por bens imóveis, entre outros. Os valores não são fáceis de apurar e a maioria dos que regressaram a Portugal nunca receberam qualquer indemnização, nem do governo português nem das ex-colónias. Num estudo divulgado pela Associação de Espoliados do Ultramar estima-se que terão ficado em África 250 milhões de contos, valores correspondentes apenas às poupanças de 80 mil portugueses.

 "O que vemos no Chipre foi o que nos aconteceu: a determinada altura fecharam os bancos, deixámos de poder levantar dinheiro, congelaram-nos as contas, meteram-nos num avião e aterramos em Portugal, com uma mão à frente e outra atrás", compara Luís Castro, filho de fazendeiros de café que exploravam terras em Angola. "Nessa altura, quando saímos, foi fechar a porta, deixar os frigoríficos cheios e sair. Consegui levantar 50 mil angolares em notas, dinheiro que não valia nada. E as empresas do meu pai deixaram na conta do Banco de Portugal 500 mil contos."

 Para muitos dos que abandonaram o território africano, o limite ao transporte de valores estava fixado em cinco contos por adulto. Não foi o caso de Luís. Mas dos 50 mil que conseguiu levantar, recuperou apenas 150 contos: "Desembarquei, estive três dias no hotel e 15 no chão do aeroporto, a trocar os 50 mil angolares em negociatas com os tripulantes da ponte aérea. Entregava 100 contos, eles compravam ouro e relógios e eu recebia 500 escudos." Apesar dos mais de 30 anos que separam as duas realidades, para quem está no Chipre as limitações à circulação de capitais são reais, tal como foram para os portugueses no Ultramar. Com o resgate, os cipriotas viram-se impossibilitados de abandonar o território nacional com mais de três mil euros, e as medidas impõem restrições também às transferências para o estrangeiro, limitadas a dez mil euros por trimestre, assim como a utilização de cartões de crédito fora da ilha, agora reduzida aos cinco mil euros/mês. O levantamento de cheques foi suspenso.

Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mokanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola), Comunicado.

(Continua…)

Nota: Embora o autor faça alusão a 200.000 espoliados do Ultramar, a realidade é bem superior no número, podendo arriscar-se o mínimo de 600.000 segundo várias fontes não oficiais.  

Opção do

Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:28
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Sábado, 30 de Março de 2013
MUJIMBO . XXXIII

   AS ESCOLHAS DO KIMBO                        

ANGOLARiqueza, é um luxo para poucos! . III

Por

ISOMAR   PEDRO GOMESNatural de Malange, estudou em UNISA - University of South Africa; reside em Benguela. 

Desmobilizado, em 1991, por força dos Acordos de Bicesse, foi entre­gue à sua sorte. Hoje é um homem amargurado, frustrado. Atirado para as sarjetas do desempre­go, sem apoios da Caixa Social das Forças Armadas Angolanas (FAA) ou de uma outra instituição castrense, lamenta a sua sina, assim como de milhares de ex-companhei­ros de farda.

 

 Poderia África ser hoje comparada ao Inferno ou ao Purgatório? Qualquer um deles serve! Paraíso: NUNCA. Pouquíssimos países Africanos (menos do que os dedos de uma mão) podem aproximarem-se a tal eleição. “HOJE até a Bíblia nos tiraram, e as terras continuam a não pertencer ao povo” – sintetizou Morgan Tchavingirai, descrevendo a desgraçada e extrema penúria do povo zimbabweano, respondendo ao guia imortal ainda vivo, que diz ter ressuscitado mais vezes que o próprio Jesus Cristo. Zimbabwe no período citado por Bob Mugabe, era o celeiro de África, o povo era detentor de um dos mais elevados IDH do continente. Por vezes quando nas datas históricas, oiço e vejo pela TV, indivíduos a mencionarem o que o ‘colono nos faziam’, sinceramente não sei se, choro de raiva ou se me mato de ‘risada’, “porque o colono fazia…blá-blá-blá” - dizem eles - hoje faz-se pior!

 

 O colono se fez, quase que o desculpo, é ou foi colono, é branco não é meu irmão de raça, etc., agora quando o meu irmão Angolano, preto como eu, (ex-companheiro da miséria e das ruas da amargura) faz o que viva e denodadamente repudiávamos do colono, esta ultima acção dói muitíssimo mais do que a acção anterior, dilacera e mutila impiedosamente a alma. Por isso, logo após as independências Africanas, verificou-se o segundo êxodo – o primeiro foi dos brancos a abandonarem África - milhões de Africanos, abandonaram com angústia na alma e os olhos arrebitados de descrença a África, a maioria arriscando literalmente as suas vidas (o filme continua até aos nossos dias), seguindo os outrora colonos, porque chegaram a conclusão que afinal não é verdade o que apregoa o político Africano; “eles prometeram-nos o paraíso e dão-nos o inferno a dobrar” disse um jovem africano em Lisboa nos anos 78-80 num programa da RTP.

 Há mais africanos hoje na Europa do que Europeus em África, porque?! Os Europeus, muitos deles depois de chacinados em África pelas revoltas africanas, de regresso aos respectivos países embora destroçados de dor e amargura, receberam de braços abertos muitos dos antigos carrascos, dando-lhes um lar e emprego decente e uma vida digna, que jamais tiveram nos países de origem; Paz e sossego duradouro. O contrario era possível?... Se ainda hoje 37 anos depois do fim da colonização, os dirigentes Angolanos (por exemplo) ainda se desculpam na presença colonial Portuguesa em Angola, para justificar a Pobreza e outros pesares que “estamos a sentir”; eles não são, nunca serão culpados, mas o colono (37 anos depois), SIM. Estou seguro que, quando Angola festejar o 50º aniversário, os dirigentes Angolanos, ainda estarão a rogar pragas ao colono Português.

MUJIMBO: Boato em Kimbundo; Anda de boca em boca; comenta-se em surdina.

(Continua…)

Subscreve

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:20
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Sexta-feira, 29 de Março de 2013
PIAÇABUÇU . XVII

 {#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO           

“DOS JESUITAS AOS TUBARÕES” .  15

Por

    Roeland Emiel Steylaerts

VIDA DE CHÁCARA

Vivi uma vida gostosa, plena de glamour; era rara a noite que eu ficava sozinho, pois sempre tinha companhia. Quando precisavam de mim em caso de acidentes, estava presente; muita coisa aconteceu numa vida plena, do jeito que eu gostava! Um dia vindo de Brasília rumo á chácara, na pista sem luz e sem movimento, vejo uma mancha grande de óleo; alguma coisa me dizia que havia ali algo errado. Meu filho tinha ido de moto uma hora antes, e eu estava ansioso. Desci do carro com uma lanterna de pilha fraca, daquelas que se tem de ficar batendo para se manter acesa. Vi do lado do asfalto um pacote com carne que alguém tinha deixado cair. Cheguei perto, e virei o pacote, e para meu espanto... aparece uma mão humana com um anel de ouro no dedo. Gelei...sozinho no mato, sem nenhum carro passando. Tratava-se de um tórax humano. Ao longe vi um carro a quem eu fiz sinal para parar. Era um táxi. Pedi para avisar a Policia Rodoviária, pois tinha um tórax humano na pista. O motorista nem desceu do carro e foi embora, pois o Posto da Policia rodoviário estava a poucos quilómetros.

 Por instinto atravessei a pista, com minha lanterna mixuruca, depois de andar uns 20 metros achei uma perna, sem pelo, pois a pele estava esticada que nem num arco. Era de um homem escuro... perna feia e curta; fiz mais uns metros, e outra perna. Chegou outro carro devagar, era a Policia Rodoviária, mas sem ligar a luz vermelha dela, para não avisar. Expliquei o que tinha achado; só faltava a barriga e a cabeça.  A seguir parou um carro, e mais outro. Uma mulher mais valente falou “vamos procurar a cabeça”. Abri a camisa do tórax, quando notei um olho, depois outro... um nariz achatado. A cabeça tinha entrado no tórax. A mulher valentona, parou na hora, vomitou e foi embora. Tudo indicava ser o cadáver de uma pessoa atropelado por um carro de carroçaria baixa, que se pôs em fuga e, provavelmente com a baixa barriga presa no chassis. Deixei meus dados à polícia, e fui para a Churrascaria “Boi na Brasa” comer um bom churrasco, e umas taças de vinho. Bebo toda noite, para poder dormir. Se não for assim, não durmo.

 Chegou o momento de vender a chácara; isto foi logo depois do meu sequestro. Achei finalmente um comprador, um casal de psicólogos, que iria abrir uma clínica de repouso ali. Vendi barato e fui viajar para o Ceará. Um ano depois fiquei sabendo que o homem, se separou da mulher, morrendo em seguida com SIDA; um seu colega estava também, morrendo no hospital. Sua irmã que trabalhava com pedras preciosas na galeria do Venâncio em Brasília, tinha sumido sendo já, considerada assassinada. Seu corpo nunca apareceu. A chácara estava abandonada, e ninguém reclamava de nada... Fui visitar a chácara, que foi toda roubada. Tiraram o forro, os tapetes, torneiras e tudo que dava para tirar. Morava ali um policial que a invadiu, e me mostrava a casa, ou melhor o que sobrou dela. Na casa do caseiro outra invasão, tudo destruído; antena tinha cedida, e estava no chão. A História da chácara acaba aqui...

(Continua...)

Piaçabuçu: Cidade situada na foz do Rio São Francisco - Brasil

Nota: Esta é a estória vulgar de um emigrante Belga fugido da guerra e que se aventurou em terra estranha do outro lado do Oceano. Os tempos mudaram, as agruras são outras mas a vida é assim mesmo, um rodopio de acontecimentos com carrapatos que parecendo nada, mudam o rumo.

Compilado com correcções ortográficas e arranjo ao texto original por

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:06
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Quinta-feira, 28 de Março de 2013
XICULULU . XXXI

   AS ESCOLHAS DO KIMBO                         

A OBSESSÃO PELO MELHORO melhor, ficou demasiado vulgar

Por

 Leila Ferreira é uma jornalista mineira com mestrado em Letras e doutoramento em comunicação em Londres, que optou por viver uma vida simples, em Belo Horizonte

Estamos obcecados; competimos pelo "melhor".

Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor". Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor ténis, o melhor vinho. Bom, não basta! O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros p´ra trás e que nos distingue, que nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor". Isso até que outro "melhor" apareça e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer. Novas marcas surgem a todo instante. Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter. O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente; um eterno desassossego.

 Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter. Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos. Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários. Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás desse paradigma. Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente. Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência? Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que me vai matar de stress porque é o melhor cargo da empresa? E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto? O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chefe"!

 A cabeleireira do meu bairro, tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro "? Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor, nos deixa ansiosos impedindo-nos de desfrutar o "bom" que já temos. A casa que é pequena, mas nos acolhe. A TV que está velha, mas nunca deu defeito. O homem que tem defeitos, mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos"; ou as mulheres. As férias que não vão ser na Turquia, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar a chance de estar perto de quem amo... O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem. E, tem como trocarmo-nos? O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer. Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso? De virarmos uma carcaça de silicone para parecer. Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?

 Xicululu: - Olharapo,  Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo, cobiça.

