Segunda-feira, 22 de Junho de 2009
TANAJURA

 

 

Saúva é designação comum às formigas, especialmente as do género Atta, da família dos formicídeos, que conta com cerca de 200 espécies, nativas do Novo Mundo e abundantes na região neotropical. Elas cortam pedaços de folhas e carregam para os ninhos a fim de criar os fungos que constituem o seu alimento exclusivo. No Brasil, são uma das mais importantes pragas agrícolas.

São chamadas ainda, dentre outros nomes, de cabeçuda, caçapó, caiapó, carregadeira, cortadeira, formiga-cabeçuda, formiga-caiapó, formiga-carregadeira, formiga-cortadeira, formiga-da-roça, formiga-de-mandioca, formiga-de-nós, formiga-de-roça, formiga-saúva, lavradeira, manhuara, maniuara, picadeira e roceira.

As folhas e outras partes de plantas (tanto mono como dicotiledôneas) cortadas pelas saúvas são levadas para o formigueiro, para servirem de substrato para cultivar o fungo mutualista, do qual as formigas se alimentam. A nomenclatura deste fungo é controversa, recebendo diversos nomes como Leucoagaricus gongylophorus (este é o mais aceito atualmente), Leucocoprinus gongylophorus, Attamyces bromatificus, Pholota gongylophora (Moeller), dependendo do autor.

A içá ou tanajura, rainha das formigas, revoa em dias claros do começo da estação chuvosa, e, fecundada, inicia novo sauveiro. Traz no aparelho bucal uma bolota de fungo de seu formigueiro natal e a regurgita no novo sauveiro, irrigando-a depois com sua matéria fecal.

Cerca de 99% das içás não chegam a formar sauveiros maduros.

Controle natural

Em vôo, as içás são devoradas por pardais, andorinhas, sabiás e outras aves.

No sauveiro novo, são atacadas por tatus e insetos predadores.

Culinária (Somentes as Rainhas, Içá ou Tanajura)

Diversas espécies eram consumidas pelos índios brasileiro fritadas em salmoura e misturada com farofa. Essa tradição foi passado para os sertanejos e tropeiros, o qual ainda nos dias actuais não deixa a tradição ser exterminada.

Também no nordeste brasileiro, as tanajuras fazem parte de um cardápio exótico, sendo iguaria em mercados públicos como o de São José -Recife - PE.

Aperitivo de formiga: Espécie de formiga tanajura é uma fina iguaria da culinária cabocla, servida torrada e consumida como se fosse amendoim.

Considerada uma praga das lavouras, a formiga chegou a ser excomungada pela Igreja Católica

Quando o padre Anchieta chegou ao Brasil, um hábito curioso dos índios lhe chamou a atenção: em determinada época do ano, os nativos ficavam ansiosos para colher, aos saltos, 'frutos' que vinham do céu. Corriam alegres e enchiam vasos e mais vasos desse alimento que, torrado como amendoim, provocava verdadeiro deleite em toda a tribo e até nos homens brancos que o provavam. Os 'frutos', na verdade, eram formigas de abdómen avantajado, conhecidas por muitos como tanajuras ou içás. Segundo uma lenda indígena, foi uma cobra pequena quem ensinou aos índios consumir esse inseto. Certo dia, eles viram o réptil comendo a saúva, experimentaram e perceberam o quanto era gostoso.

De fato, o gosto da tanajura lembra muito o do camarão. No entanto, não é somente o sabor que faz desse inseto um prato bastante apreciado pelos índios e também pelos caboclos das regiões rurais do Brasil. A 'carne' da içá tem alto valor proteico. Segundo o biólogo Eraldo Medeiros Costa Neto, da Universidade Estadual de Feira de Santana, BA, as formigas da espécie Atta cephalotes, por exemplo, contém aproximadamente 44% de proteínas. Já a carne de frango e a de boi possuem 23% e 20%, respectivamente. Esses insectos são também ricos em sódio, potássio, ferro e cálcio. Além da Atta sexdens e da A. cephalotes, outras formigas bastante consumidas no país são: A. laevigata, A. bisphaerica, A. opacipes e A. capiguara.

Uma iguaria como essa tem seus diversos modos de preparo. Um deles, o mais comum, é torrar a formiga com óleo e sal como se fosse amendoim. Outra forma de preparar esse maná caboclo é separar as pernas, a cabeça, e misturar o abdômen com alho, farinha de mandioca e levar tudo ao fogo até formar uma paçoca. Em Santa Isabel, SP, há quem coloque tanajuras em garrafas com cachaça para deixar a bebida com gosto de mel.

 

 

 

 

Mas não são só o sabor e o valor nutritivo que fazem da içá um petisco importante na cadeia alimentar. Quando o homem colhe esse insecto na época da revoada está contribuindo para a diminuição do número de formigueiros. Mesmo assim, a cada duas mil fêmeas do sauveiro, apenas quatro conseguem montar uma nova sociedade. As demais são predadas por aves, aranhas, tamanduás e até por outras formigas da mesma espécie.

No sudeste do Brasil, a reprodução dessa formiga acontece entre os meses de Outubro e Dezembro, durante a primavera e o início do Verão. Em outras regiões do país, o acasalamento entre içás e bitus pode acontecer até Abril. Durante o voo nupcial, a fêmea recebe espermatozóides de até oito machos e os armazena em uma estrutura chamada espermateca, podendo gerar milhões de descendentes. Quando a tanajura retorna do voo nupcial, ela retira as asas e inicia um novo formigueiro.

Considerada uma praga na lavoura, tornou-se célebre na frase do naturalista francês Saint-Hilaire que disse: 'Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil', e chegou até a ser excomungada pela Igreja Católica. Hoje, no entanto, conseguiu sua redenção no prato de alguns brasileiros.

JAMBA (por Terras de Vera Cruz)

 

 

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:21
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Quarta-feira, 17 de Junho de 2009
A NUDEZ DA VIDA

 FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

 

Escrevo para esquecer, recrio a vida com mentiras a que chamo inventações e, quando muito repetidas tornam-se verdadeiras. É mais fácil seguirmos um rumo de fantasia  ou sonho do que vertermos amarguras sistemáticamente. É um instinto animal preservarmos o nosso espaço, mesmo que seja espargir merda à semelhança  do hipopótamo, marcar a área de usucapião.

Lendo pequenas notícias no jornal Expresso chamou-me à atenção o que foi dito pela atriz norte-americana Megan Fox: -"Nós, atrizes, somos como prostitutas. Pagam para ver-nos beijar alguém, tocar alguém... Na verdade, é um pouco nogento".

