Sábado, 30 de Junho de 2012
A CHUVA E O BOM TEMPO . XII

     “O LUSO-KAMUNDONGO”

:Foto: PORTUGAL!!!! Beto Kalulu - O Kamundongo

Acreditei que nestes dias não havia razão para os santos populares se desculparem com a falta de sorte de Portugal na disputa pelo melhor da Europa; falharam em toda a linha por não darem aquela ajuda divina a uma gente tão crente em suas santidades. Pessoalmente falei com Santo António; ele sempre me dá uma dica para desempecilhar o meu fio de pesca, a procura da agulha e mais um sem número de coisas; definitivamente os nossos queridos Santos não têm apetência pelo futebol e mandaram às urtigas todas as nossas preces; claro que estou desapontado. E o meu ilustre amigo, ainda do tempo em que as escolas nos ensinavam um ofício, o tocador de marimba e todos os tambores da tribo, Kalulu, numa demonstração de arte, carinho e exotismo, encarapinha sua vontade em forma de bola e com a bandeira das quinas com todas as suas cores.

 Bolas! Pópilas! … Portugal, merecia passar à final! Desconseguiu. Neste tempo de crise, de permanente inconformismo, temos de conciliar pontos de satisfação com positividade. Dava jeito que tivéssemos um contentamento; sem confiança e esperança o  vizinho do bairro não vive, muito menos luta, por não ter aquele estímulo e, caramba, a falta de um golo faz toda a diferença; as noites deixam de ser farfalhudas e a calidez do ânimo esvai-se nas muitas tretas que se escutam e lêem nos pasquins, jornais e telejornais que permanentemente batem sempre na mesma tecla. Estamos tramados, lixados, cilindrados e Santo António duvidosamente nosso, largou-nos da mão, bateu sua relíquia de queixada para Pádua beneficiando os italianos que acabaram por ganhar à Alemanha. É muita coincidência.

 A ciência leva-nos a pensar que o Universo nos é inteiramente racional ou matemático mas, nas coisas do futebol, com aquela coisa redonda tudo pode acontecer. Atento ás passadas retrógradas de Cristiano fazemos figas, damos as mãos uns aos outros fazendo uma corrente mas, cinco passos cadenciados, pernas abertas, olhar de raio laser e zás-trás, chute e xissa! … A bola não fez aquela mágica curva. A queixada do Santo tritura-nos a ira com jeito de surda raiva. António, o Santo, nada fez. Este Junho as festas juninas, já foram. Não vou fazer a habitual fogueira, nem saltarei de costas, nem mais irei confiar na sorte sortuda. Amigão Beto da Vila Alice, kaluanda da velha Luua, bebe uma bolunga comigo, ergue a taça que vamos ter pela frente outras mais oportunidades. Prepara a catana p´ra pintares nesse emaranhado de cabeleira piaçaba. A tua figura ficará sempre na imagem terna dos Tugas mas, tu ficarás sempre tocando teu reco-reco na Praia do Carvoeiro, nosso adoptivo sítio. Por mim vou dizer ao meu santo preferida que dê uma volta ao bilhar grande. P´ra próxima em tua farta cabeleira e bem no centro, em substituição das cinco quinas desenha um “palhinhas” – garrafão,  p´ra dar mais sorte.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:14
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Sexta-feira, 29 de Junho de 2012
CAFUFUTILA . XX

OS PARADIGMAS DA VIDA . 2

Em 2008 escrevi sobre os paradigmas da vida e explicitei em forma de exemplo como sucede em sociedade o apego a essa habituação provocando uma desvirtuação da personalidade individual; em regra somos levados a fazer isto ou aquilo porque é norma fazer-se assim ou de outro qualquer modo e nem sempre conseguimos discernir o sentido lógico de uma qualquer prática. Alguém que quebre a forma de conduta habitual no seio da sociedade é visto como um excêntrico, ficando logo estigmatizado a preceitos instituídos dentro desses tais paradigmas. Relembro aqui o que então referia sobre este tema:

Foto: 12.08.11 - 14ºDia de Férias T´Chingange, o Soba

- Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jacto de água fria nos que estavam no chão. Depois de algum tempo, de cada vez que um macaco tentava subir a escada, os outros quatro agrediam-no. Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação provocada pelas bananas. Então os cientistas substituiram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rápidamente retirado à força pelos outros. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada. Um segundo foi substituido, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, no massacre do novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se a história. Um quarto e, finalmente, o ultimo dos veteranos, foram igualmente substituidos, e de igual modo se desenrolou a situação. Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a agredir aquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possivel perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:  - Não sei, por aqui as coisas sempre foram assim...”

 PARADIGMA -  (do grego parádeigma) é a representação de um padrão a ser seguido. É um pressuposto filosófico, matriz, ou seja, uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de um campo científico;  uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisas.

O paradigma da justiça flutua quase sempre ao sabor dos interesses e, por isso talvez nunca seja justa no calor das contendas e omissões premeditadas. Fala-se, lê-se e comenta-se sobre a promiscuidade entre políticos de órgãos públicos, empresas de condómino alargado e público privadas; de bolores sociais tornados doenças; da mentira institucionalizada; das paralelas condutas “dedicadas” a tendenciosos paradigmas. E, o que sucede entre macacos, é dado verificar entre juízes. Há em cada um de nós lesões invisíveis, receios acumulados e espólios mal amanhados que esperam a propósito, prescrever no tempo ilibando assim o desmazelo ou vergonhosa incúria, ineficácia, incompetência ou descuido, simplesmente. Albert Einstein dizia que “É MAIS FÁCIL DESINTEGRAR UM ÁTOMO DO QUE UM PRECONCEITO”. Por comodidade eu usarei a mesma frase substituindo o preconceito pelo paradigma.

Cafufutila: -farinha de mandioca torrada misturada com açúcar; falando de boca cheia lançam-se falripos dessa farinha, fuba ou bombô que perturba o interlocutor; perdigotos ou gafanhotos.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:46
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Quinta-feira, 28 de Junho de 2012
CAZUMBI . IX

{#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

       “Mukanda do Paraguai” - Urgente
Por

 Pedro Vieira Abramovay - avaaz@avaaz.org

Queridos amigos e amigas da Globália,

O Presidente do Paraguai foi afastado do governo em um julgamento relâmpago sem direito à defesa em um verdadeiro golpe de Estado. A América Latina, o mundo, não pode aceitar o retorno dos atentados contra a democracia em nossa região. Vamos pedir aos  líderes do Mercosul e da Unasul que utilizem seu poder para exigir a volta da democracia no Paraguai! Assine essa petição urgente agora: Desde a última sexta-feira, o mundo está escandalizado com a destituição ilegal do Presidente do Paraguai. Muito sangue já foi derramado em toda a região para garantir a democracia e agora não podemos ficar de braços cruzados, assistindo a imposição de outro golpe de Estado na América Latina. Em menos de dois dias, Fernando Lugo (eleito popularmente em 2008), foi acusado e condenado em um julgamento político sumário pelo Congresso Paraguaio, sem direito à defesa. Nenhum criminoso na América Latina foi condenado de forma tão rápida, mesmo pelos crimes mais atrozes. Os países vizinhos já condenaram este golpe de estado parlamentar. Mas se levantarmos nossas vozes pelo Paraguai, podemos travar esse ataque à democracia e evitar o efeito dominó na região.

 Fernando Lugo

Os líderes do Mercosul e da Unasul reúnem-se esta sexta-feira na Argentina. Vamos construir uma petição enorme exigindo que cumpram sua cláusula democrática, suspendendo o Paraguai até que se restabeleça a ordem democrática. Assine agora a petição e compartilhe urgentemente. Entregaremos esta mensagem directamente na reunião do Mercosul e da Unasul: O Congresso acusou o presidente Lugo de não cumprir suas obrigações e de estar por trás do assassinato de 11 camponeses no território privado de um grande latifundiário da oposição. Mas até o momento não foi feita qualquer investigação judicial profunda para esclarecer esses fatos, enquanto líderes camponeses no Paraguai estão organizando campanhas por todo o país para defender Lugo. Pode haver divergências sobre Lugo e seu projecto político, mas o que está em jogo aqui é a democracia. Não podemos deixar que um presidente eleito por seus concidadãos seja derrubado por forças obscuras.

 A forma repentina como se deu a destituição do Presidente levanta suspeitas sobre uma conspiração dos conservadores, que representam os latifundiários de um dos países mais desiguais da América Latina. “Considerando que se trata de um processo para a remoção de um Chefe de Estado, é altamente questionável que este aconteça, respeitando o devido processo para a realização de um julgamento imparcial, em apenas 24h” afirmou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).  Chega! Vamos unir nossas vozes para pedir aos líderes do Mercosul e da Unasul que condenem o novo governo Paraguaio e exijam a instituição um governo democrático e legal. Faltam dois dias para a reunião do Mercosul em Mendoza! Assine esta petição e compartilhe com todos os seus amigos:

http://www.avaaz.org/po/paraguay_no_al_golpe_a/?bxeoJcb&v=15554

Cada novo governo latino-americano que se ergue por meio da força e contra a ordem democrática, deixa um legado de violência, abuso e injustiça que não temos porque suportar. Nossas democracias não aguentam mais golpes ou atentados, por isso devemos nos unir mais uma vez para exigir respeito ao poder popular no Paraguai. Com esperança e determinação: Pedro, Laura, Alice, Ben, Ricken, Antonia e todo a equipe da Avaaz

Subscrito por

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 03:23
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KANIMAMBO . XIII

“ O CRACHÁ  DO FISCAL DA ASAE” . Ai-iu-é . Ai-iu-é

Por
  Elvira Maria Monteiro Gaspar Professora / Investigadora da Universidade Nova de Lisboa

Fim do dia...desanuviando depois de ter lido tanta porcaria....

 "Um agente da ASAE vai a uma propriedade e diz ao dono, um velho agricultor: - "Preciso inspeccionar a sua propriedade. Há um denúncia de plantação ilegal."
O agricultor diz: -"Ok, inspeccione o que quiser, mas não vá àquele campo ali." E aponta para uma determinada área.
... O agente da ASAE diz indignado: - "O senhor sabe que tenho o poder da autoridade comigo?" E tira do bolso um crachá mostrando ao agricultor: - "Este crachá dá-me a autoridade de ir onde quero.... e entrar em qualquer propriedade. Não preciso pedir ou responder a nenhuma pergunta. Está claro? Fiz-me entender?"
O agricultor, muito educado, pede desculpa e volta para o que estava a fazer. Poucos minutos depois, ouve uma gritaria e vê o agente de autoridade a correr para salvar a sua própria vida, perseguido pelo Asdrúbal, o maior touro da quinta ...

 O agricultor, muito educado, pede desculpa e volta para o que estava a fazer. Poucos minutos depois, ouve uma gritaria e vê o agente de autoridade a correr para salvar a sua própria vida, perseguido pelo Asdrúbal, o maior touro da quinta ... A cada passo o touro vai chegando mais perto do agente, que parece que será apanhado antes de conseguir alcançar um lugar seguro. O agente está apavorado. O agricultor larga as ferramentas, corre para a cerca e grita com todas as forças dos seus pulmões: - "O Crachá, mostre-lhe o CRACHÁ!!!"

