LUANDA - Relatos e histórias de antigamente… III
Por
Luis Martins Soares Nasceu a 8 de Julho de 1934. Tem agora 81 nos de idade. Uma biblioteca de coisas esquecidas numa Luanda que nessa altura não tinha ainda 18 000 habitantes.
O Baleizão já marcava presença por toda a cidade vendendo os sorvetes ‘‘baleizão”, nome adoptado pela população, em carrinhos empurrados por homens vestidos com roupa e bivaques brancos. Luanda teve um espectacular crescimento nos anos de 1930 a 1950: com cerca de 50.000 habitantes em 1940, passou a 140.000 em 1950, 225.000 em 1960, e quase 500.000 em 1968 e, com a percentagem de brancos sempre em aumento. Ainda me recordo da senhora negra luandense sentada na esteira de luandos ou de matebeira no banquinho catando piolhos da criança ou do adulto.
Passava horas nesse trabalho intercalado com conversas em quimbundo. O luando é uma espécie de junco de caule macio espessura de mais ou menos de dois centímetros que após secos eram ligados uns a outros com fio de modo a formarem uma espécie de tapete com um metro e meio a dois metros de comprimento por 80 cm de largura. Acessório praticamente presente em muitas casas fazia parte das reuniões após o jantar onde se juntavam os vizinhos no quintal para colocarem as novidades em dia enquanto a criançada sentada brincava com seus carros de lata, madeira ou bordão.
Meu pai fumador inveterado, com os dedos marcados pela nicotina, gostava mais de usar a mortalha Zig Zag e manufacturar ele próprio os cigarros. Para isso tirava a mortalha da cartela e colocava o Tabaco Francês N° 1 ao longo do papel. Era embalagem de 50 gramas e seguidamente com o auxílio dos dedos polegares e indicadores das duas mãos enrolava as pontas do papel de modo a reter o tabaco, terminando com o passar do papel pelos lábios, para fechar e colar todo ele.
A vantagem era poder manipular o cigarro com a espessura variada. Algumas vezes o cigarro preferido era o acondicionado em embalagem de 300 gramas, tabaco semicolar, mas a marca mais conhecida era mesmo o Francês N° 1.
CAFUFUTILA, (kifufutila): - farinha de mandioca torrada misturada com açúcar. Do Kimbundo de Angola
(Continua…)
As escolhas do Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA