NA TERRA DO NADA
Malembe-malembe
As zebras de Angola são pretas às riscas brancas
Os Malembe-malembe são sacanas mesmo, só dão pancadas nas costas e dizem: - Amigo! Cambulando catandú nos gwetas, mwana pwós, carcamanos de tuji ou ainda um nome antigo de besugo, uatobão à toa.
Os Ka-luandas têm propensão para ser mentirosos; exageram
Encontrei fora de portas, aqui em Oshakati um Malembe-malembe do Cazenga. Irmão, disse ele, que prazer ver-te aqui nesta terra de tuji, se queres, te dou boleia até Oncócua. Tinha um bruto geep for bay ford de vidros esfumados.
Pensava que estava só e, prazenteiro queria swingar-me com uma treta de feijão branco esquindivados do Nauklefut Park.
Eu disse, não muito obrigado, só vim ver as zebras do Etosha.
-É pá, estas zebras são Angolanas, estes gajos passaram-nas em Ondângua sem mais nem menos; aproveitaram a confusão da guerra e trouxeram tudo p´raqui.
Tinha de me desfazer deste mano.
A elegância não fica velha, cultiva-se, e este camba estava por demais extravazando os meus limites.
Meu,... tenho de ir, vamos encontrarmo-nos lá na ilha, combinado e,... fui-me sem defenir que ilha era aquela.
- Sáfa!
Há gente impertigada pela própria impertinência, gente que não aceita que se critique alguêm, quando esse alguém é negro; este voluntário paternalismo rodeia-me no dia a dia com gente próxima em laivos de paternalismo como uma obcessão de complexo. A isto, eu tenho de chamar as coisas pelo seu nome, é um racismo invertido, uma covardia elegante.
Luanda, parece até que só tem ladrão rico e, rico, mesmo sendo preto tem de ser respeitado. Haka!...
Não bebo desta bolunga. Não! Muito obrigado!
Para mim, a Zebra é branca, listrada de faixas pretas.
A mais vulgar em África é a zebra-imperial.
Da N´nhaca do Soba t´chingange
NA TERRA DO NADA
Lugar aonde as musas lambem rochas
Já fáz algum tempo!
A poucos quilómetros a Norte de Tsumeb, na Namibia, encontrei o angolano M´c Giver, zelador do buraco de sonho Otjikoto e tocador de baladas enlatadas. Foi um fortúito encontro de amizade desértica; tinha uns olhos visgosos tocando com gula a vida de simpatia numa velha viola encantadora de gazosas extras. Os turistas, porque eram escassos requeriam atenção desdobrada.
Ali, num lugar distante de tudo, na terra do nada, um poço com água de fundura desconhecida, sobe e desce ao sabor dos quadrantes da lua. Zuni uma pedra nas suas águas e por três vezes chispou na toalha lustrosa.
Estava satisfeito o desejo do encontro com aquele um especial buraco num vulgar dia e invulgar lugar a caminho do Etosha Pan.
Num deserto cheio de vento,
Espinheiras resistindo a tudo,
A areia longa e solta na limpeza do ar,
Da língua envolta em secura,
Na cabeça muitos sonhos,
O tempo sem ida nem chegada,
Moldura de gente zebra,
Fluidez imperfeita de uma vida
Despedimo-nos (eramos cinco) das areias e pedras de Otjicoto, do camaleão pré-histórico com picos ferozes e da louva-a-deus escandalosamente verde.
No Etosha, lugar de feitiço completo, pelas vinte e três horas apareceram os leões na poça de Okaukuejo; saí ensonado da tenda para de novo assistir ao magestoso mundo natural duma verdadeira África.
No Oshakati, paredes de pau-a-pique quase nas margens do Cunene agreste cohabitamos com uma raça em extinção chamada himba.
Naquele outro um dia, vesti-me de lama numa gordurosa cor ocre e dei um rápido mergulho no popa falls do fim do mundo, Ruacaná.
Do outro lado, estavam as terras dos kwanhamas mas. por ali fui ficando com os Ovambos lambendo feridas com “castle lager”.
Sentado num cepo de madeira petrificado, senti-me o senhor com a maior dor d´alma do mundo. Foi o preciso lugar e momento de começar a esquecer e ser esquecido.
Pasmado no tempo, só continuo maisvelho,...
O Soba T´chingange
É; estou no meu segundo termo de vida.
Explico!...
O primeiro foi passado com dom Sebastião. Segui-o como pagem para o norte de África e com ele morri em Alcácer Quibir. Cortaram-me o braço direito e pouco a pouco vi o coto crescer regenerado até que ficou de mão inteira. Quem duvidar vá ver o simbolo de Beringel pois aquele braço verdadeio e alado é o meu original, que os mustafás mandaram para atemorizar vontades de guerra.
Os meus guias apoderaram-se dele, o braço; deixou verdadeiramente de ser meu e, desde então conduzem-no a seu belo prazer escrevendo coisas inéditas e até inacreditáveis.
Pego numa qualquer coisa que escreva e ali vai ela, a mão, deslizando pensamentos como quem desce uma chapada de gêlo.
O segundo turno de vida foi mais tarde num lugar de nome a curva da morte antes de chegar a Caconda, lugar que é conhecido de O Cruzeiro; morri estendido no capim. O renault vermelho, modelo major, também morria ardido, completamente.
O meu guia fantasmou-me, dei a volta ao carro deslumbrado em côr branca trnslúcida. Procurava o meu canudo de papel no banco trazeiro e, senti a queimadura.
Era tudo uma inverdade.
Eu tinha estado ali estendido no capim. O meu outro eu, o TU é que andava flutuando como um fluido sem forma.
Foi o chofer do camião mais o ajudante que afirmaram que a minha pessoa, por ali ficou quietinho e esparramado sem vida.
A queimadura da mão afinal, só a senti porque não era minha. Era e é do meu guia que sempre escreve o que lhe dá na telha como esta mokanda para o TU e Todos.
Após o segundo turno, perdi o medo à morte, recuperei sem remédios às mãos do doutor Roy Parson e David Parson da Missão do Bongo, perto do Longonjo.