Sofremos demais pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos. Shakespeare

Ilustrações: - Miró

Opção de

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:53
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Quarta-feira, 27 de Março de 2013
N´NHAKA . IV

PITAGORAS DE SIRACUSA - A PAIXÃO DA HIPOTENUSA

    AS ESCOLHAS DO KIMBO     

O TRIÂNGULO AMOROSO

Um Quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma Incógnita. Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a, do Ápice à Base... Uma Figura Ímpar; olhos rombóides, boca trapezóide, corpo ortogonal, seios esferóides. Fez da sua uma vida Paralela à dela, até que se encontraram no Infinito. "Quem és tu?" indagou ele com ânsia radical. "Sou a soma do quadrado dos Catetos. Mas podes chamar-me Hipotenusa."
 De fala em fala descobriram que eram o que, em aritmética, corresponde a almas irmãs, primos-entre-si. E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz Numa sexta potenciação traçando, o sabor do momento e da paixão com rectas, curvas, círculos e linhas sinusoidais. Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas e os exegetas do Universo Finito. Romperam convenções newtonianas e pitagóricas e, enfim, resolveram casar-se; constituir um lar. Mais que um lar, uma Perpendicular. Convidaram para padrinhos o Poliedro e a Bissectriz. E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro sonhando com uma felicidade Integral e… Diferencial.

Casaram-se e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos. E foram felizes até àquele dia em que tudo, afinal, se tornou monotonia. Foi então que surgiu o Máximo Divisor Comum... frequentador de Círculos Concêntricos. Viciosos. Ofereceu a ela, uma Grandeza Absoluta, reduzindo-a a um Denominador Comum. Ele, Quociente, percebeu que com ela não formava mais Um Todo; uma Unidade. Era o Triângulo, chamado de amoroso. E, desse problema ela era a fracção mais ordinária. Foi então, quando Einstein descobriu a Relatividade e tudo que era espúrio passou a ser moralidade como aliás, em qualquer sociedade.

Autor: O Xinguila da Maianga, da Luua

N´nhaka: - Do Umbundo, lameiro, plantação junto aos rios e em zona plana e húmida, horta.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:27
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Terça-feira, 26 de Março de 2013
KANIMAMBO . XXXII

“O ESPÍRITO DA COISA” Talento . 10

 AS ESCOLHAS DO SOBA

A MÍSTICA E O MITO DE PIGMALEÃO

Maxwell Maltz

O mito de Pigmaleão tem a sua origem em uma fábula do poeta romano Ovidio; Na fábula, Pigmaleão é um escultor que se apaixona pela sua própria obra: uma escultura. A deusa Vénus recompensa Pigmaleão dando vida à estátua. O sentimento do artista muda a condição da estátua. O efeito de Pigmaleão, significa, portanto, o resultado de nossas expectativas. O que aqui é dito, significa que ao se desejar profundamente alguma coisa, esse sentimento nos estimulará a buscar todos os meios para concretizá-lo. Há aqui, um mecanismo de suporte a que podemos classificar de místico. A teoria do cirurgião plástico Maxwell Maltz surgiu após observar que levava 21 dias para seus pacientes notarem as mudanças e os benefícios promovidos pela cirurgia, mas que enquanto isso, eles imaginavam os benefícios do tratamento e se sentiam muito mais entusiasmados e optimistas. A correcção de um defeito estético pode afectar o carácter e a personalidade das pessoas.

Mudar a aparência física, muitas vezes, cria uma pessoa completamente nova. O bisturi que mantinha em suas mãos tornou-se uma varinha mágica que não apenas mudava a aparência das pessoas, mas também a sua personalidade. O tímido e introvertido torna-se extrovertido e corajoso. Aquele considerado estúpido e ignorante torna-se brilhante e cortês. Um vendedor que havia perdido a confiança em si, virou modelo de auto-estima. A compreensão da atitude dessas pessoas, está no facto de se ter alterado algo nelas, que antes as fazia sentir inferiores. Mas, paralelamente aos que mudavam sua personalidade há outros que não mudam em nada; mesmo após alterarem sua fisionomia facial por completo, eles mantinham seu comportamento como se nunca tivessem alterado sua aparência. Amigos e familiares mal conheciam o paciente, mostrando-se entusiasmados com o novo visual mas, eles insistiam em que a cirurgia não mudara em nada sua aparência. Seu timo em nada mudava sua alma, sua vida.

  O timo era conhecido pelos gregos antigos, e seu nome vem da palavra grega (thumos), ou seja, o coração, a alma, o desejo de vida, - possivelmente devido à sua localização no peito, perto de onde eles se sentem subjectivamente as emoções , ou, alternativamente, o seu nome vem da erva Thymus ( tomilho ) (grego θυμός ), que se tornou o nome de um "relatório de excreção", possivelmente por causa de sua semelhança com um ramo de tomilho.

 Se o bisturi de Maltz era mágico para uns, porquê não o era para outros? É claro que o paciente raciocina através de uma estranha alquimia mental racionalizando da forma mais coerente com seu perfil psicológico.  A cirurgia plástica só terá um resultado efectivo se, além da mudança física, a pessoa tivesses outra, psicológica. “ Se a imagem desfigurada não é removida da mente das pessoas, elas continuarão agindo como se a cicatriz ou o aspecto indesejável ainda lá estivesse” explicou Maltz. Se, no nosso dia a dia, estivermos às voltas com pensamentos de angústia, ansiedade, preocupações, por exemplo, a tendência é experimentar essas emoções.

Referência Bibliográfica: O Óbvio que ignoramos de Jacob Pétry

Kanimambo: Obrigado (de Moçambique)

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:05
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Segunda-feira, 25 de Março de 2013
PUTO . XXXI

PONTO DE VISTAna “quentura do círculo"

O ESTUPOR NO PELOURINHO

Por

  Alice Brito - Licenciada em Direito, exerce advocacia, colaborando também em diversos periódicos da região de Setúbal.

Havia dantes no coração das vilas umas colunas de pedra que tinham o nome de pelourinhos. Aí eram expostos os sentenciados que a seguir eram punidos com vergastadas proporcionais à gravidade do seu crime. Era aí que eu te punha, meu glutão. Terias, pois, de suportar o olhar daqueles a quem prometeste o paraíso a prestações e a quem depois serviste o inferno a pronto pagamento. Daqueles que hoje vivem na rua. Dizes com a maior lata que vivemos acima das nossas possibilidades. Mas não falas dos juros que cobraste. Exibia-te para que fosses visto pelas pessoas que ficaram sem casa e a entregaram ao teu banco. Terias de suportar o seu olhar, sendo que o chicote dos olhos é bem mais possante que a vergasta.
O ESTUPOR NO PELOURINHO POR ALICE BRITO - ADVOGADA, ESCRITORAHavia dantes no coração das vilas umas colunas de pedra que tinham o nome de pelourinhos. Aí eram expostos os sentenciados que a seguir eram punidos com vergastadas proporcionais à gravidade do seu crime. Era aí que eu te punha, meu glutão. Terias, pois, de suportar o olhar daqueles a quem prometeste o paraíso a prestações e a quem depois serviste o inferno a pronto pagamento. Daqueles que hoje vivem na rua. Dizes com a maior lata que vivemos acima das nossas possibilidades. Mas não falas dos juros que cobraste. Exibia-te para que fosses visto pelas pessoas que ficaram sem casa e a entregaram ao teu banco. Terias de suportar o seu olhar, sendo que o chicote dos olhos é bem mais possante que a vergasta.:::::::Olha, meu estupor, sabes o que acontece às casas que as pessoas te entregam? Sabes, pois? São vendidas por tuta-e-meia, o que quer dizer que na maior parte dos casos, o pessoal apesar de te ter dado a casa fica também com a dívida. Os teus lucros vêm de crimes sucessivos: Furtos, Roubos, Gamanços, Comissões de manutenção, Juros moratórios, Juros compensatórios, arredondamentos, spreads e mais juros de todas as cores. Os juros aumentavam ou diminuíam conforme era decidido por criaturas que a gente nem conhece. Os bancos eram só facilidades. Concediam empréstimos a toda a gente. Um carnaval completo, obsessivo, até davam prendas, pagavam viagens, ofereciam móveis. Sabiam bem o que faziam.:::::::Vens de uma família que se manteve gloriosamente ricalhaça à custa de alianças com outros da mesma laia. Viveram sempre patrocinados pelo estado, fosse ele ditadura ou democracia. O estado, aquela coisa que tu dizes que não deve intervir na economia, têm-vos dado a mão todos os dias façam vocês o que fizerem. Discursas sem pejo sobre a crise de que a cambada a que pertences é a principal responsável. Agora… vens agora com aquela dos sem-abrigo. Também houve sobreviventes em Auschwitz, meu nazi. É isso que tu queres? Transformar este país num gigantesco campo de concentração? Dizes isto no dia em que anuncias 249 milhões de lucros para o teu banco. Por tudo isto, te punha no pelourinho. Só para seres visto pelos milhares que ficaram sem casa. Só um caldo de vez em quando. És hoje um dos czares da finança. Vives na maior, cercado pelos sebosos Rasputines governamentais. Olha, meu estupor, sabes o que acontece às casas que as pessoas te entregam? Sabes, pois? São vendidas por tuta-e-meia, o que quer dizer que na maior parte dos casos, o pessoal apesar de te ter dado a casa fica também com a dívida. Os teus lucros vêm de crimes sucessivos: Furtos, Roubos, Gamanços, Comissões de manutenção, Juros moratórios, Juros compensatórios, arredondamentos, spreads e mais juros de todas as cores. Os juros aumentavam ou diminuíam conforme era decidido por criaturas que a gente nem conhece. Os bancos eram só facilidades. Concediam empréstimos a toda a gente. Um carnaval completo, obsessivo, até davam prendas, pagavam viagens, ofereciam móveis. Sabiam bem o que faziam.

    Vens de uma família que se manteve gloriosamente ricalhaça à custa de alianças com outros da mesma laia. Viveram sempre patrocinados pelo estado, fosse ele ditadura ou democracia. O estado, aquela coisa que tu dizes que não deve intervir na economia, têm-vos dado a mão todos os dias façam vocês o que fizerem. Discursas sem pejo sobre a crise de que a cambada a que pertences é a principal responsável. Agora… vens agora com aquela dos sem-abrigo. Também houve sobreviventes em Auschwitz, meu nazi. É isso que tu queres? Transformar este país num gigantesco campo de concentração? Dizes isto no dia em que anuncias 249 milhões de lucros para o teu banco. Por tudo isto, te punha no pelourinho. Só para seres visto pelos milhares que ficaram sem casa. Só um caldo de vez em quando. És hoje um dos czares da finança. Vives na maior, cercado pelos sebosos Rasputines governamentais.

 As escolhas de

Soba T´chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:36
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Domingo, 24 de Março de 2013
MUJIMBO . XXXII

   AS ESCOLHAS DO KIMBO                        

ANGOLARiqueza, é um luxo para poucos! . II

Por

  ISOMAR   PEDRO GOMESNatural de Malange, estudou em UNISA - University of South Africa; reside em Benguela.

Desmobilizado, em 1991, por força dos Acordos de Bicesse, foi entre­gue à sua sorte. Hoje é um homem amargurado, frustrado. Atirado para as sarjetas do desempre­go, sem apoios da Caixa Social das Forças Armadas Angolanas (FAA) ou de uma outra instituição castrense, lamenta a sua sina, assim como de milhares de ex-companhei­ros de farda.

