NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM MARCIAL DACHALA
- Crónica 3679 – 14.05.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2025 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Após a morte de Jonas Savimbi a 22 de Fevereiro de 2002, Dachala atravessa um deserto silencioso mas, a 30 de Abril de 2016 pude ler na sua página de Facebook algo que aqui transcrevo na íntegra com a divina vénia :«Chega hoje, ao seu final, o mês de Abril. Desde 2002, na nossa Angola, Abril é o mês da Paz. Assim é porque no dia 4 de Abril daquele ano que foi, formalmente, assinado, em Luanda, o Memorando de Entendimento Complementar do Luena.»
«…Complementar porquanto o Memorando constituíu o culminar do processo, de normalização democrática e de paz do nosso Pais, iniciado com "Os Acordos de Paz para Angola: Acordos de Bicesse" e continuado com "O Protocolo de Lusaka".»
`…Por memoria , sublinhemo-lo, foram signatários de Bicesse: o Engenheiro José Eduardo dos Santos, naquela altura, Presidente da Republica Popular de Angola, e o Dr. Jonas Malheiro Savimbi, então, Presidente da UNITA. Tornou-se inevitável falar-se em Abril, há quatorze anos, dos ganhos da paz.»
«...Entre outros, evoca-se sistemáticamente: a reabilitação de infraestruturas; o exemplo angolano no que tange a resolução de conflitos; a reconciliação nacional sem, no entanto, se enumerar o seu conteúdo substantivo, nem monumento. De facto o monumento sito na cidade do Luena só veicula, simbólicamente, a paz sendo também esta palavra a única. gravada em sua base.»
«…Para quando o monumento à reconciliação nacional? De todos os ganhos da paz que são, evidentemente, discutíveis no contexto do nosso ainda adolescente sistema democrático, há um de que nunca se faz menção: o sentimento de SEGURANÇA.»
«…Tal, se deve, de certeza, à sua evidência como alicerce da paz. Assim, neste último dia do mês da nossa, igualmente, adolescente paz, cumpre-me humildemente apelar, a todos meus compatriotas, para cooperarmos da construção e consolidação da Certeza de Segurança, cujo sentimento, a paz nos proporciona desde o ano de 2002.»
«… Para este desiderato há patrioticamente, cadernos de encargos para cada um de nós como filhos e cidadãos do nosso Pais: entidades tradicionais; entidades eclesiásticas; homens e mulheres do saber multifacetado; políticos; militares; policias; empreendedores; jovens, empregados… Também funcionários mais estudantes e os nossos queridos pais e as nossas amadas mães. Acima de tudo, que O ALTO, ilumine cada um, na parte que lhe toca… M.A Dachala.» (fim de citação)…
Neste texto que, quase surge como encíclica no utilizar da lógica da segurança, pois que se compreende subtilmente haver um governo que sempre tenta intimidar e limitar a oposição, justificando tácticas que visam camuflar a manipulação do processo; assim como uma aparência de estar legitimamente a proteger a paz e a estabilidade. Esta narrativa de paz eleva a necessidade de estabilidade e ordem acima da justiça e de eleições livres e transparentes.
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e Wiquipédia…
(Continua...)
O Soba T´Chingange
A MULHER DO DRAGÃO VERMELHO VI – José Rodrigues dos Santos *
NA ROTA DA SEDA - Crónica 3678 – 30.04.2025
-Escritos boligrafados na desordem mundial, actual
Por: T´Chingange (Otchingandji) - O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
No Paquistão, passou-se algo idêntico no deficitário porto de Gwadar e, com duração de quarenta anos para se aliviarem da dívida. O mesmo aconteceu com o porto de Bagemoyo da Tanzânia O PCC Chinês assinou com as ilhas Salomão um acordo de segurança que abriu o caminho à instalação de uma base militar naval no arquipélago.
Se tudo o descrito em booktique não é uma estratégia comercial e política para tomar conta do Mundo, então é o quê? Não será lógico pensar ser tudo uma estratégia militar para dominar o Mundo!? Isto de se falar em paz, amor e fraternidade, não o é nada mais, que uma estratégia disfarçada em retorica de cooperação.
É sim, a Nova Rota da Seda, um projecto bem sinistro carregado de dissimulação. O PCC Chinês, paulatinamente mas de forma muito rápida, desenvolveu este poderosíssimo instrumento de “haking” a que se chama de “Aric body”, que serve para remotamente copiar, apagar ou criar pastas em nossos smartphones sem que disso nos apercebamos…
Assim é! Ao mesmo tempo que analisa todas as buscas online, apaga os rastos do que vasculhou. Bem! Parece qua a UE anda a dormir usando as almofadas dos USA muito carregadas de ácaros “tranposos” colocando-nos numa submissão senão confrangedora, no mínimo ultrajante. Ficamos assim à mercê de qualquer arbitrariedade…
Os nossos tempos andam deveras periclitantes - Por quê e por quem? Responda quem o souber, que é soberano e inteligente. Pessoalmente, tenho a náusea a tolher-me os neurónios. O pudor perdeu-se. O tempo do nojo encurtou-se. O faz-de-conta anulou-se. A dissimulação arrumou-se…
O povo é plácido, brando e sereno. Em boa verdade, calem-se as bocas que muito propalam ser Portugal apenas exportador, em qualidade e quantidade, de jovens licenciados, mestres e doutorados. Afinal, nunca exportámos tantos, devendo ser até Portugal, o maior exportador Mundial de génios e ex-governantes…
Todo este panorama têm o merecido prémio pela sua porfiada e profícua acção de empobrecer Portugal dando-o de pasto à rapacidade dos abutres das finanças mundiais e novas charadas “trumpistas” de taxas aduaneiras. Mas, na China, no livro do Dragão vermelho é dito: «Nunca ninguém na história da humanidade, matou tanto quanto o PCC chinês.
Nem Genghis Khan, nem Lnine, nem Hitler , nem Estaline e, nem o tal de Pol Pot, que foi primeiro-ministro do Kampuchea Democrático entre 1976 e 1979». No entanto, a China tornou-se um país capitalista, que entrou na senda de um desenvolvimento extraordinário, transformando-se na maior economia do Mundo com a anuência de todos, dando azo à queda do Ocidente, diga-se! Na China, o Partido é tudo e, o ser humano um vassalo obrigado a adorá-lo. E, os muitos hodiernos hipócritas, pseudo intelectuais, escusam de tapar a verdade com uma peneira
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Nota*: Com extractos do livro “A Mulher do Dragão Vermelho” de José Rodrigues dos Santos, consulta em Wikipédia e muxoxos em viagens do Soba …
(Continua, com intercaladas Viagens …)
O Soba T'Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM MARCIAL DACHALA
- Crónica 3677 – 25.04.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2025 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Foi nos anos de 1987 a 1989 que tomei contacto com Marcial Dachala, da UNITA e, que só muito mais tarde vim a saber ter o nome de guerra de "Salundilili". Creio que Dachala, era nesse então, o Representante Adjunto da UNITA em Portugal. E, sendo eu, Presidente do Comité de Lagoa do M´Puto na Diáspora, era lógico termos frequentes encontros em lugares, por norma, combinados quase em cima do acontecimento.
Em Portugal e naqueles anos, o meu telefone estava grampeado pela Policia Secreta Tuga - Foi o tempo de em Portugal se dar luta sem justificação plausível à UNITA durante aquela guerra na sequência do primeiro conflito de tundamunjila e, que culminou na Batalha de Kuito Cuanavale entre 15 de Novembro de 1987 e fins de Março de 1988.
Foram sempre encontros de grande empatia. Normalmente almoçávamos em casa de um militante e, em pleno mato, pois era em verdade um caserio envolto em ruinas, no meio dum descampado, no lugar de Alfanzina da Freguesia de Porches. Era ai, na casa de Veiga que, por norma nos encontrávamos.
Veiga recordava com saudade a fazenda de seu pai chamada de Chitatamera situada perto da cidade da Gabela. Agora, sou eu a recordar este amigo que já se foi para seu álem de Chitamera, lá nas nuvens… Posso recordar Dachala deliciando-se com as patas da galinha da gostosa canja que a esposa de Veiga nos preparava.
Os churrascos de pica-no-chão eram sempre feitos com grande esmero; tudo acompanhado com jindungo, daquele que picava p´ra caramba e a que Veiga chamava de onoto - só ele, lhe dava esse nome dizendo que cheirava a chibo. Ali levávamos horas repassando recordações acompanhadas com acepipes que Veiga, ali fazia, na hora…
Naquele então, Portugal estava totalmente submisso ao governo do MPLA, movendo-se por interesses de lesa-pátria e por esquerdoidos saídos dum tal de MFA que se perpetuaram no tempo. Sabiam de todos os nossos passos e, até mesmo em kizombas de amigos se faziam notar à socapa; socapa aonde estranhos, pareciam sondar tudo sobre nós e o Movimento UNITA que virou Partido de âmbito Nacional. Tempos espantados de inquietude.
Revejo isto agora, que já vamos longe no tempo., omitindo o dizer de coisas para segurança dos meus heróis, gente incógnita que não abandonaram os ideais de liberdade. Recorde-se que a Batalha de Kuíto Kuanavale foi o maior confronto militar da Guerra Civil Angolana. E, aconteceu no sul de Angola, província de Cuando-Cubango…
Era muito agradável dialogar com Dachala Salundilili politico de primeira linha. Sempre dizia as coisas de um jeito perfumado: A UNITA é, inicialmente, um sonho. É dono deste sonho o Dr. Jonas Malheiro Savimbi. Este sonho é resultante das profundas marcas em sua vida. Desde o lar paterno passando pelos diferentes meios onde, socialmente, foi chamado a exercer-se. Assim o foi, tanto como estudante como depois como activista…
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e Wiquipédia…
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3676 – 19.04.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2025 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Para terminar este capitulo de vida de Abel Chivukuvuku até à presente data convêm frisar que, nove dias após a legalização do partido por si liderado PRA-JA Servir Angola a 7 de Outubro de 2024, o Presidente João Lourenço nomeia-o membro do Conselho da República de Angola a 16 de Outubro de 2024.
A vacatura no referido Órgão, foi conhecida por uma nota divulgada na página de Facebook da presidência angolana. Este Órgão colegial consultivo do Chefe de Estado integra a Vice-Presidente da República, a presidente da Assembleia Nacional, o Procurador Geral da República, os líderes dos partidos políticos com assento parlamentar, a vice-presidente do MPLA e entidades da sociedade civil, como o jornalista Ismael Mateus, recentemente falecido.
Chivukuvuku integra também a Frente Patriótica Unida (FPU) uma plataforma criada nas eleições gerais de 2022, liderada pela UNITA e coordenada por Adalberto Costa Júnior, coadjuvado por Abel Chivukuvuku e pelo presidente do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes.
Na abertura do ano parlamentar, o presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola Adalberto Costa Júnior, considerou que a legalização do PRA-JA Servir Angola teve motivações políticas, alegadamente para desestabilizar a Frente Patriótica Unida (FPU), garantindo que a plataforma da oposição "está estável".
"O Tribunal Constitucional não dependeu completamente de si. Esses factores vieram de terceiros para que essa vontade fosse cumprida e hoje acaba por nos testar de que o tinha capacidade de poder constituir formação política nos termos da lei dos partidos políticos", afirmou à DW, o jurista angolano Manuel Cornélio.
Nos Cadernos de Estudos Africanos pude recordar e apreender que a guerra acabou permanentemente em Angola, mas o combate político apenas continua. As eleições de agosto de 2022 mostraram-nos que a população votou pela mudança e que existem fortes indícios de que a oposição poderá ter efectivamente ganho as eleições.
No entanto, esta mesma oposição não conseguiu definir uma postura estratégica para que a verdade eleitoral fale mais alto do que o medo. Os próximos dois anos continuam difíceis para a oposição em Angola. A Frente Patriótica Unida terá de preparar uma estratégia para sobreviver até 2027, organizando-se melhor para tentar garantir a verdade eleitoral no próximo pleito eleitoral de 2027.
Entre outras possibilidades, colocam-se à oposição duas vias de acção estratégica. Uma primeira via poderá ser a de continuar no sentido que vem seguindo, da crítica apaziguada com debates no Parlamento e alguns comícios e pronunciamentos públicos sobre injustiças e violações da lei. Uma segunda via poderá ser a de encetar uma luta política de atrito, que desgaste o regime e o exponha cada vez mais. Defende-se neste texto que só a segunda via poderá garantir alguma hipótese de sucesso para a oposição, denunciando a corrupção, a falta de emprego e a inerente sempre perene vida de pobreza…
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa e Wiquipédia…
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3675 – 14.04.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2025 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Chivukuvuku lamentou a sua retirada da UNITA mas, declarou que a sua decisão resultou da necessidade de trilhar um novo caminho e, também por não lhe restarem outras alternativas. O antigo dirigente da UNITA, Abel Chivukuvuku oficializou a sua saída do maior partido da oposição angolana juntando mais de duas centenas de apoiantes num acto que marcou a sua apresentação como candidato presidencial.
E surge uma nova etapa na vida do Abel. À nova organização política encabeçada por ele, Chivukuvuku, foi chamada de Convergência Ampla de Salvação Nacional (CASA), O Congresso Constitutivo desta organização política, acontece nos dias 3 e 4 de Abril de 2012; para além de Abel Chivukuvuku constam Odeth Baca Joaquim e Augusto Makuta Nkondo, na qualidade de fundadores desta larga coligação e, com a nova designação de CASA-CE…
Esta coligação (CASA-CE), faria frente tanto a UNITA e Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), quanto ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). A CASA-CE uniu as seguintes agremiações partidárias: Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido de Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola – Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Pacífico fundação esta coligação consegue atrair André de Carvalho Miau sido do MPLA…
Em sua primeira eleição, no ano de 2012, elegeu oito representantes para a Assembleia Nacional, conseguindo aproximadamente 6,0% dos votos. Nas eleições de 2017 a coligação teve resultado ainda mais robusto, dobrando o número de parlamentares.
Em Fevereiro de 2019 Chivukuvuku foi destituído da liderança da CASA-CE, tomando seu lugar André de Carvalho Miau, e depois Manuel Fernandes que tentou fundar o "Partido do Renascimento Angolano-Juntos por Angola" (PRA JA-Servir Angola), mas que teve o pedido indeferido sendo obrigado a refilar-se à UNITA para participar das eleições gerais de Angola de 2022
Nas eleições de 2022, porém, a coligação CASA.CE, teve seu pior resultado, perdendo todos os assentos do parlamento. Manuel Fernandes como cabeça de lista, teve o seu pior resultado eleitoral, perdendo todos os 16 assentos das eleições de 2017.
A 7 de Outubro de 2024 o Tribunal Constitucional de Angola, legaliza o PRA-JA. A instância de justiça considerou que a Comissão Instaladora do partido de Abel Chivukuvuku, obteve luz verde. Assim, o dito Orgão, entendeu legalizar o PRA-JA porque preencheu todos os requisitos exigidos por lei, quatro anos depois de um chumbo.
Para surpresa de muitos políticos de nomeada, das várias áreas politicas, instigam tão alta distinção dando azo a polémica por esta nomeação, Abel Chivukuvuku que foi nomeado numa quarta-feira (16.10.24) pelo Presidente João Lourenço como membro do Conselho da República. Chivukuvuku, presidente do recém legalizado partido PRA-JA Servir Angola, vai ocupar a vaga deixada pelo jornalista e escritor Ismael Mateus, falecido recentemente vítima de acidente, em Luanda.
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Ilustrações aleatória de Costa Araújo
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa e Wiquipédia…
(Continua...)