E,...o argumentista brasileiro de telenovelas Aguinaldo Silva que diz: -"ser politicamente correcto é ser hipócrita. As coisas têm nome. Não se pode dizer que um anão é um cidadão verticalmente prejudicado. Um anão é um anão",...mesmo que tenha uns teodósios grandes.

 

 

  O PIOLHO DOS TEODÓSIOS

 

Estas duas citações, são o suficiente para definirmos os parãmetros da nossa sociedade; Somos governados por hipócritas, estamos rodeados de prostitutas e, mal de quem cair nas "más graças" de alguém  periclitante.

Dizia uma perversa senhora lá da santa terrinha da Beira de nome Micas: -"nesta terra só existem mulheres sérias (leia-se fieis) enquanto eu quizer".

Micas do Xaile era uma língua de trapo; um desperdício, ensombrando quem  lhe interrompe-se o caminho. Háka!...

Coisas do,

Chato do Xiça



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:32
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Terça-feira, 16 de Junho de 2009
AL-CALÁ A BADAJAM - 2ªPARTE

 

- FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

            6 km, além Marachique 2ª parte


 

Saído dali voei, voei como o peneireiro... e, naquela paisagem de planície agreste, em tempos profundamente marcada pelo homem, embrenhado de visão, vi-os agricultando, pastoreando, pescando, caçando e explorando recursos minerais.

Passando pelas idades do Bronze e Ferro, nos 2º e 3º milénio a. C. encontramos necrópoles com nomes de Nora Velha, Alcaria e Atalaia, fundações de povoados em Fernão Vaz e Porto das Lajes ou monumentos funerários em Pego da Sobreira.

Aladroei estes conhecimentos básicos dum prospecto caído no adro da ermida. Nele diz ser aquele povoado de Castro da Cola uma fortificação medieval Islâmica e Cristã dos séculos X a XIII havendo referências a antigos escritos que mencionam o nome de Marachique como sendo a interpretação correcta de raiz árabe hispânica.

Porque o meu destino era Beringel, rumei para ali mas, pouco a pouco fui-me transformando num braço alado à semelhança do braço doiro do brasão de lá; e de espada na mão cortei o ar num ápice, passando por terras de Messejana, Ervidel e Mombeja e, de novo, feito homem poisei ali.

 

BRAZÃO DE BERINGEL


 

Já em Beringel, como um alfarrobista iluminado, fiquei a saber que foi D. Dinis que deu a primeira carta de Foral a esta terra, tendo passado a vila por segundo foral no ano de 1519 no reinado de D. Manuel I.

Liberto de alforrias, uni Castro da Cola a Beringel por setenta e seis quilómetros; a razão de ser desta ligação é, que neste espaço territorial e no ano de 1580, muitos jovens saídos daqui seguiram o também jovem rei D. Sebastião. Animados de incontida vontade para grandes feitos, rei e súbditos esbarraram com hordas de mouros e,... a refrega da batalha culminou no completo desastre em Alcácer Quibir.

A mira de prodigiosas riquezas em sonhos cristãos,... desvaneceu ao encontrar oposição de magos portadores doutras vontades e, das mil e uma noite desejadas, num indefenido alvorecer por lá ficaram desmembrados; morreram com o rei, numa expedição estúpida de imberbe vontade.

Foi um mar de sangue!

E, foi aqui o começo do declínio destas terras Ibéricas entre o rio Mira e a ribeira de Figueira, afluente do Sado; empapando de vermelho o chão quente do norte de África, a juventude ficou toda lá.

A recordá-la ficou o tal brasão d´armas, um braço doiro com asas, empunhando uma adaga, tendo como fundo um campo vermelho encimado por arabescos.

Algures por estes sítios, creio haver um secreto esconderijo subterrâneo com uma lâmpada mágica. É só procurar um tal de Aladino!

 

Em terras do puto,

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:56
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Segunda-feira, 15 de Junho de 2009
Air Bus A330

 

 

Boas,

ainda sobre o Air Bus da Air France, é de arrepiar,

 

não deixem de ver o site.

 

http://www.jucelinodaluz.com.br/acidente_airfrance.htm

 

tirem as vossas conclusões

 

N´Dalatando

 

 

 

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:23
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OS KINGILAS BRANCOS

 FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

ESPÍRITOS BRANCOS

Angola venceu à toa a via africana para o socialismo. Os antigos colonialistas cntinuam a dominar as organizações internacionais através das Organizações Não Governamentais (ONG´S); basta que se corrompa uns quantos chefões e, com o dinheiro quase tudo se consegue. Da economia centralizada, lojas do povo e cadernetas de consumo, progressivamente passaram à cesta básica das kinguilas até que os negócios do Tira-biquini  e Roque Santeiro começaram a controlar o mercado ensinando aos governantes que o segredo estava na livre iniciativa.

Surgiram os Kazucuteiros da Nomenclatura que de forma descontrolada mandaram as técnicas  pré-históricas do Kremlim para a costa dos esqueletos.

Os angolanos brancos, foram no correr do tempo enegracendo a pele, os nomes, as comidas e, paulatinamente foram-se libertando das dificuldades subjectivas da côr e,...passaram a compartilhar bem estar com os civilizados governantes negros num verdadeiro apego à humanidade animal, a gazosa tão cobiçada por pançudos, estigmatizados de novos ricos.

   A CAPITAL É A MUTAMBA. O RESTO, AINDA É PAISAGEM

 

A população do mato, oprimida durante séculos por brancos, não compreendeu existir gente clara e do Puto disposta a lutar desinteressadamente pela independência.

Foi necessário chegar o fenómeno da gazosa e as kinguilas da Mutamba para se ultrapassarem superstições e assim, compartilhar o zumbi preto com a astucia branca; fizeram crer  e sentir que afinal, os colonialistas, são os que querem que os africanos (leia-se pretos), sejam sempre inferiores sem direitos de gente, na sua própria terra!

Enfim!...mandaram às urtigas o internacionalismo proletário: -A doçura da gazosa mandou mais.

Mas, existe sempre um mas,... para um branco  ser angolano, não basta conhecer a terra, todas as t´chimpacas de todos os matos, todas as anharas, falar Kioko ou andar de bolso lambuzado com gajaja. É necessário além desses predicados sêr-se também arrogante defensor da pátria, uma maior e sublime estátua de ferro.