 

 As então, gerações de jovens africanos instruídos pelas instituições da administração colonial organizaram-se politicamente e fizeram soar a acusação de que os Europeus estavam a sugar as riquezas do solo pátrio em benefício exclusivo das nações colonizadoras, desconsiderando totalmente os interesses dos nativos e das colónias, transformando os autóctones em miseráveis na sua própria terra; “eles vieram com a Bíblia, nós tínhamos as terras, no fim eles ficaram com as terras e nós com a Bíblia” disse Robert Mugabe, nacionalista e guia da libertação do Zimbabwe.

Jomo Keniata

Organizaram-se contra o invasor, protestos, revoltas, guerras, chacinas, a história regista que o movimento e actuação dos ‘mau-mau’ liderado pelo indomável Jomo Keniata, foi um dos mais cruéis de África e o que chamou a atenção da comunidade internacional, para a necessidade da urgente descolonização do continente negro. Claro a violência gera violência, os resultados hoje fazem parte da história. A resposta colonial a violência nacionalista africana, sempre foi comedida, por exemplo, se a força policial Portuguesa no 4 de Fevereiro e posteriormente no 12 de Março de 1961, correspondessem com o mesmo demonismo com que o MPLA ‘respondeu’ ao chamado Fraccionismo do 27 de Maio 1977, muitos dos actuais dirigentes, não existiriam, e provavelmente não haveria movimentos de libertação, durante muito tempo. 

 Passado cerca de meio século, que a maioria dos países Africanos ‘arrancaram’ na ponta da espingarda a independência das potências colonizadoras (seguindo a lição do camarada Mao Tsé-Tung), se fizermos o balanço, quais foram os ganhos que os respectivos países e povos obtiveram, poucos são os Países Africanos que diremos, saíram indiscutivelmente a ganhar. “Quando é que a independência afinal vai acabar?”- Indagou desesperado/desapontado um septuagenário angolano nos idos anos 78-80, fatigadíssimo da guerra estúpida, de tanta crueldade e injustiça praticada pelos seus patrícios (do regime e da oposição), denominados de nacionalistas de primeira água.

MUJIMBO: Boato em Kimbundo; Anda de boca em boca; comenta-se em surdina.

(Continua…)

Subscreve

O Soba T´Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:33
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Sábado, 23 de Março de 2013
MULUNGU . XXXVI

OS MONSTROS DE PORTUGAL !

   AS ESCOLHAS DO KIMBO

Por

 Joaquim Letria

SE PASSOS COELHO FOSSE HONESTO!

A REDUÇÃO das reformas e pensões são as piores, mais cruéis, e moralmente mais criminosas, das medidas de austeridade a que, sem culpa nem julgamento, fomos condenados pelo directório tecnocrático que governa o protectorado a que os nossos políticos reduziram Portugal. Para os reformados e pensionistas, o ano de 2013 vai ser ainda pior do que este 2012. Os cortes vão manter-se ou crescer e, com o brutal aumento de impostos, a subida dos preços dos combustíveis, do gás e da electricidade, e o encarecimento de muitos bens essenciais, o rendimento disponível dos idosos será ainda menor.
:::::::

Os aposentados são indefesos. Com a existência organizada em função dum determinado rendimento, para o qual se prepararam toda a vida, entregando ao Estado o estipulado para este fazer render e pagar-lhes agora o respectivo retorno, os reformados não têm defesa. São agora espoliados e, não tendo condições para procurar outras fontes de rendimento, apenas lhes resta, face à nova realidade que lhes criaram, não honrar os seus compromissos, passar frio, fome e acumular dívidas.
 No resto da Europa, os velhos viram as suas reformas não serem atingidas e, em alguns casos, como sucedeu, por exemplo, em Espanha, serem até ligeiramente aumentadas. Portugal não é país para velhos. Os políticos devem pensar que os nossos velhos já estão mortos e que, no fim de contas, estamos todos mal enterrados... Sigam a lista dos nove SEs:

1 -Se Passos Coelho começasse por congelar as contas dos bandidos do seu partido que afundaram o país, era hoje um primeiro-ministro que veio para ficar.

2 -Se Passos Coelho congelasse as contas dos offshore de Sócrates que apenas se conhecem 380 milhões de euros (falta o resto) era hoje considerado um homem de bem.

3 -Se Passos Coelho tivesse despedido no primeiro dia da descoberta das falsas habilitações o seu amigo Relvas, era hoje um homem respeitado.

4 -Se Passos Coelho começasse por tributar os grandes rendimentos dos tubarões, em vez de começar pela classe média baixa, hoje toda a gente lhe fazia uma vénia ao passar.

5 -Se Passos Coelho cumprisse o que prometeu, ou pelo menos tivesse explicado aos portugueses porque não o fez, era hoje um Homem com H grande.

6 -Se Passos Coelho, tirasse os subsídios aos políticos quando os roubou aos reformados, era hoje um homem de bem.

7 -Se Passos Coelho tivesse avançado com o processo de Camarate, era hoje um verdadeiro Patriota.
8 -Se Passos coelho reduzisse para valores decimais as fundações e os observatórios, era hoje um homem de palavra.

9 -Se Passos Coelho avançasse com uma Lei anti-corrupção de verdade doa a quem doer, com os tribunais a trabalharem nela dia e noite, era já hoje venerado como um Santo.

 Mulungu: É uma arvore de grande porte com flores vermelhas,;existem no Brasil e em Angola

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:56
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Sexta-feira, 22 de Março de 2013
KANIMAMBO . XXXI

“O ESPÍRITO DA COISA” Talento . 9

 AS ESCOLHAS DO SOBA

Geralmente, os problemas da nossa vida, surgem quando assumimos compromissos, quando definimos metas e objectivos. Porque existem obstáculos, é o motivo maior que nos leva a estabelecer uma meta ou compromisso, situações que dificultam o caminho entre o ponto de partida e onde queremos chegar e, é impossível agir onde você não está. Não há como proceder onde você esteve e não há como agir onde estará. Todos nós, só podemos agir onde estamos. O ser humano possui uma medida limite de capacidade para compreender, avaliar e processar informações sobre um tema específico, num determinado momento.

 Os seres humanos são sistemas energéticos complexos. A energia que pulsa em nós possui quatro dimensões: física, mental, emocional e espiritual. Todas são de fundamental importância. Muitas pessoas trabalham muito, estabelecem metas, criam estratégias, alcançam objectivos espectaculares, mas não encontram sentido para a vida; não conseguem encontrar o verdadeiro propósito naquilo que fazem. Se você está vivendo sua vida, cada momento deve ter sentido; esse sentido é encontrar uma razão para estar aqui.

 Quando não temos certeza dos nossos valores, quando somos incapazes de reconhecer a humanidade que existe por detrás das nossas conquistas, tornamo-nos em autónomos desligados do mundo; aqui, o sucesso perde sentido. Estabelecer um propósito na nossa necessidade espiritual, é a única coisa capaz de dar um verdadeiro sentido à nossa conquista. Faz falta ter fé de que há uma razão maior pela qual estamos aqui. As pessoas perderam um pouco a realidade do que significa ser feliz. Nós, sentir-nos-emos melhor se tivermos um propósito para guiar nossas decisões. Às vezes somos surpreendidos por não saber o motivo exacto pelo qual tomamos decisões. Se, se entender o motivo pela qual você esta tomando uma decisão, você se sentirá mais seguro. Nosso carácter só se expandirá, se ele, carácter, for desafiado.

Referência Bibliográfica: O Óbvio que ignoramos de Jacob Pétry

Kanimambo: Obrigado (Moçambique)

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:24
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Quinta-feira, 21 de Março de 2013
MOKANDA DO SOBA . XXIX

" TEMPOS DE DIPANDA  - Verdade ficcionada

Por

   T´Chingange

 Oshakati, ficava na direcção contrária à faixa de Caprivi, uma faixa de linha recta saída do Divundo junto ao rio Cubango até o rio Zambeze com cerca de 405 km de comprimento e 30 km de largura. Tem a forma de frigideira e fica situada no nordeste da Namíbia formando as duas regiões namíbianas denominadas de Kavango e Caprivi.  Tinha indicações que havia um tal senhor Rocha que fugido do Sul de Angola ali se estabeleceu com um restaurante e uma fiada de casas térreas que eram alugadas a baixo custo a refugiados; foi para ali que me dirigi e aonde me refastelei com uma caldeirada de cabrito. Rocha era ainda um rapaz novo; sentou-se em minha mesa e conversamos um longo tempo, fruto da minha insistência na recolha de informações. Rocha falou abertamente do sonho em se fazer rico, construir um hotel em condições e negociar com diamantes quando lhe fosse possível. Aconselhou-me a ficar num dos quartos de Bicho da Ponte do Charuto logo no fundo da rua, pois que ele estava com os alojamentos repletos de gente saída de Angola.

 Em África parece tudo ser perto pois que tudo se sabe; carências de notícias levam à união e a fraternidade dando a isto uma característica única no mundo; Em nenhum lado do grande globo se encontra esta postura e este facto é a razão porque ninguém se esquece dessa vida, daqueles aromas, do som do mato, do chorar da hiena, o uivar do mabeco e até o cacarejar das capotas com o “tou-fraca, tou-fraca…” mais o por do sol atrás duns chinguiços, cassoneiras ressequidas e mato estéril. Rocha estava a par da odisseia de João Miranda do Mukwé e acabei por ouvir um pouco mais da sua fuga: Quando Miranda chegou ao Mucusso e passou a fronteira para o Sudoeste Africano, as autoridades sul-africanas aturam com rapidez. O comando Sul Africano do Rundu, enviou prontamente tropas para receber a família no Calai.

 A família Miranda estava salva. O comandante da polícia local, o inspector Erasmos, instalou os Miranda numa “guest house” do Governo. Nessa mesma tarde apareceu o general Loots, reformado, combatente da II Guerra Mundial, acompanhado por um oficial português, madeirense, o tenente Silva. João Miranda foi entrevistado e no final informaram-no de que receberia no fim do mês um ordenado, relativo ao primeiro dia em que fugira de Angola. A família foi depois transferida para Grootfontein, já no interior norte da colónia, para maior protecção. - Julgo que é ali que eles estão agora! Afirmou Rocha. Com esta informação a minha odisseia teria outro rumo; Teria toda a noite para pensar como prosseguir no dia a seguir; agora iria à procura do senhor Bicho para me instalar.  

(Continua…)

Glossário: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes, durante os longos anos da crise Angolana, e após o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional. Corresponde à diáspora de angolanos e afins espalhados por esse mundo.

O Soba  T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:03
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Quarta-feira, 20 de Março de 2013
N´NHAKA . III

COMO SOBREVIVER A UM ATAQUE CARDÍACO QUANDO SOZINHO

    AS ESCOLHAS DO KIMBO

Como muitas pessoas estão sozinhas quando sofrem um ataque cardíaco, sem ajuda, a pessoa cujo coração está batendo indevidamente e que começa a se sentir fraco, tem apenas cerca de 10 segundos antes de perder a consciência. No entanto, essas vítimas podem ajudar a si mesmos tossindo repetidamente e vigorosamente. Uma respiração profunda deve ser efectuada antes de cada tosse, e a tosse deve ser profunda e vigorosa, prolongada como se produzida no interior do tórax.

