HISTÓRIAS DA TZÉ-TZÉ . 1ª parte
Tempos de quitanda e tipóia
Naquele dia de véspera natalícia o dia estava húmido em Coimbra.
Busquei coisa não encontrada e, perdido o autocarro sete com destino ao Tovim decidi-me já cansado a subir a ladeira; após a avenida da Republica, passo a Cruz de Celes e mais acima, não muito longe de Santo António dos Olivais o cheiro da petisca de Celas tentou-me a entrar.
Petisca é uma das muitas casas de meio pasto, meio tasca, aonde se juntam uns quantos resistentes da vida; já velhotes, cruzam conhecimentos na conversa da palavra. Serve de sedativo à vida, vida regada com um carrascão de Cabriz que, nem é mau.
Pedi um pratinho de arroz de sanchas (míscaros) com uma carne que desfiava em gostura e, sentei-me em frente daquele senhor ; por falta de lugar solicitei àquele tal que aparentava ter uns quase setenta anos e, o faça o favor veio logo a seguir.
Estava desejoso de companhia.
Não foi necessário muita conversa para logo me fazer a pergunta se, se tinha vindo de Angola: Talvez pela pronuncia ou a forma trópico-cordial da minha abordagem assim começou o inesperado diálogo da qual é objecto de passagem à escrita.
Este senhor de nome Conceição Muralha fala-me com paixão dos tempos em que no Lobito e, sendo despachante levava uma vida restingada naquela falsa ilha de que tanto se recordava e… já o seu avô cronista de tempos idos falava.
Eram tempos de tipóia, disse ele.
Lá por 1924 em terras de Benguela de onde era natural, o seu avô teve de ir em tipóia de Quipupa até Dombe Grande. Na companhia de João Lara e, numa extensão de sete léguas tiveram de atravessar o rio Caporolo aos ombros daqueles fortes mondombes; mondombes diz em esclarecimento ,eram os índigenas naturais do Dombe
E continuou recordando feitos!
Feitos dele próprio, mas mais de seu avô que em missão oficial tinha ido a Angola no navio Pátria; recolher informações das várias actividades.
Um repórter da escrita, acentua!
- Quem foi o seu avô? Pergunto eu curioso a fim de recolher mais dados sobre este tema. A isto respondeu:
- Pedro Muralha!... e, se quiser, uma vez que o vejo tão interessado, posso ceder-lhe o livro que editou à setenta e oito anos. Deixe ver?! . Isso mesmo, em 1935 nasci eu em Benguela, tinha o meu pai uns vinte anos mas, não importa para o caso.
Fiquei curioso!
Na normal ocorrência, um desvio na rota e eis que deparo com este inesperado encontro. A completar o senhor Conceição emprestou-me o dito livro , cópia que ele prezava em que todos tivessem conhecimento.
Ainda não li aquelas crónicas todas mas alcançada a página 149 não resisto transcrever alguns trechos desta leitura que descreve na margem do Cuanza as ambiências duma Quitanda (mercado) , os jacarés e a tzé-tzé:
( continua.....2ª parte)
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