Terça-feira, 30 de Abril de 2013
KANIMAMBO . XXXVI

“O ESPÍRITO DA COISA” Talento . 14

SUCESSO E AUTOCONFIANÇA

Pelo

 SOBA T´CHINGANGE

A cultura não nos obriga a pensar nas coisas triviais do dia-a-dia quando a morte ainda parece estar longe. Vivemos tão enrolados em objectivos egoístas, no ter que pagar a hipoteca, carreira, a família ou comprar um novo carro; enfim, envolvidos em centenas de pequenas coisas e, apenas para continuar tocando a vida para a frente. Por isso não adquirimos o hábito de parar, olhar nossa vida e dizer: - É só isso? … É só isso que eu quero? Não está faltando nada? Precisamos que alguém nos empurre para a direcção certa. Não é coisa que venha automaticamente… Na vida, todos necessitamos de professores.

 Se olharmos para o mundo à nossa volta, talvez pareça um lugar misterioso, incompreensível, implacável e injusto, onde uns nascem com privilégios e vantagens que outros nunca poderiam sonhar em alcançar. Mas, ele, o mundo não o é; o universo é justo e imparcial. Precisamos compreender que ele tem seus próprios princípios, que são imutáveis, infalíveis e iguais para todos. Para usufruir desses princípios, necessitamos dar uma oportunidade para que eles, os princípios, se possam revelar a nós, e por intuição conduzirmo-nos onde o impulso natural insiste em nos levar. Precisamos passar a aceitar o óbvio; o que tiver de acontecer, vai acontecer!

 Precisamos libertar-nos da convicção de que as pessoas de sucesso possuem mais talento, mais inteligência, que nasceram com um brilho superior ao nosso. Na origem, não há diferença entre as pessoas que alcançam o sucesso daquelas que não. A diferença está apenas na forma de agir ao longo da vida. As que desenvolvem seu talento, não são diferentes; elas apenas agem de uma diferente forma. Pensar que as coisas caem do céu para alguns enquanto outros independentemente do quanto se dedicam, nunca atingirão nada para além da mediocridade, é um erro. Todas as pessoas que realizaram coisas memoráveis, que se tornaram marcos na história da humanidade, passaram por um longo período do processo de evolução. Assim, termino desta forma o tema de talento, coisa que por mim tem passado despercebido ou mesmo desprezado mas, que me ocupa longos momentos de reflexão; do modo do como fui professor com meus filhos, transmitindo valores, omitindo a propósito a mentira e a ética promíscua tão vulgarizada e institucionalizada.

Fim do tema TALENTO

Referência Bibliográfica: O Óbvio que ignoramos de Jacob Pétry

Gravuras do album Costa Araújo (Mano Corvo) 

Kanimambo: Obrigado (de Moçambique)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:49
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Segunda-feira, 29 de Abril de 2013
KAPIKUA . XXIII

“Milagres – Urântia”

Escolhas de

  Kimbo Lagoa

Ainda que Deus não fosse tão grande nem tão poderoso, eu o amaria com a mesma intensidade por ser tão bom e tão misericordioso. Todos nós amamos o Pai mais em virtude de sua natureza que por reconhecimento de seus estupendos atributos. Afinal, penso que todos nós, incluindo os mortais dos mundos, amamos o Pai Universal e todos os demais seres, quer divinos, quer humanos, porque percebemos que estes seres pessoais verdadeiramente nos amam. A experiência de amar é, em grande medida, uma resposta directa à experiência de ser amado. Sabendo que Deus me ama, devo prosseguir amando-o em sumo grau, mesmo que ele estivesse despojado de todos os seus atributos de supremacia, ultimidade e absolutidade.

  No universo físico, podemos ver a beleza divina; no mundo intelectual, podemos discernir a verdade eterna; mas a bondade de Deus só se encontra no mundo espiritual da experiência religiosa pessoal. Em sua verdadeira essência, a religião é uma confiança-fé na bondade de Deus. Depositar em Deus um afeto semelhante ao que sente uma criança por seu pai terreno pois, como um pai, um pai verdadeiro, um autêntico pai, ama aos seus filhos, assim nos ama o Pai Universal, que procura continuamente o bem-estar dos filhos e filhas que criou. Para a filosofia, pode ser que Deus seja grande e absoluto e, de algum modo, inteligente e pessoal mas, para a religião, Deus deve ser também moral; deve ser bom. Talvez o homem tema um Deus grande; mas ele somente ama e confia num Deus bom.

.

Esta bondade de Deus é parte da personalidade de Deus, e sua plena revelação manifesta-se unicamente na experiência religiosa pessoal dos filhos crentes em Deus. A religião dá a entender que o supra-mundo de natureza espiritual tem conhecimento das necessidades fundamentais do mundo humano e responde a elas. A religião evolutiva pode chegar a ser ética, mas somente a religião revelada pode chegar a ser verdadeira e espiritualmente moral. O antigo conceito de Deus como Deidade na qual predominava a moralidade régia foi elevado por Jesus a um nível carinhosamente comovedor, à moralidade íntima e familiar da relação pai-filho, uma tal que, na experiência dos mortais, não existe outra tão terna nem tão bela.

KAPIKUA (capicua): O que se lê igualmente da direita para a esquerda ou vice-versa e ao qual se atribui boa sorte.

Ilustrações de Miró

Leitores do livro de Urantia em Portugal

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 18:46
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Sábado, 27 de Abril de 2013
PIAÇABUÇU . XIX

{#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO           

“DOS JESUITAS AOS TUBARÕES” .  17

Por

 Roeland Emiel Steylaerts

Um dia Isaías pediu-me para ir visitar os pais biológicos, que não via há anos; moravam em uma chácara perto de Sirilândia, em Goiás. Isaías prometeu tratar deles, caso acontecesse algo a eles mas, infelizmente, anos depois, nem conseguimos encontrar o túmulo do pai que, entretanto faleceu. Isaías um dia acompanhou-me em uma ida ao Ceará; fomos ali comprar artesanato e entretanto resolvemos ir até à praia. Meu filho, nunca tinha visto o mar, e quando viu àquela enormidade água, olhou-me e disse: “isto é incrível”. Deu o primeiro mergulho, sentiu que a água estava salgada... levou um segundo, e vi uma cara feliz, coisa que me restou para o resto da vida. Mais tarde fomos comprar búfalos, na Ilha do Marajó, com destino à fazenda, ele foi junto comigo fazendo seu primeiro voo em avião pequeno.

 De volta á Brasília, coloquei-o a trabalhar na loja de antiguidades, tratando dos transportes; comprei - lhe nessa função várias motos que pilotava muito bem. Mais tarde comprei um caminhão, que veio a dirigir com carteira profissional. Por várias vezes, separou-se da mulher, com a qual não se entendia; brigando pelos filhos e, pela justiça terminou ficando com o filho Rubens, e ela com a menina Patrícia. Isaías acabou por se arrumar com uma namorada bonita, filha do gerente do Banco de Tokyo mas, no dia que convidou os pais dela para a chácara, a fim de a pedir oficialmente autorização para namora-la, apercebendo-se que a resposta deles seria um NÃO, fugiu com ela.

 O gerente do Banco de Tokyo pediu transferência para São Paulo, mas Isaías foi de moto rapta-la na capital acabando por ter um acidente; fui socorre-lo de carro e voltamos para Brasília. Pensei que iria perder o pé, pois a maçaneta da moto tinha furado o membro mas, assim não aconteceu… O pai da menina pediu transferência para o Japão, e a filha foi com eles dando fim à novela de Romeu brasileiro e Julieta japonesa. Foi tempo de recordar meus netos. Rubens e Patrícia, ambos bonitos. Quando o Rubens nasceu, meu primeiro neto, senti-me o homem mais feliz do mundo; tive que assinar a responsabilidade na maternidade, pois Isaías tinha só 15 anos. Depois do nascimento eu, e o feliz pai, fomos para a chácara encher a cara de cachaça.