Nem sei porque escrevo isto no penúltimo dia do ano da desgraça de 2008; são eles, os meus guias, ( penso ser mais que um ) que escrevem por mim transmitindo a vós que tendes medo.
Tranquilizai-vos que, já me belisquei e senti dor de mim mesmo; é mesmo uma vontade só, ou um desejo, para que tenhais um bom 2009.
Não sei se sou um alienigena mas,...por qualquer razão sou. Tinha de sêr,
O Soba T´chingange
MATRINDINDES DO PUTO
Lembranças actuais “havemos de voltar”
NA COIMBRA DOS DOUTORES
Matrindindi é uma carocha de perfil pré-histórico, talvez um normal insecto coleóptero do género do escaravelho, só que este é muito mais extravagante, de cor escura e com muitos picos; mais parece obra de- formada de bruxa ruím; O Land Roover pisava-os sem alternativa e sucediam-se estalos como de castanhas a rebentar no calor da fogueira (estava em 2005,
Coimbra. Já estamos quase, quase no ano de 2009.
O tipo tinha pinta de cazucuteiro, barba grisalha com mancha ruiva de mata ratos ou maconha. Falava com um casal de meia idade na paragem do machimbombo do mercado municipal; esperavamos o nº 7 do Tovim.
O dito casal tentava não lhe dar atenção e fiquei com a nítida impressão que o cicrano estava cambulando uma gazosa para alimentar o vício. Subiram no machimbombo.
O fulano deu-me prioridade e eu, sério, recusei com um obrigado e, vi com os meus olhos que este dito cujo, tirou a carteira de couro, fingiu passar um cartão no traga bilhetes e na maior, seguiu para um banco lá atráz, depois de comprimentar um perneta de muletas ao lado.
Fiquei intrigado e com raiva pensativa dele, pois que me distraiu de pensamentos recentes de coisas vistas, e que tentava reter em memória.
Uma voz suave de senhora falou do tejadilho, Floriano Peixoto nº um e, seguiu-se a dois mais a Cruz de celas. O casal desceu.
Aquele tipo, quando viu a saída do casal também se levantou e com esles, saíu. Reparei com mais pormenor no rabo de cavalo amarrado por um elástico fazendo banga de estilo ladino.
Deixei de os vêr na esquina da Caixa Geral deDepósitos.
Como os pensamentos voam mais rápido que caneta com dedos, anotei no telemóvel o que antes tinha lido no muro perto da Universidade para não esquecer:
- A morte serve-se a quente! E havia um A com um circulo a cincunscrevê-lo, tudo em côr azul.
- Não a deixes arrefecer! Logo por debaixo a tinta preta.
Ao sair da Dolce Vita vi uma carrinha de caixa aberta pintada a camuflado apetrechada para a mata tendo nas portas os seguintes dizeres em circulo a contornar um coração vermelho com uma mola curva, varando este: - “Corpo especial de vigilância . VERGAMOLAS” ; tal e qual como a carrinha 4 * 4 que eu idealizei para o “Kimbo Ot´xicoto Lodge” em terras de Sumbe bem perto do rio Cubal.
Aida em pleno centro histórico de Coimbra, tirando uma foto à torre Almedina alguêm querendo uma informação perguntava-me se eu era dali ao que respondi não.
Mentalmente repeti: - Não sou daqui, não sou daqui, não sou daqui!
Lembrei-me do livro que tinha na mesinha de cabeceira do meu mais contemporâneo amigo José Eduardo Agualusa. Parecia estar a fazer-me uma entrevista:
Popilas! Mas, tu cantas o hino do puto “ os meus egrégios avós”. Logo, logo,...os teus avós eram angolanos. E, a falação continua comigo a responder:
- Não! Eu sou mesmo daqui! Sou um portuga!
- Deixa-te de merdas meu. Tu és um angolano nascido no puto.
Já estava noutra, lembrando-me do sonho futuro que ainda era presente, a minha cubata no platô do Cantinho do Inferno muito perto da foz do rio Cuvo, na praia dos matrindindes.
A serra do Chamaco via-se ao longe, como teta saliente na cordilheira no caminho de Seles e, na vasta região uma floresta de espinheiras, acácias com picos medonhos, pau ferro, babosas, newas, matebas, lengues e lungwengu e um letreiro na escola da Canjala “havemos de voltar”
O Soba T´chingange
Loja de lembranças Pica Pica
Crónica de Fim de Ano do Kimbo, dedicada aos Kizombeiros mangonheiros que estão a hibernar com o frio do Puto.
Ninguém que podia creditar, gweta guloso chegado do Puto comeu um cacho de bananas ouro, inteirinho; o lambão se chamava Joka.
Passou uns quantos anos e, Joka cangundo se tornou homen, mesmo rosqueiro por completo.
- Foi naquele um dia!
Trêzinha de nome, quase catorzinha cadavez mais quente por cima do fumo da cubata, tremia os olhos a dizêr não, querendo sim no farfalho do Joka mangonheiro; a mão de Joka, que nem passarinho num perlimpimpim manhoso, virava plimplau saltitante da maminha tesa pró resto do espanto.
A luz amarela virou vermelha, o galo maluco do vizinho Candinho cantou três vezes e Trêzinha gritou: - nâo, naaaão Joka!
O gosto bom encheu de sofrimento um ái esquindivado; não guento, ái, ái. A lua grande e branca ficou cadavez mais maior e desmaiou deitada num cacimbo branco.
Trêzinha ficou uma sem vergonha, um repente repetido de perdida vontade, quando despertou do canto do plimplau feito mocho cazumbi, estava no debaixo duma gajajeira.
Joka guloso lhe comeu inteirinho seu cabaço. Trêzinha de tanto que gostou se tornou puta de profissão com o nome artistico de Pica-Pica.
Joka foi p´ra tropa no Huambo e se dedicou a encantar desanovinhas meninas do bairro Santo António; virou o pingamor dos kimbos como coisa de predestinado até que numa quigoza de tanque na batalha do Kuito, um estilhaço lhe ceifou as matubas ardentes.
Trêzinha Pica-Pica nunca mais que lhe esqueceu seu primeirissimo amor.
Agora,vivem juntos, ela e Joka lá no Bungo; fazem artesanato de folhas de palmeira porque a reforma de invalidez do glorioso “EME” não lhes é suficiente; todas sextas feiras vai no mercado das calamidades suprir necessidades.
Joka se queixa a todos os dias porque simplesmente não lhe deixam enrricar
- Cala-te a boca! Ele só amigou com Trêzinha Pica-Pica porque lhe gustava. Era dona Chiquinha falando sabedoria com Zéfinha, a esperiente zunidora de lingua afiada e, acrescentou:
- Até que ele tem ainda as duas mãos não è mesmo !?
Glossário: - Gwueta-branco; Puto-Portugal; Cangundo-sem educação, grosseiro; Mangonheiro- preguiçoso; Plimplau-pássaro; Esquindiva-finta; Cacimbo-orvalho; Cazumbi-feitiço,fantasma; Quizosa- à boleia, às costas; Cabaço-virgindade; Kimbo-aldeia; Matubas-testículos; EME-mpla; Zunir-zurzir, fofoca
Da lavra do Soba T´chingange
O maboque do T´chikukuvanda
Juca Kat´chipemba falava dos antigamente, naquele linguajar próprio de quem só sabe falar, das cuesas que lhe mexiam na cabeça e que não estava mesmo certo; a todo o momento jurava que, sim patrão, jura mesmo, o país num anda.
Luanda só tem fumaça; O pó anda no ar dos matos cheios de bissapas, nos quintais com tamarindos e lá longe nos mato de capim seco.
No despois do matabicho no antigamente, dávamos berrida nos lagarto pintado de t´chikukuvanda junto dos cajueiros e os maboque que garrávamos na estrada de Catete lá mais longe do que Viana quase em Cassoalála.
- Haka! (...) Patrão, tem saudade daqueeeele tempo, jura mesmo! (...) Agora esta terra só tem muinto kissonde rico e muitos por milhar de pobres, mesmo! No resto, tudo nas maioria, é mesmo pobre.
Juca, sempre sobreviveu das lagoas do Lifune, nas pescaria n´dele e, despois das confusão da independência e guerra cus búfalo foi para o kafunfo trabalhar cus feijão branco mas, a vida por demasiado, só lhe chorou. Agora só come mesmo feijão makunde com chá caxinde e pirão com parakuca e seus cacussos da lagoa do Kifangondo.
Juca Kat´chipemba só abanava a cabeça desassossegado; num conseguia enrricar.
Zorba, surgiu num repentemente com duas canecas repletas de frescura feita de maboque dizendo enquanto tomava:
- Pópilas,... a inveja destes kamundongos, me está trapalhando a vida. Agora só estou mesmo vendendo maboque do Lifune. Parou num repentemente e, continuou mais em seguida.
- Juca me dá uma ajuda, me tráz e leva junto da lagoa p´ra desenrrascar meu modo da vida, eu lhe ajudo a desenterrar a sua chivrolete.
- Agora sou mesmo um industrial do sumo Maboque. Às vezes também vendo kafufutila com açucar.
E, a conversa ficou por aqui, tive de bazar e ir nos capim (como diz Zorba quando está à rasca)).
O cheiro era todo muito igual naqueles arredores da Lua. Naquele muio calor, o que ficou mesmo foi aquele sabor ácido, refrescante do maboque.
Quero mais tarde rever o meu amigo Juca Kat’chipemba num outro quadro, após as chuvas, que é quando aquele pó levanta um cheiro de chuva mais especial e umas formigas de salalé se vem meter por debaixo dos pés.
O Soba T´chingange
Loja de lembranças
Crónica de Natal do Kimbo, dedicada ao Embaixador T´chikukuvanda do Kacuacu de visita ao Puto, feito Papai Noel com maboques para a malta do kimbo.
No início do musseque Catambor havia uma mulembeira que dava visgo para a malta, e figos pequenos para os morcegos.
Os artigos desta loja de lembranças remontam ao ano de 1956.
A malta dos maleducados do Rio Seco e Malhoas, Pica, Aninhas, Rente, Necas, Tonito, Zorba e Chiquito entre outros, faziam bolas de visgo mastigadas a cuspo p´rapanhar gungas, celestes, cardeais e Catetes nas poças de Belas.
Um dia, Nandito surgiu com uma conversa nova.
Na sua cabeça as falas apareciam desenhadas com seios, matacos, e pernas sedozas como só mesmo, um consolo dum primeiro dia muito especial. Foi assim no Bairro Operário, quando Nandito a troco duns poucos Angolares se ficou homem; vendo a pelicúla “O segredo profundo” no cine São Paulo, ficou ardente.
Numa conquista rápida, cabeça e tudo quente, se embalou com Zéfinha como gata e gato em telhado de zinco e,... chuvia, chuvia com grossas e sonoras pingas fazendo música melhor do que as do N´gola Ritmos.
Naquele primeiro dia, que já era moite, Nandito deixou de ser candengue; Zéfinha, a professora dos sonhos eróticos quigozou o cabaço dele com visgo de lambida doçura.
A malta, amiga de Nandito, ninguém que creditou naquilo que levou Chiquito a pedir explicações daquela estória de caramelo por demasiado cazuza.
- Cala-te a boca! Tás aldrabar! Disse Chiquito.
Nandito da quizosa lhe gostava uatobar.
Cada mentira dele era cadavez mais mentirosa; ninguêm que lhe creditava nas suas estórias, todos ficavam fazendopoco, rindo à toa.
Rebento-te as fuças! Falou Nandito chispando raiva com gafanhotos na cara do Zorba que no entretanto começou só a rir, com todos os dentes.
Tá bem, é verdade mesmo! táva só falando; te credito de verdade.
Nandito ainda vociferoso, cuspiu na palma da mão, levantou a outra e, num rápidamente cortou cazumbi de cuspo em dois; juro mesmo, sangue de cristo se isto não é verdade.
Falou assim determinado como conversa antiga de maisvelhos, falada sem medo.
Nandito já era um homem sem indignidade.
Os maleducados do Catambor mais os da Samba no dia seguinte tinham de apanhar o machimbombo que os levaria à Liga Africana lá na vila Clotilde p´ra receber as prendas dos sapatos quedes da Macambira, oferta do menino Jesus.
