Terça-feira, 28 de Novembro de 2023
VIAGENS. 110

NAS FRINCHAS DO TEMPO

"DOS TEMPOS DE DIPANDA“ - Crónica 3521 28.11.2023

 “Tropas cubanas para Angola, já!” - “Missão Xirikwata”

- Escritos boligrafados da minha mochila – Aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018

Por: T´Chingange (Otchingandji) – Em Lagoa do M´Puto

moka22.jpg BATALHA DE LUANDA - A coluna da FNLA consegue atingir Caxito, onde é dizimada com a entrada em acção dos “Órgãos de Staline” aos quais os angolanos passaram a chamar de “Mwana Caxito” (filhos de Caxito); exactamente por terem sido utilizados pela primeira vez, na capital do Bengo. Esta arma capaz de disparar simultaneamente vários morteiros, foi construída no tempo de Staline…

Os “Órgãos de Staline” permitiram aos russos resistirem contra os alemães na Segunda Grande Guerra Mundial. Nesse então ganhou o nome de “katiusha”- querida Katia, palavra de código utilizada entre os comandantes das frentes. Nos EUA, chamam-lhe “Tio Sam”. Nesta lengalenga de lembrarmos coisas mortas, cada homem é um mundo. No M´Puto, a 9 de Março de 1975, Spínola foi informado por oficiais amigos da operação matança da páscoa.

moka12.jpg Era aquele, um plano do Partido Comunista Português e os militares mais radicais do COPCON e da 5ª Divisão, apoiados pela União Soviética, para realizar uma campanha de assassinatos políticos, onde Spínola e seus apoiantes constavam como alvos, como parte de um golpe de estado para tomar o país.

O herói do monóculo e pingalim e luvas de coiro preto chamado de Spínola, escapa-se de helicóptero para Talavera de La Reina, em Espanha levando com ele a valentia que num repente enferrujou na apatia medrosa, com mofo e atitudes encardidas de vergonha. Entregues ao acaso, na Luua, as Forças Militares dum exército que deveria ser de conjunto, ao invés de apagar o fogo como o deveria ser, ateavam ainda mais os incêndios.

mocanda25.jpeg Lopo do Nascimento mentia com todos os dentes dando força ao tal exército popular do seu MPLA – “victória ou morte” – Aiué, Nossa Senhora da Muxima nos acuda!... As FAPLA, atacaram e destruíram com blindados o quartel da FNLA em Kifangondo. Ninguém se insurgiu neste uso de blindados! Deveriam ser apreendidos pelas NT. mas, ou as ordens se perderam no caminho ou lhes faltou coragem para actuar.

Podemos acreditar em tudo porque nada foi feito! Era mais fácil desconhecer tal gravidade. Nova Lisboa (Huambo), Lobito, Benguela e Sá da bandeira eram agora as cidades refugio dos deslocados de guerra idos do Norte, Malange Luanda, Uíge e muitas outras localidades. Num desespero e abandonando tudo, as  gentes fugiam simplesmente daquele inferno. Era o preconizado por Rosa Coutinho e seus guedelhudos do MFA.

gad3.jpg Guedelhudos do MFA.- os urubus ou corvos, como queiram; Tropa fandanga nunca reconhecida traidora pelos muitos governantes de Portugal no após 1975. Com três semanas de combates arrasadores, nunca o MPLA acudiu aos apelos de Paz faltando a todas as reuniões do comando unificado da Luua. A Emissora Oficial de Angola era simplesmente ignorada pelo MPLA.

Em N´Gola - Não dava para esperar! As escolas já não funcionavam, os dispensários médicos iam ficando sem gente capacitada, as instituições iam ficando desertas de gente com poder de decidir. O “lar do Namibe” uma cooperativa de construção comunicou-me que já tinha direito à tal casa mas, esta carta por ali ficou em cima duma estante a desaguardar num tempo que se esfumou. O PCP da metrópole na colónia, "tentou a sua sorte para poder desempenhar um papel determinante na evolução do país”. A verdade é que a descolonização de Angola estava a ser executada ao acaso…

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:50
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Sábado, 25 de Novembro de 2023
VIAGENS . 109

NAS FRINCHAS DO TEMPO

"DOS TEMPOS DE DIPANDA“ - Crónica 3520 – 25.11.2023

 “Tropas cubanas para Angola, já!” - “Missão Xirikwata”

Às margens do Cubango - Escritos boligrafados da minha mochila – Aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018

Por: T´Chingange (Otchingandji) – Em Lagoa do M´Puto

guerra01.jpg Nestas finchas do tempo, relembrado o 25 de Novembro*, no M´Puto, meus sentimentos, pensamentos e actos, têm uma única finalidade: falar a verdade à minha comunidade para que a história não se esmoreça; minha atitude determinará o juízo de bom ou de mau que há sobre os factos. Quero assim ser livre, criador e sensível o quanto baste sem pactuar com a imbecilidade que como dança infernal leva as massas sociais ao embrutecimento; algo que sistematicamente corrompe o bom senso dos homens.

No M´puto, Costa Gomes, o presidente rolha, titubeando indecisões, acabou por retirar o Brigadeiro, esse tal de José Valente, comandante da 2ª Região Aérea e que vivia em relações tensas como a CCPA (Conselho Coordenador do Programa do MFA para Angola e que, incluía o CCPA e o Estado maior de Angola). Entretanto os vapores Vietnam Heróico, o Coral Island e o La Plata, chegariam antes do fim de Setembro de 1975 em Brazaville e Porto Amboim -- Angola, levando a bordo mais de 1000 toneladas de gasolina, 300 instrutores para os quatro CIR do MPLA e ainda dois aviões cubanos.

guerra41.jpg Leonel Cardoso continuava apreensivo pedindo apoio a Lisboa e mantendo as FAPLA em suspense com uma hipotética chegada de tropas especiais, Comandos e Pára-quedistas. Leonel Cardoso perante este cenário blefava e, era só o que lhe restava porque Lisboa andava afanada com os sindicalistas das “Manif” de civis e militares guedelhudos. Leonel Cardoso andava sem saber como fazer na entrega do poder a 11 de Novembro de 75.

Com muxoxos de boca pequena sabia-se que Leonel Cardoso se queixava de estar rodeado de traidores à pátria ou à causa; a confiança, ruía-lhe algum aprumo. Ética, era uma coisa quase nefasta e os heróis das NT em sua maioria só viam o MPLA. A estes, o MPLA, entregavam tudo de mão beijada sem fiáveis contrapartidas mas, sempre havia uns quantos que buliam sua própria consciência. Aquilo não lhes parecia lá muito bem… Eram muito poucos, quase nenhuns. Em Angola, estávamos entregues à fé e ao acaso, à bicharada.

guerri1.jpg Entretanto Samora Machel de Moçambique e Július Nyerere da Tanzânia, perfilam-se também ao lado do MPLA. Otelo em viagem a Havana garantia a Fidel de Castro não retaliar com suas frotas e tropas, entenda-se como as NT (Nossas Tropas) a “invasão de Angola” em apoio ao MPLA. No M´Puto, pouco a pouco, Carlucci o embaixador Americano, ia alegando algum favoritismo para o MPLA.

O Gringo Carlucci da USA, com a nobre ajuda de Vasco Gonçalves, o primeiro-ministro português, um ex-doente mental da casa dos malucos de Luanda - sector militar. Este afiançava a pés juntos perante o Gringo que, não senhor, o MPLA não é comunista! Era uma boa base aos ditames de Frank Carlucci; a este, interessava-lhe sobremaneira o controlo do petróleo de Cabinda. Não era por acaso que já Cabinda estava inteiramente nas mãos do MPLA.

carlu1.jpg Podem ver agora e com clareza de 48 anos já passados que os retornados tiveram um desfecho muito parecido com o sucedido no Irão, no Iraque, no Afeganistão, na Líbia e aonde quer que houvesse petróleo, a moeda americana suporte de sua supremacia. Costa Gomes, com esta decisão sentia-se agora mais confortável. Naquele então o segredo era manter tudo em banho-maria até o 11 de Novembro.