 O sangue não oxigenado flui através do coração em uma direção, que entra através da veia cava superior na aurícula direita e é bombeado através da valva tricúspide no ventrículo direito antes de ser bombeado através do válvula pulmonar para as artérias pulmonares para o pulmões. Ele retorna dos pulmões através das veias pulmonares para a aurícula esquerda onde é bombeado através da válvula mitral no ventrículo esquerdo antes de sair através da válvula aórtica para o aorta.

 A respiração e a tosse devem ser repetidas a cada dois segundos, sem parar, até que a ajuda chegue, ou até que sinta que o coração está batendo normalmente. Respirações profundas obtém oxigénio para os pulmões e os movimentos de tosse pressionam o coração e mantém o sangue circulante. A pressão de compressão sobre o coração também ajuda a recuperar o ritmo normal. Desta forma, vítimas de ataque cardíaco podem chegar a um hospital. Diga a muitas outras pessoas sobre isso. Isso pode salvar suas vidas!

* N´nhaka: - Do Umbundo, lameiro, plantação junto aos rios e em zona plana e húmida, horta.   

Gentileza de Elvira Monteiro Gaspar – Investigadora na Universidade Nova de Lisboa 

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:49
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Terça-feira, 19 de Março de 2013
MUJIMBO . XXXI

 AS ESCOLHAS KIMBO

ANGOLARiqueza, é um luxo para poucos! . I

Por

 ISOMAR PEDRO GOMESNatural de Malange, estudou em UNISA - University of South Africa; reside em Benguela.

Desmobilizado, em 1991, por força dos Acordos de Bicesse, foi entre­gue à sua sorte. Isomar Pedro Gomes, ex-funcionário da delegação provin­cial da Segurança do Estado (em Benguela), hoje é um homem amargurado, frustrado. Recusa-se a revelar os cargos que exerceu dentro da «secreta» benguelense, desculpando-se. Atirado para as sarjetas do desempre­go, sem apoios da Caixa Social das Forças Armadas Angolanas (FAA) ou de uma outra instituição castrense, lamenta a sua sina, assim como de milhares de ex-companhei­ros de farda.

 Luanda  - À dias a caminho do Hojy-yá-Henda, a bordo de um dos maximbombos da TCUL Viana - Cuca, um dos vários azulinhos, os emblemáticos táxis colectivos, que ‘palmilham’ Luanda, chamou a atenção ao exibir no vidro traseiro o seguinte dístico; BRANCO È DEUS, MULATO É ANJO, PRETO É DIABO. Tal dístico levantou as mais diversas celeumas entre os passageiros do maximbombo e transeuntes por onde o dito azulinho (mini m´bombó - ‘popó-show’) passou. Raciocinei com os meus botões e os meus botões comigo, as causas que levaram o proprietário do ‘popó’ ou do ‘chauffeur de praça’ a mencionar e exibir tal ‘desgraçado ou ditoso (?!)‘ rótulo. Na busca mental das ‘causas’, não pude deixar de comparar o modo de vida de hoje e o da administração colonial, quando o País e a grossa maioria dos países do continente Africano, era administrado por indivíduos maioritariamente de raça branca, provenientes da Europa, “os tais colonos”, poderia África ser comparada a um paraíso? A quem diga sim, eu não discordo dele! “Colonialismo caiu na lama!” Lembram-se deste célebre estribilho 1974-1977?

 

Foto: VIVA A POBREZA!...A eliminação da subvenção dos combustiveis, vai beneficiar os pobres? o que acham mwangolés?... há quem defenda a eliminação da subvenção e o aumento de unidades de transportes públicos, os chamados articulados na cabeça de lista... será? A JOÌA COLONIAL - Angola, era mundialmente conhecida como a Jóia do império Português e exibia majestosa, todos os pergaminhos de tal título, o Quénia a par da África do Sul, a jóia Africana do império Britânico, Algéria a jóia Africana do império Francês e o antigo Congo/Zaire a jóia do Belgas. Tais países Africanos - no contexto do outrora, prosperavam a olhos vistos (a maioria deles encontravam-se ainda na idade da pedra), as respectivas comunidades autóctones idem em aspas, os índices de desenvolvimento humano dos autóctones inegavelmente estavam lenta e seguramente subindo, as obras dos colonialistas ainda perduram pela África adentro. Verdade seja dita, o esclavagismo e as guerras de “kwata-kwata” fizeram irremediáveis estragos em África. Mas também não é menos verdade, que a falta de unidade, ambição, irresponsável individualismo e a sempre estúpida e insana mente guerrearam, fizeram verter sangue (entre nós Africanos), tornaram bem-vinda “la pax romana” isto é promulgação da força do chicote e da bala, pelos Europeus.

(Continua…)

MUJIMBO: Boato em Kimbundo; Anda de boca em boca; comenta-se em surdina.

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O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:52
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Segunda-feira, 18 de Março de 2013
KANIMAMBO . XXX

“O ESPÍRITO DA COISA” Talento . 8

AS ESCOLHAS DO SOBA

Tentamos controlar os eventos da nossa vida, mas nem sempre somos capazes de os controlar; perante isso, limitamos nossas vidas a circunstâncias menores, sobre as quais temos algum controle. Está claro que este procedimento limita o desenvolvimento de nosso potencial e nos impede de explorar nossos talentos. Nosso potencial é posto à prova quando fica exposto em ambientes onde não sabemos o que fazer, onde não existem somente certezas; precisamos expor-nos. Estes momentos podem encher-nos de desespero e angústia se nossa relação com o tempo for equivocada. Não podemos fazer nada do passado porque passou e, não podemos agir no futuro porque ainda não chegou. Nem tampouco podemos saber como agir o futuro porque não conhecemos as contingências que o envolverão. Resta-nos o agora.

  É em ambientes repletos de desafios que mais crescemos, que descobrimos nosso verdadeiro propósito e que moldamos nosso carácter. Quando estamos livres do medo, da angústia, da insegurança, o caminho estará aberto para tudo o que buscamos. Nunca obterá êxito no presente, se ficar remoendo o passado ou construindo castelos de areia no futuro. Este propósito alcança-se com acções práticas no momento presente. As oportunidades da vida têem de ser aproveitadas no agora.

 

    Podemosvaliar possíveis circunstâncias mas não podemos prever os resultados, nem mesmo os factos mais triviais do amanhã. As contingências raramente dependem de nós; o que podemos fazer, é dar o melhor de nós em cada instante e, paulatinamente fazer de cada acto isolado um sucesso pontual. Para facilitar o processo das infinitas escolhas do dia a dia, processamos definir alguns padrões irrevogáveis, esses itens, devem ser nossos valores, tais como honestidade, integridade e simplicidade.

Referência Bibliográfica: O Óbvio que ignoramos de Jacob Pétry

Kanimambo: Obrigado (Moçambique)

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:29
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Domingo, 17 de Março de 2013
MULUNGU . XXXV

RELEMBRAR LUUANDA! - NO INCHAÇO DO TEMPO

Por

T´CHINGANGE

 Que saudades dos meus tempos de candengue! Da malta com quem ia ao Cine-Colonial ver o Zorba, as cowboyadas do John Wine, das beatas pelo ar e dos avisos aos heróis de cena, cuidados e “olha na tua trás” da plateia cheia de grunhos, mazombos e alguns gwetas como eu. Que saudades das sandes de peixe frito do velho Campino, e daquele seu "boteco" defronte da Farmácia São Paulo! Do Sr. Brito que tratava da "flor do Congo"! Que saudades dos doces da paracuca, pirolitos, kicuerra e kafufutila! Saudade das palavras que o tempo escondeu por dentro do tempo que nos faz bassula e, certas palavras do tempo que se esquindivam no catravés da idade que num para.

 Lembranças do baleizão, das sandes de presunto e cachorro quente e daqueles finos de cerveja Cuca, tiradas à maneira, pelo Tarik? Das garinas conquistadas nos muitos bairros aonde exibíamos a nossa banga ninita como da Maianga, Vila Alice, Praia do Bispo, Vila Clotilde, Do Rangel, Samba, Sambizanga, Marçal, Catambor. Da banga fecúla que dispensávamos às m´boas do Bairro da Terra Nova, da Caoope, do Bairro do Café, Maculussu, Ingombotas e lá longe no Cassequele. Das farras do Braguês e na cultura do cinema no Kipaka, Kilunda, Restauração do Chà-das-seis do Montez e as baronas do Bê-Ó; da Maria das pressas e da Calhoça. Desportivo de São Paulo! Aiué Copacabana! Aiué o Rex! Aiué Liceu Salvador Correia! E, a EIL na Vila Alice. Do maximbombo nº 3 da Maianga, Malhoas e Rio-seco. Das idas à barra do Kwanza, das bissapas no Morro da Luua, Mabubas, Mulemba, Kacuaco, Porto Kipiri e Kifangondo dos cacussus, das bialas de zuza no lifune e dos maboques na estrada de Catete tão cheio de chinguiços, Viana, Calomboloka, Kassoneca e a Muxima no Kwanza.

 Aiué Catonho-Tonho! Aiué Gajajeira! Aiué Lusolanda, Robert-Hudson, Casa Americana, Biker, Quintas e Irmão, Armazéns do Minho e do Bungo, Maria Armanda e Lello. São essas recordações, que nos fazem lagrimar na saudade! A fragrância da Catinga, do Mufete, da garoupa, peixes galo, pungo, corvina, prata e caxuxo. Do cacussu assado com feijão de óleo de palma, com o pirão ou funge com o caldo do cozido. Saudades do bangasumo do kimbombo do marufo da cassoneira, da t´chissângwa e a bolunga de milho. Dos piqueniques no Mussulo e, seus barcos kapossoka e kitoco a acalmar as agruras dum fim-de-semana; acalmia, sossego e paz no encanto da embriaguez de um outro mundo na voz do tempo! Na voz daqueles que já partiram! Aiué Minguito com a sua concertina, e da Velha cega Guinhas que relançam um tempo de cazumbi perturbando o íntimo no limiar do nada, o vazio dum oculto fogo. A estória começa assim: Era uma vez, uma Luua!

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:41
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Sábado, 16 de Março de 2013
N´NHAKA . II

FEROMONAS - Suor, catinga e outros odores

  AS ESCOLHAS DO KIMBO

Química dos aromas: Os compostos químicos designados por ésteres, os mais simples, têm odores/aromas agradáveis. Muitas dos aromas e compostos envolvidos no sabor das flores e frutos são desta família química. Apesar do seu odor agradável, os ésteres raramente são utilizados em perfumes e/ou loções que se possam aplicar directamente no corpo, sendo apenas utilizados em colónias baratas. A razão é química, uma vez que os ésteres, em contacto com o suor, sofrem uma reacção química, hidrólise, originando ácidos gordos, os quais têm odores muito desagradáveis.

 O ácido butírico, por exemplo, é o responsável pelo odor da manteiga rançosa e pelo cheiro a “chulé”, sendo um dos compostos do suor e o principal responsável pelo “cheiro a humano". É este composto que torna os humanos tão facilmente detectáveis ao olfacto dos animais, particularmente, dos cães.

 Outros ésteres com odores frutados podem atrair moscas ou outros insectos. O acetato de isoamilo, também chamado óleo de banana, é particularmente interessante pois é idêntico à feromona da abelha doméstica. Quando uma abelha ataca um intruso, no processo de libertação do veneno do ferrão liberta também a sua feromona, como alarme. Este composto químico vai desencadear o ataque, agressivo, de outras abelhas ao intruso, “marcado” quimicamente. Assim sendo, obviamente, não é aconselhável usar um perfume contendo aroma de banana perto de uma colmeia... Virá, eventualmente, daqui a expressão: "Está bem, abelha?!"

