AS ESCOLHAS DO KIMBO
“Discursos de Tuiavvi”
BAÚS . ARRANHA CÉUS
Mas se apenas quisermos dizer talofa (fazer saudação) a um amigo de outra ilha, não precisamos de ir a sua casa ou de correr dentro daquilo. Sopramos a mensagem em fios metálicos que se estendem, como lianas, de uma a outra ilha de pedra, e a mensagem chega ao sítio designado mais depressa do que um pássaro em pleno voo. Os homens das gretas pensam que tem direitos superiores aos do homem do campo e que aquilo que faz tem mais valor do que enterrar ou desenterrar frutos. Este conflito entre as duas partes não provoca contudo qualquer guerra entre elas. Quer viva entre gretas (na cidade), quer viva no campo, o Papalagui acha que tudo está bem como está. Quando o homem do campo entra nas gretas, admira o poderio do homem que as habita, e este canta e arrulha sempre que atravessa as aldeias do homem do campo. O homem das gretas deixa o homem do campo engordar artificialmente os seus porcos, e este deixa o homem das gretas construir e gozar os seus baús de pedra.
FLÔR DO MATO
Quanto a nós, filhos livres do sol e da luz, desejamos continuar fiéis ao Grande Espírito e não sobrecarregar com pedras o seu coração. Só indivíduos desvairados e doentes, homens que largaram a mão de Deus, serão capazes de viver felizes entre gretas daquelas, sem sol, sem luz e sem vento. Reconheçamos a incontestável felicidade do Papalagui, frustremos as suas tentativas de construir ao longo das nossas margens banhadas pelo sol, os seus baús de pedra, e de destruir a nossa alegria com pedras, gretas, sujidade barulho, fumo e areia, como é desejo seu fazer.
Flôr da Bromélia
Como todos vós sois testemunhas, o missionário proclama que Deus é amor e que um bom cristão deve ter sempre a imagem do amor presente no seu espírito. O Papalagui corrompeu-o, de modo que ele nos engana usando as palavras do Grande Espírito. A verdadeira divindade do homem branco é o metal redondo e o papel forte a que ele chama dinheiro. Quando lhes estendem uma peça de metal redondo e brilhante ou um papel grande e forte, logo os seus olhos brilham e a saliva lhe assoma aos lábios. O dinheiro é o objectivo do seu amor, o dinheiro é a sua divindade. Todos os homens brancos pensam nisso, até mesmo a dormir. Muitos há que pelo dinheiro, sacrificaram o riso, a honra, a consciência, a felicidade e até mesmo mulher e filhos. Quase todos eles sacrificam a saúde ao metal redondo e ao papel forte, isto é, ao dinheiro. Trazem-no dentro dos panos, dobrado e metido em duras peles. À noite, põem-no debaixo do seu rolo de dormir, para que ninguém lho roube. Pensam nisso todos os dias, a toda hora, a todo o instante.
Do Livro: O PAPALAGUI – discursos de Tuiavii, nos mares do Sul; Recolha de Erich Sheurmann
(Continua…)
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