O Soba T´Chingange
A MULHER DO DRAGÃO VERMELHO V – José Rodrigues dos Santos *
NA ROTA DA SEDA - Crónica 3674 – 03.04.2025
-Escritos boligrafados na desordem mundial, actual
Por: T´Chingange (Otchingandji) - O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
E, Gwadar, para além de um porto de águas profundas, dispõe de um aeroporto internacional e, de um terminal petrolífero – Um ponto estratégico de primeiríssima importância. A China, financiou em 85% as obras deste porto, uma das infraestroturas contempladas no corredor económico China-Pakistão, ou um importante ramal da tal rota da Seda Maritima…
O Pakistão para se aliviar da dívida com a China, cedeu por 40 anos a gestão do porto referido – Gwadar. Para alcançar seus objectivos e superar o mundo livre, a China reconhece que precisa dar saltos em tecnologias de ponta. Mas o facto triste é que, em vez de se envolver no trabalho duro de inovação, rouba a propriedade intelectual usando-a depois para competir contra as próprias empresas americanas e no resto do mundo, que vitimou.
Estão mirando pesquisas em tudo, desde equipamento militar a turbinas eólicas e até arroz ou sementes de milho. Por meio de seus programas de recrutamento de talentos, como o chamado Programa Mil Talentos, o Partido Comunista Chinês, atrai cientistas para levar secretamente nosso conhecimento e inovação à China, mesmo que isso signifique roubar informações ou violar controlos de exportação e regras de conflito de interesses.
Veja-se o caso do cientista Hongjin Tan, por exemplo, um residente permanente legal chinês e americano. Ele, inscreveu-se no Programa de Mil Talentos da China e roubou mais de US$ 1 bilhão; ou seja, com um “b”, em segredos comerciais de seu antigo empregador, uma empresa de petróleo com sede em Oklahoma, e foi por tal fato, preso - foi condenado e enviado para a prisão.
Ou, o caso de Shan Shi, uma cientista do Texas, também condenada à prisão no início deste ano. Shi roubou segredos comerciais sobre espuma sintética, uma importante tecnologia naval usada em submarinos. Shi, também, se aplicou ao Programa de Mil Talentos da China, e se comprometeu especificamente a “digerir” e “absorver” a tecnologia relevante nos Estados Unidos.
Ela fez isso em nome de empresas estatais chinesas, que finalmente planeavam colocar a empresa americana fora do negócio e assumir-se no mercado. (…) Em um dos aspectos mais desagradáveis e flagrantes do esquema, os conspiradores realmente patentearam na China o próprio processo de fabricação que tinham roubado, e então ofereceram à sua empresa americana vítima uma joint venture usando sua própria tecnologia roubada.
Estamos falando de uma empresa americana que gastou anos e milhões de dólares desenvolvendo essa tecnologia, e a China não poderia replicá-la - então, em vez disso, pagaram por a terem roubado. E recentemente, Hao Zhang foi condenado por espionagem económica, roubo de segredos comerciais e conspiração por roubar informações proprietárias sobre dispositivos sem fio de duas empresas americanas.
Uma dessas empresas passou mais de 20 anos desenvolvendo a tecnologia que Zhang roubou. Estes casos estão entre mais de mil investigações que o FBI tem sobre roubos reais e tentativas de roubo de tecnologia americana pela China. Na Europa acontece o mesmo panorama - o que não quer dizer nada diante de mais de mil investigações de contra-inteligência em curso, de outros tipos periclitantes relacionados com a China.
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Nota*: Com extractos do livro “A Mulher do Dragão Vermelho” de José Rodrigues dos Santos, consulta em Wikipédia e muxoxos em viagens do Soba …
(Continua, com intercaladas Viagens …)
O Soba T'Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3673 – 30.03.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
... «O plano, tratou de questões como a desmilitarização da UNITA e a sua reestruturação num partido político reconhecido e legítimo»… Uma amnistia geral a fim de promover a reconciliação nacional, a reposição da administração do Estado em todo o território, a aprovação duma nova Constituição, a elaboração de um registo eleitoral antes de realizar eleições e a promoção da tolerância e do perdão.
As partes beligerantes assinaram o Memorandum de Entendimento. Este foi assinado no dia 30 de Março de 2002, no Luena, província do Moxico, entre as chefias militares. Foram figuras de destaque: General Nunda da parte do Governo e General Abreu “Kamorteiro” da parte da UNITA.
Alguns dias depois assinou-se o Memorandum Complementar ao Protocolo de Lusaka. A Cerimónia de assinatura realizou-se no Palácio dos Congressos no dia 4 de Abril de 2002, em Luanda, e assinado pelas chefias militares nomeadamente: General Armando da Cruz Neto, então chefe do Estado-Maior das FAA e General Abreu “Kamorteiro”, chefe do Estado-Maior da UNITA.
O dia 4 de 2002 é assim lembrado na História de Angola como o dia da Paz, pois nesse dia foi assinado o Memorando de Entendimento Complementar ao Protocolo de Lusaka, pondo-se assim fim a cerca de 41 anos de guerra em Angola. De lembrar que logo a seguir o IX Congresso da UNITA que elege Isaías Samakuva como Presidente do Partido, Abel Chivukuvuku, destaca-se em seu “Estado-maior da Campanha”.
Abel Chivukuvuku que foi líder da bancada parlamentar da UNITA entre 1997 e 1998, foi secretário para os Assuntos Parlamentares e director da candidatura de Isaías Samakuva à presidência da UNITA, no congresso de 2003, onde foi eleito Secretário para os Assuntos Constitucionais e Eleitorais. A UNITA Renovada e outros elementos dissidentes foram neste então, reintegrados…
Assim, no X Congresso Ordinário, que teve lugar em Viana, Luanda de 16 à 19 de Julho de 2007 surgem dois candidatos: Isaías Samakuva e Abel Chivukuvuku. Desta feita Isaías Samakuva é reeleito à Presidência da UNITA. Este Congresso debateu vários aspectos com maior realce na realização das segundas eleições em Angola, 16 anos depois das eleições de 1992, sendo estas, as primeiras eleições gerais.
O afastamento voluntário de Chivukuvuku de liderança da UNITA pós-Savimbi consolidou-se em 2007, pois que, concorrendo isoladamente contra Isaías Samakuva para a presidência da UNITA é derrotado. Esta derrota, confinou-o desde então ao papel de mero espectador da cena política angolana.
A UNITA, concorrendo às eleições parlamentares de Angola em Setembro de 2008, obteve pouco mais de 10%, tornando-se num partido com poucas condições para exercer funções efectivas de oposição. Manifestando desde 2010 a sua insatisfação com e postura intransigente e pouco pragmática da UNITA e do seu presidente, Isaías Samakuva, Chivukuvuku demite-se como membro da UNITA, fundando em Março de 2012 um novo movimento partidário…
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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa e Wiquipédia…
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3672 – 22.03.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Abel Chivukuvuku passou, entre 1987 e 1988, a ser o representante adjunto da UNITA em Portugal, cargo que veio depois também a ocupar no Reino Unido, e entre 1988 e 1991 representou o movimento junto das Nações Unidas e dos países da Europa do Leste.
Exerceu as funções de deputado, sendo líder da bancada da UNITA em 1997/1998. Em 2001 foi enviado pelo partido para licenciar-se em relações internacionais na Universidade da África do Sul, especializando-se na mesma instituição em administração do desenvolvimento e Comunicação.
Após a morte do Mais-Velho Jonas, a UNITA tornou-se num partido civil abandonando a luta armada. E, terminada a Guerra Civil, em 2002, Chikuvuku, foi eleito para as funções de secretário para assuntos parlamentares, constitucionais e eleitorais da UNITA.
Teremos assim, de recordar o IX Congresso para se seguir a ordem temporal. Este Congresso Ordinário que teve lugar em Viana, arredores de Luanda, entre 24 e 27 de Junho de 2003 e, depois do Memorando do Luena, teve dois momentos marcante: - Primeiro Congresso sem Dr. Savimbi, líder fundador; um Congresso com múltiplas candidaturas, a saber: Isaías Samakuva, Lukamba Gato e Dinho Chingunji, tendo sido eleito Isaías Samakuva como o novo Presidente da UNITA.
Recordando o Memorando de Entendimento do Luena, foi assinado a 30 de Março de 2002, entre as chefias militares do governo (MPLA) e da UNITA, dias depois da morte em combate a 22 de Fevereiro de 2002, do Presidente Fundador da UNITA, após uma ofensiva impiedosa.
Aquela ofensiva, foi dirigida pelo governo contra a UNITA e seu líder, na sequência do fracasso dos Acordos de Bicesse em1991 entre o Governo (MPLA) e a UNITA, na pessoa dos seus mais altos mandatários, respectivamente, José Eduardo dos Santos e Jonas Malheiro Savimbi; assim terá de constar nos manuais da História de Angola.
As esperanças do povo viram-se goradas (frustradas), quando nos finais do ano de 1992 o país voltava a cair noutra guerra sangrenta que ceifava vidas, destruía bens e consumia grande parte dos recursos e energias do país. A guerra generalizou-se a todo o país, desenvolveram-se esforços políticos e diplomáticos para parar a guerra, porém sem êxitos.
Com a morte de Jonas Savimbi em combate a 22 de Fevereiro de 2002, inúmeros passos foram dados nas semanas que se seguiram à sua morte. Um cessar-fogo entrou em vigor à meia-noite do dia 13 de Março de 2002, fazendo parte dum plano de quinze pontos elaborados pelo governo para preservar a paz. O plano tratou de questões como a desmilitarização da UNITA e a sua reestruturação num partido político reconhecido e legítimo…
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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa e Wiquipédia…
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3671 – 17.03.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
E, sucedeu que Savimbi após ter aceite informalmente o lugar de Vice-Presidente, a conselho de Hassan II o seu grande amigo e rei de Marrocos, entre outros, levam o Mais-Velho Jonas a rejeitar tudo quanto até então havia acordado com o governo angolano, logo após os encontros realizados no Gabão.
E, tudo isto porque a nomenclatura do MPLA, de forma indevida, incluiu um outro Vice-Presidente para o governo de Luanda. É Abel Chivukuvuku, que esteve ao lado de Savimbi naqueles preliminares encontros que assim descreve: Em verdade, um V.P. indicado pelo MPLA e o outro, sendo Savimbi, logicamente, ficaria este preterido em uma segunda ou terceira linha na hierarquia…
Só lhe restava recusar! Para isso, convoca o III Congresso Extraordinário para sentir do partido o necessário aval, considerando haver uma suposta visão democrática sem muxoxos desviantes. Este Congresso, ocorreu entre os dias 20 à 27 de Agosto de 1996 no município do Bailundo – Província do Huambo.
Este Concresso,versou fundamentalmente sobre a recusa da oferta da segunda Vice-Presidência ao Dr. Jonas Malheiro Savimbi que reafirmando o engajamento da UNITA na implementação do Protocolo de Lusaka, o deitaram por assim dizer, no lixo…
Abel Chivukuvuku que passou a ser assistente político do presidente da UNITA, Jonas Savimbi, continuou a manter contactos com José Eduardo dos Santos, presidente de Angola. Em simultâneo, exercia as funções de deputado como líder da bancada da UNITA. Pode depreender-se daqui que Chivukuvuku, só mesmo pela sua alta dedicação e seu alto gabarito diplomático, poderia manter-se incólume e, em cima de um muro resvaladiço.
Nos últimos dias de 1996, Abel Chivukuvuku e Isaías Samakuva são convocados para um encontro com o líder, Mais-Velho Jonas Savimbi. Neste então parecendo estar com um bom humor, Abel relembra-o dizendo que quando o queria, podia ser um homem encantador com procedimentos de grande intimidade, e sempre auscultando de nós edecéteras desavindos….
Quando finalmente, conversa adentrada na noite, petiscando falas no meio de eriçados verbos, bebendo para além do dito razoável, Chivukuvuku aventura-se em falar o que lhe vai na alma dizendo ter sido a sua carreira um adjunto vitalício. Adjunto em Kinshasa, adjunto de Sacala em Lisboa, adjunto de Samakuva em Londres.
E, continua: adjunto de Jardo em Washington, adjunto de Salupeto em Luanda. Dizia tudo isto com Savimbi estudando-o de rosto fechado. Na sala todos os presentes estavam hirtos e mudos, como estátuas. Abel embalado na excitação continua a falar: - Foi preciso o Tony da Costa Fernandes fugir, para eu assumir o cargo de Secretário dos Negócios Estrangeiros!
E, no fim sou eu que lhe quero derrubar!? A você que tem tropas, guarda-costas, polícias?! Jonas Savimbi atira a cabeça para trás, como se estivesse adormecido – começa a ressonar… A esposa Catarina, tremendo de frio e medo sacode o marido, deixa-os ir embora… Savimbi desperta ou finge que assim é despedindo-se num até amanhã. Surpresa ou não, Abel é em seguida nomeado Presidente do Grupo Parlamentar da UNITA …
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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa e Wiquipédia…
(Continua...)
O Soba T´Chingange
A MULHER DO DRAGÃO VERMELHO IV – José Rodrigues dos Santos *
NA ROTA DA SEDA - Crónica 3670 – 10.03.2025
-Escritos boligrafados na desordem mundial, actual
Por: T´Chingange (Otchingandji) - O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Chegamos ao ponto em que o FBI está abrindo um novo caso de contra-espionagem relacionado à China a cada 10 horas. Dos quase 5.000 casos activos de contra-inteligência do FBI, actualmente em andamento em todo o país americano, quase metade está relacionado à China. E de momento, está trabalhando para comprometer organizações de saúde americanas…
Também empresas farmacêuticas e instituições académicas que conduzem pesquisas essenciais em vários itens. Mas antes de continuar, convém ser claro: isso não é sobre o povo chinês, e certamente não o é sobre chineses; quando se fala da ameaça da China, pois que se trata do governo e do Partido Comunista Chinês.
O Mundo livre deve lembrar-se de três coisas: 1º - Precisamos ser claros sobre a ambição do governo chinês. A China do Partido Comunista Chinês - acredita que está em uma luta geracional para superar o Ocidente. Isso já é suficientemente preocupante.
Mas, está travando esta luta não através da inovação legítima, não através da concorrência justa e legal, e não dando aos seus cidadãos a liberdade de pensamento, discurso e criatividade que os Estados Unidos valoriza tal como no mundo dito civilizado;
2º - A segunda coisa que todos precisam saber é o de que a China usa uma gama diversificada de técnicas sofisticadas - desde invasões cibernéticas até corromper insiders confiáveis que se envolvem até, em roubo físico.
3º - Eles foram pioneiros em uma abordagem expansiva para roubar inovação através de uma ampla gama de actores - incluindo não apenas serviços de inteligência chineses, mas empresas estatais, empresas ostensivamente privadas, certos estudantes de pós-graduação, pesquisadores, e uma variedade de outros actores trabalhando em seu nome…
Voltando às acções estratégicas, por norma apossam-se dos portos em lugares vitais ao redor do Mundo, como exemplo no Siry Lanka, que cedeu à China por 99 anos o porto de Hambantota e as terras circundantes. “Escusado será dizer que o Siry Lamka se tonou mais um país vassalo do PCC chinês”… Ponto final!
Hambatota na mão dos chineses, ficará com trinta por cento do futuro comércio marítimo para a Ìndia. Uma grande admiração foi a descrita pelo Secretário Geral da ONU como sendo um pilar de cooperação internacional e de multiculturalismo. O mesmo se passou com o então deficitário porto de Gwadar na província de Baluchistão no Pakistão, a 600 Km de Karachi…
Ilustrações de Costa Araújo
Nota*: Com extractos do livro “A Mulher do Dragão Vermelho” de José Rodrigues dos Santos, consulta em Wikipédia e muxoxos em viagens do Soba …
(Continua, com intercaladas Viagens …)
O Soba T'Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3669 – 04.03.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
O VIII Congresso da UNITA, teve lugar no Bailundo, Província do Huambo de 7 a 11 de Fevereiro de 1995. A busca de unidade entre os membros do Partido com vista a implementação do Protocolo de Lusaka foi seu maior objectivo. O aquartelamento, desarmamento e desmobilização das forças e a entrega do território administrado pela UNITA à administração central do Estado, foram as decisões tomadas durante o evento.