* N´nhaka: - Do Umbundo, lameiro, plantação junto aos rios e em zona plana e húmida, horta.   

Gentileza de Elvira Monteiro Gaspar – Investigadora na Universidade Nova de Lisboa 

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:10
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Sexta-feira, 15 de Março de 2013
MUJIMBO . XXX

  AS ESCOLHAS KIMBO

ANGOLA - Luanda é um luxo para poucos

Opção de

Carlos Ferreira Carlos Ferreira (Embaixador Itinerante do Kimbo - Puto).

Sobre o Autor

 Bruno Garschagen - Jornalista brasileiro e mestrando em Ciência Política e Relações Internacionais no IEP/UC

 A revista "Foreign Policy" saudava Angola por seu "espectacular crescimento económico". Estive em Luanda no final da semana passada e o que vi foi um estado policial e muita miséria. Você reconhece essa nação? O título da publicidade em formato de reportagem que a revista "Foreign Policy" publicou em sua edição de Maio/Junho saudava Angola por seu "espectacular crescimento económico". Por sua segurança e estabilidade política. Por seu poder regional para promover a paz. Quem pode duvidar de um país turbinado pela indústria petrolífera? Estive em Luanda no fim da semana passada para uma série de encontros pelo OrdemLivre.org, o programa lusófono da Atlas Economic Research Foundation em parceria com o Cato Institute. É a cidade mais cara em que já pus meus pés. Não há calçadas para pôr os pés. Não há espaços nas ruas para tantos carros. Os veículos novos e importados fintam o tráfego intenso e a miséria que bate nos vidros em busca de clientes para produtos chineses de marcas famosas. Ou de uma mera esmola que engane a fome. Luanda parece recém-saída de um terramoto. Construções decadentes são a moldura trágica para os poucos prédios novos e para as construções em curso. O lixo espalha-se no chão como folhas da relva. A cidade cheira mal. O transporte público é precário. Autocarro é um luxo reduzido e irregular. Não há táxi. Quem tem dinheiro aluga um carro com motorista. Quem não tem, anda espremido em carrinhas lotadas. ou a pé. Foi o que fiz!

 Os pobres de Luanda vagam pelas esquinas. Grupos de homens concentram-se em vários pontos da capital. Os trabalhos disponíveis exigem qualificação! Muitos deles nem sequer sabem ler ou escrever. A taxa de iliteracia é de 32,6%, segundo o CIA World Factbook. Luanda é um estado policial. É mais simples obter um visto de entrada para a China comunista. Quase mediram meu crânio e contaram meus dentes. No aeroporto, os sempre gentis funcionários da imigração olham com aquele semblante de vampiro esfomeado. No hotel, um formulário do governo solicita-me informações pessoais e objectivo da visita. Um gesto de boas-vindas um tanto excêntrico. A despedida? Guardas no aeroporto confiscaram todas as notas da moeda local. Não, não deram factura. Estabilidade política? Como não? O presidente José Eduardo dos Santos está no poder desde 1979. Não vejo outra forma de garantir a estabilidade do que se manter no poder durante 30 anos. E daí? Vendo fotos de Luanda na década de 1970 e lembrando o que vi pessoalmente há alguns dias é impossível não pensar nas virtudes da estabilidade adquirida naquele país por aquela elite política. Parte do país vai muito bem, obrigado. Mora em condomínios fechados afastados da miséria do centro. São os beneficiários do "espectacular crescimento económico" que perverte a ideia de um desenvolvimento cuja riqueza permite que grande parte da população saia da miséria.

 O estado angolano exerce o monopólio da actividade económica e decide quem poderá desfrutar das benesses do sector petrolífero. O mercado, lá, não existe. Na lista de 141 países do Índice de Liberdade Económica do Fraser Institute, Angola aparece na penúltima posição. Notável. As riquezas naturais de um país sob um governo autocrático funcionam como um muro perverso entre o Estado e a sociedade. Se o orçamento do governo não advém da riqueza produzida pela sociedade, a população perde o poder de pressão sobre a elite política. É convertida num estorvo que deve ser controlado. A população ainda carrega no espírito e no corpo a desolação da guerra civil, encerrada há apenas oito anos. A riqueza exibida pelos poucos é um apelo muito forte entre os jovens desafortunados. É natural que prefiram integrar a elite a lutar por mudanças políticas que beneficiem os indivíduos e não apenas um grupo protegido pelo Estado. Mas há uma minoria que nos permite alimentar a esperança, mesmo que a longo prazo, de reforma do status quo. São estudantes, professores, jornalistas, advogados, intelectuais, que trabalham de forma isolada ou articulada para "desprivatizar" o governo angolano. São indivíduos que, no futuro, poderão repetir a mesma pergunta sem qualquer ponta de ironia: "Você reconhece essa nação?"

MUJIMBO: Boato em Kimbundo; Anda de boca em boca; comenta-se em surdina.

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O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:10
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Quinta-feira, 14 de Março de 2013
PARACUCA . III

O MEU CÃO É INTELECTUAL! - Inventações do Soba

Por

 T´CHINGANGE

 Deitado em minha rede na varanda ventosa do encontro do mar, ao ler “Vinhas da Ira” de… John Steinbec em voz alta, (às vezes tenho de ler em voz alta para me concentrar), reparo que meu cão Raíy, um misto de dobermann com rafeiro, chorava copiosamente. Fiquei estupefeito por tal facto e, chamando por ele afaguei-lhe a cabeça; fica tranquila Raíy que estas agruras são só coisas de gente. Tu só tens de esperar tua ração depois do passeio lá pelas cinco da tarde. Não continuei a ler por via da tristeza do cachorro e também do meu frágil compartilhar com este estado de crise; sempre o puto!... Já não chegava carregar permanentemente com um embondeiro às costas desde que saí de Angola. Claro que fiquei matutando neste irregular comportamento. Acabei por levantar-me confuso, circundar o casarão a dissipar o mudo e tristonho estado de espírito, observar os gansos perseguindo o galo granize e a pedrês que ciscava o chão húmido bem por debaixo do sape-sape / graviola enquanto formulava o informulável: - como é possível este cão ficar sensível às misérias humanas?

 Pelas cinco e quinze minutos da tarde, com o sol esfriando na lonjura da serra do mar, saio com Raíy dobermann e o ainda jovem mestiço de lavrador a dar a volta pelo mato do pequeno pantanal.  Sentado bem lá no alto da duna de areia branca observava a lua cheia grande e amarela que começava a sair do horizonte norte, e bem por detrás da selva de coqueiros. Em voz alta pedia ao meu anjo Akasha Kundalini que ajudasse minha família espalhada pela diáspora e eis que Raíy postou-se a meu lado e de focinho ao lado parecia absorver tudo o que eu falava; com a pata fazia arranhadas festas á perna por alturas do joelho desnudo; parecia querer contentar-me e, de rabo a dar a dar tentava dizer-me que tudo isso iria passar; tem calma dizia ele com um surdo rosnado. Ambos fitávamos aquela lua cheia, amarela e grande que subia lentamente às alturas.

 No dia seguinte, depois de almoço, tomei o habitual café e enquanto balouçava naquela rede, lia em voz alta um novo livro: o Óbvio que Ignoramos, e lia: “ Se as convicções que temos sobre nós mesmos são inapropriadas, não importa o esforço, a disciplina e outras virtudes, nossos resultados nunca irão além dessas convicções”. Foi aqui que Raíy, começou a ladrar-me de forma inusitada, como a dizer-me: É isso, meu! Toca p´ra frente! De novo fiquei confuso com este comportamento ao qual lhe perguntei: - Mas tu entendes isto? Sem esperar a resposta, tendo algo mais que fazer, fui tratar disso pelo que deixei o livro em cima da mesa de jaqueira e, por ali permaneceu esquecido. Qual foi o meu espanto no outro dia, vejo algo no chão da varanda e aproximando-me desesperei-me: o livro estava parcialmente destroçado; Raíy, literalmente, parecia ter ganas de comer o livro. Não sei se por raiva do que li de desespero, se no intuito de adquirir os conhecimentos em forma de letras comíveis. Como vêem, o meu cão não é analfabeto; é mesmo um intelectual. Ele não lê, come livros! A não ser que lá na outra encarnação tenha sido um inimigo de Jacob Pétry, o autor do Óbvio de ascendência judia. Continuo a ler o livro com a capa e algumas folhas coladas. É em verdade o livro múmia.

Paracuca: - jinguba mal pisada  com açúcar na forma de bolacha

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:37
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Quarta-feira, 13 de Março de 2013
XICULULU . XXX

 AS ESCOLHAS DO KIMBO

Hugo Chávez não morreu na Venezuela

Por

 Roque Callage Neto - Doutor em Ciências Sociais – UNB . Antropologia, Sociologia e Ciência Política

 Hugo Chávez não morreu na Venezuela. O que ficou em exibição foi um boneco de cera. Cristina Kirchner (Presidente da Argentina) revoltou-se ao descobrir isto. Dilma Rousseff (Presidente do Brasil) também foi informada. Talvez por esquizofrenia, deficiência mental ou falta de carácter, aqueles que pensam e agem de maneira burra, radical e sem ética, dizendo-se socialistas, comunistas, fascistas, nazistas, etc, costumam atentar contra a verdade – definida como realidade universal permanente. Mas os bolivarianos exageraram na dose da mistificação na gestão da morte do mito Hugo z Frias. Nos meios diplomáticos e na área de inteligência militar argentina circula uma informação 1-A-1 acerca dos procedimentos ante e pós fúnebres do Presidente e revolucionário inventor da República Bolivariana da Venezuela. A revelação bombástica é que o corpo exibido, cheio de sigilo e segurança, em um super-caixão lacrado, não é de um ser humano normal, deformado por um terrível câncer. O cadáver seria um boneco de cera. O simulacro de um Chávez “embalsamado”.

 A surpreendente descoberta de que o corpo no faraónico féretro bolivariano não correspondia ao Hugo Chávez original foi da “Presidenta” da Argentina Cristina Kirchner. A grande amiga de Chávez estava escalada para fazer o mais emocionado discurso político do velório mas, Cristina sentiu-se enganada no momento em que chegou perto do defunto. Ficou tão revoltada e contrariada que arranjou uma desculpa esfarrapada para voltar urgentemente a seu país – deixando até sem “carona” o presidente uruguaio José Mujica, que com ela veio até Caracas. A explicação bombástica para o retorno súbito de Cristina é relatada pela inteligência militar argentina. Cristina teve um choque emocional quando se viu envolvida na farsa Bolivariana montada para o velório de Chávez. Não acreditando no que seus olhos lhe mostravam, Cristina escalou uma oficial ajudante-de-campo para investigar, de imediato, se não estaria diante de uma “brincadeira de mau gosto com a morte de alguém que lhe era muito querido”.

