FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
Encontro no Malécon
Calhou ser fim de Novembro, um mês do carnaval Caribenho quando me hospedei no hotel Presidente em La Havana, Cuba, junto à Praça de La Revolucion.
Desci dos meus aposentos a fim de me informar de pormenores para a já agendada visita a El Pinar quando deparo com um aparato de alguma transcendência. Era uma delegação de Angolanos chegando nuns quantos carros do protocolo militar Cubano; fiquei atento ás figuras quando, deparo com alguém conhecido: Era o Figueiredo Alicate, vendedor de legumes secos e fuba na Sanzala do Tando Zinze, povoado próximo do quartel conhecido por Miconge.
Eu, era um Kaluanda, branco de 2ª, o Furriel Fox Monte destacado na companhia de Caçadores 1734 de Beja do Puto e, nas fugas à Sanzala deparava com aquele ainda jovem branco e de olhos azuis. No d´jango conversávamos horas a fio, falávamos das operações às Bitinas, ao Aníbal Afonso, Batassano, Kissoque, Caio Guembo e a sempre presente serra do Massábi; de vez em quando o kota soba Mateus, nosso guia das matas, também dava esclarecimentos detalhados. Estava longe de supor que aquele branco de olho azul, vendedor de fuba era turra e, por ali andava recolhendo informações; o tipo era um espião! Caraças,... mas, como é que ninguém desconfiou! O sacana!
Só agora, passado tanto tempo é que consigo descortinar o porquê daquela foto que encontrei de forma fortuita, uma kalashnikov no travesseiro da Charlotte. No verso da foto tinha o nome escrito Alicate. Charlotte era uma negra de sangue árabe, tinha feitiços especiais, versátil na arte de amar com doçura proletária, era uma via directa para a solidariedade internacional, só tinha amigos verdadeiros como eu e aquele comerciante, o Alicate. Assim pensava eu,... sempre, sempre inocente nas primeiras impressões. Enfim, matumbo de verdade.
GENERAL ALICATE, VULGO PEPETELA
Num rapidamente lembrei as patrulhas de uma semana, deslizar nos terrenos húmidos, beber água dos charcos pisoteados por elefantes e os chuçus que trocávamos por fruta cristalizada, e sardinha das rações de combate. O filho da mãe era turra e estava ali á minha frente, um alto mandatário dos mwangolés.
Não resisti, falando fluentemente o castelhano aproximei-me e fiz um cumprimento rasgado: Señor Figueiredo, como está usted, se acuerda de mim, Miconge, Mayombe, Cabinda. Fez um espanto, uma pausa e,... deu-me um sinal para nos acomodarmos a uma mesa ali naquela sala ampla do Hotel Presidente.
O que falamos é segredo nosso, mesmo para guardar, afinal Angola agora está aberta às outras opiniões. Após o jantar zaimos dali, contornamos o quarteirão e passeamos ao longo do Malécon, numa pausa tomamos um mojito com hortelã; tínhamos a brisa do Caribe para refrescar a nossa empatia. Tanto ele como eu, tínhamos feito um percurso tortuoso, ele mais dentro da lógica do que eu mas, entre nós estava uma verdade, a subjectividade para fazer dos angolanos brancos, africanos de verdade.
Ele, agora General Alicate e eu um pé rapado armado em intelectual e ainda por cima designando-me de Soba T´chingange.
O nosso destino estava na fase da aposentadoria e olhando para trás, como os kotas dos kimbos contemplávamos as manchas dos nossos bois; naquele momento, estávamos numa manada de rabos para dentro e cornos para fora defendendo a estirpe de gente zebra, de indefinida cor.
Nós, eu e ele, eramos gente distinta da manada; estigmatizados em brancura, diga-se em verdade.
Não posso alongar-me mais por agora, voltarei mais tarde para completar a estória. Entretanto passo partes de forma aleatória do seu novo livro dedicado ao planalto, às estepes e uma M´boa donzela de olhos rasgados, da Mongólia. O que falamos no Malécom, fica em segredo por algum tempo. Nada é eterno.
Pepetela no discurso directo:
“...Sei portanto do que falo. Não fiquei no entanto rico, vivendo do meu salário de de oficial superior. Até sabia como fazer as coisas, nem exigia imaginação, bastava copiar outros camaradas e guardar as comissões que me queriam oferecer em negócios legítimos (...)... conheci oficiais de logística que venderam rações de combate para os mercados paralelos, sobretudo no Roque Santeiro, um mesmo tendo desviado combustível em doses avultadas para o inimigo (...)... Não sou tipo de me gabar à toa”...
Mais adiante...
“ Nunca quis, quando era responsável, açambarcar terrenos de dez mil hectares, o mesmo que dez quilómetros quadrados, ou mais, terras de rio a rio, como muitos fizeram, para quintas de fim de semana.”
Figueiredo Pestana Pepetela e eu, entre outros camaradas, algures entre Dolizie do Congo e a velha picada que passa por Miconge Velho, tivemos um encontro com beijos de fogo; em lados diferentes, naquele dia de 1968 ficaram na berma da picada 14 heróis à condição póstuma; lamento essas mortes, aqueles desencontros, esta guerra que nunca deveria ter existido. Hoje mesmo, em mês de Maio fui ao campo e recolhi espigas, flores do campo enquanto relembrava esse desamor. Ambos, fomos vitimas e, nenhum de nós ficou herói; ainda bem.
O Soba T´Chingange
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Acreditei que nestes dias não havia razão para os santos se desculparem com a falta de motivos por parte dos homens; terão de dar ar à sua graça,... ajudem os politicos! Apareçam!
Desta feita vamos até Inglaterra:
A ciência leva-nos a pensar que o Universo que nos cerca é inteiramente racional ou matemático mas, a vida da Globália está cada vez mais confusa. O progresso aqui é selado com roubo omitido e, depois reconhecido em fraternas noites de brisa farfalhuda.
O Maio de Londres é semelhante ao de Lisboa.
O diário inglês "Daily Telegraph", que teve acesso à lista das despesas reclamadas pelos deputados, levou à suspensão e demissão de vários políticos trabalhistas e conservadores. Estes deputados, cobraram ao Estado contas de 1500 euros em motoristas privados, ou pagando ilegalmente milhares de euros em segundas residências. Dinheiro dos cidadãos.
Definitivamente, nós da Globália não necessitamos dessa tão incandescente esperteza!
Nesta sociedade de permanente inconformismo, temos de conciliar pontos de satisfação com positividade mas, os pontos a dar aos políticos são negativos. Sem confiança e esperança o Povo não vive, muito menos luta.
Num discurso que durou apenas 33 segundos, o presidente da Câmara dos Comuns do Parlamento britânico Michael Martin anunciou o abandono do cargo. A demissão foi a mais recente baixa num escândalo que tem vindo a abalar o sistema político britânico e, não só: As despesas irregulares que vários deputados reclamaram, durante anos, e que foram agora denunciadas.
Michael Martin tornou-se, assim, no primeiro presidente da Câmara dos Comuns a ser forçado a sair desde 1695. O caso das despesas irregulares veio criar um ambiente de desconfiança entre o eleitorado britânico, mostrar a debilidade da Europa nos princípios éticos de seus políticos.
Os Portugueses, em vésperas de eleições locais européias são inevitavelmente envolvidos nesta Roubucracia. Hoje mais que nunca parece ser lícito retirar o apoio a Dias Loureiro; retirá-lo dessa proa da condução de Portugal que é o de “Conselheiros de Estado”. Se eu fosse o Presidente, Soba-Maior do Puto mandava-o dar uma curva ao bilhar grande.
Em terras do Puto e da lavra do
Soba T´Chingange
E AS ANTIGAS COMPANHIAS DAS INDIAS
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Os “Brasileiros” não estavam dispostos a, além de perder as suas terras e seus bens, chorando muitas mortes, ainda terem de aguentar humilhações.
Um dado ainda mais transcendente no julgar dos portugueses em relação aos holandeses e espanhóis é a de que aqueles, dobravam-se aos encantos das “negas”, admiravam o molejo e cadência dos quadris, da inesgotável arte de dobrar encantos, banhos de língua e húmidas perdições entre contornos e perícias de dedicação.
O tempo, devagarinho, ia adicionando ódios dos naturais àqueles invasores. Além do mais, àquele espaço de suores e amanhos de terra, os Holandeses não deram a devida atenção; eram sómente mercadores. Nenhum Holandês chegou a exercer com perícia e dedicação funções de mestre, purgador, capataz ou feitor.
A lavoura canavieira era desenvolvida pelos brasileiros e portugueses, proporcionando uma classe média com influente prosperidade.
Os fazendeiros à medida que enriqueciam, iam tomando poder de coronéis e porque assim eram conhecidos, rodeavam-se de mestiços leais conhecidos por capitães do mato; eram estes que transmitiam as ordens do coronel aos escravos da sanzala. A figura do negreiro que podia ser branco, preto ou mestiço, era o comprador daquela mole de gente que produzia somente para pagar o seu sustento.
