FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
“A MORTE COM INTERMITÊNCIAS”
T´Chingange
“XICULULO: -Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo”
Ao fim de quatro meses lá consegui chegar ao fim do livro, solicitando um fósforo para o fazer arder; queimá-lo como a carta lilás da morte enviada ao violoncelista que lutou pela vida até se deitar com a morte no derradeiro momento em quer as pálpebras se fecharam; precisamente no momento em que em sonhos folheava a partitura opus mil e doze de Johann Sebastian Bach. Ele, o violoncelista, momentos antes desta partitura e na companhia duma misteriosa donzela de nome gadanha, folheava o caderno da suite número seis de Bach. A donzela dissera nesse prelúdio de tempo que a suite número seis era demasiado extensa para ele a poder interpretar, que já não tinha tempo. Com a femeninissima e cheirosa senhora, definhou a morte abraçado-a no preciso momento em que as cinzas da queima da carta lilás se dissiparam na floresta silênciosa do paraíso.
A SENHORA GADANHA
O dia que se seguiu era um domingo e, naquela ilha de Lançarote eu, relator desta missiva descolorida, tinha por obrigação de levar o cão à praia, dar um largo passeio de bicicleta borrifado pela maresia vinda de África, depois talvez ir à missa a recordar o envangelho segundo São Mateus, ou São Lucas, e as lendas da minha mãe de quando me explicava que aquelas manchas da lua eram molhos de lenha a ser transportados por homens, do lobisomem que lá pela meia noite atormentava o meu pai no regresso do namoro, uma bruxa bonita que o enfeitiçou nas terras de Nesprido da Beira Alta, num lugar de Povelide nas encostas da Serra da Estrela um pouco acima das margens do rio Dão; os pinheiros quando da sua passagem rosnavam-lhe medos como se fossem gente e, até um grande cavalo escuro fazia trote entre roncos estranhos, fogachos misteriosos e coisas dum mundo de assustar meninos. Saramargo, viu-se aflito naquele aperto enorme feito drácula da transilvânea que não morre por mais que o matem, a não ser que que lhe cravem uma estaca no coração.
AS BRUXAS DE NESPRIDO
A ressurreição do Grande Espírito deu-se ao terceiro dia porque não tinha podido ser no segundo. Neste tempo de satélites o homem da lua não transporta silvas como dizia minha mãe dona Arminda, nem há iguais bruxas de Nesprido como afirmava meu pai Manuel para meter medo a meus filhos que curiosos ficavam inchados de olhos e medo, mas é certo que num qualquer recanto do planeta, num outro tempo, havia formigas do tamanho de cães e cães do tamanho de formigas. Também havia mulheres que deixavam escorrer o sangue da menstruação pelos campos cultivados para aumentar a fertilidade das sementeiras. Neste especial dia de peneirar preguiça vagueei no dorço de uma bruxa chamada vida de soluços portugueses, duma mangonha feita tuge de Angola ou frescura brasileira. A merda da gadanha não se afasta; estou mesmo chateado.
O Soba T´Chingange
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