 A oficial argentina interpelou um alto-membro do Exército pessoal de Chávez que, praticamente confessou a armação: ali não estava o corpo original do amado comandante. A militar transmitiu a informação imediatamente para Cristina que surtiu efeito. Saiu esbracejando do Velório para o hotel, avisando que não mais faria o discurso para um boneco. O presidente imposto da Venezuela, Nicolas Maduro, tentou convencê-la do contrário, sem sucesso. Cristina voltou voando para casa. A Presidenta Dilma Rousseff, que levava o ex Luís Inácio a tiracolo, foi informada do incidente. Dilma e Lula deram uma breve olhada ao caixão de Chávez, conversaram rapidamente com os presentes, e também foram embora o mais depressa possível – alegando coisas urgentes a serem resolvidas no Brasil. O exemplo de Cristina, não quiseram participar da farsa completa do sepultamento daquele que era o líder operacional-militar do Foro de São Paulo (organização que reúne as esquerdas revolucionárias, guerrilheiras na América Latina e Caribe).

 História à parte do “boneco de cera” – uma versão completamente não oficial das exéquias de Chávez - tudo em torno de sua morte soa como uma grande farsa, digna do mais cínico e mentiroso socialismo bolivariano que transformou a Venezuela em um país em decomposição política, económica e social. Tudo indica que Hugo Chávez já veio morto de Cuba, aonde morreu, não de problemas directamente relacionados ao sarcoma que sofreu metástase. O que levou Chávez realmente deste para outro mundo foi uma brutal infecção hospitalar, que lhe detonou o pulmão. Tal facto jamais será admitido oficialmente, já que a lenda dogma comunista prescreve que a ilha perdida dos irmãos Castro tem “uma das medicinas mais avançadas do mundo”. Caso  tivesse tratado no Brasil – como fizeram Dilma, Lula e o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, Chávez poderia estar vivinho da silva! Outro facto que a inteligência dos Estados Unidos já deixou bem evidente nos meios diplomáticos: Chávez morreu, provavelmente, no começo de Janeiro. O prolongamento mentiroso de sua vida foi apenas uma armação para permitir a inconstitucional posse de Nicolas Maduro, através da geração de um dramalhão popular em torno da torcida pela “salvação” e cura do bem amado mito Chávez.

Xicululu: - Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:45
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Terça-feira, 12 de Março de 2013
FRATERNIDADES . XXXVII

Lição de vida Basta querer ser feliz!

Escolha de

   Stella Pugliesi

“Às vezes, o que precisamos está tão próximo! Passamos, olhamos, mas não enxergamos. Não basta apenas olhar. É preciso saber olhar com os olhos, enxergar com a alma e apreciar com o coração. O primeiro passo para existir é imaginar. O segundo é nunca se esquecer de que querer fazer é poder fazer, basta acreditar.” Todos nós queremos ser felizes, mas sem que pudéssemos perceber, buscamos essa felicidade fora de nós mesmos! Muitos pensam encontrá-la no amor, porém o egoísmo ou medo de sofrer não os deixam amar de verdade. Outros no reconhecimento, mas a má vontade é incompatível com a evolução.

: Há os que buscam essa felicidade em bens materiais, falsa prosperidade, confundindo ambição com ganância. Não podemos também confundir felicidade com alegria a qual é importante e está mais próxima das comemorações. Podemos estar muito alegres num determinado instante em comemoração de uma vitória e, bem no fundo da alma, estarmos em conflito connosco e com o mundo, devido a problemas reais ou não.

 Felicidade é Paz interior! Essa Paz tem que ser conquistada aos poucos e sempre,... Cultivando o amor ao próximo, tendo a consciência sempre tranquila de que fazemos o melhor, perdoando-nos pelos erros cometidos, agradecendo o que se tem, respeitando o direito e a individualidade de cada ser humano, procurando fazer o outro feliz, e acima de tudo confiando em Deus! Quem vive a fim de prejudicar ou magoar alguém, seja com actos ou palavras, não pode reclamar que a "sorte não lhe sorria!". Por que tantos comemoram a tristeza de uns e se entristecem com a vitória de outros? Não é bem mais fácil cada um cuidar de sua própria vida, buscando essa felicidade dentro de si mesmos? Cada um de nós tem potencial para chegar onde quiser! Basta querer ser feliz.

:::: Soba::::Enquadramento e arranjo do texto

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:36
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Segunda-feira, 11 de Março de 2013
KANIMAMBO . XXIX

“O ESPÍRITO DA COISA” Talento . 7

: AS ESCOLHAS DO SOBA

Vivemos envolvidos em trilhões de pequenas coisas apenas para continuar tocando a vida para a frente; não adquirimos o hábito de parar para olhar nossa vida e dizer: - É só isso? É só isso que eu quero? Não está faltando nada? Vivemos enrolados a objectivos egoístas como ter um carro novo, a nossa carreira e família, arranjo do frigorífico e o conserto do esquentador, o relógio que parou ou os tinteiros da impressora que ficaram vazios. A nossa cultura, não nos ajuda a pensar outras coisas quando a morte ainda parece estar longe e, todos temos a plena certeza que isso um dia vai acontecer, mas, sempre espantamos o folgo lá para mais longe. Precisamos que alguém nos empurre nessa direcção; não é coisa que venha automaticamente. Na vida, todos precisamos de professores!

Quando definimos metas e objectivos, geralmente surgem problemas em nossa vida por via de assumirmos compromissos. O único motivo que nos leva a estabelecer uma meta, ou compromisso é porque existem obstáculos que dificultam o caminho entre o ponto em que estamos e onde queremos chegar.

 O nosso cérebro, só consegue registar de maneira eficaz, dois a três aromas diferentes de uma só vez. Além desse número, o cérebro fica literalmente confuso. Se comprar um perfume depois de ter cheirado mais de três espécies, certamente se surpreenderá com o aroma no dia seguinte quando o usar pela primeira vez. É importante fazer a escolha apropriada no exacto momento mas, ninguém consegue transformar cinco minutos em meia hora e, por isso teremos de gerenciar com eficácia o sucesso focando a prioridade e não o tempo. 460 anos antes de Cristo Hipócritas já dizia: A vida é breve, a arte é longa, a ocasião fugidia, a experiência enganosa, o julgamento difícil

Referência Bibliográfica: O Óbvio que ignoramos de Jacob Pétry

Kanimambo: Obrigado (Moçambique)

(Continua…)

T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:41
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Domingo, 10 de Março de 2013
CAZUMBI . XXIX

MAÇONARIA UNIDA  - 3ª de 3 Partes 

AS ESCOLHAS DO KIMBO

Por: Oscar Andrades

Minha foto Jornalista aposentado (Brasil)

O actual núncio da Santa Sé nos Estados Unidos, Carlo Maria Viganò destacou na carta: “Jamais teria pensado em me encontrar diante de uma situação tão desastrosa”, que apesar de ser “inimaginável, era conhecida por toda a Cúria”. Além disso, o denunciante afirma que banqueiros que integram o chamado Comité de Finanças e Gestão se preocupam muito mais com os próprios interesses do que com os do Vaticano, lembrando que em Dezembro de 2009 “queimaram US$ 2,5 milhões” em uma operação financeira. A situação tornou-se ainda mais embaraçosa com a prisão do mordomo do papa, o italiano Paolo Gabriele, acusado de desviar cartas e documentos sigilosos de Bento XVI e seus colaboradores que acabaram publicados em livro. 

 A prisão de Gabriele foi anunciada pelo porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, no mesmo dia em que o presidente do Instituto das Obras da Religião (IOR), o banco do Vaticano, foi forçado pelo conselho de supervisão a demitir-se. E na mesma semana em que um livro publicado na Itália divulgava cartas e documentos sigilosos enviados ao Papa, ao seu secretário e a responsáveis do Vaticano, com o objectivo de “expulsar os vendilhões do templo”. Por maior que fosse a proximidade de Paolo Gabrieli com o papa – ele era o primeiro e o último a ver Ratzinger todos os dias – o vazamento de documentos do Vaticano não foi uma operação solitária. Foi um plano arquitectado por um punhado de clérigos intransigentes com o banditismo religioso, mas que enfrentou a dura e criminosa resistência da quadrilha que actua no Vaticano, que é muito maior e mais poderosa do que se imagina.

 

 Ao chegar ao posto máximo da Igreja Católica, Bento XVI encontrou uma situação de devassidão e crimes que seu raciocínio cartesiano, típico dos alemães, jamais compreenderá. Instalado no cargo, Bento XVI começou a seguir a agenda de compromissos oficiais, ao mesmo tempo em que preparava uma nova tentativa de faxina. Ao perceber que sua incursão seria fracassada, como as tentadas por seus antecessores, Ratzinzger preferiu sair de cena. Foi prudente e tomou a decisão acertada. O crime organizado continuará actuando nos bastidores do Vaticano, pois assim funciona desde Pio XII, mas isso não invalida os fundamentos cristãos e muito menos o que pregou Jesus de Nazaré. O problema está na existência tumoral dos operadores do Catolicismo.

KAZUMBI: Feitiço; pouca sorte; coisas de kazucuta (malabaristas, pais de santo e mwangolés); macumba obscura.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:10
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Sábado, 9 de Março de 2013
XICULULU . XXIX

AS ESCOLHAS KIMBO 

Opção de

 IRENO SCHULZ

Se for verdade um brinde aos irmãos Castro...

Hoje, finalmente, sabe-se a verdade sobre a doença de Chavez. Ele tinha um Ramdomiossarcoma do músculo Psoas, que foi diagnosticado, erroneamente, pelas sumidades médicas cubanas, como Câncer de Cólon. Ao invés de radioterapia ou ressecção cirúrgica do tumor, que poderia, inclusive, ter sido extirpado, foi submetido à quimioterapia, totalmente inócua para esses casos.

Anterior Hip Muscles 2.PNGUm potente flexor da coxa na altura da articulação do quadril (psoas maior) e um fraco flexor do tronco e região lombar da coluna vertebral (psoas menor). A palavra psoas é derivada do Grego "psoa" significando "músculos da região lombar". É uma região comum de infecção que se manifesta como um abcesso (abcesso do psoas). Os músculos psoas e suas fibras também são frequentemente utilizados em experimentos envolvendo fisiologia muscular.

 Hugo Chavez

Moral da história: o tumor recidivou e surgiram as metástases. Se tivesse ido, inicialmente, para o Sírio Libanês do Brasil, Einstein ou, ainda, para um Hospital de Houston especializado nesse tipo de neoplasia, Chavez, poderia estar em forma e fazendo das suas. Devemos, portanto, agradecer à medicina cubana ter livrado o mundo de mais um tirano. Agora é aguardar a carnificina entre seus prováveis sucessores. Vai ser uma luta pelo poder, com as inevitáveis acusações de traição de parte a parte, sem falar nas possíveis mortes acidentais. O melhor, mesmo, é assistir ao acto final de camarote e a uma boa distância dos companheiros bolivarianos. Obrigado, Fidel e Raul, pelo inestimável serviço prestado à humanidade.

