Terça-feira, 31 de Julho de 2012
CAFUFUTILA : XXII

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO EMBAIXADOR*

A VIDA SEXUAL DOS PAPAS -  POUCA VERGONHA! ! ! . 2ª de 4 Partes

Por

  Eric Frattini

Reflexão sobre a necessária reforma da Igreja. São mais de 300 páginas com centenas de histórias pouco santas sobre a vida sexual dos Papas da Igreja Católica. Alguns morreram assassinados pelos maridos das amantes em pleno acto sexual. Outros foram depostos do cargo, julgados pelas suas bizarrias sexuais e banidos da história da Igreja.

 1. João Paulo II

Acusado de ter uma filha secreta. Em 1995, o norte-americano Leon Hayblum escrevia um livro polémico, em que dizia ser pai da neta de João Paulo II. Durante a ocupação nazi da Polónia, Wojtyla terá casado, secretamente, com uma judia. Do enlace nasceu uma rapariga, que o próprio pai entregou, com seis semanas, a um convento local. No seu pontificado especulou-se muito sobre as namoradas que teve antes do sacerdócio. O Papa admitiu algumas, mas garantiu nunca ter tido sexo. No Vaticano, fazia-se acompanhar por uma filósofa norte-americana, Anna Teresa Tymieniecka, com quem escreveu a sua maior obra filosófica. Acabaram zangados, supostamente por ciúmes.

 2. Paulo VI - Homossexual?

Assim que chegou ao Vaticano, Paulo VI mostrou-se muito conservador em relação às matérias ligadas à sexualidade. Em 1976, indignado com as declarações homofóbicas de Paulo VI, um historiador e diplomata francês, Roger Peyrefitte, contou ao mundo que, afinal, o Papa era homossexual e manteve uma relação com um actor conhecido. O escândalo foi tremendo: Paulo VI negou tudo e o Vaticano chegou a pedir orações ao fiéis do mundo inteiro pelas injúrias proferidas contra o Papa. Paulo VI morreu em 1978, aos 81 anos, depois de 15 pontificados, vítima de um edema pulmonar causado, em boa parte, pelos dois maços de cigarros que fumava por dia.

 3. Inocêncio X - Amante da cunhada

Eleito no conclave de 1644, Inocêncio X manteve uma relação com Olímpia Maidalchini, viúva do seu irmão mais velho - facto que lhe rendeu o escárnio das cortes da Europa. Inocêncio X não era, aliás, grande defensor do celibato. Olímpia exercia grande influência na Santa Sé e chegou a assinar decretos papais. A dada altura, o Papa apaixonou-se por outra nobre, Cornélia, o que enfureceu Olímpia. Mesmo assim, foi a cunhada quem lhe valeu na hora da morte e quem assegurou o funcionamento do Vaticano quando Inocêncio estava moribundo. Quando morreu, em 1655, Olímpia levou tudo o que pôde da Santa Sé para o seu palácio em Roma, com medo de que o novo Papa não a deixasse ficar com nada.

* Carlos Ferreira: Embaixador do Kimbo no Nordeste Brasileiro

CAFUFUTILA, (kifufutila): -farinha de mandioca torrada misturada com açúcar; falando de boca cheia lançam-se falripos dessa farinha, fuba ou bombô que perturba o interlocutor; perdigotos ou gafanhotos.Do Kimbundo de Angola

(Continua…)

O Soba T´Chingange



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Segunda-feira, 30 de Julho de 2012
KAZUMBI. XIIII

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS  DO KIMBO

“Mukanda doTempo” – Retornados . 3

Na ânsia de protagonismo e mando, os movimentos MPLA, FNLA e UNITA estragaram a vida a milhares de Tugas e Angolanos entrando em uma louca guerra que só retardou o futuro. E, o lixo surgiu na corrente da História. Agora são os mwangolés (senhores de Angola)!

 Assim, Almeida Santos, que era nesse tempo ministro da administração do território depois de ter transferido a sua fortuna de Moçambique para Lisboa, afirma: “Os civis tinham deixado de encarar a presença dos 30 mil militares portugueses como uma protecção... Havia alguma, diz. “Mas as tropas portuguesas estavam desmotivadas. Muitos dos militares iam já na terceira, quarta e até quinta comissão de serviço, o significava que estavam a abeirar-se de uma situação de exaustão. Com o “25 de Abril” gerou-se a convicção de que a guerra acabara, de que já tinham cumprido a sua missão. O atraso nas negociações com os movimentos de libertação levou a que se continuasse a lutar e a morrer tanto ou mais, nos tempos seguintes ao “25 de Abril”, do que antes. E era incompreensível para as tropas, chegando mesmo a gerar uma situação de indisciplina militar”. Alguns chegaram ao desconforto de ficarem sem roupas e sem botas, sendo motivo de chacota por parte de gente da mata sem qualquer preparação cívica. Tentam omitir episódios tristes, mas os documentos não relevam a incompreensão dos ditos “colonos brancos” que só tentaram esquecer essa bosta de guedelhudos que o PREC enviou para coordenar os guerrilheiros fabricados às pressas e os imberbes pioneiros do MPLA. O MFA foi a maior farsa da história contemporânea portuguesa; um conjunto de militares de aviário!

  Almeida Santos, um dos responsáveis pela descolonização, não tem a certeza das causas que originaram a ponte aérea pois afirma: “a ponte aérea resultou de uma decisão conjunta do Governo e da Presidência da República”, mas acrescentou: ”eu diria que o Conselho da Revolução também teve alguma coisa a ver com isso...”. E para cúmulo ainda acrescentou:” Este era um capítulo que o governo procurava evitar: escaldava e já havia problemas de sobra a nível interno!”. E para prova do desencontro de opiniões dos políticos portugueses, oiçamos Melo Antunes, uma das cabeças da descolonização: “a perspectiva do governo português não era estimular o regresso da população branca, e sim, ajudá-la a continuar no território. Mas era tarde demais...” (porquê, pergunto eu). “Por essa altura, em Julho, a população branca de Angola só pensava em rotas de fuga, deixara de acreditar nos bons ofícios de Lisboa (MFA, PREC, CR, PR); mais de 2.500 veículos partiram, por terra até Marrocos e, em meados de Agosto, 2 mil portugueses tinham cruzado a fronteira a caminho da África do Sul”.

 Face a tantas opiniões desencontradas, algumas desconcertadas, e da consequente falta de coordenação e de decisão é fácil compreender porque é que Vieira de Almeida acabou por afirmar: “Nunca mais vi as pessoas do mesmo modo. Nem este país (Angola). Foi absolutamente incrível a cobardia colectiva de que então se deu provas”. A colmatar esta falta de orientação surgiu uma FUA que ao invés de acalmar os ânimos piorou o estado de coisas. Não surgiu nenhum líder credível que conjugasse o interesse dessa turba desordenada em debandada. Face ao que atrás se disse torna-se fácil compreender porque é que a tal “comissão de descolonização” de que fiz parte tivesse sido completamente inoperante e inútil. Mas no artigo em referência, “A maior ponte da história ”citam-se duas conclusões “históricas” que parecem querer interpretar para a posteridade o que foi a descolonização de Angola.

(Segue…)

Descrição parcial de

 Sócratas Dáskalos - Militante do MPLA - Faleceu no Lobito - Angola, com a idade de 81 anos a 10/10/2002

Nota: O sublinhado é um acréscimo do soba

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:54
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Domingo, 29 de Julho de 2012
FRATERNIDADES . XXVIII

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DE STELLA*

“A VIDA É UMA BOA ILUSÃO”

Foto de perfil Stella Pugliesi . Em seu dia de aniversário

Amigos são flores plantadas ao longo do nosso caminho para que saibamos encontrar primavera o ano todo. E quando o Outono chega cheio de beleza e melancolia, os amigos estão presentes nos trazendo alegria; e quando o inverno vem frio e escuro, trazendo saudades e noites longas, os amigos nos trazem calor e luz com o brilho da sua presença. E essas flores belas perfumam nossa existência e tomamos consciência de que não estamos sozinhos. Se amigos são flores que duram um ano ou um dia não faz diferença, porque o importante está nas marcas que se deixam nas nossas vidas. As horas compartilhadas, horas de carinho, amor e cuidado. Um amigo que se doa sem querer saber se vai ter um retorno, que se entrega pelo prazer de ver a felicidade do outro é uma flor rara que merece cuidados especiais, um ser grande e importante que nos da vontade de chorar só pelo fato de saber que ele existe. É alguém que consegue chegar até nossa alma… É um presente de Deus. Se todo o mundo nos virar as costas e no meio desse mundo uma flor, nem que seja uma única flor assim nascer no nosso jardim, então toda a vida já terá valido a pena.

 Neste dia eu lhe desejo um sol diferente. Que apesar de todas as dificuldades, apesar de algumas tristezas que insistem, que mesmo com essa montanha erguida, o sol possa ser seu presente mais doce. Desejo ao seu coração o querer que ele quer. Que nas palavras que ele sussurra dentro do seu peito, sejam ouvidas aquelas que têm sabor de liberdade. Que você esteja atendo para o sopro da sua vontade real,  e jamais desista dos seus passos em direcção à verdade. Desejo que sua percepção acorde com a veemência de um sol novo e renovador. Que ele lhe encoraje às atitudes que estão querendo respirar.  Aquelas que sempre são substituídas,  Aquelas que não se arrojam por ter os pesos de conceitos por demais antigos. Desejo que você aceite seu tempo, seja ele qual for.

 Miró  Que sinta serenidade na espera necessária para que a semente plantada brote no tempo certo. Desejo então que sua flor seja inteira, e mesmo que inicialmente pequena e frágil, ela lhe traga as luzes de uma estrada azul. Que sua sabedoria esteja desperta aguardando com tranqüilidade o desabrochar da sua flor. Em paz, em cadência ritmada com o aprendizado que vem chegando. Em mais suaves permissões a você. Em muito mais reconhecimento da sua coragem. Desejo a você um sol diferente. Espalhando seu sorriso pela densidade das nuvens, simplificando o aspecto complicado de alguns momentos e mostrando-lhe a fonte essencial para sua sede. Desejo que a cada instante você desnude mais seu coração e deixe que nele vibre em tom maior: O AMOR . O amor na sua expressão mais simples. Que não mede, não faz contas e que tem o poder de lhe erguer acima de todas as montanhas escuras.

Como em uma horta, os amigos cultivam-se, regam-se, deixam florescer-se e podam-se quando faz falta; Novas flores e frutos brotarão, a vida sempre se renova. T´Chingange

Stella: A embaixatriz do paraíso da Manguaba – A "KIANDA" (Sereia) do reino de Manikongo; Uma homenagem do Kimbo em seu dia de aniversário com votos de muitas felicidades além destas fraternidades usuais.

Enquadramento e arranjo do texto pelo

Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:51
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Sábado, 28 de Julho de 2012
KANIMAMBO . XIV

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO SOBA*

“GERAÇÃO À RASCA…” . Ai-iu-É . Ai-iu-É Puto . 1ª de 2 Partes

Por
 Mia Couto - biólogo e escritor moçambicano.

Por nossa culpa, "Um dia, isto tinha de acontecer! Existe uma geração à rasca? Existe mais do que uma! Certamente! Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida. Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações. A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo. Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos. Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.

Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada. Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes. Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego,... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.

 Foi então que os pais ficaram à rasca. Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado. Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais. São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquer coisa phones ou pads, sempre de última geração. São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!

Uma visão bem ao estilo de Mia Couto.

Kanimambo: Obrigado (Moçambique)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 20:39
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Sexta-feira, 27 de Julho de 2012
KAZUMBI . XII

{#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

        “QUILOMBOLAS DO BRASIL”

 QUILOMBOLAS - "Ser quilombola (kilombola) é ter sobre os nossos ombros a história de um povo que foi transladado de África para as Américas para trabalhar na escravatura". No Brasil vivem em comunidades espalhadas por todo o território (existem cerca de três mil no Brasil); são descendentes de antigos escravos que por alforria ou fugidos, encontraram a liberdade em locais distantes como a Serra da Barriga em Zumbi dos Palmares, por exemplo. São comunidades ou grupos étnicos predominantemente constituídos pela população negra rural ou urbana. Autodefinem-se a partir das relações com a terra, pelo parentesco, pelo território, da ancestralidade, ou suas tradições e práticas culturais próprias. Eles vieram de Cabo Verde, Angola, Guiné, Togo, Moçambique, Senegal, Nigéria, Sudão, Iganda, Zaire ou Congo, enfim, um pouco de toda a África.