Já era outro dia, o 24 de Dezembro.
Os meninos da Maianga, Maculussu, Ingombotas, Samba e Casuno, estavam ali perfilados de bata branca de tirilene, boné do baleizão olá e sapatos quedes esperando a prenda do Natal que vinha do Puto no navio Uige.
Nos dias seguintes os maleducados do Catambor ficavam só falando das estórias do Nandito, esfregando preguiça de bolas nas aduelas do quintal da don´Alice desafiando Lurdinhas na brincadeira de doutoras trezinhas e doentes.
Os candengues andavam por demais, assanhados. Duvidavam do menino Jesus.
Aka!... Já ninguém fala destas conversas do antigamente tão verdadeiras que até parecem makutus.
Ai.iu.é,...Sukuama!
O tempo apagou insignificâncias, mesmo, como um azar que nasceu um dia feito estas pequenas coisas da vida; às vezes, dão o consolo numa meninice recordada entre cardos com sardões t´chikukuvanda à espreita.
Da n´nhaca do Soba T´chingange
OS MAIAS . NO IUCATAM
MAQUEXE
CRÓNICAS SOBRE OS MAIAS E SEUS 13 BAKTUNS OU CICLOS DE VIDA COM 394 ANOS.
Na minha ordinária função de medir distâncias, tenho conhecimento do daktun como sendo uma base medida ao maior rigor para e, a partir daí se topografar a terra na forma plana. A única forma de planificarmos a terra por defeito, é repartindo-a em minúsculos triângulos pois que, uma esfera não pode ser representada num plano com a exactidão requerida. Numa outra dimensão, a temporal, temos agora o ciclo, era, civilização ou cultura.
Os Maias, deram início a essa medida temporal a 13 de Agosto de 3113 antes de Cristo e, se multiplicarmos 13 baktuns por 394, vamos chegar ao ano 2009 mas, devido ao desfasamento do calendário gregoriano teremos de adicionar mais três anos o que perfaz os 5125 anos no vaticínio calendarizado pelos Maias galácticos.
Seguindo os gráficos dos Maias galácticos, ainda não totalmente decifrados, o tempo Itzá vai dar início a 21 de Dezembro do ano 2012, a era da espiritualidade.
Nos dias que correm, 394 anos, correspondem a seis gerações, a qualidade de vida planetária ideal para se ser senhor do máximo conhecimento numa só vida.
O calendário actual foi imposto pelo Papa Gregório VI com os meses irregulares que conhecemos. A este calendário teve de se adicionar um dia a cada quatro anos pelo facto de haver uma diferença de seis horas anuais.
Aparelhos de precisão moderna dão 365,2422 dias por ano atestando que o erro do calendário Maia era de 2 milésimos enquanto o actual calendário Gregoriano é de 5 milésimos.
Verifica-se nos dias de hoje haver uma disfunção entre o tempo cósmico, o tempo terra e o biológico, resultando daí irregularidades mentais nos seres humanos.
Uma criança tem nove luas de gestação, as marés são reguladas pela Lua, o nosso melhor relógio é o biológico do nascer e por do sol; as próprias sementeiras são calibradas por todas estas relações cósmicas naturais. Dá para pensar! O tempo tudo apaga, a felicidade, o medo e o infortúnio.
- Baktum 4
Deu-se entre os anos de 1537 e 1143 antes de Cristo
Foi o aparecimento dos Toltecas no México, da cultura Chavin nos Andes Peruanos, Ramsés no Egipto, e Moisés em Israel.
Horus, o deus-falcão, é designado o deus oficial pelo rei Menés quando une o Baixo e Alto Egipto.
Ramsés deu ordem de morte a todos os primogénitos filhos de Hebreus; por pedido divino de Moisés nessa noite sucedeu acontecer a morte de todos os filhos primogénitos dos Egípcios.
Ramsés, não obstante ter pedido fervorosamente ao seu supremo deus-falcão dar vida a seu próprio filho, este veio a morrer.
Perante tantos poderes sobrenaturais, Ramsés deu a liberdade ao povo de Moisés e assim se deu início ao êxodo para a terra prometida. Chegaram ao monte Sinai em 1420 antes de Cristo, aonde Deus se revelou a Israel.
A Páscoa que começou a ser festejada no primeiro domingo após a primeira lua cheia e, após o equinócio da Primavera, assim ficou até os dias de hoje.
Neste Baktum referencio alguma similitude entre o deus-falcão do Egipto e o Quetzal, homem pássaro do Iucatam.
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O Soba T´chingange
- Madoff destituiu Gandalf o feiticeiro maior do senhor dos aneis
- Madoff copiou a dona branca . A banquira do povo
Gandalf, o Cinzento é um Istari, um dos personagens principais de O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien e o mago mais famoso da literatura.
Ele é um maia, espírito angelical do mundo tolkienano, e costumava andar com Nienna com quem aprendeu a paciência e a compaixão, mas diz-se que era conselheiro de Irmo Lórien. Assumiu a forma de um velho homem para combater o mal na Terra Média.
O Kimbo, do reino da fantasia de Manikongo, denúncia os que do Nada fizeram fortuna levando-nos para as terras do Nunca mais rápido do que queriamos.
No topo da Torre do Zombo está um puma amansado pelo nosso Kimbanda Ninja do reino. Este Madoff vai ter de se justificar perante ele, o Rei Dom Grafanil I e o Soba T´chingange senão largaremos a fera puma e todos os cazumbís do nosso Cacimbo.
Este Dikroma fica em registo no salão nobre das insígnias e bikuatas da Terra de N´Zaire
O Soba T´chingange
A vida tem o seu fascínio
Começou por ser um arrabalde de ripas a contornarem casotas de pedra vermelha e cal com o nome de Xi.linguíne, depois com a descoberta do ouro e diamantes no Rand, (África do Sul) em Kimberly e a construção do Caminho de Ferro do Transval, passou a ser conhecida pela cosmopolita e victoriana rainha do Natal com o nome panfletário de Delagoa Bay. Só mais tarde se chamou de Lourenço Marques e hoje é a capital de Moçambique com o nome de um rio que desagua naquela baia, a actual Maputo.
Este extrato de história, encravou-se na maré encomendada, para um conto de Natal a condizer com aquela costa oriental de África do Oceâno Índico a que, também se chama Natal.
Chafurdando no matope do mangue, lagoa deste Dezembro, constactei o quanto era “chic”, desbaratar o lucro das pepitas do Rand nestas mornas águas de Delagoa Bay.
Gente estranha e até exótica, de esperança na alma e riqueza no sonho, ali vinham gozar os ganhos de Pretória, Johanesburgo e deserto do karo seguindo o rastro de notícias das gazetas panfletárias de então.
Atráz de mulheres abandonadas e belas, os aventureiros Italianos, Gregos, Ingleses, franceses e até Libaneses ali aportavam e, não vinham na peugada de Vasco da Gama; o Natal de Delagoa Bay era o que procuravam.
De liga na perna, cançonetistas e dançarinas ofereciam-se como prendas de Natal em finos “maillots cor de carne” a quem desse mais libras.
Naquele geográfico Natal, disputavam-se concubinas insubmissas, nas mesas dos bares e dancingue´s num perfeito “Far West”.
Delagoa Bay virou um fenómeno aonde o fascínio dos homens com dinheiro e sem mulher, num encanto de conversa sedutora, compravam sorrisos de Paris. E os vinhos permutavam-se por marfins e géneros cafreais em lojas de zinco.
Os homes do mato na penumbra ciosa, na falta dum sorriso branco de mulher da europa, oficinavam projectos de vida com pretas, mulatas cafusas e difusas. Que importava a cõr numa aflição tão alitiva!
As mulheres de fino requinte, de roupas modernas, faziam foror ás esposas legitimas que só usavam modas passadas e, porque ali, ainda não havia atrevidas sedas e requintadas ligas.
A Delagoa Bay caldeando civilizações nos ruidos da noite, histórias proibidas e clandestinas de marrabenta, foi adulterando; as originais casas terreas já lá não estão para testemunhar no cada dia, um novo Natal.
De jaquetão longo até ao joelho, chapéu mole cinzento de aba revirada, colarinho teso de goma e gravata larga de seda com diamante encravado, desci do eléctrico no Rossio de Delagoa Bay, não longe daquela mafumeira sempre presente.
Aquele chocalho característico de eléctico importado do Cairo, fez-me recordar aquele sempre Natal. A mafumeira com novas luzes, crianças bronzeadas, amores transversos e multicolores traições.
E, ali estava eu, à porta do café central.
Estórias do Soba T´chingange
OS PAPAGAIOS DA POLÍTICA
“ Na Puto.lândia”” ESTAMOS A PAGAR 2 MILHÕES DE EUROS
POR HORA PARA COBRIR A DIVIDA EXTERNA
A melhoria das contas públicas piorou, a carga fiscal ficou insustentável e a economia vai decrescer continuamente com este endividamento galupante.
Os papagaios da política revelando sintomas de inferioridade falam do mundo exterior esquecendo a propósito, o problema de Portugal. Crise, escãndalos internos, sociedade sem lei nem roque roubando-nos descaradamente, embebedando-nos com falácias e contas públicas sem control.
O estado é um carrasco fiscal e o maior dos caloteiros, uma contradição que perturba as mentes dos que se detêm a pensar um pouco.
Animar a economia em grandes obras para gerar riqueza é outra grande mentira que nos querem impingir porque pede-se dinheiro ao exterior, usando tecnologia do exterior e, o dinheiro usado nestes luxos volta para o exterior; os políticos num faz-de-conta armam-se em novos ricos.
A carga excesiva de impostos esgotam-se nos sessenta por cento de despesas com o bicho papão do estado e a Assembleia da República a tornar-se uma provocação ao povo.
O governo, gerindo instituições na subsidio-dependência como saída para a crise, contrariam toda e qualquer política de um bom mercado. Portugal não é fiável, por isso os juros são os mais altos a pagar por falta de crédito; neste barco à deriva, parece não haver uma saída plausivel,... cruzes credo!
Com uma dívida de 500 milhões de Euros, toda a receita que entra através do turismo não é suficiente para pagar os juros. Aonde vamos parar ? E,... quando?
O magalhães é uma treta de todo o tamanho, uma manobra de diversão para deitarmos conversa fora, uma cantilena de embalar para esquecer os desaires da educação, justiça e desmprego.
Neste estar social, aonde a corrupção não é julgada, nada se faz porque, a classe política tem medo de sêr apanhada na malha.
Os Portuguêses estão anestesiados, acumulam tensões caminhando rápidamente para a pobresa generalizada numa sociedade profundamente desonesta, de promiscuas relações entre políticos e homens de negócios.
A gente de saber, vive desconforme e frustada porque, a banca anda a ajudar criminosos e os bandidos andam à deriva ou esperam prescrição.
As desigualdades ilegitimas acentuadas, a não penalização do criminoso, o viver numa sociedade profundamente exploradora com os partidos a se servirem do esquema, a credibilidade cai ao zero como coisa tóxica.
Novos ricos, interpenetrados na política tornam a coisa pública uma sugeira e, nem o presidente parece ter força para alterar o rumo.
Vivemos um caldo de culturas explosiva; a sociedade está esfarelada, desgastada, e apetece gritar contra.
E,...temos o Natal à porta.
Coisas que ouvi na TV (Medina Carreira), transcritas aqui à minha maneira
O Soba T´chuingange
Antiga “Xi.lunguine”
MAPUTO
Era um vasto campo com ar de arrabalde com casas dispersas feitas em taipa, grandes quintais cercados de arame e de ripas ou paus tortos que defeniam limites de vizinhos ou ruas imaginadas de muita areia.
Com a solenidade de um tiro de peça, no hastear da bandeira branca de Portugal, dezassete pessoas deram, sem o saber, ao início da futura cidade de maputo com o nome de Xi.lunguíne. Era o ano de 1788 e o governador Alferes Luis José, tinha sómente vinte anos.
Em 1799, construiu-se o armazém Real a pedra e cal, coberto a capim; ali se guardavam os saguates de panos, aguardentes, barricas de missangas, farinha de pau, feijão e milho.
