FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
MANIKONGO
T’chingange no reino de N´zinga-a-N´kuwu
Nau de 1485 (As kiandas N´dele)
Cipaio Kafundanga, deu uma gargalhada interrompida por um gargarejar rouco; linguarejou algo enquanto apontava o mais além das águas ao Kafa que, meio distraído olhava o dedão sacudido pelo sisal do loando.
- Olha só, tás a ver um pássaro n´dele lá no longe!
Era fim de dia e um cacimbo pegajoso e semi-espesso descia às águas na caída do implacável sol tropical mas, lá longe, no horizonte, divisava-se uma grande gaivota com asas brancas saindo fora de água.
Ambos se levantaram e tapando com as mãos o brilho de reflexo da kalunga no sobrolho, colocaram-nas a modos de ver melhor aquela grande gaivota que lentamente se deslocava para a embocadura da baia de Loanda colada, xacatando à água.
- Que gaivota grande é aquela?
Era demasiado grande e alta para ser canoa. De mãos abertas, Kafa T´chingange gesticulando chamou seu pai que estava na saliência coberta do n´jango e que, entretanto balbuciando surpresa em muxoxos intercalados de cuspidelas se aproximou.
N´dele n´dele, aiiuê mam´etu é!, gritou em alvoroço uma mulher que correu a recolher dois filhos seus, brincando na esquindiva entre coqueiros.
Uma outra coisa branca surgiu lá mais atrás e depois outra e mais outra. Passado duas horas já mesmo, quase noite já eram seis grandes canoas. Podia vêr-se em cada pano de vela uma cruz vermelha.
- Kafundanga, vai correr na cubata do kimbanda Kapossoca lá no matope e chama ele vir no mais rápidamente, disse com voz pigarrada o kota Kafa Futila.
O cipaio correu com todos os pés vuzumunando medos incontidos. Entretanto as seis naus permaneciam ao largo da baia do Bungo lançarando ancoras ao mar com muitas braças gritadas com pauladas no bombordo audiveis da costa.
Podia-se ver já luzes acesas ao redor das naus com a proa virado para mar aberto. Tudo indicava que iam ficar por ali quando, de um dos lados de uma das naus saiu uma bola de fogo, uma nuvem de fumo e um trovão de meter medo. Era a saudação habitual na chegada a um qualquer lugar para avisar possiveis indigenas e intimidar qualquer iniciativa bélica.
Envolto em uma pele de leopardo, correndo aos tropeções de velho mangunheiro, kota kapossoca preguiçoso de meter medo aos candengues, ufanava surpresa quando chegou junto do seu chefe kafa Futila; trapalhado com suas missangas venenosas formigava interjeições medrosas agitando um chinguiço com queixada de caveira cebeirosa no topo. Seu poder de prever acontecidos estava comprometido nesta desavizada visita vinda da kalunga. E, eram seis kiandas de poder além n´zumbi, eram um verdadeiro kazumbi botando fogo pelas ventas.
Imponente, Futila com sua kiginga pediu explicações ao seu feitiçeiro gordo; explica só!: - Que kilamba é essa de kilombelombe que cospe fogo? Que kilunza é essa? N´dongos estranhos mesmo!
Xinguilado, o kimbanda tentou explicar o inexplicável e disse ser mesmo culpa dos m´fumos do muije de Kifangondo que estavam trapalhando e desobedecer ordens memória do rei defuntado mais velho N´timu Wene da Matamba e N`dongo da Ambaca e do Pungo. Por isso os kazumbis estão xingando e estamos xinguilados, mesmo! Eles vutucaram nossa ilha da Mazenga. Dizendo isto gesticulou o ar, zunindo a moca queixada nuns quantos circulos e picando por três vezes o inisivel nada na direção das grandes canoas iluminadas de luz e feitiço.
Esta explicação espatafurdica vinha ao encontro das raivas de Kafutila pois os kasucutas de kifangondo eram mesmo uns filhos dos matumbolas mazombos no completamente, que lhe faziam negaças perante o rei; filhos duma peste, calombolocas com rabo de surucucu.
( Continua.. Na lha Mazenga )
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