Como diz Agualuza "os sonhos, também os corroi a ferrugem"

 

 

Da n´haca do,

soba T´Chingange

 

 

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:08
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Sábado, 13 de Junho de 2009
IMBONDEIROS--O único bar dentro de uma árvore...

 

 

 
  Imagine tomar uma caneca de cerveja no único bar no mundo dentro de uma árvore; um enorme baobá. Pois este bar tão curioso existe e está localizado na província de Limpopo no norte de África do Sul e é famoso internacionalmente por ser o maior de sua espécie no mundo. Foi capa inclusive do Wall Street Journal. 
 
 

        A árvore mede 22 metros de altura e seu tronco é tão grande que seriam necessários 40 adultos com os braços estendidos para abraçar seus 48 metros de circunferência. O tronco é oco, mas suas paredes têm até 2 metros de espessura.

        O teste do carbono determinou que a idade da árvore é de aproximadamente seis mil anos de antiguidade.
        -"É bem possível que esta árvore seja anterior às Pirâmides de Gizé no Egito.." Diz Heather van Heerden, o proprietário da fazenda Sunland onde se encontra a árvore. Quando perguntado se alguém esculpiu os ocos na árvore, ele diz:

        -"Absolutamente não, sabemos que os baobás depois dos mil anos de idade começam a criar ocos sozinhos, foi isto que aconteceu aqui, totalmente natural, sem a interferência do homem".

        Mais de sete mil visitantes de todas partes do mundo visitam o grandioso baobá por  ano para tomar alguma bebida no seu bar, que tem 4 metros de altura e assentos para 15 pessoas.

 

  

 

 

   

 

O baobá vive de três a seis mil anos. A sua origem é africana. Com o nome científico de Adansonia (há ± 13 espécies de baobá), o baobá, quando adulto, é considerado a árvore que tem o tronco mais grosso do mundo, chegando em alguns casos, a medir 20 metros de diâmetro. São árvores seculares, que só perdem, em longevidade, das sequoias americanas.
 

 

 

                                                  

 

        Os métodos de avaliação, como o do carbono radio-activo, revelam que uma árvore de 5 metros de diâmetro (a média é de 10 metros) tem 1.010 anos de idade.
 

        Destacam-se pela capacidade de armazenamento de água dentro do tronco, que pode alcançar até 120.000 litros.
 

        Esta árvore é o simbolo do Continente Africano; como tal está na bandeira do Senegal e de Madagáscar.

 

 

N´Dalatando



PUBLICADO POR kimbolagoa às 10:29
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Sexta-feira, 12 de Junho de 2009
DE AL-CALÁ A BADAJAM

FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

6 km além Marachique - 1ª Parte

 

Em tempos de Mouros ir de Al-calá a Badajam a pé ou a cavalo seria uma aventura perigosa não só pela inexistência de bons caminhos mas também pelos predadores lobos e homens salteadores que então existiam.

Não, não estamos em terras longínquas do Curdistão; estes eram os topónimos de então e, que agora têm o nomes de Castro da Cola e Beringel.

Castro da Cola que fica não muito longe e a sul de Ourique, desenvolveu-se na bacia de meandros do rio Mira enquanto que Beringel se situa na extensa planície de Beja, tendo a ribeira de figueira a uni-la ao rio Sado.

Na ânsia de satisfazer desejos como um Aladino que busca uma lâmpada mágica e tal como este, também me revi como filho dum alfaiate de nome Mustafá. Como coisa concertada dispus-me a seguir os escritos que não sendo secretos aludem a feitos de magos, feiticeiros ou bruxos.

 CASTRO DA COLA

Desconseguindo fortuna, coçando-me de incertezas aos sons graves de uma melodia sertaneja, procuro acerto de ideias; alado-me em quenturas e vôo para norte fugindo à agitada borda mar Algarvia.

Metido num pego do leito do rio Mira, mergulhado até ao pescoço, quase chafurdando, observo refrescado lá no alto a fortaleza da Cola e a torre da ermida da Senhora do Castro. Mesmo ao lado já sem uso pode admirar-se um moinho de levada que com as suas duas bocas feitas a pedra xistosa espera recuperação ou morte desmoronada.

Vi ali um potencial sitio para se dar a conhecer pedagogia do que era aquele rio em anos longínquos, vida que se desenvolvia com a moagem dos cereais entre os quais o milho; milho que era britado para matar a fome a muita gente.

No labor de muitos ciclos, famílias sobreviveram anos e anos amanhando a terra que agora se vê estéril, quase só com estevas. Nas reminiscências do tempo, torrentes de água vergaram ali o destino aconchegado das gentes do Neolítico até à idade média.

Daquele casa xistosa mais atrás, saíam noutros tempos cheiros fortes de combinações, mezinhas de carqueja, toucinho defumado, rezas e manigâncias impregnadas a manjerico e poejo; como eu imagino aqueles odores intensos!

E,...da figura grande de barranco quando por torrente virava rio!

(continua...2ª parte)

Em terras do puto,

O Soba T´Chingange


 

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 11:45
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Terça-feira, 9 de Junho de 2009
PARIS

FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

         A LARA E O RIO SENA
 

 

Oportunamente, irei conhecer Paris, muito breve e, se Deus quiser. Este centro do mundo, entretanto virou um sonho: - numa ponte do Sena, parei junto a um recanto aonde um já velho senhor tocava sanfona, músicas da “Bell époque” de França, com arranjos e mistura de coisas crioulas, coisas de morna chorada, um fado. Fiquei simultaneamente surpreso e encantado com aqueles sons e, por ali fui ficando até confirmar ser este senhor de São Nicolau de Cabo Verde. A vida daquele distinto velho estava toda ela ali, exposta naquelas baladas, num recanto aonde cabia toda a sua vida.

Turistas da Globália entrecruzavam sons a combinar com o violoncelo que outro velho negro haitiano, de trancinhas encimadas por um chapéu rocambolesco, parecia gozar conosco, os turistas.

Estes velhos senhores, longe dos seus mares, estavam positivamente gerindo farpas de sobrevivência, dedilhando inibições, faltas e, coisas camufladas de nobre fingimento, porque ninguém quer ser pobre.

Têm no mínimo a felicidade de fugir a impostos, comissões, rendas, pagamentos por conta, previdência, seguros e, um montão de expedientes inúteis que só servem para atrapalhar; múltiplas incertezas, que tiram o sono, a liberdade a qualquer mortal.

RIO SENA

Em chapéus exóticos recolhem moedas de agruras cantadas em ladainha que, nem sempre dão para o mata bicho.

