QUILOMBOS DO BRASIL
há galinhas no porto! - 1ªParte
Só depois de cruzar o sertão e muitas mais léguas, descobri que, quilombo é o mesmo que mocambo ou sanzala e, foi como gado fugido, que pisei aqueles remotos e disseminados sítios.
No século XIX e XX, em forma de resistência à opressão esclavagista, negros e não só, fugiram para sítios de difícil acesso e aonde viver era um jogo de azar ou sorte; no meio d´uma selva inóspita e alagada, os mosquitos só por si, dizimavam os aventureiros fujões por transmissão da malária.
O gozo da liberdade tinha um preço alto.
A sociedade esclavagista do século XIX, foi de uma interacção intensa no desenvolvimento económico e social do Brasil. O crescimento da população livre, teve um desenvolvimento marginal aos interesses instalados; com uma intervenção emergente da opinião pública anti esclavagista, surgiram movimentos abolicionistas que, só se fizeram valer na prática, quase cem anos após determinações régias, daquele primeiro quarto de século.
Só em 1830, é que os escravos foram incorporados à legislação permanente do Brasil, com a aprovação do código criminal do Império; até então não figuravam como gente.
Durante o ciclo do açúcar, tempo de prosperidade para os senhores de linhagem ou distintos nobres, passava um matuto apregoando terem chegado galinhas ao porto; estas galinhas que vinham nos porões das naus, transgredindo as leis que já não vigoravam, eram precisamente os escravos; ao sítio, passou a chamar-se Porto Galinhas; o mesmo, que agora serve para apaziguar as modernas agruras de vida dos portugueses e, outros turistas em férias.
- Chegaram galinhas ao porto! Era o pregão dado para que os senhores de então, ali acorressem a comprar em leilão tal mercadoria e, de forma rápida, pois os zeladores do reino podiam interpelar a qualquer momento.
Mas, tal como agora, as autoridades só viam a infracção quando queriam ver!
A abolição, assinada em lei áurea a 13 de Maio de 1888 pela princesa Isabel, filha do rei D. Pedro II, foi a machadada final, embora o negócio continuasse até aos fins da primeira década do século XX.
Capitães, com pequenos fortes, salvaguardavam soberania enquanto frades e padres evangelizavam gentios ao longo dos rios e na costa Atlântica; as missões existentes, do Rio Grande do Sul até à embocadura do rio Amazonas, tinham ligações com o interior sertanejo, por meio de botes nos rios e, burros no sertão ou floresta.
As grandes cidades, de forma abarracada, foram crescendo em parte devido ao abastecimento barato saído dos quilombos. Rio de Janeiro, Iguaçu e Bahia de S. Salvador, beneficiaram com estes aglomerados a que hoje se chamam de favelas. Penduradas morro acima, de longe, parecem cachos pintados a cor tijolo descarnado com muitas latas a contornar supostos pátios. São autênticos bordados envelhecidos.
( Continua...2ªParte )
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