Xicululu: - Olharapo; Olhar de esguelha; mau-olhado; olho gordo

Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:30
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Sexta-feira, 8 de Março de 2013
CAZUMBI . XXVIII

MAÇONARIA UNIDA  - 2ª de 3 Partes

 AS ESCOLHAS DO KIMBO

Por: Oscar Andrades

Minha foto Jornalista aposentado (Brasil) 

Por ocasião dos fatos, o editor do ucho.info investigou a sequência de crimes que tinha o Vaticano como pano de fundo. Além de chegar à verdade, disparou a ira dos envolvidos e enfrentou a truculência de muitos. O Colégio Romano, apêndice do Vaticano, seguia a mesma ordem dada à época para todas as comunidades católicas do planeta: silêncio obsequioso. Perseguido durante alguns anos após o episódio, o editor deixou a Itália da noite para o dia para não acabar como o cardeal Luciani, que tentou, sem sucesso, promover uma faxina na Praça São Pedro. Mesmo de volta ao Brasil, foi duramente perseguido durante muitos meses. Luciani foi substituído no cargo pelo polonês Karol Józef Wojtyla, o papa João Paulo II, que desavisado tentou a mesma empreitada do antecessor. Liquidar as relações criminosas entre o Banco Ambrosiano, a P2 e a máfia turca. Inocente, João Paulo II foi alvejado, em plena Praça São Pedro, por tiros disparados pelo turco Mehmet Ali Agca. Na esteira do escândalo do Banco Ambrosiano, alguns dos envolvidos acabaram assassinados ou se suicidaram.

 João Paulo II não apenas continuou no cargo até a morte, mas após recuperar-se dos ferimentos provocados pelo atentado visitou e perdoou o seu algoz, Ali Agca, que depois de anos de prisão voltou para a Turquia. Joseph Ratzinger não é um ignaro. Ciente do que acontece diuturnamente nas coxias da Santa Sé, preferiu anunciar a sua saída, justificada por razões pouco convincentes, mas que se dará também à sombra do silêncio, pois meso com a idade avançada o ainda papa espera viver em paz e não acabar como Albino Luciani. Ratzinger não chegou ao comando do Vaticano sem saber o que por lá acontecia. Por trás da Praça São Pedro – visitada e fotografada por milhões de turistas de todas as partes – funciona uma central de branqueamento de capitais e uma organização criminosa sem escrúpulos e com tentáculos em todos os cantos do planeta.

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 A luz vermelha no reduto de Bento XVI acendeu de vez quando, no começo de 2012, vazou o conteúdo da carta enviada pelo arcebispo Carlo Maria Viganò ao papa. Na missiva que tinha a Praça São Pedro como destino, Viganò, que foi secretário-geral do governorado do Vaticano, afirmou que na Santa Sé “trabalham as mesmas empresas, ao dobro (do custo) de outras de fora, devido ao fato de não existir transparência alguma na gestão dos contratos de construção e de engenharia”. A assessoria papal agiu de forma automática diante do episódio e afirmou, em comunicado, que as denúncias resultavam de “avaliações incorretas”.

KAZUMBI: Feitiço; pouca sorte; coisas de kazucuta (malabaristas, pais de santo e mwangolés); macumba obscura.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:02
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Quinta-feira, 7 de Março de 2013
MUSSENDO DO PUTO . XXII

A LUA DE MARFIM - 2ª de 2 partes

  AS ESCOLHAS KIMBO           

Por
  Dy – Dionísio de Sousa


 Numa sociedade de mentira, ostentação, consumo e muita falta de bom senso, não posso deixar de salientar sempre que possível o lugar onde nasci. Podem pensar que eu sou repetitivo, aliás a minha colega e amiga Filomena chega a exasperar-se quando eu conduzo invariavelmente as conversas para aquele lugar tão longínquo hoje como a própria Luua. – Pára de falar de Angola Figueiredo, tornas-te chato, repetitivo como se aquilo fosse o maior paraíso à face do planeta. – Repreende-me agastada e mal-humorada. – Mas Filo, tem de compreender que ser espoliado da sua terra das suas memórias dos seus mortos, empurrado para o exílio da mesma maneira que foram os Hutus e os Tutsi, Congoleses, Croatas e tantos outros, deixa marca para o resto da vida. – Retorqui em minha defesa. – Não queiras comparar uma coisa com a outra David, tem dó.

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A Filomena é uma alentejana de gema que nunca foi a África e, é dez anos mais nova que eu. Revolucionária da raiz dos cabelos até à ponta dos dedos dos pés. Para ela a Democracia e a Liberdade são valores inquestionáveis e ainda pensa que nós, que de uma forma vilipendiada fomos e somos apelidados de retornados e estigmatizados como fascistas e colonialistas não temos nenhuma razão para nos queixarmos. Tento fazer-lhe ver a minha Luua de Marfim, aquela que em África é verdadeira ao contrário desta do hemisfério norte que é falsa. Lá quando é crescente tem a forma de um C, e quando é (Minguante) decrescente a de um D; é um pormenor insignificante mas que me diz muito.

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 Não gosto de chorar na maré, e hoje muito menos que tenho os olhos abertos e vejo a sociedade ocidental tal como ela é, interesseira, hipócrita, gananciosa e desprovida de valores fundamentais. – Filomena, nasci em Angola e já de uma quinta geração. Nasci sob a protecção da bandeira das quinas e fui obrigado em nome dela a cumprir quatro anos de serviço militar obrigatório. Nunca comprei nenhum prédio no Areeiro nem noutro qualquer lugar. Nunca transferi o pré de três escudos e cinquenta centavos para Portugal, mas em contrapartida nos anos em que um jovem encaminha a sua vida, tive de andar de caserna em caserna. Vi muitos portugueses que atravessaram o Equador para desempenharem funções diversas na actividade administrativa, chegarem ao ultramar e encontrarem casas mobiladas com o bom e o melhor, alguns com cinco e seis criados, tudo às expensas do estado.

Reis Vissapa

Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mokanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola), Comunicado.

Opção do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:46
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Quarta-feira, 6 de Março de 2013
CAZUMBI . XXVII

MAÇONARIA UNIDA  - 1ª de 3 Partes

AS ESCOLHAS KIMBO 

Por: Oscar Andrades 

Minha foto  Jornalista aposentado (Brasil)

Bento XVI deixou o Vaticano por causa do crime organizado que actua na Santa Sé

 Homem prevenido – O papa Bento XVI, o alemão Joseph Ratzinger que deixou o comando da Igreja Católica no dia 28 de Fevereiro não é o primeiro a deixar o papado. O último Sumo Pontífice a renunciar foi Gregório XII, em 1415. Bento XVI é o quarto Papa a renunciar ao cargo, escreveu. A renúncia de um papa está prevista no Código de Direito Canónico, que estabelece como bastante que a renúncia seja de livre e espontânea vontade para ter validade, sem a necessidade da aceitação de terceiros. Diversos foram os motivos alegados pelos representantes do Catolicismo, mas nenhum convenceu. Bento XVI teria alegado problemas de saúde e desacordo com algumas condutas sociais, como casamento entre pessoas do mesmo sexo e a necessidade de esses casais adoptarem filhos, mas a realidade é outra. O assunto é tratado aos sussurros nos corredores da Santa Sé, como acontece há décadas.

 Uma coisa é a religião católica, outra é o Vaticano, que é um Estado. E como tal tem suas mazelas, seus subterrâneos, suas podridões. O grande fantasma que assombra os frequentadores do Vaticano é o envolvimento com o submundo do crime. Por certo muitos católicos se indignarão contra este noticioso, mas não será novidade porque já tratamos do tema em diversas ocasiões e sofremos retaliações. Só não aceitamos deixar de revelar mais uma vez a verdade dos fatos, a qual o editor tem profundo conhecimento, pois acompanhou, na Itália, a chegada ao comando do Vaticano do arcebispo Albino Luciani, o papa João Paulo I, com o qual conversou longamente em Milão, antes de o religioso se tornar a máxima autoridade do Catolicismo.

 Há longas décadas sob o controle da Opus Dei, facção ultra direitista do Catolicismo, o Vaticano foi alvo, no início dos anos 80, de um dos maiores e mais sórdidos escândalos de corrupção da história. O papa João Paulo I tentou, em vão, acabar com o fim da corrupção que grassava na Praça São Pedro e envolvia o Banco Ambrosiano, instituição financeira da qual o Banco do Vaticano tinha boa quantidade de acções. Luciani acabou morto 33 dias após ser escolhido papa. O serviço de comunicação do Vaticano informou que Luciano fora alvo de um enfarto, mas a história da Medicina não tem qualquer registo sobre a aparência esverdeada de uma pessoa após ataque cardíaco. Homem correcto e de conduta ilibada, Luciani, que tentou acabar com a lavandaria financeira em que se transformara o Banco Ambrosiano, instituição financeira oficial da Santa Sé, deu-se muito mal, pois lá actuava não apenas a banda podre do Catolicismo, como a máfia turca e a loja maçónica italiana P2; Luciani, morreu envenenado por causa de cianureto adicionado ao regular e tradicional chá que tomava todas as tardes.

KAZUMBI: Feitiço; pouca sorte; coisas de kazucuta (malabaristas, pais de santo e mwangolés); macumba obscura.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:58
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Terça-feira, 5 de Março de 2013
A CHUVA E O BOM TEMPO . XXV

Águas de São Francisco

Pelo

 SOBA T´CHINGANGE

Visita de Tilinha Gralha e Zé Calado

Contradições de pequenas coisas da vida. Zé Luís Gralha Calado é filho deste casal que numa altura de Páscoa visitaram seus vizinhos do Puto; eu e minha mulher, aqui auto exilados por causa da VIA CRISIS. Zé Luís, deu mais para Calado que Gralha e, enquanto Calado pai fala pelos cotovelos, Gralha sua mãe distribui risos contínuos a um qualquer comentário. Num desses dias de férias levei-os ao Rio São Francisco. Feito cicerone fui-lhes dizendo que por ali perto, em Cururipe, o primeiro bispo do Brasil, de nome Sardinha, após um naufrágio, foi comido pelos índios caetés; estes fizeram uma grande farra e, em um grande panelão de barro fizeram uma caldeirada. Dos resquícios escritos que perduraram no tempo fala-se de uma churrascada magna. Entre os risos ininterruptos de Tilinha, fui esclarecendo que ainda hoje naquela paróquia, todos pagam um laudémio por tal atitude desaforada.

 Chegados a Piaçabuçu, pequena cidade de Alagoas a qual passávamos com destino ao São Francisco, percebermos que nos havíamos desviado da rota, então parando, um rapaz (nativo alto), em uma moto do lado de Zé Calado, perguntou-nos se precisávamos de alguma informação. Todos nós ficamos apreensivos para não dizer assustados. Dissemos que procurávamos a saída para Penedo. Então seguindo suas instruções, rapidamente estávamos na sinuosa estrada; fiquei ainda um tempo olhando para os lados e para trás, temendo que o rapaz de repente aparecesse.

Caricatura do Bispo feita por seus pares de Roma

Já em Penedo tivemos um problema no veículo, ao tentar ingressar na fila da balsa, na qual faríamos a travessia do “Velho Chico”. Usando o declive da rampa que dá para o cais o carro funcionou “Graças a Deus”, que Zé repetiu marafado e, sem grande crença, uma forma dele falar. Saímos à procura de um electricista; encontrando-o, deparamos provavelmente com o dono e um ajudante mexendo numa camioneta, com o proprietário observando ao lado. Com certo receio, interrompi os afazeres daqueles homens relatando o ocorrido; de imediato estavam os três em volta do veículo. O que parecia ser o técnico, disse que deveria ser a crosta formada na conexão do cabo com a bateria; acto contínuo, dando algumas pancadas com uma chave, derramava dela um líquido, até ficar limpa. Após aquelas intervenções, testando, fiz várias ligações de chave. Estava tudo bem! O electricista, sem cobrar nada, apenas disse que não teríamos mais problemas, pois o liquido derramado era água do São Francisco.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:34
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Segunda-feira, 4 de Março de 2013
MUJIMBO . XXIX

AS ESCOLHAS KIMBO    

BRASIL  - CARACTERÍSTICAS DE UM  POVO

 Tarsila do amaral

Não gosto de chorar na maré, e hoje muito menos que tenho os olhos abertos e vejo a sociedade tal como ela é, interesseira, hipócrita, gananciosa e desprovida de valores fundamentais. A justiça, que é o pilar fundamental de qualquer sociedade não pode vendar sua visão; nem basta somente fazer, tem de fazer querer.