(Continua…)

Piaçabuçu: Cidade situada na foz do Rio São Francisco - Brasil

Nota: Esta é a estória vulgar de um emigrante Belga fugido da 2ª guerra mundial e que se aventurou em terra estranha do outro lado do Oceano. Os tempos mudaram, as agruras são outras mas a vida é assim mesmo, um rodopio de acontecimentos com carrapatos que parecendo nada, mudam o rumo.

Compilado com correcções ortográficas e arranjo ao texto original por

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:16
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Sexta-feira, 26 de Abril de 2013
BRASIL EM 3 PENADAS . XLI

 AS ESCOLHAS DO KIMBO

BRASIL . Senado paga R$ 14,6 mil por mês para garçons nomeados secretamente em 2001 para servirem cafezinho 

Por  Jorge Serrãoserrao@alertatotal.net

O Brasil ganha hoje, literalmente de bandeja, mais uma prova da falência múltipla das instituições pseudo republicanas. O Senado tem sete garçons com salários entre R$ 7.300,00 e R$ 14.600,00. Certamente, o trabalho de servir cafezinho aos ilustres senadores é uma das missões mais bem remuneradas do mundo. A revelação do jornal O Globo sobre o gasto amargo do cafezinho no Legislativo parece algo pequeno perto de outros gastos secretos e inimagináveis. Esse singelo exemplo de desperdício do dinheiro público é apenas uma pontinha dos diversos gastos sem qualidade na administração federal. Somando-se o dinheiro perdido com a corrupção e as despesas inúteis, temos a justificativa cínica para a máquina administrativa tupiniquim nunca conseguir cortar gastos. A consequência automática é aumento do déficit público e necessidade constante de manter altíssima a carga de impostos para bancar as mordomias e roubalheiras estatais.

Este caso, é apenas uma singela alegoria de nosso regime “capimunista” – autoritário, perdulário e ineficiente. Os profissionais foram nomeados em 20 de Setembro de 2001 por ato secreto da direcção geral do Senado. Oficialmente, os garçons são classificados como “assistentes parlamentares”. Além de servirem cafezinho, podem cumprir outras actividades de “apoio” para justificar a excelentíssima remuneração no Legislativo. Mordomias escandalosas e privilégios injustificáveis como o do caríssimo serviço de cafezinho do Senado se multiplicam entre os três poderes federais. O desrespeito completo ao dinheiro público, suportado pelos altos impostos pagos pelo otário cidadão-eleitor-contribuinte que, também é comum nas  gastadoras, incompetentes e corruptas máquinas administrativas dos estados e municípios. Um País que funciona de forma tão errada, fica condenado a ser sempre subdesenvolvido, gerenciado por um Governo de Crime Organizado e, cujos integrantes têm vida de marajás.

 Eis o alto preço que pagamos pelo actual Golpe Militante Petralha (PT) – que prepara a perpetuação no poder com alguns golpes programados no Legislativo. Primeiro, a aprovação do projecto que impede a criação livre de novos partidos políticos, tirando-lhes o direito ao tempo de televisão e aos recursos do fundo partidário. Depois, com a aprovação do soviético sistema da lista fechada dos partidos para a eleição de deputados e vereadores. Por fim, com a criação do “financiamento público de campanha eleitoral” (estatizando o sistema político, sem acabar com o financiamento ilegal aos políticos pela via dos diversos tipos de “mensalões”). O triste é que os desinformados cidadãos-eleitores-contribuintes brasileiros, cairão facilmente no golpe institucional que prepara o Brasil para embarcar no “Socialismo do Século 21” – que já opera descaradamente na Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador e Cuba. O esquema político corrupto e mentiroso do Foro de São Paulo está prestes a nos brindar com o “Triunfo de sua Vontade”. A pergunta fundamental é: os segmentos esclarecidos – minoria na sociedade brasileira – terão condições políticas de reagir a tempo de reverter o golpe contra o Estado Democrático de Direito? Ou todos seremos engolidos pelo avassalador e corrupto sistema do Governo do Crime Organizado no Brasil?

Visto sem prego nem estopa por

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:23
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Quinta-feira, 25 de Abril de 2013
MUJIMBO . XXXIX

ANGOLA –  PALAVRA DE REI . IX

  AS ESCOLHAS KIMBO

Por

 ISOMAR PEDRO GOMES

 Crescemos sob o lema de que palavra empenhada é palavra cumprida, a qualquer custo. "Minha palavra é lei!" ouvíamos amiúde de algumas fontes. Lembro-me de uma lição que me marcou nos meus tempos de infância, tenho a impressão que foi no livro da 3a ou 4a classe da era colonial; a palavra empenhada pelo fidalgo português, Egas Moniz, aio de Dom Afonso Henriques, que envolvendo a família toda, se predispunha a cumpri-la. A família convicta da necessidade de se submeterem à autoridade pela palavra empenhada pelo seu rei, palavra não comprida, dispuseram-se a morrer pela honra e penhor apresentando-se na corte de Espanha, de corda ao pescoço. Embora tal estória não passe de um 'lenda', segundo alguns historiadores, valeu pela lição marcada.

 Claro, mudaram-se os tempos, mudaram-se as atitudes, mudaram-se os costumes e os hábitos. Hoje a mentira tem mais força que a verdade, elaborada é arte, o engano é interpretado como habilidade necessária, fazendo dessa hipocrisia a máscara hodierna nesta era digital; já não há lágrimas de crocodilo e, o próprio crocodilo anda acabrunhado porque deixou de ser o vilão, o herói agora é o bandido; o antigo e verdadeiro herói, é hoje o miserável vetado ao esquecimento, acantonado como mendigo num qualquer muquifo de má fama

 Em Angola não há honestos, disse-me alguém... há sim, Ernestos. - Discordei completamente, ainda há honestos (poucos, é verdade mas existem!), sim! Aqueles que preferiram refugiarem-se na dignidade, elevarem bem alto o estandarte da honra, ao invés do usufruto dum prazer temporário em um "prato de lentilhas"! Hoje ser honrado é humilhante, porque na maior parte das vezes, a consequência, a marca visível e imediata da honra é a pobreza e sujeição á boçalidade de toda a espécie; propositadamente algumas instituições, levam o cidadão honesto a desistir na prática da honra. Tudo isto para relembrar: E A PROMESSA de limpar Luanda em 6 meses?!.. Porventura alguém se lembra de quem a fez? Porque e quando a fez?... E como fica a PALAVRA DO REI... Já volta atrás?! Ah! Como os tempos mudam...

(continua...)

Subscreve

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:21
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Quarta-feira, 24 de Abril de 2013
FRATERNIDADES . XXXVIII

Lição de vida Sua vida

Escolha de

   Stella Pugliesi

Quando sua vida começa, você tem apenas uma mala pequenina de mão... À medida que os anos vão passando, a bagagem vai aumentando porque existem muitas coisas que você recolhe pelo caminho, por pensar que são importantes. A um determinado ponto do caminho começa a ficar insuportável carregar tantas coisas, pois pesam demais, então você pode escolher: ficar sentado a beira do caminho, esperando que alguém o ajude, o que é difícil, pois todos que passarem por ali já terão sua própria bagagem. Você pode ficar a vida inteira esperando, ou você pode aliviar o peso, esvaziando a mala. Mas, o que tirar dela? Você começa tirando tudo para fora... Veja o que tem dentro: Amor, Amizade... Nossa! Tem tanta fraternidade mas, curioso, não pesa nada...