Muitos ou quase todos dos “libertadores” afectos ao MPLA, sonhavam com a casa, o carro, os privilégios e as posições dos colonos. Conquistaram-nas e tornaram-se piores do que aqueles gestores da Administração Ultramarina  do tempo colonial. Desculpar-se-ão com a guerra. Só que a guerra, que matou tantos e estropiou, alimentou um punhado de pessoas, que se tornaram insultuosamente ricas…

mfa2.jpg Nota*: O 25 de Novembro de 75, foi o golpe que retituiu a democracia a Portugal, apòs a rebelderia do PREC e a descolonização, em que se destacram Jaime Neves dos Comandos e Ramalho Eanes que forçaram Costa Gomes a mudar de rumo bem como o PCP com Álvaro Cunhal, na liderança…” O antigo Regimento de Comandos, na Amadora, evoca todos os anos, de um modo especial, dois dos seus combatentes, o tenente José Coimbra e o furriel Joaquim Pires, mortos no 25 de Novembro de 1975, numa acção militar para submeter o quartel da Polícia Militar, na Calçada da Ajuda, em Lisboa.  

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 16:56
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Quarta-feira, 1 de Julho de 2020
MOKANDA DO SOBA . CLIV

MEUS KITUCUS (mistérios) . JANELAS PARA A VIDA

Crónica 3033 - N´gana N´Zambi, não vale a pena morrer de véspera01.07.2020

Publicada em Kizomba a 29.06.2020 - N´gana N´Zambi – Meu Senhor

Por

soba002.jpgT´Chingange - (Ot´chingandji) - No Sul do M´Puto – Barlavento ( …de onde sopra o vento)

zanzi9.jpg Que cena: Um senhor fardado com um pijama às riscas, sentado num sofá de orelhas olhando para o infinito de Cascais, prédio comprado com Angolares a fingir de Macutas com palancas a pastar o capim das anharas. Babando-se pelo canto esquerdo descaído, insensível ao cérebro abanado por uma trombose. Com a lentidão das coisas graves e titubeadas com muxoxos – Hum, pois, não sabe; a kalashnikov, os turras – coisas antigas do vinticinco do M´Puto…

E, eram bolas de trapos, meias surripiadas do pai a cheirar a sulfato de peúga e permanganato de potássio dos armazéns do Bungo! Lembranças de quando ainda estudava que o Ali Babá era lenda antiga com ladrões feitos moiros, muçulmanos das mil e uma noites. A puta da guerra intercalava-se com as vidas de quando mais puto, ainda era kandengue; de quando fazia trumunos nas bananeiras do Malhoas, um sítio esquecido dum rio que só o era quando chovia – Rio Seco, aiué… Bem! Depois, revolucionou-se a fazer panfletos contra as coisas ultramarinas, juntou-se com a foice e o martelo no M´Puto e entre picardias e fumaças de burundanga daquele tempo, espezinhou-se numa intiphada ferindo até o próprio pai…

mai1.jpg Intiphada com giad pela libertação de sua terra predicando avanços sociais porque, aquilo da exploração tinha que terminar! E, terminou, faz tempo mas, a guerra continua, sempre! Às vezes, lá na Luua, rebentava tiroteio, eram rajadas pulando no espaço, de luz tracejantes nas noites cálidas tal qual como o Ché fazia em “El Pinar de Cuba” e, toda a gente fugia para o centro do medo, parte central da casa… Depois voltava tudo ao seu lugar. Se estavam na bicha, começavam os muxoxos atrás da parede e entre mujimbos sabia-se que alguém teria morrido.

Eram combates com tiroteios aonde o que era, já tinha sido, a vida não corria no setentaecinco – fugia! Mais e mas, edecéteras e entretantos… Que é feito do cambuta chambeta zarolho filho da peste? – Acho que lerpou! Assim mesmo no simplesmente e no presente do defuntado, sem gerúndio. Foice! Agora, o irmão do Fala Kalado, confinado no seu prédio do M´Puto, nem se apercebe que a guerra do Tundamunjila já acabou e, diz coisas que nem batem na bota da perdigota.

Interpretando a natureza contraditória do Mundo que hoje forçosamente tem uma motivação sanitária pelo COVID 19, não será permitido cuspir para o ar, nem para a água da praia de Carcavelos porque a gente, a vida da gente, anda muito subjectiva. Isso! O que se passa no espírito ou no pensamento resulta das percepções pessoais, assim como o ponto, que vira virgula sem direito a interrogação. Afinal, seremos todos uniformemente naturais usando um relógio sem ponteiros e, divididos entre o ontem e o hoje sem o antes-de-ontem…

maian10.jpg Hoje, o agora é muito mais importante que todas as outras farras; uma janela muito ampla com a distância e a proximidade purificadas num se calhar e, com um Deus de silêncio a fiscalizar. Tambulakonta!? De novo voltamos a confirmar que o sentido que nos leva a qualquer participação cívica, não é igual para todos! Quem andou feito cigarra despifarrando seus proventos, agora forma fila para se socorrido com uns pastéis de Belém, tortas de Cacilhas, batatas fritas de Alcabideche e rufadas de Tomar ou Pasteis de Tentúgal.

O ideal seria estarmos todos a olhar porque pode ser-se mal julgado e até ser preso por ter cão ou por não ter! Pois! Uns fogem do problema, outros há, que os problemas são sempre os outros. E, então nem sabemos como ficar, estando na casa toda ela feito medo, falando com o frigorífico, a torradeira e a avenca de folha larga tirada da casa da vizinha - porque sua dona, não a pode regar; está em Almada bem por debaixo da mão do Cristo Rei rezando o terço e mandando santinhos para todos os amigos…

Naqueles tempos de CONFINAMENTO 75 – DA LUUA, houve quem andasse semanas a comer bananas, e outros, comendo arroz e ração para gato ou cão, ou mabanga da Samba aonde espetaram um Sputnik. Ele, o Kafundanga Zungueiro, diz até que a guerra do tundamunjila não foi assim aquela coisa hedionda... O senhor fardado com o pijama às riscas, ex-Coronel do “M”, ouve esta descrição abanando a  cabeça ora para os lados ora assim-assim para cima e para baixo! Será que se lembra das diabruras que fez lá no vírus do “Vitória ou Morte”…

mocanda32.jpg Só que ouvíamos relatos, de gente que era morta de maneira bárbara, dizia-se que a FNLA matava com certos requintes, praticava antropofagia e edecéteras. Afinal eram só frascos roubados pelo “M” no Instituto de investigação para incriminar os zairocas fenelas. Não era mesmo para meter medo! Nem um vampiro iria gostar desta coisa macabra, comer corações sem sal, nem pimenta, nem jindungo onoto!... Luanda estava empestada de guerrilheiros, uns bem fardados e sabendo distinguir uma G3 de uma Kalashe e sabendo aonde ficava o gatilho mas, outros nem sabiam o que eram as estrias do artefacto… Tudo aquilo e agora, caramba, outras viroses…

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 05:45
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Terça-feira, 11 de Fevereiro de 2020
BOOKTIQUE DO LIVRO . XXX

Estou de range rede…! O tempo da Kalunga, ruge…

Em Cabassa de Angola nasceu N´Zinga M´Bandi N´Gola que mais tarde ficou conhecida como Rainha Ginga09.02.2020

Por

soba002.jpg T´Chingange - No Nordeste brasileiro

Últimos 3 Livros em cima da mesa da cabeceira - criado mudo.

12 - O PADRE CÍCERO - Olímpica editora de Juazeiro - Amália Xavier de Oliveira...

