CHICOXANA DO ZIMPETO
Maning boé no kruger – ( 1ª parte )
O chão estava molhado e naquela curva a seguir às bissapas, um búfalo olhava-nos de frente com uns olhos vermelhos de meter medo. O bicho grande fitou o nosso DKV fumegante e num pedaço de curto tempo deu uma guinada, mais uns quantos pinotes, estancando lá mais longe junto a uma cassoneira; olhando desafiadoramente para o nosso invólucro forrado a lata castanha, fazia levantar desespero na forma de pó pateado.
Após as primeiras chuvas, o pó em África, tem um cheiro de terra especial; quem o não cheirou, não consegue conciliar os sentidos inebriadores duma mistura de capim, folhas, estrume, pólenes e odores de mato em inverno de Agosto.
Em Skukuza tomei palavra com Kastarina com Kapa, Moçambicana de há muito tempo e que, atravessando a reserva do Kruger tomou cidadania a bafo de leão; subiu no pau e, de lá foi tirada por uns guardas da reserva que afinal, até tinham algum parentesco; daí, conseguir desenrascar cidadania em Graskop junto de uma matrona que a declarou como filha.
Pelas palavras do Juka Balaio esta senhora perdeu a conta dos filhos que tem; ela não tem pinta de mentirosa mas, a troco duns Menticais ou Randes, a verdade fica mais sólida naquele registo.
Se, for negro, ali naquele registo, só interessa saber dizer Good Morning para figurar como adultero cidadão.
Kastarina com Kapa contou-me das alegrias da independência clarificando-se quando disse que lá no bairro do Xipamanine comeram a festa em três dias; o peixe seco que tinha em armazém foi todo vendido como aperitivo às cervejas 2 M ( Mac Mahom ).
E,... palavra puxa conversa, fui desviando paleio para outras novas mais recentes, ou defuntas.
Para Kastarina, o Cunhal de Portugal não lhe dizia nada; quando lhe disse que tinha falecido ela desconheceu-o plenamente e verteu ali mesmo assunto de cassete; falou da grande figura de Samora Machel, depois das menores virtudes do Chissano e do actual Armando Guebuza, patrício do Xipamanine maning de boé, chicoxana mais revolucionário que o Lenine e Estaline juntos.
Enquanto falava com Kastarina, ia besuntando-me com “foge tudo” para me proteger do sol, produto revolucionário que também matava mosquitos; na embalagem dizia que se um mosquito incomoda muita gente, mil mosquitos incomodam muito mais!
E depois daquela conversa revolucionária, pus o meu chapéu do Karoo, montei o DKV e rumei para Nelspruit; fiz uma paragem no rio Sabie que estava inundado de hipopótamos e uma outra no Crocodile River para refrescar-me com uma Windhoek lager.
Continua... 2ª parte)
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