Neste Congresso, foi abordada a incorporação dos generais da UNITA nas FAA. Neste evento, Abel Chivukuvuku foi demitido das funções de Secretário para as Relações Exteriores Eugénio Manuvakola, subscritor do protocolo de Lusaka sem o aval de Savimbi, e em nome da UNITA, para além de ser preso, foi demitido do cargo de Secretário-Geral…
Abel Chivukuvuku era do Bailundo. Ekuikui III , o então rei do planalto, era seu tio. Andava no ar a ideia de que Abel tinha planos para afastar o Mais-Velho mas, a quietude dele em sua modesta casa junto à família e esclarecimentos mais recentes de sua resiliência em Luanda, foi desvanecendo esse estado de desconfiança.
Em certo dia, o general Gato que ocupava o então posto de Secretário-Geral do Movimento, conhecedor da mais valia em ter Chivukuvuku como alguém que cria ideias, capaz de pensar no futuro do Movimento, tenta fazer entender ao Mais-Velho por forma a recuperá-lo do ostracismo a que estava a ser sujeito.
É assim que um dia ao entardecer, surge um sobrinho de Abel, Jobito Chimbili, com a informação de que o presidente pretendia vê-lo. E, assim o foi! Em hora aprazada Abel, encontra Jonas Savimbi em seu lugar de Estado-Maior em companhia de seu secretário-Geral Lukamba Gato.
O Mais-Velho, estende-lhe a mão acto continuo pede-lhe desculpas por tudo o que aconteceu. Nós recebemos muitas informações contraditórias e, por não sabermos o que aconteceu, comportámo-nos de forma errada. Embora Abel não consiga esconder sua indignação a solução tem bem expressa do mais-Velho: com Abel Abel foi: -vamos trabalhar juntos!
Abel atendendo os subterfúgios, a confusão que se gerou em volta dele, defende que a direcção da UNITA deveria ter lidado com a situação de forma mais inteligente. Estou magoado sim! Sofri muito em Luanda, não obstante, chegado aqui, ainda tive de enfrentar toda a animosidade, um ambiente pesado de desconfiança na minha pessoa.
A um encolher de ombros do Mais-Velho: Tudo bem, compreendo! A partir de agora ficas a trabalhar directamente comigo. E, aconteceu rápido! Sendo assim, vai estar ao lado de Savimbi no dia 6 de Maio de 1995, quando este se reúne com o presidente José Eduardo dos Santos, em Lusaka. Enquanto Savimbi reconhece Dos Santos como presidente legitimo, este aceita Jonas Savimbi com um “estatuto especial” como dirigente do maior partida da oposição…
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3668 – 27.02.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
A 20 de Novembro de 1994, o governo angolano participou em Lusaka da Zâmbia, na assinatura de um protocolo de paz com a UNITA. Abel Chivukuvuku recebeu um convite das Nações Unidas para assistir ao acto. Fazendo parte da delegação com demais elementos da UNITA, mal o avião aterra na Zâmbia, Abel resolve abandonar o grupo.
Não obstante e, de forma calculada deixar sua mala no hotel aonde se encontrava a delegação mais seus companheiros do Galo Negro, compareceu à cerimónia integrado na delegação da UNITA, logo atrás do brigadeiro António Chassamba e de Eugénio Manuvakola.
Após a assinatura do Protocolo de Lusaka, contrariando o itinerário pré-programado pela gestão da Delegação, voou para Kinshasa aonde se encontra com sua irmã Namby Dachala; Segue daqui para o Andulo, já em Angola, e em zonas já da jurisdição da UNITA, dirige-se ao Bailundo.
Desta feita e já em veículo militar do Movimento/Partido, já muito próximo de seu destino final, a coluna de viaturas faz uma pequena paragem, encontrando-se com o general T´chata e Isaías Samakuva; aqui e, segundo a descrição do livro de Vidas e Mortes de Abel, estes destacados dirigentes advertem Abel a reflectir naquilo que irá dizer a Jonas Savimbi pois que este está raivosamente desapontado com o assunto Lusaka..
O facto de ter estado em Luanda concertando sobrevivência sabe-se lá como, com as gentes do MPLA, na desconfiança sempre latente do Mais-Velho Jonas, haveria uma suposta sujeição a outras ideias ou mesmo uma lavagem cerebral por forma a dar novo rumo aos acontecimentos…
Chivukuvuku foi reparando no comportamento de seus companheiros, um certo distanciamento como se nele houvesse algo de pecaminoso. E, foi no dia 31 de Dezembro de 1994 no Hotel Girassol que um grupo de dirigentes do Movimento/Partido ouviu Savimbi.
Com a presença de Alcides Sakala e Lukamba Gato, o líder da UNITA, sem referir nomes, lançou um cerrado ataque os elementos intervenientes na assinatura do Protocolo mencionando que os mesmos se teriam deixado seduzir pelas luzes de Luanda. Perante o que ouviu naquele Hotel Girassol, Abel ficou bem apreensivo; não obstante ficar numa situação de desmilinguido, foi chamado pelo Mais-Velho Jonas a juntar-se à foto de família.
Por sua cabeça, rondavam pensamentos adversos congeminando medrosas duvidas. Era óbvio que Abel sabia de que poucos minutos antes da formalidade das assinaturas em Lusaka, Eugénio Manuvakola, recebeu peremptórias instruções de Savimbi, para não ratificar o documento e abandonar Lusaka. Estava na mente, no proceder e julgamento de o ser plausível, um suposto agente do MPLA…
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3667 – 25.02.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
Enquanto sob custódia, Abel Chivukuvuku ficou alguns meses em regime de residência vigiada com dois policias à porta, e na alçada do Ministério da Defesa; se bem recordo era um lugar bem perto do Kinaxixe. Em Janeiro de 1993, o MPLA, decide que todos os deputados eleitos pela UNITA, e que estavam sob custódia do governo, deveriam tomar lugar na Assembleia Nacional.
Entre estes deputados estava Carlos Morgado que era muito próximo a Abel. Em Dezembro de 1993, mais de um ano depois de ter sido capturado, Abel Chivukuvuku deixa finalmente o Ministério da Defesa indo viver para o Hotel Tivoli. Neste meio tempo, houve momentos de recordar, como a marcha com destino a Chinhama.
Uma das várias marchas que faria mais tarde com sua gente, descendo e subindo rios ou em direcção à Namíbia, lugar de Rundu, Divundo e Faixa de Kaprivi em missão diplomática e obter conhecimentos em áreas de comunicação, controlo aéreo, e técnicas de inteligência. E, tudo começou quando os estafetas eram parte da notícia numa altura de pura sobrevivência do Movimento.
Tempos em que andava em lugares de máximo secretismo algures e, inserido na logística global das bases Delta e Ómega. Das actividades em que se fazia notar pela lucida aptidão e ligeireza. Alturas de valentia, com o general Arlindo Pena (Ben-Ben), coadjuvado pelo general Demósthes Amós Chilingutlla sobressaindo na astúcia de logística moderna; lugares de confluência entre os rios Lomba e Cuzumbia.
E, tudo começou em Abril de 1976 com o capitão Kalacata com o qual, eu próprio trabalhei no Comité Regional da Caála tendo eu a função de Secretário de Relações Públicas; Kalacata era um antigo militar da tropa portuguesa, tendo recebido treinos de guerrilheiro na Tanzânia.
A Missão do Dondi, sempre surgia em suas lembranças juntamente com os demais jovens estudantes, seu irmão Artur Vinama, conhecido por Chundovava e Salupeto Pena. Neste então a guerra entre os guerrilheiros consistia em ter uma mochila pronta com o essencial para sobreviver no mato.
Lembra-se de usar uns frutos vermelhos que tinham de ser fervidos para anular o veneno que eles continham. Era importante saber sobreviver com o que parecia na natureza. Durante dias aconteceu comerem só frutos silvestres condimentados com cogumelos e mel silvestre.
Recordava também, por vezes com pesadelos alheios, essa saga da Longa Marcha feita por Savimbi, líder da UNITA que, terminou a 28 de Agosto de 1976. Marcha que não fez e, que chegou a Cuelei após terem percorrido 3 mil quilómetros a pé. Do grupo inicial composto de duas mil pessoas, apenas terminaram 79 resistentes, dos quais nove mulheres…
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.
(Continua...)
O Soba T´Chingange
A MULHER DO DRAGÃO VERMELHO III – José Rodrigues dos Santos *
NA ROTA DA SEDA - Crónica 3666 – 22.02.2025
-Escritos boligrafados na desordem mundial, actual
Por: T´Chingange (Otchingandji) - O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
O mesmo que sucedeu em Hambantota, veio a acontecer no porto de Gwadar no Paquistão e no porto de Bagamoyo na Tanzânia. Em grande parte dos casos, a estratégia não é comercial mas sim militar. A retórica da paz, amor e fraternidade sempre servirá de candeia – um projecto sinistro! Tanzânia, Zimbabwé, Moçambique, África do Sul , Angola, Namíbia e Zâmbia na África Austral, estão na peugada da Rota da Seda.
Falar da Rota da Seda será o mesmo que dizer estar na boca do Dragão. Pode ler-se no livro de “A mulher do dragão vermelho” de José Rodrigues dos Santos que: “Há uns anos o PCC chinês, no âmbito da Nova Rota da Seda, depositou um cheque de 1,3 mil milhões de dólares nos cofres do governo do Sri Lanka, para que fosse cumprido um vasto projecto do país para a construção de um porto em águas profundas.
Pois, essas águas profundas fica em Hambantota – um acto tão altruísta e solidário noé!? A seguir o que aconteceu? O problema surgiu quando a factura foi apresentada – Descobriu-se mais tarde que o primeiro ministro do Sri Lanka recebeu enormes quantias de dinheiro para a sua campanha eleitoral.
Valores oriundos do PCC Chinês. O país, simplesmente não dispunha de tão elevado valor nos cofres públicos. O país tinha caído na emboscada da divida. O PCC Chinês que até então tinha sido tão simpático, de repente frisaram o rosto, não cedendo a uma outra possível alternativa para se cumprir a dívida.
“O empréstimo maravilhoso era para ser pago nas condições que estavam acordadas”… Do alto de sua enorme generosidade, os chinokas propuseram ao Sri Lanka a única alternativa: a cedência do porto e território circundante. Um truque que resultou em pleno! Apossar-se do porto e um pedaço de território no Sri Lanka, pequena porção, pura estratégia…
Mas se vocês acham que estas questões são apenas um caso de inteligência, ou um problema do governo, ou um incómodo para grandes corporações; vocês não poderiam estar mais errados. São as pessoas que são vítimas do que equivale ao roubo chinês em uma escala tão massiva que representa uma das maiores transferências de riqueza da história humana no mundo actual.
Se você é um adulto, é bem provável que a China tenha já roubado seus dados pessoais. Em 2017, os militares chineses conspiraram para hackear a Equifax e fugiram com as informações pessoais confidenciais de 150 milhões de americanos - estamos falando de quase metade da população americana e da maioria dos adultos…
Nossos dados não são a única coisa em jogo, aqui - assim como nossa saúde, nossos meios de subsistência e nossa segurança. E, como discutir em alguns momentos, na América, na Europa ou qualquer outro lugar do Mundo, se estes casos não o foram incidentes independentes e casuais. Esta ameaça é tão significativa que procuradores-gerais do USA e seus secretários de Estado que, preocupados agora (últimos anos), abordam muitas dessas questões…
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Nota*: Com extractos do livro “A Mulher do Dragão Vermelho” de José Rodrigues dos Santos, consulta em Wikipédia e muxoxos em viagens do Soba …
(Continua, com intercaladas Viagens …)
O Soba T'Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3665 – 19.02.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
E, Zé Mulato continua, colocando banga de odisseia em sua descrição: - Deviam ser cinco horas da manhã. Nós alvejamos o primeiro carro e, depois, aquele aonde ia o Abel e Chitunda. O carro bateu numa botija de gás e parou. Abel saiu do carro, e rastejou até uma casa de madeira aonde entrou. Eu pulo o muro para um quintal no momento em que o dono sai aos gritos.
Muito descompensado o dono grita: «Ele está lá dentro! Ele está lá dentro!». Entro de rompante e dou uma coronhada naquele vulto de gente que ali está na, sala estilhaçada. Agarrando-o em seguida, saio para a rua e, logologo somos cercados pelos meus homens que reconhecem nele o Chivukuvuku, pois nem é de admirar porque ele era já uma figura pública kwacha, e muito vista na TV.
Mata! Mata! É Chivukuvuku. Exaltados todos têm vontade de o matar. Sacudindo os mais próximos grito: Ninguém toca teste senhor – vai ter de ser interrogado e morto, não fala. É quando surgem dois polícias a tentar afastar aquela multidão que já era uma mistura da minha gente com “fitinhas” na cabeça e muitos outros populares que também se excitavam de punhos nos ares.
Só depois de fazerem uns quantos disparo para o ar a malta pareceu ficar mais tranquila. Eis quando chega um chefe mais graduado da polícia - O que se passa aqui?! Chefe, nós apanhamos o bandido do Chivukuvuku! Uau, o chefe puli fala disparates: -Mato quem voltar a tocar no meu primo malangino, Abel Chivukuvuku! Num silêncio assombroso alguêm diz: Abel não é malangino, chefe!
Com todos muxoxando quentes asneiras, o chefe graduado berra mesmo! Claro que é! Ninguém toca nele. Assim foi! Carregaram nele até à esquadra do Sambizanga. Entretanto Abel, esvaia-se lentamente em sangue atraindo mosquedo, coisa feia. É quando chegam dois tanques e de um deles sai um fardado General …
Carlos Coelho da Cruz, o General Faísca do MPLA, está na porta da esquadra; diz que vem buscar Abel Chivukuvuku. O próprio General Faísca, ergue o ferido e leva-o até ao tanque dando ordens ao seu subordinado o Coronel Sousa dizendo a Abel: Ele irá zelar pela tua segurança. Por fim, o tanque do Coronel chega ao Hospital Militar.
C.A. Mais tarde, é Abel Chivukuvuku que, ainda combalido, descreve: Eu achava que morreria antes mesmo de chegar à sala de operações. Achava que, no mínimo os médicos cubanos me cortaram as pernas. Decorridos alguns dias, Abel recebeu a visita de Higino Carneiro, o General 4x4, que sentando-se ao lado da cama esforça por ser afável…
Naquele poder de 4x4, o General Higino fala: O Jeffrey Davidow quer levar-te para a América mas, eu acho que isso não faz sentido nenhum. Estás na tua terra, és angolano, não há motivo para te ires embora, portanto, ficas aqui! Sob negociações, Abel foi libertado conjuntamente com Norberto de Castro, um antigo radialista afecto à UNITA…
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3664 – 15.02.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
O bloqueio era mesmo um inferno! Balas rompiam vidros e metal enquanto a viatura chocava com cortinas de pneus empilhados e encastrados em troncos, vigas e vigotas de cimento, botijas de gaz descartadas e farpas de todo o tipo de material encontrados pelas milícias nas últimas horas; todo o tipo de bugigangas que podessem ser utilizadas como obstáculo…
Abel, apenas sentia um gelo terrível nas pernas; rastejou até à porta da casa mais próxima que a custo, abriu a porta e entrou. Despiu a camisa e o colete à prova de balas rasgou a camisa, e com o tecido desta improvisou garrotes para controlar a hemorragia em ambas as pernas, abrigando-se em seguida debaixo de uma cama.
Morre kwacha, morre kwacha! Morre! Foi o que atemorizado, ouviu vindo do lado de fora, com gritos, muitos gritos entrecortados por tiros, ora esporádicos ora de rajada. Na eternidade de um segundo, pela mente de Chivukuvuku passavam imagens da Missão do Dondi com seus mestres, o capitão Vinama Chendovava. Também recordou Kalakata, seu mestre fintador na arte de guerrilha.
Despertou com uma violenta explosão provocada por uma granada que estrondou na sala… Ouviu então: Tragam gasolina - vamos queimar o gajo! Eu vou, chefe Zé Mulato, estou indo… Foi neste então que que Abel Chivukuvuku gritou com toda a sua força, quase como um ultimo grito. João Mulato! Não queimem a casa! Sou o Abel Chivukuvuku.