13 –HUGO CHAVES – O colapso da Venezuela – de Leonardo Coutinho

14 – GRANDE SERTÃO : VEREDAS – de João Guimarães Rosa editado pela Companhia das Letras

15 – GINGA – Rainha de Angola de Manuel Ricardo Miranda

booktique25.jpg Em Cabassa de Angola nasceu N´Zinga M´Bandi N´Gola que mais tarde ficou conhecida como Rainha Ginga. Foi de 15 para 16 de Janeiro do ano de 2009 que eu e minha cara-metade de nome Ibib, passamos a noite na Residência Camões, uma residencial modesta situada bem perto da Praça também de Camões e, tendo mesmo em frente a Embaixada do Brasil. Ficamos na Rua do Poço dos Negros, Bairro Alto, um lugar em que os escravos de tempos passados levavam em baldes a merda e o mijo dos Nobres de Lisboa.

As barricas de penicadas eram despejadas num poço ou directamente no Rio Tejo. Neste então havia no ar um cheiro constante de bosta com coisas nauseabundas à mistura como gatos e cães mortos e vísceras indiscriminadas. Arrepia até escrever isto mas assim era naquela época medieval da qual saíram pestes negras e de outras indefinidas “cores”. A toponímia local faz-nos lembrar também o mar, a kalunga distante com kiandas, gaivotas e pescadores mas, o sítio será sempre restos de má memória porque assim se caracterizou.

lisboa0.jpg Fala-se na existência de uma carta régia de D. Manuel I, datada de 13 de Novembro de 1515, escrita em Almeirim e dirigida à cidade de Lisboa, sobre a necessidade de ali se depositarem os corpos dos escravos mortos, sobretudo aquando de surtos epidérmicos que diga-se, deveriam ser muitos. Diz a carta que os escravos eram mal sepultados e muitos seriam mesmo lançados na lixeira Cruz da Pedra na actual, Rua Marechal Saldanha que está no Caminho que vai da porta de Santa Catarina para Santos, ou para a praia, onde ficavam à mercê da voracidade dos cães. Posso imaginar a nojeira que era nesse então.

Se falar de Paris daquele tempo talvez tenha uma visão ainda mais aterradora se rebuscarmos nas Tulherias esse então tão revolucionário aonde os cavalos relinchavam entre valas escorrendo negrura para o rio Sena; por este motivo os franceses apuraram cheiros tornando-se os melhores fabricantes de perfumes. Esses tempos medievais eram tão nojentos que o ar era empestado pelas fezes dos muitos cavalos que talvez aos milhares salpicavam o agora Arco do Triunfo ou os Campos Elísios.

lisboa1.jpg Foi no dia seis de Janeiro que obtive o visto de residência no Brasil e, com a assinatura dum tal senhor adjunto do Cônsul de nome M. Novaes que me pareceu muito cheio de nove horas. Nesse então já era proprietário há três anos de uma casa na Praia do Francês. Bom! Mas vamos então à descrição muito parcial do livro do dia e sem maka porque diz um provérbio do Catambor da Luua que em maka de brancos, só os burros se metem! E, assim chegamos aos engenhos de assucar num mês de Agosto, a altura certa da moagem da cana.

A moagem tinha início logo pós o despontar do dia e ia até o pôr-do-sol; durante os três meses de trabalho intenso tudo teria d funcionar como um relógio. Quando algo corria mal, haveria sempre um culpado a apontar! Munidos de foices, catanas ou facões, os homens cortavam a cana e as mulheres amarravam-nas em feixes de doze unidades. Cada escravo era obrigado a cortar diariamente trezentos e sessenta feixes, que as mulheres a seguir, teriam de amarrar.

lisboa4.jpg O sonho da liberdade não se desvanecera, contudo a fuga do engenho só era possível em direcção ao agreste e depois sertão. Kanjila, já por várias vezes vira o que acontecia aos escravos fujões; eles voltavam quase sempre ao engenho, normalmente ao fim de alguns dias, debilitados e até feridos pelas dentadas dos cães de fila que acompanhavam o guardas nas buscas. Vinham carregados de ferros!

eça6.jpg Por último, quando regressavam ao engenho, eram submetidos a castigos no tronco. Eram chicoteados e por vezes ou quase sempre era-lhes aplicado um ferro em brasa na cara gravando-lhes um “F” de fugitivo. Os que não regressavam eram possivelmente capturados pelos índios selvagens e, certamente comidos. Kanjila interrogava-se muitas vezes sobre qual seria a situação do seu reino do outro lado da kalunga.

E, sempre que chegavam novos escravos ao engenho, procurava sabe por eles, notícias da Matamba, do seu Kongo de N´Dongo mas nem sempre com resultados pois que ou eram de Minas, gente do Zaire, ou Muçulmanos e, muito raramente da sua etnia. Assim pensando e metidos num atoleiro apareceu o capataz, um encorpado mulato mazombo que por via deste empate e quebra de rendimento, logo o ameaçou levar ao pelourinho, o tal tronco das calamidades…

lisboa5.jpg Assim e afastando-se o capataz ainda deu para ver seu sorriso maldoso, batendo o chicote no cano alto de sua bota. Naquele engenho era prática em cada qual fazer sua comida, farinha de mandioca, feijão de corda numa mistura de charque trazido das terras do sul, Cisplatina; Pampas aonde havia muitos animais em estado de soltura. Hoje podemos apreciar esta carne na forma de sarapatel ou carne de sol mastigando por vezes gengibre em defesa dos muitos infestantes na forma de parasitas; este costume ficou e, recomenda-se quando se come o tal de sururu (mabangas da lagoa…).

ADENDA DO PROFESSOR  JÚLIO FERROLHO

julio2.jpgGostei muito desta crónica tropical-afro-lusa do nosso Soba mas a questão (do Poço dos Negros) é muito polémica. Interessei-me por esta matéria porque vivi a minha juventude de estudante naquele bairro de Santa Catarina, Bairro Alto, S. BENTO nas décadas de 1960-70. Percorri a pé milhares de vezes nos anos de solteiro e depois de carro a Rua do Poço dos Negros. Há quem afirme que o Poço dos Negros não deve o seu nome ao facto de se atirarem para dentro dele os ditos mortos, mas sim a uns frades. (Devo confessar que não tirei ainda a limpo a Carta Régia de D. Manuel que o António cita). O que é certo é que no séc.XVI, quando Lisboa era assolada por epidemias de peste, sabe-se que o rei D. Manuel mandou abrir valas comuns para recolher cadáveres pestíferos, quer pelo facto das igrejas estarem sobrelotadas, quer para evitar contágios. Sabe-se mesmo que uma dessas valas foi aberta não longe desta zona do atual Poço dos Negros, então área erma na periferia da cidade. Após o concílio de Trento, os dois ramos dos frades beneditinos (patrono mor S. Bento), ordens até então instaladas no mundo rural, começaram a construir conventos dentro das cidades. Os cistercienses, ditos os Brancos dada a cor das suas capas, abriram no convento do Desterro uma "sucursal" da casa-mãe de Alcobaça. Quanto aos cluniacenses, chamados os Negros, por ser dessa cor a sua larga capa, vieram de Tibães e Santo Tirso para a capital. Adquiriram uma enorme propriedade na encosta que hoje chamamos a Estrela, limitada em baixo pelo vale que rapidamente se chamou de São Bento. No princípio da encosta, construíram, a partir de finais do século XVI, um enorme mosteiro, dito de São Bento, que hoje é a Assembleia ds República, que já foi as Cortes e a Assembleia Nacional do estado novo. Como é sabido a zona ocidental de Lisboa foi sempre carenciada de água, pelo menos até D. João V construir o Aqueduto.

kunene.jpgPor isso qualquer nascente era uma bênção. Acontece que os padres Negros, como todos lhes chamavam, dispunham, no limite sul da propriedade, mesmo no vale verdejante, de um poço farto que rapidamente - talvez até para ganhar simpatias - puseram à disposição da vizinhança. Daí, agradecidos, os beneficiários usufruíam a água preciosa que os padres lhes ofereciam, chamando-lhe por isso o Poço dos Padres Negros, ou, para encurtar, o Poço dos Negros. Pela lógica das coisas e dos usos e costumes destas gentes parece-me pouco provável que se atirassem para dentro de um poço com água para beber e cozinhar cadáveres empestados. Acresce que os negros escravos de que se fala eram normalmente batizados pela igreja católica, como era costume e como condição prévia para serem negociados. Não se compreende que se atirassem para poços cadáveres de criaturas crentes de Deus sem os sepultar. Daí a minha convicção de que esses deveriam ser enterrados nas grandes valas comuns que o rei Manuel mandou construir.