Kanimambo: Obrigado (Moçambique)
O Soba T´Chingange


PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:45
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Quarta-feira, 27 de Junho de 2012
MUSSENDO DO BRASIL . XI

 

“RORAIMA . Um Brasil desconhecido” . 1ª de 2 Partes

Por

 Celso Luiz Borges de Oliveira . Doutorado em Água e Solo FEAGRI/UNICAMP

Aqui tem pipoca!

Segue abaixo o relato de uma pessoa que passou recentemente em um concurso público federal e foi trabalhar em Roraima. Trata- se de um Brasil que a gente não conhece… As duas semanas em Manaus foram interessantes para conhecer um Brasil um pouco diferente, mas chegando em Boa Vista (RR) não pude resistir a fazer um relato das coisas que tenho visto e escutado por aqui. Conversei com algumas pessoas nesses três dias, desde engenheiros até pessoas com um mínimo de instrução. Para começar, o mais difícil de encontrar por aqui é roraimense. P´ra falar a verdade, acho que a proporção de um roraimense para cada 10 pessoas é bem razoável, tem gaúcho, carioca, cearense, amazonense, piauiense, maranhense e por aí vai. Portanto, falta aqui uma identidade com a terra. Aqui não existem muitos meios de sobrevivência, ou a pessoa é funcionária pública, e aqui quase todo é, ou trabalha no comércio local ou recebe ajuda de programas do governo. É em Boa Vista que se concentram todos os órgãos federais e estaduais de Roraima, além da prefeitura é claro.

 Catedral Boa Vista . Roraima

Não existe indústria de qualquer tipo. Pouco mais de 70% do território roraimense é demarcado como reserva indígena, portanto, restam apenas 30%, descontando-se os rios e as terras improdutivas que são muitas, ou a localização das próprias cidades. Na única rodovia que existe ligando Boa Vista a Manaus, em cerca de 800 km, existe um trecho de aproximadamente 200 km que é reserva indígena - Waimiri Atroari - por onde você só pode passar entre  as 6:00 da manhã e as 6:00 da tarde; nas outras 12 horas a rodovia é fechada pelos índios (com autorização da FUNAI e dos americanos) para que os mesmos não sejam incomodados. Detalhe: Você não passa se for brasileiro; o acesso é livre aos americanos, europeus e japoneses. Desse território indígena, direi que em 90% dele, ninguém entra sem uma autorização da FUNAI; uma excrecência de  burocracia fúrunculosa.

::Outro detalhe: - americanos entram à hora que quiserem! Se você não tem uma autorização da FUNAI mas tem dos americanos então você pode entrar. A maioria dos índios fala a língua nativa além do inglês ou francês, mas a maioria não sabe falar português. Dizem que é comum na entrada de algumas reservas encontrar-se hasteada a bandeiras americana ou inglesa. É comum encontrar-se por aqui americano tipo “nerd” com cara de quem não quer nada, que veio só caçar borboletas e joaninhas e catalogá-las mas, no final das indagações, pasme… Se você quiser montar uma empresa para exportar plantas e frutas típicas como cupuaçu, açaí, camu-camu etc., medicinais ou componentes naturais para fabricação de remédios, pode preparar-se para pagar 'royalties' para empresas japonesas e americanas que já patentearam a maioria dos produtos típicos da Amazônia...

(Continua…)

Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mukanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola).
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:39
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Terça-feira, 26 de Junho de 2012
PIAÇABUÇU . VI

{#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

“DOS JESUITAS AOS TUBARÕES . 4

Por

 Roeland Emiel Steylaerts

Entretanto, meu pai que morava na casa nocturna, pegou o americano tentando “dar em cima de minha mãe”, pegou a carabina winchester dele, calibre 44 e colocou-a em seu peito; o caso foi parar à polícia. O americano fechou a casa e voltou aos Estados Unidos. Meus pais, passados uns dias, foram convidados pelo dono do restaurante Roma aonde eu trabalhava, para darem uma ajuda com algum benefício. Simon, o dono, iria de férias para Israel deixando seu filho Fernando Pitel de 12 anos aos cuidados de meus pais, durante essas férias; Havendo acordo, o carro do israelita, um Fissore, ficou também entregue a meu pai; isto, proporcionou-lhes por dois meses passear mais além da vizinhança conhecida. Num daqueles dias, passando pelo Lago Sul vimos em frente à água do lago num grande terreno uma construção em ruínas. Meu pai, entusiasmado quis logo saber quem era o dono, pelo que falou com os moradores ao redor e, foi num clube vizinho de nome o “Cota Mil Clube”, que soube ser do Clube de Xadrez, que curiosamente nunca funcionou.

 Com o endereço do presidente na mão, a ele se dirigiu; um apartamento na Asa Sul (visto de cima, Brasília tem a forma de um avião). Meu pai conversou com o presidente do Clube, tendo adquirido tal casa em ruínas e terreno. A planta da construção que estava inacabada, e abandonada, foi feita por Oscar Niemeyer o obreiro de Brasilia. Um raio que acabou por destruir aquela estrutura causou desânimo em seus associados que por este pretexto e sem dinheiro, se viam impedidos de qualquer iniciativa. Os vários sócios do Clube de Xadrez, acharam por bem aceitar um contrato por 10 anos, que meu pai propôs; as condições eram a de poder explorar o clube como restaurante, comprometendo-se por acta a acabar o prédio tal como estava delineado em planta do famoso arquitecto. Eu, continuei a trabalhar no restaurante Roma enquanto as obras avançavam com material fiado em Brasília; nesse então e, em Brasília os empréstimos para a construção eram facilitados pela banca.

 O nosso novo restaurante lá se acabou. Saí do Roma com algum dinheiro, o que serviu para a compra dos pratos e copos. Recordo que o fogão de marca Dako, de um tipo caseiro de quatro bocas, já era usado. O bar nocturno ao lado do restaurante, tinha uma vitrola (gira-discos), de um só disco; estava colocada no canto do restaurante, aproveitando a ténua Luz; só tinha seis Disco LP e, lembro-me haver um de Roberto Carlos e, um outro de Elsa Soares. No dia da abertura a 24 de Dezembro de 1967 tivemos apenas um cliente... e era convidado... tudo de graça. Tínhamos dois garções (empregados) e um “maitre” (chefe).... Nenhum freguês”! Meu pai viu-se obrigado a procurar apoio na Embaixada Americana em Brasília, uma das poucas que tinha naquele então na cidade e garantiu abrir um restaurante fino, para os diplomatas americanos frequentarem. Porque se estava em plena época da guerra fria entre os blocos Russo e Americano, meu pai alegou que caso não lhe dessem “bola” iria fazer o convite aos russos; ficou por isso mesmo. Na noite seguinte, todos na porta... cheios de desânimo. E, não é que dum só suspiro, chegam  bem uns quinze carros, todos importados;  eram os Americanos…Eureka!

(Continua...)

Nota: Esta é a estória vulgar de um emigrante Belga fugido da guerra que se aventurou em terra estranha do outro lado do Oceâno. Os tempos mudaram, as agruras são outras mas a vida é asim mesmo, um rodopio de acontecimentos que parecendo nada, mudam o rumo.

Compilado com correcções ortográficas ao texto original por

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:14
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Domingo, 24 de Junho de 2012
MULUNGU . XVI

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO SOBA
      “CALDO VERDE”
Digam-me lá Senhores Doutores, será para acreditar, ou é mais uma de muitas mensagens que se recebem? Quem diria que uma receita de culinária tão portuguesa, tivesse o efeito que se descreve. Divulguem aos amigos, conhecidos, e também vossos inimigos redimindo maus agouros e, até àqueles que não conhecem de lado nenhum...
O CALDO VERDE EVITA O CANCRO!
Por
Manuel Luciano da Silva, é um médico, investigador e historiador português, residente nos Estados Unidos. Da sua obra destaca-se Cristovão Colon (Colombo) era Português, um livro polémico onde defende que o descobridor da América, Cristóvão Colombo, era português.
Muita gente sabe que o caldo verde é uma sopa de couve portuguesa, tipicamente do norte de Portugal Continental, mas muito divulgado por todo o país. Couve é o nome genérico que se usa para descrever uma grande família de hortaliça caracterizada por folhas largas, esverdeadas e muito ricas em nervuras, fibra e vitaminas. Existem variadas couves: couve-galega, lombarda, crespa, penca, tronchuda, bastarda, repolho, brócolo roxo, brócolo branco e até couve-flor! Mas a couve preferida para se fazer o caldo verde é a couve chamada galega, muito cultivada do Minho, em Portugal. Na Nova Inglaterra os nossos emigrantes cultivam nos seus quintais e até jardins a couve-galega; depois de usar vários truques para passarem contra a lei, na alfândega, as sementes desta couve preferida acabou por ficar. Há nos estados Unidos uma couve semelhante à galega chamada de "collards". Devido às temperaturas negativas as couves-galegas não se aguentam ao relento durante os meses de inverno e, assim, a nossa gente usa um tipo de couve crispada chamada "kale". Mas caldo feito de "kale" não é genuinamente caldo verde; perde a sua característica, não pelo tipo diferente de couve mas, pelos ingredientes que as cozinheiras imigrantes lhe adicionam e que não devem fazer parte da receita do caldo verde. Sucede que a composição da "kale soup" é muito complexa: além da couve ou "kale", leva carne de vaca, carne de porco, chouriço ou linguiça, feijão, batata, cenoura, água, sal e mais não sei quê. Gostosa? Sim, senhor, mas é tão concentrada, é tão forte que até faz lembrar cimento armado ou entulho!...
 Em contrapartida, a receita do caldo verde é muito simples: água, sal, batata ralada, couves cortadas às tiras fininhas, azeite português e mais nada! No entanto há muitas donas de casa que não sabem cozinhar o caldo verde como deve ser. Não fazem caldo verde para os seus familiares porque dá muita maçada a cortar as couves às tiras muito fininhas... Mas, a razão principal, talvez seja por as cozinheiras portuguesas na América, pensarem que por ter tantas couves, o caldo verde não tem nenhum valor nutritivo, não presta para nada! Como estais enganadas, minhas senhoras! Se vos disser que de todos os cozinhados tipicamente portugueses o caldo verde é o melhor para a nossa saúde?! Que pensais se vos disser, como médico, que o caldo verde evita o cancro?! E se vos disser que o caldo verde evita os ataques do coração por reduzir no sangue o colesterol, pensais que é fantasia!? E se vos disser mais: que o caldo verde evita as pedras na vesícula e evita as hemorróidas?! É caso para perguntardes: se isso é verdade, porque é que levou tanto tempo a descobrir que o caldo verde é tão milagroso?!
(Continua…)
Compilado com correcção gramatical por
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 03:20
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Sábado, 23 de Junho de 2012
FRATERNIDADES . XXVI