 A comunidade quilombola do Rio dos Macacos está lutando contra o tempo. Em apenas algumas dias, uma ordem da justiça pode tirar a comunidade das terras em que vive há mais de 200 anos. Somente uma grande mobilização popular pode impedir que a pressão da Marinha prevaleça. Junte-se a essa luta agora, e a Avaaz e o defensor público que defende os quilombolas entregarão a petição diretamente para o juiz quando alcançarmos 50.000 assinaturas: Em poucos dias, 200 anos de cultura tradicional podem ser extintos. Os quilombolas de Rio dos Macacos na Bahia podem ser expulso de suas terras para a construção de uma base da Marinha. Mas a solução para o problema está a nosso alcance! A Marinha do Brasil quer expandir a Base Naval de Aratu a todo custo, mesmo que tenha que devastar uma tradição centenária e expulsar os quilombolas da região. Os pareceres técnicos do governo já afirmaram que os quilombolas têm direito àquela terra, mas eles só têm validade se publicados -- mas a lentidão da burocracia pode fazer com que o juiz do caso determine a remoção da comunidade antes que seu direito seja reconhecido. Eles estão com a faca no pescoço e nós podemos ajudar a vencer essa batalha se nos unirmos a essa causa!

 Não temos tempo a perder! O juiz decidirá na próxima segunda-feira se retira os quilombolas ou espera a publicação do parecer do governo. A defensoria pública disse-nos que somente uma grande mobilização popular pode impedir que a pressão da Marinha prevaleça. Junte-se a essa luta agora, e a Avaaz e o defensor público que defende os quilombolas entregarão a petição diretamente para o juiz quando alcançarmos 50.000 assinaturas. Assine a petição abaixo para impedir que a lentidão da burocracia acabe com uma comunidade tradicional:

http://www.avaaz.org/po/urgente_quilombolas_em_risco_c/?bxeoJcb&v=16624

De acordo com estudos, das três mil comunidades quilombolas que se estima haver no Brasil, apenas 6% tiveram suas terras regularizadas. É um direito das comunidades remanescentes de escravos garantido pela Constituição, e responsabilidade do Poder Executivo emitir-lhes os títulos das terras. A cultura quilombola depende da terra para manter seu modo de vida tradicional e expulsar quilombolas dessas terras pode significar o fim de uma comunidade de 200 anos. A comunidade do Rio dos Macacos tem até o dia 1º  de Agosto para sair do local e, após isso, sofrerá a remoção forçada. Entretanto, temos informações seguras que técnicos já elaboraram um parecer que reconhece o direito dos quilombolas, mas ele só tem validade quando for formalmente publicado e a comunidade corre o risco de ser expulsa nesse intervalo de tempo. Temos visto que, quando nos unimos, movemos montanhas e derrotamos gigantes. Vamos unir-nos mais uma vez para garantir o direito de terra da comunidade quilombola Rio dos Macacos e dar paz as famílias que moram no local. Juntos podemos alcançar justiça!

Com esperança e determinação, Pedro, Luis, Diego, Carol, Alice, Ricken e toda a equipe da Avaaz

Cazumbi: feitiço (Angola); coisas do espírito.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:27
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MUSSENDO DO PUTO . VI

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO VISCONDE DO MUSSULU*

     Verdades incontornáveis...” . Os Retornados . 1ª de 3 partes

 Uma das ideias feitas que ainda hoje subsiste em Portugal, é a de que os «retornados do Ultramar» constituíam uma legião de indivíduos que vieram agravar de várias formas o já de si deplorável estado da sociedade portuguesa à data da Descolonização. Sociedade que estava sofrendo o inevitável depauperamento causado pela emigração maciça dos seus braços mais válidos em busca de melhores condições de vida, sangria que começara muito antes das chamadas «guerra colonial» e que esta veio inevitavelmente acentuar. Disse-se, escreveu-se, e ficou gravado no entendimento comum dos portugueses, que a maioria dos retornados era uma legião de pessoas rudes, na maioria já de idades avançadas, que tinham queimado as suas energias pelas terras de África, pouco produtivas para a tarefa da reconstrução nacional, e sobretudo escassamente preparados do ponto de vista profissional.

 A ideia geral que se fazia - e intencionalmente se propalou!... Acerca dos retornados do ex-Ultramar, era a de uma maioria de rudes capatazes agrícolas, broncos e violentos, de astutos comerciantes do mato, e de uns tantos «endinheirados» que exploravam negócios altamente chorudos! Acontece que os sucessivos contingentes que os aviões despejavam diariamente no Aeroporto de Lisboa, nos dois ou três meses que se seguiram ao êxodo maciço dos portugueses de Angola e de Moçambique, bem como as imagens fotográficas ou da Televisão, davam uma aparência de realidade a tão deploráveis e errados juízos.  São hoje suficientemente conhecidas as deploráveis condições em que os retornados de Angola e Moçambique regressaram a Portugal - nove em cada dez, apenas com as roupas que tinham vestidas no momento do embarque, por não terem tido tempo nem possibilidade de voltar aos lares de onde tinham sido expulsos a ferro e fogo para salvar suas vidas.

 Todavia, serenada a tempestade ou calamidade que se abateu sobre os retornados do Ultramar, acalmadas as inevitáveis paixões políticas e serenados os juízos precipitados - as estatísticas encarregaram-se de rectificar as asneiras insidiosas e intencionais, e de dar ao País um retrato real dos retornados, sob os mais diversos aspectos. Paralelamente, as manipulações da opinião pública foram cessando, e estudiosos atentos e imparciais debruçaram-se sobre a realidade - e os retornados do ex-Ultramar surgem aos olhos da opinião pública e dos seus concidadãos em geral, como aquilo que na realidade são. Para esboçar esse retrato do retornado socorremo-nos de um valioso e insuspeito estudo realizado por um grupo de universitários, prefaciado por uma brilhante Secretária de Estado de um dos Governos pós 25 de Abril, editado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento, para neste momento e neste local, traçarmos um RETRATO DE CORPO INTEIRO dos retornados, e da sua contribuição para a revitalização da sociedade portuguesa.

Gravuras de Albano Neves e Sousa

Puto: Portugal, na gíria de Angola

Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mukanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola).

*  Visconde do Mussulo: Alto mandatário do Kimbo em terras do Puto, Embaixador itinerante da Globália, galardoado com a medalha de Cienfuegos e portador do embondeiro dourado. Zelador-mor dos jardins do reino com espécimes raras de jindungo.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:23
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Quinta-feira, 26 de Julho de 2012
XICULULU . XXIV

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO KIMBO

" O GRAFENO E A NANOTECNOLOGIA"

Por

 Nuno Miguel Peres *

O grafeno foi descoberto no final do ano de 2004, no Centro de Nanotecnologia da Universidade de Manchester, dirigido pelo Prof. A. K. Geim. Este material é totalmente bidimensional e feito inteiramente de átomos de carbono, arranjados entre si numa rede hexagonal (ou de favo de mel). Como se explicará adiante em maior detalhe este sistema já encontrou aplicações na indústria de células solares, em dispositivos de cristais líquidos, em sensores moleculares e no fabrico de protótipos de transístores de dimensões nanoescópicas. Também na área da investigação fundamental, a descoberta deste material revelou novos e excitantes efeitos físicos. Olhemos com algum detalhe (embora necessariamente de forma qualitativa) para a física deste novo material. A densidade electrónica do grafeno corresponde à situação em que se tem um electrão por cada átomo de carbono, sendo a estrutura de bandas do material determinada pela geometria da sua rede cristalina. Como resultado da estrutura de bandas e da densidade electrónica, a superfície de Fermi do grafeno reduz-se a seis pontos na zona de Brillouin. A estrutura de bandas do material em torno destes seis pontos é isotrópica e linear no momento do electrão.

::                       

O grafeno é o material mais forte já demonstrado, consistindo em uma folha planar de átomos de carbono densamente compactados em uma grade de duas dimensões. É um ingrediente para materiais de grafite de outras dimensões, como fulerenos 0D, nanotubos 1D ou grafite 3D. É o material mais forte que o homem já conseguiu medir.

A consequência deste facto é que a teoria efectiva que descreve a física do grafeno é a de um modelo ultra-relativista, de partículas carregadas de massa nula (um tipo de partículas que não existe na física das partículas elementares). Assim a teoria efectiva não é a tradicional equação de Schrödinger mas sim a equação de Dirac em duas dimensões espaciais. O facto das excitações elementares no grafeno serem descritas pela equação de Dirac tem uma vasta gama de consequências, por vezes inesperadas, para as propriedades electrónicas deste material. Isto significa que as propriedades termodinâmicas, de transporte e espectrais necessitam de ser revisitadas, pois não são descritas pela física do convencional gás bidimensional de electrões.

 A promessa de encontrar nova e excitante física no grafeno, a qual poderá levar a importantes aplicações em nanotecnologia tem sido o motor para a investigação neste campo em grande aceleração ao nível mundial. Instituições de topo mundial, como Boston University, MIT, Havard, Berkeley, Stanford, Manchester, Oxford, Universidade Autonoma de Madrid, Universidade de Leiden, Escola Normal Superior de Pisa, etc, têm neste momento fortes grupos teóricos e experimentais na física do grafeno. Entre os primeiros resultados espectaculares obtidos deste novo material está o efeito de campo medido pelo grupo de Manchester. Este grupo mostrou que os portadores de carga podem ser tantos electrões como vazios, dependendo da polaridade do campo eléctrico externo. Na presença de um forte campo magnético aplicado perpendicularmente ao grafeno, este sistema desenvolve um efeito de Hall quântico não usual cuja previsão teórica envolveu dois investigadores do Departamento de Física da Universidade do Minho, o autor e o Dr. Tobias Stauber (investigador germânico contratado ao abrigo do programa Ciência 2007).

XICULULO: - Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo

* Professor Associado de Física, Dep. Física, Universidade do Minho.

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:18
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Quarta-feira, 25 de Julho de 2012
CAFUFUTILA : XXI

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO EMBAIXADOR*

A VIDA SEXUAL DOS PAPAS -  POUCA VERGONHA! ! !  . 1ª de 4 Partes

De

Foto de perfil Carlos Ferreira *

São mais de 300 páginas com centenas de histórias pouco santas sobre a vida sexual dos Papas da Igreja Católica. O livro do jornalista peruano Eric Frattini, recém-chegado às livrarias portuguesas e editado pela Bertrand, percorre, ao longo dos séculos, a intimidade secreta de papas e antipapas, mas não pretende causar "escândalo". Apenas "promover uma reflexão sobre a necessária reforma da Igreja ao longo dos tempos". O escritor admite, aliás, que alguns dos relatos possam ter sido inventados, nas diferentes épocas, por inimigos políticos dos sumos pontífices. Lendas ou verdades consumadas, no livro "Os Papas e o sexo" há de tudo. Desde Papas violadores e zoofílicos a Papas homossexuais e fetichistas, além de Santos Padres incestuosos, pedófilos ou sádicos, passando por Papas filhos de Papas e Papas filhos de padres. Alguns morreram assassinados pelos maridos das amantes em pleno acto sexual. Outros foram depostos do cargo, julgados pelas suas bizarrias sexuais e banidos da história da Igreja. Outros morreram com sífilis, como o Papa Júlio II, eleito em 1503, que ficou na história por ter inventado o primeiro bordel gay de que há memória.

Por

 Eric Frattini

Bonifácio IX deixou 34 filhos, a que chamava, carinhosamente, de "adoráveis sobrinhos". Martinho V encomendava contos eróticos, que gostava de ler no recolhimento do seu quarto. Paulo II era homossexual e Listo IV, que cometeu incesto com os sobrinhos, bissexual. Inocêncio VIII reconheceu todos os filhos que fez e levou-os para a Santa Sé. Um deles tornou-se violador. João XI (931-936) cometeu incesto com a própria mãe, violava fiéis e organizava orgias com rapazes. Sérgio III teve o infortúnio de se apaixonar por mãe e filha e não esteve com meias medidas: rendeu-se à prática da ménage à trois. Bento V só esteve no Governo da Igreja 29 dias, por ter desonrado uma rapariga de 14 anos durante a confissão. Depois de ser considerado culpado, fugiu e levou boa parte do tesouro papal consigo. João XIII era servido por um batalhão de virgens, desonrou a concubina do pai e uma sobrinha e comia em pratos de ouro enquanto assistia a danças de bailarinas orientais. Os bailes acabaram quando foi assassinado pelo marido de uma amante em pleno acto sexual. Silvestre II fez um pacto com o diabo. Era ateu convicto e praticava magia. Acabou envenenado.