J.F.

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O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:11
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Sexta-feira, 14 de Setembro de 2018
MOKANDA DO SOBA . CXLVI

ANGOLA DA LUUA XLVI - TEMPOS PARA ESQUECER – 14.09.2018

Espreitando pelo postigo da memória antropológica ... Na ausência de estadistas, houve demasiados traidores…

Por

soba15.jpg T´Chingange – Em Johannesburg

Já estamos a mais de 43 anos daquele então – ano de 1975. Durante quatro meses, entre Julho e Novembro de 1975, mais de 900 voos, a maior parte da TAP, levaram mais de 200 mil pessoas de Luanda e Nova-Lisboa (Huambo) para a capital portuguesa na ponte “LuuaLix”. Assim chamei por via de um amigo de nome Antunes, a ter escolhido; aqui tem sido referida para a distinguir de tantas outras de âmbito turístico. E, no total foram mais de um milhão de cidadãos que chegou a Lisboa – Lix, vindos da Luua.

torres5.jpg Foi uma das maiores operações de resgate de civis de todos os tempos e, que envolveu muitas centenas de voluntários. Muitos outros saíram de traineira ou indo de carro para os países limítrofes como a Namíbia e outros para onde seguiram directo, tais como por via aérea: o Brasil, Argentina, Austrália ou mesmo os Estados Unidos. A esta dispersão provocada pela guerra do “Tundamunjila” - Thundá mu n´jilla, chamou-se de DIPANDA a que podemos dar também o significado de DIÁSPORA.

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E, assim átoa sem rascunhos de contacto, chegavam a um qualquer lugar e se desenrascavam como soe dizer-se na gíria de cariz tão lusitano. Os ''retornados'' eram portugueses mas, para muitos Portugal era um país desconhecido, um país que tinha acabado de viver uma revolução e onde poucos estavam preocupados com quem chegava de África. Nem mesmo a família acalentou as angústias de tanta gente; verdade se diga que sempre houve alguém a prestar solidariedade e isso, marcou a diferença.

silva2.jpg Nós andávamos baralhados com tanto ódio, tanta insensatez e tanto desconhecimento das palavras como amor e ternura ou solidariedade. Fui cair num ninho de comunistas chamado de Torres Novas aonde a ordem do dia era sempre por unanimidade - levantando braços; eram as assembleias do povo. Não foi fácil passar dias e dias só falando em surdina para que não se apercebessem que eramos retornados - nossa pronúncia com sotaque, denunciava-nos. Podem calcular como era difícil andar entre “irmãos” trilhando o dente por não se poder expressar.

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Hoje os refugiados vindos da África, sem qualquer restea luso, a mesma que nos escorraçou, são melhor acolhidos em toda a europa, têm casa, vencimento, passe de transporte e até trabalho sazonal. Mesmo assim, pouco tempo depois e em surdina fogem para os países mais ricos vivendo uma grande parte dos subsídios estatais que a Europa decidiu dar sem retorno. Se é mau ou bom não interessa escalpelizar aqui mas, o tratamento é bem diferente do nosso naquele então, de quando chegamos ao aeroporto da Portela.

SBEL.jpg Zé Antunes refere em um blogue amigo que quando ia a Lisboa, sempre passava no Rossio, junto ao Pic-Nic - local de encontro de todos os oriundos de Angola. Eu que fiquei instalado em Torres Novas, em casa de uma irmã, também ali ia; normalmente comia uma sandes na “Tendinha” do Rossio, um panado ou posta de bacalhau e um penalti (um copo de vinho tinto) e, também me inteirava de notícias da Luua e de Angola em geral, pois que dali chegavam todos os dias refugiados na Ponte Aérea LuuaLix. Íamos assim, sabendo novidades de Angola e particularmente de Luanda onde ainda se encontravam meu pai e outros familiares.

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Outros, confraternizavam deitando conversa fora com boatos na forma de mujimbos e também para beber uns finos ou pancar uns petiscos no Pingo Bar, no Leão D’oiro na Rua 1º de Dezembro, na Praça do Chile em Arroios, Na estação de Santa Apolónia e outras, sempre na ânsia de saber mais e mais novidades de Angola. Entre muitos chegados ao M´Puto comentam coisas do género: Foi muito triste… Eu não queria vir! Era lá que eu vivia, era lá que estavam os meus amigos, a minha casa. Mas a família mostrava-se irredutível, pois nessa altura o cheiro a medo era muito.

sabão macaco1.jpg O metralhar dos bairros, as balas tracejantes lançadas pelo Poder Popular e o pregar de caixotes tornava a vida ensurdecedora. Corria notícias de violações, contados por quem tinha visto, ou proveniente de mujimbos contados com intervenção dos candengues Pioneiros do M.P.L.A. Cenas de rasgarem e pisarem a bandeira portuguesa em frente à tropa do M´Puto que ficava sem reagir. Isto, para os moradores, tornava-se muito triste, um mau indício e revoltante.

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Ninguém aguenta ver a sua Bandeira maltratada sem poder fazer nada; mas no m´Puto os procedimentos eram bem diferentes pois que nisto temos de excluir Mário Soares que até foi presidente e tem uma fundação subsidiada pelo erário público… Como lavagem de ética, diziam que era em repulsa a Salazar mas, disto não nos devemos esquecer para que não tenha direito a ir para um qualquer panteão (…O que mais tarde ou mais cedo vai acontecer!...). Baloiçando-me no d´jango do plot, muito perto da árvore n´vuluvulu de Benoni, olho seu fruto pesado de longas múcuas que pelo que dizem, só servem mesmo para fazer milongo de feitiços ao povo da Obovolândia.

silva p0.jpg Eu, quis saber mas parece ser segredo de raizeiros, porque talvez cada homem nasça com a verdade dentro de si e só para ele, e só não a dizem porque é muito só sua; e até, muitos haverá, que não acreditam que seja aquela a sua verdade. Porque cada homem é um mundo que se ao tempo der tempo, o tempo bastante, sempre o dia chega em que a verdade se tornará mentira e a mentira se fará verdade. Estamos a viver este momento de falácia mas voltando àquela certeza de que iriamos voltar para a Luua a refazer a vida, foi-se desvanecendo malembelembe como um sonho…Para pior, antes assim!

pombinho5.jpg Os sonhos ficaram a definir se a recta era mais curta no tempo ou se era a curva mais universal, com um mundo sem bordos e rebordos… Fui lá, a Angola em dois mil e dois mas, as tabuletas de caveiras ladeando os acantonados da UNITA, ainda eram muitas e por muitos lados. Também cheguei a Lisboa, como todos os demais, um outro Portugal, o tal Continental; afinal havia dois, o M´Puto e N´Gola mas nós estávamos por demais inocentes para entender aquela revolução dos cravos ao pormenor. No aeroporto duas senhoras da Cruz Vermelha comentavam em surdina estarem ali a perder seu sono por via destes ranhosos (eramos nós…). Felizmente que havia algumas Donas, estarem ali por amor e solidariedade… Bem-haja!

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 13:21
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Quinta-feira, 22 de Março de 2018
MOAMBA . XVIII

PENSAMENTOS ESPECULATIVOS - 22.03.2018

Bingo! O mundo está diferente - bem-vindo a uma nova era…

Por

soba0.jpegT´Chingange - No Nordeste brasileiro

Fazendo minha talassoterapia nas águas mornas da Pajuçara em Maceió do Brasil, fui pensando nas muitas coisas que se encavalitam em mim de forma desordenada. Maceió em língua Tupi-Guarani quer dizer lodo, terreno de sedimentos que na forma de lama também se chama de massapé. Em verdade, há milhares de anos este lugar era composto de manguezais, terrenos de aluvião situados entre o mar e a Serra do Mar.