A sonoridade da beira rio, mais para cá e para além das esplanadas tornavam as manhãs em encanto permanente inebriado de perfumes trespassando as sombras, e luzernas de gente espalhada.

Sentado no mais distinto palco do meu sonho, naquela pequena ilha fluvial de Saint-Louis completava-o com um café cheiroso e uma água,

A minha vida é isto mesmo, um regresso e abandono dum desconforme estar; ir e voltar, sentar-me para descansar em Paris.

Ali, tudo é efêmero, uma vida de sonho com perda do sentido da realidade, mistura de ritmos, cheiros e aromas.

E, ali está a Lara, minha neta, desfrutando a primavera da vida em um dia de Junho; promessa feita do outro lado do mar para ver as magias da Disneylândia, a torre Eiffel, o Louvre e este rio Sena, o palco das mornas e todos os fados da vida.
 

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 11:01
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Sábado, 6 de Junho de 2009
AIRBUS A330 AF-447

Leme do Airbus A330 partiu-se em pleno voo

por DN com agências

Tuane Rocha, que perdeu o namorado russo no acidente, chora numa cerimónia em honra das vítimas, no Rio de Janeiro, ontem.

 

Uma das 24 mensagens enviadas a reportar anomalias com o Airbus A330 da Air France indicava que o leme, peça essencial ao seu funcionamento, se partiu em pleno voo. ACTUALIZAÇÃO 15:02
 

 

O jornal brasileiro Folha Online (Folha de São Paulo) noticiou hoje que uma das 24 mensagens automáticas que o sistema do Airbus A330 enviou (ver texto abaixo) reporta a quebra do leme da aeronave, uma "peça aerodinâmica essencial para o voo".

Segundo o jornal brasileiro, que falou com pilotos e mecânicos de aviões Airbus, uma rajada de vento muito violenta pode ter feito o leme partir-se. A Folha fez a tradução técnica da primeira mensagem automática emitida pelo avião, segundo a qual o leme "excedeu o limite que poderia mexer, ou seja, quebrou".

O leme fica na cauda das aeronaves e serve para controlar a sua rota e, segundo a Folha, só pode sofrer inclinações de 25% quando viaja até aos 296km/h. À velocidade a que o Airbus A330 viajava, 840 km/h, a capacidade de inclinação baixa substancialmente.

A Folha acrescenta que "há possibilidade de o estabilizador ter sido arrancado".

Segundo o jornal, há duas explicações possíveis para a quebra do leme: a passagem por uma tempestade muito violenta ou um problema que já existisse na estrutura da peça. No entanto, acrescenta o artigo, "há sempre a hipótese de o computador ter falhado e informado incorrectamente o defeito".

O Gabinete de Inquéritos e Análises francês, que está a investigar o que terá acontecido ao voo AF-447, vai dar hoje uma entrevista sobre os novos resultados do inquérito.

Avião enviou 24 mensagens de erro em quatro minutos
 

O airbus A330 que desapareceu na madrugada de segunda-feira enviou 24 mensagens ACARS (mensagens de anomalias, falhas de sistema ou do painel de instrumentos) entre as 02:10h e as 02:14h (hora de Lisboa), indicou Alain Bouillard, um dos responsáveis pela investigação francesa ao desaparecimento do voo.

A última mensagem que indicava a posição do avião foi transmitida às 02:10h. Uma das mensagens indicava que o piloto automático tinha sido desligado e outras diziam que havia áreas do painel de instrumentos que não funcionavam.

Numa altura em que o exército brasileiro, responsável pelas buscas da aeronave, admitiu já não saber a localização dos destroços, ainda não é possível entender o que aconteceu ao voo AF-447.
 

Segundo as autoridades brasileiras, em declarações à Folha Online, as correntes marítimas já terão feito com que o material avistado desaparecesse. 

Ontem, Ramon Cardoso, do Departamento de Controle do Espaço Aéreo brasileiro, admitiu que nenhum dos destroços recolhidos até então pertencia ao Airbus desaparecido.

Desenvolvimentos de ontem
 

20:30 Num memorando citado pela Associated Press, que a Air France não quis comentar alegando tratar-se de um documento interno, a empresa diz que está a trocar os tubos de Pitot (instrumento usado para medir a velocidade, criado pelo físico francês Henri Pilot), operação que terminará “nas próximas semanas”.

Uma das teorias para a origem do alegado acidente diz que os tubos que alimentavam os sensores de velocidade do Airbus terão ficado cobertos de gelo, fornecendo dados errados ao computador de bordo e levando a que o avião voasse com a velocidade diferente da recomendada para áreas com mau tempo.

17:44 Um avião da Iberia que no domingo partiu do Rio de Janeiro logo atrás do voo AF-447, desaparecido com 228 pessoas a bordo, e que seguia na mesma rota mudou o seu trajecto original e conseguiu escapar à tempestade que terá causado a queda do Airbus da Air France.

 

16:36 A Justiça francesa abriu um inquérito judicial contra desconhecidos por "homicídios involuntários", a propósito do desaparecimento do voo AF-447. Um submarino nuclear francês vai procurar caixas negras.

A França vai enviar um submarino nuclear de ataque para participar nas buscas pelas "caixas negras" do avião da Air France desaparecido há cinco dias sobre o oceano Atlântico, anunciou hoje o ministro francês da Defesa, Hervé Morin.
 

16:30 A Justiça francesa abriu, esta sexta-feira, um inquérito judicial contra desconhecidos por "homicídios involuntários", a propósito do desaparecimento do Airbus A300 que fazia o voo AF-447. O tribunal acrescentou que a Procuradoria de Paris já notificou, via carta, as famílias de cada uma das vítimas sobre este procedimento penal.

15:26 Familiares das vítimas do avião desaparecido no Atlântico da Air France embarcaram hoje para o Recife, em Pernambuco, para acompanhar as buscas realizadas pela Aeronáutica na área onde se pensa que ocorreu o acidente na madrugada da última segunda-feira.
 

15:15 O director do Departamento de Controlo do Espaço Aéreo brasileiro considerou hoje ser "cada vez mais remota" a possibilidade de encontrar algum sobrevivente do avião da Air France que desapareceu no domingo durante o trajecto Rio de Janeiro-Paris.

15:07 O ministro da Defesa de França, Hervé Morin, afirmou hoje que não está ainda afastada a hipótese de um ataque terrorista ter estado na origem do desaparecimento do voo AF 447.

14:12 Air France anuncia que o voo Rio-Paris da companhia vai ser renumerado, a partir de domingo, passando de 447 para 445.AF-447 passará a designar apenas o voo acidentado.