 Papa Silvestre II

Dâmaso I, que a Igreja canonizou, promovia homens no ciclo eclesiástico, sendo a moeda de troca poder dormir com as respectivas mulheres. Já o Papa Anastácio, que tinha escravas, teve um filho com uma nobre romana, que se viria a tornar no Papa Inocêncio I (famoso pelo seu séquito de raparigas jovens). Pai e filho acabaram canonizados. Leão I era convidado para as orgias do Imperador, mas sempre se defendeu, dizendo que ficava só a assistir. Mesmo assim, engravidou uma rapariga de 14 anos, que mandou encerrar num convento para o resto da vida. Bento VIII morreu com sífilis e Bento IX era zoófilo. Urbano II criou uma lei que permitia aos padres terem amantes, desde que pagassem um imposto. Alexandre III fazia sexo com as fiéis a troco de perdões e deixou 62 filhos. Foi expulso, mas a Igreja teve de lhe conceder uma pensão vitalícia, para poder sustentar a criançada. Gregório I gostava de punir as mulheres pecadoras, despindo-as e dando-lhes açoites. Bonifácio VI rezava missas privadas só para mulheres e João XI violou, durante quatro dias, uma mãe e duas filhas. Ao mesmo tempo.

 Papa João XI

* Carlos Ferreira: Embaixador do Kimbo no Nordeste Brasileiro 

CAFUFUTILA, (kifufutila): -farinha de mandioca torrada misturada com açúcar; falando de boca cheia lançam-se falripos dessa farinha, fuba ou bombô que perturba o interlocutor; perdigotos ou gafanhotos. Do Kimbundo de Angola – Feitiço

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:15
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Terça-feira, 24 de Julho de 2012
MOKANDA DA LUUA . I

“Comemorações do Centenário do Huambo” - Angola

Do Facebook, Por
Helena Gonçalves Helena Gonçalves

Criada comissão provincial do 100º aniversário da cidade do Huambo
11-07-2012 - Efeméride

Huambo - Uma comissão provincial para organização do 100º aniversário da cidade e da província do Huambo, a assinalar-se a 21 de Setembro deste ano, foi constituída por um despacho do governador provincial, Fernando Faustino Muteka*, tornado público hoje, quarta-feira. A referida comissão, de acordo com o despacho, é coordenada pelo governador do Huambo, Fernando Faustino Muteka, coadjuvado pelo vice-governador para o sector poltico e social, Guilherme Tulaka, e administrador do município do Huambo, José Marcelino. Integram ainda a comissão, o delegado provincial do Ministério do Interior, secretário do governo do Huambo, os directores provinciais da Energia e Águas, do Comércio e Indústria, Hotelaria e Turismo, dos Transportes, Correios e Telecomunicações, da Juventude e Desportos, da Cultura e da Comunicação Social.

 Norton de Matos

A cidade do Huambo foi fundada pelo então governador-geral de Angola, o general José Mendes Ribeiro Norton de Matos (português), na sequência de um despacho administrativo emitido pela portaria nº1040, datado de 8 de Agosto de 1912. O nome da urbe deve-se ao mítico caçador Huambo Calunga, oriundo do Kwanza Sul, que habitava na localidade de Muangunja, no município da Caála. Contrariamente ao que muitas fontes históricas sustentam, não foi este caçador quem fundou a cidade do Huambo, mas sim o general José Norton de Matos. Logo após a sua fundação, a cidade do Huambo deu um grande impulso para a vida social e económica, principalmente no ramo do comércio, indústria, agricultura, pecuária e construção de infra-estruturas sociais, cujos efeitos positivos e significativos para o desenvolvimento da província a tornaram numa referência nacional em diversos domínios da vida. Em 1928, período em que Vicente Ferreira foi governador-geral de Angola, a cidade do Huambo, de acordo com a "Carta Orgânica de Angola", Título I, foi proposta a capital do país, além de a terem atribuído a designação de Nova Lisboa, em homenagem à cidade de Lisboa, capital de Portugal. Vigorou o nome, mas a capitalidade não vingou por razões várias.

 Reza a história que a planta da cidade do Huambo foi feita um ano depois da sua inauguração, em 1913. A política estabelecida por Norton de Matos, enquanto governador-geral de Angola, preconizava o desenvolvimento do interior, enquadrando-se aí a criação da cidade do Huambo. Este governante não se limitou a criar a cidade, mas também procurou desenvolvê-la ao máximo, com diversas medidas posteriores, como a concessão de terrenos a empresas comerciais, a instalação de uma câmara municipal, de escolas, de uma delegação da fazenda e a criação de uma granja agrícola experimental e um posto pecuário de observação e tratamento de gados. Davam-se, assim, os primeiros passos importantes para o desenvolvimento daquela que, em poucos anos, se transformaria na segunda cidade de Angola, num centro de formação civil e militar importantíssimo e numa urbe possuidora do segundo parque industrial do país.

 *FERNANDO FAUSTINO MUTEKA . Governador do Huambo

Luua: - abreviatura de Luanda

Gentileza de Helena Gonçalves - “Angolanos no Facebook”

O Soba T´Chingange



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Segunda-feira, 23 de Julho de 2012
CAZUMBI . XI

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO KIMBO

“Mukanda doTempo” – Retornados . 2


A descolonização trouxe até nós um conjunto de gente falsa que se dizia de insuspeita ética. O tempo clareou obscuridades trazendo o lixo na corrente da História.

T´Chingange . O feiticeiro

No início de Setembro de 1975 participaram na ponte aérea aviões da França, Alemanha Federal, RDA, Grã-Bretanha e URSS. Chegou a haver 15 voos diários para Lisboa. Só entre 1 de Agosto a 31 de Outubro calcula-se que foram transportados pela ponte aérea cerca de 230.000 pessoas das quais cerca de 54.000 foram transportadas por aviões estrangeiros, com os E.U.A. à cabeça. A fuga dos portugueses de Angola começou em Maio e terminou a 9 de Novembro, dois dias antes da proclamação da independência. A partir de Maio de 1975 a população branca do Huambo viu-se entre dois fogos, MPLA e UNITA. Os homens armados da UNITA entravam nos aviões à busca de comunistas afectos ao MPLA ante o olhar das tropas portuguesas que não sabiam ou não queriam intervir face à tácita aceitação dos seus oficiais na apatia de deixar correr os acontecimentos.

 Os dirigentes do EME, Machado e Kapango foram arrancados da aeronave pronta a arrancar para Luanda, nas referidas condições, isto é, diante da passividade dos oficiais portugueses que preferiram “lavar as mãos”, em vez de usarem da sua autoridade. Naquela altura estavam em Angola cerca de 30 mil militares portugueses, número mais que suficiente para manter a ordem e disciplina, evitando que as populações fossem molestadas pelos militares dos movimentos rivais. Do Magazine n.º 277 de 2 de Julho de 1995, de cuja publicação é responsável o jornal português “O Público”, extraímos do artigo aí publicado sob o título “Há vinte anos, de Angola a Lisboa - A maior ponte aérea da História” os elementos que comprovam a tese que “esta fuga massiva de residentes de Angola, poucos meses antes da proclamação da sua independência, se não foi preparada, foi pelo menos habilmente aproveitada pelas potências interessadas em fazer de Angola mais um país africano obrigado a obedecer a seus  interesses, substituindo o colonialismo português pelo neocolonialismo”.  

 Colonos do Huambo . Centenário 

Extraímos do referido artigo as seguintes passagens: “Houve brancos que foram mortos, outros que foram alvo de sevícias, afirma Vasco Vieira de Almeida (ministro da economia do governo de transição) e contínua: “não se pode dizer que a guerra era dirigida contra a população branca. Só que, numa cidade ocupada por homens armados, todos se sentiam alvos potenciais. Mesmo em casa, tínhamos medo. Havia sempre o perigo de balas perdidas. ”São ainda de Vieira de Almeida, cidadão português, com raízes afectivas e familiares ligadas a Angola, com grande simpatia por Angola mas sem ligações partidárias, as seguintes afirmações: “A desmotivação era total no seio das forças armadas portuguesas. O governo de transição não passava de uma farsa trágica. Os efectivos das forças armadas portuguesas e os meios de que dispunham eram mais que suficientes para impedir a escalada da guerra civil” “faltava contudo vontade para tal e faltavam também orientações inequívocas de Lisboa”... Não são de espantar estas afirmações de Vieira de Almeida. São verdadeiras, reflectem a realidade, o que não sucede com as afirmações que no mesmo artigo são feitas por grandes responsáveis pela descolonização, que decidiram então muita coisa mas que não tiveram até agora a honestidade de reconhecerem os erros que cometeram.

Descrição parcial de

 Sócratas Dáskalos - Militante do MPLA - Faleceu no Lobito - Angola, com a idade de 81 anos a 10/10/2002

O Soba T´Chingange

 



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Domingo, 22 de Julho de 2012
MOKANDA DO SOBA . XVI

 “KALULU COM NOSTALGIA- 3ª de 3 Partes

Por

 T´Chingange

Alguém entretanto ligou outra kitoca, penduradas no tamarindo que rufou um merengue bem mais animado do que aquele raska do Sambizanga … Acabada a refeição para os candengues, saímos correndo para a praia, felizes com a língua ainda a arder. Quando voltamos os kotas já sornavam nas esteiras ou giboiavam nas redes entre as árvores e até estirados nos sofás de aduelas de barril feitas pelo tio Pika… E sem que tivéssemos combinado nada, gritamos ao mesmo tempo: -Titia Zefa: falta aquela baba de camelo que a senhora falou; queremos isso mais o pudim que mamãe Xica falou!! Titia, sem mostrar cansaço juntou ternura às guloseimas; emocionada, passou-nos as mãos pelas cabeças e disse baixinho para não acordar os kotas, mais-velhos. Desconsegui esquecer estes momentos da minha infância.

 E bem longe daqueles sítios prometemos, eu e Tó da Cuca repetir estes momentos de deixar esperteza aos matumbos, matutos e mamelucos das terras de Vera Cruz. Teremos outros peixes a substituir as mariquitas, roncadores, pargos e garoupas e, adicionaremos Chuchu, maxixe e jiló aos condimentos. Só não meteremos saca-saca porque não sabemos como preparar essa iguaria de folha de mandioca mas, iremos tentar adivinhar. As anáforas da vida, aqui como em muitos lados, também se repetem nas corajosas tarefas positivas - recordar o passado.

 A ciência leva-nos a pensar que o Universo que nos cerca é inteiramente racional ou matemático mas, a vida nesta praia de Vera Cruz retiro antigo de corsários franceses e holandeses, com gente gira actual, tem mais imaginação do que muitos princípios complexos da filosofia. Envoltos num permanente inconformismo conciliam pontos de satisfação feito kizomba em fundo de quintal. Entre coqueiros, descobrimos que as horas são feitos destes pequenos nadas, segundos de confraternização; na escala de valores, num truz, reencontramo-nos a nós próprios. A sociedade actual tão ferida por egos, usos e costumeiras anomalias doentias, tem necessidade de recorrer a esta simples acção de partilhar o tempo, a palavra e sabores; fermentos para se fazer o bom pão. E, o dia foi-se!