 Tem algo pesado.... Você faz força para tirar.... Era a raiva - Como ela pesa !  Aí, você começa a tirar, tirar e aparecem a Incompreensão, Medo, Pessimismo... nesse momento, o Desânimo quase te puxa p´ra dentro da mala.... Mas você puxa-o para fora com toda a força, e no fundo da mala aparece um Sorriso, que estava sufocado no fundo da sua bagagem.... Pula para fora outro sorriso e mais outro, e aí sai a Felicidade... Aí você coloca as mãos dentro da mala de novo tira p´ra fora um monte de Tristeza... Agora, você vai ter que procurar a Paciência dentro da mala, pois vai precisar bastante....  Procure então o resto: a Força, Esperança, Coragem, Entusiasmo, Equilíbrio, Responsabilidade, Tolerância e o Bom e Velho Humor. Tire a Preocupação também. Deixe de lado, depois você pensa o que fazer com ela...

 Bem, sua bagagem está pronta para ser arrumada de novo. Mas, pense bem o que vai colocar dentro da mala de novo, hein!  Agora, é com você; e não se esqueça de fazer essa arrumação periodicamente, pois o caminho é MUITO, MUITO LONGO, e sua bagagem, poderá pesar novamente. Insistir em algo que nunca dá certo é como calçar um sapato que não serve mais. Machuca, causa bolhas, às vezes até sangra. Aí você percebe que o melhor é ficar descalço. Deixar totalmente livre o coração, enquanto vive. Deixar livre os pés, enquanto cresce. Porque quando a gente vai crescendo, o número muda. E o que você insistia em por, não lhe serve mais. Às vezes na vida, você tem que esquecer o que você quer, para começar a entender o que você realmente merece!

Arranjo do texto pelo

Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:00
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Terça-feira, 23 de Abril de 2013
A CHUVA E O BOM TEMPO . XXVI

NOSTÁLGIA DO CALAHÁRI

Pelo

 SOBA T´CHINGANGE

 Ao Ao atravessar o Calahári, aprendi que quem passa o tempo batalhando contra o envelhecimento sempre será infeliz porque o envelhecimento é inexorável. Nessa imensidade de “terra do nada do Calahári” desapegamo-nos da inveja vertendo-a em conversa como grãos de areia, aceitando que o olhar para trás estimula a quem compete mas, a idade não nos estimulava para isso. Já nesse então eu e Reis Vissapa como velhos, que já éramos, diligenciávamo-nos traçando projectos de invejar o destino sem a preocupação de riscar os dias no calendário; percorríamos a terra do nada somente com o propósito de a cheirar.   

Dionísio Dias de Sousa Eu e Reis Vissapa, colocávamos nesse projecto nossos valores sem sequer pensar em coisas erradas; na ânsia de possuir coisas, lavávamos nossos cérebros repetindo ansiedades até à exaustão perdendo a perspectiva do que era verdadeiramente importante, sabendo já de antemão, que “da vida nada se leva”. Aquela vastidão de aspereza provocava decerto desvarios feitos sonhos, que iam e vinham com os quilómetros, sem se poder substituir suavidade na ternura ou companheirismo, por coisas materiais. E, chegados lá no topo norte, sentados na margem do Okavango do Kaprivi, olhando o outro lado do rio, seguramente pensámos: com tais sentimentos, nem poder, nem dinheiro poderiam importar no poder que possuíamos.

o  No decorrer de muito tempo, anos mesmo, não houve melhorias nem acréscimos em nossas vidas descuidando-nos no poder aquisitivo por via dum sonho só sonhado; restou a lembrança do quanto aquilo que queríamos se reduziu à justa medida do que precisávamos. Afinal, não devemos ficar presos ao que devíamos ter feito e não aconteceu quando devia ter acontecido, fazer as pazes connosco e com os que nos cercam, mesmo que estejam moribundos porque a morte, chega quando chega e que se saiba ela, a morte não é contagiosa; será por assim dizer um fazer de paz com a vida. Não podemos desfazer o que fizemos, nem reviver a vida que já passou mas, “nunca é demasiado tarde” para mudar. Levamos tanto tempo a modelar nosso corpo, levantando pesos, nadando, fazendo flexões, e no fim, a natureza, sai vencedora. A barreira física dos nossos sonhos, tinha o nome de Okavango.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:54
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Segunda-feira, 22 de Abril de 2013
MOKANDA DA LUUA . XIII

 AS ESCOLHAS KIMBO

ANGOLA - trabalhar num país em construção . I

 

Por

 Hermínio Santos

Sugere ainda como negociar a remuneração e os benefícios antes de partir, dirigindo-se, neste capítulo, a um público-alvo muito particular (os quadros de topo). Um técnico especializado tem margem de manobra reduzida e, provavelmente, terá de partilhar e meio de transporte com colegas. É importante ter em atenção quanto vai gastar por mês. A despesa mensal com a alimentação pode chegar aos mil dólares (cerca de 694 euros ao câmbio actual). Há informações sobre as oportunidades profissionais, como se pode criar uma empresa ou, por exemplo, os cuidados a ter ao nível de segurança. Neste aspecto, o autor alerta mesmo que o desleixo dos cuidados a nível de segurança é um erro comum. “Janelas fechadas, carro trancado, não atender chamadas na rua, não enveredar por caminhos que não conhece, são cuidados básico de segurança”, escreve.

 O livro responde também a dúvidas como “é fácil transferir dinheiro para Lisboa?” ou “se tiver um problema grave de saúde o que devo fazer?”. No final, há uma lista de contactos úteis e um “kit” essencial de entendimento. Assim, quando aterrar em Luanda já sabe como pedir uma “bitola” (cerveja) e “pitar” (comer) qualquer coisa. Trabalhar em Angola é mais dirigido aos quadros superiores que trazem de Portugal um conjunto de benefícios suportados pela empresa e não tanto aos que se aventuram sozinhos em Angola sem a força e apoio de uma função de topo. Quem tem de tratar sozinho da sua viagem e permanência no país, terá de ultrapassar desde logo as dificuldades de obtenção de visto.

 

 O autor apenas remete informação sobre os vistos para o site do Consulado de Angola, podendo ter aprofundado mais este tema. A verdade é este processo é lento e penoso. Enquanto não for assinado o projecto de acordo entre os dois países para melhorar a concessão (medida que deverá acontecer em meados de Setembro) este é o primeiro entrave a quem quer emigrar. Mas Angola não é só trabalho. E o lado turístico é muitas vezes esquecido pelos portugueses que pela primeira vez pisam o território. Hermínio Santos faz questão de enaltecer as belezas naturais, mas o país ainda tem muito a melhorar, nomeadamente ao nível das infra-estruturas. Certo é que, quanto melhor se conhecer Angola, melhor será a integração.

O Kimbo Lagoa subscreve

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:19
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Sábado, 20 de Abril de 2013
MUJIMBO . XXXVIII

  AS ESCOLHAS KIMBO

ANGOLAA REALIDADE “MWANGOLÊ” . VIII

Por

 ISOMAR PEDRO GOMES

Desmobilizado, em 1991, por força dos Acordos de Bicesse, foi entre­gue à sua sorte. Isomar Pedro Gomes, ex-funcionário da delegação provin­cial da Segurança do Estado (em Benguela), hoje é um homem amargurado, frustrado.
 Aonde está a nossa classe operária?... Alguém pode dizer-me onde anda esse valoroso colectivo de trabalhadores? É que a maior parte da indústria que “havia”, foram transformadas em armazéns dos manos ‘libas, mayayas & senecas’… (Libaneses, Indianos monhês e Senegaleses). Lembro-me (com muita saudade) da GIGANTE e famosa CCUP (localizada no município da Ganda, província de Benguela) ‘rebaptizada’ na época “apropriada” em CCPA (Companhia de Celulose e Papel de Angola) – Alto Katumbela, que a guerra se ‘lembrou’ de transformar em pó (1982-1985). No município da Ganda, existia a fábrica de vinhos Prazeres – sede da comuna da Babaera; a Talim e a salsicharia Buçaco – sede do município, bem como as grandes industriais produtoras de açúcar, a Açucareira da Katumbela e a Açucareira do Dombe-Grande (Município da Baía Farta) e a África Têxtil (cidade de Benguela).