12:12 A Airbus disse hoje que dará toda a assistência técnica ao inquérito sobre o desaparecimento do avião A330, apesar de a informação disponível ser ainda “extremamente limitada”.

11:03 A Airbus enviou uma recomendação a todos os seus clientes sobre os procedimentos a seguir em caso de incoerências nas velocidades medidas, situação em que, apurou o BEA, o voo AF-447 se encontrava.

10:07
O inquérito ao desaparecimento do voo AF-447 mostra uma "incoerência" nas velocidades fornecidas pelo avião, anunciou hoje o Gabinete de Inquéritos e Análises (BEA), a entidade francesa encarregada do inquérito oficial (veja o texto abaixo)

09:42 A revelação de que os destroços encontrados pela Marinha brasileira no Atlântico não são os do A330 Rio-Paris é uma "má notícia", declarou hoje o secretário de Estado dos transportes francês, Dominique Bussereau.

Destroços encontrados não são do voo AF-447

O tenente-brigadeiro Ramon Cardoso, da marinha brasileira, afirmou ontem à Globo que os objectos recolhidos no oceano não fazem parte do Airbus da Air France que desapareceu no voo Rio-Paris e se terá despenhado no Atlântico.

"Nenhum material do avião foi recolhido", afirmou. "O que nós vimos foram materiais pertencentes a uma aeronave que foram deixados por causa da prioridade de busca de corpos, mas até o momento nenhum pedaço da aeronave foi recuperado."

O militar explicou ainda que a mancha de óleo que tinha sido avistada no mar não pertence a um avião, porque é uma quantidade muito pequena. "A maior probabilidade é que se trate de óleo de navio".

Divulgados os primeiros elementos do inquérito

A Airbus enviou hoje uma recomendação a todos os seus clientes sobre os procedimentos a seguir em caso de incoerências nas velocidades medidas, situação em que o voo AF-447 se encontrava, segundo apurou o Gabinete de Inquéritos e Análises (BEA) que está a investigar as circunstâncias em que ocorreu o acidente.

Durante o voo, o A330 transmitiu uma série de mensagens automáticas sobre o estado do aparelho. A aeronave transmitiu cálculos diferentes e incoerentes sobre a velocidade a que seguia, explicou à AFP um porta-voz do BEA.

Entretanto, o inquérito permitiu confirmar a presença, na proximidade da rota prevista, de fenómenos de tempestade violentos, característicos das regiões equatoriais.

França não exclui hipótese de atentado
 

O ministro da Defesa de França, Hervé Morin, afirmou hoje que não está ainda afastada a hipótese de um ataque terrorista ter estado na origem do desaparecimento do voo AF 447, quando no domingo ligava o Rio de Janeiro e Paris, com 228 pessoas a bordo.

“Jamais exclui a hipótese de terrorismo. Não há elementos ou pistas que nos permitam corroborar isso, mas o inquérito em curso jamais excluiu essa possibilidade”, afirmou Hervé Morin aos jornalistas.

O ministro disse que não foi informado de quaisquer ameaças contra esse voo da Air France ou uma eventual reivindicação de um ataque, mas lembrou que, “na maior parte dos casos, quando há ataques terroristas a aviões, não há reivindicações”.

Avião que partiu atrás do voo AF-447 desviou-se da tempestade
 

Um avião da Iberia que no domingo partiu do Rio de Janeiro logo atrás do voo AF-447, desaparecido com 228 pessoas a bordo, e que seguia na mesma rota mudou o seu trajecto original e conseguiu escapar à tempestade que terá causado a queda do Airbus da Air France.

O voo IB6024 ligava o Rio de Janeiro a Madrid, com uma distância de segurança de dez minutos em relação ao avião da Air France, quando o comandante da companhia espanhola decidiu "alterar o programa de voo com desvio de 30 milhas a leste, evitando a turbulência e as fortes descargas eléctricas", revela o relatório da Iberia, citado pela correspondente em Madrid da BBC Brasil.

Segundo a assessoria de imprensa da companhia espanhola, conhecendo antecipadamente as condições meteorológicas, o piloto pediu mais combustível, um decisão considerada normal para este tipo de situações.

Depois de ter alterado a rota, o avião da Iberia não voltou a detectar no seu radar o sinal do voo do AF-447, nem sequer qualquer pedido de socorro. Mas a sua tripulação "acompanhou, pelo sistema de frequência de rádio, as intensas tentativas dos controladores aéreos brasileiros em estabelecerem comunicação com o avião francês".

"As tentativas de comunicação eram repetidas e todos os que estávamos no ar naquele momento notámos que o AF-447 não respondia", afirmou o piloto no relatório, indicando voltou a ouvir os esforços dos controladores aéreos para chegarem ao contacto com o Airbus da Air France quando entrou no espaço aéreo do Senegal, que naquela rota é o primeiro posto de controlo com radar depois do Brasil.

Área de buscas é duas vezes maior que o estado de Perbambuco

Onze aeronaves estão mobilizadas na Base Aérea de Natal e em Fernando Noronha para realizar os trabalhos de busca dos destroços do voo 447. Segundo a Força Aérea brasileira (FAB), outros cinco aviões militares  - três C-130 Hérculos da FAB, um P-3 Orion da Força Aérea americana e um Falcon50 da França – partiram de Natal em direcção à àrea de buscas.

Desde que ocorreu o acidente que as buscas prosseguem dia e noite para encontrar os destroços do avião sinistrado e, em especial, as caixas pretas que poderão elucidar o que de facto aconteceu. Durante a noite, os militares da FAB, cujos aviões têm radares e equipamentos de busca por infravermelhos, identificam as áreas onde há destroços e, na manhã seguinte, dois aviões – um francês e um americano – partem para fazer a visualização dos objectos. Até agora nenhum corpo foi localizado, na área que é duas vezes o tamanho do estado de Pernambuco.
 

 

 

Retirado do jornal DN

 

fiquem bem

 

N´Dalatando

 

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 16:38
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Sexta-feira, 5 de Junho de 2009
VENTOS DE MUDANÇA

 

... MALA DIPLOMÁTICA - embaixador do Kakuáku

O TOTAS E A ESCOLA - GERAÇÃO PHONIX

Texto (verídico) retirado de uma prova livre de Língua Portuguesa, realizada por um aluno do  9º ano,  numa Escola Secundária das Caldas da Rainha (para ler, estarrecer e reflectir...!!!)