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Seus limites do lado do mar terminam em recifes de corais que se estendem ao longo da costa; é aqui que as ondas se esbatem formando uma lagoa de águas rasas com piscinas naturais e de pouca ondulação. É o sítio ideal para enterrado até o pescoço fazer deambulações enquanto me movo, pedalo ou dou pontapés na água.

menino2.jpg Em compreensão meus pensamento e por agora, fluíram para uma situação de maleável condição e convicção passada no rio Tejo do M´Puto com o actual Presidente da Republica Dr. Marcelo Rebelo de Sousa. Eu explico! Em sua campanha para se tornar presidente do Município de Lisboa, este lançou-se ao rio e, com os focos da imprensa em cima, tentou passar a mensagem de que o rio estava despoluído.

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Ele nadou, fez gaifonas de foca, de marinheiro nadador e sorriu para as câmaras com seu olhar de xicululu. Talvez fosse um acto de fé ao dizer ao povo que aquela era uma água com condições para nela molharmos o toutiço, o esqueleto e a moleirinha mas em verdade poucos o seguiram.

roxo116.jpg Talvez fosse um acto de fé ao dizer ao povo estarem aquelas águas em boas condições de nelas nos banharmos. Provavelmente fez uma pesquisa  a inteirar-se dos lodos enteroparasitas ou talvez tendo areias Monazíticas; estou a especular, mas provavelmente encontraria a presença de fungos e bactérias que proliferam por conta de lixo, sujeira em geral deixada nas margens ou descargas de químicos de fábricas “fiáveis” a montante.

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Pelos vistos, poucos ou nenhuns foram ali molhar seu toutiço, sua moleirinha por inteiro, porque o seguro morreu de velho. Sem esta fé, a convicção do valor pelo seu conhecimento não existiria assim tão coerente e tão indestrutível. Marcelo não ganhou a Câmara de Lisboa e sua fé enveredou para comentador de televisão tornando-se um homem de ciência em face das periclitãncias dos outros, dos fracassos alheios.

araujo90.jpg Ele testava a verdade através de suas próprias experiências, leis do pensamento pretendendo mostrar sua verdade; a fé em que acreditava! O tempo de antena tinha inicia mostrando-o a tirar seu relógio “Rolex” com pulseira niquelada, colocando-o na sua frontalidade. Perseguia o tempo desta forma singela entregando sua energia inteira a experiências objectivas encarando-se numa função social de sábio, pois então!

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Como Professor Universitário Marcelo credenciava seu individualismo na dose suficiente para inspirar confiança ao interlocutor invisível, seu povo! Granjeou simpatia graças ao pensamento lógico, coerente e construtivo e, foi assim que o povo o escolheu como máximo representante da Nação. Eu aqui pedalando numa água distante do Tejo, pergunto-me de qual a meta que deveríamos escolher para nossos esforços na verdade da fé? Uma fé nossa!

rolex0.jpg Creio que o poder politica baseado ou criado sobre estas bases pertencem a ínfimas minorias que governam a vontade, e completamente, uma multidão anónima cada vez mais privada de qualquer reacção. Copiaram? Em realidade o Professor Marcelo, alcançou a ciência concreta em que, o nosso cotidiano, jamais seria mantida viva se este homem de ciência não tivesse aparecido.

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Mas, toda a fé tem sempre um mas, tenho uma grande dúvida ou até, nem entendo do porquê Marcelo R. de Sousa nunca reconheceu valor a quem tirou o país da forca: Passos Coelho! Não entendo esta omissão de alguém que reduziu o índice de endividamento de 13 para 3 por cento! Do homem que mesmo assim, ganhou as eleições.

GALO0.jpg Em um qualquer momento o seu relógio “Rolex” parou! Sua frontalidade ficou molemente a naufragar nas águas translucidas do Tejo. Há coisas em política que não são para entender - Surgem ou demasiado Salgadas ou demasiado insonsas. A não ser que me expliquem tim-tim por tim-tim estes fenómenos de fé cientifica do pensamento.

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As leis da natureza são as mesmas em todos os tempos e em todos os países; as leis humanas mudam segundo os lugares, os tempos o progresso da inteligência. Faz-me falto um “Rolex” assim!

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:59
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Sábado, 10 de Março de 2018
CAZUMBI . XXXVI

CINZAS NO TEMPO10.03.2018

- Andamos com o credo na boca, motivo de causas alheias … A ponte 25 de Abril do M´Puto que antes era de Salazar, tem as cordas ruidas, os parafusos estão a desandar e os rebites a chiar…

Cazumbi é feitiço ou mau-olhado em Kimbundu

Por

soba15.jpg T´Chingange

Revisitando Murphy, recolhi de seus escritos que as coisas têm tendência para correr mal sem a possibilidade de reverter o acontecido. Podemos por observação dizer que uma chávena em cima da mesa e no passado está num estado de “ordem” e, a chávena estilhaçada no chão com água derramada, o contrário disso, “a desordem”.

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O motivo definido em tempo que leva entre a chávena inteira e a destruída acontece por um acaso, uma falha, uma coincidência, um erro ou uma má sorte como coisa vista normal.

SALAZAR 2.jpg Sabendo que uma partícula ocupa um ponto no espaço, em cada instante, pode esta estória ser representada por várias linhas entrelaçadas no espaço-tempo e, que a todo o momento e expandindo-se formarão outras linhas deixando de ser aquela “corda”.

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Mas também pode acontecer como sucede no universo cósmico, estas linhas formarem outras cordas que tendem a fechar-se formando um túnel! O túnel da minhoca (universal)!

Pois ao momento da desordem a partir da ordem chamarmos “a seta do tempo” - qualquer coisa que distingue o passado do futuro, passando pelo “agora” ou o “presente” que nunca espera o antes.

Salazar3.jpg O sentido de que o tempo passa, é psicológico, porque nos lembramos do passado mas, não do futuro! É aqui que a porca torce o rabo! Não querendo entregar meu coração à tristeza nem o deixar vadiar nas fatalidades de Murphy, vim beber e divertir-me com gente amiga; iluminado por Deus, pois claro! Pois que pelo que se diz, Ele ilumina as frinchas de todas as portas, todos os zingarelhos e até geringonças…

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Assim e debaixo dum sol ardente, um abafado calor de crispar sobrancelhas em escondidos pensamentos, cabe a mim transformar as coisas poucas em adultas tornando as fábulas em lendas, coisas que só os pastores no púlpito, podem fazer e criar, mesmo que estando confundidos entre as ovelhas.

salazar2.jpg Cá para mim o Salazar, tem culpas sim! Não devia ter feito a ponte porque era previsto poder cair e, caiu sim! Numa só noite levantaram outra com o nome de 25 de Abril. A seta do tempo do Murphy não esqueceu o antes… Nem Ferreira do Amaral... Afinal para que serve o pagamento das portagens?

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:43
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CAZUMBI . XXXVI

CINZAS NO TEMPO10.03.2018

- Andamos com o credo na boca, motivo de causas alheias … A ponte 25 de Abril do M´Puto que antes era de Salazar, tem as cordas ruidas, os parafusos estão a desandar e os rebites a chiar…

Cazumbi é feitiço ou mau-olhado em Kimbundu

Por

soba0.jpegT´Chingange

Revisitando Murphy, recolhi de seus escritos que as coisas têm tendência para correr mal sem a possibilidade de reverter o acontecido. Podemos por observação dizer que uma chávena em cima da mesa e no passado está num estado de “ordem” e, a chávena estilhaçada no chão com água derramada, o contrário disso, “a desordem”.

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O motivo definido em tempo que leva entre a chávena inteira e a destruída acontece por um acaso, uma falha, uma coincidência, um erro ou uma má sorte como coisa vista normal.

salazar 1.jpg Sabendo que uma partícula ocupa um ponto no espaço, em cada instante, pode esta estória ser representada por várias linhas entrelaçadas no espaço-tempo e, que a todo o momento e expandindo-se formarão outras linhas deixando de ser aquela “corda”.