FORTE NA CIDADE DO CABO . 1652
A COMPANHIA DAS INDIAS ORIENTAIS
Brasileiros e Portugueses apoiando o empreendimento colonial, fixaram os primeiros modos de ser tropical; os senhores do engenho diziam: - “ Para o manejo de todo o engenho, são necessários sessenta escravos e sessenta bois mansos”.
Foi uma época que magoou a pessoa humana no mundo mas, por detrás de toda esta engrenagem estava a grande Companhia das Índias Orientais ou Ocidentais e o grande capital funcionava
Agora, são os bancos que nos regem nos negócios. O que é que mudou no estilo em Angola, Portugal, Moçambique ou Brasil, por toda a diáspora dos CPLP ou PALOP´S ?
-Temos um governo que exige, um povo que obedece e um sem fim de parasitas que orbitam em redor destes.
Os engenhos de então eram dispostos junto ao rio; trabalhando por força da correnteza necessitavam de ter gente para o seu manuseamento e, assim surgia um aglomerado de casas a que se chamava de Sanzala, com a casa grande dos patrões no lugar mais sobranceiro àquele sitio.
Esta é a globalidade negativa da participação portuguesa na construção deste grande engenho que é o Mundo; “continuam a ser necessários no manejo do negócio sessenta escravos e sessenta bois mansos”.
Neste pequeno folhetim não sei aonde me coloque, se entre escravos ou entre bois!...
Da lavra do,
Soba T´Chingange
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Amazónia - sua ocupação e as drogas do sertão
A ocupação da Amazónia foi feita um pouco de forma diferente ao resto do Brasil. Organizaram-se grandes expedições para capturar índios; na primeira metade do século XVII a grande concentração de índios que viviam nas margens do rio Amazonas foram dizimadas em escala inconcebível; matava-se muito mais do que o necessário para “limpar” o território de seus ocupantes e, o massacre teve o acordo dos padres Jezuitas com mamelucos que se tinham estabelecido nas margens do rio principal. São Paulo do Amazonas, acima da foz do rio Putamay e Coari, próximo à foz do Tefé e Manaus, eram os pontos principais.
Os mamelucos com o beneplácito dos jezuitas actuavam nos vales dos afluentes do rio Negro. À medida que padres, bandeirantes, chefes de tropa brancos e mamelucos aprendiam sobre as várias espécies vegetais, tratavam de enviar amostras para a Europa para serem analizadas buscando mercados para esses produtos: - As drogas do Amazonas ou as “drogas do sertão” pois a maioria tinham efectivamente efeitos terapeuticos, tais como a salsaparrilha, a borracha, a castanheira do pará, a baunilha, o guaraná a ipé-cacuanho, o ipé-rocho, o louro ou o caju.
FOTOS DA AMAZÓNIA E COSTA DE ALAGOAS
Os campeões na defesa da floresta Amazónica foram os líderes ambientalistas seringueiros do Acre com os nomes de Paiakan e Chico Mendes; actuaram com vivacidade contra projectos que supostamente representavam uma ameaça à integridade da floresta, o tão badalado “pulmão do mundo”,
Descendo eu, o Amazonas a partir da confluência dos rios Negro e Solimões, no ano de 2004, giboiando-me numa rede do barco “Acre”, mirava aquela floresta pujante de majestade, com casinhas em palafito na borda rio; nos pequenos cais, em canoas, pululavam corpos desnudos fluindo vida simples; com três peixinhos mais uma macacheira e um pedaço de inhame regado com dendem, eles, amanhavam vida livre.
O Soba T´chingange
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RECORDANDO GRACILIANO RAMOS
Virei a folha, avizinhei-me a rever pedaços da minha lavra percorrendo um texto escrito por Graciliano Ramos apeendendo a essência sem me perder nos pormenores mas, em vão, fixo-me nas minúcias que me prendem, insignificâncias nas demoradas construções das minhas estórias, tal como ele, o Graciliano.
No dia a dia, politicos de emproada falácia, numa vontade de ser-se poder a todo o custo, arrumam as pessoas em classes fazendo supor haver uma diversidade essencial entre “eles”, os outros, e os patrões.
As pessoas trabalham a eito, economizam indecentemente, curtem fome e tentam empréstimos à banca para se empenharem ainda mais, embrenham-se em furtos quase legais, levam os dias viajando da casa para o trabalho e vice versa e por fim alimentam os mentores da falácia pagando impostos ao estado “deles”, mais valias e pagamentos por conta de supostos ganhos. Chiça!
Segue-se um extrato aleatório da obra de Graciliano Ramos, Memórias do Cárcere “... a sociedade nos determina com rigor os atos possiveis, e às vezes, para nos movermos, necessitamos um papel selado, assinado, carimbado; sem isso, encrencamos, certamente.
Ali dentro essas limitações desaparecem, anulam-se as fronteiras, vemos que nos podemos mover para um lado e para outro, indiferentes às restrições, alheios às conveniências. Movemo-nos até bater com o nariz numa porta de ferro. Mas esse obstáculo é transitório. Descerra-se a porta, queremos transpô-la, sem perguntar se havia para isso uma proibição.
Os deveres incutidos lá fora não existem: vamos até onde podemos ir (...) Tinhamos essa liberdade. E havia outra. Andar nus, não escovar os dentes, falar à toa, admitindo ou recusando farrapos de noções obrigatórias noutra parte. Iamos e vinhamos perfeitos animais. – “Abaixo a polícia assassina”. Esquizito não nos havermos apavorado, não estármos ali como bichos passivos e medrosos...”.
...”No pavilhão dos Primários todos os dia, à mesma hora, ecoava a insipidez morna das canções, alternando-se a marchas de carnaval, sambas, e isto era uma espécie de morfina, afastava-nos do espírio a viágem provável a Colónia Correcional. Vinha o silêncio, findava a anestesia, chegava-nos a depressão. (...)
Naquela arrumação de corpos em trânsito, notei apenas os beiços vermelhos de Valentina, a brancura de Olga Prestes (mulher do lider comunists Carlos Prestes), os olhos arregalados de Nisa”.
Sem malambos de conhecimentos adquiridos nas escolas, aos repelões, enfrentamos a democracia sem se ver reparadas coisas próximas, visíveis e palpáveis. No final, o povo aceita o revés como quem bebe um remédio amargo e fica-se por aqui envolto como trouxa humana.
O Soba T´chingange
E AS ANTIGAS COMPANHIAS DAS INDIAS
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Estava na praia sem a claridade excelente no pensamento. Cidadão do Mundo, ali na Praia chamada do Francês de Alagoas, relembrava fantasmas de piratas, ladrões de cocos, pau Brasil e um maná de coisas extraídas daquelas terras férteis.
Eram tempos em que a Companhia das Índias Ocidentais furavam soberanias, na exploração de novas terras; nova França, Holanda e Inglaterra.
Numa encruzilhada de ideias vulgares, também eu, saido de Angola, iniciava um caminho de mudança. Cidadão do Mundo, estava na Praia alterando o quotidiano duma vida de permanente insatisfação.
Seria uma nova vida em terras de Vera Cruz.
Na fímbria daquela praia criava expectativas exasperando a mente, retesando o olhar para o mais longe que podia, muito para lá da espuma branca dos recifes, um sentimento de aflição igual à do governador daquela capitania de Alagoas em Janeiro de 1637.
Matias de Albuquerque, instituído dos poderes de governador de Pernambuco tinha estado ali a uns trezentos quilómetros mais a Norte, visionando as defesas de Olinda.
Na linha de horizonte, a frota composta de 26 navios comandadas por um tal Van Henderick mantinha-se ao largo desesperadamente quieta.
O BRASIL HOLANDÊS DE
COMPANHIA DAS INDIAS OCIDENTAIS
João Maurício de Nassau, desembarcou, tomou Olinda naquele mês de Janeiro de 1637, fixou-se em Recife e foi ganhando terreno de escaramuça em escaramuça, até ao grande embate
Por detrás de todas estas lutas pelo poder, estava a Companhia das Índias Ocidentais; os sefardins, primeiros israelitas descendentes dos judeus de Portugal, habilmente, dominavam o comércio, disseminados entre o povo, entendiam o holandês e o português. Não eram somente comerciantes, financiadores, correctores ou varejistas; eles tinham o verdadeiro controle das actividades embora actuassem de forma dissimulada para precaver um estado de permanente perseguição. Esta estratégia pontuou sempre o mundo dos negócios, desde a Cidade do Cabo até à ilha longínqua de Manhattan que persiste nos dias de hoje.
Queiramos ou não, foram as Companhias das Índias Ocidentais e Orientais que propalaram o estado mercantilista que veio a gerar a sociedade de consumo dos dias de hoje.
Mas, voltando àquele tempo, os espanhóis que eram enviados em ajuda de Matias de Albuquerque, voluntariavam-se para combater os Holandeses no intuito de ganhar dinheiro ou glória militar; A particularidade destes militares em relação aos Portugueses era a de que tratavam os nativos brasileiros ou assimilados, com desdém. Estes combatentes do domínio Holandês tinham além do mais como objectivo, levar vantagem num conflito em que não enxergavam amor à pátria nem tão pouco lealdade. Estávamos no reinado de Filipe II.
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Da lavra do Soba T´Chingange
FABRICA DE LETRAS DO KIMBO
21 DE MAIO A BRANCO E AZUL
22 DE MAIO O DIA DO VIZINHO
A felicidade aconteceu fruto da empatia temperada no tempo e no desejo desta chapada de terra. Nestas ruinas de castelo antigo, enlaçei o compromisso da amizade e, num gesto à liberdade colhi um ramo de espigas, flores de cardos e margaridas selvagens.
Num hino à liberdade vislumbrei que a vida não faz sentido sem se ter um espaço próprio, e a mente liberta.
Subtraindo anseios descompostos do mês de Maio, estas ruinas ficaram de repente na proa do mundo aonde a benção do ar desde os tempos de Cartagineses, Fenicios e até Romanos se faz sentir como um desejo de permanente fuga, como uma doença de vontade.
Dom Sebastião tambem aqui esteve algures procurando mancebos para com ele ir morrer
RUINAS DO CASTELO DE MESSEJANA
A linha tortuosa das ruas e casas rasteiras do casco velho da vila, com barras azuis a limitar no branco as portas e vizinhos, os indicios de arcos moçarabes num misto de judiaria e mouraria com sombras perfilando o recortes de lusos telhados. Tambem as torres das igrejas riscadas a azul e branco, sobresaindo em altura por cima do turbilhão de história com foices mouras.
Quase defenindo os limites da ordem de Santiago os cristãos fustigavam aqui, mouros com suas espadas em forma de cruz.
A obra da revolução dos cravos ficou aqui em ruinas dispersas, muito aquém das pretenções, casas destelhadas a eito e sem jeito mostrando o declinio do latifundio..
Os perfumes do campo de funcho, poejo e espargo silvestre por volta do meio dia, misturam-se com os aromas da maresia e de cozinha; combinação que só o vento pode explicar. È um simbolismo de positividade na graça de estar, como o de fluir desejos emoldurandos num mundo estranho a seu redor.
Será que Hércules o semideus Grego e filho de Júpiter passou por aqui aportando a uma praia pré-histórica e, mais tarde Tibério, numas termas com pilares e criptas trabalhadas se fustigou com raminhos de alfazema, alecrim ou rosmaninho?
Nestes lindos dias de Maio, sem vestimenta garbosa, nem lantejoulas, engalanei a humildade duma das mais caracteristicas povoações do Alentejo.
Em terras do Puto,
O Soba T´Chingange
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AINDA É UMA MANIFESTAÇÃO DE PODER
Muito mais recentemente temos o caso do cerco de Leninegrado e de um avião que caiu nos Andes em que, parte destes sobreviveram ingerindo carne retalhada de cadáveres que se conservavam no gelo; Nestes dois casos a sobrevivência adveio deste acto que sempre foi conhecido como de canibalismo.
Este acto repugnante faz parte de nós , dos nossos ancestrais longínquos e contemporâneos ou hodiernos.
O ser humano não tem limites na sua ânsia de poder, poder que vicia, que escorrega para armadilha sem saída, usando estratégias de luta não muito diferentes dos demais animais predadores ou pior pois torna-se selectivo, cirúrgico no acto e quantas vezes o faz só por puro prazer, coisa que é só do próprio homem; homem este que saboreia o sangue tornando-o ácido com muito alho ou o torna espesso usando muitos vegetais.
Ouvindo as cavalgadas das valquirias apercebemo-nos de que há canibais e vampiros ao redor; a vida às vezes é mesmo um conflito alucinado de medos e coisas menores que por acasos transborda ao paraíso. Torna-nos imortais para além do físico.
Através das emoções atingimos o fim do mundo, a aurora boreal, o arco íris do apocalipse, o tal lugar elegido, cheio de energia num qualquer lugar mítico.
E, num repente também eu estava naquele lugar mítico, planura de verde e, eu não era eu. Tinha-me tornado num "puetzal" de andar escangalhado. Só eu era diferente vindo do outro lado do mar, fugido do cativeiro; Fiz amizade com outros libertados, a abetarda, o cisão, o cortiçol, a cegonha, o rulieiro, a calhandra o tartaranhão, a águia cobreira, a pega, o picanço, a gralha, o algarvão, a coruja e alguns grous.
E, voava, voava como um peneireiro das torres.
Estava na zona de protecção especial na planície cerealífera e, era um pássaro feliz.
Nota: PUETZAL é o nome de um pássaro chamado de ave do paraíso no povo MAIA; Este não aceita o cativeiro pois enforca-se se o prendem. Os penachos vistosos dos chefes Maias de Yucatan no México, eram retirados deste pássaro nobre. Também se diz ser o homem pássaro.
Pode ouvir-se o seu canto nas pirâmides de Chichen-Itzá no lado da Serpente batendo palmas com energia; em resposta ouve-se o seu canto na forma de eco. Eu ouvi isto!
Da lavra do Soba T´Chingange
CORRESPONDENTES: - EMBAIXADOR DO KACUACU BONIBONI
Mais um ... Vai ser assim...
Maquete do Centro Comercial
Vista panorãmica
A proposta dos promotores inclui liderar a transformação das ruínas da antiga fábrica de sabão, no Largo do Baleizão, no futuro Museu da Ciência e Tecnologia, valorizando o passado industrial da área, e a recuperação de uma das casas adjacentes para o seu uso como ponto de informação turística.
Em termos de inserção paisagística, os projectistas do centro garantem que não haverá choque com a arquitectura da área, nem com a fortaleza, ganhando-se, antes, com a ligação de todas as zonas envolventes com a nova cara de Luanda.
A localização estratégica do projecto permitir-lhe-á uma boa relação com a avenida marginal de Luanda que vem sendo palco de obras para o seu alargamento. Desta forma, com a esperada requalificação urbanística da Ilha do Cabo e o com o prolongamento da Avenida Marginal para a Chikala e para a Samba, e com a construção do novo centro administrativo na Praia do Bispo.
Embaixador do Kacuacu Boniboni
Não se esqueçam de que nos antigos casarões do Baleizão se fazia o tráfico negreiro e, é de todo o interesse incluir no projecto de reforma um museu da escravatura. Era dali que embarcavam "peças" para o Brasil e outros destinos.
O Soba T´Chingange
AINDA É UMA MANIFESTAÇÃO DE PODER
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
O homem tem poder sobre os animais e, por isso os come mas, isso não é canibalismo, é isso sim uma sequência da cadeia alimentar que o ser humano impôs como condição de vida ao cimo da terra. Embora algumas espécies estejam em extinção o predador homem usa desmedidamente a sua força, artimanhas e técnicas sofisticadas a fim de lhes dar caça.
Por respeito à mãe natureza e porque somos responsáveis, deveríamos preservar todas as outras espécies, compartilhar com todos eles os espaços disponíveis, mas não é isso o que acontece.
O canibalismo nos dias de hoje infelizmente ainda é uma realidade em países como a Libéria ilhas Fidji, Haiti, Ruanda, Burundi, Zaire, Republica Centro Africana e outros que parecendo mais civilizados praticam rituais de vudu ou satânicos a justificar essa prática.
Na Somália e Libéria assiste-se a guerras estéreis locais e, para ter poder desventram corpos dos inimigos retirando órgãos entre os quais o coração; exibem-nos antes para obterem estatuto e respeito.
CANIBALISMO HUMANO
O feitiço "cazumbi ", domina os senhores da guerra por esse mundo fora.
Há 130 anos atrás os rituais eram públicos nalguns daqueles lugares. Nas ilhas Fidji James Cook descreveu que a tribo "bacola" praticava actos de canibalismo aprisionando os inimigos que eram levados para o templo N`zimbi e sacrificados para apaziguamento dos deuses; retalhados, cortados e oferecidos aos chefes. Essa era uma carne consagrada pelo sacerdote, oferecido a deus através da ingestão por eles, os vencedores; era um ritual de alta moral e extrema afirmação de poder.
A ingestão de carne inimiga era absorver por completo corpo e espirito do inimigo e o clam só se considerava exterminado quando o corpo do seu chefe era desmantelado.
Os ossos eram transformados em garfos, trofeus de glória e, os crânios eram expostos em postes como elementos decorativos.
Somos o resultado de qualquer forma de canibalismo pois até os corsários em recentes anos usavam no principal mastro bandeiras negras com tíbias cruzadas, também como elemento de poder. Será que nos dias de hoje o ritual de beber vinho à refeição não simboliza o sangue?