Após um silêncio ouviu-se: Seu kwacha de merda, eu não sou João, sou Zé! Novo silêncio. Alguém sussurrou ao chefe ser mesmo a voz desse tal Chivukuvuku, um grande da UNITA, e veio então a resposta: És mesmo tu, Abel Chivukuvuku?! Sim, foi a resposta, sou eu! Pois então, sai com as mãos no ar! Não consigo, foi a resposta de Abel.
Fui atingida nas duas pernas! Sai, filho da puta, kwacha sundiameno… por fim, apoiando-se a uma das paredes, num gigantesco esforço, conseguindo ficar de pé a muito custo gritou: Zé Mulato já estou na sala de pé! Ele, Epalanga Chivukuvuku descendente em linha directa do grande rei Ekuikui II estava cercado por uma algazarra de ébrios milicianos emepelistas de fitinhas coloridas, parecendo talibãs…
Estava a ficar longínquo o tempo, quase uma miragem de quando era um promissor jovem que fazia renascer a UNITA das cinzas – um “jovem intelectual” saído daquela missão do Dondi no Andulo. Tinha então 19 anos e, dando novas perspectivas ao Galo Negro… O Abel Chiukuvuku que na base “Quadrado”, esteve à frente dos Serviços de Inteligência, Informação e Contra-informação era agora, um farrapo de gente a ser levado para o Hospital Militar de Luanda.
E, foi Zé Mulato, comandante das milícias do Sambila (Sambizanga) a relembrar a seu modo, o que por ali se passou, naquela noite de 1 para 2 de Novembro de 1992: No Sambila estávamos todos armados; as entidades superiores do governo do MPLA, deram-nos arma AK, DKM e muitas granadas e, também material de comunicação. Inicialmente, erguemos barricadas para impedir que os homens da UNITA fugissem para Kikolo ou para a mata.
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3663 – 12.02.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
Embora já o soubesse, pude recordar no livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa que, este, nasceu a 11 de Novembro do ano de 1957, dezoito anos antes da data da independência de Angola, sua terra. Com um nome que significa “bravura”, estava reservado para grandes feitos sobrevivendo a duas quedas de avião durante a guerra civil…
Sobreviveu a um atentado, uma terrível tentativa de linchamento, conspirações e ameaças, sem nunca ter perdido a alegria de viver, de ter uma grande capacidade de perdoar e, até dialogar com perícia com seus inimigos. Chivukuvuku evoca o passado e o presente com as dificuldades experimentadas por homens livres que nunca desistiram de assim o serem.
Chivukuvuku, nasceu no Bailundo, coração da nação Ovibundo. Uma das sua mortes foi noticiada às cinco da tarde na Rádio France International no dia 1 de Novembro de 1992; neste então era também anunciada a morte do engenheiro Jeremias Chitunda. Não foi o que aconteceu mas, receando que assim o viesse a ser, manhã cedo, ambos se retiraram da residência oficial de Jonas Savimbi situada no Bairro Miramar..
Foram saltando muros até entrarem à residência que supunham pertencer ao embaixador de França. Enquanto ouviam ao longe o ribombar das explosões, iam trocando medos em seus pensamentos; o maior de seus receios era caiem nas mãos dos milhares de milícias jovens, armados pelo governo e, que corriam pelas ruas de Luanda ao gritos.
Jovens com fitinhas coloridas amarradas à cabeça. Muitos destes “fitinhas” eram em verdade filhos dos chamados “pioneiros” que tomaram parte muito activa nos anos de 1974 e 1975 que semearam o terror por toda a Luanda, assustando as gentes do asfalto e, numa acção de suprir carências militares por parte do MPLA – manobras orquestradas por militares de esquerda portuguesa e tendo como timoneiro o Almirante Rosa Coutinho.
Os dois kwachas, Abel e Chitunda ali escondidos, passado algum tempo ouviram gente chegando e falando uma língua estranha; eram seguranças filipinos que montavam guarda à casa do director da Chevron. Muito dos moradores do bairro, optaram por abandonar o local nos dias anteriores, por receio de confrontos e também pelo facto de terem a vivenda de Savimbi bem perto.
Depois de explicada a situação aos filipinos, estes acharam por bem que por ali ficassem tendo-se retirado em afazeres no exterior. Assim ficaram temerosos de o serem denunciados mas, passado algum tempo, novas vozes, de novo e agora, felizmente, era gente sua que chamando por seus nomes lhes disseram terem sido enviados pelo brigadeiro Katolessa.
Katolessa que era o chefe da guarnição da residência de Savimbi também não estava certo de como fazer numa destas situações. Chivukuvuku e Chitunda só tinham em pensamento fugir, sair de Luanda até alcançar sua gente aonde quer que fosse e em direcção ao Dondo. Sua fuga foi feita através de densa escuridão, com luzes apagadas; num repente irromperam algures no meio de um inferno com as balas a bater contra a carroceria…
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.
(Continua...)
O Soba T´Chingange
A MULHER DO DRAGÃO VERMELHO . II – José Rodrigues dos Santos *
NA ROTA DA SEDA - Crónica 3662 – 06.02.2025
-Escritos boligrafados na desordem mundial, actual
Por: T´Chingange (Otchingandji) - O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
Naquela fraudulenta missão de “coexistência harmoniosa” a fim de ajudarem países em má situação económica, os chineses, por via da chamada “Rota da Seda”, passaram a controlar o porto de Pireu na Grécia, os portos de Bilbau e Valência em Espanha e, está-lhes na mira o porto de Sines em Portugal. O Partido Comunista Chinês, entrou já em 3 portos dos Países Baixos incluindo Roterdão, o maior porto da Europa.
Conseguiram que Itália aderisse a um país do G7 usando aquela “Rota” como um verdadeiro “Cavala de Tróia”. Visto isto, como se compreende que a Hungria tenha impedido a União Europeia de assinar uma carta a condenar a tortura de advogados na China e que, a Grécia tenha impedido a mesma U.E. de emitir uma declaração a criticar as violações dos direitos humanos na China? A vassalagem da U. E. está em crescimento…
No meio disto tudo, o Secretário Geral da ONU, para além de ser uma carta fora do baralho, é um conveniente colaborante dizendo sempre as mesmas coisas de coisa e tal, como um pilar de cooperação internacional – um boneco de sempre-em-pé. Deve ser por isso que sempre escolhem um secretário ido de um país menor, de sem-eira-nem-beira e, aonde só resta a petulância da muito alta hierarquia.
O destino da humanidade repousa irremediavelmente e, cada vez mais que nunca, sobre as forças morais do homem. A China está engajada em um esforço de todo seu Estado ditatorial para se tornar a única superpotência do mundo por qualquer meio. Entram mansamente e, irão com tempo, conseguir dominar o Ocidente se, se daqui, não abrirem os olhos!
Christopher Wray, Director do Departamento Federal de Investigação Instituto Hudson, alerta na evidente tentativa da China influenciar instituições dos EUA e do resto do Mundo. Um caso ocorre no porto grego de Pireu, Europa, perto de Atenas. É um daqueles momentos de câmaras de segurança em que logo se percebe que um desastre está prestes a acontecer; mas há mais e, parece que Bruxelas não está aí…
Em toda a Europa, enquanto os governos se preocupam com a invasão da Ucrânia pela Rússia no pós-pandemia, Pequim está expandindo seu portefólio, gerindo portos e minas na Europa, construindo estradas e pontes e investindo onde outros não investem. Numa abordagem diversificada pode dizer-se: A maior ameaça a curto prazo à informação e propriedade intelectual das nações Ocidentais, e suas vitalidades económicas, é a contra-inteligência e a ameaça de espionagem económica da China.
Christopher Wray acrescenta a tudo o já dito: China, é uma ameaça à segurança económica do resto do mundo - e, por extensão, à própria segurança usando a dissimulação. Mais, disse em suas recentes observações: não podemos fechar os olhos e ouvidos para o que a China está fazendo - e hoje, à luz da importância desta ameaça, são aqui dados mais detalhes sobre a ameaça chinesa do que o FBI já apresentou em um fórum aberto.
O Siri Lanka enterrou-se de todo no projecto de um porto, caindo na bancarrota Tudo eram facilidades até chegar a factura! Os chinocas solidários ficaram cuidando do porto. O Siri Lanka tornou-se assim um vassalo do Partido Comunista Chinês – assim o é também o caminho da Índia proporcionando à China ser o usuário do seu porto Hambantota, onde se calcula ter 30% no futuro comércio marítimo… Tarde pisaste!
Nota*: Com extractos do livro “A Mulher do Dragão Vermelho” de José Rodrigues dos Santos, consulta em Wikipédia e muxoxos com viagens do Soba …
(Continua, com intercaladas Viagens …)
O Soba T'Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ALCIDES SAKALA
- Crónica 3661 – 03.02.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
Pelos feitos e, para memória da história, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA descreve: Para o Mundo, Jonas Savimbi figurou como o exemplo de um revolucionário visionário cuja luta enfrentou as mais diversas contrariedades vindas de dentro e de fora do país.
Apesar disso, ao longo da sua vida apenas agiu de acordo com o que a sua consciência lhe indicava como ideal para o seu país. Jonas Malheiro Savimbi dizia: "A canção da Liberdade é a única que não destoa em todas as latitudes e longitudes do planeta Terra, que é o Habitat do género humano".
Com a sua luta os angolanos conquistaram o direito de serem homens livres e decidirem o seu próprio destino. Por isso, hoje, lutam para a implementação efectiva das Autarquias em Angola, como a alavanca para a defesa da Democracia Participativa e do Desenvolvimento sustentável.
Neste 3 de Agosto de 2025, dia em que celebramos 91 anos desde o nascimento do Presidente Fundador do nosso Partido, em nome de todos os angolanos que se identificam com o pensamento e o projecto de sociedade de Jonas Malheiro Savimbi, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA verga-se, perante a sua coragem.
Coragem física, moral e intelectual que fizeram dele, Dr. Jonas Malheiro Savimbi um ímpar líder de vanguarda e, se declara solenemente, a sua fidelidade de perseverar na luta em prol de uma Angola livre, una, verdadeiramente democrática e igual para todos seus Filhos.
Jonas Malheiro Savimbi é, pelo seu pensamento e acção, um inextinguível Inspirador para as presentes e futuras gerações, de patriotas Angolanos. Como podemos nós acrescentar à ciência o entendimento de simplicidades tão abrangentes; uma mão amiga! As pedras surdas e mudas que não podem testemunhar porque elas têm seu próprio destino, transformar-se em pó, e nós, em coisa nenhuma.
Para provar que o que tem de acontecer acontecerá, haverá sempre um milagre a alterar o curso do destino, assim o seja, pequeno ou grande! O que foi e, como foi que aconteceu é uma ideia que sempre nos acode e adianta ao acontecido.
África é imprevisível na soma de angústias, incêndios com sinais de pavor, traficâncias com segredos de podridão. Deus não se vai fiar em qualquer um, por muito boas que sejam a recomendações. Esta temeridade advém de coincidências da África, de guerras subterrâneas do poder, do branco e do preto, das coisas que dão zebra.
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da página de facebook de Alcides Sakala
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ALCIDES SAKALA
- Crónica 3660 – 29.01.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
E, continuando com a página de Alcides Sakala que comenta a data alusiva ao nascimento do Presidente fundador Dr. Jonas Malheiro Savimbi: «… O 3 de agosto é o dia em que, no ano de 1934, na localidade de Munhango, província do Bié, nasceu Jonas Malheiro Savimbi, Presidente Fundador da UNITA. Se estivesse em vida, Jonas Savimbi completaria no ano de 2025, 91 anos.
Naturalmente, em esta data, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA enaltecerá, com incomensurável gratidão, a nobre contribuição deste ilustre filho de Angola, nacionalista e patriota, que legou ao país e aos angolanos, um projecto de sociedade, denominado Projecto de Muangai, consentâneo com as aspirações mais nobres dos angolanos.
O Dr. Jonas Malheiro Savimbi foi impulsionador das mudanças políticas, sociais e económicas que marcam a história de Angola, desde a segunda metade do Século XX. Jonas Savimbi foi um homem destemido, carismático e dotado de uma invulgar capacidade de argumentação política, e de bagagem cultural que impressionava e marcava todos os seus interlocutores.
Para a UNITA, o Presidente Fundador deixou um legado pleno de lições de patriotismo e entrega à causa de todos os angolanos, que permite à UNITA ter a durabilidade histórica, pois são cada vez mais os angolanos que se revêm, dia-a-dia, nos seus ideais. Para Angola, Jonas Savimbi escreveu na História do nosso país o exemplo de um homem cujos discursos sempre reflectiram a vivência dos seus compatriotas.
Seus discursos sempre despertaram consciências angolanas para a luta, sem deixar ninguém indiferente e, por isso, ainda hoje é lembrado das mais variadas formas. Na verdade o seu projecto é que contém as balizas da actual agenda política nacional: A construção do Estado democrático de direito com primazia do sector privado como verdadeiro motor da vida económica.»…
É meu dever acrescentar ao dito por Sakala:- Um calvário de angústia com repúdio à aceitação de coexistência, conducente a um futuro incerto. Tudo porque duas gerações de angolanos foram educados na convicção de que o actual Estado de Angola é um usurpador ilegítimo do património da Nação. Savimbi, sempre teve uma visão de estadista com base em um interesse nacional.
Foi pela liberdade e dignidade do angolano que Jonas Savimbi lutou até as últimas consequências, vertendo o seu sangue no campo de honra! As eleições gerais angolanas que ocorreram nos dias 29 e 30 de Setembro de 1992 para eleger o Presidente da República e a Assembleia Nacional. Supostamente deveriam se democraticamente livres mas, os oito partidos de oposição, em particular da UNITA, rejeitaram os resultados por fraudulentos…
O que, se veio a verificar posteriormente segundo relatos de ocorrências, assim permanece na penumbra por impedimentos de fiscalização, destruição de urnas ou, por trâmites inconsequentes. Uma vez que nem o candidato do MPLA nem o candidato da UNITA obtiveram a maioria absoluta requerida nas eleições presidenciais, uma segunda volta seria necessária de acordo com a constituição mas, à medida que ambas as partes intensificaram a retórica da guerra, o MPLA ataca posições da UNITA em Luanda. Sim! Eu sei! São águas passadas que deixaram sangrentas borbulhas e, que de novo, voltando à tona, comprometem o futuro
Ilustrações de Costa Araújo
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da página de facebook de Alcides Sakala
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ALCIDES SAKALA
- Crónica 3659 – 23.01.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018
- “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
Na razão de estar aqui e ali, nunca chegarei a saber porque tal como nas profecias, crenças e rezas com parábolas, ninguém pode fazer todas as perguntas, nem ninguém pode dar todas as respostas. Daquele sonho antigo ainda subsistem coisas bem estranhas em meus pergaminhos: - Os guerrilheiros da UNITA em tal assombração chamavam-me de Kato…
E, Kato era um Japonês de olhos longos, e não sei porquê, eu era esse mesmo personagem de olhos rasgados e desmilinguidos, com o nome completo de Katochimotokima que quer dizer António naquela língua de muitos kapas. Tenho assim de carregar na vida a minha cruz, na convicção de nunca poder justificar-me em pleno no papel de T´chingange…
E, tal como vós, nosso orgulho, podem sair falsidades com blasfémias. É assim a altura certa de sair do entorpecimento e continuar a transcrever o que meu herói chamado de Alcides Sakala Simões, ainda nos lega: «O Grupo Parlamentar da UNITA vai continuar a lutar para o fortalecimento e afirmação da Assembleia Nacional, como órgão de soberania com identidade própria, autonomia administrativa e financeira, representativa de todo o Povo…
Representatividade capaz de interpretar e exprimir em cada momento a vontade soberana do Povo, para o alcance dos objectivos da República de Angola, estabelecidos pela Constituição. Agradecemos aos angolanos pela confiança, o incentivo motivacional, o apoio multiforme e a partilha, afirma…
Sim! A partilha de críticas e sugestões durante as jornadas de proximidade desenvolvidas nas comunidades. Apesar de inúmeras dificuldades enfrentadas pela Administração Parlamentar e os Gabinetes de Apoio aos Grupos de Deputados residentes, expressamos o nosso reconhecimento pelo empenho e diligências para garantir eficiência e eficácia da Assembleia Nacional.
