FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
EXPEDIÇÃO "Angola,terra da Gazosa"
Voo TP, destino Luanda.
AEROPOTO ACTUAL . 4 DE FEVEREIRO
Uma lufada de ar quente ao sair do Douglas no aeroporto internacional de Luanda, “Quatro de Fevereiro”,
Do morro da Cruz e em circulo passando por Viana até quase ao Cacuaco tudo é Luanda, não se distinguindo aonde acaba o muceque e começa a cidade; o centro perdeu-se numa imensidão de cubatas e, ai temos a grande metrópole com quase cinco milhões de habitantes, a transbordar nas barrocas e linhas de água, que já o foram mas, a catinga sente-se no ar à mistura com estagnados descuidos de águas negras a que vulgarmente chamamos de esgotos mas, ali, não há impedimento de notar, o costume habitua-se.
Outro dia e, à luz do dia deu para pisar o pó e as escorrências, sentir os cheiros fortes de mabanga e peixe frito, odores de lixo desentulhado e muita gente circulando, fazendo não sei o quê , talvez queimando o tempo e, cruzando arrepiadamente por todo o sitio e ruas definhadas, esburacadas onde o passeio e asfalto já o tinha sido e existido respectivamente.
Na encosta do Prenda cortava-se a carapinha num telheiro meio chapa, meio palha, quase que meio por fazer e mais ao lado deste pseudo cabeleireiro lá estava o salão de senhoras " Dona Xepa ", um pouco mais requintado e com letreiro que dizia desfrisam-se cabeças; a côr do imóvel tinha fugido, faz tempo!...
Vou tentar pôr em crónica o que vi e, fazer retrato do que me apercebi com as dificuldades inerentes dum branco de segunda, quase preto por defeito e ousadia, que não esquece o calor daquela terra quando ainda candengue pisou todo aquele espaço que também me viu crescer amulatado de jeitos, crioulo de imperfeição. Mas diga-se, o calor continua também nas gentes, com vontade de agradar; ali a amizade faz-se rápido, flui mais repentinamente num abuso de empatia como doença de querer e, desta feita ganhei mais um amigo de nome Humberto e rebatizado de "Bien". Foi ele o meu cicerone durante vinte e cinco dias e é a ele que esta crónica vai dedicada, em agradecimento de me levar desde a foz do rio Dande perto do Caxito, até ao Cantinho do Inferno , mais além do Sumbe; ali voltarei na descrição mas para não perder o fio à meada direi do resto aonde me levou que, foram o Sumbe, Canjála, Lobito, Benguela e Baia Farta.
Bien, ex-comandante formado em Cuba, técnico de Construção civil. Como tantos outros neste momento está no desemprego mas desenrasca a vida peneirando diligências aqui e ali furando o esquema, comprou uma rolote e lá para os lados do Sambizanga tem uma catorzinha a vender peixe frito, banana assada e cachorros quentes com cerveja Cuca quando calha e, quando calha também se acomoda com ela nas ternuras do farfalho; diz que são necessidades mas lá no Sumbe e Benguela também tem mulher e filhos; Mancomunou a vida aqui e ali nas facilidades acostumadas das saias desprendidas e descomprometidas e a isto disse-me que não é de ferro.
( Continua... Angola, terra da gazosa )
O Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA