FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
O HOMEM MABANGA. COISAS DO ANTIGAMENTE
Kafundanga arranhava as marés da vida num mangue lodoso; aquele pequeno generoso mar da Samba, era a sua única sobrevivência. Ganhar uns kumbús para comprar pão, era o exclusivo objectivo de vida daquele tempo, daquele espaço e, naquele inferno.
A guerra estava por demais perigosa e, sem coisa substancial para sobreviver, era obrigado a raspar o fundo do mar na busca de mabangas (kitetas).
Luuuanda já não tinha nem São Paulo, nem Assunção; agora era mesmo só aflição, só Luuuanda!
Kiteta, homem apanhador de mabangas, filosofava ficção no discurso directo para Kamalundu:
- Olha só!... Paulo e assunção foram acantonados num t´chimbeco do Sambizanga por uns kompas do emepelá. Um kota amigo t´chindere de nome Diogo Cão Júnior levou-os para o Puto num barco treineira; o nome do barco era mesmo de carrapateira.
- junto com o gweta Diogo, foram os brancos da Maianga, os caçulas cruz, Rente, Pica Zéca Camangula, Tonito, e também o Fuca-fuca, mulato de tuji.
Kamalundu do Prenda, mais ou menos relacionado com os esquema das lojas do povo, conseguia uns quilitos de arroz; misturados com mabanga davam um desenrrascado pitéu. Metiam-lhe jindungo e uns pedaços de gengibre que a m´boa Cafutila lhe arranjava na feira das calamidades, lá no Catambor.
Naquelas reuniões pantacruélicas, às vezes aparecia Kambuéti, o sem-perna que, fazendo banga fecula, com a sua nova muleta de pau kibaba, espectaculava sem gazosa.
Carregado de capo-roto falava de muitas façanhas do Muquitixei, tempos de quando ainda só era um pioneiro do emepelá.
Kambuéti e Kafundanga tinham treinado juntos, marcha com catanas e armas de pau-a-fingir, lá nos terreiros da Casa Branca, no caminho do Kacuacu; enquanto os mais velhos kotas iam aprendendo técnicas de bazuca e mona-caxito eles, os candengues, iam empoeirando braveza na raiva marchada, pisada, gritada, coisas da vida para dar morte, como a vitória é certa.
Naquele agora, Kambuéti falava:
- Um branco guedelhudo do processo de revolução-em-curso, comuna do puto, gritava: "a luta" e, nós respondiamos, "continua".
- O tuga estudante, gweta malcheiroso, tinha no peito a camisola do Che Guevara,... tás lembrar, meu?
- De vez em quando umas carrinhas levava-nos para os lados do bairro Popular, Madame Bergman e Caputo junto às escolas p´rasustar as professoras.
Ainda havia recordações das marchas saltitantes dos Massai, dos Zulus, dos Simbas do Kongo e aquelas saltitâncias do tipo Kwazulu-Natal que metiam algum terror.
- Tu lembras Kafundanga, quando davamos berrida naqueles Umbundos lá do Muquitixi, matumbos do Sul?
Agora os tempos eram outros,...bem piores! esquecidos por aleijados, confraternizavam agruras da guerra contra os colonialistas.
Carregados de mangonha, giboiavam na rede ou esteira, escorrendo-lhe catinga com quimbombo, t´chissângua ou capo-roto; o que calhasse. Conversando balelas à sombra da mulembeira, inventariavam feitos de guerra e capiango, espirravam canivetes do tamanho de catanas.
Nos entretantos da conversa Kambuéti intercalava:
- Sukuama!... te conto só!... antes do ontem fui no Tira-biquini e um tipo rreganhava um cazucuteiro porque lhe roubou um rádiozito. Gabirú só soprava de raiva, juro mesmo, isto é verdade, sangue de cristo.
- Conta só, meu.
- Um tipo garrou-lhe os braços atrás das costas e o radiozito caiu-lhe da camisa. Foi um fuzué do caraças, um empurra e rasga até que, um gandulo cafuzo lhe deu uma cabeçada de pacaça. Começou correr sangue aos montes!
- Háka!... um cambuta mesmo, enfaixou um pneu nos cabeça n´dele, outro botou gazolina, outro pegou fogo ; moribundou-se gritando até morrer no defenitivamente; morreu mesmo!
- Eu, fiquei com pena mesmo!... Sacrista do cambuta!
- Quem tem pena é galinha, meu, disse kamalundu que, atento à conversa, até ali se tinha sozinhado.
- Mazé, tu tens mesmo de deixar ir no Tira-biquini, disse Kafundanga.
Lá tem muito cazucuteiro, é melhor mesmo pedires gazosa no sputnik do Neto, No entretanto vendes umas kitetas; ficas mais perto e poupas as duas quinhentas que dás ao candongueiro p´ra ires lá no Tira-biquini ou Roque-santeiro.
Kafundanga levantou-se. No tronco luzídio, podia ver-se uma queimadura que quase o cobria, mesmo todo. De inviesado relevo, parecia ser a cara do Che mas, não!... o ímpeto revolucionário não deu para se imolar a propósito, era mesmo só a queimadura duma granada mukenka. O ataque a Cassoneca pelos homens do Galo-negro medalharam-no para sempre.
Saí daquele sítio do Malhoas, zonzo de tanta estória macabra.
Da lavra (n`nhaca) do,
Soba T´Chingange
CORRESPONDENTES . EMBAIXADOR DO KACUACU BONIBONI
PRA QUEM É ANGOLANO DE VERDADE.
Estória de um Angolano.
Depois de ter sapado pra tuga voltei pra banda porq lá tava malaike.
Tava bué ansioso pra ver os mos bradas, mos tropas, mos kambas, mos avilos e também keria marar a minha mboa. akele kawele da tuga já tava me bondar malaike coxito a coxito. No Kaminho pró kubiko o nduta do ndomblé foi penteado por um catorzinho. Eu não cai porq seria bué rijo apanhar outro. A espera foi dura porque tava sentado ao lado duma kota q tinha uma dizumba bué malaike e ainda por cima o kobéle era um uí bué boelo q só tava a falar bue de mambos malaike ( dibuca).
Quando xeguei no mo Gau controlei que tinham me estendido de milhões. Os pipous já tavam a pensar q eu tava bossanga, q tinha virado nguvulu. Eles nem sabiam q eu tive de paiar os meus mambos pra poder voltar. A minha mamoite preparou já uns páiter bem esperançosa q o puto dela agora tinha kumbú. Quando lhe dei a dica q tava paiado ela meteu as mãos no nguimbo, disse q tinha lhe facado porq ela já tinha feito uns kilapis a contar com a minha massa. A kota ficou lixada me disse pra bazar da house dela e eu disse tass.
Mais tarde fui ter com os meus alós pra saber das novidades. Eles me galaram e perguntaram onde é q tavam os grifes e o popó q eu falei q ia trazer. Não deu, eu disse. Eles me contaram tudo q tinha rolado e a pior foi ouvir q a minha dama tava com outro muadié.
Me disseram q ela afinal gosta de partir braço e q não maia qdo o assunto é kumbú. Que ela agora tá a tchilar com um papoite q tá a lhe dar vida mulata. Fikei bué fox e só pensava em dar umas sandalhas no trolo mas os meus cambas me disseram q a garina tinha um guardilha bué caenche e q ele ia me pancar tipo sou filho dele. aceitei só. Nakela noite sapamos num boda pra festejar a minha volta. Chupei, papei e tarrachei tipo nada, ainda tava pra perar uma xkindoza mas ela saiu pra dar uma sussa e já n voltou. Acho q me deu um jajão. Na hora de voltar eu é q fui o nduta, dei bué de mbaias, os meus tropas pensaram q íamos parar mas eu canguei bem akele 2000.
Dia seguinte comecei a banzelar acerca da minha laife: n tou a amarrar, n tou a bumbar, n tenho mboa, já n sou ndengue, n tenho os faz-me-rir, n sou um granda muadié, tou bué fininho tipo vou dar o caldo e n me aparece nenhuma fezada.
Daki a pouco já nem vou poder matabichar, vou akabar por fikar tarla e por se bondar. o pior é q no meu komba nem vai ter uma gti se ker porque vai ser o komba dum granda fobado. Epá vou dar a tiroza.
OBS: se entendeste tudo é porque és 100% angolano, ou melhor, muangolé. Caso contrário és um langa disfarçado:)
Esse mambo ñ fui eu q duzi, um kamba me passou...mas como kuiou, tipo q tbm vai t kuiar qd galares bem esse biolo bué fixe! se tiveres a travar com a tradução dá o tok q p/ mts isso ñ é kunga é sempre kuioso safar um(a) sangue!
katé+!
O Soba T´Chingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
Desde o tempo de D. Afonso Henriques que há crise em Portugal; no entanto e, nos intervalos, houve grandes gestos de magnanimidade.
Em meados do século XVI, o rei D. João III ofereceu um elefante indiano a seu primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria, genro do imperador Carlos V.
D. João V, em 1721, momentos de boa situação financeira com muito ouro ido do Brasil, ofereceu 50 dúzias de pratos de ouro para os Cardeais Pereira e Cunha representarem condignamente Portugal em Roma.
Em 1730 o mesmo D. João V oferece um caixote de barras de ouro para a princesa das Astúrias e, um ano depois outro caixote do mesmo ouro vindo do Brasil para a rainha de Espanha e, em 1732 mais 72 barras desse ouro para o núncio apostólico Bichi, em Roma e, em 1733, mais 24 barras do mesmo ouro para ajuda do enterro do núncio apostólico Cavallieri, em Roma.
Em 1739 é oferecida uma caixa de brilhantes ao cardeal Oddi e, mais 8 barras de ouro para seu sobrinho; em 1744 é dado ao Conde de Boil, 8 barras de ouro e um anel de diamantes.
Para culminar com o despilamento mandou construir o convento de Mafra para dar cumprimento à mui nobre promessa pelo nascimento de sua filha. Este desperdício teve início em 1716, ocupou em 1729, 40 mil trabalhadores em obra, usaram 2000 carretas movidas por 12000 bois e 3000 cavalos. Foram mandadas construir 2000 casas de madeira para albergar trabalhadores, 3 hospitais com 500 leitos e uma tropa de 2000 soldados a fim de dar segurança a um total de 60000 pessoas, trabalhadores e familiares.
Os sinos com seus carrilhões foram feitos em Holanda e, de toda a Europa, chegaram pranchas de nogueira para forrar paredes, 2000 metros quadrados de tecido brocado para os paramentos dos padres, copos e talheres de prata e cobre.
A obra faraónica consumiu 120 milhões de cruzados, o equivalente a 140 toneladas de ouro ou seja, tudo o que a coroa arrecadou durante vinte anos de exploração nas Minas Gerais do Brasil. A obra durou até 1735.
Portugal sempre usou o “fausto” para ajudar a disfarçar as situações difíceis. Recentemente, a abrir o século XXI, ano de 2004, fizeram 10 estádios para realizar a copa da Europa, gastando o que não tinham para tal evento; na promoção deste evento esteve Carlos Cruz, um duvidoso apresentador de televisão ligado a interesses corruptos.
Na recente crise de 2008, o estado socorreu os ricos dando cobertura a bancos falidos tendo como intervenientes os urubus das grandes finanças, os riscos da engenharia financeira do tipo casino caiu direitinho em cima do pobre e vulgar cidadão que nada ganhariam caso nesses depósitos houvessem ganhos.
A solução agora, é submeterem os Portugueses a mais uma vez, saírem do país para sobreviver; retornar a Angola, ou lá aonde quer que seja para tudo voltar ao início. País perenemente feito de políticos que jogam o povo para as calendas dos trópicos ou do inferno. Políticos de fraca visão, usurpadores de postos imerecidos que só fazem bosta.
É tempo de sacudir as oligarquias de partidos instalados neste rectângulo; não podemos ser eternamente retornados da Diáspora; anteontem a Índia, ontem o Brasil, hoje Angola e, de novo a perigosa aventura entre gente cazucuta, novos Mobutus.
E, o governo de Sócrates teima no TGV, num novo aeroporto, importação de nova e cara tecnologia mantendo o povo escravo duma loucura.
Quero ir para a tal ilha distante.
O Soba T´Chingange
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DOM PEDRO I . IMPERADOR DO BRASIL
D. Pedro I, abdicou ao trono a 7 de Abrril de 1831.
Após a revolução Francesa que virou a página social no mundo, o Brasil não ficou alheio á mudança, aos novos movimentos do operariado, mais conscientes, melhor formados e informados.
Os novos brasileiros, filhos de uma mesclada ascendência, tinham outras ambições, reclamavam pela liberdade dos escravos; por todo o Brasil havia explosões de descontentamento. Abolicionistas e independentistas foram aumentando em número tornando-se incontrolável regular leis a contento de todos.
Embora a escravidão fosse já um negócio ilegal, com a renúncia de D. pedro I e a pouca eficácia da regência de D. Pedro II, os chamados regressistas ficaram com maioria no parlamento; as revoltas provínciais dos liberais eram sufocadas com violência, os navios negreiros e mercadores de escravos polulavam. A política de pró-escravismo possibilitou o retorno aos tempos dourados do tráfico. Só de meados de 1836 a meados de 1841, o número de escravos desembarcados subiu de 5 mil para 35 mil, mantendo-se elevado a partir daí.
Mesmo ilegal, a polícia e autoridades em geral, não tomava nenhuma providência para impedir o tráfico em qualquer parte do país. O tratado de 1825 com os inglêses, com taxas de previlégio por fruto da ajuda contra Napoleão, para término do negócio escravo não era minimamente cumprido.
Os inglêses e a sua politica de interesses de fingida humanidade o que verdadeiramente queriam era substituir a mão de obra escrava pelas suas máquinas industriais.
Aquele trato ficou só no papel "só para inglês ver", e a impunidade era gerada por um eficiente "esquema" de corrupção montado pelos traficantes, juízes e militares. Os liberais foram demitidos ou transferidos e, só havia alguma oposição por parte de consules ou embaixadores que tudo faziam para escoar seu produto industrial para as américas;.
Enquanto a Inglaterra estava na era indústrial, o Brasil, traficava mercadoria usando "peças humanas" e, asim continuou. As medidas e leis dos novos governantes "regressistas", eram mesmo só para inglês ver e, daqui ficou o termo ainda tão usado nos nossos dias. Eram sómente formalidades a satisfazer no papel, o esquema de faz-de-conta tão usado por toda a Globália Lusa ainda nos dias de hoje.
Cada escravo entre os anos de 1831 a 1850, era comprado em África por seis libras e vendido no Brasil por até setenta libras esterlinas. Com lucros tâo avantajados, os negreiros lotavam os navios atolhando escravos pior que porcos; a viagem só daria prejuizo se morresem nove em cada dez escravos. Assim, empilhavam 500 ou 600 escravos em barcos de vinte metros; com vento favorável os lucros eram enormes, se demorasem muito na viágem por acalmia de vento ou outras contrariedades, a ração de comida era diminuida, escolhiam os maiis fortes e deixavam morrer os mais fracos ou simplesmente eram lançados ao mar.
A história é feita de interesses, previlégios de alguns e descontentamento de muitos.
Algures, da chácara do Nordeste Brasileiro,
O Soba T´Chingange
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OS FALCÕES DAS MINHAS PRAIAS
Ao longo da minha vida gozei de muitas e belas praias mas, umas houve que ficaram no canto da retina, surgem às vezes em pensamentos ou sonhos. Em Angola a praia da Samba em Luanda aonde aprendi a nadar, a surfar, a pescar, a bricar às jangadas com bidons roubados nas obras públicas é agora um amontoado de barracas com o nobre sputnik ferrugento em homenagem ao recente prócere Agostinho Neto; o morro da Samba foi desmanchado para tapar o meu mar, a minha praia, as mabangas e os carangueijos. Os falcões dali não eram pássaros, eram gente feitos “kwetzal”. Agora mudaram-se para o Mussulo, vuzumunam ali a sua petulância, prepotência e poder com bangula mwngolé.
Da Praia do Francês
Os verdadeiros falcões, pássaros mesmo, acompanham-me às vezes na minha outra praia do Puto, Praia do Carvoeiro no Algarve com suas recortada costa cársica aonde nidificam, ora roubando os ninhos já feitos à outra passarada, ora construindo-o em ranhuras de rasos arbustos; limitam-se a pôr os ovos directamente sobre a plataforma escolhida; não é raro também encontrar ninhos de Falcões em buracos de ruinas ou casas abandonadas.
São aves de rapina de presas diversas, de pequeno porte, pertencentes à familia dos Falconídeos. Têm as asas pontiagudas, um bico curto provido de uma pequena pretuberância córnea. O bico destas aves, proporcionalmente, é mais forte do que o das outras de presa e, as garras são formadas por dedos compridos com unhas aguçadas; os falcões de maior porte têm garras muito desenvolvidas para facilitar a captura. Os falcões de menor porte, conhecidos por Francelhe ou Peneireiros dedicam-se à captura de répteis. As fêmeas são geralmente maiores do que os machos podendo fazer a diferênça em 1/3 da massa corporal.
Das cinco espécies conhecidas em Portugal, naquela costa de Lagoa, Algarve, pode vêr-se o Falcão Peregrino e o Francelhe capturando pombos bravos ou gralhas. O Falcão peregrino caça sempre no ar, aproveitando a grande acelaração dos seus vôos picados que podem atingir a velocidade de quatrocentos quilómetros por hora. O Francelhe ou Peneireiro, é o ùnico “não ameaçado de extinção” e podem ver-se em grupos de cinco ou seis indivíduos em busca de alimento. O Falcão Peregrino é raro, restrito a áreas menos devassadas pelo homem.
Na praia de Messejana (de faz-de-conta)
Iniciei esta crónica para falar dos falcõe predadores feitos homens que surgidos de muitas latitudes da Globália ali foram parar, Algarve, tal como eu, só que alguns têm as garras demasiado afiadas e, falar deles é só criar contratempos. De longe, falo daquela costa Algarvia, património da gente que deveria ser resguardado da malvadez, da construçõa desemfreada e da utópica sustentabilidade tão apregoada.
Da praia larga do Francês, no Nordeste Brasileiro com 33 graus.
O Soba T´Chingange
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CONHECER O BRASIL
TIRADENTES - HERÓI NACIONAL BRASILEIRO
Joaquim José da Silva Xavier nasceu
Por contestação à ordem régia e incitamento à independência do Brasil o Alferes da Capitânia de Minas, Joaquim Xavier, filho de pai Português e mãe Brasileira é condenado à morte por enforcamento seguindo-se o esquartejamento em quatro partes sendo a cabeça levada para Vila Rica aonde em lugar público, ficará exposta em poste até que o tempo a consuma.
Na manhã de 21 de Abril do ano de 1792 reuniram-se três regimentos no largo de Santo António, um patíbulo de quatro metros de altura com carrasco esperava o réu. Eram oito horas da manhã. A seguir ao cortejo com cavaleiros de uniforme de gala e nove padres franciscanos seguia a carreta destinada a carregar as quartas partes do seu corpo, dois pés, tronco com mãos e cabeça. A procissão sob os olhares do povo da cidade levou três horas até chegar ao patíbulo, Tiradentes olhava fixamente o crucifixo que levava nas mãos, erguendo-o de vez em quando.
ALFERES TIRADENTES
Assim se cumpriu para exemplo, a punição de alguém que queria ser livre, foi o mais coitado de entre muitos outros que também estavam envolvidos na sublevação por inconfidência. Tudo lhe foi confiscado e até o seu sangue serviu de tinta para lavrar a sua certidão de morte. Os restos mortais, metidos em salmoura, foram enviados para os lugares aonde o condenado pregara a independência.
É agora tempo de se prestar homenagem ao genuíno Brasileiro, o Índio que após o ano de 1500, sofreu perseguições, ultrajes, desacatos de toda a ordem; caçados como cães tiveram em numero avantajado tratamento tão devasso como o de Tiradentes. Depois dum herói negro de nome Zumbi, de um herói branco de nome Tiradentes, é tempo de se encontrar um herói Pardo, cafuzo, mameluco ou matuto.
Do Brasil, chácara do,
Soba T´Chingange
Em Portugal governavam os Filipes de Espanha. Este periodo debaixo do domínio Espanhol durou entre os anos de
Massangano é um povoado, forte e igreja situado a jusante do Dondo e na rota de Kambambe aonde naquele então se pensava haver muito ouro e prata; A cobiça dessas riquezas estava sempre lactente nos novos mundos da África e América. A colonização militar da zona de influência do Kwanza a dentro era uma estratégia em vigor para assim, haver um domínio total por canhões dispostos neste e outros fortes. Em
Massangano foi o baluarte de resistência em 1641, o refugio dos portuguêses desalojados da fortaleza de São Miguel de São Paulo de Loanda pela tomada da mesma pelos holandeses financiados pela poderosa Companhia das Índias Ocidentais. Ali, os Tugas resestiram às investidas de levas de holandeses e guerrilheiros da rainha N´Zinga até à chegada de Salvador Correia de Sá e Benevides que ido do Brasil com uma frota, reconquistou Loanda (ver artigo anterior deste blog).
As autoridades coloniais portuguêsas consideraram o forte de Massangano como monumento Nacional pelo Decreto Provincial nº 81 de 28 de Abril de 1923, oitenta e seis anos atrás. O actual Ministério da Cultura de Angola deveria aprimorar o lugar, melhorar acessibilidades, dar luz e reconstruir o património sem tibiezas de ordem xenofoba ou conceitos recheados de preconceitos. A história boa ou má deve ser preservada sem medo à verdade; revelar angústias sufridas, a canga, os grilhos, o chicote, os N´zimbos e, as macutas, para que seja um espaço de Consciência Negra tal como o Zumbi dos Palmares em Alagoas, Brasil, aonde fazem um permanente chamado às atrocidades cometidas.
Antes do Dondo e antes da fábrica de cerveja EKA, vire à direita por uma picada que já foi asfaltada e chegue ao lugar que se confronta com a história, o esquecimento, a escuridão. Ali termina o trilho do espírito cazumbi de Ganazumba, Ganga-Zona e Aqualtune sua mãe, levada como escrava, galinha de Angola para o Porto de Olinda, ou o Porto das Galinhas (de Angola), das kapotas dos Dembos levadas em porões mais fedorentos que capoeiras.
Do Brasil, da N´Nhaka (Xácara) do,
Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
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aerograma
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