FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
“Moçâmedes e os Chicoronhos”
UM VAPOR PARECIDO AO ÍNDIA
VAPOR MOUZINHO
Em 1880 na Huila, surgem os primeiros Boers que dão consistência ao assentamento de gente; estes, espoliados dos seus bens e terras, pelos Ingleses, lutam desesperadamente e, não resistindo, tornam-se um povo errante, fugindo sempre dos seus inimigos mortais, deslocando-se para norte do território; Juram soberania à coroa portuguesa e formam a colónia de S. Januário com 270 adultos, 50 serviçais, 2000 cabeças de gado vacum, 100 cavalos e 3000 ovelhas e cabritos. Esta foi a grande iniciativa da administração de então e, foi o Alferes Artur de Paiva, presente na inauguração da colónia em 1885, que veio a ser o seu representante.
O agressivo Calahári tinha sido penosamente atravessado por aquela gente; o mesmo deserto que, a norte do Cunene, só destoa quando se sobe a serra da Chela ou Umpata e, foi aqui neste vasto planalto, que a actual cidade do Lubango se desenrolou e desenvolveu.
Foi um agitado progresso até aos dias de hoje, e é pena que os novos donos não reconheçam valor aos seus construtores. O liceu Diogo Cão passou a ter o nome do soba Mandume, um tirano corta cabeças; não fosse o sangue derramado pelos expedicionários e a fronteira actual até ao Lubango pertenceria à Namíbia.
Mandume, que mandou matar a sua própria ama, aliou-se aos Alemães por alturas da segunda guerra mundial tendo sido derrotado em Môngua por Pereira D´Eça.
ROBERTO IVENS E HERMENEGILDO CAPELO
Após a derrota da Môngua, Mandumbe, o chefe dos Ovambos, fugiu para Ot´Xakati tendo acabado por morrer combatendo em Eh´tole, lugar hoje conhecido por Namacunde; suicidou-se com um tiro junto a uma newa mas, só após ter morto um dos seus guerreiros, para ser seu serviçal no outro mundo.
A Sociedade de Geografia surge em Portugal em Novembro de 1875 e é a partir deste último quarto de século XIX que a África começa a despertar curiosidade no desbravar de suas potêncialidades. Já no meio de uma cada vez maior corrida das nações europeias, em que cada uma quer agarrar o melhor quinhão. Mesmo sem nunca terem desbravado tal território, disputam palmo a palmo através de exploradores que enviam para ali. Sob o pretexto de descobrir novas espécimes de plantas ou animais, a geografia e as gentes, Inglaterra, França, Bélgica, Holanda e Alemanha enviam exploradores que irão descobrir coisas, algumas já conhecidas de facto pelos certanejos e funantes portuguêses mas, o Portugal de então estava definhado na apatia, enfraquecido pela perca do Brasil, sem diplomatas crediveis e sem o ímpeto patriótico; até ali só tinham visto Angola como fonte de mão de obra barata a levar para as américas.
Face ao interesse das potências emergentes europeias, as entidades portuguêsas viram-se na obrigação de tomar medidas. Através da Sociedade Nacional de Geografia são enviados exploradores na quase exclusiva missão de nela se internarem, fazer amigos entre os gentios assim fosse necessário empregar as forças que sendo escassas faziam o seu papel. A finalidade era dar consistência a uma efectiva ocupação com gente Lusa, que se dizia ter, mas que, estava longe de ser verdadeira. São enviados os exploradores Serpa Pinto, Hermenegildo Brito Capelo, Roberto Ivens. O comerciante e explorador sertanejo Silva Porto já por lá se encontrava na sua embala de Belmonte.
DOS CADERNOS COLONIAIS
Em sequência do estudo e ocupação, são enviados expedicionários do foro militar para garantir soberania às novas áreas desbravadas por forma a dar consistência à ocupação e, é assim que são enviados para Angola vários militares que enalteceram a pátria em feitos meritosos. A história da Angola actual, não pode escamotear ou omitir a verdade com infundamentadas teorias; não pode desprezar toda essa gente que engrandeceu uma terra, definiu fronteiras e derramou sangue para que tivesse a configuração do país que é hoje. Apear Alves Roçadas, Paiva Couceiro, Artur de Paiva, Pereira de Eça, Norton de Matos e tantos outros da história, é uma injustiça.
No propósito de fazer ocupação efectiva de Angola, a 18 de Outubro de 1884 o paquete “India” zarpa do Funchal com os primeiros 349 colonos madeirenses com destino a Moçamedes aonde já se encontravam muitos Luso-brasileiros oriundos de Pernambuco.
Tendo chegado ao Namibe em Agosto de 1885, o madeirense José da Câmara Leme não perde tempo a desbravar terras parecidas com a sua amena e verde ilha; subindo às terras altas e após os precipícios da serra da Chela encontra o paraíso com água nascendo em todos recantos de morros, terra boa para agricultar e, é assim que leva de volta essa boa nova aos seus patrícios instalados na foz do rio Bero no Namibe, antiga Angra dos Negros.
Glossário:Boers: - descendentes de Holandeses, colonos da cidade do Cabo; newa: - árvore que se confunde com imbondeiro.
(…Continua)
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