 {#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO CONSUL*

Por
Jose MatiasRamos Matias
 "Até que os leões inventem as suas próprias histórias, os caçadores serão sempre os heróis das narrativas de caça" (Mia Couto)
Um determinado homem de Deus, escreveu no 'século passado dizendo que estavam criando um cristianismo instantâneo, e comparou isso ao café instantâneo, inventado pelos americanos. Realmente não disse mentira; hoje mais do que nunca, basta um acto de fé e estaremos livres de toda a obrigação para com o aperfeiçoamento das nossas almas. Atenção povo de Deus: não nos deixemos conduzir por este café instantâneo, pois essa gente ignora os efeitos santificadores do sofrimento, do carregar a cruz e da obediência prática, do obter hábitos correctos e de lutar contra o mundo, o diabo com seus acólitos, e a carne. Temos que estabelecer uma amizade santa com o Salvador, temos que vigiar, lutar, orar, enquanto aguardamos os novos céus e a nova terra.
 Aquilo que é a realidade, ao que parecem ser caminhos certos, subtilmente surge como caminhos de perdição levando o homem através dos séculos, á sua própria destruição. Deus omnisciente e omnipotente, revelou isso pelos escritos à sua palavra. Ele não é apanhado de surpresa por saber todas as coisas antes de elas acontecerem; do que, quando em liberdade, pensamos sobre o que queremos ter sem esperar o ser em feitos corajosos. Os nossos pensamentos podem até subverter a vontade, tornando-a serva das emoções: “quanto mais penso, mais louco fico”. A bíblia tem muito a dizer-nos acerca disso: O pensamento instiga o sentimento, e o sentimento dispara a acção. Os Salmos e os profetas contêm numerosas referências ao poder que o repto pensamento pode inspirar numa pessoa guiada por Deus. “Enquanto eu meditava ateou-se fogo: Vezes sem conta as escrituras do velho testamento exortam-nos a nos aquietarmos pensando em coisas santas ou elevadas como factos de preliminar correcção de vida”. 
  O apóstolo Paulo dizia ser importante existir partidos entre nós, para que os aprovados se tornassem conhecidos no nosso meio. O que pensa você acerca da politica? Será que algum de nós foi escolhido para salvar o mundo? Não! Estamos aqui para levar pessoas a formarem uma nação irrepreensível, como lucernas neste mundo em permanente mudança. A igreja de Jesus quando se manifesta em denúncia aos desmandos, é reprimida. Não faça conivência com governos, siga o exemplo de Jesus quando se apresentou diante de Pilatos condenando a injusta vilania.
* Gentileza de José Matias em seu blogue: http://a_certeza.blogs.sapo.pt (Cônsul honorário do Kimbo no reino de Manikongo) em Johannesburg .
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:20
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Sexta-feira, 22 de Junho de 2012
KANIMAMBO . XII

{#emotions_dlg.xa} AS ESCOLHAS DO KIMBANDA*

 “O ESPÍRITO DA COISA” – 3ª parte . Não sei quem é o autor dessa coisa, mas sei que a coisa é boa de ler.

 O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estripado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá p´ra coisa nenhuma. A coisa pública não funciona no Brasil desde os tempos de Cabral; a crise de Portugal é uma coisa assustadora. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa: "Agora a coisa vai." Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas! Coisa à toa. Se você aceita qualquer coisa, logo se torna uma coisa qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema Eu, Etiqueta, Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente." E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa".

  Se as pessoas foram feitas para serem amadas e as coisas, para serem usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas? Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras coisitas mais. Mas, "deixemo-nos de coisas, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda. Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento: "amarás a Deus sobre todas as coisas".

(Final da coisa)

Kanimambo: Obrigado

* Kimbanda: Curador ; curandeiro (Angola); médico tribal; Homeopata de mezinhas; Tesoureiro e juiz assessor do soba em coisas pudicas e chifres de enfeite

* Helder Neves - kimbanda do Kimbo e Zelador-Mor Ninja da Torre do Zombo do Reino de Manikongo.          

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:01
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Quinta-feira, 21 de Junho de 2012
BRASIL EM 3 PENADAS . XXX

{#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

       “MADEIRA – BRASIL”

: Pôrto Calvo . AL

Um outro aspecto a ser tomado em conta é o de que muitos soldados franceses, católicos, a serviço dos holandeses, passaram-se com suas armas para o lado dos portugueses, o que dá a indicação do sentido religioso da luta contra os invasores calvinistas. Estes desertores, no dizer dos Mafulos, juntaram-se ao “ninho de formigas” dos luso-brasileiros no lugar de Pôrto Calvo. O dia 13 de Junho, dia de Santo António ficou marcado como o primeiro dia de insurreição. João Fernandes Vieira reuniu-se no engenho de Luís Brás Bezerra com todos os fazendeiros insurgentes com seus criados e escravos armados com armas de fogo. Já com 130 pessoa, Vieira passou-se para Camaragibe, onde tratou de recrutar gente, mandando anunciar pelas freguesias “que todos os negros crioulos, angolas, minas, ardas, mulatos e cativos que acompanhassem aquela empresa e o fizessem como bons soldados, ele prometia-lhes carta de alforria… Aos que se oferecessem para a guerra, seria-lhes dado perdão do que devessem a holandeses e judeus.

 Batalha de Guararapes

Ao agora Governador da Liberdade João Fernandes Vieira e no lugar de Maciape, juntaram-se-lhe 800 homens brancos, mamelucos e mulatos com 130 espingardas alguns dardos, fouces e paus tostados; eram agora, já 900 homens “afora mulatos e negros”. A chegada dos índios de Camarão “ armados de mosquetes biscainhos, e com uma trombeta, alegrou os menos afoitos que mais contentes ficaram com a chegada das tropas de Amador de Araújo “porque se viam com mais cabedal para enfrentar o inimigo”.  Os que estavam medrosos como ovelhas, tornaram-se bravos leões quando Henrique Dias com seus mestiços ali se vieram bivacar. O local, Monte das Tabocas, foi escolhido por António Dias Cardoso, que comandou a peleja e a venceu. A vitória das Tabocas deu ânimo aos insurrectos e forneceu-lhes armamento e munições, abandonado no campo pelos vencidos.

 Vista de Olinda . Ao longe o Recife

O Tenente-coronel Hendrick Van Haus, derrotado retira-se para a casa-grande do engenho de D. Ana Pais. Vieira, com sua tropa em baixa moral. Fernandes Vieira, ciente do desembarque de André Vidal e Martins Moreno, procura fazer junção com eles pelo que chega à vila abandonada de santo António do Cabo, abandonada pelos flamengos que se recolheram no Forte de Nazaré. A 16 de Agosto dá-se o encontro de Vidal com Vieira. Os cronistas de então dissimulam o episódio narrando-o com seriedade como se não houvesse entre eles entendimento e cumpre-se o exigido, Vieira é preso pela sua suposta insubordinação e diz-se que, tendo Fernandes Vieira feito ver as razões do povo, ambos aceitaram unir as forças no levantamento contra os Mafulos. Juntas as tropas seguem de imediato para o Engenho de D. Ana procurando o confronto como Hendrick van Haus comandante em chefe das tropas holandesas. Haus, negligente, não pôs suficientes sentinelas de guarda, de modo que foi apanhado de surpresa pelos luso-brasileiros; depois de rápido combate foram aprisionados 243 militares, entre os quais, três dos seus mais graduados oficiais: O Comandante dos Índios Johan Listry e os Capitães blaer e Wiltschut.

Mafulos: Nome porque eram conhecidos os Holandeses em Angola nessa época.

Referência Bibliográfica: RESTAURADORES DE PERNAMBUCO de José António Gonçalves de Mello (1967).

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:39
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Quarta-feira, 20 de Junho de 2012
REIKI . IX

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO SOBA*

       “DIANE STEIN” **


 Sopro Vital

O processo iniciático do reiki, pode ser considerado uma das coisas mais sagradas na terra. Desde o momento da iniciação, um novo curador é criado ou despertado. O aluno que se transforma num mestre em reiki passa por profundas transformações em sua vida. Para realizar qualquer iniciativa, o mestre deve ser capaz de manter a posição “Hui Yin”, com a língua tocando o céu-da-boca durante todo o processo. Deve segurar a respiração, enquanto não assopra e, ao fazê-lo, a língua fica no céu-da-boca. Depois de assoprar, deve respirar profundamente de novo. Ao assoprar, transmite-se o Ki, e a primeira definição do Ki é “Sopro vital”. Ao fazer várias iniciações de uma só vez, é permitido respirar normalmente e deixar de lado o Hui Yin entre um estudante e outro.

Tarsila do Amaral

Entretanto, pode ser mais fácil manter o Hui Yin preso até que todas as iniciações sejam realizadas. O Hui Yin será libertado ao terminar e terá de se integrar de novo à terra fazendo orbita microcósmica, para que o Ki circule novamente e restabeleça o fluxo de energia normal do corpo. Para receber a iniciação o aluno senta-se numa cadeira, com as costas rectas e os pés no chão, preferivelmente sem sapatos. O mestre segue os trâmites sem pulseira, relógio ou fios. O aluno colocará a palma das mãos, uma contra a outra à altura do peito em posição de oração, de forma a serem manipuladas pelo mestre. Os alunos mantêm-se sentados em cadeiras com espaldar recto. Uma pessoa que tenha um tipo de “manipular” pessoas ou que possa fazer mau uso do seu potencial psíquico, não poderá receber o Reiki II, pois o uso indevido dessa maravilhosa energia pode acarretar a criação de karmas ruins.

 Os símbolos usados indevidamente, embora nada de mal façam a ninguém, independentemente das intenções com que são enviados, o melhor, é tomar precauções para que nada disso suceda. O Reiki foi criado para curar e não para causar o mal. Podem ser passadas credênciais na forma de certificados aos reikianos de 1º, 2º ou 3º grau, mas, trata-se de uma mera formalidade porque não é um papel assinado que faz um Mestre em Reiki e sim a capacidade de curar e ensinar.  Um certificado não faz um curador; curador é aquele que realmente faz curar, seja o paciente portador de sida ou lepra ou mazela maior. Os quatro passos de cura à distância são: 1- Imaginar a pessoa a curar pequenina, encolhida entre as palmas das mãos; 2- Imaginar-se na presença da pessoa, realizando uma cura de directa; 3- Usar a perna (a coxa ou joelho) como centro de atenção; 4- Utilizar um objecto (um urso de peluche por exemplo) para substituir a pessoa que recebe a energia da cura

(Continua...)

Ilustrações de Tarsilio do Amaral - Brasil

 ** - DIANE STEIN: É, talvez, a maior divulgadora do Reiki no Ocidente. Autora do livro Reiki Essencial – manual completo sobre uma antiga arte de cura

  * Soba – O compilador deste rascunho extraído do livro de Diane Stein, portador do 2º grau de Reiki pela Dra. Elza Horta de Almancil – Faro (Psicóloga, formada nos Estados Unidos da América)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:55
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Terça-feira, 19 de Junho de 2012
XICULULU . XXI

“A GUERRA DO COLTAN” - O oculto no uso de telemóveis / Celulares
 O minério Coltan
A maioria de nós só pensa em seu telemóvel / celular; do quanto custa e do quanto se gasta por mês com esse aparato tornado indispensável. Raramente as pessoas se detêm a considerar o custo em vidas humanas que envolve este negócio; a grande maioria desconhece o que é essa guerra surda entre gente distante sobrevivendo nas minas, raspando com as mãos esse mineral. As República Democrática do Congo (RDC) detêm 80% das reservas mundiais desse mineral, o tatalum tão necessário à indústria electrónica. O tântalo é o metal essencial utilizado na produção de telefones celulares e computadores portáteis; permite que eles fiquem mais compactos e, serem também utilizados a temperaturas muito elevadas. A miniaturização desses utensílios, depende do coltan.
 