Havia no meio do terreiro de areal uma grande mafumeira aonde à sua sombra funcionava a alfândega em dias de são vapor. Seguiu-se o presídio e a casa amarela, residência dos governadores.
Era na casa amarela que se recebiam embaixadores de régulos até que, a 23 de Agosto de 1885, na recepção ao governador que chegara de outras soberanias, sucedeu grande escaramuça. Os homens de Xerinda, da Zixaxa, de Maota e de Manhiça, que vinham armados ao etilo de guerra com insígnias, zingarelhos, penas, peles, zagaias e machadinhas, desataram em pancadaria de rancores vivos, originando grande mortandade.
Andava qualquer coisa de errado por aqueles matos; as tribos desavindas e um tal de N´guni N´Gungunhane feito imperador de vários reinos Vátuas, desafiava a instituição militar da bandeira branca desde sua choça na Manjacaze, lugar de Chaimite.
Em 1895, Mouzinho de Albuquerque trouxe o “imperador” rebelde manietado até ao terreiro daquela mafumeira e, em frente à casa branca dos governadores lavrou-se um auto de deposição com pompa, para o povo vêr seu “m´fumo” submetido. O Leão de Gaza das margens do Limpopo, ali estava prostrado de valentia parda, sem pinta ou juba de bicho rei. A Zululândia do reino de Manicusse tinha os dias contados.
No primeiro vapor, o deposto imperador-régulo de Chaimite, seguiu para Lisboa do Puto para que as potências de então e imprenssa internacional tivessem conhecimento do mando de Portugal naquelas paragens.
N´Gungunhane como prisioneiro, sofreu as agruras de vexame exposto, como um simples e descalço negro.
Os expedicionários, esquadão de lanceiros oriundos de Chaves do Puto, a mando de Mouzinho, exibiram o "imperador" em sua sede, o torreão do castelo de Chaves. Para perpetuar tal feito, ali ficaram suas largas roupas em museu, aonde ainda hoje, se podem admirar.
N´Gungunhana veio a morrer em exílio no Monte Brasil em Angra do Heroísmo na ilha Terceira dos Açores.
Lá no Xi.lunguíne os portugueses adaptavam-se cada qual como podia, com os velhos instintos lusos; entre quartos de vigia e entretantos de palhota, trocavam-se panos garridos e missangas por milho, cabra ou marfim para forrar o lucro do regresso ao puto.
Na Ponta do Catembe, as duas margens e a ilha da Inhaca foi comprada com bugigangas dos Xi.lunguínes.
Até ser estabelecida a primeira colónia agricola em 1829 pelo Capitão-General Paulo Miguel de Brito, os Ingleses mantiveram-se sempre acossando régulos, Mefumos e Vátuas contra os portuguêses do Xi.lunguíne. Por mar os ingleses dificultavam por investidas, os povos já submetidos à bandeira branca, enquanto que por terra, os Vátuas orientados por N´Gungunhana e outros régulos à sua ordem, tornavam impossivel o cultivo das terras.
Corriam tempos difíceis para portugas e gentes do mato, até que um dia, um rei cançado da luta, quiz andar calçado com segurança.
Macazana, que tinha bom entendimento com um tal capitão Inglês de nome Owen, também acabou por ser assediado pela diplomacia da boa pinga do Puto; E, assim se veio a concretizar as terras de Maputo.
Obra consultada: Lourenço Marques de Alexandre Lobato
Literatura do Soba T´chingange
....... A FORMIGA LEÃO
Funil da armadilha Fuca - fuca
Aquilo a que se chama imprópriamente de formiga leão, em Angola, tem o nome de Fuca-fuca.
Em verdade, é a designação dada aos insectos nerópteros da familia dos myrmeleontidae cujas larvas providas de longas mandímbulas, se enterram no fundo de um funil por eles construido na areia.
Nesse funil capturam presas que inadvertidamente por alí passam.
No Nordeste Brasileiro o Fuca-fuca é conhecido por piolho-de-urubu ou tatuzinho.
No fundo do meu quintal havia um tamarindo bem perto dum sape-sape (graviola) que atraiam muitas formigas; faziam rasto por entre o quintal de capim e áreas de pequenas bolsas de areia fina.
Os fuca-fucas em seus funis, lançavam areia para o ar apanhando alí as formigas lambonas fazendo-as deslizar para o fundo aonde as prendiam com as tais mandimbulas ou tenazes.
Naquele tempo eu, era um candengue Ka-mundongo, caçador de celestes, rabos-de-junco, cardeais e sardões que abusavam da minha mulembeira; comiam os figos daquele mundo que era só meu.
No quintal grande do Catambor eu e a tribo de monandengues, faziamos concurso de caça com "bisgo" às celestes mas, vencia quem mais apanhava fuca-fucas.
Alí naquele quintal de Luanda até o capim era bonito. Agora que sou um "maisvelho" kota relembro:
- Do Miconge ao Diríco passando pela Matála
- Percorri-a toda com alpercatas de pele de Jamba
- Angola não se compara a nada, é única.
- Mas, na Caála, apanhei matacanha
Da n´nhaka do Soba T´chingange
Mutu-Ya-Kevela
Um quinhão de vida
Refém do passado, rodeado de muitos contos penetrados de vida, refugiei-me por curto tempo no ano de 1902 no planalto central de Angola.
De barba longa, tremelicava enquanto levava o cachimbo à boca rodeada de farta bigodaça branca amarelecida pelo tempo e o tabaco; entrecortado pelo vento e a velhice ia falando de forma quase imperceptível do meu quinhão de vida.
Naquela então, havia ali alguns comerciantes portugas que recolhiam milho, cera e borracha e, organizando colunas iam até Benguela vender o produto; com os seus cuidados e armados, os cipaios vigiavam a coluna, não fosse aparecer Kaparandanda o terror das bissapas.
O preparo de negócio não podia ser estragado pelo Kaparandanda, filho do soba Kulembe, bandido inteiro na arte de esconder, chefe de um grupo de renegados que fazia a vida negra aos muana-pwó.