 Ultimamente, tenho pensado se AINDA há realmente uma classe operária “a operar” em Angola? Se realmente existe, aonde está? Se não existe,… porquê não? Vou mencionar a CIDADE DE BENGUELA como exemplo, nomeio as unidades Industrias que existiam mais ou menos até o ano de 1980; para além das acima mencionadas, lembro-me das seguintes unidades fabris com a ordem aleatória: 1.- Reforço & Rito 2. - Alfredo & Guerra 3.- Cartang 4. - Mampeza 5. - Conserveira Kapiandalo 6. - Abreus & Abreus 7. – Cordango 8. - Embalagens Holdains 9. - Embalagens de Angola 10. – Confiang 11. – Cristalia 12. – Cofril 13. - Dusol 14. - Fábrica de gasosas Canadá 15. - Tintas CIN 16. – Alarriba 17. - Confeções quinas 18. - Confeções CB 19. - Ourivesaria ourobelo 20. – Intrafrutos 21. – Sital 22. – Seta 23. – Forolda…

 Não menciono a mais de uma dezena de fazendas agrícolas, que constituíam o celebre perímetro agrícola do cavaco (a cintura verde de Benguela) e outras iniciativas individuais ou colectivas (que não constavam na lista telefónica, tais como as pequenas carpintarias, serrações, estofos e fábrica de malas), panificadoras, pescarias e algumas unidades ligadas à actividade agrícola. Tais unidades albergavam milhares de trabalhadores, alimentando dezenas de milhares de famílias no município de Benguela, adicionadas às unidades de produção da Katumbela, Lobito e Baía-farta; faziam da província de Benguela uma das fortalezas da classe trabalhadora de Angola. A CCPA estendia-se pelas Provinciais do Huambo e Bié, e constavam na sua folha de pagamentos (nos tempos dourados) cerca de 5.000 trabalhadores/assalariados.
(continua...)

Subscreve

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:43
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Sexta-feira, 19 de Abril de 2013
MULUNGU . XXXVII

NO ORIENTE DA VIDA

Por

 O Soba T´Chingange

 

 Pronto para oferecer o meu talento ao mundo aos quase 68 anos de vida, descobri que o mundo, não está assim tão interessado no meu trajecto. O rumo da vida fez-me mastigar sacrifícios aceitando o passado sem negá-lo ou descartá-lo e, principalmente aprender a perdoar aos outros e a mim. Surpreende-me agora este tardio afecto entre o meu passado e o meu presente. Quase me esqueço do quanto somos íntimos, absorvendo o silêncio pontilhado de manchas de velhice e pele de galinha pendendo no embaraço. Não existe, nos dias de hoje, um fundamento sólido no qual as pessoas se podem apoiar, a não ser a família, mas, até neste ponto, a degradação de costumes, vulgarizou as excrecências nefastas desta base social.

:::::

 Muita coisa ruiu entretanto e, a cultura que tive, em verdade, trilhou-me a felicidade. Foi a contemplar a natureza que engravidei a vista e inchei o ego; o resto de tudo isto, foi  andar de um lado para o outro procurando o lugar certo de um lugar inexistente. Preso ao lema ”não se prenda às coisas porque tudo é transitório”, só consegui vislumbrar a vida quando passei pela morte e, foi desde então, que revitalizei os conceitos de fraternidade e amor: um lampejo dum desapego chamado medo, suar frio num calor que percorre o cérebro com arrepios na espinha, sensações de pavor e angústia.

 O meu mais recente abalo sísmico aconteceu quando soube que algures, uma mulher matou o marido e dois filhos quando dormiam, para protegê-los da “gente má”. Alienado à minha cultura, ocupei-me a fazer coisas que julgava serem importantes. Em litigio com o mundo e, num afinal, as coisas podiam acontecer sem o meu contributo. A maior ilusão que podemos ter na vida é aquela de quando a gente descobre que estamos sendo não aquilo que somos, mas o que outros gostariam que fôssemos. E, agora, no oriente do mundo, sem me querer enganar, enviesaram-me o rumo. Usaram-me. Afinal sou mesmo um zero à esquerda.

Mulungu: É uma arvore de grande porte com flores vermelhas,;existem no Brasil e em Angola

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:23
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Quinta-feira, 18 de Abril de 2013
CAZUMBI . XXXI

 AS ESCOLHAS KIMBO 

CABINDA Protectorado Português . 2ª de 2 Partes

Por

   Rui Neumann

 O vice-presidente da resistência defende o direito à autodeterminação de Cabinda como solução para o conflito. No caso de um referendo, Alexandre Tati afirma que a FLEC está aberta a todas as opções e aceitaria as possibilidades, serem inscritas na consulta popular, de «anexação, autonomia, independência, federação...» A questão de um referendo em Cabinda levanta a velha questão de «quem é ou não Cabinda?». Para o vice-presidente da FLEC «Cabinda é todo aquele, sem qualquer descriminação, que nasceu em Cabinda, filho de pai ou mãe natural de Cabinda, ou qualquer estrangeiro que viveu mais de 10 anos consecutivos em Cabinda. Há angolanos que vivem em Cabinda há mais de 20 anos, esses também poderiam votar» e sublinha: «O povo de Cabinda não tem problemas com o povo angolano, tem com o Governo angolano que ocupa militarmente o nosso país.»


 Questionado se aceitaria uma «autonomia» para Cabinda, Alexandre Tati responde: «A minha opinião pessoal não conta. O que conta é a opinião do povo.» Em reacção ao resultado eleitoral de 5 de Setembro que deu uma esmagadora vitória ao MPLA, Alexandre Tati «felicitou o povo de Cabinda» pela «abstenção e por ter respondido positivamente ao apelo da FLEC de boicote geral. Foi um teste ao patriotismo da população» afirma. Considera que «as eleições não foram livres» e nas regiões do interior do enclave a maior parte da população não se inscrevera nas listas eleitorais.

 Segundo o mesmo responsável durante as eleições muitos populares foram intimidados a votar sob ameaça de armas e outros ameaçados de perderem o emprego caso se abstivessem. Reconhece todavia que houve maior participação que em 1992 mas que votaram principalmente estrangeiros que se deslocaram expressamente dos dois Congos, as forças militares e os funcionários. Para Alexandre Tati a vitória do MPLA «não altera nada», e a FLEC vai continuar luta armada: «Angola continua a impor-nos esta guerra através da ocupação e da falta de diálogo». «Uma guerra pequena ou grande é sempre um conflito. Daí que comunidade internacional deveria prestar mais atenção ao conflito em Cabinda e influenciar as duas partes a encontrem uma solução» e sublinha que «a riqueza natural mais valiosa de Cabinda, não é o petróleo, mas sim a vida dos homens».