O Soba T´Chingange



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Sábado, 21 de Julho de 2012
XICULULU . XXIII

“ESCUTAS INDEVIDAS DE... ASSUNTOS SIGILOSOS “
  BRASIL . “Sindrome Cachoeira” - no uso de celulares
 Síndrome, também chamado síndroma, é o grupo ou agregado de sinais e sintomas associados a uma mesma patologia e que em seu conjunto definem o diagnóstico de como alterar o quadro ou condição.
Bicheiro Carlos Cachoeira - A organização criminosa montada pelo bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, revela-se aos poucos muito mais ampla do que se pensava. Após a derrocada do senador Demóstenes Torres, que foi obrigado a abandonar o DEM e corre o risco de perder o mandato por suas ligações com Cachoeira, o dilúvio de informações que constam no inquérito da Operação Monte Carlo chega ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). De acordo com a PF, pessoas ligadas diretamente a Perillo vazaram previamente a Cachoeira informações sigilosas sobre ações policiais, permitindo ao bicheiro se antecipar a operações de repressão à jogatina. Além disso, o monitoramento de Cachoeira também identificou laços estreitos com políticos e empresários e sua influência na nomeação de dezenas de pessoas para ocupar funções públicas no governo de Goiás.
As conversas telefónicas no primeiro escalão de Dilma Rousseff já estão mais seguras e protegidas de escutas indevidas e ilegais. O Governo adquiriu 395 celulares Nokia de última geração, com criptografia para proteger o conteúdo falado. Cada aparelhinho, importado da Finlândia, custa em torno de R$ 12 mil reais. Dos 100 aparelhos que ficaram com o Palácio do Planalto, curiosamente, três foram dados aos mais ilustres membros do “governo paralelo”: o ex-presidente Lula da Silva, e os super-consultores José Dirceu e Antônio Palocci Filho. É apenas um sinal (telefónico) de que continuam mandando muito nos destinos do País. Livres das escutas, poderão trabalhar com mais desenvoltura. Alguns senadores mais influentes da base governamental já receberam os seus mimos anti-grampo, juntamente com os ministros ainda prestigiados por Dilma Rousseff.
 Dilma Russeff (A Presidenta)
Não se sabe por que motivo o vice-presidente Michel Temer ainda não recebeu o dele. Outro que ficou de fora da primeira fornada foi o Presidente do Senado. José Sarney, que também deseja um aparelho criptográfico para “as emergências”. O sofisticado sistema de segurança é  simples de operar; basta digitar a tecla + e o código de área da ligação para o telefone ficar imune contra as arapongagens (intrusos). A partir de agora, os aparelhos via satélite, de operação muito mais cara, ficarão de reserva. A “Presidenta” e seus “assessores privilegiados” só vão usá-los para contactos em lugares remotos, onde não houver sinal de telefonia móvel. Parabéns ao governo pela economia de recursos públicos! Outros 600 equipamentos idênticos devem ser enviados ao governo brasileiro pela Nokia. Os telefones foram testados e aprovados pela Polícia Federal e pela Agência Brasileira de Inteligência. Os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal também têm interesse neste celular que é usado pelos grandes líderes mundiais.
 Vivemos num período em que assistimos ao impressionante desenvolvimento tecnológico na área da informação, do advento das mídias digitais, entre as quais a internet e o celular, o facebook e o skype, e consequente organização social na forma de “rede”. O mundo está cada vez mais interconectado influenciando decididamente o nosso modo de ser, a forma de estar no quotidiano com relacionamento quase intergaláctico. No entanto, o acesso às novas tecnologias não é o garante à qualidade da nossa comunicação; O imbróglio Cachoeira dá para reflectir sobre como se está usando as modernas mídias e até que ponto elas nos estão ajudando a construir uma sociedade com melhor qualidade de vida. E, tudo isto passa à margem da guerra que tantos mortos têm provocado no Kongo na exploração desse minério conhecido por coltan; a principal matéria com que é feita essa máquina que nos ata à cruz da vida. Cá por mim vou ficando por preferir o “silencio” o elemento mais importante no processo de comunicação. Se não escutarmos, como poderemos dizer as palavras certas às pessoas e ao mundo que nos cercam. Não se crucifiquem dizendo tudo o que sabem!
(A seguir… Galeno, um mineral)

O Soba T´Chingange



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Quarta-feira, 18 de Julho de 2012
A CHUVA E O BOM TEMPO . XIII

"PIPAS E FACAS …CRISE!!! - Palaçoulo . 1ª de 2 partes

 Numa pequena aldeia no interior transmontano exportam-se pipas e facas para os mais longínquos cantos do mundo, não fecham empresas, há oferta de emprego e investimento na expansão de negócios. A crise não passou ao lado de Palaçoulo, mas o empreendedorismo que fez uma revolução industrial no século XX com actividades artesanais parece ter contornado as dificuldades nacionais. "Os políticos deveriam ir a Palaçoulo tirar um curso de bem governar", palavras do presidente da junta de freguesia, Manuel Gonçalves lamenta que os decisores nacionais não tenham "a noção do que é" esta aldeia raiana do concelho de Miranda do Douro.

 Palaçoulo tem menos de 600 habitantes e um dinamismo industrial que superou o isolamento a partir de recursos próprios e que cedo descobriu o caminho das exportações, conseguindo assim aguentar o embate da crise. Manuel Gonçalves é também empresário, exporta 80 por cento dos pipos que produz na Tacopal para Espanha, América Latina, França, Alemanha e Irlanda do Norte. Tem dez postos de trabalho, que quer aumentar com um investimento de meio milhão de euros, que está a realizar para a expansão e certificação da tanoaria. "É nas alturas difíceis que se deve apostar, não é nessas alturas que devemos baixar os braços, porque se os baixarmos é morte certa", diz o empresário, que se dedica também à construção civil.

 A maior empresa local de tanoaria, a JM Gonçalves, atingiu o auge da facturação, em 2009, com quatro milhões de euros, mas em 2010 sofreu uma quebra "entre 10 a 12 por centoconsequência da redução no mercado do vinho europeu, que representa 70 por cento das exportações, segundo disse à Lusa um dos sócios, Sérgio Gonçalves. Seis irmãos gerem a empresa e tiveram de fazer "ajustamentos", reduzindo custos e dispensando cinco trabalhadores a contrato. Mantêm 39 postos de trabalho e "a empresa e os resultados estáveis", garantiu o sócio, adiantando que, em 2011, já cresceram "três por cento em relação ao ano anterior" e com previsões de "continuar a crescer em 2012".

Notícia extraída da NET

O SobaT´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:56
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Terça-feira, 17 de Julho de 2012
BRASIL EM 3 PENADAS . XXXIII

{#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

        “MADEIRA – BRASIL”

 Fortaleza de S. Miguel -Loanda

O Padre António Vieira em 29 de Julho de 1648, transmitia por carta ao Marquês de Niza as notícias do sucesso da primeira batalha de Guararapes do seguinte modo: “… de maneira Senhor, que temos Pernambuco vitorioso, o Rio-de-Janeiro socorrido, a Bahia com armada e Angola com a esquadra de Salvador correia (….), todo o debate agora é sobre Angola e, é matéria em que os Mafulos, não hão-de ceder, porque sem negros, não há Pernambuco e sem Angola não há negros e, como nós temos o comércio do sertão, ainda que eles tenham a cidade de Loanda, temem que nós tomemos outros portos”. O poder da Holanda unido ao da Companhia faz índias era o maior da Europa, pois a história mostrava que a Espanha sem guerras externas, abundante de dinheiro e armas e agora, em paz com toda a Europa tendo ainda Portugal sobre sua sujeição. Por este acontecido que durou sessenta anos com os reinados dos Filipes I, II e III, Portugal, perdera soberania que tinha sobre o Ultramar. Em pouco tempo os Mafulos ficaram com as possessões daquele Portugal debilitado perdendo muitas praças nas Índias Orientais, na costa africana, na Bahia, e por último Pernambuco. Os danos para Portugal pela perda de soberania a favor de Espanha e por via daquela companhia das Índias, foram-no na índia, Ceilão, Angola, S. Tomé, Maranhão, Bahia e Pernambuco.

 O Padre António Vieira interrogava-se de como poderia Portugal prevalecer contra Holanda e Castela? Nesse então os Holandeses tinham onze mil navios de gávea mais outros três mil navios e duzentos cinquenta mil marinheiros adiantando: “…os dois nervos da guerra são gente e dinheiro; e que gente e que dinheiro temos nós hoje? A gente é tão pouca, que para qualquer rebate de Alentejo é necessário tirar os estudantes das universidades, os oficiais das tendas e os lavradores do arado. Pois com que gente havemos de acudir às quatro partes do mundo, e em cada partes destas a tantas partes? Os Mafulos em Holanda têm quatorze mil barcos; nós em Portugal não temos treze. Na Índia têm cem naus de guerra de 24 até 50 peças; nós na Índia não temos uma só. No Brasil têm mais de sessenta navios na maior parte poderosos vasos de guerra e nós temos sete, se ainda os temos”. Os Holandeses estão livres do poder da Espanha; nós, temos todo o poder de Espanha contra nós.

 Forte das 5 pontas . Recife
É curioso ler os relatórios e missivas do padre António Vieira por sua arguta visão mostrando ser um observador mais militar do que a maioria dos mestres de guerra de então e refere “Os holandeses em Europa não têm nenhum inimigo; nós não temos nenhum amigo. Eles têm mais de duzentos mil marinheiros; nós em Portugal não temos quatro mil”. Reconhecia que “um sucesso quase milagroso” a saber da vitória de Guararapes em 1648, tinha mudado a opinião de muitos até então favoráveis à entrega, mas ninguém deveria contar com milagres, “pois os milagres é sempre mais seguro merecê-los que esperá-los; e fiar-se neles, ainda depois de os merecer, é tentar a Deus”. Reconhecia que a companhia estava economicamente exausta mas, a melhor solução era a da entrega de Pernambuco, pois os Holandeses não admitiam a proposta de compra. Os documentos mostram porém que a memória erudita do Padre Vieira traiu o Jesuíta. Felizmente que a propaganda desse triste alvitre não teve eco em Fernandes Vieira e essa saga de Luso-brasileiros, os verdadeiros próceres do Brasil.    

Mafulos: Nome porque eram conhecidos os Holandeses em Angola nessa época

Nota: Ter em atenção que as descrições, às vezes se repetem de forma aleatória ao tempo, de forma a poder descrever-se alguns detalhes que complementam os planos principais do cenário. Se assim não fosse, as lacunas tornar-se-iam frestas de caruncho ou
vicissitudes do cupim, salalé, aranha de carpinteiro ou térmitas da Globália.

Referência Bibliográfica: RESTAURADORES DE PERNAMBUCO de José António Gonçalves de Mello (1967)

(Continua…)

O Soba T´Chingande



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Segunda-feira, 16 de Julho de 2012
MULUNGU . XIX

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO SOBA

“O CALDO VERDE EVITA O CANCRO”

Por

 Manuel Luciano da Silva, é um médico, investigador e historiador português, residente nos Estados Unidos

Parece incrível, mas é verdade! No fim do século XX são os povos primitivos a ensinar ao homem civilizado, ao homem dos produtos sintéticos e das pastilhas qual é a alimentação mais saudável! Há mais de 40 anos visitei as Termas de Melgaço no norte de Portugal. Estas termas são especialmente dedicadas a doentes diabéticos, cardíacos e renais. Observei então que fazia parte do tratamento obrigatório, a todas as refeições diárias, um grande prato de caldo verde. E todo o doente que quisesse comer fora das três refeições só podia comer mais outro prato de caldo verde! O certo é que todos os doentes melhoravam das suas enfermidades! Ainda hoje em Coimbra quando os estudantes fazem uma farra ou há uma reunião de curso e se come e se bebe exageradamente... depois duma bela guitarrada, à meia noite, serve-se sempre um caldo verde - bem quente - para "limpar e acalmar as entranhas"... Quando tiver uma festa grande em sua casa faça o mesmo: ofereça aos seus convidados um caldo verde para despedida e para que tenham uma boa viagem!..

 RECEITA DO CALDO VERDE À MODA DE VALENÇA DO MINHO

Dois litros de água; 4 colheres de sopa de azeite português; 750 gramas de batatas; 1 ou 2 couves-galegas conforme o tamanho; sal, quanto baste; 1 chouriço (cozido à parte); broa. TÉCNICA: Deita-se a água numa panela com o azeite e as batatas descascadas cortadas em 4 pedaços. Põe-se sal quanto baste e deixa-se ferver. Quando as batatas estiverem cozidas, tiram-se e passam-se por um passador. Voltam à panela para apurar. Entretanto cortam-se as couves em tiras o mais fino possível. Lavam-se e deitam-se na panela QUINZE minutos antes da sopa ser servida, deixando a panela ferver DESTAPADA. Serve-se o caldo verde em tigelas de barro, com uma rodela de chouriço e um bocadinho de broa.

