D. JOÃO VI visto de lado ( 1ª parte)
Três séculos passados após a descoberta do caminho maritimo para a Índia, estabelecendo novas relações comerciais com a pimenta e outras especiarias, Portugal estava esaurido de recursos e sem coisas novas para sair dum vazio de iniciativas. A Europa estava agora com abundancia desses produtos exóticos e os preços tinham descido a um nivel incomportável para pagar o transporte de tão distantes terras; restou o negócio de escravos mas, mesmo este era transportado por holandeses fretados por negreiros de Portugal.
O poder do comércio paulatinamente estava sendo transferido para os judeus de Amsterdão, Antuérpia e o novo império da coroa Britânica com sua armada invencível.
Portugal com três milhões de habitantes, tinha-se tornado um entreposto comercial de produtos (e gente), sendo os ganhos substànciais para Holandeses e Ingleses que, comprando a matéria prima a granel, depois de confeccionada por eles, retornava a preços incomportáveis.
A frota Portuguesa estava envelhecida, desadequada e prejudicada pela cobiça dos poderosos comerciantes de então; não estava capaz de desenvolver o império.
Dom José de Carvalho e Mello, o Marquês de Pombal já no tempo de D. José I tinha feito uma leitura da situação do Portugal decadente e, fez saber da necessidade de se mudar a capital e a corte para o Brasil, de onde vinham os grandes recurssos na balança comercial, ao cuidado de um empresariado parasitário.
Aquela visão ficou latente em alguns círculos de gente de maior visão do mundo global de então e, o facto da França estar numa viragem cultural e política, por via da revolução de 1789, que terminou com a realeza magnânime e promíscua com a decapitação de Maria Antonieta e, mais tarde as invasões Napoleónicas, favoreceram a concretização da ida da corte, do ainda princepe regente D. João VI, para o Brasil.
De forma apressada fizeram-se ao mar, com protecção da marinha Inglesa, um dia antes da chegada das forças francesas com o comando de Junot.
Lisboa, a capital do Império, vista do rio Tejo, com as suas sete colinas, o caserio branco e o castelo de S. Jorge era uma beleza mas, dentro das ruas e ruelas apertadas o bafio e o mau cheiro era deprimente. Pela noite atirava-se pelas janelas de Alfama, Mouraria e outros bairros, penicadas de merda, urina ou águas de cozinha.
Umas negras escravas de Angola tinham a incumbência de levar os dejectos e atirá-los ao rio, mas nem todo o povo tinha esse previlégio.
Foi neste quadro que, D.João VI, sua corte, nobres, algum clero, dependentes previlegiados e apêndices de colarinho bordado com bajuladores à mistura, numa azáfama borrifada de lama e chuva miudinha de molha tolos, largaram do Tejo.
As Musas e Ninfas, Tágides daquele rio deveriam estar muito ocupadas em um qualquer outro lugar; talvez andassem encavalitadas nos botos do Amazonas.
O dia 27 de Novembro de 1807 naquele cais da Ribeira foi agitado, coma as presas nem tudo se pode levar para bordo, as forças francesas já tinham passado a linha de Torres.
Com tempestade, imundíce, água estagnada, velas rasgadas, mastros podres, carne bolorenta e piolhos a viagem fês-se.
A sete de Março de 1808, no início da tarde, parte da esquadra do Príncipe Regente chega à baia de Guanabára no Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, à semelhança de Lisboa, era deslumbrante com seus morros de escandalosa verdura mas, por dentro da cidade que então tinha 60 000 habitantes, dos quais 13 000 eram escravos, os excrementos corriam com água suja pelo meio da rua; também aqui se atirava tudo para essa sargeta, com porcos chafurdando e galinhas repenicando bostas largadas por bestas, cavalos e mulas dos muitos tropeiros almocreves.
Já então havia muitas crianças deambulando pelas ruas, crianças não desejadas que cresciam vivendo de agilidades sobreviventes, vádios ascendendo a criminais à margem dos homens ricos, comerciantes ou escravos. Algumas damas, senhoras de suposto bom conceito, contribuiam para esta situação pois que tinham ganhos adicionais com a prostituição de suas escravas. Naquele tempo só havia o coito interrompido como salvaguarda da linha zero; a era ”light”, o látex, o método tântrico e o sexo digital viriam muito mais tarde.
( continua....2ª parte em execução)
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