A soberania do Puto fazia sentir-se por fortificações para apoiar com segurança, os muana-pwó nas trocas comerciais em Huambo e Bié
Mutu-Ya-Kevela, era um cauteloso chefe (Mfumo); a este segundo homem, mais primeiro após a morte do rei Kalandula do Bailundo, não lhe agradava que os portugas recrutassem homens como escravos para o amanho da terra.
Cautelosamente, de sabedoria com astúcia, ia questionando as autoridades dos muwene-pwó e, paralelamente à sucapa, ia forjando união em todo o planalto com a ajuda dos “Maisvelhos” séculos e sobas influentes para uma luta libertadora.
Mutu-Ya-Kevela entre os sobados dos reinos do planalto central, reuniu um total de 6000 homens para fazer a guerra. Foi por demasiado, confiante, pois que, as suas lanças e alguns canhângulos não podiam fazer frente a armas sofisticadas com gatilho, cão com bala perfurante e mais os trovões da morte sofisticados.
A derrota deu-se em 1902 e, eu já naquele tempo era kota (velho) demais para dar novo rumo à história.
Perseguindo o passado, fumando cachimbo de liamba, falava de uma vida debruçada sobre um assombro que já só servia para ser contada.
E, pude ouvir vindo da t´chimpaca um gemido abafado de antiga guerra e,...não era boi, era gente,...“Kapalandanda n´da wa lila, wa lila okeka iahé”, (Kaparandanda, se chorou, chorou pela sua terra).
O Branco Albano Dos Santos, impregnado de cazumbiri fantasmava coisas comigo de forma maluca; dali em diante, ficamos simplesmente, os donos das lendas faladas.
Angola não se imagina, sonha-se
Da n´nhaka do
Soba T´chingange
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM
Crimes contra a humanidade
O Homem de hoje, por via de processos e técnicas rápidas, evolui desfazado do pensamento. Sem pudor, as instituições do poder, transgridem normas de ética instituidas a coberto duma democracia, sómente apregoada.
A ironia cruzou a mitologia inventando novas engenharias financeiras, matando ou roubando docemente o comum dos cidadãos.
O governo capitalista do puto, de cariz socialista decidiu rebuscar no bolso dos portugas o subsidio a dar à malangragem de alto coturno num gozo de pensamento e actuação pecaminosa.
A apropriação do nosso parco ganho é dada aos párias da democracia que, conspurcada de insestos, segue incolume.
A metáfora da vida humana por via dum socialismo mentiroso, mata pouco a pouco o humor do povo crente em Santo António.
E, agora que nos eliminam o humor, que resta de bom para voltarmos a medir a honestidade em quartilhos ou covados e, como defeniremos os alqueires de justiça.
Na diversão opulenta, os financeiros de mãos dadas com os banqueiros, corrompem as nossas páginas de vida; o rumo de deslealdade mudou tão drásticamente que, nos leva a entender a política dita democrática como coisa vil, estranha e tóxica.
Despertar e sacudir as conciências denunciando as muitas coisas más é a função dum homem do kimbo que quer sair da quadratura do circulo mas que, sempre bate nos ângulos obtusos da vida; A Torre do Zombo do Kimbo regista as muitas mutilações aos direitos do homem por usura duns quantos; os mesmos que por quotas dividem o mal gerindo-nos despodoradamente inocentes.
O verdadeiro poder está na mente humana, só que há muitos a pensar irresponsávelmente fazendo-nos curvar ao seu EGO.
Apelamos a N´zambi para interceder nas nossas vidas dando primazia aos justos de qualquer reino ou estado.
Esta pequena crónica é no sentido de despertar aos verdadeiros Direitos do Homem que já perfaz 60 anos.
Da lavra e n´nhaka do,
Soba T´chingage
ASSEMBLEIA MAGNA
KIMBO LAGOA
AKTO RÉGIUM Nº ZERO
ASSEMBLEIA MAGNA
Aos três dias do Mês de Dezembro do ano da Graça de 2008,
Sendo comprovado estar o seu código genético impregado de paludismo de fina estirpe, o Soba T´chingange faz a entrega da “Yengué de Búzios com Caurins” em pele de bode, sua futura nobre capa a ser exibida em todas as Assembleias Magnas.
Neste dia, a 499 anos da posse do 1º Rei cristianizado com o nome de N´zinga-a-N´kuwu pelo Rei D. João I do Puto, é lavrado este akto para que fique registado na Torre do Zombo do kimbo, com os nomes e kognomes de todos os presentes:
TESTEMUNHARAM
- O Soba Tchingange –............................. 1º Vanguardista
- Dom Conde do Grafanil – O Actual Rei - 2º Vanguardista
dos PALOPS e concelheiro de Cienfuegos do
Mar da Pallha – .......................................3º Vanguardista
- Cipaio Mor N´Dalatando, Estagiário de 1ª do Acelerador de
particulas do Reino – .......................................4º Vanguardista
- O Kimbanda Guardião, Cipaio Ninja da torre do Zombo
- Armando, Homen rico e rotário da Rocha
- M´bika Kaputo, o Senhor do Chã da Abrotea
- O Exmo Comendador Salalé dos Vales d´el Rei
- Fidalga dos Santos de Ferro-Agudo
- Senhor das Estepes Kamalundu
- M´fuma Manhanga (Provisório)
- Juiz da Paz Fuca-fuca
- A Sobeta Maria Sesmeira e da Manhanga
- Catarino, Homem rico
- Paulo – Homem rico
- Pacheco – Homem rico
- Nobre – Homem rico
- Vicente – Homem rico
AKTO RÉGIUM Nº UM
ASSEMBLEIA MAGNA . PÓPIA DO REI DOM GRAFANIL I
FAZENDO MENSÃO DA PÓPIA DO SOBA T´CHINGANGE “A vida sem amigos, é um céu sem andorinhas”. Convosco, explorarei os recantos da amizade para também fazer da vida um espectáculo.
VENHO PERANTE VÓS SÚBDITOS DE LAGOA, DAR POR ACEITE ESTE TÃO HONROSO POSTO HOMOLOGADO NESTE AKTO.
PROMETO CUMPRIR E FAZER CUMPRIR O GESTO E TRADIÇÃO QUE VEIO DO NADA E CAMINHA PARA AS TERRAS DO NUNCA.