 Como já se encontram à venda na Nova Inglaterra as deliciosas sardinhas portuguesas congeladas, pode ser que algum dia algum comerciante se lembre de fazer coisa semelhante e nos mande as couves galegas já cortadas às tirinhas em caixinhas congeladas, prontas a meter na panela, para saborearmos, mesmo durante o Inverno severo na América, o nosso genuíno caldo verde!

Compilado com correcção ortográfica

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:34
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Sábado, 14 de Julho de 2012
PIAÇABUÇU . VII

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“DOS JESUITAS AOS TUBARÕES” . 5

Por

Roeland Emiel Steylaerts

Todos foram bem servidos, e daquele dia e por seis anos, a casa estava diariamente cheia, não só com aqueles diplomatas, mas toda a alta sociedade de Brasília. Naquele tempo ninguém tinha casa, as embaixadas, só tinham o terreno, enquanto o restaurante Xadrezinho tinha a fama. Lembro-me que todos os anos fechávamos por uns 15 dias para gozar férias, e para fazer reformas. Naquela noite dormi no meio do salão escuro, quando senti passar por cima de minha cabeça uma aranha caranguejeira. Fiquei apavorado, mas... relativamente controlado e quieto, até que ela passou de meus cabelos… Uff!... Dei um pulo gritado procurando a luz. O aracnídeo continuava seu caminho mas, resolvi mata-la. Com ela viva rondando por ali, não poderia dormir tranquilo. Deitei-me de novo, agora com a luz acesa. Naquele tempo, Brasília ainda estava grudada na mata do cerrado, e quando menos se esperava apareceriam bichezas, umas inofensivas, outras perigosas.

 Porque tinhamos 250 lugares, acabamos por fazer as festas das embaixadas ainda sem edifício próprio no Restaurante . Às embaixadas já prontas deslocávamo-nos até elas. Cheguei a fazer a reinauguração da embaixada da Holanda para 2.000 pessoas. Fazíamos festas de casamento entre outros eventos por encomenda. O dinheiro entrava e, cumprindo meu grande sonho, comprei meu primeiro avião (o único particular de Brasília), um velho Stinson 1948. Servimos os presidentes da república por 30 anos, desde Juscelino Kubitschek a Tancredo Neves que era freguês de todas as tardes. Sei que o finalzinho de Tancredo Neves foi num ai de trombose; entrou já morto no hospital, mas foi mantido vivo por questões politicas; João Batista Figueiredo, só tomava água mineral; De todos os fregueses deputados, Ulysses Guimarães, era o menos simpático. Tivemos também como cliente o presidente Castelo Branco, O Garrastazu Médici, o Costa e Silva que veio a ter um derrame no avião por motivo de fofocas; O Ernesto Geisel; o Fernando Collor... Enfim!

 Recordo também o ministro Delfim Netto, os vários embaixadores, quase todos! Quanto a artistas, por ali passaram Elis Regina e Secos e Molhados. Posso dizer sentir muita honra por termos servido os presidentes da república durante 30 anos fazendo do restaurante Xadresinho uma referência comparada aos melhores do mundo. A minha mãe sempre dirigiu a cozinha, inventando novidades culinárias a cada dia com mão de fada. Sempre com a cobertura da imprensa, terminamos tendo três fogões industriais, sete pessoas trabalhando na cozinha, maitre e garçons no salão. Eu fiz durante anos o trabalho de disque jóquei, com discos LP e fitas K7, sempre em local obscuro, usando caixas de som grandes bem ao meu lado. Preparava as festas que fazíamos para fora, e foram centenas, e tratava do relacionamento com a imprensa. Acabamos por comprar a casa e o lote da Terracap. Meu irmão, que tratou dessa compra, acabou por ser o dono do local. Depois da morte de meu pai tratamos de vender o espaço que quase ficou para o Wagner Canhedo da Vasp mas, que ao fazer suas exigências, não podendo ser cumpridas, o negócio ficou em nada. O clube ASBAC ao lado, criou caso, não querendo fechar a sua saída de emergência, que gentilmente foi cedido por nós.

(Continua...)

Ilustrações: - Lasar Segall . Br

Nota: Esta é a estória vulgar de um emigrante Belga fugido da guerra que se aventurou em terra estranha do outro lado do Oceâno. Os tempos mudaram, as agruras são outras mas a vida é assim mesmo, um rodopio de acontecimentos que parecendo nada, mudam o rumo. 

Compilado com correcções ortográficas e arranjo ao texto original pelo

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:38
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Sexta-feira, 13 de Julho de 2012
KIANDA . XXXI

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       “O elefante de Maximiliano“

 D. João III ofereceu ao arquiduque da Áustria, seu primo Maximiliano II, um elefante asiático oriundo da Índia. Estava-se em pleno século XVI e o paquiderme empreendeu uma viagem que do Oriente o trouxe a Lisboa e de Lisboa o levou a Salsburg. Empreendeu um percurso que “é uma metáfora da vida humana” descrita por José Saramago em seu livro “ Viagem do Elefante”. Trata-se de um conto vulgar com uma notória lacuna: O amor! A O paquiderme nesse percurso longo, não teve o ensejo de topar com uma elefanta, que a acontecer originaria uma invulgar estória de amor e quanta ternura não seria bom observar ver as trombas de ambos carinhosamente enroladas em um laço fraternal. Tentei averiguar junto do meu grande amigo Januário Pieter, estacionado algures em incerta parte, privilégio de uma kalunga e, lá pela nonagésima vez o tele-móvel deu resposta do outro lado. Admirou-se desta minha chamada, não escondendo o desagrado com a minha pessoa tão desavinda em suas obediências.

 Maximiliano II

Por ser um assunto tão antigo, “os dados históricos eram escassos “ mas Januário foi peremptório de que o dito monstro de bicho passou por Valladolid onde o arquiduque Maximiliano era desde algum tempo regente. O elefante teria embarcado num porto da Catalunha, mais propriamente em Tarragona seguindo por mar até Génova; dali seguiu à pata até Salsburg passando por Verona, Trento e Insbruk; antes de chegar a Salsburg teve de passar por terras da Germânia aonde se deu um incidente diplomático na fronteira num sítio chamado de kiefersfelden. A razão de ter sido aqui, foi porque era mais apropriado levar o bicho por terras planas e à guarda de rebeldes descendentes da ordem dos templários; Não obstante a ordem destes frades, cavaleiros guerreiros ter sido extinta em 1312 pelo papa Clemente, seus descendentes relegados pela sociedade fizeram modo de vida acompanhar os cristãos que peregrinavam para Jerusalém e Santiago de Compostela. Este caminho que era vigiado por forças regulares à ordem do próprio papa viu-se com o dilema de autorizar a passar por aquelas terras tão desconhecido animal; isto requereria autorização do Papa Paolo III que entretanto pela Bula "Regimini Militantis Ecclesiae", tinha criado a Companhia de Jesus. Esta nova Ordem não tinha instruções explícitas para o trânsito de mercadorias ou bichezas tão estranhas como esta.

 Absorvido por estes conhecimentos de Januário Pieter, estupefeito com tamanha base de dados, pedi à kalunga que abreviasse. Olha, disse ele retomando a palavra: para que possas entender tudo o que se passou torna-se necessário dizer-te que parte dos militares, besteiros, arcabuzeiros e lanceiros que levavam o animal eram judeus voluntários que aproveitaram tal tarefa para fugir à perseguição que se fazia sentir em terras da Lusa ibéria. D.João III tinha introduzido ainquisição em Portugal em 1536, obrigando à fuga muitos mercadores judeus e cristãos-novos. Após dias de acantonados num arraial de fronteira com averiguações inconclusivas acerca dos inquiridos e após o pronunciamento de um kimbanda médico especialista em animais feras e afins, lá chegou a ordem de Paolo III. Já em Salsburg, o pobre do animal talvez por nostálgico frio, acabou por defuntar-se passado um ano. Seu cipaio tratador, um malaio de olhar vesgo e andar chambeta regressou ao reino seguindo em uma chalupa a partir de Veneza e já em Lisbona seguiu em uma nau a caminho da sua Índia, os demais tropas de milícia sendo judeus de raça e casta ficaram por lá naquela fria e austera Austria com excepção do mestre de Besteiros que regressando a Belmonte da Serra da Estrela, fez o relato da aventura e, o almoxarife das serventias que acabou por se tornar um rico comerciante de pimenta e demais especiarias na cidade de Diu, lá na índia aonde se tornou grande amigo de João de Meneses, Alcaide-mor de Albufeira, capitão de Tânger e 14º Vice-rei da Índia. Ao elefante, esfolaram-no, tendo feito das patas recipientes para pôr guarda-chuvas ou bengalas, ficando duas delas nos aposentos do representante cardinalício como cuspideiras. Triste destino! Aquelas patas que o sustentaram durante milhares de quilómetros são transformadas em objectos, ainda por cima de mau gosto - no fundo, é a vida de todos nós. Desejando boas luzernas ao meu prócere kianda, despedi-me meio macambúzio, pensativo.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 02:47
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Quinta-feira, 12 de Julho de 2012
MOKANDA DO SOBA . XV

“KALULU COM NOSTALGIA - 2ª de 3 Partes

Por

Foto: 12.08.11 - 14ºDia de Férias T´Chingange

A gente esperava o finalzinho. Lhe prometemos silêncio quando botava a gimboa verde a ser espalhada na misturada suculenta e titia já dispondo com rigores geométricos o peixe no panelão, botando uma cerveja de Cuca no fantástico alaranjado. Depois ainda uma pequena tigela com uma mistura de água e fuba de mandioca, para engrossar o molho. E mais, umas delicadas mexidelas para não magoar os peixes, dizia. E só neste momento tia Zefa tampou a panela, deixando porém uma pequena abertura, deixando escapar aqueles tentadores vapores., A gula dos mais velhos, kotas mesmo, já se abancavam com as respectivas cucas na mão tapiscando torresmos, tremoços e jinguba p´ra entreter... E agora, já uma outra panela com água fervente para bater a fuba, farinha de mandioca bem fininha que logo, logo, se transformava numa potente cola, combinação deliciosa naquele divinal molho.

Hii!, Uáaa! - todas as bocas salivando espanto, narizes snifando apuros, o mundo cheirando a kalulu, cheirando a Tia Zéfinha com perfume de ternura… A criançada numa outra mesa mais baixinha e com dois bancos corridos, faziam maka beliscada de guinchos; colheres de alumínio nas mãos, excitados, contentes na primazia do atendimento. Os kotas já tinham seus tremoços, chouriço e torresmo… Tia Zefa sempre deitava a comida no prato pedagogiando palavras: comer devagar, atenção com as espinhas, limpar a boca antes de beber a gasosa, bom apetite, comam devagar… brincar, só depois; se arder muito na língua…vocês que pediram, não se podem queixar…! As demais senhoras iam chegando da sala gabando seus bolos e guloseimas para o final da kizomba.

 Kinito, se gabafa  de ter ajudado titia com seu pau sacado de uma vassoura para mostrar sua banga  de bater a fuba; batidas rítmicas de merengue da cassete do sambizanga: sentado num pequeno banco, panela bem presa nos pés, Kinito era todo bangula ninita  batendo e revirando a massa; e já a tarefa a ficar-lhe difícil, a cola a agarrar-se teimosa nas paredes da panela, ameaçando embolhardar; ele transpirando e virando seu ritmo para a banda fekula, jeito vulgar para o matulão Kinnito, o mestre de bater o fundje, que logo, logo se extravasou nos intentos de botar suor transpirado na puxada funge. Afinal eram só mesmo umas bagas do seu AdêEne. Com umas ameaças de bassulas puxadas do mais velho Beto, ele se acalmou no cansaço. A massa obedeceu, ficou pronta, lisinha, delicadamente sacada da panela para uma travessa com a ajuda de uma colher molhada em água morna - para não colar - e já o panelão se sentava à mesa nas mãos de tia Zefa, a rainha da kizomba.

(Continua...)