Aos Assessores, Assistentes, Funcionários e Agentes do Grupo Parlamentar da UNITA expressamos o nosso enorme apreço e gratidão. A nossa gratidão aos jornalistas, órgãos de imprensa e plataformas digitais que se dignaram cobrir as actividades do Grupo Parlamentar da UNITA durante o Segundo Ano Parlamentar», fim de citação...
Já quase no fim do sonho, surge-me um pássaro chamado de xirikwata a comer-me as malaguetas picantes mas, e também, dando-me consolo em sua forma de chilrear. Tropeçando nas silabas e invisíveis protozoários dum palavrório perdido nas bagatelas dum destino, vibro muito com as luzernas de liberdade de meu maior mano de nome Sakala.
Em sua hodierna página, Alcides Sakala comenta numa declaração alusiva à data de nascimento do Presidente fundador Dr, Jonas Malheiro Savimbi: "Quando em fim nós passarmos, como os homens da História passam, deixemos para os continuadores, o que não passa". É sob o lema: "Dr. Jonas Malheiro Savimbi – Símbolo da Unidade e Coesão do Partido". Que a UNITA comemorará a quadra alusiva ao 3 de Agosto de 2024…
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da página de Facebook de Alcides Sakala
(Continua...)
O Soba T´Chingange
A MULHER DO DRAGÃO VERMELHO I – José Rodrigues dos Santos *
NA ROTA DA SEDA - Crónica 3658 – 18.01.2025
-Escritos boligrafados na desordem mundial, actual
Por: T´Chingange (Otchingandji) - O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
A ONU, é financiada pelos vários países membros mas, algo anda errado quando se verifica que são eles, os chineses, que controlam as agências especializadas deste organismo. Eles, os chinocas, controlam as Nações Unidas através da chamada Nova Rota da Seda. Esta rota que se esmerou na Ásia, em África e na América Latina, chegou definitivamente à Europa.
Entrou nos países do sul e do leste europeu, a saber: comprou empresas e infraestruturas na Grécia, em Portugal, em Espanha, Malta, Hungria, Bulgária, República Checa, e na Polónia – um verdadeiro cerco do “campo” à cidade, tal como preconiza sua prática politica com destaque para Deng Xiauping seu primeiro patrocinador…
Começam por corromper os governantes dos países pobres e neste emaciamento de vontades, assinam contractos de estranha opacidade com empresas chinesas sem concurso público, tal como conhecemos por práticas de candonga reptícia. Vivenciei isto quando atravessei de costa a costa em África numa viagem que teve início em Welvis Bay no Oceano Atlântico com término em Dar es Salam no Oceano Indico…
E, nessa viagem, pude aperceber-me do quanto a Europa anda a assobiar para o lado, fingindo que nada sucede de extracurricular no trato com os países africanos. Uma linha férrea entre Adis Abeba e Djibuti causou a Mair dívida externa dos países intervenientes, mantendo-se um sorvedouro sem fim, enchendo os bolsos a corruptos.
Há 23 países em situação economicamente difícil por entrarem nesses projectos de “coexistência harmoniosa” dessa “Nova Rota doa Seda”. Angola, Moçambique e Guiné Bissau de língua oficial portuguesa dos PALOPS, surgem também nessa longa lista de harmoniosa corruptela. Minha citada viagem inflectiu para o interior da Tanzânia. descendo o Malawi ao longo do lago Niassa, agora conhecido por Lago Malawi.
No Mundo, com dados de há três anos, dos mais de trinta países devedores à CHINA, maioritariamente africanos, sobressaem: 1º- Angola com US$ 42,6 bilhões: 2º - Etiópia com US$ 13,7 bilhões; 3º- Zâmbia com US$ 9,8 bilhões e Quénia com US$ 9,2 bilhões. Não demorará que parte de seu património passem a ser geridos directamente pela China… Pude já ter observado no Zimbabwé, isto no ano de 2018 quando fiz a já mencionada viagem atravessando o continente africano.
Mas, também na Europa há bilhões de dólares em dinheiro chinês impulsionando algumas economias - Dos acordos que estão sendo fechados há um problema - muitos projectos são "ARMADILHAS DE DIVIDA", em que a China tem poder para decidir o que acontece quando os empréstimos não são pagos.
Vivi isto no Zimbabwé em Vitória Falls e Lago Kariba… No dia de abertura de seus próprios Jogos Olímpicos de Inverno, a China declarou uma parceria "sem limites" com a Rússia e prometeu colaborar mais em uma posição contra o Ocidente. Desde então, a China recusou-se a condenar o ataque do presidente Putin à Ucrânia seguindo-se-lhe outros líderes bajuladores como por exemplo o Brasil, tendo Lula como timoneiro . O maior cego será sempre aquele que não quer ver…
Nota*: Com extractos do livro “A Mulher do Dragão Vermelho” de José Rodrigues dos Santos, consulta em Wikipédia e muxoxos com viagens do Soba …
(Continua, com intercaladas Viagens …)
O Soba T'Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ALCIDES SAKALA
- Crónica 3657 – 15.01.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018
- “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
Estava escrito nesta frinchas aleatórias que a Jamba era o centro nevrálgico alfa no tráfico de marfim, diamantes e madeiras preciosas. Savimbi teve de recorrer a este património mas, o governo mwnagolé da Luua, despifarrou muito mais em proveito seu, dos filhos e de toda a nomenclatura.
Agora, mais kota, recordo que as interrogações entre mim e Mac Guiver faz-de-conta, sucumbiram em sorrisos, um indício de quem sabe, mas desconhece, perpetuando uma amizade de cavandelas... Mas, mantinha-me fiel à figura de Alcides Sakala, guerrilheiro impar e diplomata de fina estirpe que para não sucumbir de fome, teve de sobreviver durante longos meses comendo mel e casca de mandioca cozida.
Alcides Sakala Simões nasceu no Bailundo a 23 de Dezembro de 1953. É ainda um político angolano da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e membro da Assembleia Nacional de Angola. Em 22 de Agosto de 2024 escrevia em sua página: «O momento é de reflexão, concertação e diálogo, para os angolanos concretizarem a alternância que vai trazer a mudança. Uma mudança patriótica, democrática e inclusiva, nos marcos da Constituição e da lei.
O povo que representamos está mais pobre, mais miserável, passa fome, enfrenta penúria, desemprego, morre de fome e sobrevive da indigência, por isso, o Grupo Parlamentar da UNITA não pode estar satisfeito com o desempenho da Assembleia Nacional. As leis e resoluções aprovadas não tiveram impacto relevante na melhoria da qualidade de vida das pessoas, das famílias, dos trabalhadores e das empresas.
Não basta legislar; é necessário que as leis sejam justas e tenham impacto positivo na vida dos cidadãos. A fiscalização e o controlo exercidos pela Assembleia Nacional deveriam ter contribuído para a boa governação, transparência, responsabilização dos governantes, erradicação da fome e da pobreza e a construção de uma sociedade de justiça social e económica, de dignidade, prosperidade e felicidade das pessoas.
A corrupção aumentou, o favorecimento de empresas do regime aumentou por via da contratação simplificada e ajustes directos, o Estado de Direito retrocedeu, os principais referentes do Estado Democrático, como a liberdade de expressão, o tratamento igual dos partidos políticos, foram violados e desapareceram da prática de governação.
Todas as semanas ocorrem denúncias e relatos de execuções sumárias, graves violações dos direitos, liberdades e garantias fundamentais, o país tem presos políticos por delito de consciência. Aumentou a intolerância politica, até os Deputados da Assembleia Nacional não foram poupados; a maioria dos angolanos está desesperado.
O Estado está falido e governado por uma Constituição que não é a da República de Angola. Nesta hora difícil para a grande maioria das famílias angolanas que passa fome e não tem esperança de viver o presente nem o futuro, o Grupo Parlamentar da UNITA, vem reiterar o seu comprometimento de servir as angolanas e os angolanos»
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da página de facebook de Alcides Sakala
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ALCIDES SAKALA
- Crónica 3656 – 11.01.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
Andamos para trás ou para a frente de forma aleatória e por serem já coisas diluídas nos cacimbos e kiangalas, podemos ornamentar os factos com ausência de espanto; de só mesmo matando o tempo, de só falar! Gesticulando braveza de fingir, pulando ao redor dum herói de verdade, os luzidios e gordos generais do medo, fizeram a foto macabra para pendurar na parede escura do seu MPLA. Um herói não morre, nunca - só fica no rascunho.
Jonas Savimbi nunca se renderia, nem se ajoelharia, e se fosse capturado nunca deploraria que não o matassem. Não era homem dessa estirpe de covardes. Seria negar-se a si próprio, o que nunca faria. Seria negar o seu projecto de sociedade. Com a sua morte, perdemos uma batalha importante, mas não a guerra.
Recordamos a muita diplomacia lodosa, de quando Jonas Savimbi chamou «garoto» ao então ministro Durão Barroso do M´Puto, esse que esteve no comando da UE. Por seu turno, também recordamos quando João Soares, numa entrevista ao semanário Expresso, classificou os dirigentes angolanos como «um bando de cleptocratas»…
Talvez ele, João soares mantenha essa opinião, só que agora com mais fortes razões de o ser! E, das relações escondidas, que o Dr. Soares seu pai já defuntado, manteve confidenciais durante muito tempo, em virtude de «não querer que isso fosse do conhecimento da Internacional Socialista e, onde o movimento da UNITA não era reconhecido».
Pensando muito, aleatoriamente rumei de luzes escuras ao sonho dormido até chegar ao senhor dos anéis: algures num lugar esquecido e rodeado de mato. Alcides Sakala, bebia um chá de casca de mandioca com mel e mais folhas trazidas por um guerrilheiro muito hábil em encontrar esse mesmo mel silvestre; ambos resistíamos à perseguição dos inimigos, rio abaixo sem nunca pararmos por longo tempo. Era a guerra de Angola!
Definhados na sobrevivência, envolvidos de mistérios, e por imperfeitas sentenças de nossas virtudes, fazíamos façanhas aninhados num destino lendário, lugares esquecidos duma terra que no correr do tempo se desvanecia, se omitia em reconhecer alguns, como filhos; terra que se esquecia de nos lembrar, relegar ou, simplesmente desconhecer.
Foi no muxito escondido que relembramos a figura de Mário Soares que de visita às Seychelles, em 1995, em conversa informal com os jornalistas, após o jantar, falou de Angola (que visitaria oficialmente no ano seguinte) e sobre os líderes em confronto, emitindo esta opinião: «José Eduardo dos Santos é um homem banal»
Edu, não provoca a ninguém um virar de pescoço quando entra num salão, enquanto que Jonas Savimbi tem uma presença esmagadora! É um verdadeiro líder africano!». Já todos morreram - Tarde piaste, digo de mim para nós mas, e aqui corroboro com ele! Disse assim mesmo ao nosso comum amigo Mac Guiver, que me olhou sem espanto! Ainda preservo esses persistentes sonhos…
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, do livro de Alides Sakala
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ALCIDES SAKALA
- Crónica 3655 – 09.01.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
Neste hiato de tempo entre o ano de 2000 e os sequentes anos do presente século que entre, durante, e após a morte de Savimbi, deram continuação ao projecto desse líder que sempre o será recordado como um exemplar patriota, não obstante haver desaires em seu percurso. Memorias e escritos de personagens que engrandeceram a UNITA destacando-se como lideres, guerrilheiros, conceituados militares e, ou diplomatas de craveira…
E, relendo memórias de um guerrilheiro de Alcides Sakala posso lembrar: De rio em rio, muxito em muxito, como leões cautelosos, agachando-se por debaixo de espinheiras, espevitavam odores do embaciado ar da manhã. Pé ante pé galgavam mais uns metros penetrando o olhar por entre as copas das árvores, captando helicópteros das Forças Armadas de Angola.
O cerco apertava os guerrilheiros resistentes da UNITA. As descrições dos ouvidos dando conta ao menor estalido de um graveto, ou um chinguiço ressequido partindo o silêncio da mata. Ali, todos os ruídos significam um perpetuar da vida ou a morte. São sobrevivências que nos levam aos rios da salvação nem sempre fáceis de transpor.
Passo às descrições do livro do meu ilustre mano, mais velho na aparência do que na idade verdadeira. Também é a homenagem a um homem que merece ser referenciado, porque ele é parte integrante da história contemporânea de Angola. Foi dele que recebi um galo em madrepérola que orgulhosamente ostentei na lapela.
Do embrulho atado em meu baú com entrançadas e improvisórias matebas releio de novo partes do livro: “...Para nossa surpresa a delegação do Governo era dirigida pelo General Implacável. Mesmo assim, o ambiente manteve-se calmo e distendido. O facto de ter sido o General implacável a dirigir a delegação das FAA distendeu ainda mais o ambiente.
Estávamos sentados, frente a frente, em uma mesa construída de paus frescos, com a delegação do Governo de Angola. Vinham bem vestidos, fardados a rigor e com bom aspecto físico, luzidios e perfumados. Alguns gordos demais para as circunstâncias. Era um contraste físico extraordinário. Mas, mais do que o aspecto físico, o mais importante era o simbolismo político desse acto. Os nossos corpos falavam por si e transpareciam a dura realidade das dificuldades em que vivem os guerrilheiros.
Tinhamos os corpos debilitados mas uma inteligência esmerada e vigilante para a defesa dos nossos legítimos interesses. Divididos por essa longa e difícil guerra fratricida, resultante de um nacionalismo fracturado, acirrado pela Guerra Fria, selávamos com o governo do MPLA, nas margens do rio Luconha, uma nova parceria, como aliados para a construção da paz e da reconciliação nacional.
Ficavam, assim, para trás, os nossos mortos, os heróis da resistência de Angola, os protagonistas da grande epopeia de combate pela conquista da liberdade e da democracia, entre os quais o timoneiro da Revolução dos pobres de Angola, Jonas Malheiro Savimbi, Presidente Fundador da UNITA, tombado heroicamente nas matas do leste no dia 22 de Fevereiro de 2002.
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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, do livro de Alides Sakala
(Continua...)
O Soba T´Chingange
A ORDEM MUNDIAL XV - Henry Kissinger *
FRIVOLIDADES CONTEMPORÂNEAS - Crónica 3654 – 02.01.2025
-Escritos boligrafados na desordem mundial, actual
Por: T´Chingange (Otchingandji) - O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
Hoje, que já parece haver capacidade de fazer um micro robô do tamanho de uma vespa asiática em um bomba, é muito estranho que ainda não o tenham inventado; um qualquer desses insectos feito escaravelho, que pudesse entrar no ouvido de um qualquer PUTIM e fizesse PUM. Claro que, o seria enviado por um alto responsável da ONU como mensagem de PAZ. Faz falta haver um destes aparelhos milagreiros capaz de enviar alguém feito diabo, para Plutão…
Que assim o seja, um computador criado por forma a ser útil a mandar um qualquer cidadão de nomeada malvadez para o ciberespaço. Claro que por muita sensatez ou bom senso que isto possa ter, sempre o iremos ser manipulados por opiniões psicologicamente asseguradas em teorias opostamente consistentes. Cada vez mais nossa condição humana, o será moldada por factores inéditos de teorias novas…
Telemóveis, computadores e smartphones, aliados a tanta informação, opiniões e comentadeiros formam a condição de perfeita trindade para permanecermos permanentemente capturados; uma tão actual dependência que nos diminui a capacidade individual e reflecção intima que, hodiernamente nos submete a uma “inteligência artificial”. Algo que, inevitavelmente nos rebaixa o “quociente de inteligência” designado por Q.I.