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Mas também pode acontecer como sucede no universo cósmico, estas linhas formarem outras cordas que tendem a fechar-se formando um túnel! O túnel da minhoca (universal)! Pois ao momento da desordem a partir da ordem chamarmos “a seta do tempo” - qualquer coisa que distingue o passado do futuro, passando pelo “agora” ou o “presente” que nunca espera o antes.

salazar4.jpg O sentido de que o tempo passa, é psicológico, porque nos lembramos do passado mas, não do futuro! É aqui que a porca torce o rabo! Não querendo entregar meu coração à tristeza nem o deixar vadiar nas fatalidades de Murphy, vim beber e divertir-me com gente amiga; iluminado por Deus, pois claro! Pois que pelo que se diz, Ele ilumina as frinchas de todas as portas, todos os zingarelhos e até geringonças…

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Assim e debaixo dum sol ardente, um abafado calor de crispar sobrancelhas em escondidos pensamentos, cabe a mim transformar as coisas poucas em adultas tornando as fábulas em lendas, coisas que só os pastores no púlpito, podem fazer e criar, mesmo que estando confundidos entre as ovelhas.

salazar2.jpg Cá para mim o Salazar, tem culpas sim! Não devia ter feito a ponte porque era previsto poder cair e, caiu sim! Numa só noite levantaram outra com o nome de 25 de Abril. A seta do tempo do Murphy não esqueceu o antes… Nem ferreiras do Amaral. Se o que pagamos de portagem não é para pagar a manutenção  do monstro, então para onde vai oa nossa maçaroca?...

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:24
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Sábado, 5 de Novembro de 2016
MOKANDA DO SOBA . CXV

TEMPOS PARA ESQUECER05.11.2016 - ANGOLA DA LUUA XXIV ... NA GUERRA DO TUNDAMUNJILA.Nesta lengalenga de lembrarmos coisas mortas, cada homem é um mundo… Portugal fizera o máximo possível no auxílio ao MPLA …

Por

soba15.jpgT´Chingange - (Otchingandji)

moc4.jpg Em fins de Junho de 1975, Melo Antunes, diria enfatizado ser ponto assente: Colaborar com o MPLA sem beneficiar a FNLA ou a UNITA! O clima de terror não abandonou o MPLA não tendo mostrado qualquer gesto positivo em função do dito, na pessoa dum alto mandatário do Concelho da Revolução do M´Puto. Portugal fizera o máximo possível na ajuda ao MPLA e, este serviu-se desse apoio para fazer o assalto ao poder.

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Neto a 2 de Agosto referia que a FNLA não tinha qualquer papel a desempenhar em Angola e a UNITA seria tolerada até ver e, por os brancos considerarem ser a sua “tábua de salvação”; que queriam continuar a manter seus privilégios! Estas formas de falar comprometeram seriamente Jonas Savimbi, uma arma forte em sua dialéctica. O procedimento de Neto de dar uma no cravo, outra na ferradura tinha a clara intenção de não permitir que Portugal recorresse à ONU.

mo2.jpg Neto não queria ouvir falar em ONU e, só por isso atenuava seu discurso quando as ameaças surgiam, embora de forma velada, do lado português. Iko Carreira expressou bem esta posição! Leonel Cardoso andava em pulgas e, admitiu mais tarde ter-se mantido numa inércia justificando-se no reconhecimento de cumplicidade por parte do Ministro Melo Antunes; fazendo-se de bobo, não o queria demonstrar em praça pública! Afirmou.

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Angola ficou assim presa a futilidades mesquinhas de gente pequena a pensar-se grande. Uma grande traição, direi eu! Por fim, o dito moderado do CR, Melo Antunes o apregoado “africanista”, denunciava a violação do Acordo de Alvor e de Makuru pelo Movimentos que levaram à dissolução do Governo de Transição em Angola.

melo1.jpg Ficou por isso mesmo, sem penas ou agravos para o MPLA. A FNLA foi confinada à fortaleza de São Pedro da Barra em termos de guerra. Só não foi bombardeada porque tinham lá detidos prisioneiros do MPLA. “Os soviéticos continuam a enviar armas para Angola enquanto estamos aqui sentados a conversar” – foi o que disse Mobutu a dado momento, dando a entender que Portugal usava estes processos dilatórios para servir o MPLA e, não estava nada errado.

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Entre os dias 15 e 17 de Julho militares e familiares do ELNA, foram evacuados pela Força Aérea para Carmona. A população africana (entenda-se, pretos) continuava a ser a mais penalizada, vítimas de caprichos políticos dos Movimentos que diziam defendê-la. Silva Cardoso queria ser substituído por já não acreditar numa situação pacífica e, de já não ser possível qualquer forma de entendimento.

melo3.jpg Na noite de 21 de Julho de 1975 Silva Cardoso escreveu sua carta de demissão. Silva Cardoso opondo-se às operações das FAP e, por se colocarem abertamente ao lado do MPLA contra a FNLA e partiu para Lisboa em definitivo. O ELNA sairia do quartel de Santo António à Cuca à força no dia 26 de Julho de 1975. Dois dias antes, as forças do ELNA tinham tomado a Barra do Dande e o Caxito mas, o MPLA, tornava intransitável a ponte sobre o rio Dande em Porto Quipiri, tendo destruído parte do seu tabuleiro.

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 Agora, era Leonel Cardoso o interlocutor da parte portuguesa; as FAPLA continuavam a disparar tiro curvo sobre a fortaleza de São Pedro da Barra; tivesse ou não prisioneiros vivos do MPLA, isso passou a não ser problema; a ordem era de fogo, fogo! Em 29 de Julho, Melo Antunes, demitia-se do Governo. Em Lisboa, o presidente Costa Gomes que popularmente era designado de “a rolha”, segurava as pontas bem presas aos homens de esquerda do Concelho da Revolução. O 25 de Abril estava a dar os frutos a alguém! Viva o PCP, a victória ou morte mais o PREC; que página mais vergonhosa!

melo4.jpg Os ratos saiam das tocas! As divergências na CCPA atingiram seu clímax! A linha progressista partia nozes com o nariz! Entretanto, Otelo Saraiva de Carvalho chegava ao seu gabinete COPCOM com a prometida ajuda de Havana ao MPLA.  Este militar, visto como o novo Ché Guevara, encontrava-se em Cuba desde o dia 21 de Julho para assistir no dia 26 à celebração do ataque ao quartel de Moncada. Isto era o que se fazia constar para não se depararem com embaraços diplomáticos em relações internacionais. Mas, afinal como é que Costa Gomes, o presidente de todos os portugueses alinhava nisto!?

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Costa Gomes nunca se comprometeu em concordar com Otelo no envio de tropas e, em força de cubanos para Angola. Ele, simplesmente ia flutuando como uma rolha ao sabor dos conselheiros que o manietavam ou comprometiam. Garcia Marquez do alto comando cubano, refere isto mais tarde. Agustin Quintana da 10ª Divisão e mais cinco oficiais cubanos chefiados por Arguelles, fazendo escala em Lisboa, chegavam a Luanda a 3 de Agosto de 1975. Foi mais ou menos nesta data que me inscrevi no 13ª voo da Ponte Aérea com guia de Marcha para embarcar para Lisboa com o resto da família.

METRALHAS.png No Norte do M´Puto, são atacadas várias sedes do PCP a 22 e 25 de Julho. A 27 de Julho Vasco Gonçalves, presente no encerramento do Congresso dos Sindicatos afirma: ”eu vejo nesta aliança Povo/MFA uma vanguarda constituída pelas classes trabalhadoras e pelo MFA, movimento revolucionário autónomo das Forças Armadas, aliado aos pequenos industriais, aos pequenos comerciantes, aos pequenos e médios agricultores, porque essa gente também era trucidada e explorada pelo capitalismo monopolista de Estado”. 