KAZUMBI: Feitiço; pouca sorte; coisas de kazucuta (malabaristas, pais de santo e mwangolés); macumba obscura.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:28
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Quarta-feira, 17 de Abril de 2013
MOKANDA DA LUUA . XII

 AS ESCOLHAS KIMBO

ANGOLA - trabalhar num país em construção . I

Por

 Hermínio Santos

Uma refeição de fast food em Luanda custa 12,70 euros. Por mês, alugar um apartamento com dois quartos na capital angolana pode chegar aos 6500 euros. E a factura do supermercado é três vezes superior à de Lisboa. Hermínio Santos, autor do livro Trabalhar em Angola (uma edição da Planeta), não pinta uma realidade cor-de-rosa nas 112 páginas que dedica ao tema. Angola não é a terra prometida, o país de “dinheiro fácil, sol, praia, cerveja gelada”. A realidade é outra, mas nem por isso menos apetecível. O país está em construção e participa no (re) nascimento de uma sociedade pode ser aliciante numa altura de recessão em Portugal, com elevada taxa de desemprego e perspectivas de futuro pouco animadoras.

 O autor, jornalista e actual director do jornal Briefing, escreve um guia minucioso e alerta que a decisão de emigrar, mesmo que temporariamente, deve ser ponderada e baseada em informação sólida. Primeiro, não se devem fazer as malas na esperança de chegar à terra prometida. O crescimento é acelerado, sim, mas tudo está em construção. Há trânsito caótico nas ruas, os preços da alimentação e habitação são muito elevados, os serviços de manutenção são escassos, há dificuldades nas comunicações. Hermínio Santos avisa ainda que o tempo dos salários elevados terminou.

 Hoje um técnico qualificado recebe cerca de três mil euros mensais. Há cinco anos, o mesmo trabalhador auferia cinco mil euros, a que acrescia subsídio de alimentação e refeições. Factores como a consolidação da paz, o regresso de angolanos com formação superior e o aparecimento de mão-de-obra de países asiáticos contribuíram para a estabilização dos salários “em valores mais realistas”. O livro também traça o retrato do país, descrevendo aspectos históricos e económicos, como a importância do petróleo, as relações com a China ou as parcerias entre Angola e Portugal.

(Continua…)

O Kimbo Lagoa subscreve

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:32
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Terça-feira, 16 de Abril de 2013
PARACUCA . IV

ONGWEVA - saudade, em Português

Por

 Filomena Camacho  Londres, 14/04/13 - (FB)

Ouve dizer-se que a palavra “saudade” é exclusivamente portuguesa, sem tradução em outras línguas. Contudo, em Angola, também “saudade” é traduzida, na Língua Umbundo, pela palavra “ongweva” prova de uma evidente conexão existente entre Angola/Portugal países que, numa miscigenação, não apenas física mas também da alma, tem caminhado juntos. Pergunte-se a cada Angolano se “ongweva” não será algo como uma febre de feitiço, lançada por “kimbanda” - dá aquela sensação que transcende, tornando-a incontrolável e impotente de amenizar!? A quem lá tenha nascido ou lá tenha permanecido, por longo ou curto período de tempo, da sua vida, sabe do que pretendo verbalizar.
 A saudade é uma síndrome que a medicina não pode actuar… A saudade dói! A saudade é persistente. A saudade, ainda que branda, corrói. Torna-nos prisioneiros… Recordar Angola, com o coração a transbordar de “ongweva”, transformamo-la numa tela viva de imagens, de sons, cores, de cheiros… Nas imagens revivemos: Paisagens de vegetação luxuriante; extensões desérticas; rios caudalosos; cascatas gigantescas e abruptas; cidades de grandes avenidas - com grandes néones dos reclames da: CUCA, NOCAL, CINE-TEATRO, HOTEL, BANCO… Das casas iluminadas pelo “petromax”, pelo candeeiro a petróleo, pelo fogo, pelas estrelas cintilantes do céu… Das picadas sem asfalto com casas de taipa a ladeá-las… Relembramos o som das cigarras; da música de farras…
 Relembramos os sons a rasgar a noite - onde o luar de um céu diáfano de luz, dava a impressão de uma abóbada de catedral, imensa, onde apetecia ajoelhar e elevar uma oração…tamanha a beatitude e êxtase que invadia os sentidos. Do coaxar das rãs, do kwáx-kwáx, do chilreios da passarada que, em sinfonia, deixando ecoar seus maviosos acordes! … Do batucar longamente frenético e, tíbio depois, do batuque; o dedilhar do kissanje; do chingufo… Os estalidos e os rumorejares do fogo das queimadas… Das cores: O tom variegado e ímpar com que Deus, ao colorir África, não fez questão em poupar nas aguarelas mas, deliberadamente, as espargiu como um pintor contagiado pelo magnetismo dos cambiantes, dos matizes… e, prodigamente, tornasse tudo num colorido, variado, inebriante e mágico... A amálgama dos verdes! … O matizado das flores, vegetais, frutos, animais! … A cor vermelha da terra! Tanta combinação harmoniosa…deslumbrante!... Os cheiros: O cheiro da terra, túmida… grávida duma flora incrivelmente diversificada e bela! O cheiro agridoce das flores, dos frutos, da terra molhada… O sol quente a mordiscar a tez queimada… ongweva, aiué, ongweva!

Paracuca: - jinguba mal pisada  com açúcar na forma de bolacha

 O Soba T´CHINGANGE



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:37
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Segunda-feira, 15 de Abril de 2013
PIAÇABUÇU . XVIII

{#emotions_dlg.xa}FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO                          

“DOS JESUITAS AOS TUBARÕES” .  16

Por

   Roeland Emiel Steylaerts

MEU FILHO ISAÍAS, NETOS E BISNETOS

 Conheci meu filho... espera aí, conheci sim, aquele que veria a ser meu filho no Conjunto Nacional quando estava fazendo compras, no supermercado Jumbo. Chamava-se Isaías Rosa Mendes. Ele estava deitado perto do carro... doente e só. Pedi para esperar, levei as compras para o restaurante, e voltei. Levei-o para o hospital e fiquei sabendo que estava com uma infecção na barriga. Teve que tomar três injecções de Benzetacil, uma a cada 2 dias. A primeira, pelo que vi, doeu-lhe muito. Perguntei-lhe aonde morava, e me disse que a família tinha viajado para Bahia, mas ele, perdeu-se no trajecto. Só que isto fazia mais de 15 dias, mas sabia por alguém da família, que seus pais voltariam, pois não deu certo lá. Ele não sabia onde moravam, mas poderia procurar o parente, que indicaria onde o pessoal estaria. Abastecendo a Kombi na Belem-Brasilia seguimos para a chácara e ali dormiu vigiado por mim. Na tarde do dia que se seguiu, falou que aquele, era o dia mais feliz da vida dele. O menino era bonito e devia ter uns dez anos, talvez onze. Amei aquele menino como nada mais no mundo, como se o tivesse conhecido de outras vidas.

Algo interior  me dizia que ele viria a ser meu filho. No dia seguinte procurei sua casa e o deixei com os pais. Tinha um monte de irmãos, nem sei quantos. Tinha irmã alcoólatra, outra com uma perna com elefantíase, outros pequenos, uma verdadeira fauna. Eu precisando de um caseiro na chácara, ofereci serviço ao padrasto de Isaías. Este, por necessidade levou a família toda para morar na casa do caseiro. Só que isto, não manteve o Isaías na chácara; fugia directo para dormir dormia na rua cidade de Brasília. A família, brigava entre si, e uma das minhas portas da casa do caseiro, virou tiro ao alvo para facas. No jardim faziam mais estrago, do que manutenção. Realmente aquilo não iria dar certo e passados uns 10 dias, mandei-os de volta para Ceilândia, perto de Taguatinga. A culpa não foi propriamente do padrasto, mas sim da filharada deste.

 O menino voltou aos poucos a morar na chácara. Perguntei-lhe se queria ser meu filho; a resposta veio mais rápido que a pergunta, e ele falou sim com um largo abraço seguido de um beijo. Quase choramos juntos! Daquela hora em diante ele era meu filho, só faltava legalizar, o que ficou para depois. Muita gente não entende o que é isso de adoptar alguém. Tem que se ter muito amor no coração para isto. É a coisa mais linda do mundo, quando a gente realmente ama. Mais tarde, com a assinatura da mãe, adoptei o Isaías. Morou na chácara até ficar mais velho, até que o mandei para fazenda em Alto Paraíso, aonde ficou a morar com o Sebastião, meu capataz, e sua família, inclusive a Zeneide, com a qual iria juntar-se e ter dois filhos: Rubens e Patrícia. A fazenda ficava a 16 km da cidade de Alto Paraíso. Comprei um Corcel velho, para ele, e os meninos da fazenda, filhos dos trabalhadores para poderem ir todos os dias à escola. Anos depois, tive problemas na fazenda com aparições paranormais e tive que fechá-la. Isaías e sua mulher Zeneide presenciaram vários factos naquele “paraíso”.

(Continua…)

Piaçabuçu: Cidade situada na foz do Rio São Francisco - Brasil

Nota: Esta é a estória vulgar de um emigrante Belga fugido da 2ª guerra mundial e que se aventurou em terra estranha do outro lado do Oceano. Os tempos mudaram, as agruras são outras mas a vida é assim mesmo, um rodopio de acontecimentos com carrapatos que parecendo nada, mudam o rumo.

Compilado com correcções ortográficas e arranjo ao texto original por

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:30
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Domingo, 14 de Abril de 2013
KANIMAMBO . XXXV

“O ESPÍRITO DA COISA” Talento . 13

 AS ESCOLHAS KIMBO     

SUCESSO E AUTOCONFIANÇA

Cada um de nós, deseja que tudo esteja numa linha recta, que as coisas aconteçam de maneira clara e segura, desde o princípio de um projecto ou causa mas, raramente, isso é possível. As pessoas de sucesso, constroem uma visão clara do que querem, mantendo o foco nisso e prosseguem seu rumo. Para definir um propósito que constitua o núcleo do nosso potencial, devemos compreender aonde está nosso talento, qual a nossa paixão e o que estimula nossa acção. Talento, paixão e ganho, serão os três factores que farão com que tenhamos persistência, ou não, para sobreviver os anos de silêncio. Claro que alem do talento, é forçoso estar apaixonado pelo que se faz, ter um estímulo para manter a paixão em uma direcção que desafie permanentemente a área de conforto. Para sobreviver aos anos de silêncio, ou tempo sombra, será necessário construir sua carreira a partir do ponto zero; ponto onde convergem o talento, a paixão e o ganho.

 Para compreender aqueles pontos de convergência, vamos analisar o início das carreiras de Bill Gates e Bill Joy. Bill Joy, o maior entre os grandes da Internet, fundou a microsystems, no tempo em que os programas de computador eram um monstro que custava cerca de um milhão de dólares. No início dos anos 1970, quando ingressou na Universidade de Michigan, para estudar matemática, foi seduzido pela computação; nesse então os programas de computador eram criados em cartões de cartolina com as linhas de código marcadas em um perfurador. Programas complexos incluíam por vezes milhares de cartões e, quando se completava o programa, o programador tinha de entregar os cartões perfurados a um operador que os executava. A programação em si, era altamente tediosa mas, não para Bill Joy, que tinha talento, paixão e estímulo. Joy e Gates, que tinham talento, tiveram a determinação necessária para suportar um longo período de prática; e, tudo começou em uma garagem.

 O processo de agir, aprender, e aperfeiçoar, por mais desajeitado que muitas vezes possa ser, é a essência da vida realmente produtiva. A força que impulsionou Gates e Joy, a se levantarem muito cedo e fugir de casa para poderem mexer nos computadores da universidade, é um magnetismo que vai para além da fama ou do retorno financeiro; o impulso de actuar sobre o talento e paixão, é mais intenso do que qualquer recompensa externa, como o reconhecimento, dinheiro ou fama. Quando o talento, paixão e ganho se sintonizam, há um fluxo de forte energia e, nosso cérebro dispara uma sensação de prazer e satisfação que nos estimula cada vez mais. Agora é a vez de nos interrogarmos: Porque é que, pessoas ao nosso redor, exercem a mesma actividade durante anos sem melhorar? Porque, simplesmente elas, não constroem sua profissão sobre seu talento natural. E, nos dias que correm, somos perturbados por gente sem talento que infelizmente e, por nossa escolha, destinam as nossas vidas; os políticos.  

Referência Bibliográfica: O Óbvio que ignoramos de Jacob Pétry

Kanimambo: Obrigado (de Moçambique)

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:09
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Sábado, 13 de Abril de 2013
MUJIMBO . XXXVII

   AS ESCOLHAS KIMBO

ANGOLARiqueza, é um luxo para poucos! . VII

Por

 ISOMAR PEDRO GOMESNatural de Malange, estudou em UNISA - University of South Africa; reside em Benguela.

Desmobilizado, em 1991, por força dos Acordos de Bicesse, foi entre­gue à sua sorte. Isomar Pedro Gomes, ex-funcionário da delegação provin­cial da Segurança do Estado (em Benguela), hoje é um homem amargurado, frustrado.

  A xenofobia na África do Sul, é extremamente incentivada e alimentada pela polícia Sul-africana e é planificada nas esquadras de polícia, um dia hei-de descrever as minhas experiencias com a corporação policial daquele País, que apesar dos pesares amo muito sinceramente. Fizeram certamente Nelson Mandela, banhar-se em lágrimas. O único Preto que chegou aos patamares dos ‘deuses’.

 AFINAL QUEM CAIU NA LAMA? - Há em algum país da Europa, a amálgama descriminada e promíscua, esgoto a céu aberto, suja e podre de ‘bairros’ que vimos e vemos principalmente nas periferias das capitais Africanas (quase todas elas) principalmente dos chamados “País Especial”. Os dirigentes Africanos, nem conseguem combater eficazmente o mosquito, causa do paludismo e malária que dizima à meio século, diariamente milhares de almas (principalmente crianças) pelo continente adentro, as doenças diarreicas (produto da falta de sanidade básica) faz de igual modo uma ‘ceifa’ aterradora. Doenças que o colono quase já tinha debelado como a mosca do sono, ameaçam ‘engolir’ povos inteiros. 

 Tudo isso acontece perante a pecaminosa insensibilidade de um grupinho de “iluminados africanos” (abençoados pelas igrejas) que preferem comprar castelos de milhões de Euros na Europa e em orgias depravadas, do que ajudar os seus irmãos, que não lhes pede mais do que e, apenas: BOA GOVERNAÇÃO... Gerirem o erário público para o bem de TODOS e da nação. E há quem tem o desplante de vir a público protagonizar uma perversa peça teatral, choramingando; “O colono blá-blá-blá”. Quanto ao anjo mulato, prefiro não comentar. Deus é Branco?.. Até posso aceitar, porem, de uma coisa estou certo, preto, é que não é de certeza ABSOLUTA!

MUJIMBO: Boato em Kimbundo; Anda de boca em boca; comenta-se em surdina.