Há 2009 anos atrás e na última ceia, Cristo, partindo o pão disse:- Tomai e comei, isto é o meu corpo. Levantando o cálice do vinho disse:- Tomai e bebei, isto é o meu sangue, a nova e eterna aliança, derramado por vós e por muitos para a remissão dos pecados, fazei isto em memória de mim.
Os antropólogos chegam agora à conclusão que nos achados dos monturos de desperdícios de comida nesses idos milénios os cortes nos ossos de humanos teriam sido feitos por facas e alguns, exageradamente estilhaçados foram objecto de esmagamento a fim de se retirar o tutano, muito nutritivo.
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Da lavra do Soba T´Chingange
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Na rota dos escravos . contributo à história
Durante todo o século XVIII e por via da intensificação da procura de escravos, os negociantes da Bahia no Brasil, decidiram construir uma fortaleza em Ajudá, actual Benim. Joseph de Torres por ter boas relações com ingleses e franceses que actuavam na costa entre Fortaleza do ceará e Porto Seguro mais a Sul, foi o encarregado da construção do forte de nossa Senhora do Monte do Carmo. O financiamento da obra veio de um imposto cobrado pelos próprios negreiros incidindo sobre o número de escravos negros desembarcados no porto de São Salvador da Bahia.
Este forte, permitiu aos traficantes firmarem alianças com os reinos africanos fornecedores de “peças escravas” e, foi a partir daqui que alguns nobres tribais de África passaram como embaixadores, a estudar em colégios religiosos da Bahia; enquanto isto, em Ajudá, permaneciam funcionários permanentes que regularizavam o fornecimento de escravos. O planeamento e controlo por parte desta organização, permitia influir na região da costa da Mina, originando mesmo casamentos de interesse para consolidar as relações de bom comércio.
MAPA DA COSTA AFRICANA
Os navios saiam de Salvador com tabaco, búzios (N´Zimbos) e aguardente que trocavam no forte de Ajudá. A maior parte dessas mercadorias eram produtos europeus ali desembarcados por holandeses e ingleses.
Uma vez que a coroa portuguesa não permitia que navios “brasileiros” transportassem produtos europeus, recorriam ao contrabando corrompendo zeladores e fiscais sendo a restante carga de volta trocada por “peças” ampliando assim os altos lucros e poder de tráfico.
A mancebia entre escravos negros e índias Aimorés em grande escala, originou uma mistura tal que em pouco tempo o grosso da população de São Salvador era de mulatos e mamelucos.
Os brancos também se uniam a índios na forma de escambo do qual resultava a mestiçagem designada de matutos, galegos, ou pardos. Aos filhos da união entre brancos e negros passaram a chamar de cafuzos, cabritos, mistos ou mulatos.
Quem visitar nos dias de hoje São Salvador, tem a percepção desta mistura naquela raça a que se teve de chamar “o brasileiro”. Os primeiros sociólogos que tinham definido como existindo quatro raças no globo terrestre, tiveram de redefinir o conceito, e muito bem, numa só raça,... a humana.
Fundamentalmente pode dizer-se que o Brasileiro de hoje é mistico pelo lado descendente de África, é astuto pela transmissão dos portugueses e outros europeus e, preguiçoso por parte dos índios que só passaram a conhecer o trabalho após os primeiros contactos com Caramuru e João Ramalho no início do século XVI.
Este forte manteve-se português até o século XX, tendo sido incendiada pelo último residente a mando de Oliveira Salazar; A anexação a Benim foi reconhecida pelo governo Português em 1985
O Soba T´Chingange
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Vento das Pampas. Contributo à história
O aumento da população na capital Brasileira e Rio Grande do Sul, com o clima europeu dos novos colonos, por alturas do ano de 1829 permitia até culturas não tradicionais tais como a do trigo e a cebola. Entretanto o comércio entre a provÍncia e a capital, possibilitou o negócio de carne seca a que passaram a chamar de charque.
As Pampas eram um extraordinário pasto com milhares de rezes a se reproduzirem em liberdade; até então os gaúchos vendiam sómente os couros mas, pela pressão alimentar a carne passou a ser vendida em outras zonas montando uma nova industria, a do charque.
Foi o fundador da cidade de Pelotas, o português José Martins de Paços de Ferreira, que introduziu nos costumes alimentares do Ceará, o uso da carne seca. Em 1777, devido a uma grande seca em Ceará este, mudou-se para Rio Grande do Sul e tendo visto o desperdicio de carne, pois que só aproveitavam os couros, deu assim início a uma salga especial dessa carne. A nova técnica, em virtude da grande húmidade da região era somente por ser ventilada em vastas zonas protegidas do sol. Esta, é a diferença que o charque tem da conhecida carne de sol tão popular no Nordeste Brasileiro.
Em pouco tempo os gaúchos estavam salgando a carne de 50 mil rezes por ano para o mercado do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas e de forma progressiva toda a região litoral desde o rio da Prata até à Foz do Amazonas. Esta carne de charque, servia de alimento para os muitos escravos das fazendas do litoral enquanto que, os senhores fazendeiros brancos, comiam carne fresca.
Convem lembrar que no Uruguai, durante alguns anos, tendo o General Lécor no mando com 4 mil soldados, tomaram Montevideu passando este território a ser pertença do Reino Unido do Brasil, Portugal, Algarve, Guiné e terras de Álem-mar com o nome de Cisplatina. Espanha que estava tomada por Napoleão Bonaparte de França, justificava que Lécor, um militar dissindente de França, às ordens do rei D. João VI, tomasse este território em 1817 para a Coroa Portuguêsa. Foi neste meio tempo que a carne de charque passou a ser mais consumida a fim de alimentar a soldadesca, um misto de negros que pretendiam ser alforriados, gente aventureira ida da europa sonhando em mudar o mundo nos conceitos sociais de França e mestiçagem renegada ou mal reconhecida pelos progenitores.
Tambem é importante lembrar que a cidade de Sacramento no Uruguai, que é hoje património da Humanidade pela UNESCO, também foi fundada por portuguêses no século XVII tendo adotado hábitos alimentares que para além do charque, ainda hoje fazem a diferênça, com os cozinhados de bacalhau.
Tudo teve inicio com Manuel Lobo, que fundou a Colónia do Santissimo Sacramento por disposição régia de Portugal. É muito comum, nos dias de hoje encontrarmos nomes de origem portuguesa como os Figueiras, os Pereiras, Joaquim ou Manuel.
A bacia do rio Prata foi sempre apetecivel à cobiça, à riqueza; montanhas de metal a reluzir na imaginação dos aventureiros de então com entrada por este rio. Era o monte Potosi de que tanto falavam os índios e os sonhos, avolumavam. Eram tempos de pura adrenalina.
O Soba T´Chingange
bandeira do kimbo
Percorri bem cedo o meu jardim afim de compor um ramalhete de flores a lembrar um ano de existência do KIMBOLAGOA. Juntei dignidade com vontades da natureza e reuni alecrim com tumilho, rosmaninho, goivo-da-praia, madressilva, estevas, trovisco e pés-de-burro e fiz a festa no topo da falésia.
Apaguei a vela do bolo e elaborei as alvissaras a enviar aos súbditos, gentes das estepes ventosas, guardadores de razões sempre presentes e tal e qual aqui ficam os agradecimentos.
1- Ao Rei do Grafanil, portador dos búzios.
2 - Ao Embaixador do Kacuacu, o maior jacaré da Catumbela com o nome de boniboni.
3 - Ao Exmo Visconde do Mussulu, portador da Cartilha de Cienfuegos, dono da mata de maboques e Embaixador Itenetrante da Globália
4 - Ao Cipaio-Mor N´Dalatando, medalhado com a catana dourada pela criação deste Kimbo após inumeras esperiências no seu acelerador de partículas.
5 - Ao Quimbanda cipaio Comando-ninja HN, guardião da Torre do Zombo e seus zumbis.
6 - Ao Exmo Juiz da Festa, Jamba, algures em terras de Vera Cruz, Espírito Santo.
7 - Ao M´fumo Manhanga, que não deixou secar a cacimba.
8 - Ao Barão do Limpopo que relembrou Xi-Línguine.
9 - Ao Juiz do Povo que esteve atento às agruras da Roda Dentada.
10 - Ao Duque do Maculussu, que se perdeu entre garinas M´Boas no bombordo da sua caravela.
11 - Ao Marquês da Figueira Rrocho que perdeu o Ga na Kizomba; aparece sempre quando hà Ungulo.
12 - Ao exmo senhor da Abrotea, galardoado com a catana dourada.
13 - Ao Comendador de Vales D´el Rei que faz vida negra ao Ximba (o tal das ideias Salazarentas)
14 - Para a Exma Dama de Ferro Agudo, que dignifica a Távola do Zombo por ter muito a ver com o treze de Maio, a data maior do Kimbo.
15 - Ao súbdito Ximba que passa as agruras do Inferno massacrado pela Roda Dentada.
16 - Ao súbdito Carmo, Senhor das Trevas Urbanas do Sambizanga da Luua e Icolo-e-Bengo.
17 - Ao Senhor Rico, Ex-Governador do Moxico que às vezes dignifica a Távola com a sua presença.
18 - Aos Antónios da Globália e Alagoas nas terras do Lampiâo.
19 - À Dona Rosa, Duquesa do Paraiso algures num lugar conhecido por Massagueira em terras de Lampião.
20 - A todos os Maconginos da Globália e dos barracões.
21 - A todos os Maianguistas, gente do Rio Seco e Malhoas.
22 - Aos leitores do Kimbo que encontram algum gozo em nos contactar.
Uma moeda tem duas faces, quando mostramos uma, a outra não deixa de ser verdadeira; não é por não se ver que deixa de ser no seu todo, uma moeda.
Atentamente,
O Soba T´Chingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
(A comemorar um ano de existência)
RESQUÍCIOS DE COLONIALISMO
As primeiras vias de comunicação foram através da água e, de descoberta em descoberta, os povos foram galgando distâncias em coisas flutuantes.
E, foi ao chegar a uma baia bonita na região de N´dongo entre as arribas da costa pedregosa e a illha da Mazenga que Diogo Cão, fundeou um dia as suas naus.
Diogo Cão, apesar de ter sido o descobridor dos rios Bengo e Kwanza, só a 3 de Maio de 1560 é que Paulo Dias de Novaes assentou bases no intuito duma ocupação Lusa. Da esteira do pescador, chamada loando, derivou o nome de Loanda.
E,por ali, Luanda nasceu e cresceu, galgou os morros, surgiram bairros e virou cidade. Passados quatrocentos anos (1960), os moradores dos bairros cantaram juntos no estádio dos coqueiros a marcha que se segue e, aqui fica para relembrar a herança Lusa de à 49 anos:
LUANDA DE NOITE
MARCHA DE LUANDA
Refrão
Marcha Luanda ó cidade
Que és toda a nossa vaidade
Erguida à beira do mar
Contigo marcha o teu povo
Que é tão velho e que é tão novo
E que não sabe parar
Rapazes cantai !
Ó moças dançai !
Nesta noite de encantar
Rapazes cantai !
O moças dançai !
Que Luanda vai passar
Tu és Luanda
Nossa linda capital
Tu és quem manda
Nesta terra tropical
Tu és Luanda
Um padrão de Portugal
Pescadores da ilha, os remos erguei
Vinde ver Luanda aos pés do mar
Vede a maravilha
Orgulho da grei
Como cresce linda e sem ter par
Refrão
Tu és a força
Que em nós reza tanta vez
És a vontade
D´alma lusa que te fez
Tu és Luanda
D´um nobre herói português
Pedras carcomidas, ameias erguidas
Onde a história reza alma de heróis
Velhas fortalezas, Pedras portuguêsas
Tradições brilhantes como sois
O Soba T´Chingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
NUM REPENTE AFASTAMO-NOS DO MUNDO
As lentas desconfianças e as injustiças existentes na sociedade fazem-nos esquecer o negócio, o clube, as tertúlias, a kizomba, as mais simples inconvenincias dos bastidores, das indiferênças; como uma necessidade imperiosa de não querer saber, ausentamo-nos.
Na impossíbilidade de reconhecer todos os que se deixam subornar e os que estão a caminho disso, ligeiras indiscrições nos causam sobresalto à medida que interiorizamos responsabilidade por esse conhecimento. Quanto mais conhecemos as coisas do mundo, coisas frunculosas passadas na proximidade ou um circulo de amigos, mais infelizes nos tornamos.
Lendo o jornal, uma notícia enche-nos de curiosidade, etentamos entender organizações ilegais, desconfiança nas verdades oficiais, desdém ou falência de amigos, suas confusas vidas românticas, obtusas, o partido em que milita, as manigãncias de fragmentos conversados, murmúrios de café, fantasias acirradas.
A vida levada a sério não é fácil!
Tornamo-nos revolucionários de olhos e ouvidos bem abertos para fechá-los às mais simples inconveniências, de novo, e em circuito fechado numa insónia persistente. O que antigamente nos seduzia torna-se no correr dos dias motivos de calafrio.
Na terceira pessoa do plural, é curioso ler as interpretações dadas a coisas que mesmo mal paridas se tornam verdadeiras.
Silênciosamente, vamos ficando simplesmente no gerúndio do verbo.
O Soba T´Chingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
O papel do TROPEIRO na história do Brasil
No início do século XVIII na fase da exploração aurifera no interior de Minas, as viagens de ir e vir eram extremamente morosas e extenuantes. Era necessário fazer chegar lá, à região do garimpo, ferramentas, correio e comida; tudo isso era levado às costas de escravos e, muitos morriam nesta tarefa porque eram necessários quatro meses para chegar ao destino e, a fome e o cansaço dizimava uma boa parte dessa gente feita burros de carga.
Foi necessário ir mais a sul, mais propriamente à Cisplatina, actual Uruguai e trazer mulas para as tarefas de carga; havia por lá na cidade nascente de Sorocava muitos burros fruto da grande proliferação selvagem do primeiro gado deichado ao abandono pelos primeiros visitantes, os mesmos que tentavam descobrir a montanha de ouro do Potesi.
Chegar a Rio Grande do Sul a partir de São Paulo, na rota de Viamão era importante pois que dali vinham cavalos e mulas próprias para galgar quilómetros, carregando 8 vezes mais do que um escravo. É assim que surge por longo tempo a figura do tropeiro ou carreteiro, o homem que conduz o burro ou a carreta que com o correr do tempo se foi organizando em “tropas de mulas”.
O gado das Pampas, reproduziu-se durante dois séculos sem qualquer controlo nem predadores; podiam encontrar-se à solta manadas de bois, cavalos e burros desde Potosi no Peru até às Pampas e Cisplatina; era só juntar o gado em currais e levá-los ao mercado de Sorocava para serem vendidos aos tropeiros.
Entretanto, convêm dizer que atravês do novo ajuste do Tratado de Tordesilhas que não era mais que uma linha paralela ao meridiano em latitude global, passava a ser segundo o principio de “uti possidetis, ita possideatis” (quem possui de facto, deve possuir de direito), a real ocupação do terreno. Isto, levou a que Portugal enviasse ondas de Açoreanos a ocuparem as novas terras que antes eram de Espanha.
Foi Alexandre de Gusmão, um português de visão, que teve o principal papel naquele tratado que veio a ser conhecido como o Tratado de Madrid sendo firmado por D. João V de Portugal e D. Fernando VI de Espanha a 13 de Janeiro de 1750, pondo fim a disputas. Foi assim que os contornos aproximados do Brasil de hoje ficaram delineados. A zona da Prata, colónia de Sacramento foi trocada por Amazonas, Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul. Só o Acre é que foi sugeito a acertos definitivos já no século XX.
Voltando ao tropeiro, o circuito comercial permaneceu consolidando a região juntando-se ao negócio de gado o contrabando de tabaco e aguardente que eram proibidos nos territórios espanhois. Em Sorocava, lugar de grandes e bons pastos afluiam vendedores de quinquilheria, de couro, arrieiros, artistas de circo, jogadores, mulheres cantadeiras, meretrizes de refinados requintes e domadoras de animais selvagens. Entre um e outro negócio, havia muito tempo para fazer festas e jogatinas enquanto se contratavam peões de boia fria, equipar a tropa e de novo divertir. Em Sorocava, por volta de 1750, vendiam-se mais de 10 mil mulas por ano e, foi graças a esses animais que se estabeleceram rotas comerciais até lugares longínquos defenindo o Brasil de hoj.
Nos dias de hoje ainda usam estes animais nos lugares mais inóspitos do sertão; o tropeiro passou a ser um confidente, carteiro, aviador de receitas, curandeiro, vendedor de óculos, conselheiro e até banqueiro. O dia da chegada do tropeiro a um lugarejo ou sítio, é dia de ansiedades, novidades, notícias de parentes e mechericos.
Da n´haka do,
Soba T´Cingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
O "JUDAS DO BRASIL"
O padre Antônio Vieira tem sido relegado à omissão por parte dos homens de cultura de Portugal; tendo sido um grande intelectual, era dever ser a sua figura, retratada e relembrada com mais acuidade por parte das instituições; foi um visionário em uma época obscura e, os seus conceitos de justiça mantêm-se actuais.
António Vieira, tinha 6 anos quando foi para o Brasil, tendo ingressado no Colégio dos Jesuítas de São Salvador da Bahia em Maio de 1623 como noviço na Companhia de Jesus. De um bom aluno no começo, tornou-se com o tempo, brilhante.
Em 1624, fez o seu voto de castidade, pobreza e obediência, deixando a condição de noviço para iniciar os estudos de Teologia. Foi professor de Retórica em Olinda no ano de 1627 tendo-se ordenado em 1638. Defendia os interesses do Brasil contra a usura da Metrópole, resguardava os escravos enquanto defendia os judeus, debelava-se com energia contra a ocupação holandêsa.
