NAS FRINCHA DO TEMPO – Com Zé Peixe de Aracaju e as Sereias Roxo e Oxor, algures num recife, por vezes numa bóia… 4ª de várias partes…
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Prometi a Assunção Roxo que iria socorrê-la com uma lenda do mar um verdadeiro golfinho feito homem; assim, surgiu esta parcial inventação falando do personagem que vi em vida e com quem falei algures em Aracaju de Sergipe. E, tudo para a livrar do tormento do “Princípio da Incerteza” que formata a matemática quântica. Como em todas as novelas e, para manter o suspense, convém que não se saiba os episódios seguintes mas, a amiga Maria Sacagami ansiosa, desvendou quem era o personagem Zé Peixe de Aracaju. A carga emotiva desvaneceu-se obrigando-me a dar um giro por outras atractivas felicidades. E como quem conta um conto, acrescenta um ponto, talvez se tenha de esticar a estória andando no espaço-tempo de forma aleatória. Pois lá teremos de acrescentar mais episódios com sereias e kiandas da Calunga.
* - Sereias são Kiandas que fazem parte da calunga, "grande mar", são entidades fortemente ligadas ao orixá Iemanjá, das águas do mar, um poder regenerador no campo sentimental. São efeitos de facilitar a escrita um pouco à figura de Camões que das ninfas criou as tágides, ninfas do Tejo. Eu chamarei de kwangiadas às ninfas do Kwanza em Angola. Aqui no Brasil, às sereias de Guaxuma chamaria só kiandas de Guaxuma
(…) Nas chegadas dos navios ao porto, as vezes utilizava-se de uma prancha para ir em busca das embarcações mais distantes, e as aguardava em cima da bóia de espera (a 12 km da praia) durante a noite toda ou mesmo durante um dia todo, até a maré ser propícia à aproximação e ao desembarque no porto. Zé Peixe realizou esses feitos até em sua idade avançada, o que surpreendia tripulação e comandantes desavisados. Com 82 anos e já enfermo, solicitou junto à Marinha seu afastamento definitivo.
Um homem franzino e introvertido de 1,60m de altura e 53 Kg, sempre cativante por sua humildade, dignidade e simpatia. Zé Peixe comia muito pouco e não se banhava com água doce. Sua dieta se baseava em pães com café pela manhã e era rica em frutas durante todo o dia. Também não fumava, nunca bebeu álcool, dormia às 20h da noite e acordava às 6h. Apesar da insistência dos pais, desde criança não tomava banho de água doce, pois vivia no mar. No entanto, tinha o ritual de manter barba e cabelos sempre cortados.
Quando fora de serviço, gostava de ir cedo cuidar de seus botes atracados em frente à capitania dos portos, ir tomar banho de mar e andar de bicicleta até o mercado, onde comprava frutas. A pé ou em bicicleta, só andava descalço. Usava sapatos somente em ocasiões especiais ou quando ia às missas da Igreja do São José ou do Colégio Arquidiocesano. Nunca saiu do lugar onde nasceu.
A antiga casa, toda pintada de branco por fora e azul por dentro, é muito simples. Entulhada de lembranças, títulos e medalhas que Zé Peixe juntou na vida, além de miniaturas e desenhos de barcos, e de imagens de santos católicos. Morreu em Aracaju na tarde de 26 de abril de 2012, vítima de insuficiência respiratória, aos 85 anos. Estas novidades sobre zé Peixe podem ser revistas por todos através de wikipédia mas, desconhecem que ele, já era em uma outra vida lá muito para trás, filho de uma kianda. Pois é aqui que começam a surgir os encantamentos havidos entre um boto golfinho do amazonas e uma kianda saída do Kwanza, talvez a tetravó das manas sereias kiandas de Guaxuma e, com os nomes de Roxo e Oxor.
(Continua…)
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