Os donos da guerra
Mais de dois bilhões de pessoas no mundo, usam agora telefones celulares ou “laptops”. Estes minúsculos celulares colocados ponta com ponta, atingiriam mais de metade do percurso para se chegar à lua. A demanda diminuiria se as pessoas não substituíssem os telefones celulares com tanta frequência mas, seus donos, mudam-nos no mínimo a cada 12 meses. A ânsia de lucros das quatro principais empresas de electrónica: Cingular, Sprint, T-Mobile e Verizon não é compatível com os padrões de reciclagem. É irónico que o povo do Kongo tendo sofrido a colonização  Belga com elevados índices de atraso e inerente pobreza e morte, seja de novo envolvido  por seu país ser rico em ouro, cobre, diamantes, borracha e agora o coltan. Eles enfrentam a batalha dos metais que compõem nossa sociedade usufruindo migalhas. A riqueza deste mineral dá o lucro de bilhões de dólares aos mercados financeiros de Paris, também de Londres, Nova York, Toronto e Austrália (Os primos exploradores da Commonwealth). O resto do mundo delicia-se com seu maravilhoso aparelhinho alheio a tudo.
 A Conferência de Berlim sob a égide de Otto von Bismarck, dando fim aos trabalhos a 26 de fevereiro de 1885 teve como objectivo organizar a ocupação de África pelas potências coloniais, que resultou numa divisão desrespeitando a história e as relações étnicas até então existentes. O Zaire ou Kongo ficou destinado a ser gerido pela Bélgica.

O rei Leopoldo da Bélgica colonizou o Kongo de acordo com o tratado citado. Em 23 anos, sob o seu reinado, morreram 10.000.000 de congoleses, e isso, foi a metade da população do país. Bélgica explorou borracha, cobre e marfim até à exaustão sem deixar qualquer infra-estrutura considerável. Chefes de mineração e exércitos cortariam a mão a trabalhadores por não produzir rápido e o suficiente; a educação foi incipiente a comparar com a vizinha Angola que prosperava mesmo no executivo colonial português. Hoje, talvez os donos das multi-nacionais de minas não sejam tão brutais como a gestão belga mas, o povo congolês ainda está esmagado pela pobreza confrangedora e guerras pelo mando e comando daquele metal. Consórcios de países ricos assinam acordos lucrativos com o governo corrupto e, em simultâneo, com os rebeldes armados por estes, para extrair esse mineral valioso. Todos somos cúmplices deste massacre, mas todos se ilibam na sombra da confortável ignorância.
XICULULO: -Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo
(Continua…)
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:58
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Segunda-feira, 18 de Junho de 2012
MOKANDA DO SOBA . XIII

“ ESPERAR…É PRECISO” . Ai-iu-é . Ai-iu-é

Por

 T´Chingange

A sabedoria popular diz que quando falta o pão, todos ralham e ninguèm tem razão; a situação de penúria em que Portugal parece continuar em “sine die” apresenta-se com prespectivas futuras ainda mais sombrias. É latente a ânsia colectiva e nacional que alastra com fado de MEDO. Como podemos nós cair no medo e desâmimo se Jesus veio até nós estreitar uma relação de amizade e profunda comunhão com a humanidade. Como podemos duvidar da sua solidariedade? Provavelmente, somos nós que temos de mudar comportamentos em relação a nós próprios, aos outros, ao mundo e principalmente a Ele. Se Jesus foi consolação, luz e esperança para os homens de seu tempo, também nós, hoje, o podemos ser para todos os irmãos. Tem sentido afirmar-se que a esperança é a utopia mais plausivel a se poder cumprir no verbo do amor.  O dever de descobrir o tesouro “que há em nós” desenterrando-o para o partilhar gratuitamente, o dever de abritr os olhos aos que andam no escuro, aos que perderam a esperança, relançando novas sementes como uma nova primaverá que terá de surgir.

  É importante dar luz a quem sente o sofrimento, educando os demais a poder ler no olhar de solidão ou deserto, sentir mutuamente o sofrimento dos demais sem desalentar. Precisamos ficar atentos à forma como os poderosos deste mundo, dum qualquer país, de portugal em particular, “gerem” a crise, para não cairmos na ilusão de que tudo se resolve no plano económico e financeiro. Só uma educação interior nos permitirá olhar a realidade discernindo qual o valor do essencial.
Nas circunstâncias  actuais, não devemos ceder à tentação das estatisticas e numeros para não nos resignarmos aos calculismos do ser e do ter, essas frias razões dos usurpadores de nossa mente. A nossa vida vale mais do que todos os calculismos e previsões, nossos, emprestados, arrendados ou, que nos sejam impostos; não podemos ficar eternamente na sujeição dos impostores.

Mokanda (Angloa): mukanda, carta; mensagem, telegrama, bilhete escrito

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:18
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Domingo, 17 de Junho de 2012
KANIMAMBO . XI

{#emotions_dlg.xa}AS ESCOLHAS DO KIMBANDA*
 “O ESPÍRITO DA COISA”2ª parte . Não sei quem é o autor dessa coisa, mas sei que a coisa é boa de ler.

 A Coisa também não tem tamanho; em Alagoas vira “esse negócio”. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira "coisíssima". No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré ("Prepare seu coração / P´ras coisas que eu vou contar"), e A Banda, de Chico Buarque ("P´ra ver a banda passar / Cantando coisas de amor"), que acabou de ser relançada num dos CD´s triplos do compositor, que a Som Livre remagnetizou. Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro".
 Cheio das coisas; as mesmas coisas; coisa bonita; coisas do coração; coisas que não se esquecem; diga-me coisas bonitas; tem coisas que a gente não tira do coração. Todas essas coisas são títulos de canções interpretadas por Roberto Carlos, o "rei" das coisas. Como ele, uma geração da MPB era preocupada com as coisas. Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade (afinal, "são tantas coisinhas miúdas"). Já para Beth Carvalho, é de carinho e intensidade ("ô coisinha tão bonitinha do pai"). ''Todas as Coisas e Eu'' é título de CD de Gal. "Esse papo já tá qualquer coisa... Já qualquer coisa doida mexe dentro." Essa coisa doida é uma citação da música “Qualquer Coisa”, de Caetano, que canta também: "Alguma coisa está fora da ordem." Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é uma outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal. O cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques.
(Continua…)
* Helder Neves - kimbanda do Kimbo e Zelador-Mor Ninja da Torre do Zombo do Reino de Manikongo.
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:35
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Sábado, 16 de Junho de 2012
CAZUMBI . VIII

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DA CONDESA DO KIPEIO*
        “Boca do Inferno”
Por
 Ricardo Araújo Pereira
No tempo em que os animais falavam, havia tamanha quantidade de ocorrências alegóricas que ninguém se lembrava de assinalar que a existência de animais falantes também era notável. Os fabulistas eram gente que se maravilhava mais depressa com os prodígios morais do que com os prodígios naturais, e por isso deram muita atenção aos primeiros e nenhuma aos segundos. Como se não fosse mais frequente encontrar na natureza uma lebre fanfarrona, uma cigarra preguiçosa ou uma raposa hipócrita do que um único bicho falante.  O tempo em que os jornais contavam parece agora tão distante como o das fábulas. Não sei se o leitor se lembra: um jornal dava uma notícia que embaraçava um membro do Governo e este, movido por vergonha própria ou pressão alheia, demitia-se. Hoje, há pouca pressão e ainda menos vergonha. Aquilo que vem nos jornais já não demite ministros. 
  Tanto no tempo em que os animais falavam como no tempo em que os jornais contavam, as histórias acabavam com uma moralidade. As histórias de hoje, sendo menos morais, não deixam de ser instrutivas. Tão pedagógica é uma história moral como uma história imoral. E talvez sejam mais divertidas porque, embora ouvir um ser irracional proferir declarações sensatas dê vontade de rir, ouvir um ser racional proferir declarações absurdas também é humorístico.
 Talvez por se terem desabituado de ler fábulas, os analistas não foram capazes de captar a verdadeira lição da história de Miguel Relvas. O grande escândalo do Portugal contemporâneo não é a de que um ministro queira controlar a comunicação social. O escândalo é não haver razão para controlar a comunicação social. O nosso problema não é termos políticos prepotentes, é termos políticos que perdem tempo com tarefas inúteis. Parece óbvio que Miguel Relvas tentou pressionar um jornal. E toda a gente pergunta: "Como se atreve?" Ora, a questão é: "Para quê?" Desperdiçou energia que teria sido mais bem aplicada em novas trapalhadas - ou até, quem sabe, na governação. Se Relvas não caiu depois destas notícias, não há nada que se publique em letra de forma que o possa fazer cair. Para quê preocupar-se com o que sai na imprensa? Tanto faz. O ministro deve dar às notícias que lhe apontam contradições gravíssimas o mesmo destino que deu ao clipping sobre a viagem de George Bush ao México: lixo com elas.
* Condessa do Kipeio: Treza R. do Reino de Manikongo . Angola - Kimbo
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:21
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Sexta-feira, 15 de Junho de 2012
KAPIKUA . XI

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO KIMBO
       “Milagres - Urântia”
O Livro de Urantia é uma obra literária que serve como base ideológica a alguns movimentos religiosos e filosóficos. O livro, refere ter sido compilado por um corpo de seres supra-humanos das mais diversas ordens, fornecendo uma surpreendente perspectiva das origens, e destino dos humanos, constituindo para os seus leitores uma nova revelação para a humanidade. O livro refere que nenhum humano se pode proclamar "profeta" ou admirado do que se traduz desta obra literária; por isso, é desconhecida a identidade de seus autores e, nunca ninguém reclamou sua autoria. Existe, por este motivo, várias teorias a respeito da sua edição e autenticidade.
 Embora os Escritos de Urantia tenha sido impresso nos últimos cinquenta anos, nenhuma religião formal nasceu de seus ensinamentos. A introspecção espiritual proveniente do livro é utilizada por professores e ministros, permitindo que pessoas de várias fés enriqueçam os mais elevados valores em suas próprias tradições. Muitas pessoas de instituições religiosas estabelecidas, têm desenvolvido uma vida espiritualmente rica como resultado da leitura do Livro de Urantia. Uma rede de grupos de estudos independentes continua a se desenvolver. Os seres humanos aos quais os escritos foram entregues em mãos já faleceram. O modo pelo qual os escritos foram materializados foi único e é obscuro para qualquer pessoa viva. Como outros textos sagrados, o conteúdo deve ser avaliado, sobre os "frutos do espírito" que produzem. É possível que o novo leitor explore o livro como uma fascinante peça da literatura religiosa até a hora em que a qualidade espiritual autentique sua mensagem e sua fonte.
 REVELAÇÕES
Melquisedeque - Maquiventa, um Filho da Ordem dos Melquisedeques, geralmente conhecidos como filhos emergenciais, que aceitou a missão de vir a esse mundo, pois a verdade outrora revelada estava ameaçada de extinção. Maquiventa auto-outorgou-se nesse mundo no ano de 1973 a.C. durante o tempo de Abraão, onde era chamado de Melquisedeque o sábio de Salém. Ele fez renascer na mente humana o conceito de Deus-Pai Único, Criador e Sustentador de todas as coisas.
Jesus de Nazaré - O Filho Criador do nosso universo local, nasceu em Belém no ano 7 a.C.. Viveu como um modelo para todos nós, dando o exemplo de vida, até chegar a sua hora de revelar ao mundo a grande verdade de que todos somos filhos de um único Pai, sem distinção de raça, cor, credo ou condição ético-social. Essa foi a quarta revelação da verdade em nosso mundo.
Leitores do livro de Urantia em Portugal : suporte@urantia.com.pt
(Continua…)
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:17
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Quinta-feira, 14 de Junho de 2012
BRASIL EM 3 PENADAS . XXIX