Este homem de vulto corre o risco de ser absorvido pela terra que sempre o acolheu de bom grado, o Brasil. Nos dias de hoje e com toda a razão é do Brasil que vem o reconhecimento deste ilustre pensador e humanista e não se cansam de o enaltecer. A petulância e protagonismo das novas figuras portuguêsas, tentam esquecer esta sombra de valor com mais de quatrocentos anos.
Em 1662 foi expulso do Brasil para Portugal, onde exerceu a função de confessor da regente Dona Luísa e pregador da Capela Real. Foi preso pela Inquisição e posto em liberdade por Dom Pedro. Obteve a sua absolvição quando viajou para Roma, em 1675. Ali, Vieira, encantou o Vaticano.
António Vieira retornou ao Brasil em 1681, instalando-se de novo na cidade de São Salvador da Bahia. Seus sermões e cartas são considerados verdadeiros monumentos da literatura barroca e da ciência política.
"Nem português, nem brasileiro"
O padre Antônio Vieira nasceu a 6 de Fevereiro
de 1608, em uma casa pobre na rua do Cônego,
em Lisboa. A sua vocação para missionário surge
quando da ocupação de Olinda pelos holandêses.
Estudou para além da teologia: lógica, física, metafísica, matemática e economia.
De 1641 a 1644, devido à conturbada
política portuguêsa foi chamado à vida de diplomata
mas, por defender os Judeus, acabou por cair em
desgraça. Em verdade o povo de Portugal não
gostava das pregações de Vieira em favor dos Judeus
naqueles tempos conturbados da política portuguesa.
As suas obras começam a ser publicadas na Europa,
onde são elogiadas, curiosamente,...até pela Inquisição.
Em 1694, deixa de escrever com o próprio punho; a 10 de junho começa a agonia com a perca da voz , vindo a morrer a 17 de junho desse ano.
Vieira não sendo própriamente um escritor tem uma obra complexa que exprime suas opiniões políticas. Dos seus sermões detacam-se: o Sermão da Quinta Dominga da Quaresma, o sermão da sexagésima e o sermão aos peixes, alegoria a Santo António de Lisboa de quem é devoto.
Iniciou um livro de professias, inserido no ânimo de um outro vidente de nome Bandarra mas, nunca o acabou.
Por ter passado mais de metade da sua vida no Brasil, o povo de Portugal chamava-o de "Judas do Brasil".
É tempo de rever Vieira como um homem de vulto da globália com o seu sonho , o reino de Cristo consumando um tempo de plenitude,... O Quinto Império.
Recordando esse génio visionário, o primeiro defensor dos direitos do Homen e sua condição de cidadânia, Vieira deveria ser declarado O GRANDE SIMBOLO DAS RAÇAS E DIÁLOGO ENTRE OS POVOS .
Vieira nasceu em Portugal, para morrer no Mundo. Quem diria que homens que outrora foram escravos, hoje são pregadores e presidentes. Vieira teve o condão de ver longe; o seu sonho está a concretizar-se!
O Soba t´Chingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
BRASIL
O uso de machados, facas e arcabuzes, foi uma revolução cultural para o índio que se veio a tornar essencial na sua vida e, que alterou a história social da América. O salto técnologico com a convivência com o homem branco passou a ser determinante na sua fixação à terra; enquanto os europeus aprendiam a sobreviver nos trópicos, os índios mostravam-lhes as plantas comestiveis, aprendiam a dormir em rede, caçar e a casar, grande novidade por inexistente conceito de estar entre eles. Enquanto os padres Jezuitas iam moldando pela formação o índio, este também ia assimilando a necessidade de paz pois que nas guerras, os perdedores eram sempre escravizados. Os nativos índios aceitavam brandamente o cativeiro na forma de participar com o seu senhor, contribuindo na vida da tribo. Segundo os seus costumes as alianças eram seladas por um casamento entre aliados e mulheres da tribo; os índios iam para a guerra para ajudar seus novos parentes, tendo no final partilha nos despojos da victória.
De acordo com as conveniências, os potuguêses tinham necessidade de casar por vezes com mais de uma mulher; o resultado dessa fusão está estampado na misceginação dos Brasileiros, na empatia com os estrangeiros, na simpatia dos primeiros contactos, o ter com os estranhos uma fácil aceitação, sexualidade sem travão, comida e hábitos de higiene, coisas normais de estar mas que o europeu do século XVI não tinha. As alianças por casamento ou escambo, facilitou em muito a fixação dos portuguêses pois que ao se tornarem familiares nas várias tribos tinham por natureza o auxilio imediato contra inimigos exteriores. Esta entreajuda veio a ser concretizada contra os holandêses que estranhavam estes procedimentos. Os holandeses surgiram no panorama de conquista com um método inovador de ocupação; organizaram um misto de empresa comercial e tropas de guerra mercenária a que chamaram de Companhia das Indias Orientais, vocacionada e patrocinada para atacar posseções portuguêsas e espanholas. A primeira actuação naqueles moldes, teve início em Olinda durante o reinado dos Filipes
A conquista holandesa era algo programado seguindo o exemplo dos portugueses. Com a companhia das indias Ocidentais ocupavam posseções deixadas ao desleixo pelos portugueses em África levando escravos desta para as costas da América. Este procedimento por parte dos holandeses, justificava-se, porque estavam em guerra com os Espanhois e entre 1480 e 1640 portugal passou a ser parte integrante de Espanha. Territórios de além-mar foram deixadas ao abandono tais como São Jorge da Mina, Curaçau que até então se chamava de Coração, as ilhas de Santa Helena, a fortaleza de Ajudá, Guiné-Bissau e tantas outras pequenas posseções que não eram então, rentáveis para Espanha. Com a tomada da cidade de Loanda passaram a controlar em Angola as áreas de fornecimento de escravos das bacias do Bengo e Kwanza; esta mão de obra forçada iria fazer progredir as fazendas de cana de açucar e engenhos, deste ouro branco Brasileiro.
Durante alguns anos os holandeses asseguraram o controlo de terras com portugueses e descendentes fortemente implantados por consanguinidade, muitas mulheres e muitos filhos. A Companhia das Índias Orientais a partir de Antuerpia e Amsterdão, com seus patrocinadores,foram em verdade os iniciadores dos grandes investimentos comerciais; foram eles, tendo sob controlo o Conde Maurício de Nassau que passaram a gerir os novos territórios. Mobilizaram para o efeito oitocentos navios gastando nesse então 45 milhões de florins; o lucro do saque foi de 58 milhões. Os Holandeses, em verdade foram os primeiros grandes empresários, investidores no início do século XVII no Brasil. O Recife foi reformado e concebido com planeamento para ser a capital do Brasil. Em Janeiro de 1637, o Conde de Nassau, desembarcou com arquitectos, pintores, escritores e naturalistas. Foi uma governação à europeia que deixou visiveis marcas de modernidade nesse então.
O Soba T´Chingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
O PREC DO PUTO. lembranças
ANTES QUE ME ESQUEÇA: dia 16 de maio 2009, encontro de MAIANGUISTAS em Ansião, restaurante Tia Matilde a partir das 9 H, almoço, cantigas e a rebita. Vai pela Auto estrada A1, vira para Ansião pela IC8 e para na zona industrial no Rest. Matilde no meio da encosta. Na rotunda tem indicação da Kizomba.
Estávamos em São Paulo de Assunção de Luanda no ano de 1956, os paquetes chegavam do Puto com gentes pálidas, tristes, à procura de uma melhor vida, e, logo naquela vasta baia assistiam á labuta das canoas ximbicando com bordões, águas tranquilas de cor azul.
Maianga Maianga
Bairro antigo e popular
Da velha Luanda com palmeiras ao luar
Ao som desta marcha vibra a tradição
Numa fogueira e na luz do meu balão
Maianga a cantar com as raparigas
E mais os rapazes em lindas cantigas
Ò meu Santo António
Ó São Pedro, ó São João
Vai aqui Maianga bem juntinho ao coração
Maianga já é velhinha
Mas tem alma sempre nova
E nas festas populares
Tem o sabor de uma trova
À noite no arraial
Sobem foguetes no ar
Toda a gente diz Maianga
Toda a gente diz Maianga
Ao ver a marcha passar
Venham daí raparigas
Rapazes vamos cantar
Que a nossa bela Maianga
Vai toda a noite bailar
E com arcos e balões
Hajam risos de alegria
Cantigas ao desafio
Cantigas ao desafio
Até ao romper do dia
Chega também aqui o Processo de Revolução em Curso (PREC), altos mandatários e militares barbudos vigilantes da mentira desbravaram novas coisas. Nós ainda desconhecíamos que em África as conquistas são efémeras e, raramente o são para toda a vida.
Ilusões encaixotadas que nunca mais voltaram.
Renunciando a esquecer, e a morrer completamente, no canto dos olhos guardei vestígios húmidos do meu bairro da Maianga.