REDAXÃO

'O TOTAS E A ESCOLA'


Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb tem Direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q á razões qd um aluno não vai áescola escola. Primeiros a peçoa n se sente motivada pq axa q a escola e a iducação estamuma beca sobre alurizadas. Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é munto Montanhoso? Ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? Ou cuantas estrofes tem um cuadrado? Ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hâ?


 

 caldas da rainha. mundo rotário

 

E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os Lesiades''s, q é u m livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q no  aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah...

Ás veses o totas ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes  até dam gomitos e a Malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem  abitos de leitura e q a Malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu assertar lhe com um sapato.


 

Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o Camóes até á idade média e por aí fora, quésver???
O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço  de otelaria e a Malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e piças de xicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar um gravetame do camandro. Ah poizé. Tarei a inzajerar?


 

Embaixador do Kakuaku

Boniboni da Katumbela



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:34
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Quinta-feira, 4 de Junho de 2009
UMA PERNA DE PAU NA PRAIA

FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

Foi no dia da Mulher,...

Eram grilos, cigarras ou tensão desmedidamente descontrolada, zunindo insistentemente nos ouvidos; será vento será chuva e, … o cão, uivando, a rã coaxando, até que o dia chegou.  Ás seis da manhã as cores são mais azuis e as nuvens mancham o mar de escuras sombras.

As cadeiras, chapéus e mesas iam surgindo ao longo daquela língua de areia que crescia conforme secava a maré na “Beach do Francês”.

Uma senhora gorda, idosa, furava a areia, contorcendo o suporte da sombrinha num vai vem de vice-versa até completar a correcta fundura. A verticalidade mais o vento teimoso, exigia fundura apropriada.

A senhora, tinha uma perna branca e outra preta; isto não podia ser,… fugia das características habituais,... não era tão normal assim. Com curiosidade, fui-me acercando até que pude definir uma prótese, branca e mais fina, desajustada na forma e estrutura; o sapato também desdizia com o resto e, fiquei com muita admiração. Desejei que as suas bóias fossem todas alugadas p´ra suprir carências tão óbvias.

Não havia dúvidas, a senhora não tinha uma perna e sobrevivia alugando inflados pneus de carro, a baleia às riscas e o golfinho azul, aos pivetes que surgiam pela mão de seus pais.


 

A vida não é fácil neste paraíso, esfregam-se ternuras com prótese, para encanto de tantos que nem dão por isso; aquela perna branca e fina era tão parte integrante da senhora que a vi coçar como se um mosquito a tivesse picado; como é possível, tanta familiaridade no apego àquilo que é nosso.

Já sentado no patamar do “Tarrafas bar”, acarinhado na sombra dum coqueiro de folhas, podia ouvir a cantoria dum sabiá misturada numa insistente sinfonia de um bem-te-vi; estes e o mar conjugavam-se numa melodia com ondas sonoras chocando o recife e, logo depois, beijando a areia em suave batimento.

Era a música da vida, um arrastar de cadeiras, um estalar de dedos tamborilados, um encher de bóia a sopro arrepiado; era um novo dia que começava para a Malu, o seu acarajé quentinho e, uma leva de gente a embarcar no Massunim I, barco de recreio e passeio. O ladrar do cão não condizia com o lugar mas este, lambuzava-se na água, de rabo a dar a dar, gania para o dono e, peneirando o corpo, salpicava o ar com vaidade de cão finório.

 PRAIA DO FRANCÊS

Chapéus, mesas e cadeiras de todas as cores surgem preenchendo o branco da areia, tornando a vista multicolor com salpicos de tralhas e tarecos, caixas de isopor do coco frio, e caixas rolantes com ananases balouçando, outras com música de forró e o sempre presente” picolé caseiro caicó”. Um coco flutuava na borda de água e, no descer e subir dava piruetas de natural mestria, mais à frente um pescador atento às aguas lançava a rede que, depois de fazer círculo e penetrar na água, quase sempre trazia uns peixes agulhinhas.

As sete mulheres deitadas ou sentadas iam-se rebolando para o bronze ideal, lambuzando-se com movimentos provocatórios ou talvez não, mas parecia sê-lo, naquele sol das dez horas; uma delas já dentro de água adorava o sol de mãos espalmadas para o céu; impregnada de Iemanjá fazia reluzir o brilho das mortiças ondas.


 

O capitão tanguinha do, “mar e céu”, descrevia feito um raizeiro, perito quimbanda, as virtudes do chá doutorzinho e uma catrefa de técnicas de embelezamento com unguentos da tradição índia; falava dos seus inventos voadores, pois um dia, lá no sítio, observou uma folha de amendoeira (figueira da Índia) caindo fazendo rocambolescos desenhos o que, o levou a inventar um pássaro que movia as asas e subia, subia como só ele sabia fazer. Vendeu a patente a um português que surgiu na praia que após uns entretantos e, alguns reais, levou o seu “isopor” voador para Lisboa.

Nesta praia funcionam as regras de “entre amigos” alugando os barcos em rodízio. Parados no curto horizonte estão os barcos Corais bar, o Maiara e o Massunim II.

Como é bom curtir a vida de três peixinhos, no dia a dia. As sete mulheres entrelaçadas em suspiros e ai-ais foram ao “Restaurante Pato” da Massagueira festejar o seu dia.

Uma nuvem prometendo chuva alçou-se comigo no instante de abalar.

Coisas do brasil, pelo soba T´Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 13:24
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Quarta-feira, 3 de Junho de 2009
BRASIL E O CANGAÇO - XIII
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

7 .4 – O ATAQUE A MOSSORÓ ... continuação

 

O mesmo emissário da mensagem levou a resposta para o bando dizendo ser uma importância muito elevada e que havia dois mil homens armados esperando os cangaceiros.

Lampião estava receoso porque Mossoró era terra com muita gente, tinha mais do que uma torre de igreja e isso era mau sinal, no entanto mandou um segundo emissário com novo bilhete para o prefeito por ele escrito, que dizia:


 

Cel. Rodolfo

Estando Eu até aqui pretendo dr., já foi um aviso, ahi p. O Sinhorio, si por acauso rezolver, mi, a mandar será a importança que aqui nós pede, Eu envito di entrada ahi porem não vindo esta importança Eu entrarei, ate ahi penço qui adeus querer Eu entro, e vai aver muito estrago por isso si vir o dr. Eu não entro, ahi mas nos resposte logo.

Cap. Lampião”


Ao portador disse que o prazo era até às 14 horas,... depois entrarei na cidade e aí não vai ter medida.