{#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
       “MADEIRA – BRASIL”
 D.João IV
O baixo preço do açúcar, os altos juros cobrados pelos Mafulos e as enormes dívidas contraídas pelos luso-brasileiros foram apontados como a causa maior da insurreição contra o domínio flamengo. Em verdade, ainda durante a guerra, foram as dívidas, a causa do levante. O Padre António Vieira escreve a propósito que “os principais insurrectos tinham tomado muito dinheiro aos Holandeses e não puderam ou não lhes quiseram pagar”. Nada chegava a ser pago porque os juros a mais de trinta por cento levavam consigo toda a ganância.  Neste meio tempo de dificuldades e escravaria desfalcada por via de muita morte com o mal de bexigas (varíola), os israelitas, judeus ou cristãos novos mais ricos, arrematavam em leilão os lotes de “galinhas de angola e das guinés” para vende-los depois a crédito a preços extorsivos. Não eram somente os judeus que cobravam preços escorchantes; os negociantes Mafulos vendiam também a prazo, fazendo-se assim credores de avultadas quantias.
 O Padre António Vieira
João Fernandes Vieira conhecia a cupidez dos holandeses e, por ser um fervoroso católico, tendo horror aos calvinistas e negociantes judeus favorecidos pelo governo, conciliou a fome com a vontade de comer e tomou armas contra estes e aqueles junto com Francisco Berenguer, seu sogro e António Cavalcanti. Entretanto a rebelião estava a contento do rei D. João IV que dissimuladamente e através de André Vidal de Negreiros estimulava a insurreição. Todo aquele que quisesse roubar e queimar na campanha de Pernambuco contra os Mafulos tinham o beneplácito dos mandantes do reino; Salvador Correia de Sá e Benevides propôs às cortes do reino tal procedimento a quem ele chamou de ladrões alevantados. Padres e frades pregavam nos sermões a rebelião e animavam os tíbios nas confissões. 
 Batalha do Monte das Tabocas
Os moradores aceitaram o plano de revolta com os conjurados nas matas do rio Tejipió, aonde Fernandes Vieira possuía terras e currais. Aqui se tornou firme a participação de D. António Filipe Camarão comandando seus índios e Henrique Dias no comando do povão, um misto de gente mazomba, mamelucos, matutos, quilombolas, pardos e mestiços fujões. Em um jogo de fingir, agarra que é ladrão para enganar Olandes, o Mestre de campo André Vidal de Negreiros dirigiu uma carta ao Governador da Bahia e Brasil António Teles da Silva comunicando que Henrique Dias fugira da fronteira do Rio Real com toda a sua gente em direcção a Pernambuco e que em sua perseguição mandara Filipe Camarão com os seus índios para que o trouxessem preso. Essa missiva, com toda a seriedade seguiu os trâmites da justiça e fazenda, tendo decidido que “sendo preciso mandar mais gente em seu seguimento” assim se proceda, dando aviso aos holandeses que Dias vai levantado e fugido, pelo que se o poderem prender, o castiguem como a lei determina. Esta, talvez tenha sido a maior manobra de diversão no campo militar do qual resultou posteriormente as técnicas de contra-informação de forma a enganar o inimigo.
Mafulos: Nome porque eram conhecidos os Holandeses em Angola nessa época.
Referência Bibliográfica: RESTAURADORES DE PERNAMBUCO de José António Gonçalves de Mello (1967).
(Continua…)
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:46
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Quarta-feira, 13 de Junho de 2012
FRATERNIDADES . XXV

{#emotions_dlg.meeting} AS ESCOLHAS DE STELLA*
         “A VIDA É UMA ILUSÃO”
   Stella Pugliesi
A maior ilusão que podemos ter na vida é aquela de quando a gente descobre que estamos sendo não aquilo que somos, mas o que outros gostariam que fôssemos. Geralmente quando a gente começa a viver muito em torno do que um outro gostaria que a gente fosse, é aí que a gente fica mais preocupada com o que o outro acha sobre nós, do que necessariamente nós sabemos sobre nós mesmos. O que me seduz em Jesus é a sua imensa capacidade de nos olhar por dentro e fazer com que aquele que era olhado se reconheça plenamente a mirar-se com sinceridade. Durante muito tempo, frustrava-me com o que os outros achavam a meu respeito. Hoje, o que os outros acham de mim, pouco me importa, a não ser que sejam pessoas que me amem, porque a minha elevação não depende do que os outros possam pensar de mim, mas do que Deus possa julgar a meu respeito.
 Ilusão - A vida exige-nos  tomar decisões constantemente, cada escolha determina um facto no futuro, cada facto, uma vivência inadiável, cada experiência uma mudança imposta. Escolher é fácil quando nossos sentimentos e ilusões não estão envolvidos. Somos livres para escolher nossas acções mas prisioneiros de suas consequências e, todo momento é decisivo. Temos que decidir sempre entre o que é bom e o que é mau, entre nossas ambições desmedidas e nosso bom senso interior. Por isso é preciso descobrir se teremos a coragem de ficar do lado de nossa alma ou se preferimos mentir para nós mesmos mas, seja qual for a nossa escolha, lembremo-nos que "nada fica sem resposta".
 Letícia Thompson - ”Hoje em dia as pessoas decepcionam-se com coisas fúteis, tratam friamente aqueles que amam, deixam um relacionamento ser tomado pelo orgulho e depois dizem que está faltando amor no mundo. O que está faltando não é amor, é atitude: Atitude de dizer o que sente sem medo de ser rejeitado, coragem de dar o primeiro passo e fazer a sua parte independente do outro. Surpreenda! E, se tudo der errado? Se… na pior hipótese isso acontecer, não se preocupe. Você tem uma vida inteira para tentar novamente, quantas vezes for preciso! Se nem o que é bom dura para sempre, o que te fere há-de durar menos ainda. Por isso viva humanamente, ame com intensidade e quando tudo acabar tenha orgulho de dizer ”Eu só me arrependo do que não fiz.”
Stella: A embaixatriz  da Manguaba – A "KIANDA" (Sereia) do reino de Manikongo.
Enquadramento e arranjo do texto pelo
 Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:35
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Terça-feira, 12 de Junho de 2012
KANIMAMBO . X

{#emotions_dlg.xa} AS ESCOLHAS DO KIMBANDA*
         “O ESPÍRITO DA COISA” – 1ª parte. Não sei quem é o autor dessa coisa, mas sei que a coisa é boa de ler.
 A palavra "coisa" é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidade. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma ideia. Coisas do português. A natureza das coisas: gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjectivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss regista a forma "coisificar". E no Nordeste brasileiro há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?". Coisar, em Portugal, equivale ao acto sexual, lembra Josué Machado. Já as "coisas" nordestinas são sinónimos dos órgãos genitais, regista o Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha.
 Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha. Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crónica "O Coisa" em 1943. A Coisa é título de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu A Força das Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas. Em Minas Gerais, todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!".
 Devido lugar: "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)". A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro. "Mas se ela voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas. Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração", de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa). Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é o capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim! Coisa de cinema! A Coisa virou nome de filme de Hollywood, que tinha o seu Coisa no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa Casseta e Planeta, Urgente! Marcelo Madureira faz o personagem "Coisinha de Jesus".
(Continua…)
* Helder Neves - kimbanda do Kimbo e Zelador-Mor Ninja da Torre do Zombo do Reino de Manikongo.
O Soba T´Chingnge



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:19
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Segunda-feira, 11 de Junho de 2012
KAZUMBI . VI

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO KIMBO
       “ECONOMIA A SÉRIO” - Inferno aberto
Por
 Pedro Santos Guerreiro – Revista Negócios
Estamos fartos de coisas giras, queremos economia a sério. Economia a sério não é a verrina das "oportunidades", é concorrência, acesso, liberdade, mérito. A sociedade civil não precisa de libertar-se do Estado, o Estado é que precisa de se libertar da elite intendente, e dependente, que através dele sufoca a sociedade civil. Sejamos anti-depressivos como é preciso: à bruta. A tese está num daqueles livros que aparecem de vez em quando, livros "de economia" que toda a gente vai ler. Foi assim com "O Cisne Negro", com "O Mundo é Plano", com "Freakonomics". Será assim com este: "Why Nations Fail". Tradução livre (o livro ainda não está traduzido para Portugal): Porque falham as Nações. Não falta o ponto de interrogação, o livro não pergunta, responde. E a resposta pode aplicar-se a Portugal. Com alguma vergonha.
:: Ao contrário das teses clássicas, que atribuem os fracassos a questões geográficas, climatéricas ou culturais, o livro de Daron Acemoglu e James A. Robinson invoca as instituições. Só um quadro institucional estável, credível e em liberdade motiva ciclos de inovação, de investimento, de expansão, de prosperidade. Se os países estão aprisionados em elites, políticas ou económicas, o "elevador social" não funciona, nem vale a pena tentar. Falemos de Portugal: Nem é preciso listar a miserável reputação da maioria das instituições. Basta pensar nas possibilidades: estão cerradas. Quem tem uma ideia para um projecto precisa de dinheiro. Como não há capital acumulado em famílias, nem em capitais de risco, restam duas vias: a banca e os fundos comunitários. Na banca, ou se tem pais anónimos mas ricos, ou pobres mas famosos. Nos fundos comunitários, é preciso pagar comissões às associações empresariais que histórica e vergonhosamente controlam a distribuição do dinheiro. Se a empresa arranca, precisa de padrinhos ou de financiar partidos para ganhar concursos públicos. Se tem lucro, é tributada; se não tem lucro, é fiscalizada. É uma economia a inferno aberto.
  Eduardo Paz Ferreira
O inferno é Portugal ser um sistema fechado, dominado por uma elite que reparte o poder, a riqueza, o dinheiro. Transfere a fortuna para "offshores" e dá-nos lições de moral. Diz-nos para nos fazermos à vida, mas depende da sociedade que critica. Eduardo Paz Ferreira precisou de uma semana e meia para nos dar um exemplo de como se pode ter um discurso positivo. No fim, respondeu que sim, que é possível, e a inspiração vem... da contestação social. E o que é a contestação se não a forma de tirar a elite instalada dos seus domínios chocos? Esta edição de aniversário do Negócios repete-se anti-depressiva, como nos últimos anos. Mas não é uma injecção de "oportunidades" que estão no fim de um arco-íris desenhado em São Bento. Fora dos palácios habitados pelos nómadas da política há milhares de empresas, projectos e ideias para quem prosperar é sobreviver. Não são casos giros, são projectos sofridos. Casos que é preciso conhecer, imitar e fortalecer precisamente porque conseguem viver à margem do sistema - ou contra o sistema. O tal sistema económico, político e financeiro que come à mesa do poder, mesmo se falido. A edição de hoje é sobre isso. Sobre como conseguiremos fazer desta Terra do Nunca a Terra do Sempre.
 Offshores são contas bancárias em paraísos fiscais, com o intuito de pagar-se menos impostos do que no país de origem dos seus proprietários tais como: (Ilhas Cayman, as Bermuda, Jersey, etc.). É uma conta bancária sigilosa ou anónima usada desde o tempo dos corsários que saqueavam os mares e depositavam a pilhagem off-shore (fora da costa). É assim como uma lavagem de procedimento fraudulento
Como diz Mia Couto – Portugal, país pobre, em vez de construir riqueza, produz ricos.
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:51
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Domingo, 10 de Junho de 2012
CAFUFUTILA . XIX

