TEMPO COM CINSAS - Sei de antemão que as lágrimas não se cristalizam, quando sempre lamuriamos - A vida, é uma falácia…
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Por via da curvatura da terra as pessoas a olho nu pouco vêm para além dos trinta quilómetros porque e, a cada quilómetro, a flecha fica cada vez maior e aumenta de forma exponencial. Os marinheiros tiveram de construir nas caravelas e no mastro principal ou gávea, um cesto a que chamaram de carago a fim de avistar mais longe. Nas primeiras viagens os portugueses descobridores, porque só viam terra do lado esquerdo, passaram a chamar a esse lado de bombordo enquanto do lado direito era água, o mar a este e, assim ficou de estibordo.
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Mas, as pessoas e principalmente os matemáticos têm buscado teorias tão subjacentes que nem o nosso entendimento consegue num primeiro repente encontrar uma distinta e plausível formulação consistente. Apenas uns poucos conseguem acompanhar o avanço acelerado da fronteira do conhecimento e, esses têm de dedicar todo o seu tempo especializando-se em uma ínfima área. Há apenas sessenta anos, só duas pessoas compreendiam a teoria da relatividade geral.
Se formos inteligentes, o bastante, descobriremos um dia que há uma série de formulações que se sobrepõem porque na realidade não existe uma teoria definitiva do Universo mas, apenas uma sequência infinita de teorias que descrevem o Universo com uma precisão cada vez maior. É certo! Os eventos só podem ser previstos até certo ponto e, o restante de tudo ocorre de maneira aleatória e arbitrária, de tal modo que nos levamos a considerar que se houvesse um conjunto completo de leis, isso infringiria a liberdade divina de mudar de ideias e intervir no Mundo.
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Sempre surge um paradoxo mais antigo que nos interroga! Será Deus capaz de criar uma pedra tão pesada que ele próprio não a consiga erguer? E, é aqui que surge a falácia tão vasculhada pelos poetas, pela dialéctica que fazem parecer crer alterando os eventos e as propriedades criadas no Universo por Deus, tal como o tempo. E, dão tempo ao tempo e continuam intemporais, sublimados num enfeitado nada.
Enfaticamente presume-se que Ele, Deus, sabia o que queria quando o concebeu. A meta dos cientistas é a de formular um conjunto de leis que nos permita prever eventos apenas até aos limites estabelecidos pelo princípio da incerteza, tantas vezes aqui referido! Nesta descoberta de abrindo caixas, ouço o sino das onze badaladas da manhã.
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Lugar do aqui e agora, num sítio de Ferragudo aonde as ondas minúsculas me barulham o pensar provocadas pelos mesmos barcos que outrora saíram ao calhar, descobrindo coisas palpáveis, nosso mundo com malezas e escorbuto que o tempo controlou ou tenta. E reparo na silhueta de casas brancas e cor de terra a se desfazer lá mais longe num manto verde e, mais longe a serra de Monchique envolta em fumo de nevoeiro que lhe dá vida.
Na outra margem do Arade na perspectiva de outros mastros e outros modernos barcos sem carago, distingo entre muitos ali naquela marina de Portimão, o quanto houve de evolução tecnológica usando o sonar, as ondas artesianas pelos rádios e vertedores de imagens que se cruzam nos ares invisíveis excluindo assim o apito, as sirenes, tudo substituído por um ou mais GPS´s que os conduzem às terras do Piter Pan.
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Somos um laboratório em permanente estágio e, sem uma teoria definitiva que me leva a dizer que se existe alguma coisa de nos levar ao arrependimento, é a de se ter confiado em algumas pessoas que não o mereciam! Mas, até isto passa sem conseguirmos transpor os abismos de um acelerador de partículas de um futuro incerto! Um cenário de energias patéticas que simplesmente neste agora ressoam nas onze badaladas da igreja de Ferragudo…
O Soba T´Chingange
TEMPO DE FRINCHAS . Do Paralém, com Frank Sinatra, esse lugar onde não há muros, fronteiras ou barreiras, no particípio passado do tempo…
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Saindo do castelo das kiandas, um lugar do M´Puto conhecido por Ferro Agudo, como um assombro, entrei nas águas do Arade ginasticando a forma de cachorro, caminhando no sentido montante com a serra do Marachique do lado das nortadas e, podendo até distinguir o caserio dos dispersos montes e manchas verdes em sua encosta. O recorte azul do céu parecia até a silhueta de um cachalote e eis que num repente rosnando um barulho de motociclo surge no próximo céu uma geringonça na forma de parapente subindo em círculos por cima de mim, do rio, da marina e os muitos barco à vela que ali se ancoraram na Angrinha; pouco a pouco fui-me chegando ao molhe bem do lado sul da rampa de socorro a náufragos e do cais de lanchas táxis do mar que levam turistas à Praia da Rocha ou para ver golfinhos e orcas que só mostram suas silhuetas a uns 15 quilómetros mar a dentro.