O Soba TChingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:48
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Quarta-feira, 11 de Julho de 2012
CAZUMBI . X

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO KIMBO

“Mukanda doTempo” – Retornados . 1
Por

 Sócratas Dáskalos - Militante do MPLA - Faleceu no Lobito – Angola, com a idade de 81 anos a 10/10/2002
Podia já ter esquecido todo este assunto, um tema deprimente para muita gente e descendentes mas, prometi a mim mesmo não esquecer este lado negro em terra que por via da descolonização moveu interesses obscuros, traições e trouxe até nós um conjunto de gente falsa que se dizia de insuspeita ética. O tempo clareou obscuridades trazendo o lixo na corrente da História que fez de nós involuntárias marionetes. Só não esquece esses contratempos quem não sofreu na pele o estigma de explorador. O túnel do tempo lubrificou as estrias da arma. Já lá vão 37 anos! O tiro estilhaçou a vida de muitos, de dentro e de fora, mas a história rectificará as lacunas, queiram ou não. O Soba T´Chingange

 A GRANDE DEBANDADA: RETORNADOS E ADIDOS

Logo após a tomada de posse do Governo de Transição, a 31 de Janeiro de 1975, as coisas começaram a complicar-se para os funcionários do Quadro Administrativo. Os administradores da Ganda, Cubal, Balombo, Chongoroi, Bocoio e Baía Farta, quase todos com uma boa aceitação por parte das populações negras dos seus territórios, quando começaram a aparecer osministros”, comissários e delegações dos movimentos emancipalistas fazendo exigências despropositadas e ameaças veladas de prisão e despedimento, começaram a vacilar nas suas intenções de ficar depois da independência. E quando o Governo Português inventou o Quadro Geral de Adidos para nele integrar os funcionários do Q. Administrativo das colónias, garantindo-lhes em Portugal emprego e reforma, aumentaram as hesitações. Entretanto o “MPLA propalava que iria julgar todos os funcionários do Q. Administrativo depois da independência” transformando a dúvida, em desejo ansioso de partir o mais depressa possível para o Puto.

 Além do Q. Adidos o governo português também criou o Instituto de Auxílio aos Retornados Nacionais (IARN) e, como na altura os naturais de Angola brancos, mestiços e assimilados eram considerados portugueses, este Instituto alargou ou restringiu a sua acção como muito bem entendeu, dando ou negando auxílio de acordo com os interesses dos dirigentes. Em consequência criou-se em Angola um ambiente de tal ordem que até o branco mais pobre que no interior do país ou na periferia das cidades tinha sempre vivido e convivido com a comunidade negra, se deixou contaminar pela histeria do medo sem razões válidas que o justificassem, excepto em Luanda, Malange e Huambo aonde as refregas armadas entre movimentos eram aproveitadas para molestar e até, às vezes, fazer vítimas, perante a passividade das forças armadas portuguesas que, se diziam neutras. No seio da comunidade branca gerou-se uma histeria de fuga por se verem sem segurança que o estabelecimento de pontes aéreas e de carreiras marítimas levou ao paroxismo.

 Esta histeria deu origem a uma “música” jamais ouvida em Angola: a “música” das marteladas nos caixotes
ouvia-se noite e dia, monótona e enervante. Nos caixotes metia-se
tudo o que era possível! No porto do Lobito, extensas bichas de viaturas esperavam longas horas aguardando embarque. Esta ânsia de partir, em Benguela, contrastava com a atitude de alguns portugueses e angolanos que se preocupavam mais em resolver os problemas do quotidiano do que pensar nos problemas de fundo. À medida que se aproximava a data da independência crescia a azáfama dos caixotes e o número dos transportes, aviões e barcos, para a debandada que tomava cada vez mais o aspecto de uma fuga desenfreada. Em Julho e Agosto, aviões da TAP e da Suisse Air, transportavam diariamente cerca de mil passageiros para Lisboa. Mas o afluxo a Luanda de refugiados vindos das terras do interior em aviões da Força Aérea e de outros vindos via marítima das províncias do litoral era de tal ordem que tiveram que ser utilizados transportes cedidos pelos Estados Unidos da América e pela União Soviética. As autoridades Lusas nada faziam para alterar este curso dos acontecimentos facilitando as manobras do MPLA, partido no qual eu militava desde a criação da Casa dos Estudantes de Angola em Portugal.

Foram omitidas algumas, muitas excrescências por grosseira e tendenciosa visão.   

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 02:44
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Terça-feira, 10 de Julho de 2012
MULUNGU . XVIII

{#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO SOBA

“O CALDO VERDE EVITA O CANCRO”

Por

  Manuel Luciano da Silva, é um médico, investigador e historiador português, residente nos Estados Unidos.

Analisando agora o CONTEÚDO DO CALDO VERDE: COUVES: – são a parte mais importante do caldo verde porque são muito ricas em fibras não reabsorvíveis. São ricas em vitamina A e complexos B (fiamina, riboflabvina e eniacina). Possuem também cálcio, ferro, fósforo, potássio e poucas calorias; AZEITE: - è aconselhável ser do português por ser muito rico em ácidos não-saturados que fazem baixar o mau colesterol. A usar outro tipo de azeite, que seja da bacia mediterrânea; BATATA: - Serve para tornar mais homogéneo o sabor do caldo verde, amaciando-o; o seu valor calórico é considerável. ÁGUA QUENTE: - Esta, é muito importante porque faz funcionar muito melhor os sucos gástricos e os fermentos, enzimas do aparelho digestivo. Faz descontrair esfíncteres ou válvulas do aparelho digestivo, estimula as contracções normais da vesícula biliar e relaxa o estômago e os intestinos delgado e grosso, tornando a digestão agradável e saudável;

 SAL: - Só o estritamente necessário; CHOURIÇO: - Deve ser cortado às rodelas e é cozido à parte para se deitar a água fora por conter produtos cancerígenos por ter sido defumado a fogo de lenha; BROA: - Deve ser à moda portuguesa feita com o farelo e farinha de milho: Quem comer uma malga de caldo verde todos os dias não tem prisão de ventre! Quem não tem prisão de ventre não tem hemorróidas! Por outro lado uma pessoa fazendo as suas necessidades diáriamente, o fígado é obrigado a produzir mais bílis e a vesícula a expandir mais sais biliares para untar a tripa por dentro para que os alimentos deslizem melhor. Deste modo saindo mais bílis (rica em colesterol) para o exterior através das fezes dá-se uma baixa de colesterol no sangue, diminuindo os riscos de ataques cardíacos e de pedras na vesícula (compostas por colesterol)! O caldo verde faz também com que a pessoa emagreça tornando-se mais saudável e feliz.

Intestinos Grosso e Delgado

CANCRO DO CÓLEN

Tem-se verificado uma relação directa entre a prisão de ventre e o cancro do cólon ou do intestino grosso. Porquê? Porque quando há prisão de ventre as fezes ficam paradas no intestino grosso, ou cólon e, assim, os produtos tóxicos contidos nas fezes retidas bombardeiam as células da mucosa intestinal de tal maneira que com a repetição deste processo desencadeia-se o princípio do cancro do cólon ou do intestino grosso que é uma doença terrível! Como contra-prova dos estudos que a equipa do Dr. Burkitt observou em África, deram-se aos nativos africanos dietas iguais à que os ingleses e americanos usam com McDonalds, “Ice ceam”, sorvetes, pizzas, lasanhas, batatas fritas, etc. Inverteu-se a dieta: em vez de 90% de dieta com vegetais, os nativos africanos passaram a ter uma dieta com somente 10% de vegetais. Resultados: Os nativos começaram a engordar, o colesterol começou a subir, passaram a ter prisão de ventre e a desenvolver hemorróidas como os ingleses ou americanos!

(Continua… Receita do Caldo verde à moda de Valença do Minho…)

Compilado com correcção ortográfica
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 03:23
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Segunda-feira, 9 de Julho de 2012
FRATERNIDADES . XXVII

 {#emotions_dlg.meeting}AS ESCOLHAS DO CONSUL*

    “O amor segundo DEUS”

Por
Jose Matias Ramos Matias

Há em muitos cristãos questões bastante desconcertantes, que o confunde e lhe traz bastante desconforto a seus sentimentos. Como podemos cumprir o mandamento de Deus, amar a Deus de todo o coração e o seu próximo, amigo ou inimigo, sem retribuir a este, o mal por mal.. Pois aqui existe grande frustração por parte de muitos; como é possível tal atitude? Muitas criaturas sinceras estão ficando desanimadas porque encontram a ausência nas emoções religiosas, e depressa abandonam as suas convicções, pois elas não passam afinal de contas de um vazio sem sentido, acreditam em Deus, confiam em Jesus, mas o tal amor sempre os trai, basta que alguém os despreze, ou trate mal; não encontram motivos para amar tal pessoa. Afinal qual é o problema existente em tais pessoas? Como posso amar alguém por obrigação? Nenhuma lei pode compelir outra a amar seja quem for, muito menos quando se torna inimiga, logo pela natureza do homem ela deve ser voluntária.

 Ninguém pode ser coagido a amar seja quem for por obrigação. O amor não surge assim; temos que pôr aqui o entendimento; afinal que amor é esse de que falou JESUS: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Existem duas espécies de AMOR: Quando estamos presos aos nossos sentimentos actuamos segundo os "ventos" ora vem ora desaparece, ora é quente ora é frio, conforme as "luas". Jesus Cristo nunca se referiu a esse amor, pois não passaria de um capricho nosso… e tanta gente actua exactamente assim! Logo se justificam diante de Deus como bons. O amor recomendado na Bíblia não é amor sentimento: mas sim aquele que opera pela vontade. Deus nunca pretendeu que o homem estivesse preso aos seus sentimentos, para executar seja o que for. A vida emocional, não se pode desprezar pois faz parte da nossa personalidade (ADN), mas tem uma importância secundária. O único
bem que Deus tem como fim, é querer amar.

 A raiz de todo o mal na humanidade, é a corrupção da vontade, as erradas intenções. Quando alguém recebe de Deus uma tristeza para o arrependimento, aqui sim há uma mudança tão radical na vida de tal pessoa que logo toma um rumo em direcção á obediência, esta alma passa a ser dirigida pela vontade de Deus. Sucede pois que os seus sentimentos, o levam a amar a Deus de todo o coração, alma e entendimento. Devemos pois querer isso como primeiro passo. É aqui que Deus nos constrange a amar até os nossos inimigos. Se procedermos assim, não andaremos mais frustrados, amar o próximo, será o fruto que brotará de nós sem qualquer esforço, e vamos experimentar uma transformação maravilhosa em nossas vidas. As nossas emoções vão ser disciplinadas, de acordo com a verdade que é Cristo Jesus. Vamos pois começar a provar a doçura e o amor do Salvador que morreu por nós, para que tivéssemos acesso a Deus, Vamos pois pôr em primeiro lugar a nossa vontade, pois ela é senhora do nosso coração.

Ilustrações de Miró

*Gentileza de José Matias em seu blogue: http://a_certeza.blogs.sapo.pt (Cônsul honorário do Kimbo no reino de Manikongo) em Johannesburg .

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:21
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Domingo, 8 de Julho de 2012
MUSSENDO DO BRASIL . XII

“RORAIMA . Um Brasil desconhecido”2ª de 2 Partes

Por

 Celso Luiz Borges de Oliveira . Doutorado em Água e Solo FEAGRI/UNICAMP

Aqui tem pipoca!

Por três vezes repeti a seguinte frase após ouvir tais relatos: Os americanos vão acabar tomando a Amazônia. E em todas elas ouvi a mesma resposta em palavras diferentes.. Vou reproduzir a resposta de uma senhora simples que vendia suco e água na rodovia próximo de Mucajaí: “Irão não, minha filha, tu não sabe, mas tudo aqui já é deles, eles comandam tudo, você não entra em lugar nenhum porque eles não deixam. Quando acabar essa guerra aí, eles virão p´ra cá, e vão fazer o que fizeram no Iraque quando determinaram uma faixa para os curdos onde iraquiano não entra, aqui vai ser a mesma coisa”. A dona é bem informada não? O pior é que segundo a ONU o conceito de nação é um conceito de soberania e as áreas demarcadas têm o nome de nação indígena. Isso pode levar os americanos a alegarem que estarão libertando os povos indígenas. Fiquei sabendo que os americanos já estão construindo uma grande base militar na Colômbia, bem próximo da fronteira com o Brasil numa parceria com o governo colombiano com o pseudo objetivo de combater o narcotráfico.

