FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
EXPEDIÇÃO "Angola,terra da Gazosa"
Havemos de voltar à terra do matrindindi - ( 2ª parte )
UM CANTINHO DO INFERNO
A escassos quinhentos metros ali estava a casa mãe da fazenda de algodão que dava guarida a todos estes camionistas que vinham do planalto central com as suas cargas; ali tinham o conforto da família Pais da Cunha e como centro produtor de algodão tinham muita gente dependente; havia cinema e até o salão da ferrunfunfa ou seja da farra fim de semana aonde se esgotava parte do salário bebendo até transnadar; Segunda feira era quase certo que a maioria ficava no quimbo próximo; Os filhos do patrão subornavam com frequência os subalternos com umas cervejas para os deixarem conduzir o tractor ou a carrinha Bedfor e era um gozo do caraças ; bem, foi assim que aprenderam a conduzir.
O novo povo está a desenvolver-se mas as carências por se notar serem muitas resolvemos voltar ali noutro dia levando roupa para aquela gente o que veio a verificar-se dias depois de tocarmos o coração do representante da Cruz vermelha com sede em Sumbe; depois de muitas falas no convencimento de que ali não haveria negócio, compramos um balão de roupa (fardo). Portanto neste desenrolar de conversa ultrapassei aqui uns dias para coordenar melhor todo este vem e vai; O Setas dispensou-nos o carro e o filho Cado para nos levar lá e depois de enchermos o dito cujo Land Roover, ultrapassadas as instâncias, curvas e buracos.
Ao chegarmos ao novo povo ali estava uma quitandeira vendendo pão e vai daí o "DiJei" Zito a que eu lá atrás chamei de mandrak resolveu comprar o pão todo para distribuir pelo povo e, assim foi:
- fizemos uma fila e distribuímos em menos de nada todo aquele pão. Ao todo perfazia quarenta e oito e cada um custou cinco kwanzas; O fardo ficou com o nomeado de momento que tinha mais distinção, aliás todos eram conhecidos daqueles idos tempos; Bebemos marufo em latas algo amassadas e, em agradecimento deram-me um canguixe, que alguns também chamaram de hwim; trata-se de um pilão de usar só com uma mão, feito de pau ferro e que pila milho ou qualquer outro cereal tendo a forma de um maço curvo mas grosso na base. Este instrumento foi-me oferecido pela Linda e, está agora num lugar de destaque na minha estante museu; quiseram que trouxéssemos um cabrito e galinhas mas o objectivo era mesmo dar.
Assim, resta dizer que do Cantinho do Inferno ainda há paredes de pé só que a confiança de voltar é tão efémera como as bazucadas que ali caíram; esvai-se em minutos, o tempo de uma batucada e depois!.. Talvez,... Mas, com umas quantas chapas de zinco tudo aquilo poderia começar a funcionar em menos de uma semana mas, e mas, diz o ditado que não basta querer, é forçoso fazer querer mas,... Há ainda outras coisas que só os generais podem fazer,... Mas, o amanhã vai chegar, mas,... Terá de ser num outro amanhã.
Mas!...
Os matrindindis continuam livres como sempre os vi! Só os incautos morrem na picada.
( Continua... Angola, terra da gazosa...IX )
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