Já saído da água deparo com um espanto de gente defuntada; ali estava cheio de charme fumando um cigarro com boquilha, algo pouco inusual, o tão famoso Frank Sinatra! Seria ele mesmo, todo inteirinho com um chapéu panamá? Não seria uma kianda assombração? Seria só um sósia? Pedi um folheto à menina das vendas de vistas no alto-mar com golfinhos e de soslaio aproximei-me dele olhando-o de soslaio; ele e eu não queríamos ser vistos porque só fingíamos mesmo ser o que não eramos, pensei! Bom, acabei por arranjar coragem e num repente mirei-o de frente perguntando-lhe em um inglês raspikui: You want to go see the dolphins, do you? Tentava ser convincente e falar assim como se o mundo ao redor dali fosse só meu!
Ele olhou-me por detrás dos óculos relampejantes e eu em pulgas; caramba seria mesmo ele? Fez um gesto de não dar nas vistas e baixinho recomendou que fossemos um pouco mais ao lado, junto ao socorro a náufragos: - Are you the António Costa the liar of the apparitions!? E continuou: - Do not speak loudly…E repetiu depois de eu franzir a frontalidade: -do not talk loud because, eu saí do Paralém sem autorização e não posso denunciar-me aqui na terra das aparições. De repente falou em um português meio assustado, mas entendível. Ali mesmo, apontei rasteirinho com o indicador: disse que podia ficar descansado mas, na dúvida perguntei se não era outro Costa que procurava! Um outro que andava por ali - Il est à vous que je cherche; je suis seguro! É mesmo a ti que procuro! Seguro,…Costa?! Bom! Será mesmo uma coincidência (pensei) e muito vaidoso comprei dois tickets.
Claro que fiquei muito vaidoso por ser eu o interlocutor escolhido desta kianda que tão bem cantava e canta e, lá fomos mar adentro. Entretanto contamos coisas incomuns que até ele riu muito com seus alvos dentes e, assim passamos até ver os golfinhos. Ele de maravilhado tremia de contente e com o vento suão regressamos à costa das falésias Algarvias. Já muito próximo dos rochedos, falésias barrentas eu apontei para o lugar da Cama da Vaca para lhe dizer que era ali o lugar ideal para futuras aparições e foi quando dando de cotovelo, nada havia, dei-me conta que se tinha ido, quer-se-dizer, não estava mais: Escapuliu-se, escafedeu-se, bazou. Frank foi-se sem se despedir, ficando só sua onda de musica “strangers in the Night” . Ele sim ! Ele há coisas…
O Soba T´Chingange
“UM DIA COM KARMA ” - INOCÊNCIA E PERSISTÊNCIA AO VENTO SUÃO.
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T´Chingange
Despojado de receios acumulados e recordações inúteis acariciei a persistência até ela deixar de tremer. Para manter o corpo em forma e espírito desanuviado, esperança faz exercícios manuais ao jeito de kung-fu mas, comigo sussurra-me subtilidades com emaranhados sem preconceitos atravessando silêncios de um amor maduro. Perseguindo-me como um hipotético amante, e como uma sombra percorre-me com seus dedos obsessivos ao ponto de esfarrapar minha inocência. Perseverança e inocência, são ambas mulheres maduras que se queimam na areia e, na torreira do zénite do meio-dia em finais de Agosto e num lugar chamado de ferro-agudo.
A persistência, amiudadamente, deitada de bruços, alonga seu curto bikini por modo a ficar torrada nas curvas ainda brancas; delicadamente ou disfarçadamente olha as pedras do pequeno molhe deliciando-se com o marulhar do mar feito espuma. Da torre da igreja com uma torre de sino e outra mocha e de barras tipicamente amareladas batem as doze badaladas num timbre ondulado; neste entretêm de tempo, meu fiel cão lança bafo quente nas minhas quinambas ou pernas salpicadas de areia como um croquete da iglo, assim a modos que a lembrar o pirata com gancho distribuindo iguarias aos pivetes, quem é que nunca viu este anúncio com uma caravela ondeando.
A inocência, de curta e listrada canga ou tapa bunda, roda seu corpo na suavidade cálida do ar que sopra do sul e, ora abrindo ora fechando pernas de instantes a instantes acomoda seu puxo de cabelos rúbeos enquanto mordisca um longo cigarro. Usando sua própria dimensão num minúsculo espelho, de viés e num vira-vira de contraluz, massaja o rosto com um leitoso creme tipo nívea, isso, como aquele de botar nas pilinhas dos anjinhos. O hálito morno do seu aroma salino, conforma as migalhas do seu karma, assim como uma paixão exploratória às duzentas e umas maneiras de fazer amor. Para mim uma das três ou quatro maneiras já eram suficientes. Perseverança e inocência afinal, viviam em comunhão adquirida, à alguma tempo; aqui e, já no fim desta curta estória, pouco importa das suas fraternidades, Afinal eram fúfias, sapatonas mesmo! Que desperdício, sem catembe e com cazuza ou cacaugwita para curtir.
O Soba T´Chingange
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