Eu próprio, na qualidade de avô não posso referir a uma neta um simples dizer de “se Deus quiser” porque, logo virá numa atrevida candura feita reparo, uma nova versão repentistamente insana num desaforo e desamor, de que “Deus não existe”. Coisas que alteram profundamente nossa condição humana. Num repentinamente me sentirei múmia, metido numa anta, muito mais distante: lá da idade do cobre ou do ferro…
Como posso então explicar feitos da história, quase recente, do chamado Adamastor, o nome dado às tormentas passadas por Vasco da Gama, se contesta Deus. Estamos assim, a viver uma ficção transformista da cultura, torcendo o cientifico ou histórico por corriqueiras visões vistas nos dias de hoje como wokismo…
Uma quase nova percepção e consciência das questões relativas à justiça social e racial. Um vernáculo desviante das ancestrais culturas que os afro-americanos designaram de "stay woke" (em português: continue acordado ou desperto) e, cujo aspecto gramatical se refere a uma consciência contínua dessas questões. uma gíria mais genérica, amplamente associada a políticas identitárias, causas socialmente liberais, feminismo, activismo LGBT e outras questões culturais
Woke (totalmente desperto), é termo que aparece pela primeira vez na cultura política e nos anúncios políticos durante a eleição presidencial nos Estados Unidos em 1860 em apoio a Abraham Lincoln. O Partido Republicano cultivou o movimento para se opor principalmente à disseminação da escravidão, conforme descrito no movimento Wide Awakes.
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Falando das campanhas politicas, presidenciais entre outras, seja nos Estados Unidos da América ou no rasto do mundo, todas se transformaram em concursos mediáticos tendo entre seus gestores, peritos mediáticos de manuseamento de Internet como num vulgar possessos de marqueting. Estamos sim, a viver um período em que o futuro é determinado por forças alheias a toda a moderação.
FIM
Nota*: Com extractos do livro “A Ordem Mundial” de Henry Kissinger, consulta em Wikipédia e ligeirezas do Soba …
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * MUJIMBO ANTIGO
- Crónica 3653 - 30.12.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
´C.A. Entre dúvidas escondidas no pormenor de factos conhecidos, dou-me conta que as frinchas, mostram versões velhas a que eu não forço ao pormenor para não suscitar ranhuras com os gigabites alheios, referindo tão-somente o que me parece ter lógica porque, por mais que nos esforcemos, há coisas que sempre ficam na charneira do mujimbo, entre aduelas de boatos.
Recordo então que Jonas Savimbi, sempre recusou o abandono da luta pelo que achava certo, não escolhendo cenários de exílio dourado como outros o fizeram e, diga-se em verdade que, foi o único dos líderes angolanos que sempre viveu e lutou no seio de sua terra, sua pátria. Digo eu, num propósito de dialogar com as duvidas de muitos.
Jonas Savimbi morreu há quase 23 anos, a 22 de Fevereiro de 2002, abatido pelas tropas angolanas. Morreu como viveu: a disparar e, mesmo depois de já ter sete balas alojadas no corpo. A Angola, tudo deu sem nada tirar, ao contrário de outros com contas, palácios e mansões no exterior e o desperdício de gastos, como por exemplo a compra de um relógio de 500 mil euros por um filho do Edu.
Um filho que só se babou de prepotência sem nunca ter trabalhado em algo visível; que nada fez em prol do povo! Fisicamente, Savimbi morreu mas, seu espírito está em toda a parte, mesmo fora de Angola! Alguém em seu nome continuará a ter quem defenda essa cultura, esse povo, essa forma de ser e de estar! Inicialmente foi enterrado em um humilde cemitério de Luena; com tempo, dele falaremos com os detalhes que o conduziram à morte …
Um amigo meu do Okavango no seu jeito enigmático de sempre deixar uma prega solta na minha costura do cerebelo disse: -Ele está vivo! Algures num lugar palaciano e bem protegido; aquilo de sua morte foi uma farsa muito bem engendrada pelas grandes potências. Vejam só o que a mente humana pode arquitectar (penso eu)?
E, esse meu amigo continuou: O que viram em fotos é uma tramóia muito bem-feita, um sócia de Savimbi e, não é certo saberem aonde ele foi enterrado para evitar um rodopio de peregrinos, disse este meu kamba que também teimou em não acreditar que os homens chegaram à Lua e que nela caminharam. Claro que desacreditei disto com um muxoxo fingindo com um pois talvez assim o seja, consentimento só para fazer de conta.
Não acredito nesta sua versão, disse eu por fim. Não tem lógica porque mostraram o corpo dele em várias posições e eu até pude referir de imediato ao ver a foto de que ele se terá matado pois que, na foto de Grande Reportagem do M´Puto pode ver-se um buraco escuro, feito por bala "queima roupa" em seu queixo do lado direito - que só ele poderia ter dado segundo a trajectória nada plausível de o ser de outro qualquer ângulo Era ele, sim!
Ele era destro! Rematei em termo definitivo! Meu amigo, deu de ombros assim como dizendo que cada qual ficava com a sua opinião. Não forcei a nota mas, ainda matuto em sua fricção pois que hoje, acontece muita coisa bem estranha!? As nossas conversas rebrilhando nas águas do Kubango vespertinavam com a kúkia (pôr-do-sol) bem no horizonte angolano e, por detrás de seus brilhos…
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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Crimes na Jamba
- Crónica 3652 - 27.12.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
Recapitulando: Em 1990 foi a vez de Pedro “Tito Chingunji”, jovem e brilhante secretário dos negócios externos e antigo representante do movimento em Washington, ser “fuzilado” por se ter tornado demasiado próximo dos americanos. Chingunji foi um dos negociadores dos acordos de New York em fins de 1988, que levou à retirada dos cubanos de Angola e realização das primeiras eleições.
A morte de Tito, levou à deserção de figuras de peso da UNITA e, ao fim das relações entre a UNITA e os Estados Unidos. O jornalista britânico Fred Bridgland, autor da biografia “Savimbi - a chave para África”, fez amizade com Chingunji durante a cobertura das operações do movimento e, já com ele a viver em Washington, colaboraram na preparação de um livro sobre o movimento.
Um dia, em um encontro em Washington, Chingunji informou Bridgland de que a sua mãe, pai, três irmãos e uma irmã, tinham sido executados por Savimbi e que a sua mulher e os filhos, dois bebés gémeos de um ano, estavam presos. Por isso, tencionava deslocar-se à Jamba para esclarecer a situação junto de Savimbi.
Chingunji viajou para a Jamba, mas não regressou a Washington. Foi preso, acusado de ligações à CIA e ao MPLA e ter tido um romance com uma das muitas mulheres e concubinas do Savimbi, que, refira-se, era poligâmico, aliás como a maioria dos africanos. Tentando salvar o amigo, Bridgland voou para a Jamba em 21 de Dezembro de 1988, um dia antes da assinatura do acordo de New York, foi ouvido por Savimbi e os 13 membros do seu politburo à sombra de uma frondosa árvore, não conseguindo salvar Chingunji e toda a sua família.
O jornalista denunciou Savimbi e o secretário de Estado James A. Baker exigiu explicações. O líder da UNITA respondeu numa carta de seis páginas em que acusava Tito Chingunji de estar envolvido com a CIA num plano para o derrubar e atribuiu as mortes a dois membros da UNITA que tinham desertado dois meses antes formando um novo movimento separatista na região de Cabinda.
Um sobrinho de Tito, Dinho Chingunji, nesse então ministro do Turismo de Angola, vivia ao tempo em Washington e disse que “éra uma mentira ultrajante”. Na peça “The Black Cockerel”, Savimbi entra em litígio com Tito Chingunji por divergências ideológicas, mas antigos membros da UNITA acusam Savimbi de ter passado a odiar o jovem Chingunji quando soube que este tivera um romance com uma das esposas em Paris, Ana Paulino Savimbi.
Ana era uma jovem elegante e linda que Savimbi converteu em primeira dama e passou a acompanhá-lo nas viagens pela América e pela Europa. Desta relação, Savimbi teve cinco filhos que vivem todos em França. Através de uma bolsa patrocinada pelos serviços secretos franceses, Ana foi tirar um curso de secretariado em Paris, onde conheceu Tito.
Entretanto, Savimbi, que ficara na Jamba, já trazia debaixo de olho duas irmãs sobrinhas de Ana: Raquel Matos de seu verdadeiro nome, que, quando da ida da tia para França, se tornou companheira de Savimbi, mais tarde foi estudar para Londres, casou com Tito Chingunji e acabou por morrer com ele; e Navimibi Matos, da qual Savimbi teve uma filha. Navimibi Matos morreu queimada viva, em 1981, num dia que Savimbi disse que ficaria na história da Unita como o “Setembro Vermelho”.
Referência: The Portuguese Times (NET)
Ilustrações de Pombinho da EIL
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, do jornal Expresso e página do SAPO
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Crimes na Jamba
- Crónica 3651 - 22.12.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
A acção da peça decorre entre 1985 e 1992 e os personagens são Savimbi e Tito Chingunji, secretário dos Negócios Estrangeiros da UNITA entre 1980 e 1990 e representante do movimento em Washington e o americano Jack Abramoff, lobista ligado ao Partido Republicano e que conseguiu que Savimbi fosse recebido com passadeira vermelha na Casa Branca.
Em 2010 voltou a falar-se num filme sobre a vida do líder da União Nacional para a Independência de Angola (UNITA). Com o título de Galo Negro em inglês (“The Black Cockerel”), existe uma peça teatral sobre Savimbi, da autoria do nigeriano Ademola Bello, o primeiro africano a obter um mestrado em arte dramática pela Universidade de New York.
“The Black Cockerel” estreou em junho de 2008 numa encenação da companhia do Out North Theatre de Anchorage, Alaska, onde o autor reside; esteve longe de ser um sucesso, mas teve pelo menos o mérito de atrair o interesse de Hollywood para a vida de um dos maiores líderes africanos. A acção da peça decorre entre 1985 e 1992 e os personagens são Savimbi e Tito Chingunji…
Tito que é secretário dos Negócios Estrangeiros da UNITA entre 1980 e 1990 e representante do movimento em Washington relaciona-se com o americano Jack Abramoff, lobista ligado ao Partido Republicano e que conseguiu que Savimbi fosse recebido com passadeira vermelha na Casa Branca. Em “The Black Cockerel”, Savimbi é um anticomunista em confronto ideológico com Chingunji e Abramoff…
Abramoff, encontra-se em Angola para que ele interceda junto do governo da África do Sul para autorizar a rodagem do “Red Scorpion”. O episódio do filme não é ficção; existe mesmo o filme, com argumento de Jack Abramoff, produzido pelo irmão, Robert, com um orçamento de 16 milhões de dólares, realizado por Joseph Zito e com o brasileiro José Fernandes como diretor de fotografia.
Estreou em 1989 e foi um dos últimos filmes da Guerra Fria que Hollywood também travou, propondo-se a ser, em relação a Angola, o que os filmes de Chuck Norris foram para o Vietname do Norte.O protagonista é o sueco Dolph Lundgreen, num agente da KGB enviado a África para abater um líder rebelde que combate um regime comunista apoiado pelos cubanos e, por influência de um jornalista americano, adere no fim aos guerrilheiros libertadores.
Inicialmente, “Red Scorpion” esteve para ser feito na Suazilândia, que negou autorização devido à coligação Artists e Athletes Against Apartheid por violar o boicote da África do Sul que pressionava o fim da segregação racial e a libertação de Nelson Mandela, mas o governo sul-africano borrifou-se nos protestos e autorizou a rodagem na Namíbia. Em 1994, os irmãos Abramoff rodaram um “Red Scorpion 2” nas Filipinas e com outros intérpretes, mas nesta altura Frank Abramoff não está disponível para o filme sobre Savimbi…
O famoso “lobisomem” envolveu-se num escândalo de corrupção de vários congressistas, foi condenado por fraude e só sai da prisão em 1 de Dezembro próximo. Um dos projetos mais importantes de Jack Abramoff, através da sua Freedom Research Foundation, foi a Internacional Democrática, encontro de chefes de movimentos anticomunistas da Nicarágua (Contras), Afeganistão e Laos realizado em 1985 na Jamba e patrocinado por Lewis Lehman, ininciador dos Contras e Jack Wheeler, propagandista da Nova Doutrina de Ronald Reagan.
Referência: The Portuguese Times (NET)
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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, do jornal Expresso e página do SAPO
(Continua…)
O Soba T'Chingange
A ORDEM MUNDIAL XIV - Henry Kissinger *
FRIVOLIDADES CONTEMPORÂNEAS - Escritos boligrafados na desordem mundial, actual
- Crónica 3650 – 17.12.2024
Por: T´Chingange (Otchingandji) - O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
O que as forças americanas e da NATO encontraram no Afeganistão, já o era de quase um século atrás: Em cada homem vivia um guerreiro, um politico e um teólogo, em cada casa existia uma verdadeira fortaleza como do tempo feudal; em cada clã havia rancor; em todas as tribos havia contas a ajustar, umas com as demais. Nada mudou até agora. Os talibãs continuam a ameaçar de morte todos os que participam em instituições democráticas.
Osama Bin Laden teria de ser encontrado e morto pelo que foi dito: O Afeganistão poderá envolver o mundo no seu perene estado de guerra. Quanto ao Iraque e, tendo Bush na presidência, implementar ali uma democracia pluralista no lugar da lei brutal de Saddam Hussein revelava-se mais difícil do que derrubar o ditador Ali, e, os Xiitas, há muito descriminados, tenderam a equipar a democracia na proporção da sua superioridade numérica, enquanto os sunistas recorreram ao boicote às eleições do ano de 2004.
Os Curdos, a norte, reforçaram as suas capacidades militares, chacinados que o eram antes, por quem mandava em Bagdade, apropriando-se de campos petrolíferos e exigindo independência. E, porque cheirava a petróleo - Os Estados Unidos da América que travam após a Primeira Grande Guerra Mundial, a da Coreia, do Vietname e primeira Guerra do Golfe durante a presidência de George H.W. Bush, concretizam os objectivos propostos sem profunda discórdia interna…
Em 1968, os Estados Unidos, União Soviética e o Reino Unido, negociaram o chamado Tratado de não Proliferação de armas Nucleares (TNP). Este tratado propunha impedir o alastramento de armas nucleares. A França e a China aderiram a este tratado no ano de 1992 tendo no entanto dificuldades em se impor como norma internacional.
Com o fito de usar energia nuclear para fins pacíficos, a Líbia, Síria, Iraque e o Irão, continuaram a desenvolver programas nucleares clandestinos, violando o tal TNP, chamado por alguns de “apartheid nuclear” e, que a Coreia do Norte continuasse a fabricar tecnologia nuclear sem qualquer controlo internacional. Nos dias que correm e perante s informações que chegam ao grande público, em geral, os que determinam a Ordem Mundial andam de mãos dadas…
Isso! De mãos dadas com a conhecida Cibertecnologia e inteligência artificial (IA), remetendo os tanques de guerra para uma cavalaria do passado, brinquedos de lata para assar humanos como se o fossem castanhas de outono, os aviões em artilharia moderna teleguiada e os porta-aviões como fortalezas ou aeródromos moveis.
Contemporaneamente, o poder de computação com tecnologias de ponta na área de informação, ondas curtas, modulada e médias encavalitadas em nuvens de morte súbita, ditam quanto baste ás esferas do poder seu poderio em nossa existência fazendo de cada qual uma estátua de sal como em tempos muito idos aconteceu com a mulher de Ló, sobrinha de Abraão.