 Por falar em narcotráfico, aqui é rota de distribuição, pois essa mãe chamada Brasil mantém suas fronteiras abertas e aqui tem estrada para as Guianas e Venezuela. Nenhuma bagagem de estrangeiro é fiscalizada, principalmente se for americano, europeu ou japonês, (isso pode causar um incidente diplomático). Dizem que tem muito colombiano traficante virando venezuelano, pois na Venezuela é muito fácil comprar a cidadania venezuelana por cerca de 200 dólares. Pergunto inocentemente às pessoas:  Porque e que os americanos querem tanto proteger os índios ?  A resposta é absolutamente a mesma, porque as terras indígenas além das riquezas animal e vegetal, da abundância de água, são extremamente ricas em ouro - encontram-se pepitas que chegam a ser pesadas em quilos, diamante, outras pedras preciosas, minério e nas reservas norte de Roraima e Amazonas, ricas em PETRÓLEO. Parece que as pessoas contam essas coisas como que num grito de socorro a alguém que é do sul, como se eu pudesse dizer isso ao presidente ou a  alguma autoridade do sul que vá fazer alguma coisa.

 É, pessoal... saio daqui com a quase certeza de que em breve o Brasil irá diminuir de tamanho.  Será que podemos fazer alguma coisa? Acho que sim; dando a conhecer ao maior número de brasileiros isto que parece ser um absurdo. Mara Silvia Alexandre Costa Depto de Biologia Cel. Mol. Bioag. Patog. FMRP - USP - Opinião pessoal: Do meu ponto de vista seria interessante que o país inteiro ficasse sabendo desta situação através dos telejornais antes que isso venha a acontecer. Afinal foi num momento de fraqueza dos Estados Unidos que os europeus lançaram o Euro, assim poderá se aproveitar esta situação de fraqueza norte-americana (perdas na guerra do Iraque) para revelar isto ao mundo a fim de antecipar a próxima guerra.

Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mukanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola).
Nota: Os intervenientes como autores do descrito, desmintiram ser isto correcto! Sim ou não, aqui fica a pipoca porque não há fumo sem fogo.

Um comedor de pipoca

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 02:25
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Sábado, 7 de Julho de 2012
BRASIL EM 3 PENADAS . XXXII

{#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

        “MADEIRA – BRASIL”

 D. João IV na proclamação da Restauração - O rei e senhor nosso, dos Algarves, daquém e além-mar, da Etiópia, Índia e dos Brasis, sabia que havia entendimentos de paz entre Holanda e Portugal, mas era também certo que dissimulada e aleivosamente, tinham os flamengos, huguenotes mafulos invadido Angola, São Tomé e o Maranhão e tomado embarcações nesta costa. Estes factos davam esperanças aos revoltosos de Pernambuco de que o rei lhes não faltasse com ajuda, não só pelos motivos de justiça como de natural razão e ainda de estado. Dentro desta convicção o madeirense João Fernandes Vieira e seus companheiros de revolta continuavam em segredo a recolher armas e prevenir munições, quando os holandeses, suspeitosos, pretenderam prendê-lo para matá-lo; obrigado a defender-se tomou armas com cinquenta companheiros, contando em poucos dias com mais de mil homens. Fernandes Vieira em apuros de perseguição teria escrito ao rei que “espero no Santiçimo Sacramento general do meu exçercito de antes que esta (missiva) chegue à Bahia, ter restituído o Recife às quinas de Portugal, para glória e onrra de Deus, serviço de Vossa Magestade e merçe que seus serviços têm feito e fazendo vão”. Nesse então planeavam tomar de assalto a capital do Brasil Holandês, a cidade Mauricia, como passara a ser chamada.   

 Recife - Mauricianópolis em tempo de Mafulos

Distribuídos os postos, trataram de ficar dispersos o suficiente para não serem tocaiados; Camarão ficou nas terras da Piranga e Henrique Dias no sítio que fora de João Velho. Pelos caminhos de tropeiros e carreiros dos mazombos estenderam-se as companhias saídas da Bahia, tropas formadas com os moradores de Pernambuco e gente de Apipucos, “pessoas caritativas, mui compassivas para acompanhar os enfermos e os ajudar a bem morrer”. Por instrução secreta D. João IV como já foi dito, tinha encarregado o seu Embaixador Sousa Coutinho a ter negociações diplomáticas quanto à restituição das colónias propondo aos holandeses a compra dos territórios por eles ocupados, especialmente os Brasis.

 Cruzado no reinado de D. João IV

Convêm frisar aqui, que neste então as terras de Vera-Cruz eram a jóia da coroa. Num memorial escrito pelo cronista Gaspar Dias é dito: “…eu, o chamo o jardim do reino e a albergaria de seus súbitos. Outrora, deliberou-se em Portugal, como consta de sua história, elevar o Brasil a Reino, indo para lá o rei, tão grande é a capacidade daquele país. Portugal não tem outra região mais fértil, mais próximo, nem mais frequentada, nem também os seus vassalos melhor e mais seguro refúgio do que o Brasil; o português a quem acontece decair de fortuna  ou desiludido com o compadrio, é para lá que se dirige”. É curioso ler esta passagem de há quase 400 anos atrás para
entender o paradigma que se perpetuou no tempo fazendo do Brasil o refúgio por excelência do desiludido ou desencantado com a mãe pátria, por muitas e variadas razões. A D. João IV parecia-lhe razoável oferecer 3 milhões de cruzados pela restituição do Brasil, “uma vez que fique salvo à Companhia das Índias o direito às dividas dos moradores, cujo pagamento ela, pode exigir deles, o que monta a uma soma considerável” comprometendo-se a retirar a artilharia e munições que lá tenha, para onde lhes aprouver. Isto, a propósito, era só para entreter diplomáticamente até que as forças das roças, seus mazombos, mamelucos, matutos, quilombolas, índios e escravos fujões, se fortalecessem nas sombras da mata atlântica e mais além do agreste e sertão.

Mafulos: Nome porque eram conhecidos os Holandeses em Angola nessa época

Nota: Ter em atenção que as descrições, às vezes se repetem de forma aleatória ao tempo, de forma a poder descrever-se alguns detalhes que complementam os planos principais do cenário. Se assim não fosse, as lacunas tornar-se-iam frestas de caruncho ou vicissitudes do cupim, salalé, aranha de carpinteiro ou térmitas da Globália.

Referência Bibliográfica: RESTAURADORES DE PERNAMBUCO de José António Gonçalves de Mello (1967)

(Continua…)

O Soba T´Chingande



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:03
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Sexta-feira, 6 de Julho de 2012
MUSSENDO DO PUTO . V

{#emotions_dlg.meeting} AS ESCOLHAS DO KIMBO

      PORTUGAL - QUE PAÍS É ESTE?

Por
   Elvira Maria Monteiro Gaspar Professora / Investigadora da Universidade Nova de Lisboa - Doutoramento em Química - Química Orgânica, Univ. Nova de Lisboa · Coimbra

Citando Fernando pessoa "Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas. Que já tem a forma do nosso corpo. E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia. E se não ousarmos fazê-la teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos"

 Não sei se há alguém "decente" que consiga passar indiferente a tudo isto. Depois de um governo socialista "viciadamente apodrecido", depois de eu achar que pior seria impossível, estamos perante o mesmo, ou melhor... Pior. Criticando e chamando a atenção para os vícios dos outros, com soberba, esta gente achou que "controlando" a informação e o "sistema", venceriam
eleições e esconderiam os seus próprios vícios - e voltamos a ser invadidos pelas influências, burlas, ganhos ilícitos e imorais e todo um restante de "obscenidades"; parece que até chegou ao assassinato. Estando no topo da pirâmide, são o exemplo para todos os restantes dirigentes "públicos", querendo alguns deles fazer igual; a realidade é que vão fazendo. E, por isso, temos a desgraça das PPPs, as autarquias, as fundações... etc, etc e também, infelizmente, os hospitais e as universidades públicas envolvidas.

 Antes como agora, (e eu infelizmente sei do que falo), quem "denunciar" é "marcado" e mais tarde ou mais cedo pagar-lhes-á a respectiva factura (alguns dos procedimentos são "elaborados", mas a dita chega!). No anterior governo propagandearam as USF (unidades de saúde familiares) e poucas concretizaram, agora temos UUF (unidades universitárias familiares)... Quem não aceita esta realidade e o faz saber, obviamente que é apenas por inveja, pois "eles" são todos muito bons! Daí, seguramente, a existência da factura...

Um complemento do primo Soba : VENCIMENTOS PARA A “VIDA” em início de carreira, mas....

Ordenado Mínimo....€ 485,00 --- Para governar a vida;

G.N.R.......................€ 800,00 --- Para arriscar a vida;

Bombeiro.................€ 960,00 --- Para salvar vidas;

Professor.................€ 930,00 --- Para preparar para a vida;

Médico.....................€ 2.260,00 - Para manter a vida;

Deputado................ € 6.700,00 - Para nos lixar a vida.

Gravuras de Miró

Puto: Portugal, na gíria de Angola

Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mukanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola).

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:11
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Quinta-feira, 5 de Julho de 2012
MULUNGU . XVII

{#emotions_dlg.meeting} AS ESCOLHAS DO SOBA

O CALDO VERDE EVITA O CANCRO

Por

 Manuel Luciano da Silva, é um médico, investigador e historiador português, residente nos Estados Unidos.

Na década de setenta o famoso médico inglês Burkitt chefiou um grupo de médicos da Grã-bretanha que foram para a África Central estudar as diferenças entre as doenças que existem na selva e na zona metropolitana de Londres. Depois de estudos muito apurados o Dr. Burkitt veio a descobrir que existe no continente africano um tipo de cancro diferente que é causado por um vírus. Esta descoberta foi sensacional porque se provou, pela primeira vez, que certos tipos de cancro podem ser causados por vírus. Em honra desta descoberta o mundo médico mundial passou a chamar a este tipo de cancro: Linfoma não-Hodgkin de Burkitt. Esta revelação médica serve para os leitores apreciarem o tipo de observação que a equipa do Dr. Burkitt veio a registar no que diz respeito às diferenças que existem entre as dietas dos nativos africanos e a dieta do povo ocidental. Os médicos ingleses verificaram que os indígenas de África nunca tinham prisão de ventre, não contraindo cancro do recto, não tinham ataques de coração, não sofriam de hemorróides nem apendicite aguda!

 Surpreendidos por estes factos, os médicos britânicos constataram que os nativos africanos defecavam no período diário de 24 horas, quatro vezes mais do que qualquer outro cidadão europeu! Prosseguindo as investigações acabaram por concluir que a diferença entre estes povos apresentava-se dramática; isso deve-se ao facto de que os povos africanos comem 90% mais de alimentos ricos em fibras vegetais que não chegavam a ser absorvidos no intestino, saindo nas fezes praticamente intactos, aumentando por isso o volume fecal; sem o saberem  evitam a prisão de ventre tão comum nos ocidentais londrinos.

 Dr. Burkitt

Mais de mil especialistas por todo o mundo têm publicado artigos em periódicos e revistas médicas falando das observações da equipa médica do Dr. Burkitt, reafirmando serem os alimentos que têm fibras vegetais, os mais indicados para preservar a nossa saúde levando-nos naturalmente a visitar mais vezes a retrete, a privada… Em uma conferência sobre o tema pelo Dr. Burkitt  no Hospital de Roger Williams em Rhode Island, falou da seguinte bombástica forma: “ É mais importante sabermos o volume de merda diária duma pessoa do que o valor do seu açúcar ou do seu colesterol!” Analisando o nosso tubo digestivo e sabendo que da boca ao ânus tem o comprimento de sete vezes a altura de cada qual, verifica-se que uma pessoa com um metro e meio de altura, seu tubo digestivo terá dez metros de comprimento; de forma grosseira será igual à mangueira do nosso quintal! Desta forma compreenderemos que a natureza exige que nossa alimentação contenha 90% de fibras vegetais que não sejam absorvidas no percurso desse tubo digestivo de dez metros, porque de contrário não chegará nada ao fim do canal.

(Continua… Conteúdo do Caldo verde…)

Compilado por
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:13
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Quarta-feira, 4 de Julho de 2012
MOKANDA DO SOBA . XIV

“KALULU COM NOSTALGIA” - 1ª de 3 Partes

Foto: 12.08.11 - 14ºDia de Férias Ontem, pela segunda vez, fiz uma muamba de galinha à maneira de Angola; Todos gostaram mas o Tó da Cuca transpirou gosto pelos poros chegando a afirmar que este era sem dúvida a melhor especiaria do mundo.  Acho que exagerou mas, creio que o segredo está no amor que o cozinheiro dedica quando mistura todos os ingredientes e os vai metendo no panelão no preciso momento, dedicando especial atenção ao jindungo, quantidade na justa mediada de forma a ficar ao agrado de todos. Tó da Cuca, ajudou-me a cortar em pedaços pequenos a aboborinha, maxixe, beringela, chuchu, e transpirou a fazer o funge de mandioca á maneira da Luua; aqui chamam ao funge de pirão, que é por norma demasiado aguado, feito em caldo da especiaria que se está a fazer mas, nós camundongos gostamos do pirão do jeito cola-de-fuba, de forma a se fazer um bolo que se vai empapando no dendem  dando-lhe  o sabor característico.