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As assembleias de punho no ar sucediam-se na Metrópole. Havia uma confusão muito grande entre o povo nada habituado a estas novas práticas que quase sempre eram sujeitas a manobras obscuras com paralisações. O chavão de “o povo é quem mais ordena” estava sempre constante nas grandes manifestações fazendo crer que o povo em tudo, decidiria.

cruzeiro5.jpg Tudo indicava estar em execução uma democracia dita popular. Realiza-se em Coimbra o 1º Congresso Nacional das Autarquias Locais, com a participação de Comissões de Moradores de Lugar, Aldeia e Bairro, Juntas de Freguesia, Município e Comissões de Trabalhadores, com o objectivo de discutir as formas de intervenção efectiva na resolução dos problemas comunitários, através da transferência de poderes de decisão e gestão da vida local e regional.

(Continua…)

O Soba T´Chingange (Otchingandji)



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:08
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Sexta-feira, 25 de Setembro de 2015
PUTO . LVIII

TEMPO DE CINSAS - Importante questão: O Hijra - Um "cavalo de Tróia" moderno. E se a coisa é realmente como suspeitamos?

Por

t´chingange 0.jpgT´Chingange

 Fonte: Caixa do CTT

cavalo0.jpg É precisamente a pergunta que eu fiz a mim mesmo!... Eu que não consigo pôr um Euro de lado nem ao menos para passear por aqui perto, pergunto-me como é que um refugiado tem que pagar 3.000 € para um passador, sabendo-se que ele necessita de vários anos para chegar àquele monto de 1.000€. Além disso, quando eles são enviados para casa, alguns voltam de logo; então eu disse para mim que ali tem coisa! Andam seguramente terroristas misturados com refugiados "pobres". Até em teoria, esta versão não é tão improvável quanto isso!

cavalo1.jpg O Hijra: Um "cavalo de Tróia" moderno... Ou a doutrina islâmica de Imigração, uma estratégia de conquista com 14 séculos de idade. Quem são os 450 migrantes que embarcaram no cargueiro na Itália, na Grécia e mais, muito mais, centenas de milhares ou mesmo milhões se não houver regras de vigília? "Refugiados" perderam tudo, os relatórios seguem uns aos outros para descrever suas condições de vida terríveis. Eles têm apenas o suficiente para comer: assim que chegam, logo vemos pegarem nos telemóveis e falarem... Para quem? E reclamam quando não têm internet e hi-fi... Metade dos 22 milhões de sírios vive com menos de US $ 2 por dia desde há mais de 2 anos, devido à guerra. Então, como é que eles podem ter entre 3.000 e 5.000 US dólares para pagar aos contrabandistas? (dito por alguns aos jornalistas).

cavalo3.jpg E, se alguém estiver financiando a viagem a jihadistas disfarçados de refugiados? Quem são os mais perseguidos, Síria e Iraque? Eles são cristãos, Yezidis, mulheres, velhos, crianças. Há alguns cristãos em navios de carga que chegam à costa italiana e grega? Não! -São essencialmente muçulmanos, crianças, idosos, mulheres? Não! Muitos, só os necessários para o espectáculo, a grande maioria são homens solteiros; Calais é a testemunha!

cavalo4.jpg A ONU fala de um milhão de crianças sem mesmo um cobertor para enfrentarem o inverno, enquanto os "traficantes" têm 2 ou 3 milhões de dólares para comprarem cargueiros e depois abandoná-los como se tem visto? E esses contrabandistas passaram a ser marinheiros, capitães, mecânicos! É lógico que estes tenham aprendido a navegar navios de carga para depois os abandonarem? O Estado Islâmico tem enormes recursos financeiros, bancos, poços de petróleo. Eles, não se iriam privar desta viagem “charter de cavalos de tróia" para embarcar alguns milhares de islamistas reservados à tal de jihad?

cavalo5.jpg Todos sabem como acabou o episódio final da Guerra de Tróia! E esta astucia não pode ser tomada como paródia porque foi isto mesmo o que disse Kadhafi da Líbia como punição ao ocidente por ter sido abandonado. Como não podem retornar de forma anónima à Europa depois de lutar pelo Estado islâmico, os guerreiros muçulmanos entram disfarçados como refugiados ou escondido em navios que navegam no Mediterrâneo. Chegam à costa italiana, sendo recebidos como um presente dos deuses: eles ofereceram uma nova oportunidade aos europeus para reparar seus crimes coloniais "abjectos", abrindo os braços para os mais desfavorecidos (!!!).

cavalo7.jpg Este estratagema pretende provocar a queda do "império"? Qual é o político, ou jornalista com a coragem de fazer esta pergunta? Andam a passar ao lado da verdade! A própria CIA não tem dúvidas (embora tenham culpas)! Os milicianos do Estado Islâmico vêm para a Europa disfarçados de refugiados, segundo fontes de inteligência dos USA. Se a invasão muçulmana da Europa continua ao ritmo actual, em poucas décadas, os cemitérios são os únicos lugares onde os cristãos, judeus e outros, serão a maioria. Qatar é um dos países muçulmanos mais extremistas... Isto é bem conhecido... E então, qual o porquê destes países árabes não acolhem seus irmãos?

cavalo2.jpg Toda a Europa, se preocupa em acolher os «migrantes (?)», mas nenhum país islâmico se prontificou a recebê-los; não seria isso natural? Onde estariam eles todos melhor senão num país muçulmano? Isto pode ajudar a abrir os olhos dos nossos próprios governantes ...Recorde-se que o ministro das Relações Exteriores da Noruega, Jonas Gahr Støre disse em seu tempo que "Seria paradoxal, tentar estabelecer uma comunidade cristã na Arábia Saudita sem isso ser considerado de um crime punível por decapitação." Mas entretanto uma nova  mesquita está em construção no Court-Saint-Etienne.

cavalo6.jpg Em Lisboa, o Sr. António Costa, quando Presidente da Câmara de Lisboa, «limpou» uma área antes ocupada por comerciantes chineses, e doou-a aos muçulmanos, para construírem uma mesquita, coisa que, faz imensa falta, em Lisboa porque muçulmano também vota! Tentar construir uma igreja ou centro secular no Oriente Médio ou do Oriente Islâmico é utopia! Eles dão o direito de destruir tudo o que é diferente do Islã (cristãos, os coptas, judeus, budistas e até mesmo secular, etc...) em seus países, como em PALMIRA, mas invadem países ocidentais com suas mesquitas e minaretes. Está mal! É isto uma debilidade da democracia ocidental? Eu, não tenho dúvidas!

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:13
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Sábado, 12 de Setembro de 2015
MUXOXO . XIX

O CHOQUE DO PRESENTEA manifestação dos taxistas. Os negócios evoluem através da concorrência e da inovação, e não através do proteccionismo…

Por: Luís Menezes Leitão, em 09.09.15 - (blog DELITO DE OPINIÃO)

As escolhas do Kimbo

luis men1.jpg Tenho utilizado a Uber por toda a Europa e posso garantir a enorme qualidade do serviço prestado. Não vejo que ilegalidade possa haver nesse serviço. Antes da Uber, também já tinha contratado serviços de transfer através de agências de viagens, tendo o carro sempre à minha espera quando chego ao aeroporto, não sendo por isso obrigado a recorrer aos táxis. Haverá alguma diferença entre contratar um transfer por via de uma agência de viagens ou fazê-lo através de uma aplicação informática? Sinceramente não vejo.

luis men2.jpg Os taxistas dizem que os carros contratados pela Uber só têm seguro para ocupantes e não seguro de passageiros dos transportes colectivos, que são de montante superior. A questão é que o capital mínimo de qualquer seguro automóvel, que abrange sempre os ocupantes do veículo, é de 5 milhões de euros, e nunca ninguém em Portugal recebeu, que eu saiba, uma indemnização por acidente automóvel sequer de um décimo desse valor. A questão do seguro é por isso irrelevante para o passageiro.

