Sábado, 17 de Abril de 2010
MULUNGU - X

FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

“O BISPO SARDINHA . HOMENAGEM”


DIOGO ÁLVARES, O CARAMURÚ

 

O primeiro repasto aconteceu no naufrágio de Caramurú

Na saga da colonização do Brasil, para melhor entendermos a antrofologia, seus desaires e as consequências de tal hábito na fixação dos portugueses teremos de recuar no tempo e redescobrir a vida a partir de pequenos pormenores.

Caramurú, de nome Diogo Álvares Correia, navegava como marujo de indefinidas tarefas em terras da capitânia de São Vicente, quando naufragou nos baixios de Boipebá, habitada por uma tribo chamada de Tupinambás. Salvaram-se com ele seis dos seus companheiros que foram devorados em seguida pelos gentios. Diogo estava enfermo e por demasiado fraco, os índios nutriram-no a fim de lhes vir a ser um repasto mais gostoso.

Da nau que estava encalhada, Diogo por permissão dos antropófagos deixaram-no tirar de lá pólvora, balas e a própria arma com os adicionais zingarelhos. Os instrumentos totalmente desconhecidos daqueles homens descalços até o pescoço, ignoravam seu uso pelo que foram objecto de minuciosa curiosidade até que,...

Diogo, após carregar o arcabuz canhangulo, apontou-a a uma arara que entretanto por ali voava e, espantados, os bárbaros Tupinambás, viram amedrontados, logo após o estrondo e fumaça a queda fulminante do pássaro. O chefe daquela turba de nus emplumados de vistosas e longas penas, levantou os braços linguarejando alegrias inauditas. Logo ali, naquelas areias brancas aclamaram Diogo o grande kimbanda filho do trovão N´Zambi chegado da Kalunga, o Caramurú dragão kianda do mar.

Caramurú, por ali ficou combatendo ao lado daqueles gentios vencendo os inimigos destes descalços passando por isso a ser, quase uma divindade; um grande senhor quase mwata gurú.

A Diogo Caramurú foram-lhe oferecidas as filhas do chefe mas de todas escolheu Paraguaçu como esposa, ensinando-lhe novos costumes.

Um dia, um barco Françes que ali aportou levou-o até Paris com sua amada Paraguaçu. Cinco amantes devotas deste Diogo Caramurú não podendo ir com ele, nadaram ao lado da caravela tendo uma delas morrido afogada.

O acontecimento algo de insólito na corte de França originou que sua Paraguaçu foi batizada com o nome de Catherine Álvares Paraguaçu du Brésil, homenageando sua madrinha  de nome Catherine des Granches.

HOMENAGEM

Bispo Sardinha homenageado no Pontal de Coruripe ALAGOAS

Mais a Norte, em Cururipe, a 16 de Junho de 1556, os Caetés devoram o primeiro bispo do Brasil, Dom Pedro Fernandes Sardinha junto com mais 90 tripulantes que naufragaram com ele na Foz do rio Cururipe.

O Município de Coruripe em anos recentes homenageou o bispo Peixe erigindo um monumento em sua memória a recordar esse acontecimento de gastronomia antropológica excêntrica.

Nos dias de hoje, em Janeiro faz-se a única procissão marítima em Alagoas venerando o Bom Jesus dos Navegantes do Pontal de Coruripe. Esta surgiu em finais do século XIX depois da antiga padroeira Nossa Senhora da Penha (Pena) ser tomada pelo mar. Haverá naturalmente alguma pena pelo acontecido no distante ano de 1556 mas, só os antropólogos, teólogos ou etnólogos poderão afirmar isso. Claro que a incógnita ajuda a mística e fabrica a lenda.

Diz-se que a história Brasileira iniciou com o padre Anchieta catequizando os índios mas há quem julgue mais coerente considerar o seu começo de quando os Caetés comeram os portugueses em 1556. Cururipe toma partido desta contenda mostrando suas belezas aos turistas ávidos de coisas bizarras.

A Igreja instituíu uma taxa indeminizatória por danos causados, sendo que  esse “imposto territorial de laudémios” rondará anualmente o valor actual de 2500 reais.

Os habitantes de Coruripe sustentam com orgulho a verdade como sendo absoluta mostrando aos turistas e visitantes os baixios de Dom Rodrigo no meio da barreira de recifes. Pode ver-se aqui destroços de alguns naufrágios existindo por isso numerosos corais naquele espaço de litoral. Este acontecido de à quase 500 anos, é o quanto baste para aguçar e fertilizar a imaginação e, empolagar a lenda recriando divagações estapafurdias.

O bispo peixe rende dividendos ao pontal de Coruripe de Alagoas.


O Soba T´Chingange





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