Chegada a hora o cangaceiro Mormaço tocou o clarim com toque de ataque e marcharam em galope para Mossoró. Seria uma vergonha voltar para trás de rabo entre as pernas e, embora assustado com o tamanho da cidade fizeram a investida de corpo fechado ás balas.

Esta ousada aventura de Lampião teve início às 4 horas da tarde e terminou uma hora depois.

Jararáca foi sumariamente morto no lugar de cemitério e, Colchete, na investida, levou um tiro certeiro na cabeça.

Lampião foi vitima de traição pelo mesmo mentor do assalto a Mossoró; o major Isaías Arruda entrou em contacto com o presidente do Estado José Moreira da Rocha prometendo entregar Virgulino vivo ou morto.   LAMPIÃO, O REI DO CANGAÇO

 

Após o ataque frustado a Mossoró, Lampião passou a ser mais perseguido que nunca em seu estado. Entretanto o corajoso Sabino, ferido de morte, rogou o tiro final a Lampião tendo sido morto por caridade por um companheiro voluntário depois de se lhe tapar a cabeça com um pano preto; previamente rezaram a sua morte.

Depois de algumas fugas milagrosas os sub-grupos do bando foram paulatinamente para suas próprias regiões; uns foram mortos, outros abandonaram o cangaço fugindo para outros sítios e, outros houve que se entregaram às autoridades.

O grupo acabou por ficar reduzido a ele, e mais cinco companheiros; com estes poucos homens atravessou o rio São Francisco e entrou no Estado da Bahia com os companheiros Vergilio, seu cunhado conhecido por Moderno, Ezequiel, seu irmão com o apelido de ponto fino, Luiz Pedro, compadre e homem de inteira confiança, Mariano que salvara o grupo todo do envenenamento na fazenda Ipoeira e por ultimo Mergulhão, sertanejo Pernambucano. Esta travessia foi feita entre as fazendas Surubabel e Penedo, perto de Rodela em Bahia.


Em 1930 num sítio de nome Almesca, a três léguas de Geremoabo foi palco de um dramático episódio nesta história do cangaço em terras baianas; Manuel Salina, constantemente dava com a língua nos dentes denunciando aos volantes de Geremoabo o local de coito do bando de Lampião. Sabendo disto Lampião avisou-o de que se continuasse com tal procedimento, iria sofrer forte represália; Manuel Salina segundo o linguajar de testemunhas, tinha brasas na língua e precisava falar para ventilar a boca; estes constantes alívios de boca larga num dia de folgada churrascada e fubá lá no seu sítio com amigos, teve a visita relâmpago do bando de Lampião. O resultado foi a morte imediata das visitas e de seguida amarraram Salinas a um de seus filhos a quem deram um tiro na nuca.

O morto filho fez cair o seu pai vivo. No meio de algazarra dantesca, os brutos repetiram a sequência macabra ao 2º e 3º filhos. A seguir vazaram-lhe um olho, arrancaram as unhas, partiram-lhe todos os dentes e cortaram os órgãos genitais; montaram o morto vivo Salinas num cavalo, levaram-no até à fazenda Bandeira aonde residia outro de seus filhos. Este foi obrigado a bater à porta; seu filho acudiu ao chamado deparando com a figura sangrenta, monstruosa de seu pai. Acto contínuo, pai e o 4º filho de nome Ulisses, sumariamente, foram abatidos a tiro.

Ulisses, não teve oportunidade de mostrar a bravura de seu nobre nome. Foi um dos episódios mais cruéis na história despiedada do cangaceiro Virgulino; por este facto, o nome de Lampião fazia tremer o mais ousado combatente do sertão.

( Continua....XIV )

O Soba T´Chingange

 


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PUBLICADO POR kimbolagoa às 16:51
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Terça-feira, 2 de Junho de 2009
O NAMIBE

  FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

A Papoila também é uma flor ...

O Cabo Repsina

 

Tinha a pele curtida do lona; a travessia do Namibe a partir de Mossâmedes endureceu-lhe a vontade de chegar ao destino mas, teve que atravessar o Cubal e retemperar forças na rocha grande N'dele, N'dele.

Naquela rocha grande ouviu o sino de bronze ecoar na lonjura percutindo-a com pequenos calhaus; Nem um sino cortaria tão bem o silêncio das anharas, o doce toque das avé-marias distantes duma qualquer igreja do Puto na distante Tavira, sua terra natal.


O cabo Repsina no meio deste bonito desespero tão mítico e absorvente solicitava-se em recordações apaixonadas do distante Algarve e dos companheiros.

De T'chimpaca em T'chimpaca venceu o planalto rico de muita chuva e gente boa, dada a feitiçarias, austeros Kimbandas, nobres séculos, sobas e sobetas. Dizia de si para consigo do porquê daqueles tão lindos sítios estarem assim tão abandonados pelos poderes constituídos do Puto.

Nos próximos dias galgariam a Chela montando bivaque num morro despido de mato. Os dias sucederam-se e, por ali ficou responsabilizando-se de garantir soberania ao Kimbo e dar segurança às gentes, degredados e viúvas destes.

http://www.biolib.cz/en/taxonimage/id18227/WELWITSHIA   MIRABILIS

Misturado com o gentio, assistiu à festa Kuiambela, cerimónia do culto dos antepassados, as romagens ao cemitério com místicas de espantar. E, consumiram muita carne, muito vinho, zurrapa à mistura com malavo vindo dos palmares das mulolas.

O cabo Repsina não era racista, especialmente na escolha de cafecos e, naqueles dias enfeitiçou-se de efémeros amores pela filha do soba T'chilingula, negra de peitos arrebitados; tanto assim e, ao ponto de lhe arranharem as apetências.

Depois das cerimónias, muito cheio de bolunga de massambala, de cabeça quente afoitou-se a dormir no Kimbo com a prendada menina de pele negra, luzidia e deslizante que só ele pode apreciar e, vai daí o compromisso surgiu mesmo sem alambamento premeditado.


Amilongado de tanto frenesim viu-se envolvido num compromisso de séria administração e, perdido por cem, perdido por mil, deixou-se escorregar nessa inebriante vida de mato, mais ou menos rodeado de atenções sem esperar perder-se entre os mil.

Um dia menos bom, caiu de cama com febres esquisitas, as cólicas eram por demais e eis que a sua rainha Mukuakthoa surgiu na libata aflita para acudir; numa das sua saídas em soberania por terras do T'Chiteculo  o Mwana-Puto Repsina bebeu água duma cacimba que desconfia terem salmonelas de estirpes desconhecidas.