Como um monangamba qualquer, encaixotei vontades e haveres e regressei ao Puto.
Os caixotes não chegaram.
Recordar machuca, mas não é pecado!
O Soba T ´Chingange
CORRESPONDENTES . DO NOSSO EMBAIXADOR DO KACUACU
FINALMENTE FEZ-SE JUSTIÇA!!!!!!
Clarinho como água, em Portugal a justiça ou não é cega ou tem os olhos destapados.
A justiça portuguesa está de parabéns!
Depois de anos e anos a batalhar eis que surgem os primeiros resultados.
* Desde a morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia,
* Ao desaparecimento de Madeleine McCann,
* Ao caso Casa Pia
* Do caso Portucale
* Operação Furacão
* Da compra dos submarinos
* Às escutas ao primeiro-ministro
* Do caso da Universidade Independente
* Ao caso da Universidade Moderna
* Do Futebol Clube do Porto
* O Apito Dourado
* Ao Sport Lisboa Benfica
* Da corrupção dos árbitros
* À corrupção dos autarcas
* De Fátima Felgueiras
* A Isaltino Morais
* Da Braga parques
* Ao grande empresário Bibi
* Das queixas tardias de Catalina Pestana
* Às de João Cravinho
* As operações imobiliárias da Obriverca
* As alterações dos PDM's para beneficiar construtores.
* As acusações feitas por Marinho Pinto bastonário da Ordem dos
Advogados e que o MP prometeu investigar.
* Dos doentes infectados por acidente e negligência com o vírus da sida?
* Do miúdo electrocutado no semáforo
* Do outro afogado num parque aquático?
* Das crianças assassinadas na Madeira
* Do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?
* Do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada
do Instituto de Medicina Legal?
* A miúda desaparecida em Figueira?
* Todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
* As famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela
reconheceu imensa gente 'importante', jogadores de futebol,
milionários, políticos, onde estão?
* Os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran
* Os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal,
onde é que isso pára?
* O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado
por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a
sua filha.
* E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado
doentes por negligência?
* A distribuição aos amigos das casas da Câmara de Lisboa
* Ao caso BPN entre outros......
Pois é... a justiça portuguesa está de Parabéns!
Depois de anos e anos a batalhar eis que surgem os primeiros resultados.
Prenderam um jovem que fez um download de música ...
FANTÁSTICO!... VIVA!!!!
Primeiro português condenado à prisão por pirataria musical na Internet!...
O Indivíduo poderá passar entre 60 a 90 dias atrás das grades por ter feito o download e partilhado música ilegalmente com outros utilizadores!...
Confirmam-se as declarações do Bastonário dos Advogados:
'O Ministério Público é muito forte com os fracos e muito fraco com os fortes', afirmou.
'Existe em Portugal uma criminalidade muito importante, do mais nocivo para o Estado e para a sociedade, e andam por aí alguns impunemente a exibir os benefícios e os lucros dessa criminalidade, sem haver mecanismos para lhes tocar. Alguns até ocupam cargos relevantes no aparelho de Estado português, ostensivamente', afirmou Marinho Pinto, citado pelos jornais portugueses. Segundo afirmou, 'o fenómeno da corrupção é um dos cenários que mais ameaça a saúde do Estado de direito em Portugal'.
QUE MERDA E VERGONHA DE PAÍS, DE POLÍTICOS, DE GOVERNANTES, DE INSTITUIÇÕES, DE PRESIDENTE E TAMBÉM PORQUE NÃO DIZÊ-LO DE POVO, QUE...... ADMITE ISTO!!!!
SÓ NUMA SOMÁLIA, AFEGANISTÃO, SRI LANKA, GUINÉ CONACRI, TANZÂNIA OU OUTROS PAÍSES DE TERCEIRO MUNDO EXISTE IGUAL!!!! SIM IGUAL.... PORQUE PIOR NÃO PODE SER!!!!
VAMOS TODOS DENUNCIAR ISTO E ACABAR COM ESTE ESTADO DE COISAS!!!!!
DO EXMO EMBAIXADOR DO KACUACO , "O BONIBONI DA KATUMBELA"
O Soba t´Chingange, subscreve
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
FESTEJANDO UM ANO DE KIMBO POR ANTECIPAÇÃO . 13 DE MAIO DE 2009
As aventuras não têm tempo, não têm principio nem fim, estão num dia atrás do outro com uma noite de permeio, sempre descobrindo novos pedaços de infinito.
Ás vezes no papel de Soba T´Chingange, quase acredito que eu mesmo, seja um conto contado, só por mim e para mim. Destilando existência, imaginar estórias, misturar convivências com a natureza.
As verdades são sempre multifacetadas, metaforizadas com rigor de paradoxos, às vezes.
Em 2005, transladei-me de férias para Luanda com saudade de comer maboques de Viana e tamarindo do meu antigo quintal na Rua Dr. José Maria Antunes que agora tem outro nome. No país da banga, logo no primeiro dia em mês de Maio, percorri a Marian Nguabi, António Barroso de outros tempos. Fiquei na Rua da Maianga, um quintal com um embondeiro cercado de chapas rosnantes e tambores espalmados de onde saia um ruído agudo. O esmerilador do meu amigo bate-chapas, pelas seis da manhã começava a ganir; era ali que reparavam uma boa parte da frota de carrinhas táxi dos candongueiros luandinos. Ficar num quintal assim, com esculturas de clássicos despidos, esqueléticos poisos de galináceos, patos e gansos terroristas, é um privilégio da maior cotação; até havia um pinguim do Cabo perito na condução dum NSU parecido com uma cafeteira, o volante era seu, quase todo o tempo.
ESTÓRIAS
A casa ainda esburacada da guerra recente, do meu amigo Xico curibota, zelador de mambos, era um quintal de carcaças velhas, DKVês, Chevroletes, Fordes, Dodges, Urais, GMCês, Unimogs e bielas ao destempero, enferrujadas até o tutano do veio, pintadas de merda branca da feliz bicharada.
Recordando "edecéteras" vi-me a percorrer toda a velha Maianga, subir às acácias da rua vinte e oito de Maio para espreitar os filmes do clube Malhoas, vuzumunando os cipaios que não queriam ver macaco em cima das árvores a ver filme de borla. Zorba, estava sempre por perto, cowboiadas era o que mais gostava de ver e, tudo corria bem enquanto o cipaio não abanava a árvore; uma noite caí em cima do cipaio e descomposto, o tipo desbivacado, nem tempo teve de puxar pelo cassetete. E nós,... riamos que nem perdidos do prenda, fazendo pouco do polícia-a-fingir.
Velhos tempos. Tempos do velho Pestana que nos dava borlas de entrar no cinema depois do primeiro intervalo.
Nesse Maio de 2005 andava à procura duma qualquer felicidade, mesmo que fosse de kazucuteiro gerando negócios de escapes, bielas, cambotas, chassis e, coisas de atravessar qualquer chão sem lei regulamentar, refastelar-me no Mussulo entre kotas gordos de ricos e gente gira do mundo cósmico, desfrisadas m´boas e homens-a-fingir, feitas zebras, nem preto, nem branco, simplesmente turista sem côr.
Hoje e para comemorar um ano de Kimbo o Excelentíssimo Visconde do Mussulo, senhor de Cienfuegos, Vanguardista mangonheiro, ofertou-me uma planta de maboque. Foi a mais significativa prenda que recebi nos últimos tempos. Disse-me que a semente foi trazida pelo nosso Embaixador do Kacuacu Boniboni.
Estas pequenas coisas têm muito, por demais valor. Haca,... Catravês, obrigado meus kambas!
Glossário
banga – estilo do kaluanda, calcinha; mulembeira – árvore ou figueira de grande porte, de onde se extrai o visgo;; kota – mais velho, idoso; Mussulo – ilha a sul de Luanda; kazucuteiro – dança, bandalheiro, dado a embustes; curibota – manobrador de altos interesses, bem cotado em mexericos; haca! – exclamação por admiração, espanto em Umbundo (generalizado por toda a Angola); kinaxixe – mercado de Luanda (Património arquitectónico de raiz colonial, destruído recentemente); mambos – muxoxos, problemas, coisas de boatos; kamba - companheiro, camarada; candongueiro - taxista faz-de-conta, carrinha de caixa aberta que dá boleia a troco de gazosa, kumbú, dinheiro vivo; mangonheiro - gente que só gosta de giboiar, preguiçoso mesmo.
O Soba T´Chingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
Alambamento, é a actual união de facto entre homem e mulher que decidem por vontade própria ou seguindo costumes de seu povo, passam a fazer casa e procriar; em Angola há trocas de coisas para dar reconhecimento do acto; o noivo dá dinheiro, panos, ou gado para a família da esposa que passa a reconhece-lo como parte integrante da família.
