FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
“3º Império - Guerra de Tuji”
Não abdicando do direito de nos manifestarmos livremente Eu, Liló, Ferreira e Daniel, Furriéis de Angola, fazíamos a diferença entre os camaradas do Puto e, cada um de nós duvidava de si mesmo de como seria o futuro sem nos libertarmos desta interesseira guerra. Com quatro Furriéis, aquela Companhia Independente espelhava o que se constituía apanágio e orgulho do povo português ao longo dos tempos, somando séculos; a mestiçagem já tinha a noção exacta de que esta guerra interessava aos grupos económicos como a Diamang, Cotonang, os Quintas, Mellos, Espírito Santo ou Conde de Caxias. O enriquecimento de oficiais do quadro e Generais do ar condicionado que tendo a mulher a seu lado transferiam tudo o que queriam para o Puto: -asseguradas estavam as propriedades de rendimento, a casa da praia e a quinta da santa terrinha garantindo uma choruda reforma; ainda não tinham finda uma comissão e já se estavam oferecendo para outra.
Os sargentos “Xicos”, na sua grande maioria, ficavam dentro de portas, dentro do arame farpado secretariando coisas, a messe, o depósito de material, manutenção, a cantina ou fazendo a patrulha no transporte de géneros da base do Batalhão, zonas fora de perigo. Esta guerra era a grande árvore das patacas para esses militares de carreira e muito boa gente do regime do Puto. Um Puto cada vez mais distante das nossas mentes, para gozar a guerra em toda a sua plenitude, usando-nos.
O General Venâncio Deslandes tendo sido o Comandante das três forças armadas em 1962, tomou iniciativas à revelia do governo do Puto dando maior liberdade aos Órgãos Locais, tendo criado a Universidade de Luanda e até incutindo subtilmente à ideia do separatismo; tendo-lhe sido sugerido tal, ele não teve tomates para dar o grito do “Ipiranga” que ficaria o grito do “por Angola, eu fico”. Diga-se que Venâncio Deslandes era o General que nos últimos oitocentos anos da historia de Portugal, tinha mais soldados sob as suas ordens.
NA SERRA DO MASSÁBI Tivesse ele feito isso entregando aos militares Angolanos e principais chefes dos movimentos de então, FNLA, MPLA e destacadas figuras da governação local como por exemplo Pinheiro da Silva, Venâncio Guimarães, Dáscoles, os Van-Dunem e tantos outros. Se assim tivesse sido, Angola estaria muitos pontos à frente sem passar por esse êxodo que exauriu Angola e a levou a uma guerra parva como todas. De qualquer modo, a grande maioria de nós, antes de 1975, não tínhamos noção daquilo que não sabíamos e fomos apanhados com as calças na mão regressando ao país do fado, das bicas, dos cafés e simbalinos e das toiradas, às vezes. Nunca fomos ressarcidos deste contratempo; Agora 2011, da AUSTERIDADE, cada um que se desenrasque, o mesmo de sempre, triste sina.
Livro de referência: DEMBOS. A floresta do medo – Angola 1969 a 1971 de Carlos Ganhão
(Continua…)
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