Como querer que os políticos sejam honestos?  O BRASILEIRO É ASSIM? - Acontecimentos diários:

- Saqueiam-se cargas de veículos acidentados nas estradas.

- Estacionam nas calçadas, até mesmo debaixo das próprias placas de proibição.

- Pára em filas duplas, triplas, em frente às escolas

- Dirige após consumir bebida alcoólica.

 Ismael Nery

- Suborna, ou tenta subornar, quando é apanhado a cometer infração.

- Troca voto por qualquer coisa; dinheiro, cesta básica, areia, cimento, tijolo, dentadura.

- Viola a lei do silêncio.

- Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

- Espalha mesas, churrasqueira, banca de camelô nas calçadas sem licença das autoridades.

- Para faltar ao trabalho apresenta atestados médicos sem estar doente.

- Faz gato de luz, de água e de tv a cabo.

- Regista imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

- Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda, também para pagar menos imposto.

- Faz apelo que sua cor de pele é mais escura, para ingressar na universidade, usufruindo do sistema de quotas.

- Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou $10, pede nota pra $20.

- Comercializa os objetos doados em campanhas pós-catástrofe.

- Estaciona em vagas exclusivas para deficientes ou idosos.

 Romero Britto

- Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.

- Compra produtos piratas ou roubados com a plena consciência de que são piratas ou fruto de roubo.

- Substitui o catalisador do carro por um que de catalisador só tem a casca.

- Mente a idade do filho para que passe por baixo da roleta do ônibus sem pagar passagem.

- Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

- Frequenta caça-níqueis e faz fezinha no jogo do bicho.

- Leva das empresas onde trabalha pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis, etc, como se isso não fosse desvio de material.

- Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.

- Falsifica tudo, tudo mesmo. Só não falsifica o que ainda não foi inventado.

- Quando encontra algum objeto perdido, apropria-se com ele.

Se o Brasileiro é assim, como querer que os políticos sejam honestos?  Ora, os políticos que aí estão, saíram do meio desse mesmo povo;  ou não ???

MUJIMBO: Boato em Kimbundo (Angola); Anda de boca em boca; comenta-se em surdina.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:35
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Domingo, 3 de Março de 2013
KANIMAMBO . XXVIII

“O ESPÍRITO DA COISA”Talento . 6

 AS ESCOLHAS DO SOBA

 Charles Darwin

Enquanto não observarmos as lentes com as quais observamos o mundo, corremos o risco de nos iludirmos com uma falsa verdade. Nossas acções, muitas vezes, são o resultado de escolhas feitas de maneira inconsciente; seguem padrões mentais formados por nossas convicções a partir de circunstâncias que nos cercam. O problema surge quando aceitamos isso como verdade absoluta inquestionável. Nossa convicção poderia ter mudado quando Charles Darwin demonstrou na origem das espécies o processo de evolução por meio da selecção natural, ou a preservação das espécies na luta pela sobrevivência. Uma mudança de convicção ou quebra do paradigma em torno do argumento de que a criação divina, conforme a Bíblia descreve, não faz sentido. Nossa convicção então, deveria ter mudado mas, nada disso aconteceu.

 Uma pessoa que acredita que nunca conseguirá atingir nada na vida, porque acredita que nasceu para o sofrimento, inevitavelmente terá essa convicção confirmada. É necessário romper esse ciclo, mudando nossas convicções porque mesmo que desejemos o sucesso, se tivermos as convicções erradas, iremos optar inconscientemente pelo fracasso, essa fixação irá bloquear nosso sucesso.

Apesar de todas as evidências, não conseguimos desfazermo-nos das convicções que herdamos da infância. Podemos até entender e aceitar que a Bíblia não é a palavra de Deus mas, não conseguimos libertar-nos do que ela nos diz. A esta ideia clara de quanto nossas convicções perduram ao longo do tempo influenciando nossas decisões, chama-se paradoxo. Conceitos que são incoerentes com as convicções que já possuímos, tendem a ser rejeitadas, tidas como falsas e deixadas de lado. Também nós seremos objectos de nós próprios porque cada qual carrega dentro de si, uma imagem de si próprio, uma série de concepções e convicções sobre o seu eu.

Referência Bibliográfica: O Óbvio que ignoramos de Jacob Pétry

Kanimambo: Obrigado (Moçambique)

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:14
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Sábado, 2 de Março de 2013
PARACUCA . I I

PONTOS DE VISTA DO ARGELINO !!!

 AS ESCOLHAS DO SOBA

As calorias

      São pequenos animais que moram nos roupeiros e que durante a noite apertam a roupa das pessoas.

Os problemas do nosso país são essencialmente agrícolas:

      Excesso de nabos; falta de tomates e muito grelo abandonado.

O trabalho

      Fascina-me tanto que às vezes, fico parado a olhar para ele.

O Casamento

      É um relacionamento a dois, no qual uma das pessoas está sempre certa e a outra é o marido.

A mulher

      Está sempre ao lado do homem, para o que der e vier; Já o homem está sempre ao lado da mulher que vier e der.

Se fores chata as tuas amigas, perdoam;

      Se fores agressiva as tuas amigas, perdoam; Se fores egoísta as tuas amigas, perdoam; Agora experimenta

      ser magra e linda! ... Tás feita!

O amor

      É como a gripe, apanha-se na rua, resolve-se na cama!

A falta de sexo

      provoca amnésia e outras merdas que agora não me lembro...

Portugal

      É um país geométrico: é rectangular e tem problemas bicudos discutidos em mesas redondas, por bestas

      quadradas!

A diferença entre Portugal e a República Checa

      É que esta tem o governo em Praga e Portugal tem a praga no governo.

Não procures o príncipe encantado.

      Procura, antes, o lobo mau: ouve-te melhor; vê-te melhor e ainda te come.

Toda a gente se queixa

      De assédio sexual no local de trabalho. Ou isto começa a ser verdade ou então despeço-me!!!

A mulher do amigo

      É como a bota da tropa;  também marcha!

O cérebro

      É um órgão maravilhoso. Começa a trabalhar logo que acordamos e só pára quando chegamos ao

      serviço.

O teu computador

      É como uma carroça: tem sempre um burro à frente!!!

Os trabalhadores mais incapazes

      São sistematicamente promovidos para o lugar onde possam causar menos danos: a chefia.

Qual a diferença entre uma dissolução e uma solução?

      Uma dissolução seria meter um político num tanque de ácido para que se dissolva. Uma solução seria

      metê-los a todos

Chocolate

      Não engorda, quem engorda é você

Gentileza: Do Argelino, amigo de Tony Melo No FB

 Paracuca: - jinguba mal pisada  com açúcar na forma de bolacha tipo torrão de Alicante; na forma de tabletes ou bolachas irreegulares.

 Kifufutila . (cafufutila) Torrada e descascada a jinguba, junta-se farinha de mandioca, o açúcar e a canela., pisando-se tudo num pilão. comparada ao pé-de-moleque do Brasil.

 KIKUERRA ( Quicuerra) . mistura de farinha de mandioca ou farinha musseque torrada com açúcar, que antigamente  as quitandeiras vendiam à porta das escolas., açúcar, usada como refeição improvisada ou merenda.

  QUITABA (Kitaba): Óptima para entrada ou aperitivo a acompanhar uma cerveja fresca. Se ficar ao gosto aumentam-se as quantidades, proporcionalmente:

- 200 grs de amendoim torrado e descascado;

- 100 grs de farinha de pau de moagem meio fina, da mesma com que se faz a farofa (compra-se em qualquer supermercado);

- sal ao gosto de cada um;

- 5 ou 6 piripiris;

Passa-se o amendoim pela 1,2,3 (Use um pilão ou seixo para moer), até que disso resulte uma pasta não muito liquida. Tira-se a pasta para uma tigela, juntando-se-lhe a farinha o sal e o piripiri. Mistura-se tudo até se obter uma pasta tipo queijo de alfarroba ou figo. Estende-se a pasta com a altura que se quiser, corta-se aos quadrados ou aos rectângulos, e já está!  É fácil  é barato.

Gentileza: Do Argelino, amigo de Tony Melo do FB

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:13
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Sexta-feira, 1 de Março de 2013
MUSSENDO DO PUTO . XXII

A LUA DE MARFIM - 1ª de 2 partes

AS ESCOLHAS KIMBO

Por

DyDionísio  de Sousa (Reis Vissapa)

 

 Numa sociedade de mentira, ostentação, consumo e muita falta de bom senso, não posso deixar de salientar sempre que possível o lugar onde nasci. Podem pensar que eu sou repetitivo, aliás a minha colega e amiga Filomena chega a exasperar-se quando eu conduzo invariavelmente as conversas para aquele lugar tão longínquo hoje como a própria Luua. – Pára de falar de Angola Figueiredo, tornas-te chato, repetitivo como se aquilo fosse o maior paraíso à face do planeta. – Repreende-me agastada e mal-humorada. – Mas Filo, tem de compreender que ser espoliado da sua terra das suas memórias dos seus mortos, empurrado para o exílio da mesma maneira que foram os Hutus e os Tutsi, Congoleses, Croatas e tantos outros, deixa marca para o resto da vida. – Retorqui em minha defesa. – Não queiras comparar uma coisa com a outra David, tem dó.

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 A Filomena é uma alentejana de gema que nunca foi a África e, é dez anos mais nova que eu. Revolucionária da raiz dos cabelos até à ponta dos dedos dos pés. Para ela a Democracia e a Liberdade são valores inquestionáveis e ainda pensa que nós, que de uma forma vilipendiada fomos e somos apelidados de retornados e estigmatizados como fascistas e colonialistas não temos nenhuma razão para nos queixarmos. Tento fazer-lhe ver a minha Luua de Marfim, aquela que em África é verdadeira ao contrário desta do hemisfério norte que é falsa. Lá quando é crescente tem a forma de um C, e quando é (Minguante) decrescente a de um D; é um pormenor insignificante mas que me diz muito.

 

 Não gosto de chorar na maré, e hoje muito menos que tenho os olhos abertos e vejo a sociedade ocidental tal como ela é, interesseira, hipócrita, gananciosa e desprovida de valores fundamentais. – Filomena, nasci em Angola e já de uma quinta geração. Nasci sob a protecção da bandeira das quinas e fui obrigado em nome dela a cumprir quatro anos de serviço militar obrigatório. Nunca comprei nenhum prédio no Areeiro nem noutro qualquer lugar. Nunca transferi o pré de três escudos e cinquenta centavos para Portugal, mas em contrapartida nos anos em que um jovem encaminha a sua vida, tive de andar de caserna em caserna. Vi muitos portugueses que atravessaram o Equador para desempenharem funções diversas na actividade administrativa, chegarem ao ultramar e encontrarem casas mobiladas com o bom e o melhor, alguns com cinco e seis criados, tudo às expensas do estado.

Reis Vissapa

Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mokanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola), Comunicado.

Opção do Soba T´Chingange



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