E, PARA QUE CONSTE, VOU COM O PILÃO MANGUITO DAR A BENÇÃO A TODOS VÓS PARA CUMPRIR COM A CADEIA DA FINA LINHAGEM.
E, PARA QUE POSSAM SUPORTAR A CRISE DA GLOBÁLIA, DAREI A VÓS O FRUTO MÍTICO DA NOSSA ÁRVORE , “A MÚCUA SAGRADA” DO EMBONDEIRO.
A TERMINAR, UM VIRÓ-VIRÓ DE FINA BOLUNGA
O DOM GRAFANIL I
J. V.
Assinado com pico de porco espinho, originário do lugar do Sumbe
AKTOS DA CERIMÓNIA . 3 DEZ. 2008
KIZOMBA – SÍTIO DO CHÃ DA ABROTEA
1º AKTO
- Abertura . Canto de duas primeiras quadras do Hino .
- Apresentação dos Nobres pelo Soba
- Viró-viró em homenagem ao 1º Rei Cristianizado
do Reino de Manikongo N´zinga-a-N´kuwu.
2ºAKTO
- Almoço dos Ungulus
3º AKTO
- Akto Régium da Kognomização do Rei do Grafanil I
- Cerimónia do Pilão Manguito
- Assinatura da Akta por todos com Nomes e Kognomes
- Oferta dos Símbolos e Insígnias ao Rei:
A - Lavagem de purificação em N´zimbo
Bantu (Zulu do Transkey)
B - Yengué de Nzimbos e Caurins, (Alma) em pele de bode
C - Partida da Múcua e frutos a dar aos súbditos
D - Leitura da Pópia Régia com cagança Bantu
4º AKTO
- Distribuição das prendas natalícias por numeração
- Encerramento com o 2º Viró-vira “O Béubeu do Rei” Dom Grafanil I
Extras: - Chave do Kimbanda Ninja da Torre do Zomba entregue
ao Rei simbolizando submissão ao Novo soberano
Dom Grafanil I
- Fruta do Reino: - Goiaba e Pitanga
Como agradecimento de bom Compinchão é dado o titulo de DOM e Senhor do Chã da Abrotea ao Exmo M´bica Kaputo.
Como AKTO final foram distribuidas prendas natalicias a recordar e perpectuar a fina linhagem do tecido humano que compõe a Kizomba do Kimbo de Lagoa, Súbditos do Reino de Manikongo.
O novo e distinto Rei foi baptizado e lavou as mãos em purificação com água do N´Zaire filtrada em N´Zimbo Zulu do Transkey.
E, Eu Soba T´chingange que dei posse ao REI DOM GRAFANIL I, auxiliado pelo Kimbanda Cipaio Ninja H. Neves, zelador da Torre do Zombo que substituiu o Bispo ausente, dou por aceite o AKTO por Vontade divina do Pai, do filho e Sobrinho Santo da Assembleia Magna.
O Soba T´chingange
CONHECER LAGOA . IV
A ORLA COSTEIRA . As Gaivotas e os Algares
As gaivota, são as aves que mais se encontram ao longo da recortada costa cársica de Lagoa. Alimentam-se práticamente de tudo e, até dos desperdícios que o homem produz aumentando tanto a sua população que se torna um problema para as demais espécies; desputam não só alimentos como também os locais de nidificação.
Em meados de Abril pode vêr-se os movimentos agitados das gaivotas-argênteas que nidificam numa qualquer concavidade das arribas. Após um mês da postura dos 2 ou 3 ovo, pode vêr-se os primeiros desajeitados voos das gaivotas juvenis na procura de alimentos. Com o correr do tempo vão ficando com uma plumagem acinzentada no dorso e asas e, branco no resto do corpo.
É desta forma que se vê o Algarve em voos de gaivota a partir de Maio; quando o sol de Agosto está a pino, queima, e o vento está quedo; o branco encandeia e a sombra refrescante é cubiçada em todo o sítio aonde esta se projecta.
Esperimentando vistas nova, vê-se a redondez do infinito lá no topo da falésia e os cuidados são necessários porque, dissimuladamente encontra-se um buraco a que se chama algar que desce para a gruta aonde a vista não alcança; O terreno pedregoso torna-se perigoso no rebordo da falésia ou os buracos tapados pela vegetação dos algares. Nem todos estão resguradados e a ousadia ou curiosidade, podem ser infurtúnios dum segundo sem ultimatum.
A tensão das pessoas oriundas de Lisboa, Porto e arredores transborda dos limites e na forma de buzina, gritos ou e, as vezes pancadaria. São atropelos na praia, no super mercado, na padaria. As gentes tentam apanhar todo o sol no mais curto espaço de tempo, sempre correndo... Aqueles dias têm de ser aproveitados ao máximo, correm de manha a pôr o físico em forma, correm para a praia a torrar, esgotam as noites no barulho infernal de uma qualquer discoteca, embebedam-se de álcool e fumo. Aqueles dias são o máximo... Aquela garota, o musculoso do lado, enfim...
E, ali está a gruta fresca com cavernas e um recanto de pirata com predadores desconhecidos; a adrenalina provoca a ousadia e surgem batidas de asas, o susto e, lá se vai o repouso do morcego cavernícola que por ali fica de dia repousando ao abrigo de predadores.
O guano desses morcegos dão vida a um sem fim de insectos, aranhas e bichos rastejantes como a lagartixa; forma-se aqui um ecossistema favorecido pela temperatura.
Os sons de alta frequência emitido pelos morcegos não são perceptiveis pelo homem, mas estes mamiferos voadores consomem por noite metado do seu corpo em insectos, eliminando assim uma grande parte dos mosquitos, moscas e outras pragas voadoras que perturbam a vida do quintal, da assada e do convivio morno dos verões da varanda e rede de balanço.
A felicidade aqui acontece fruto do tempo e do desejo.
Naquela gruta que parece uma catedral, rematei cruzes de pedra numa cerimónia de apresentação a todos as vidas dispostas a suportar quilates de vontade.
Mas eis que chega o Setembro e volta tudo ao dia a dia mais normal, até que....
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