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO EMBAIXADOR ALMIR* Re-Pe

      “Intolerância religiosa” - 2ª Parte

DR DRAUZIO VARELLA  Nasceu em S. Paulo a 1 de Janeiro de 1943. É um médico oncologista, cientista e escritor brasileiro, formado pela Universidade de São Paulo. Descendente de galegos e portugueses, Drauzio estudou medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Para hindus, muçulmanos e espíritas esse cristão não seria ateu? Na realidade, a religião do próximo não passa de um amontoado de falsidades e superstições. Não é o que pensa o evangélico na encruzilhada quando vê as velas e o galo preto? Ou o judeu quando encontra um católico ajoelhado aos pés da virgem imaculada que teria dado à luz ao filho do Senhor? Ou o politeísta ao ouvir que não há milhares, mas um único Deus? Quantas tragédias foram desencadeadas pela intolerância dos que não admitem princípios religiosos diferentes dos seus? Quantos acusados de hereges ou infiéis perderam a vida? O ateu desperta a ira dos fanáticos, porque aceitá-lo como ser pensante obriga-os a questionar suas próprias convicções. Não é outra a razão que os fez apropriar-se indevidamente das melhores qualidades humanas e atribuir as demais às tentações do Diabo. Generosidade, solidariedade, compaixão e amor ao próximo constituem reserva de mercado dos tementes a Deus, embora em nome Dele sejam cometidas as piores atrocidades.

 Os pastores milagreiros da TV que tomam dinheiro dos pobres são tolerados porque o fazem em nome de Cristo. O menino que explode com a bomba no supermercado desperta admiração entre seus pares porque obedeceria aos desígnios do Profeta. Fossem ateus, seriam considerados mensageiros de Satanás. Ajudamos um estranho caído na rua, damos gorjetas em restaurantes aos quais nunca voltaremos e fazemos doações para crianças desconhecidas, não para agradar a Deus, mas porque cooperação mútua e altruísmo recíproco fazem parte do repertório comportamental não apenas do homem, mas de gorilas, hienas, leoas, formigas e muitos outros, como demonstraram os etologistas. O fervor religioso é uma arma assustadora, sempre disposta a disparar contra os que pensam de modo diverso. Em vez de unir, ele divide a sociedade - quando não semeia o ódio que leva às perseguições e aos massacres.

 Para o crente, os ateus são desprezíveis, desprovidos de princípios morais, materialistas, incapazes de um gesto de compaixão, preconceito que explica por que tantos fingem crer no que julgam absurdo. Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma pessoa a enfrentar suas contradições existenciais, seja bem-vinda, desde que não a torne intolerante, autoritária ou violenta. Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores, os anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam.

Gravuras: Paul cézanne

Almir Lopes: Um M´bica Embaixador do Kimbo em Recife – Pernambuco

Cafufutila: -farinha de mandioca simples misturada com açúcar; falando de boca cheia lançam-se falripos dessa farinha, fuba ou bombô que perturba o interlocutor; perdigotos ou gafanhotos.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 13:48
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Sábado, 9 de Junho de 2012
MUSSENDO DO PUTO . IV

 {#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO KIMBO
      PORTUGAL - QUE PAÍS É ESTE? – 4ª de 4 Partes

:Oliveira e Costa colocou as suas propriedades e contas bancárias em nome da mulher, de quem entretanto se divorciou após 42 anos de casamento. Se estivéssemos nos EUA, provavelmente a senhora teria de devolver o dinheiro que o marido ganhou em operações ilegais, mas no Portugal dos brandos costumes talvez isso não aconteça. Dias Loureiro também não têm bens em seu nome. Tem uma fortuna de 400 milhões de euros e o valor máximo das suas contas bancárias são apenas cinco mil euros. Não há dúvida que os protagonistas da fraude do BPN foram meticulosos, preveniram eventuais consequências e seguiram a regra de Brecht: ?Melhor do que roubar um banco é fundar um?.
 POVO PORTUGUÊS: TU QUE NÃO TENS TRABALHO, QUE PASSAS FOME, QUE MORRES POR NÃO TERES DINHEIRO PARA TE TRATAR;JOVEM BEM QUALIFICADO E PREPARADO PARA TORNAR UM PAÍS MELHOR, MAIS MODERNO E JUSTO, QUE NÃO ENCONTRAS TRABALHO NO TEU PAÍS;PENSIONISTA, QUE TRABALHASTE UMA VIDA INTEIRA, QUE CONTRIBUÍSTE PARA ENRIQUECER OUTROS E ESTÁS A VIVER DE UMA MÍSERA PENSÃO, QUE OS MESMOS TE CONTINUAM A ROUBAR; TODOS OS QUE VIVEM HONESTAMENTE DOS RENDIMENTOS DO SEU TRABALHO. PARECE-LHES JUSTO?
Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mukanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola).
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:47
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Sexta-feira, 8 de Junho de 2012
MULUNGU . XV

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO SOBA
       “ Direito de sonhar”
 Eduardo Hughes Galeano - É um jornalista e escritor uruguaio. É autor de mais de quarenta livros, que já foram traduzidos em diversos idiomas. Suas obras transcendem géneros ortodoxos, combinando ficção, jornalismo, análise política e História. Galeano iniciou sua carreira jornalística como editor do Marcha, influente jornal semanal. Em 1971 escreveu sua obra-prima As Veias Abertas da América Latina.
 Uruguai
A utopia está no horizonte; quanto mais a buscarmos mais ela se afastará; nunca a alcançaremos. Que tal se nos fixarmos um pouco mais além para adivinhar outro mundo possível: O ar estará limpo de todo o veneno que não provenha dos humanos e das humanas paixões. Nas ruas os automóveis serão amachucados pelos cães; a gente não será manejada pelo automóvel nem será programada pelo ordenador nem será comprada pelo supermercado nem tão pouco será mirada pelo televisor. O televisor será tratado como o ferro de engomar ou máquina de lavar; a caixa da TV não será mais, o membro mais importante da família. Serão incorporados códigos penais do delito de estupidez que cometerem os erros da angustia no ter ou ganhar. Viver por viver, não mais como canta o pássaro sem saber que canta e como joga a criança sem saber que joga. Em nenhum país, os mancebos, serão presos por se negarem a cumprir o serviço militar a não ser os que a querem cumprir; ninguém viverá para trabalhar mas, trabalharemos para viver; os economistas, não chamarão nível de vida ao nível de consumo nem chamarão qualidade de vida às quantidades de coisas que se consomem; os cozinheiros não acreditarão que às lagostas “ les encanta” serem fervidas vivas.
 Os historiadores não crerão que aos países “les encanta” serem invadidos; os políticos não crerão que aos pobres “les encanta” comer promessas. A solenidade deixará de acreditar que é uma virtude e nada, nada tomará a sério a nada que não seja capaz de tirar a morte e, nem por falecimento o canalha se converterá em virtuoso cavalheiro. O dinheiro perderá o mágico poder. A comida não será uma mercadoria nem a comunicação um negócio porque a comida e a comunicação são direitos humanos; ninguém morrerá com fome porque ninguém morrerá de indigestão; as crianças da rua não serão tratadas como lixo porque não haverá crianças de rua; os meninos ricos não serão tratados como se fossem dinheiro porque não haverá meninos ricos. A educação não será o privilégio de quem possa pagá-la e, a polícia não será a maldição de quem não possa comprá-la.
 A justiça e a liberdade, irmãs siamesas condenadas a viver separadas deverão ajustar-se bem coladinha, costas com costas. Ninguém será castigado pela amnésia conveniente tornando-se um exemplo de sanidade mental. A santa madre da igreja corrigirá algumas erratas da tábua de Moisés e o sexto mandamento mandará festejar o corpo; a igreja também ditará outro mandamento: amarás a natureza; serão reflorestados os desertos do mundo e os desertos da alma. Os desesperados serão inspirados e os perdidos serão encontrados porque aqueles, se desesperaram de tanto esperar e, estes perderam-se por tanto buscar. Seremos compatriotas e contemporâneos de todos os que tenham vontade de vencer e vontade de justiça; tenham nascido ou tenham vivido aonde pouco importe quais as suas fronteiras no mapa e do tempo. Seremos imperfeitos, porque a perfeição será sempre um aborrecido privilégio dos deuses; Mas, neste mundo trapalhão e chato hodierno, teremos de ser capazes de viver cada dia como se fosse o primeiro e cada noite, como se fosse a última.
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:54
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Quinta-feira, 7 de Junho de 2012
MUSSENDO DO PUTO . III

 {#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO KIMBO
   PORTUGAL - QUE PAÍS É ESTE? – 3ª de 4 Partes
:: As relações de Cavaco Silva com antigos dirigentes do BPN foram muito criticadas pelos seus oponentes durante a última campanha das eleições presidenciais. Cavaco Silva defendeu-se dizendo que apenas tinha sido primeiro-ministro de um governo de que faziam parte alguns dos envolvidos neste escândalo. Mas os responsáveis pela maior fraude de sempre em Portugal não foram apenas colaboradores políticos do presidente, tiveram também negócios com ele, Cavaco Silva. Cavaco Silva também beneficiou da especulativa e usurária burla que levou o BPN à falência. Em 2001, ele e a filha compraram (a 1 euro por acção, preço feito por Oliveira e Costa) 255.018 acções da SLN, o grupo detentor do BPN e, em 2003, venderam as acções com um lucro de 140%, mais de 350 mil euros.
 Por outro lado, Cavaco Silva possui uma casa de férias na Aldeia da Coelha, Albufeira, onde é vizinho de Oliveira e Costa e alguns dos administradores que afundaram o BPN. O valor patrimonial da vivenda é de apenas 199. 469,69 Euros e  e resultou de uma permuta efectuada em 1999 com uma empresa de construção civil de Fernando Fantasia, accionista do BPN e também seu vizinho no aldeamento. Para alguns portugueses são muitas coincidências e alguns mais divertidos consideram que Oliveira e Costa deve ser mesmo bom economista (!!!). Num ano fez as acções de Cavaco e da filha quase triplicarem de valor e, como tal, poderá ser o ministro das Finanças (!!??) certo para salvar Portugal na actual crise económica. Quem sabe, talvez Oliveira e Costa ainda venha a ser condecorado em vez de ir parar à prisão....ah,ah,ah. O julgamento do caso BPN já começou, mas os jornais pouco têm falado nisso. Há 15 arguidos, acusados dos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas nem sequer se sentam no banco dos réus.

