O VELHO CHICO
Xingó – Velho Chico – 3 . Junho de 2008
Um carcará dava voltas por cima do morro da caatinga verde, encostas do rio são Franciso,
Nesta aridez do Nordeste Brasileiro, o rio Sâo Fancisco é o único que mantém o seu leito ao longo do ano; muitas represas retêem-no, mas ainda, é o imperador da caatinga nesta natureza de mata branca que pouco mudou; as melhorias não foram tantas ao ponto de se poder dizer que o mesmo terreno que gerou Virgolino, “O Lampião” ainda ali está. Se neste momento há uma semente germinando um novo Lampião, é impossivel saber.
O povo brasileiro sempre foi brando, demasiado alegre, tornando as ditaduras ridiculas num contorno de festa, com xanchado e cheiro de mata num solto agreste mas, o mando despótico na ponta do fusil, continua.
Ninguém consegue calar a alegria de liberdade por muito mando que haja; o calor, as mulatas e o grito de suspiros proliferam com a policia promíscua, corruptivel como sempre.
Na evolução do povoamento, o ruído das ondas e o farfalhar dos coqueirais abafavam as guerras, os gritos que vinham da Europa; as novas gentes proliferaram numa natural missegenização numa só raça, a humana.
Com todos os defeitos e algumas virtudes, os novos colonos e ex-escravos foram espreguiçando o lazer, libertando-se dos grilhos e do cangaço, criando quilombos para além das sanzalas, com mistérios de cazumbis, N´zambi e maracatus com zumbis alforriados.
Após o ano de 1930 e até o início da segunda guerra mundial, a emigração portuguesa fez-se em massa; também chegaram muitos italianos.
Após a abolição da escravatura, em Lei Áurea de 1888, pela princesa regente Dona Maria Isabel, filha de D. Pedro II, com incentivo de aristocratas, começaram a chegar familias inteiras a Santos e São Paulo, gente de sete saias minhotas e tamancos da beira que arregimentados substituiam os negões das roças de café e tabaco; milhares de patricios de Pedro Alvares Cabral, foram-se espalhando pelo Brasil a partir da ridicularizada corte de D. João VI.
Os fidalgos, comendadores, barões e outros brazonados de Portugal, lá no rectângulo da primeira república, iam ficando sem gente para o amanho da terra. Portugal mantinha-se pobre, pequeno e sem recursos por má gestão das colónias em África e Brasil.
Os novos brasileiros foram paulatinamente assentando a vida na venda a retalho, comida ou panificação, mercearia e, internando-se no sertão, foram compondo o Brasil.
Olavo Bilac, Mário Couto, Machado de Assis , Graciliano Ramos e o mais contemporâneo Jorge Amado, foram descrevendo a epopeia desses pequenos burgueses que em pouco tempo se tornaram os barões do café no sul, coroneis no sertão ou agreste, com seus engenhos de açucar, ganadeiros no Mato Grosso e Seringueiros no Amazonas.
E, surgiram os homens de arte: Di Cavalcanti e Portinári, os jornalistas Lourival Fontes e Adalgiza Nery.
Três quartas partes do Brasil por desbravar, espaço sem conta, juventude e alegria num mundo aonde tudo ainda era desconhecido.
Os índios com pinturas como vestimenta bebendo água de coco, suco de genipabu, de graviola, manga ou seriguela foram aveludando a pele.
A vida foi sendo pintada com Jagunços a mando de coroneis, regiões inteiras deslocando-se em paus-de-arara, pescadores deslocando-se em frágeis jangadas de velas quadradas, subindo o rio São Francisco ou saveiros de cores garridas, percorrendo a costa entre a mata da margem o os recifes do Atlântico.
Caboclos, matutos, mulatos de várias matizes, tomam assento em locais inóspitos enquanto na praia os namorados incendeiam desejos com música a granel, com decibeis grátis ...
Aqui, nordeste do Brasil, a diferença é grandiosa, muito cheia de empatia em cheiros e aromas cativantes e, aonde os abusos e injustiças não são suficientes para sufocar o calor da galera, da favela do suburbio, do sinhô e da sinhá ou do moleque, pivete ou moço.
É um lugar aonde a gravata não faz sentido e, aonde a frescura é sinónimo de emproado.
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