FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
A emigração contemporãnea
MULHER RENDEIRA DE NITEROI
V – A EMIGRAÇÃO CONTEMPORÃNEA NO ESPAÇO LUSO
Já com o rasto da saga do povoamento distante, é interessante analizar entre os madeirenses “o mito da ascenção social” pelo trabalho árduo com privação sistemática. Efectivamente, a maioria dos emigrantes entre 1940 e 1960 idos para o Estado do Rio de Janeiro, o trabalho árduo e a poupança de aforro, forma meios, tanto de ascenção social como de integração à sociedade de acolhimento, os Fluminenses (nascidos no Rio de Janeiro).
Esta ideologia dos madeirenses “trabalhar e trabalhar”, define uma fronteira para com os demais grupos de emigrantes e, em especial os Portuguêses do Continente que eram mais cultos e conhecedores de novas relações humanas. Os madeirenses, numa esmagadora maioria eram analfabetos, impreparados no tracto, outras éticas e posturas de vida moderna, já bem acentuado no povo Fluminense. Esta maneira de estar na vida, foi motivo de ao longo do tempo, rebaixar ou “cotucar” a condição de se ser Português, denegrindo-o ao estigma de parolo ou caboclo de pé-de-chinelo.
A mulher madeirense impresiona pela tenacidade que, após um dia estafante de trabalho em casa, cozinhando,lavando ou passando roupa para fora ou no balcão, substituindo os maridos ou criando os filhos, dedeicam-se à noite ao bordado,ofício de muita criatividade e precisão. A jornada de trabalho da mulher, supera em muito o labor do homem pois que se prolonga do amanhecer às magrudadas, quando sobrava tempo para bordar.
ILHA DA MADEIRA
As bordadeiras da ilha de de Niteroi, reprodução do quotidiano das bordadeiras da ilha d Madeira, trabalham sem sessar para fregueses ou lojas do Rio de Janeiro. Foram estas actividades do bordado, fortes vínculos de solidariedade na tradição do bordado transposto da Camacha ou ribeira Brava.
A maior parte dos homens madeirenses a viver em Niterói eram leiteiros,”para trabalhar neste ramo, só portuguêses da Ilha da Madeira” porque eram quase todos analfabetos. Alguns, ao chegar da Madeira iam trabalhar para chácaras sem qualquer condição, descalços saiam cortando com facões o capim e cuidar de vacas que davam leite ao senhor e tornava-se difícil amealhar dinheiro para pagar uma passagem de regresso ou mandar vir da Ilha a sua família; família que desesperava, esperando anciosamente por carta. E, os poios lá da ilha não eram suficientes para suportar os encargos da família. As mulheres naquelas encostas de Curral das Freiras ou Camacha, rezavam à vela trepidante
E, tantos outros anos passando com a saudade da avó ainda viva lá na Ilha; mas,... um dia aconteceu voltar por algum tempo a rever a já velhota avó : - “Ela vinha com um feixe de folhas de inhame, sabia que eu ia mas não naquela hora. O inhame p´ra fazer p´ros porcos,... lá me viu, parou de espanto, jogou p´ro lado o inhame, assimm,...para se abraçar comigo,... foi,... foi a coisa mais dolorosa da minha vida toda, ter de deixar a minha família,... e voltei de novo”.
O vizinho, também leiteiro diz: - “A minha vida lá, era trabalhar na fazenda, catar lenha, catar areia p´ra ganhar roupa. Era uma vida muito difícil, acordar de madrugada para ir p´ra serra, cortar lenha e durante cinco horas andar com ela às costas p´ra ganhar 6 ou 7 tostões a arroba. Por isto tudo, eu saí dali; já o Continental, eles eram diferentes, eles era, o ramo deles era mais assim, fazer horta, chácara,... quase 70% deles. Depois que eles arrumavam dinheiro, era padaria,... era bar”.
- “Os nascidos e criados aqui, e a gente, e no caso eles depender da gente. Ah,...você vem de lá,... chamam de galego, chamam de,... burro,... isso ofende, doi, mas tem que engolir”.
- “ No negócio quantas noites eu não conseguia dormir. A gente ia fechar a casa e sempre tinha aborrecimento, era xingado. Uns comia e não pagava já de propósito já ia magoado,... aquilo foi magoando,... ( a gente ) sofre muito, até se controlar sofre muito!!!”.
( Continua... AÇORES - A emigração dos Ilheus... XIV )
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