Não demorará vemos robôs nas primeiras linhas de combate porque entre os humanos, a morte é coisa horrenda. Ter em conta que há hoje mais de cinquenta milhões no Globo Terrestre a usar a “internet” tendo conhecimento ao segundo de tudo o que se passa do outro lado do Mundo. Bom! Já me ofereci como voluntário a Elon Reeve Musk para ir habitar Marte em seu programa de SpaceX mas, o mais certo é ir antes, para Plutão…
Nota*: Com extractos do livro “A Ordem Mundial” de Henry Kissinger, consulta em Wikipédia e ligeirezas do Soba …
(Continua, com intercaladas Viagens …)
:O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Crimes na Jamba
- Crónica 3649 - 12.12.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Acontece a partir desta data a “Operação Madeira” por via de Jonas Malheiro Savimbi originar variadas tentativas na aproximação aos militares portugueses. Face ao domínio português no leste, o MPLA de Chipenda alia-se à FNLA. Em Kinshasa, estes, criam o Conselho Supremo de Libertação de Angola (CSLA), presidido por Holden Roberto.
Esta criação foi efémera pois que nesta altura o MPLA dependia quase exclusivamente da ex-URSS e seus satélites. A FNLA , dependia dos Estados unidos da América e Europa e esta combinação não resultaria como é óbvio. A tal de “Operação Madeira” teve como intermediários Jonas Savimbi e o general Bettencourt Rodrigues e, tendo como mediador o madeiro da povoação de Cangumbe chamado Duarte Oliveira.
O tenente Sabino apareceu sempre como o negociador por parte da UNITA. A UNITA comprometeu-se a não atacar os madeireiros e a tropa instalada naquele vasto Leste. Por esta via reptícia ambas as partes faziam seu jogo do gato e rato. Á UNITA, era-lhe dado bens logísticos a fim de sobreviver em banho-maria como e vulgar afirmar. Este acordo beneficiava os madeireiros, a quem a UNITA com muita frequência, incendiava suas serrações e camiões de transporte.
Mas, Savimbi com a conhecida sua habilidade de manobra atacava por vezes e de surpresa; o diálogo entre as “NT do M´Puto” Savimbi, foi retomado numa segunda fase que é agora conhecida pelo “pacto de não-agressão”. Savimbi e o então Secretário-Geral do Governo da Província Ultramarina de Angola, coronel Soares Carneiro.
Ambos se auspiciam em contactos tendo por intermediário o padre António de Araújo Oliveira, um fervoroso defensor da UNITA mas, só até este tomar conhecimento de alguns crimes na Jamba, nomeadamente pela queima de pessoas vidas. Antigos líderes da UNITA acusaram Savimbi de manipular as crendices populares e valer-se de feitiçaria em julgamentos, esquartejando, afogando e queimando dissidentes políticos como feiticeiros.
Mantinha um controlo do poder impiedoso, assassinando quem pudesse vir fazer-lhe frente. Apesar das ligações aos americanos, nutria grande desconfiança em relação à CIA e o seu primeiro chefe do estado-maior, coronel Waldemar Chindondo, militar distinto que foi um dos primeiros-oficiais negros do exército português, foi acusado de ligações à CIA e executado.
A viúva de Chindondo, Alda Juliana Paulo Sachiambo Chindondo, mais conhecida por Mana Aninhas, passou a fazer parte do harém de Savimbi, foi eleita presidente da Organização Feminina da UNITA em 1984, representante do movimento nos Estados Unidos, Portugal, Bélgica e Alemanha e líder da bancada da UNITA no parlamento angolano. Orneias Sangumba, que estudou ciências política na Universidade de New York foi outro dirigente do movimento morto por ser alegadamente agente da CIA
Com o título de Galo Negro em inglês (“The Black Cockerel”), existe uma peça teatral sobre Savimbi, da autoria do nigeriano Ademola Bello, o primeiro africano a obter um mestrado em arte dramática pela Universidade de New York.“The Black Cockerel” estreou em Junho de 2008 numa encenação da companhia do Out North Theatre de Anchorage, Alaska, onde o autor reside; esteve longe de ser um sucesso, mas teve pelo menos o mérito de atrair o interesse de Hollywood para a vida de um dos maiores líderes africanos.
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Ilustrações de Assunção Roxo
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, do jornal Expresso do
M´Puto e página do SAPO
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Crimes na Jamba
- Crónica 3648 – 10.12.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Como podemos nós acrescentar à ciência o entendimento de simplicidades tão abrangentes; uma mão amiga! As pedras surdas e mudas que não podem testemunhar porque elas têm seu próprio destino, transformar-se em pó, e nós, em coisa nenhuma. Para provar que o que tem de acontecer acontecerá, haverá sempre um milagre a alterar o curso do destino, pequeno ou grande!
Desta feita tem o nome de “Kikas Xirikwata”, no feminino, que move vontades e ternuras a alterar este simples destino, seu toque milagreiro de bem-haja, pequenas de grandes coisas que fazem a diferença! Ora, relembrando: No ano de 1970 e 1971 com o lançamento da operação “Siroco” e “Rojão RH” a região do Leste de Angola é completamente dominada após a realização de operações especiais aos quais participaram Comandos…
Comandos, Páras, Fusos e o Esquadrão a Cavalo estacionado em Silva Porto, actual cidade do Cuíto. As autoridades portuguesas instauram um prémio de 100 contos a quem entregasse Jonas Savimbi, vivo e, outro de 50 contos, pela cabeça de Antunes Kahali, um comandante da UNITA conhecido pela prática de sua crueldade.
Mas, num agora posterior, “os periclitantes novos membros estão profundamente preocupados com as repetidas acusações de abusos dos direitos humanos em Angola e, em particular, às mortes de Tito Chingunji, Wilson dos Santos e suas famílias. “A situação fica particularmente delicada porque “Tito” alegou que o seu plano beneficiava de apoio actuante da CIA”.
São desconhecidas as movimentações de Backer mas, é conhecida a carta que o presidente e vice-presidente da “Senate Select Comité on Intelligence”, respectivamente David Boren e Frank Murkowski, enviaram a George Bush: Podemos nunca saber quem foram os responsáveis por estes crimes, mas o Dr. Savimbi tem de aceitar a responsabilidade pelo facto de terem ocorrido na jurisdição controlada pela sua organização politica e militar.
O facto de estes acontecimentos, terem acontecido depois da paz ter chegado a Angola, deixa-nos apreensivos. Espera-se por isso que certas e especificas acções sejam tomadas por ele, Jonas Savimbi que comanda o movimento UNITA. Voltando ao Antunes Kahali, este, decepava os órgãos sexuais dos militares portugueses abatidos, expondo-os com frases insultuosas nas aldeias e carreiros ali chamados de picadas.
Diz-se que o major Vitor Alves arrecadou o prémio apresentando uma cabeça que não era a de Kahali pois este soube-se ter falecido na Jamba em uma data posterior. Nesta mesma altura, o MPLA cria um grupo chefiado por Manuel Muti que tinha a obsessão de matar Savimbi. Fracassada essa tarefa, Muti adere à “Revolta do Leste” e acabando por mais tarde se entregar às “NT- Nossas Tropas”
NT, era talqualmente como se davam a conhecer as tropas do M´Puto em seus relatórios. Foi no lugar de Ninda que este aventureiro da guerrilha se entregou. Com o MPLA derrotado militarmente no Leste, Portugal desencadeia nova operação especial contra as bases de Savimbi, saldada por elevado número de baixas entre os guerrilheiros…
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, do jornal Expresso e página do SAPO
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Crimes na Jamba
- Crónica 3647 – 04.12.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018
- “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Messejana do M´Puto
Estando eu na odisseia da diáspora “Kikas Xirikwata” por terras de Ovoboland e, no final do ano de 2014 no alpendre de soalho e tecto em madeira da Guest House Willtop de Vanda Potgieter, pude repensar em fim de tarde os últimos dias percorridos entre Okavango na Faixa de Kaprivi e os desertos de Swakopmund, pelas quenturas agrestes dos morros de Ozakos e Kiribib.
Pude rever esta matéria com “João Miranda”, o chefe dos khoisans do batalhão Búfalo, quando da invasão a Angola naqueles primeiros tempos da invasão Sul-Africana. Também senti um desassossego de excitação inquieta nos porquês mal respondidos e, que só África nos transmite; há fogos em guerrilhas escondidas com vinganças incompreendidas, queixas e gemidos, quiçá chorando nova dores, quebrando os hábitos dum quotidiano em noites de espaços perdidos.
O que foi e, como foi que aconteceu é uma ideia que sempre nos acode e adianta ao acontecido. África é imprevisível na soma de angústias, incêndios com sinais de pavor, traficâncias com segredos de podridão. Deus não se vai fiar em qualquer um, por muito boas que sejam a recomendações.
Esta temeridade advém de coincidências da África, de guerras subterrâneas do poder, do branco e do preto, das coisas que dão zebra. Na reunião de 1988, diz Savimbi: “Tito confessou que pretendia derrubar-me ou envenenar-me com um tipo de veneno de camaleão bem conhecido pelos angolanos”. “Na altura em que a estória emergiu, “Tito” que nomeou Wilson como conspirador, estava convencido de que um acordo poderia ser fechado com o MPLA, se eu fosse afastado.
São coisas dos últimos e antigos tempos e, embora seja cruel deixar os kotas mais-velhos sem resposta; as pessoas, genericamente, não escolhem as sombras que têm e, também o amanhã que não pertence a ninguém! Isto acontece no “This is África”! Lugar, aonde tudo é possível. Na voz do bom senso, terei de esperar o amanhã, sem mais nada ter que fazer e, em paz, divorciar-me de mim, dando a chave do cofre ao mestre da charrua da vida.
E, porque foi que vim aqui, se não era necessário afastarmo-nos tanto, a um lugar tendo por testemunho absoluto o céu que nos cobre, para onde quer que se vá. Entretanto a UNITA chamava de “criminosos de guerra” a Almeida Santos, António Guterres e Durão Barroso. Em 1988, no Palácio de Belém, Mário Soares, na qualidade de Presidente da República, agracia com a Ordem do Infante Dom Henrique o empresário Horácio Roque…
E, cuja mulher, Fátima Roque, acompanha Savimbi num périplo por vários países. E. só em 1992, pela primeira vez, é que João Soares se demarca de Savimbi ao certificar-se de que este mandara fuzilar os dirigentes da UNITA Tito Chingunji e Wilson dos Santos. Tito e uns quantos mais – entre eles Fred Bridgeland, um britânico, autor da biografia oficial de Savimbi e autor de outros artigos que denunciava a crueldade, associada a eventuais desvios mentais de Jonas Savimbi…
Tudo isso e, também uma tal de Olga Mundombe, estudante da UNITA nos EUA, e recentemente afastada do movimento – desenvolveram um plano para destruir a minha reputação (de Savimbi), alegando violações dos direitos humanos com uso de drogas, numa tentativa de criar um clima favorável a “Tito” para tomar a presidência. O plano alternativo era envenenar-me na Jamba e arregimentar jovens e outros indecisos à sua suposta bandeira, diz Savimbi…
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, do jornal Expresso e página do SAPO
(Continua…)
O Soba T'Chingange
A ORDEM MUNDIAL XIII - Henry Kissinger *
FRIVOLIDADES CONTEMPORÂNEAS - Escritos boligrafados na desordem actual
- Crónica 3646 – 02.12.2024
Por: T´Chingange (Otchingandji) - O NIASSALÊS em Messejana do M´Puto
E, Nixon estava certo ao afirmar que os chineses, inevitavelmente iriam ser no futuro uma potência económica mundial em varias vertentes: o futuro, é agora. O próprio Chu En-Lai, tomou isso em conta nos diálogos que mantiveram posteriormente. Revendo Nixon, teremos hoje de encostar às cordas Trump por bronco grunho que o é, insuportavelmente bruto.
O presidente Reagan estava convencido de que a intransigência comunista se alicerçava mais em ignorância do que em má-fé, mais em equivoco do que em hostilidade. Reagan nos finais da década de oitenta do século XX, disse: “os governos que assentam no consentimento dos governados, não declaram guerra aos vizinhos”.
E isto mesmo, veio a acontecer com a invasão da Crimeia em 2014 e da Ucrânia em 24 de Fevereiro de 2022 com a Europa olhando distraidamente, a propósito, somente para o seu umbigo, assobiando para lado nenhum e permitindo ao despudorado líder presidente Putin da Rússia, avançar com sua ousada vontade de alargar de novo suas fronteiras. O certo é que o Mundo anda borrado de medo com este jogador de poker!
Na URSS com Gorbatchev, este compreendeu que a União Soviética teria de mudar de rumo mas, subestimou o grau de fragilidade do sistema soviético ao implementar seus programas reformistas de transparência (glasnost) e reestroturação (perestroika) abrindo as portas a forças demasiado desorganizadas para fazer valer reformas genuínas…
Forças demasiado desmobilizadoras na sustentação de uma liderança totalitária proporcionando o surgimento de Putin. Entretanto, no ano de 1989 com Bush na presidência da USA, dá-se a queda do Muro de Berlim – o fim real da chamada Guerra Fria. E, aconteceram a Guerra do Golfo, com Bush a derrotar a agressão iraquiana contra o Koweit…
Um intervenção conjunta de aliança de vontades no seio da ONU, que veio também a originar a derrota infligida a Saddam Hussein após a invasão do Koweit no ano de 1991. Já com Clinton como presidente, o jihadismo, procura espalhar a sua mensagem elegendo os valores e instituições ocidentais, em particular os Estados Unidos como principal alvo e, que culminou com a destruição à bomba no Word Trade Center de Nova Yorque, bem no coração da grande América.
Pois, era o Alcorão a abrir caminho a normas jurídicas estranhas à Charia. Aconteceu a 11 de Setembro de 2011, abrindo a nova era de confrontos ideológicos militares na via terrorista de um vale tudo sucedendo às antigas e angustiantes discussões sobre as “lições do Vietname”, perfilando-se três décadas depois nas guerras do Afeganistão e do Iraque…
Guerras na qual a América retiraria de forma torpe, como soe dizer-se com o rabo a arder. A Guerra do Afeganistão teve um consenso internacional e, pela primeira vez, a NATO aplicou o artigo 5º do Tratado . Nove dias após os ataques do 11 de Setembro, o presidente George W. Bush, emitiu um ultimato aos dirigentes Talibãs do Afeganistão que aceitavam a Al-Qaeda: Entreguem aos Estados Unidos todos os lideres da Al-Qaeda que se acoitam em vosso território…
Ilustrações de Assunção Roxo
Nota*: Com extractos do livro “A Ordem Mundial” de Henry Kissinger, consulta em Wikipédia e ligeirezas do Soba …
(Continua, com intercaladas Viagens …)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Crimes na Jamba
- Crónica 3645 – 27.11.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
O Fórum Democrático Angolano – FDA, constituído por dissidentes da UNITA, na diáspora, espalha por Lisboa do M´Puto um cartaz que dizia: SOS Jamba. Savimbi liberta Tito Chingunji e Fernando Wilson. Sabia-se que Savimbi mantinha na Jamba detidos sob coacção, Pedro Ngueve Jonatão Chingunji conhecido por “Tito” e, Fernando Wilson dos Santos.
Tito era delegado da UNITA nos EUA desde 1988 e Wilson, era-o em Lisboa desde o ano de 1986. Ambos eram acusados de conspirar contra Savimbi. tendo sido julgados em Fevereiro de 1989, coincidindo com o desaparecimento do engenheiro Chitunda. Soube-se a seguir que estas três figuras de destaque do Movimento o foram declarados culpados e presos…
Do relatório da Amnistia Internacional desse ano é referido que “em resposta a manifestações internacionais Tito Chingunji foi solto por curtos períodos, coincidindo com delegações estrangeiras de visita à Jamba. Fernando Wilson e Tito, foram vistos com vida pela última vez em inícios de 1991. O mesmo relatório refere: foram acusados de feitiçaria pelo que e, como era hábito foram queimados juntamente com membros de sua famílias em Março de 1982 e Setembro de 1983…
Passo aqui, por cima de algumas descrições pormenorizadas e penosas no entendimento humano. Marcial “Yemene” Hamukwaya, ex-chefe de pessoal da UNITA acusado de ter criticado o envolvimento militar da África do Sul na Província de Cunene no Sul de Angola, foi mais um dos militares do Movimento do Galo Nego, morto em fins de 1984.