FINAL

Subscreve

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 23:58
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MOKANDA DO SOBA . XXX

" TEMPOS DE DIPANDA  - Verdade ficcionada

Por

 T´Chingange

Chegado à casa do Senhor Bicho, não muito longe dali e, após as habituais apresentações mostrou-me o quarto disponível; foi-me dizendo que ainda estava em obras e que teria de ficar em um colchão ainda embrulhado em plástico, recomendando-me não o tirar em virtude de poderem vir a ser vendidos como novos. Assim foi mas, durante a noite a restolhada do plástico e a quentura não me proporcionou um absoluto descanso. Bem cedo, um empregado do Senhor Bicho comunicou-me que podia ir até a varanda situada por detrás do último quarto logo após o corredor que dava ao pátio interior para tomar o mata-bicho. Chegando lá encontrei o senhor Bicho dando ordens a uma gorda senhora que logo se adentrou na cozinha de onde se podia sentir o odor do café e, logo se sentou a meu lado cavaqueando sobre os muitos afazeres daquela hospedaria.

   E, falamos da sua distante terra, a Ponte do Charuto do Puto, bem perto de Mexilhoeira Grande no Concelho de Lagoa. Mostrei admiração pela beleza das portas quase maciças da entrada para os quartos com baixos-relevos dos cinco grandes animais de África. A minha porta era uma cabeça de búfalo; em realidade era uma obra de mestre. Bicho, sem saber da minha vontade em ir ao Rundu, do outro lado do Calai foi-me inteirando que a pessoa com quem eu tinha em mente encontrar, João Miranda, já não estava em na grande base de Grootfontein. Isso despertou-me curiosidade pelo que recolhi os detalhes possíveis.

 Pois é, continua Bicho: - a mando dum General de Pretória um dia chega um indivíduo sem nome, em Grootfontein, levando-lhe um visto de trabalho em nome de João Miranda; um Hércules C-130, levou a família inteira para Pretória. João Miranda que tinha todos os seus bens em Dirico, não queria por nada ir para Portugal. Deram-lhe um apartamento do tipo T4 totalmente equipado; o General viu nele o perfil certo para ser integrado no batalhão Búfalo por ser um bom conhecedor do terreno e falar a língua local e dos bosquimanos; A companhia Búfalo estava a ser organizada à algum tempo no intuito de intervir em Angola salvaguardando possíveis investidas terroristas e comunistas. Ovoboland seria um território tampão àquele avanço. Bicho perante a minha incerteza dum futuro incerto, aconselhou-me ir até Windhoek antes de tomar qualquer decisão; dizia-se que estavam ali os recrutadores de possíveis militares a integrar naquele batalhão. Tudo dependeria da aptidão e vontade de vir a ser um soldado da fortuna, vulgo mercenário. Indicou-me o Safari Motel para me instalar. Ali, iria recolher elementos junto a muitos refugiados, alguns deles, agentes da PIDE que tinham uma noção exacta das movimentações em curso. Um dia depois, segui em boleia com o tal Rocha de Oshakati, que me fez o especial favor de me levar ao Safari Motel.

(Continua…)

Glossário: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes, durante os longos anos da crise Angolana, e após o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional. Corresponde à diáspora de angolanos e afins espalhados por esse mundo.

O Soba  T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:25
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Quinta-feira, 11 de Abril de 2013
N´NHAKA . V
IMPOSTOS . Os 10 paises: menos e mais

    AS ESCOLHAS DO KIMBO 

SÓ PODE SER VERDADE

 

Fonte: Banco Mundial (Doing Business 2011)   

Os 10 países onde MENOS se trabalhou em um ano para pagar impostos em 2011.
1. Maldivas: 0 horas
2. Emirados Árabes Unidos: 12 horas
3. Bahrein: 36 horas
4. Qatar: 36 horas
5. Bahamas: 58 horas
6. Luxemburgo: 59 horas
7. Omã: 62 horas
8. Suíça: 63 horas
9. Irlanda: 76 horas
10.Seicheles: 76 horas
 
Os 10 países onde MAIS se trabalhou em um ano para pagar impostos em 2011:
1
. Brasil: 2.600 horas ( é mais que o dobro do 2º colocado! )
2. Bolívia: 1.080 horas
3. Vietnã: 941 horas
4. Nigéria: 938 horas
5. Venezuela: 864 horas
6. Bielorrússia: 798 horas
7. Chade: 732 horas
8. Mauritânia: 696 horas
9. Senegal: 666 horas
10.Ucrânia: 657 horas
 PRODUTO % Tributos/preço final
 
 
Passagens aéreas
8,65%
Transporte Aéreo de Cargas
8,65%
Transporte Rod. Interestadual Passageiros
16,65%
Transporte Rod. Interestadual Cargas
21,65%
Transp. Urbano Passag. - Metropolitano
22,98%
Vassoura
26,25%
CONTA DE ÁGUA
29,83%
Mesa de Madeira
30,57%
Cadeira de Madeira
30,57%
Armário de Madeira
30,57%
Cama de Madeira
30,57%
Sofá de Madeira/plástico
34,50%
Bicicleta
34,50%
Tapete
34,50%
MEDICAMENTOS
36%
Motocicleta de até 125 cc
44,40%
CONTA DE LUZ
45,81%
CONTA DE TELEFONE
47,87%
Motocicleta acima de 125 cc
49,78%
Gasolina
57,03%
Cigarro
81,68%
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS BÁSICOS
 
Carne bovina
18,63%
Frango
17,91%
Peixe
18,02%
Sal
29,48%
Trigo
34,47%
Arroz
18,00%
Óleo de soja
37,18%
Farinha
34,47%
Feijão
18,00%
Açúcar
40,40 %
Leite
33,63%
Café
36,52%
Macarrão
35,20%
Margarina
37,18%
Margarina
37,18%
Molho de tomate
36,66%
Ervilha
35,86%
Milho Verde
37,37%
Biscoito
38,50 %
Chocolate
32,00%
Achocolatado
37,84%
Ovos
21,79%
Frutas
22,98%
Álcool
43,28%
Detergente
40,50%
Saponáceo
40,50%
Sabão em barra
40,50%
Sabão em pó
42,27%
Desinfetante
37,84%
Água sanitária
37,84%
Esponja de aço
44,35%
PRODUTOS BÁSICOS DE HIGIENE
 
Sabonete
42%
Xampu
52,35%
Condicionador
47,01%
Desodorante
47,25%
Aparelho de barbear
41,98%
Papel Higiênico
40,50%
Pasta de Dente
42,00%
MATERIAL ESCOLAR
 
Caneta
48,69%
Lápis
36,19%
Borracha
44,39%
Estojo
41,53%
Pastas plásticas
41,17%
Agenda
44,39%
Papel sulfite
38,97%
Livros
13,18%
Papel
38,97%
Agenda
44,39%
Mochilas
40,82%
Régua
45,85%
Pincel
36,90%
Tinta plástica
37,42%
BEBIDAS
 
Refresco em pó
38,32%
Suco
37,84%
Água
45,11%
Cerveja
56,00%
Cachaça
83,07%
Refrigerante
47,00%
CD
47,25%
DVD
51,59%
Brinquedos
41,98%
LOUÇAS
 
Pratos
44,76%
Copos
45,60%
Garrafa térmica
43,16%
Talheres
42,70%
Panelas
44,47%
PRODUTOS DE CAMA, MESA E BANHO
 
Toalhas - (mesa e banho)
36,33%
Lençol
37,51%
Travesseiro
36,00%
Cobertor
37,42%
Automóvel
43,63%
ELETRODOMÉSTICOS
 
Sapatos
37,37%
Roupas
37,84%
Aparelho de som
38,00%
Computador
38,00%
Fogão
39,50%
Telefone Celular
41,00%
Ventilador
43,16%
Liquidificador
43,64%
Batedeira
43,64%
Ferro de Passar
44,35%
Refrigerador
47,06%
 
