BRASIL – A saga do cangaço ( continuação...VIII )
6 - O CANGAÇEIRISMO NO RESTO DO MUNDO
Como meio de vida, o cangaço surgiu um pouco por todo o mundo, fruto de carências diversas, sendo de destacar o sucesso destas hordas de marginais em zonas áridas, afectadas por prolongadas secas, com poucos ou nenhuns caminhos de acesso, isolados do mundo nalguns casos. Esta gente vivia à míngua, pendentes das chuvas e pouca vigilância por parte das autoridades oficiais.
A partir de 1800, de modo endémico, surgiram grupos de malfeitores enquadrados no México, Espanha, Grécia, Itália, e até mesmo na distante Austrália.
Nos Estados Unidos da América, durante e após a guerra de sucessão entre o Norte e o Sul, combatentes desmobilizados da guerra formaram grupos de forasteiros convulsionando o Sul, menos rico e de terras menos férteis. Nalguns lugares semelhantes ao sertão Brasileiro como Andaluzia na Espanha, a Córsega em Itália ou as Beiras em Portugal, também surgiram grupos de bandoleiros.
O terror das encruzilhadas do Marão, descrito nas memórias de cárcere por Camilo Castelo Branco, tornou-se um senhor de respeito numa África que também passou a ser sua, após a morte.
Entre meados do Século XIX a 1940, o banditismo social verificava-se em toda a América do Sul, na Europa, em todo o mundo Islâmico, na Ásia Meridional e Oriental.
Nos Estados Unidos da América e após o tempo dos “cowboys” em que o uso de duas pistolas mais uma Winchester, era habitual e permitido por lei constitucional, tornaram-se famosos nos muitos livros de histórias em quadradinhos e filmes, que fizeram as delicias dos adolescentes um pouco por todo o mundo nos anos sessenta Bill Kid e Bill Doolim.
Na conturbada Itália da primeira metade do Século XX foram célebres Giuseppe, Nicola Summa e Crocco.
Por essa altura, na primeira metade do século XIX, no Brasil, o “Lucas da Feira” era o terror na área do agreste Bahiano.
Em Pernambuco actuavam Cabeleira, António Bernardo, Cocada, Tempestade e João da Banda; estes dois últimos, também actuavam na Paraíba.
Internado na mata do agreste de Pernambuco, André tripa, ficava famoso pela maldade e sangria de facão e, mais a sul, em Minas Gerais, António Dó e Cocada dão nas vistas como matadores.
A tradição oral dos repentistas, poetas populares, relembra o tempo de Cabeleira:
Meu pai me pediu
Por sua bênção
Que eu não fosse fraco
Fosse valentão
Minha mãe pediu-me
Por sua bênção
Que eu não matasse
Menino pagão
Minha mãe pediu-me
Por seu coração
Que eu fosse bom homem
Não matasse, não
Minha mãe me deu
Contas p´ra rezar;
Meu pai deu-me faca
Para eu matar
Eu matei um,
Meu pai não gostou;
Eu matei dois
Meu pai ajudou.
Por estes versos repentistas pode apreciar-se a família nuclear de gente empobrecida em tudo e, nos valores de justiça e convivência; Cabeleira, de nome José Gomes quando se aproximava de qualquer sítio ou povoado, os moradores atemorizados fechavam-se nas casas e, não ousavam sair delas; isto sucedia em finais do século XVIII.
A literatura de cordel dava fama e estimulava à vida do cangaço dando ideia de impunidade e, sem respeito pela liberdade do ser humano; tempo de cangaço-novelas que se desenrolavam conspurcando com malambas, governadores, bandidos e juízes, dando coito a afamados do punhal.
Continua..... (em execução)
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