Alambamento, no Brasil era designado no início do século XVI por escambo e não era mais que a união entre a mulher e homem que passava a pertencer à tribo; quase sempre a fusão de escambo era com várias mulheres. Com o surgimento do homem branco na costa Brasileira entre a tribo Tupi, uma das mulheres passava a ser a reconhecida como esposa conforme os hábitos levados da Europa
Corria o ano de 1532 quando Martim Afonso de Sousa, donatário de várias capitanias no Brasil, teve a feliz sorte de ter como quinhão a costa de São Vicente e, chegando ali naquela data, fundearam. Levados trés dias de reconhecimento ao longo da costa viram chegar até eles um numeroso grupo de índios; os portugueses já se preparavam para dar luta aos selvagens quando um índio se destaca do grupo dizendo chamar-se de João Ramalho, que havia vinte anos que já ali morava e, que dava garantias de paz se houvesse bom trato com os nativos, alguns já seus filhos.
Martim Afonso ao aceitar o trato daquele português nu, fez um grande negócio. João Ramalho veio a ser o Capitão-mor daquele lugar reservado para os portugueses, faixa estreita do litoral. Os índios podiam ter a sua vida normal, pescando ou caçando sem ser molestados pelos Tugas, novos senhores.
João Ramalho, conseguiu unir índias solteiras com os Tugas na forma de escambo que com o correr do tempo acabavam por se tornar meio índios pois adquiriam parte dos seus costumes na labuta diária aprendendo também a banhar-se com mais frequência por força do calor. O banho como regra de higiene não era levado a rigor na Europa e daqui poder entender-se que os melhores perfumes ainda são, os feitos em França, país que na idade média era dos mais desleixados em higiene pessoal. O uso do turibulo gigante na catedral de Santiago de Compostela na região de Galiza em Espanha era para despistar o mau cheiro sentido no meio de caminhantes que para ali peregrinavam.
O genuíno brasileiro nasce daquela fusão de branco e índio, os matutos. Só mais tarde, com a ida de escravos de Angola e de outras partes de áfrica, por necessidade de mão de obra se fazem as uniões entre pretos e índios, a que se veio a chamar de mamelucos.
As índias iam viver para as aldeias com seus novos pares adquirindo outras formas de entendimento e estar em tribo. A língua Tupi, por este acontecido passa a ser a fala dominante no Sul da colónia Brasil no século XVII.
João Ramalho e Caramuru, um outro português que perdeu a sua nau de regresso ao Puto, foram os percursores da Raça Brasileira; homens brancos que aderiram à vida nativa tornando-se lideres entre os demais. Foi a colonização mais humanizada que se conhece na globália.
No processo de relação com os índios de diferentes tribos que se degladiavam, nem tudo foi harmonioso como o comprova a morte do primeiro bispo do Brasil, Pero Afonso Sardinha que em 1556, após um naufrágio ao largo da foz do rio São Francisco, foi devorado com mais uns outros setenta náufragos pelos índios Aimorés. Comer o inimigo ou invasor, não era um acto de anormalidade entre índios. Estas pequenas nuances de práticas passadas, ainda são nos dias de hoje, um forte contributo para justificar diferentes formas de ver o crime, de compreender e diferenciar a maldade ou coisas de atrocidade, conceitos que se vão perpetuar entre povo diverso, leis e juristas.
O Soba T´Chingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
O VOTO PARA QUEM?
Há 35 anos que votamos num Portugal livre mas, para quê e para quem ?
O povo vota naqueles que pensa serem os melhores, estes depois de cimentarem os seus lugares mantêm-se neles dividindo cotas de participação entre seus partidos ou grupos segundo instruções de cúpula, omitem verdades ou entornam mentiras pelo meio desnorteando, misturando, chocalhando a gente comum, as pequenas empresas, o liberal de profissão ou o funcionário.
Li algures num jornal da Beira: “-Nós antes, tínhamos tostões, agora temos ladrões, é nesta gente que vamos votar, continuar a ser cada vez mais do mesmo? Não! È tempo de dar a lição da força do voto; não participar.”
Enquanto uns têm reformas muito grandes, o povo em geral vive em dificuldades, endividado; há discrepâncias gritantes e, não podemos calar nem enganarmo-nos todo o tempo. Um fantasma anda por aí, talvez seja Salazar ou a sombra dele a deslizar, ou ele mesmo feito zumbi, sonambulo. Este estranho fantasma figura de apóstolo fascista, anda por aí de olhos muito abertos examinando cuidadosamente a vida carente das populações rurais ignorados pelos estadistas de nova vaga, vagabundos compinchas da ladroagem, um magote de figurões alvorotando os pobres; quase que espicaçando um apelo patriótico de civismo aos cidadãos: - Não votem em nós!
Esbarro permanentemente diante de criaturas supliciadas e, consequentemente envilecidas, sem tiros nem punhaladas, vítimas arrepiadas no tempo, descuidadamente carregadas de impostos e juros, pulidas na dignidade; gente desnobilitada, tornada arruaça na sopa do dia. Em contrapartida, os grupos económicos e financeiros continuam a ter lucros fabulosos.
A sinceridade que transparece num rosto claro ou num olhar um tanto vesgo, crava-se na gente como cravos, pregos, num gesto amplo de vida triste, torpe.
No silêncio da noite, a degradação levada a eito, sem jeito, sibila segredos envoltos em chumaços de pano sujo na boca.
Nenhuma defesa, um infortúnio sucumbido de músculos relaxados, a vontade suspensa, miserável, aviltante.
As recordações trancadas libertam-se agora sem receios de se ser molestado. Verdadeiras, mesmo que suprimidas com cortesias em forma ridícula de distinção, fundem-nos com desclassificadas gentes, perturbando-nos.
Que importa nos dias de hoje impingirem-nos tecnologia de “ banda larga” se a mente é estreita, que diferença faz entre ficar nas trevas ou usar postiças éticas, parolar na inércia da justiça.
E, o que é que eu faço? Não espero nada,...estou preparado para tudo.
O Soba T´Chingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
LIMITAÇÕES DA VIDA
Em vinte e cinco de Abril, esperimentei o desagrado pensado, espicaçado de cometer indiscrição exibindo-me em público entre pessoas que comigo convivem. Muitos destes amigos, de escola, de profissão e especialmente de profissionais da política, distanciaram-se, apagaram-se.
No embrião do acto generoso, aceitando que as diferênças não são razão para nos afastarmos ou odiarmo-nos, nunca tive a certeza absoluta de estar certo por pertencer a um partido aonde se é forçado a ter aptidão à submissão exagerando por vezes pedaços de verdade nos absurdos mais claros, baixar a cabeça sem se sentir humilhado ou ultrajado, não raro experimentar-se impotente raiva fria, sem saída para subserviência, morder os beiços, repetidamente baixar a testa engolindo afrontações como sapos.
Quero varrer da memória conceitos de sofriveis gentes mal entrevistas, dividendos, coisas do oficial, oficioso, do formal ou informal, dividindo protagonismo ganho, em lucro oprimido; Quero, por isso, acupar-me dos pequenos tédios, pequenas alegrias, livre quanto baste.
E, porquê abandonar este ou aquele partido? Porque, quem está no mando nunca nos revela a nossa estupidez: - Forçam-nos a entender que nos podem tornar estúpidos, fazer coisas inúteis, divagar sem sentido, minudências, ir andando certo e, sem mais nem porquê, torcer caminho, mergulhar os pés num atoleiro; voltas e reviravoltas de ordens de cima e, sempre pensando por nós com ideias já feitas. Pouco a pouco vamos sendo usados, vamos caindo na apatia, relaxamento, involuntáriamente embrutecemos e expondo-nos, suprimimo-nos.
Emergindo lentamente das trevas como mortos dum horrivel momento, também como Cristo ressuscitamos em cada nova pascoa, em cada novo Abril. Liberdade completa ninguém disfruta; oprimidos pelo óbvio, justificamo-nos pela inércia ou preguiça, abandonamos as tarefas orgulhando-nos em anceios de alheias ambições. Nos nossos desejos de labuta diária contando linhas, acalhamo-nos num pau-mandado.
As ambições, os desejos, as emendas nossas num assembleia de partido, num qualquer partido, esmiudaça em empecilhos que ficam na posse dos mais astutos, pessoas ambiciosas que mesmo sem valor se suportam no “sim” de cada um; perfídias embrulhadas em sorrisos de proximidade, apertos de simpatia com mão de gato.
Hoje, vinte e cinco de Abril, não quero falar de asperezas, mas vai ser inútil contorná-las, envolve-las em gaze ou celofane; Não quero ser político nem fazer uso do voto. Existe em cada um de nós momentos destes, o pensamento que foge da folha, que requer como necessário afastar as mizériazinhas que nos envenenam; não quero mais saber de políticos, reduzi-me a um simples espírito neste dia de Abril, um dia mais no calendário e, lavo daqui as minhas mãos, como cordeiro, como Pilátos. Não voto!
Escrevendo por gosto, estive entre vós e, vós não me reconhecesteis; 25 de Abril perene. Sempre livre,
O Soba T´Chingange
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