O soba T'chilingula teve de recorrer ao seu médico Kimbanda a fim de curar o seu recente nobre genro de Mwana-Pwó.

Na esteira da embala o Cabo Repsina ardia de febre. Por instâncias aflitivas o feiticeiro Kimbanda traçou na diagonal ordens aos ventos, untou a testa deste com muitas e desconhecidas verduras pisadas em sangue, urina, pó e bosta de boi e pediu que lhe trouxessem os cornos do melhor boi da manada do sogro.

Repsina, de cornos colados na testa, parecia um Muata.


Assim ficou dois dias e duas noites. Lá fora as rezas e murmúrios ondulavam no escuro do cacimbo. Por fim o cabo Repsina saiu daquele torpor suado de ansiedade e,...não é que se salvou!

Nem soube bem ao certo como foi mas, a ruindade passou de vez até aos seus dias finados. As marcas dos cornos ficaram bem vincadas na testa.

 

Quantos ignorados Roçadas como este Repsina não passaram por aquelas terras do fim do mundo confrontados com gentes que eram pessoas de hábitos estranhos, perdido de amores por uma mulher de elegante beleza.

Aqueles pastores, não tinham barracas nem camas de campanha. Dormiam no capim, tendo como resguardo um tecto de constelações, estrelas, e uma lua de opala que, só ali existe.

Mukuakthoa era urna mulher Vacumbi.

Por aquelas terras do sul havia então, início do século XX vestígios de guerras, ponto avançado da penetração portuguesa aonde ficariam centenas de vidas, só para provar as qualidades de valentia dum povo, tentando sobreviver.

Esta pequena estória é um memorial aos muitos soldados pais dos nossos pais que nos velhos e lentos vapores atravessavam um mar de quimeras para desbravarem África. O Cabo Repsina era um deles.

Da lavra do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:56
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Segunda-feira, 1 de Junho de 2009
BRASIL E O CANGAÇO - XII

   FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

 Após quase um ano de interrupção, damos agora continuação ao trabalho de Brasil e o Cangaço com o “post nº XII”

 

A entrada de mulheres no cangaço no grupo de Lampião, foi o início da decadência guerreira destes porque, no decorrer do tempo, este foi sendo cada vez mais sedentário com um óbvio amolecimento da actividade. A partir do momento que Maria Bonita começa a ser parte da vida de Virgulino, este, o guerreiro vingador, baixa a guarda de chefe duro, levando a que um dos seus homens de confiança, conhecido pelo “Balão” afirmasse:

 

- Homem de batalha, não pode andar com mulher; se ela tem uma relação, perde a oração e, seu corpo fica como uma melancia, “qualquer bala o atravessa”.

 

Balão, que se chamava Guilherme Alves, entrou já no fim da saga de Lampião, no ano de 1929 e desertou logo após a morte de Virgulino da Silva em 1938.

O último cangaceiro de nome Floro Gomes Novais (1931- 1971) nasceu em Olivença, no estado de Alagoas; fez-se bandido no ano de 1951 para vingar a morte de seu pai. Em 1971, teve morte numa emboscada em Pernambuco terminando com ele a saga dos cangaceiros. Os conhecidos Manuel Prata, José Prata, Faísca e seu lugar-tenente Valderedo Ferreira, trinta e três anos antes, tinham morrido nas grutas de Angico, entre Xingó e Piranhas; o fogo cruzado de armas automáticas, no lusco-fusco matinal e, a mando do capitão João Bezerra puseram o ponto final ao “general vesgo”.

 Lampião e Maria bonita no sertão

 

7.3 - UM SUCESSO

 


 

António Ferreira o irmão mais velho de Virgulino morreu ingloriamente num “sucesso”, uma coisa a que se chamava de acidente, algo que acontece sem desejo ou premeditação de ninguém. Este sucesso aconteceu na fazenda do coronel Ângelo da Gia quando descansavam, jogando cartas; Luiz Pedro que estava sentado na rede levantou-se apoiado no cano do fuzil. Ao levantar-se a arma bateu no chão, destravada, disparou a bala que estava na “agulha” (câmara) apanhando António na trajectória.

Sucesso é isso mesmo, não foi perversidade, não há culpado. Lampião assim entendeu e não retaliou mas, a partir deste acidente não mais permitiu que os cabras transportassem bala na agulha. Deixou crescer o cabelo sem mais os ter cortado; todo o bando assim procedeu em solidariedade com o chefe.


 

7 .4 - O ATAQUE A MOSSORÓ


Mossoró fica no Rio Grande do Norte, zona pouco conhecida do bando de Lampião pois que não havia no grupo cabras daquela região.

O major Isaías Arruda, proprietário da fazenda Ipoeiras foi quem mais entusiasmou Lampião que, com muita relutância acabou por ceder a tal. O major Isaías foi o mentor e o encarregado de fornecer as munições necessárias para tal empresa.

O major Isaías fez diligências para incluir Massilom Leite, chefe de um outro grupo de cangaceiros por ser grande conhecedor do Estado do Rio Grande do Norte. Lampião com algumas reticências aderiu à inclusão de Massilom e ao projecto.

A 12 de Julho de 1927 pelas 23 horas os sinos e apitos das igrejas e fábricas de Mossoró alertaram os moradores para o ataque eminente do bando de Virgulino.

Naquela noite, centenas de homens enchendo-se de coragem buscaram suas armas, fuzis, revólveres, espingardas de pederneira, arcabuzes de carregar pela boca e tomaram posições; alguns fugiram de trem, outros em barco ou carros com seus respectivos familiares para lugares mais seguros mas, nessa noite nada aconteceu. Já era madrugada, os resistentes voluntários estavam sonolentos e duvidosos quando, chega um pedido de resgate; em troca 400 contos de reis o assalto não se faria.

( Continua....XIII )

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:05
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Temos um Hino, uma Bandeira, uma moeda, temos constituição, temos nobres e plebeus, um soba, um cipaio-mor, um kimbanda e um comendador. Somos uma Instituição independente. As nossas fronteiras são a Globália. Procuramos alcançar as terras do nunca um conjunto de pessoas pertencentes a um reino de fantasia procurando corrrigir realidades do mundo que os rodeia. Neste reino de Manikongo há uma torre. È nesta torre do Zombo que arquivamos os sonhos e aspirações. Neste reino todos são distintos e distinguidos. Todos dão vivas á vida como verdadeiros escuteiros pois, todos se escutam. Se N´Zambi quiser vamos viver 333 anos. O Soba T'chingange
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