Em 1982 Tony da Costa Fernandes, fundador e Ministro dos Negócios Estrangeiros da UNITA e Miguel Nzau Puna, antigo Secretário-geral, na altura da dissidência, Ministro do Interior e da Ordem Pública da UNITA, anunciam o seu desvinculamento do Movimento, justificando que “Savimbi, não estava a respeitar os acordos de paz” e, “não querendo pactuar com os planos diabólicos de que Savimbi gizava para Angola”.
São Tony Fernandes e Nzau Puna que contam ao Mundo o assassinato de Tito e Wilson com as respectivas famílias…Em um desesperado apelo à comunidade internacional, que não foi correspondido, pedem a exumação e autópsia dos corpos. São contados horrores na forma de execução atribuídas a um sobrinho de Savimbi, membro do grupo de segurança designado de BRINDE - segurança interna do Movimento…
Em carta datada de 11 de Março de 1992 destinada ao Secretário de Estado Norte-Americano James Backer, Jonas Savimbi admitiu as execuções de Pedro Negueve Jonatão Chingunji, “Tito” - delegado da UNITA nos E.U.A. e de Fernando Wilson, delegado da UNITA em Lisboa, assim como toda a família, de ambos e, respectivos guardas pessoais, por via de “actos de alta traição”…
Ainda declara que haviam sido mortos em 1991 e não em 1992. A Amnistia Internacional contesta a Comissão de Inquérito da UNITA, fazendo saber ao movimento, que a mesma não obedecera aos “critérios geralmente aceites de independência e imparcialidade”. Na carta dirigida a Backer, Savimbi acusou “Tito” e Fernando Wilson de pretenderem envenena-lo: “Depois do regresso à Jamba, a 11 de Novembro de 1988, promovi um encontro entre nós e, alguns de seus amigos para discutirmos o que se falava.
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, do jornal Expresso e página do SAPO
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Na Diáspora, antes e depois do ano Dois Mil
- Crónica 3644 – 24.11.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018
- “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Lá na mata, quatro meses antes, perseguido por uma unidade das forças governamentais, Jonas Malheiro Savimbi é morto em Fevereiro de 2002. Segundo o jornal Público (do M´Puto), Jonas Savimbi morreu "de arma na mão", como "um militar", numa emboscada das Forças Armadas Angolanas (FAA), numa sexta-feira à tarde, junto ao rio Luio, sudeste da província do Moxico…
Ao fim de cinco dias de perseguição pelo mato. "Sete tiros foram suficientes para o abater". Foi assim que o brigadeiro Wala, na qualidade de dirigente da "força mista que matou o líder da UNITA", resumiu o fim de Savimbi aos jornalistas presentes no local em que o corpo foi exibido. Estou em crer que, aquele rádio com tecnologia de ponta, oferecido pelos “amigos americanos” a Savimbi, tinha um cazumbi bem forte…
Por tantas dúvidas no ar, tantas medidas arbitrárias, umas torpes outras sem explicação plausível, levam os jovens de agora e não só, a pedir explicações. Nos anos sequentes e, já no actual ano de 2024, ainda se protagonizam inéditas manifestações estipulando como que uma espécie de moratória ao executivo angolano, antes de voltarem às ruas…
Jonas Malheiro Savimbi é morto em Fevereiro de 2002
Uma e outra vez, pedindo eleições livres, sem batota, eleições municipais e o fim da mordaça e do estado policial, ditatorial na verdadeira versão da palavra. Uma cleptocracia, um governo cujos líderes corruptos usam o poder político para se apropriar da riqueza de sua nação, com o desvio ou apropriação indevida de fundos do governo e, às custas da população em geral
Quebrando temporalmente a sequência dos relatos, já neste novo Século XXI, pela agência Lusa é dado conhecimento de que Carlos Morgado, antigo médico pessoal de Jonas Savimbi, líder histórico da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), morre em Lisboa vítima de doença a 08 de Outubro de 2013.
Carlos Morgado que acompanhou Abel Chivukuvuku na fundação da coligação eleitoral (CASA-CE), terceiro maior partido angolano. Só mais tarde o soube poi que estando em terras longínquas do pantanal brasileiro, não tive oportunidade de apresenta à família e à direcção da CASA-CE meu "sentimento de profundo pesar". Simplesmente, desaconteceu!
Soube sim, mais tarde, que "foi com profunda dor e consternação que o Grupo Parlamentar da UNITA tomou conhecimento do falecimento do Dr. Carlos Veiga Morgado (...) aonde também assumiu o cargo de Presidente do Grupo Parlamentar, saído das eleições de 1992"… "Foi um nacionalista e humanista, sempre fiel e coerente com os seus princípios em prol do Povo Angolano e de Angola"… E com sentido pesar, que o recordo…
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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da agência LUSA, via SAPO…
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Na Diáspora, já quase no ano Dois Mil
- Crónica 3643 – 19.11.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
A minha ligação a Carlos Morgado foi esporádica ao longo dos anos em encontros e seminários com elementos afectos à UNITA, como eu. Nesse então éramos vigiados em surdina pela polícia do M´Puto com telefones grampeados. Sabiam sempre os passos que dávamos embora não nos entorpecessem.
Tive oportunidade de sentir isso quando em um encontro com autoridades Namibianas com a presença do presidente e líder da SOAPO San Nujoma, este, em um “miting” à margem do rio Okavango no Divundu, ter feito recados indirectos como que avisos aos infiltrados da UNITA em seu país.
Afavelmente, San Nujoma, cumprimentou-me em particular, desejando uma boa estadia turística; ainda guardo a foto que tiramos à margem do rio Kubango (Okavango), vendo-se do outro lado as chanas de Angola. José Pedro Kachiungo, o meu mais directo responsável da UNITA nesse então, sabia que eu estava ali por opção própria, sem estar numa declarada revelia.
Fiquei em dado momento muito grato pelo convite de Carlos Morgado ter-me proporcionado um almoço a sós em casa de pessoa amiga na cidade de Lagoa no Algarve tendo-me deixado a melhor impressão nas ideias que trocamos. Ele, andava pelo país, contactando de perto com as células activas e núcleos do movimento em Portugal.
E, aconteceu: No ano de 2002, tropas do governo matam Jonas Savimbi a 22 de Fevereiro desse ano, na província de Moxico. Jonas Savimbi morre "de arma na mão", como "um militar", numa emboscada das Forças Armadas Angolanas (FAA), sexta-feira à tarde, junto ao rio Luio, sudeste da província do Moxico, ao fim de cinco dias de perseguição pelo mato.
"Sete tiros foram suficientes para o abater". Foi assim que o Brigadeiro Wala, na qualidade de dirigente da "força mista que matou o líder da UNITA", resumiu o fim de Savimbi aos jornalistas presentes no local em que o corpo foi exibido - Lucusse, a 79 quilómetros do sítio da emboscada.
O relato é do repórter da Lusa, Miguel Souto. O destino de Savimbi, calculou Wala, era a fronteira com a Zâmbia, onde contava ser reabastecido pelos seus homens. Nos anos que se seguiram, pouco a pouco, os elementos afectos à UNITA foram sendo acantonados às suas próprias iniciativas.
Em Junho de 2002, quatro meses após a morte de Savimbi, fui a Angola tendo permanecido em Luanda, Sumbe e Benguela aonde permaneci um mês em casas de pessoas afectas ao MPLA. Em nada fui perturbado naquilo que quis observar… E, observei haver preocupação de alguns dirigentes que informalmente me cativavam a ideia de regresso a Angola. Isso não aconteceu, não obstante observar de longe a evolução da terra que me viu crescer como filho mazombo.
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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …
(Continua…)
O Soba T'Chingange
A ORDEM MUNDIAL XII - Henry Kissinger *
FRIVOLIDADES CONTEMPORÂNEAS
- Escritos boligrafados na desordem actual - Crónica 3642 – 14.11.2024
Por: T´Chingange (Otchingandji) - O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Estamos em Novembro de 2024. E, Trump ganhou as eleições nos USA! Sendo assim, põe-se em duvida se a Europa não virá a ser dominada por Moscovo; isto é pertinente se por ventura os países membros da EU – União Europeia, não tomarem a sério o caminho de o serem auto-suficientes em sua própria defesa, devido às mudança no equilíbrio geopolítico no Mundo.
Ter-se sempre em conta a pressão constante do Rússia sobre o Ocidente. Essa pressão, só pode ser contida mediante a aplicação hábil e vigilante de uma força antagónica nos pontos geográficos e políticos em constante mudança. Em caso algum, o Ocidente pode baixar a guarda.
O presidente Johnson que avaliava a guerra do Vietname nos temos tradicionais de defesa de um povo livre contra o avanço do totalitarismo, foi obrigado a tudo mudar, por via das grandes manifestações de rua feitas pelos estudantes, um pouco por toda a América.
Nos anos subsequentes à sua presidência que terminou em 1969, os homens dos galões, arquitectos da guerra, repudiaram publicamente as suas posturas no Vietname exigindo o fim das operações militares e, sua retirada em troca do mero regresso de todos os prisioneiros.
Quinhentos mil soldados americanos combatiam nessa distante terra do Vietname quando Richard Nixon, o presidente de então, assumiu pôr fim à guerra. Fechava assim um capitulo negro e pesaroso para essa poderosa América. Aqui sim! Perderam pelo desgaste… Nixon ordenou a retirada das tropas americanas a um ritmo de 150 mil homens por ano, pondo fim aos combates terrestes no ano de 1971.
Houve nitidamente por parte dos “States” uma deficiente avaliação da maneira de pensar de Hanói; em verdade foi um processo doloroso para os protagonistas. Aqui chegados verifica-se: A América perdeu a sua primeira guerra e, com ela, o fio da meada de uma concepção de Ordem Mundial.
Nixon extemporaneamente falou da China nestes termos: - O povo chinês é criativo, é produtivo e, um dos povos mais capazes do Mundo e, 800 milhões chineses inevitavelmente irão ser uma grande potência económica, com tudo o que isso significa em termos do que poderão ser em outras áreas se prosseguirem em essa direcção.
Quanto a mim, um simples cidadão de pé de chinelo cruo, uma quase cruel afirmação tapeando o bom senso de quem sabe dali, da China, saírem produtos baratos por via de trabalho escravo oriundo de um PCC, Partido Comunista Chinês perito na dissimulação, na mentira e, nas práticas mais horrendas na exploração humana. Vivemos numa falácia torpe e permanente, saídas de quem só se esperava grandeza…
Nota*: Com alguns extractos do livro “A Ordem Mundial” de Henry Kissinger, consulta em Wikipédia e muxoxos do Soba …
(Continua, com intercaladas Viagens …)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Na Diáspora, já quase no ano Dois Mil
Crónica 3641 – 11.11.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Carlos Morgado era dos poucos representantes no exterior que tinha linha direita com o presidente da UNITA (sem ter que passar pelo coordenador da M.E, Isaías Samakuva). Carlos Morgado, foi o primeiro a denunciar que o regime angolano, estava a manter negociações com o general Kamorteiro que estava na condição de capturado e que a direcção da UNITA não validava.
Foi nesse então dado como radical pela média angolana após criticas ao PR, José Eduardo dos Santos através de reacções duras. JES “vingou-se” de Carlos Morgado rejeitando-o mais tarde a proposta para integrar o GURN como Ministro da Saúde.
Avançando no tempo, o fim da guerra em 2002 e durante a vigência da Comissão de Gestão foi desmobilizado como brigadeiro e elevado a Secretario dos Assuntos Sociais da UNITA. No IX congresso que elegeu Isaías Samakuva como Presidente do partido, o mesmo desempenhou papel preponderante, coadjuvando Abel Chivukuvuku no “Estado-maior da Campanha”.
Morgado foi o responsável pela integração dos ex-quadros da UNITA da Saúde (na maioria enfermeiros) no sistema da saúde pública governamental. No X congresso, foi mandatário da campanha de Abel Chivukuvuku no conclave que o renomeou. Após o conclave foi indicado Secretario da Saúde e Ambiente, cargo que depois veio abandonar quando decidiu regressar a Lisboa para fazer um Mestrado em Saúde Pública.
Após a conclusão do mestrado, regressou a Angola prestando assessoria a trabalhos na “Open Society”, tendo colaborado e realizado palestras com temas ligados à saúde nas páginas do Jornal Folha 8. Em finais de 2009, esteve envolvido num projecto sobre saúde pública na Universidade Católica de Angola.
Foi Professor das Universidades Metodista e Católica de Angola. Personalidades que já trabalharam com ele descrevem-no como “pessoa muito inteligente, eticamente humilde e aberto ao diálogo”.
Entretanto, Celita Morgado, esposa de Carlos, saia com seu filho para Portugal a encontrar-se com ele. Será deles que dependerá voltarem ou não para Angola. Serem da UNITA, ou deixarem de ser da UNITA.
Quanto ao guerrilheiro Jonas Savimbi, mestre em manobras tácticas, subindo e descendo rios, sem qualquer abastecimento, terminou a vida encurralado; enquanto as moscas circundavam o corpo do guerrilheiro, José Eduardo dos Santos era nesse então, recebido por Bush na Casa Branca. O que é que os americanos irão aprontar a seguir às mortes dos seus amigos e aliados! Dá para pensar…
Ilustrações de Cota Araújo
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Na Diáspora, já quase no ano Dois Mil Crónica
Crónica 3640 – 06.11.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Carlos Jorge Viegas Morgado nasceu no Sambizanga, um bairro de Luanda e cresceu no bairro Catambor, paredes meias com a Maianga, aonde fez os estudos primários e liceais. Com cerca de 15 anos aderiu à juventude da UNITA e na azáfama da independência viu-se obrigado a refugiar-se em Portugal.
Em 1984 concluiu o curso de medicina pela Universidade do Porto. Enquanto estudante foi responsável da JURA na zona norte de Portugal e ajudou a criar núcleos que constituíram parte das bases da UNITA naquele país europeu (M´Puto). Após a sua formação, o governo português impôs-lhe a condição de cumprir a tropa portuguesa antes de ser colocado como Médico.
Não concordando com a condição, preferiu seguir, em 1987, para a Jamba-Angola tendo sido integrado no exército das FALA como director da saúde militar. Como médico militar, mostrava-se corajoso em ir para as frentes de combates para prestar assistência aos soldados. Promovido ao grau de Coronel e membro do Comité Permanente da Comissão Política da Direcção da UNITA…
A UNITA era por alturas de 1990 dado como um movimento racista, mas havia um pormenor que fugia a esta propaganda; a pessoa de confiança para tratar da saúde de Jonas Savimbi era um branco e, isto punha em causa a propaganda do regime do MPLA.
Para salvaguardar essa propaganda foram postos a circular rumores insinuando que o Doutor branco Carlos Morgado, às ordens do líder, castrava os comandos da guarda presidencial de Savimbi tornando-os inúteis como homens em sua plenitude. Interessa aqui descrever quem era mesmo, Carlos Morgado.
Torna-se assim médico pessoal de Jonas Savimbi e mais tarde Ministro da Saúde do Governo da chamada “Terras Livres de Angola”. Enquanto médico pessoal de Savimbi e membro da alta hierarquia do partido, fez parte de uma delegação presidencial da UNITA que em Junho de 1988 foi recebida pelo então Presidente norte-americano Ronald Reagan na Casa Branca.
Na tentativa de se criar um Governo de Unidade integrando elementos das duas partes (UNITA e MPLA), Jonas Savimbi propôs que Carlos Morgado fizesse parte do executivo como Vice-Ministro da Assistência e Reinserção Social. (Os outros eram: Victorino Domingos Hossi para Ministro da Cultura; Estevão José Pedro Cachiungo para Vice-Ministro das Obras Públicas e Urbanismo e Lukamba “Gato” para Vice-Presidente da Assembleia Nacional).
Os mesmos nunca chegaram a ser nomeados ou exercer estas funções devido ao impasse que se verificava. Carlos Morgado em 1993 tomou posse como deputado e Savimbi fez dele o Primeiro Presidente da Bancada Parlamentar da UNITA na Assembleia Nacional.
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …
(Continua…)
O Soba T'Chingange
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