luis men5.jpg O que já não é irrelevante para o passageiro são os elevados preços dos serviços de táxi em comparação com os da Uber, tendo há meses inclusivamente surgido a proposta de uma tarifa única de vinte euros no aeroporto de Lisboa, dos quais um euro seria para pagar à ANA, para esta pagar à Câmara de Lisboa a abusiva taxa turística que ela quer cobrar na capital. Temos aqui um preço totalmente desproporcional ao serviço prestado para financiar os próprios prestadores e terceiros estranhos à actividade, o que constitui um grave atentado aos direitos do consumidor.

luis men3.png Argumentam ainda os taxistas que têm que ter alvará para exercer a sua actividade, pelo qual pagam elevados valores, não podendo, por isso, o transporte de passageiros ser exercido por pessoas que não tenham esse alvará. Bem, há uns anos atrás, Marcelo Rebelo de Sousa andou a conduzir um táxi por toda a cidade para fazer campanha à Câmara de Lisboa, e não me parece que o assunto tenha preocupado quem quer que fosse. O que esta história da Uber e dos táxis demonstra é a existência de um excesso de intervenção do Estado na actividade económica, que impede a entrada de novos players no mercado, e funciona como uma barreira à inovação e à criatividade.

luis men4.jpg Tal só demonstra o acerto da posição de Ronald Reagan, quando afirmou neste discurso: "In this present crisis, Government is not the solution to our problem. Government is the problem". É, por isso, um grave erro dos taxistas esperar que o governo proteja o seu negócio e inviabilize o da Uber. O progresso é imparável e os negócios evoluem através da concorrência e da inovação, e não através do proteccionismo. O dia em que os taxistas se manifestaram e apelaram ao governo contra a Uber foi precisamente o dia em que a Uber mais lucrou na sua actividade.

Muxoxo: é uma espécie de estalo que se dá com a língua aplicada ao palato, em sinal de desdém ou contrariedade…

As opções do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:44
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Quinta-feira, 23 de Julho de 2015
PUTO . LV I

TEMPO  CINZENTO . No ano 2015 da era Cristã ... Petição Pública

As escolhas de T´Chingange

Por: TERESA SEMEDO - Advogada - Av.ª Mouzinho de Albuquerque, nº 155 sala 7- 4490- 409 PÓVOA DE VARZIM - Escritório: (+351) 252 614 744

REFORMAS POR TEMPO DE SERVIÇO - PORTUGAL tem que ser agora - É importante

pet0.jpg Se hoje todos nós temos que trabalhar 35 anos para conquistar a reforma, eles, os Deputados, também podem fazer por merecer... Vamos acreditar que é possível mudar este país. Depende de nós começarmos este movimento, ou então achar que não vale a pena e ficarmos apenas reclamando.

PEC de iniciativa popular: -Lei de Reforma da Assembleia (proposta de emenda à Constituição)

pet01.jpg1 - O deputado será assalariado somente durante o mandato. Não haverá 'reforma pelo tempo de deputado', mas contará o prazo de mandato exercido para agregar ao seu tempo de serviço junto ao INSS referente ao seu trabalho como cidadão normal.

2 - A Assembleia (deputados e funcionários) contribui para o INSS. Toda a contribuição (passada, presente e futura) para o fundo actual de reforma da Assembleia passará para o regime do INSS imediatamente. Os senhores deputados participarão dos benefícios dentro do regime do INSS, exactamente como todos outros portugueses. O fundo de reforma não pode ser usado para qualquer outra finalidade.

3Os senhores deputados e assessores devem pagar os seus planos de reforma, assim como todos os outros portugueses.

4 - Aos deputados fica vedado aumentar os seus próprios salários e gratificações fora dos padrões do crescimento de salários da população em geral, no mesmo período.

pet1.jpg 5 - Os deputados e seus agregados perdem os seus actuais seguros de saúde, pagos pelos contribuintes, e passam a participar do mesmo sistema de saúde do povo português.

6A Assembleia deve igualmente cumprir todas as leis que impõe ao povo português, sem qualquer imunidade que não aquela referente à total liberdade de expressão quando na tribuna da Assembleia.

7 - Exercer um mandato na Assembleia é uma honra, um privilégio e uma responsabilidade, não uma carreira. Os deputados não devem "servir" mais de duas legislaturas consecutivas.

8 - É vedada a actividade de lobista ou de 'consultor' quando o objecto tiver qualquer laço com a causa pública. "

pet4.jpgTemos de fazer chegar esta mensagem; usem « www.peticaopublica.com ».

PEC - Proposta de Emenda ConstitucionalPARECE QUE SÓ ASSIM PODEMOS CONSERTAR A ASSEMBLEIA E OS PARTIDOS - mantenha esta mensagem CIRCULANDO para que possamos ajudar a reformar Portugal. FAÇA COMO EU. Reclame em www.peticaopublica.com

O Soba T´Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 06:21
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Sábado, 7 de Março de 2015
MUXOXO . III

TEMPO COM CINZAS . Portugal e os bafos dos desabafos…

Por

soba0.jpg T´Chingange

pomb0.jpgTrejeitando sorriso expressivo quando não entendo, fingo que compreendo perfeitamente os escândalos que nem sempre se me calam no bico, passarinho-me pintado de anjo de procissão, metendo o nariz em tudo da praça pública, engordando os miolos de enxúndias, gorduras de escândalos por toda as instituições dessa grande porca com muitas tetas, com nome de macho, Portugal. Com paciência medida, opino sobre assuntos inesperados amparado nas dúvidas por indemnizar, usando muito a miúdo entorpecentes para entender o bafo dos desabafos. Nem sempre posso assumir com desenvoltura o papel de comentarista avulso, conselheiro ou soba porque, nem sempre tenho à mão a receita própria para espantar cobras ou lagartos.

pomb3.jpgE, porque não posso tomar medidas energéticas providencias, requebro-me nas charadas alcoviteiras para enfeitar penicheiras provocatórias, estendendo a critica a vulgares patifarias de caixeiros feitos doutores roubando o patrão, engomando, cozinhando, ou limpando-nos o pó como se fôramos trastes dum Estado só deles. Na vontade de fugir espantado, remoçado, muito inchado de iguarias macabras, algumas idiotas, meus espíritos passeiam-se-me no cérebro às apalpadelas azucrinando-me.

pomb4.jpgSerá uma questão de brio? Parvoíce simples e simplória? Entre sussurros de indignação com tosse e escarros secos coloridos, espirros diversos, continuo nos meus passos sem nada de solene, nem ar de religião conformado do é como Deu quer! – Esta gente do governo, quando não tisna suja! Com um galho de arruda na mão, sigo os acontecimentos que desfilam numa procissão vertiginosa e extravagante do meu país do M´Puto. Como cidadão do mundo, um tanto comovido, contemplo à distância as ruinas da minha terra, da minha aldeia, do meu kimbo, os restos mudos e emporcalhados dessas terrinhas que antes, só o era da intriga miúda e, das invejas pequeninas! Agora tudo é grande! E os roubos, aos milhões…

Muxoxo é uma espécie de estalo que se dá com a língua aplicada ao palato, em sinal de desdém ou contrariedade. No M´puto costumam chamar de "xoxo", com o sentido de beijo.

pomb01.jpgIlustrações de: Manuel Pombinho, artista plástico português, radicado em S. João do Estoril – Lisboa – Portugal

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 07:36
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MAIS SOBRE NÓS
QUEM SOMOS
Temos um Hino, uma Bandeira, uma moeda, temos constituição, temos nobres e plebeus, um soba, um cipaio-mor, um kimbanda e um comendador. Somos uma Instituição independente. As nossas fronteiras são a Globália. Procuramos alcançar as terras do nunca um conjunto de pessoas pertencentes a um reino de fantasia procurando corrrigir realidades do mundo que os rodeia. Neste reino de Manikongo há uma torre. È nesta torre do Zombo que arquivamos os sonhos e aspirações. Neste reino todos são distintos e distinguidos. Todos dão vivas á vida como verdadeiros escuteiros pois, todos se escutam. Se N´Zambi quiser vamos viver 333 anos. O Soba T'chingange
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