 Os acusados pediram dispensa de estarem presentes em tribunal e o Ministério Público deferiu os pedidos. Se tivessem roubado 900 euros, o mais certo era estarem atrás das grades, deram descaminho a nove biliões e é um problema político. Nos EUA, Bernard Madoff, autor de uma fraude de 65 biliões de dólares, já está a cumprir 150 anos de prisão, mas os 15 responsáveis pela falência do BPN estão a ser julgados por juízes "condescendentes", vão apanhar talvez pena suspensa e ficam com o produto do roubo, já que puseram todos os bens em nome dos filhos e netos ou pertencentes a empresas sediadas em paraísos fiscais.
Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mukanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola).
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:47
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Quarta-feira, 6 de Junho de 2012
BRASIL EM 3 PENADAS . XXVIII

{#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
        “MADEIRA – BRASIL”
Matias de Albuquerque
O Conde Maurício de Nassau regressou à Holanda em Maio de 1644 e, com ele foi grande número de soldados licenciados em consequência da redução de efectivos. Ao partir Nassau, os Mafulos “Olandes” perderam o sossego de que desfrutavam graças ao prestígio e à vigilância do Conde. Embora a agitação de que viria a resultar a insurreição de 1645 já se tivesse iniciado há algum tempo, foi com a saída do Conde que esta se tornou mais perceptível. No comando das tropas flamengas e por escolha de Nassau ficou o Tenente-coronel Hendrik Van Haus que em um relatório ao Conselho dos XIX (Assembleia Legislativa) descrevia estarem as guarnições muito diminuídas por via das medidas economicistas estando os fortes e fortins muito arruinados. O Tenente de Mestre de Campo General André Vidal de Negreiros, um distinto militar Paraibano por ordens do Rei D. João IV dissimulava em “banho-maria” o planeamento do movimento restaurador; o tratado de concórdia entre Holanda e Portugal, não permitia interferências directas no processo estratégico.
 Índio Antônio Filipe Camarão da tribo potiguar, nascido no início do século XVII na Capitania de Pernambuco no contexto das invasões holandesas do Brasil, auxiliou a resistência organizada por Matias de Albuquerque desde 1630, como voluntário para a reconquista de Olinda e do Recife. À frente dos guerreiros de sua tribo organizou acções de guerrilha que se revelaram essenciais para conter o avanço dos invasores
Por mais estimulante que fosse para os Luso-brasileiros de Pernambuco a restauração da monarquia portuguesa, por mais forte que fosse a indignação aos flamengos em Angola, São Tomé, ou Maranhão, e por mais convincentes que fossem as razões de André Vidal de Negreiros, certamente, não teriam os moradores decidido enfrentar o maior poder militar de então, se os motivos que lhes diziam directamente respeito, não os tivessem instigado a isso. Movia-os sobremaneira o interesse mercantil; a atracão dos grandes lucros extraídos pela Companhia das Índias Ocidentais e as dívidas medonhas que estes tinham com os Olandes. Os Mafulos, encontraram uma sociedade e economia organizada tendo por base uma cultura cristã que não se deixou subjugar. Factores culturais, motivos económicos, abusos e violência de uma luta ininterrupta, foram as causas das quais originou o movimento de insurreição de 1645.
André Vidal de Negreiros: Lutou contra os holandeses quando da invasão de Salvador na Bahia (1624), participando de todas as fases da Insurreição Pernambucana (1645-1654), tendo mobilizado tropas e meios nos sertões nordestinos. Tomou parte com grande bravura em quase todos os combates contra os holandeses. Foi nomeado Mestre-de-Campo, notabilizando-se no comando de um dos Terços do Exército Patriota, nas duas batalhas dos Guararapes, em 1648 e 1649. Comandou o sítio de Recife que resultou na capitulação holandesa no ano de 1654. Encarregado de levar ao rei D. João IV a notícia da expulsão dos holandeses, foi condecorado pelo soberano. Por seus feitos foi sucessivamente nomeado Governador e Capitão-Geral da Capitania do Maranhão, da Capitania de Pernambuco por dois períodos e de Angola  entre 1661e 1666.
 Litografia em rótulo de cigarro com os quatro heróis: Vidal de Negreiros, Fernandes Vieira, Henrique Dias e Felipe Camarão.
Foi a tirania dos “Olandeses” que levou o povo com seu Mestre de campo João Fernandes Vieira a virar a página; Os Mafulos nunca guardaram sua palavra com os portugueses no tocante à liberdade católica, tornando-os seus criados com insolências e ignominias que seus soldados e oficiais, faziam com mulheres e donzelas portuguesas. Os católicos portugueses e os intransigentes calvinistas fizeram inconciliáveis suas relações. Junte-se a tudo isto os furtos e ataques praticados pelos negros, mulatos e mazombos transformados em verdadeiros bandidos; pelos escravos aquilombados e, sobretudo pelos indígenas tapuias seguros de sua impunidade pelo apoio dos invasores Mafulos. Era uma insegurança completa, à mercê não só de assassinos e ladrões, como das próprias autoridades incumbidas em reprimi-los. Com a redução do número de padres e frades, uns fugidos, outros deportados, o ensino dos filhos dos moradores tornou-se difícil. O ensino era feito pelos capelães dos engenhos, pelos mestres de gramática, por jesuítas e franciscanos entre outros mas, pela falta daqueles, morriam muitos homens por todas as capitanias sem confissão.

Mafulos: Nome porque eram conhecidos os Holandeses em Angola nessa época.

Referência Bibliográfica: RESTAURADORES DE PERNAMBUCO de José António Gonçalves de Mello (1967).
(Continua…)
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:30
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Terça-feira, 5 de Junho de 2012
KAZUMBI . V

{#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
       “O FIM DO EURO” - PROGNÓSTICO
Origem: Wikipédia
 George Soros: empresário de origem judia é um homem de negócios húngaro-americano famoso pelas suas actividades especulativas, em matéria de taxas de câmbio. Foi em Londres que se tornou notória a sua forma de administrar empresas e, aonde enriqueceu. É conhecido por ter doado montantes exorbitantes para eleger o presidente Barack Obama. Este investidor, multimilionário doou um milhão de dólares para a campanha de um referendo que visa legalizar a maconha na Califórnia. A Revista Forbes classifica-o em 2012 como a 22° pessoa mais rica do mundo, com 20 bilhões de dólares[
 George Soros afirmou que a Europa tem três meses para salvar o euro: 'Na minha opinião, as autoridades tem uma janela de três meses em que eles podem corrigir seus erros e reverter a atual tendência', disse ele durante uma seminário de economia na Itália. Segundo ele, durante uma crise, os credores ficam na direção e nada pode ser feito sem o apoio da Alemanha, ressaltando que a oposição pública contra a austeridade na zona do euro deve crescer até que esta medida seja revertida. A Grécia realiza, no dia 17 de junho, eleições pela segunda vez em seis semanas após uma votação inconclusiva feita em 6 de maio. Com a esquerda radical do partido Syriza, principal opositor do acordo de resgate entre Europa e Fundo Monetário Internacional (FMI), liderando as pesquisas, a eleição poderá levar a Grécia a deixar a zona do euro.
 O bilionário acredita que a crise deve chegar ao seu clímax durante o outono europeu, que começa no fim de setembro. 'Neste período, a economia alemã também estará enfraquecendo e a chanceler Angela Merkel achará ainda mais dificuldade do que hoje para persuadir a sociedade alemã a aceitar qualquer responsabilidade adicional pela Europa', afirmou Soros. Segundo ele, as autoridades não entendem a natureza da crise do euro. 'Eles pensam que é um problema fiscal enquanto a crise é mais um problema do sistema bancário e um problema de competitividade', ressaltou. Ele disse que o remédio que está sendo aplicado também está errado. 'Você não pode reduzir a dívida através do encolhimento da economia, mas crescendo e desta forma criando uma saída para fora da crise', disse. As informações são da Dow Jones.
KAZUMBI: Feitiço; pouca sorte; coisas de kazucuta (malabaristas, pais de santo e mwangolés); macumba, coisas obscuras.
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:42
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Segunda-feira, 4 de Junho de 2012
MUSSENDO DO PUTO . II

 {#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO KIMBO
      PORTUGAL - QUE PAÍS É ESTE?2ª de 4 Partes
 Daniel Sanches

Vêm depois os nomes de Daniel Sanches, outro ex-ministro da Administração Interna (no tempo de Santana Lopes) e que foi para o BPN pela mão de Dias Loureiro; de Rui Machete, presidente do Congresso do PSD e dos ex-ministros Amílcar Theias e Arlindo Carvalho. Apesar desta constelação de bem pagos gestores, o BPN faliu. Em 2008, quando as coisas já cheiravam a esturro, Oliveira e Costa deixou a presidência alegando motivos de saúde, foi substituído por Miguel Cadilhe, ministro das Finanças do XI Governo de Cavaco Silva e que denunciou os crimes financeiros cometidos pelas gestões anteriores. O resto da história é mais ou menos conhecido e terminou com o colapso do BPN, sua posterior nacionalização e descoberta de um prejuízo de 1,8 mil milhões de euros, que os contribuintes tiveram que suportar. Que aconteceu ao dinheiro do BPN? Foi aplicado em bons e em maus negócios, multiplicou-se em muitas operações? suspeitas? que geraram lucros e que Oliveira e Costa dividiu generosamente pelos seus homens de confiança em prémios, ordenados, comissões e empréstimos bancários.
 Miguel Cadilhe

Não seria o primeiro nem o último banco a falir, mas o governo de Sócrates decidiu intervir e o BPN passou a fazer parte da Caixa Geral de Depósitos, um banco estatal liderado por Faria de Oliveira, outro ex-ministro de Cavaco e membro da comissão de honra da sua recandidatura presidencial, lado a lado com Norberto Rosa, ex-secretário de estado de Cavaco e também hoje na CGD. Outro social-democrata com ligações ao banco é Duarte Lima, ex-líder parlamentar do PSD, que se mantém em prisão preventiva por envolvimento fraudulento com o BPN e também está acusado pela polícia brasileira do assassinato de Rosalina Ribeiro, companheira e uma das herdeiras do milionário Tomé Feteira. Em 2001 comprou a EMKA, uma das offshores do banco por três milhões de euros, tornando-se também accionista do BPN.
 Faria de Oliveira
Em 31 de julho de 2011, o ministério das Finanças anunciou a venda do BPN, por 40 milhões de euros, ao BIC, banco angolano de Isabel dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos, e de Américo Amorim, que tinha sido o primeiro grande accionista do BPN. O BIC é dirigido por Mira Amaral, que foi ministro nos três governos liderados por Cavaco Silva e é o mais famoso pensionista de Portugal devido à reforma de 18.156 euros por mês que recebe desde 2004, aos 56 anos, apenas por 18 meses como administrador da CGD. O Estado português queria inicialmente 180 milhões de euros pelo BPN, mas o BIC acaba por pagar 40 milhões (menos que a cláusula de rescisão de qualquer craque da bola) e os contribuintes portugueses vão meter ainda mais 550 milhões de euros no banco, além dos 2,4 mil milhões que já lá foram enterrados. O governo suportará também os encargos dos despedimentos de mais de metade dos actuais 1.580 trabalhadores (20 milhões de euros).

Isabel dos Santos Mira Amaral

Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mukanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola).

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:46
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Domingo, 3 de Junho de 2012
FRATERNIDADES . XXIV

 {#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO CONSUL

        “A proximidade com Deus é ...

