AS ESCOLHAS DO KIMBO
“O Puto e a vida do Papalagui” - Visão de Tuiavvi *
Newton Mesquita . Pintor BR
Para o Papalagui não basta pois olhar para uma coisa, há também que tirar qualquer saber. É esse saber que o Branco exerce do nascer ao pôr-do-sol. O seu espírito está sempre carregado como um cano de fogo, como um canhângulo ou uma cana de pesca lançada à água. E sente pena de nós indígenas, crioulos, matutos e povos de muitos lados e ilhas da Samôa por não exercermos esse saber. Somos, a seu ver, pobres de espírito e tão estúpidos como um animal em estado selvagem. O Papalagui pensa tanto, que o acto de pensar se tornou num hábito, uma necessidade, e até mesmo uma coacção. Vê-se obrigdo a pensar continuamente. Só a muito custo consegue não fazê-lo e deixar viver todas as partes do seu corpo ao mesmo tempo. Na maioria das vezes, vive apenas com a cabeça, enquanto os sentidos dormem um profundo sono. Muito embora isso o não impeça de andar normalmente, de falar, de comer e de rir, permanece fechado na prisão dos seus pensamentos, os quais são os frutos da sua reflexão. Deixa-se por assim dizer embriagar pelos seus próprios pensamentos. Esses pensamentos amiúde, barrem o caminho do Papalagui, como um grande bloco de lava impossivel de deslocar. Se pensa em coisas alegre, não sorri; se pensa em coisas tristes, não chora. Tem fome mas não se serve de taro ou palusami (pratos tipicos de Samôa). O Papalagui, é regra geral, um ser vivo dominado por uma perpétua luta entre os seus sentidos e o seu espírito, um ser humano dividido em dois.
O Balão de Dali
Ainda mal passou a baía e a montanha, e já um novo pensamento o atormenta: «Daqui até à noite não irá haver tempestade? Sim, não irá levantar-se um temporal?» E, ei-lo em busca de nuvens negras no céu limpido, farejando o ar e a direcção do vento. Pensa e torna a pensar nessa tempestade que pode vir a desabar. Não desaba tempestade nenhuma, e assim chega pela noite, ao lugar de Savaú ou Xingrilá sem contratempo. Foi como se não tivesse feito qualquer viagem, pois os seus pensamentos andaram sempre longe. Mais valia ter ficado na cabana, no quilombo, na sanzala ou kimbo ou mesmo Upolu com seus suspiros anciosos. O Branco nunca faz passar fome aos seus espíritos, venera-o e alimenta-o com os pensamentos da sua cabeça, seus mujimbos e chipurulos (boatos e mentiras). Nunca o faz passar fome e não sofre por aí além pelo facto dos seus pensamentos se devorarem uns aos outros. Faz imenso barulho com os pensamentos que tem, e rega-os como se fossem preciosas flores. Que triste sorte a do homem que pensa em coisas tão longinquas como por exemplo: «Que irá acontecer amanhã ao alvorecer do dia? E, dia cinco de Junho de 2011 quem vai ganhar as eleições da Putolândia? Como vai ficar o dono da crise e o contra a crise? e será que o Puto vai escolher a peste do Sócratas? Que não vai dar o voto à mudança com o PP Coelho? (adulterações ao texto original)»
PAPALAGUI: - Homem branco; *Tuiavvi: - Chefe de tribo das Ilhas Samôa que visitou a Europa no primeiro quarto do século XX e descreveu o que viu desta forma. As adulterações estão referênciadas.
(Continua...)
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