VUZUMUNANDO SINDROMAS – 2ª Parte
A vida no Xipamanine
Estava quase a chegar ao Ndumba Nengue quando um desempoeirado polícia vestido a caqui azul e cinzento bamboleando o cassetete fez parar o Juka .
-Que levas aí nesses garrafões? Perguntou, sabendo de antemão que aquilo só podia ser água de defunto
Nos entretantos da averiguação o polícia queria mesmo adquirir aquela água milagrosa para adormecer a dona Josefa, mulher de muitos atributos que lhe espicaçavam vontade. Josefa na recusa permanente de curtir a lua com luar de janeiro, só lhe deixava esta saída, usar o dormente liquido misturado a água de rosas que dias antes lhe tinham dado no hospital José Macamo. Ali a água de lavar defunto ficava maning de caro.
Por detrás de todos os acordos e calamidades, ao povo resta sempre usar a imaginação dum mercado livre, sem impostos e paixões descabidas.
- Porquê? - Porque por detrás de todos os acordos de enfáticas qualificações a ideologia, torna-os sempre em empréstimos faustosos de caras banalidades, servidões em que o povo fica simplesmente ausente. Eles, não sabem que efectivamente assim é; só ficam agradecidos pelas alegrias e tristezas do que lhes acontece na vida e naquele momento.
As altitudes ocidentais às vezes descabidas, perante alguns países de África, parecem sempre obedecer a um esquema de paternidade normativa. Têm sempre como base não o aspecto cultural dum qualquer povo mas, os reais recursos materiais destes.
Afonso Dhlakama, representante da Renamo, que perdeu as eleições obtendo somente 31,74 %, disse que Armando Guebusa seria um espelho do seu antecessor Joaquim Chissano e acrescentou:
- “As riquezas do país continuarão adormecidas, privilegiando a ajuda da comunidade internacional, o que, não é correcto, porque um Estado não pode ser independente apenas politicamente, quando economicamente estende a sua mão para resolver os problemas do Povo”.
Glossário: Vuzumunando – contemplando, zurzindo; txova xitaduma - carro de mão - (Moçambique); Xipamanine – mercado; maning – muito; boé - bom; mufana – rapaz, jovem; mafureira – árvore, o mesmo que mafumeira; bafunfar – dar-se ares, importante; cakuana – avô; madala – homem idoso; chicoxana – ancião com sabedoria, século (Angola); bassela – gorjeta; Ndumba Nengue – feira da ladra, confiar no pé e correr (produto roubado), maleita da descolonização; xipefo – candeeiro; bicuatas – tarecos (Angola).
Escrito em 10 de Fevereiro de 2005
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