 Edir Macedo - Líder, bispo da Igreja Universal IURD; Criada por ele mesmo

Nada  indica o motivo da mensagem do bispo, que foi largamente retransmitida. Um dos internautas que retransmitiu a afirmação do bispo insinuou que ele sofre de “bipolaridade cibernética”. Um outro, disse que se a religião é a porta do inferno, Edir Macedo é o pedágio (cobrador da portagem, portageiro). Essa não é a primeira vez que Macedo se manifesta contra a religião através da rede social. No início de março, ele publicou na rede a mensagem: -“Ateu sim, religioso não…”, junto a um link cujo texto em seu blog afirtmava que, “nas religiões, o MAL, trabalha forte para manter as vítimas amarradas a suas mazelas”, completando que sendo assim, “será melhor ser ateu”. Críticas à religião é um assunto constante em textos escritos por Macedo. Em 2009 ele, apoiou em um de seus escritos, a famosa frase do filósofo Karl Marx que diz “ a religião é o ópio do povo”, e afirmou: - “a religião atrai as pessoas, sem que elas se apercebam da infiltração em suas mentes pensamentos contrários ao que Deus ensina, provocando cauterização seus entendimentos”.

Jose Matias José Matias*: - Deixemos as nossa filosofias Baratas, o evangelho é puro como a água cristalina, mas, a incredulidade separa-nos desse tão sublime conhecimento. Pensar em Deus e em coisas santas cria uma atmosfera moral favorável ao crescimento da fé, bem como do amor, da humildade e reverência. Pelo pensamento não podemos regenerar os nossos corações, nem eliminar os nossos pecados, nem mudar as manchas do leopardo. Tão pouco podemos com o pensamento acrescentar um côvado á nossa estatura, ou tornar o mal em bem, ou as trevas em luz com religiosidades baratas. Se nós formos sinceros, descobriremos não só o que somos, mas também o que podemos vir a ser. Ninguém pense mudar este mundo, á custa das suas boas obras, divorciado do controlo de Deus… Impossível!” - Jesus disse: sem mim nada podeis fazer ”Os políticos, religiosos, psicólogos, enfim, clamam aos sete ventos que têm a solução para o mundo, desprezando completamente o sacrifício de Cristo na cruz.

 Lasar Segall . Br

Pergunto  a esse pastor Macedo: Será que Deus é um cobrador de impostos? Se Jesus teve a primeira opção de nos chamar há salvação, e neste caso a nossa resposta foi o sim, pergunto: será possível cada vez que falhamos no dito DÍZIMO, nem que seja por cêntimos, estamos neste caso roubando!... Pobre povo que foi chamado por Deus, e que agora passa a vida a ser intitulado de ladrão. Sendo assim, hoje estamos salvos, amanhã estaremos no inferno e, por aí, sucessivamente. Absurdo isto! Quero aqui afirmar que dízimos, não são 10 por cento, mas sim 100%. Se você tenta comprar Deus com o dízimo, e os seus favores, esteja longe disso, pois Deus não precisa do "seu dinheiro". Deus não vos deixa á mercê de mercenários; você não pode ser guiado pelos seus sentimentos. A religião verdadeira não se baseia em sentimentos, mas na vontade; esta, operada por Cristo em nós, Ele te livrará do laço do passarinheiro: Sal.91:3. Um crente não é um coitadinho e estúpido. Dez por cento, é pois a inteireza, da sua vida entregue a Cristo, Foi isso que Deus quis, colocar na cabeça do povo que vivia na lei. Devemos dar? Com certeza, cada um contribua segundo o que propôs no seu coração. E se Deus o mandar á rua direita, vá!

* Gentileza de José Matias em seu blogue: http://a_certeza.blogs.sapo.pt (Cônsul honorário do Kimbo no reino de Manikongo em) - Johannesburg.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:52
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Sábado, 2 de Junho de 2012
PIAÇABUÇU . VI

 {#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
        “DOS JESUITAS AOS TUBARÕES”3
Por
      Roeland Emiel Steylaerts
O COMEÇO EM BRASILIA
Cheguei a Brasília, vindo de Cavalcante, acompanhado de meu pai. Era final de 1966, estava sem dinheiro, com uma calça e uma camisa e um anel de ouro no dedo; cueca nem me lembro se tinha, pois esse tempo ficou longe. Meu pai tinha alugado um apartamento na W3 Sul, onde minha mãe e irmão nos esperavam. Fomos obrigados a dormir no chão pois ainda não havia móveis. Meu irmão tinha arrumado um serviço na recepção do Hotel Nacional; mais tarde virou gerente da agência de viagens BRASTUR, na mesma galeria do Hotel tendo sido posteriormente chamado para trabalhar na Embaixada Americana, onde trabalhou vários anos. Meu pai arrumou um serviço de hotel na Ilha do Bananal, no meio dos Índios Carajás, no rio Araguaia. A proposta era convidativa e, eu e minha mãe iríamos juntos; acabamos por ficar ali só dois meses, pois que por falta de pagamento tivemos que voltar.
 Índios Carajás

O hotel realmente era chique, cheio de conforto mas cadê os clientes?... Voltamos a Brasília, no mesmo velho DC-3 da FAB. O dia seguinte foi atrás de trabalho e, encontrei um provisório serviço de “caixa” no restaurante Roma, para a época de natal. Os donos eram um judeu Belga de nome Simon Pitel, e um certo Marcel Heirbaut, que tentou dar depois um golpe ao primeiro, quando este tirava férias. Meus pais arrumavam a gerência de uma casa nocturna, no Lago Norte, ainda totalmente isolado, chamado “Living Room”. O dono, era um casal americano, que também tinham um hotel feito em madeira em cuja Asa Norte na via 714, estava fechado e lacrado pela polícia... não sabíamos qual o motivo e qual o mistério envolvente. Eu, todos os dias ia a pé àquele hotel de madeira do americano; com autorização dele, entrava pela janela, dormindo num dos quartos, sem luz eléctrica. Era bastante longe e demorava mais de duas horas para chegar da via 710 Sul á via 714 Norte.
 Brasilia

Naquele tempo, felizmente não havia ladrão, nem trafico como hoje. Era tudo muito tranquilo. Poderia ter pedido um passe para pagar o transporte de ônibus, mas meu orgulho era forte demais, e preferia ir andando. Depois de duas semanas, o dono do restaurante onde eu trabalhava, falou que por cima do estabelecimento, no primeiro andar, tinha um quartinho, sem luz, com a fechadura quebrada, mas que dava para dormir. Do lado tinha um banheiro sujo e nojento, também sem luz, e com um cano que servia de chuveiro, só que eles guardariam ali os sacos de arroz do restaurante. Aceitei na hora, e comecei a dormir naquele cubículo. Todo o dinheiro que ganhava era guardado, tostão por tostão. Abri uma conta no Banco da Amazónia, pensando que meu futuro estaria ligado a essa região misterioso, e comecei a depositar. Comprei um sofá usado, e um lampião a querosene. Naquela época tinha uma turma de militares americanos, fazendo os mapas aerofotogramétricos do centro-oeste, e já que eu falava inglês, viraram clientes do restaurante. Comecei a lançar a Caipirinha em Brasília, que não existia ainda por lá naquele tempo e, aí, comecei a comprar uns pacotes de cigarros e alguns litros de uísque importado, que  depois revendia a bom preço.
De um livro de uma vida, não editado, compilado com ligeiras correcções ortográficas ao texto original de Roeland Emiel Steylaerts por
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:13
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Sexta-feira, 1 de Junho de 2012
MUSSENDO DO PUTO . I

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO KIMBO

       PORTUGAL - QUE PAÍS É ESTE? – 1ª de 4 Partes

 Os 3 amigos: Olieira, Loureiro e Anibal

Ainda é tempo de conhecer toda este CHAFURDICE: COMO É POSSÍVEL QUE UM PAÍS TÃO PEQUENO COMO PORTUGAL, ALBERGUE TANTOS LADRÕES?! E QUASE TODOS SE DIZEM SOCIALISTAS E OU SOCIAL-DEMOCRATAS! COMO É POSSÍVEL?.... PORQUÊ OS PORTUGUESES SÃO MASOQUISTAS  GOSTANDO DE SER ROUBADOS...

Parece anedota, mas é autêntico: dia 11 de Abril do ano passado, um homem armado assaltou a dependência do Banco Português de Negócios, ou simplesmente BPN, na Portela de Sintra, arredores de Lisboa e levou 22 mil euros. Trata-se de um assalto histórico: foi a primeira vez que o BPN foi assaltado por alguém que não fazia parte da administração do banco. O BPN tem feito correr rios de tinta e ainda mais rios de dinheiro dos contribuintes. Foi a maior burla de sempre em Portugal, qualquer coisa como 9.710.539.940,09 euros.

 José oliveira e Costa

Com esses nove biliões e setecentos e dez milhões de euros, li algures, podiam-se comprar 48 aviões Airbus A380 (o maior avião comercial do mundo), 16 plantéis de futebol iguais ao do Real Madrid, construir 7 TGV de Lisboa a Gaia, 5 pontes sobre o Tejo ou distribuir 971 euros por cada um dos 10 milhões de portugueses residentes no território nacional (os 5 milhões que vivem no estrangeiro não seriam contemplados). João Marcelino, director do Diário de Notícias, de Lisboa, considera que é o maior escândalo financeiro da história de Portugal. Nunca antes houve um roubo desta dimensão, tapado por uma nacionalização que já custou 2.400 milhões de euros delapidados algures entre gestores de fortunas privadas em Gibraltar, empresas do Brasil, offshores de Porto Rico, um oportuno banco de Cabo Verde e a voracidade de uma parte da classe política portuguesa que se aproveitou desta vergonha criada por figuras importantes daquilo que foi o cavaquismo na sua fase executiva? O director do DN conclui afirmando que este escândalo é o exemplo máximo da promiscuidade dos decisores políticos e económicos portugueses nos últimos 20 anos e o emblema maior deste terceiro auxílio financeiro internacional em 35 anos de democracia. Justifica plenamente a pergunta que muitos portugueses fazem: se
isto é assim à vista de todos, o que não irá por aí escondido?


 
Manuel Dias Loureiro

O BPN foi criado em 1993 com a fusão das sociedades financeiras Soserfin e Norcrédito e era pertença da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que compreendia um universo de empresas transparentes e respeitando todos os requisitos legais, e mais de 90 nebulosas sociedades offshores sediadas em distantes paraísos fiscais como o BPN Cayman, que possibilitava fuga aos impostos e negociatas.

: Os 3 amigos: Anibal, Loureiro e Lima

O BPN tornou-se conhecido como banco do PSD, proporcionando "colocações" para ex-ministros e secretários de Estado sociais-democratas. O homem forte do banco era José e Oliveira e Costa, que Cavaco Silva foi buscar em 1985 ao Banco de Portugal para ser secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e assumiu a presidência do BPN em 1998, depois de uma passagem pelo Banco Europeu de Investimentos e pelo Finibanco. O braço direito de Oliveira e Costa era Manuel Dias Loureiro, ministro dos Assuntos Parlamentares e Administração Interna nos dois últimos governos de Cavaco Silva e que deve ser mesmo bom (até para fazer falcatruas é preciso talento!), entrou na política em 1992 com quarenta contos e agora tem mais de 400 milhões de euros (há trinta anos era um advogado "pé rapado", em início de carreira, em Coimbra).

Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mukanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola).

O Soba T´Chingange



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