 Casa do T´Chingange (Com banga)

Na euforia do pós tacho cada um de nós recordou o cacussu do panguila e das comezanas do fundo de quintal bem por debaixo da mulemba no lugar da Corimba ou na varanda da casa da Terra Nova. E começa a descrição: tia Josefa mune-se de faca bem afiada e corta as cebolas em metades, depois meias rodelas grossinhas; a seguir a abrobinha segundo a mesma lógica e tudo para dentro de um panelão enorme; chega-o ao fogo, acrescenta-lhe uma boa porção de azeite de dendem mexendo, mexendo com a colher de pau kibaba de raiz, a cada aleatório fervilhar, sem regra feita. E logo se podia contemplar o início de uma maravilha; aquela cor alaranjada de mágico cheiro invadindo os olfactos dos kambas da vizinhança. Agora a beringela, cortada em cubos... Uma pitadinha de sal, uma malagueta de jindungo... –E os quiabos tia zefa? - Perguntava, como mestre cozinheiro, que já gostava de ser um dia. Ainda não é hora deles, esclareceu a tia. Porquê? - sempre os curiosos porquês dos futuros mestres... -Porque são muito tenros e desfazem rápido. Se eu os botar agora, no final, só vais comer fio e semente de quiabo, mas não o quiabo... Aaaah!

 Cheirinho bom invadindo o ambiente, saliva emaciando nas nossas bocas candengues  “na sua volta”  trapalhando a tarefa. E titia já colocando os peixes em posição de mergulho, cortados em metades... Agora vou só botar uns pouquitos quiabos assim abertos para largarem aquela baba boa no molho, mas não ainda todos; esses outros todos só vou deitar quase na hora do peixe seco, um pouquinho antes. Peixe e quiabo coze depressa, vocês sabem, né? Nós, candengues, não sabíamos, mas só falavamos: Ué, tia Zefa! E mais mexidas, delicadas reviravoltas nos legumes plenos de magia de palma… Neste preciso momento... esclarece titia – tá na hora de colocar os quiabos, depois de lhes cortar as pontas, e mais uma´porçãozinha de pequenos jindungos onotos, assim fechados... sem abrir, para não picar muito por demais nas crianças... Titia! -mas a gente todos, gostamos de jindungo...cosquinhas na língua, hihi!, fala um. Titia ri, e então bota mais uns dois ou três, lá para dentro...

(Continua...)

O Soba TChingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:19
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Terça-feira, 3 de Julho de 2012
XICULULU . XXII

“A GUERRA DO COLTAN” - O oculto no uso de telemóveis / Celulares

 Corporações estrangeiras como a do Canadá de Mineração Anvil que se fundiu com TENTE Mineração, da África do Sul Anglogold Ashanti , e os EUA Phelps Dodge / Freeport McMoRun fornecem logística e finanças afim de apoiar os grupos armados permitindo a exploração ilegal de coltan. Recentemente Anvil e Phelps compraram uma mina por US $ 60 bilhões. A indústria de mineração, é controlada pela força das armas que mantêm reféns seus trabalhadores na ponta da baioneta. O mineiro do Congo, pela força, ou "voluntariamente” ganha apenas US $ 1 por cerca de dois quilos de coltan. A Bélgica, que ainda tem uma "mão" na riqueza do Congo na pessoa de George Floresta, proprietário do Katanga Mining que financiou o partido político do actual presidente do Congo, tendo estabelecido ali o maior complexo de mineração do mundo.

 A mídia mundial enfeudada a interesses de métodos neo-coloniais no pior sentido,  omitem os motivos da matança e escravidão no Congo. Os valores ocidentais, conspurcados  na riqueza e rapina, não podem perder o controlo, expondo a verdade; Os ricos, estão demasiado embrenhados nesse banho de sangue. As pessoas não dão a face mostrando a balbúrdia do Congo porque são enormes as forças globais, vários governos, consorcios de mineração global, institutos e Ong´s coladas a elites da nomenclatura local. Todos esses, estão provocando o maior assalto do século XXI. Eles, os que arranham a terra, necessitam da nossa
ajuda, da nopssa denúncia.

 Sabe-se o quanto é difícil deixar de usar essa ferramenta  tão útil como o é o telemóvel celular mas  você pode fazer pressão para que as coisas mudem e  é importante saber disto, usar sua atitude no sentido de inverter procedimentos  de devastação; parar de substituir os telefones celulares e laptops que ainda funcionam. O acordo de paz assinado na República Democrática do Congo em 2006, não acabou com a guerra. Estima-se que 400.000 mulheres foram estupradas nos últimos dez anos, um acto de  puro femicídio - destruição planeada das mulheres de forma  sistémica. As mulheres sofrem fístulas de estupros com facas, revólveres e pénis. É revoltante e até parece ousada fantasia  quando se diz  que mulheres foram forçadas a comer bebés mortos. É um mundo tão horrível que  a continuar põe em risco o nosso sono de forma constante, assim se saiba. Soldados com HIV estupram mulheres na frente de seus maridos, as meninas na frente dos pais. Esses procedimentos são parte do plano; afrouxar o aperto da comunidade sobre seus recursos naturais, especialmente o coltan. O Congo é o país com maior oferta desse mineral.

Para mais informações, ir para friendsofthecongo.org.

XICULULO: - Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo
(Final)
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 03:29
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Segunda-feira, 2 de Julho de 2012
KAPIKUA . XII

{#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

       “Milagres – Urântia”

 O Pai Universal é o Deus de toda a criação, a Primeira Fonte e Centro de todas as coisas e de todos os seres. Pensai primeiro em Deus como criador, depois como reitor e por último como sustentador infinito. A verdade sobre o Pai Universal começou a se manifestar à humanidade quando o profeta disse: "Tu só és Deus; não há outro além de ti. Tu fizeste o céu e o céu dos céus, com todas as suas hostes; tu os preservas e os comandas. Pelos Filhos de Deus foram feitos os universos. O Criador cobre-se de luz como um vestido e estende os céus como um pavilhão". Somente o conceito de Pai Universal - um só Deus no lugar de muitos deuses - permitiu ao homem mortal compreender o Pai como criador divino e reitor infinito.

li Os inumeráveis sistemas planetários foram feitos, em sua totalidade, para serem habitados por muitos e diferentes tipos de criaturas inteligentes, de seres que pudessem conhecer Deus, receber seu afeto divino e amá-lo em retribuição. O universo de universos é a obra de Deus e a morada de suas diversas criaturas. "Deus criou os céus e formou a terra; estabeleceu o universo e não criou este mundo em vão; ele o formou para que fosse habitado".

 Todos os mundos de luz reconhecem e adoram o Pai Universal, o fazedor eterno e sustentador infinito de toda a criação. Universos após universo, as criaturas dotadas de vontade empreendem a longa jornada rumo ao Paraíso no fascinante afã, na aventura eterna de chegar a Deus Pai. A meta transcendente dos filhos do tempo consiste em encontrar o Deus eterno, compreender a natureza divina, reconhecer o Pai Universal. As criaturas que conhecem Deus possuem uma única aspiração suprema, um único desejo ardente, que é vir a ser, em suas próprias esferas como ele é - perfeição em personalidade no seu Paraíso e supremacia em rectidão em sua esfera universal. Do Pai Universal, que habita a eternidade, surge um mandato supremo: "Sede pois perfeitos como eu sou perfeito". E os mensageiros do Paraíso levam esta exortação divina com amor e misericórdia, através dos tempos e dos universos, até mesmo às tão modestas criaturas de origem animal como as raças humanas de Urantia.

Leitores do livro de Urantia em Portugal : suporte@urantia.com.pt

(Continua…)
O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:20
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Domingo, 1 de Julho de 2012
BRASIL EM 3 PENADAS . XXXI

{#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO

       “MADEIRA – BRASIL”

 Bandeira da Madeira

No dia 6 de Outubro de 1645 o Governador-geral, António Teles da Silva, nomeou João Fernandes Vieira Mestre de Campo de um Terço que mandava formar em Pernambuco de todas as Companhias de Infantaria constituídas para a guerra da restauração. Neste meio tempo Sousa Coutinho foi nomeado embaixador plenipotenciário junto aos Países Baixos de Haia a fim de diplomaticamente refazer a nação perante os Holandeses e a santa Sé; O facto de este diplomata ter sido paciente no trato com os Mafulos protelando iniciativas destes, deu oportunidade aos restauradores pernambucanos a possibilidade de se organizarem pelo que todas as negociações foram alteradas em virtude das vitórias conseguidas em Guararapes, a primeira a 19 de Abri de 1648 e a segunda em 19 de Fevereiro de 1649. Havendo a possibilidade de derrotar os holandeses e expulsá-los do Brasil pela força das armas, não obstante Sousa Coutinho não acreditar nessa hipótese tudo fez para ludibriar a diplomacia no sentido de nada pagar em restituição das antigas terras portuguesas; foi mal interpretado pelos governantes de então que não vislumbraram as ardilosas manobras de deixa correr para holandes ver.

 Entretanto era enviada para Angola uma frota sob o comando de Salvador Correia de Sá a partir da Bahia. A 29 de Dezembro de 1648, chegou a Haia a notícia de que Salvador Correia de Sá havia tomado Luanda aos holandeses em 26 de Agosto anterior, o que indispôs ainda mais os holandeses contra o Embaixador. Cinco províncias votaram por uma declaração de guerra contra Portugal. Sousa Coutinho evitou que os Estados de Holanda enviassem socorros quando estes podiam salvar a causa da Companhia das Índias tendo dado o tempo necessário para que os colonos, luso-brasileiros auxiliados pela metrópole, ficassem em condições de alcançar a vitória. Assim e de acordo com o já dito, João Fernandes Vieira comandou o principal terço de infantaria em companhia de André Vidal de Negreiros, brasileiro de origem portuguesa, Felipe Camarão, índio brasileiro da tribo potiguar e Henrique Dias, filho de escravos.

 Bandeira de Angola

O Padre António Vieira ciente da força Holandesa não acreditava que fosse possível obter pelas armas a posse dos territórios na posse dos Mafulos pelo que sugeriu o suborno para conseguir o intento na compra de Pernambuco; Uma quantia elevada de cruzados foi posta ao dispor do Embaixador Sousa Coutinho com esse propósito.  Era tanta a inquietação de D. João IV que lhe ocorreu retirar-se para o Brasil, constituído-o em reino autónomo, entregando Portugal ao Príncipe herdeiro D. Teodósio, ainda de menoridade, ficando na regência do Reino o futuro sogro deste, da corte francesa. Este episódio é pouco relatado nas crónicas de então mas o certo foi de que mais tarde o Brasil veio a ser refúgio de D. João VI com toda a corte fugindo às forças invasoras de Napoleão; estes pormenores acabam por ter influência no destino dos países e até o condenado suborno era subestimado pelo clero. Este afinco de atitude patriótica não era apanágio dos Huguenotes e foi desta falha que ditou a história do grande Brasil.

Mafulos: Nome porque eram conhecidos os Holandeses em Angola nessa época

Referência Bibliográfica: RESTAURADORES DE PERNAMBUCO de José António Gonçalves de Mello (1967).

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:50
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Temos um Hino, uma Bandeira, uma moeda, temos constituição, temos nobres e plebeus, um soba, um cipaio-mor, um kimbanda e um comendador. Somos uma Instituição independente. As nossas fronteiras são a Globália. Procuramos alcançar as terras do nunca um conjunto de pessoas pertencentes a um reino de fantasia procurando corrrigir realidades do mundo que os rodeia. Neste reino de Manikongo há uma torre. È nesta torre do Zombo que arquivamos os sonhos e aspirações. Neste reino todos são distintos e distinguidos. Todos dão vivas á vida como verdadeiros escuteiros pois, todos se escutam. Se N´Zambi quiser vamos viver 333 anos. O Soba T'chingange
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