 
Microondas
56,99%
MATERIAL DE CONSTRUÇÃO
 
Fertilizantes
27,07%
Tijolo
34,23%
Telha
34,47%
Móveis (estantes, cama, armários)
37,56%
Vaso sanitário
44,11%
Tinta
45,77%
Casa popular
49,02%
Mensalidade Escolar
37,68% (ISS DE 5%)
 
 
 
 ALÉM DESTES IMPOSTOS, VC PAGA DE 15% A 27,5% DO SEU SALÁRIO A TÍTULO DE IMPOSTO DE RENDA,PAGA O SEU PLANO DE SAÚDE,
O COLÉGIO DOS SEUS FILHOS, IPVA, IPTU, INSS, FGTS ETC.
CONCLUSÃO: "O Brasil tem a maior carga tributária do mundo para pagar a maior corrupção do mundo"
 
N´nhaka: - Do Umbundo, lameiro, plantação junto aos rios e em zona plana e húmida, horta.
Soba T´Chingnge
 

 


PUBLICADO POR kimbolagoa às 16:21
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KAPIKUA . XXII

“Milagres – Urântia”

As escolhas 

 Kimbo Lagoa

 

 "Deus é amor"; portanto, sua atitude única e pessoal para com os assuntos do universo é sempre uma resposta de afeto divino. O Pai nos ama o suficiente para efundir sua vida sobre nós. "Ele faz nascer seu sol sobre maus e bons, e manda a chuva sobre justos e injustos". É em resposta a este afeto paternal que Deus envia os maravilhosos Modeladores para que morem na mente dos homens. O amor de Deus é universal; "todo aquele que quer vir, que venha". Ele quer "que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade". Ele não quer "que nenhum pereça". O amor de Deus é, por natureza, um afeto paternal; portanto, às vezes "nos castiga tanto quanto é útil para nos tornar participantes da sua santidade". Mesmo em vossas provas de fogo, recordai que "em todas as nossas agruras ele aflige-se connosco".

 Afinal, a maior evidência da bondade de Deus e a suprema razão para amá-lo é a dádiva do Pai que mora em vós: o Modelador, que com tanta paciência aguarda a hora em que ambos vos façais unos, eternamente. Visto que não podeis encontrar a Deus por meio da investigação, se vos deixardes guiar pelo espírito interior sereis infalivelmente levados, passo a passo, vida após vida, universo após universo e era após era até finalmente vos encontrardes na presença pessoal do Pai Universal do Paraíso.

É desarrazoado não adorar a Deus porque as limitações da natureza humana e os impedimentos de vossa origem material vos impossibilitem de vê-lo. Há uma distância tremenda (um espaço físico) a ser percorrida entre Deus e vós. Do mesmo modo, existe um grande abismo de diferença espiritual a ser atravessado; mas, apesar de tudo o que vos separa da presença pessoal de Deus no Paraíso, seja de natureza física ou espiritual, detende-vos e reflictais por um momento no fato solene de que Deus vive dentro de vós; à sua maneira, ele já atravessou esse abismo. De si mesmo, ele enviou seu espírito para viver em vós e para labutar convosco à medida que prosseguis em vossa eterna caminhada no universo.

KAPIKUA (capicua): O que se lê igualmente da direita para a esquerda ou vice-versa e ao qual se atribui boa sorte.

Ilustrações de Miró

Leitores do livro de Urantia em Portugal: suporte@urantia.com.pt

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:33
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Quarta-feira, 10 de Abril de 2013
MUJIMBO . XXXVI

   AS ESCOLHAS KIMBO

ANGOLARiqueza, é um luxo para poucos! . VI

Por

 ISOMAR PEDRO GOMESNatural de Malange, estudou em UNISA - University of South Africa; reside em Benguela.

Desmobilizado, em 1991, por força dos Acordos de Bicesse, foi entre­gue à sua sorte. Atirado para as sarjetas do desempre­go, sem apoios da Caixa Social das Forças Armadas Angolanas (FAA) ou de uma outra instituição castrense, lamenta a sua sina, assim como de milhares de ex-companhei­ros de farda.

 

 FILANTROPOS DA HUMANIDADE - A mais recente iniciativa de alguns dos milionários do planeta, comoveu muita gente. Há algum Africano entre os homens que protagonizaram tal feliz iniciativa? Todos eles (os citados filantropos) são homens que dedicaram a maior parte da sua vida na produção de riqueza, não o ‘tiraram’ de algum saco azul, nem tão pouco delapidaram o erário público nacional; sentiram-se na necessidade de “repartir com o necessitado” de todo o mundo. Ontem, os milionários Africanos orgulhavam-se de ‘aparecerem’ na revista forbes e congéneres, hoje face a iniciativa acima mencionada, publicam como que envergonhados; “não somos milionários”; alguns, chegam ao ponto de dizerem que o que têm é produto do salário.

 

 AFRICA DO SUL - Fiquei arrepiado com as imagens da actuação da polícia Sul-Africana em Benoni (será esta a cidade?!) que vitimou o jovem moçambicano Mido Macia (MM), na flor da sua juventude (27 anos). Imagens próprias de uma ‘cena’ do Faroeste no seculo XIX ou da era do Drácula no país da Draculândia. Quando vivi na Africa do Sul, tinha um medo atroz e justificado da polícia Sul-africana, principalmente dos pretos. A maioria do polícia Sul-africano preto chega a ser muito mais impiedoso e selvático que o mais impiedoso policia Sul-Africano branco. O polícia preto (na sua maioria) é absolutamente xenófobo, perverso, contra a lei, corrupto e desalmado. O policia branco, estou certo não faria tal coisa, e muito menos os tais policiais pretos fariam isso se MM fosse branco.

MUJIMBO: Boato em Kimbundo; Anda de boca em boca; comenta-se em surdina.

(Continua…)

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O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:09
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Terça-feira, 9 de Abril de 2013
MUSSENDO DO PUTO . XXVI

1975 - O ANO EM QUE 200 MIL PORTUGUESES FICARAM SEM SEUS DEPÓSITOS . III

 AS ESCOLHAS KIMBO

Por

 André Rito 

Há 12 anos, Manuel Mascarenhas Gaivão regressou à antiga Lourenço Marques para revisitar o local do seu nascimento e onde a família deixou os seus bens: casas e todo o dinheiro. "Senti-me perdido.

As histórias sucedem-se com um denominador comum: uma vida inteira para conquistar o que se perdeu em dias. Isabel Moreira e o marido estiveram 35 anos em Angola. Quando ele chegou a Portugal "nem dinheiro tinha para fazer um telefonema a dizer que estava no aeroporto". "A casa era alugada, mas tínhamos carro e dinheiro no banco. Fizemos todos os possíveis para reaver o que era nosso. Ainda tenho as indicações de Paulo Portas na minha agenda. Quando foi para o governo, em 2002, prometeu que ia tratar da nossa situação. Mas até hoje nada aconteceu."

 Embora muitas vozes se tenham insurgido contra o papel do Estado no processo de descolonização e no cálculo das indemnizações, as promessas de resgate do governo português raramente foram além do papel e das palavras, à exceção de quem tinha depósitos nos consulados. Luís Castro, que refez a vida a partir dos 150 contos que trocou em Portugal, ainda fez queixa no Parlamento Europeu, mas já desistiu de reaver o que era da família. Preferiu antes ensinar aos filhos a lidar com os problemas e aconselhou-os a emigrar. "Hoje estão bem, riem-se da crise".

 Todos os estrangeiros (não cidadãos portugueses) estabelecidos nas ex-províncias ultramarinas portuguesas já receberam dos respectivos países as indemnizações a que tinham direito. E isto porque as suas leis de indemnizações por bens nacionalizados se não restringiam ao espaço físico das respectivas ex-colónias, mas sim face a qualquer nacionalização em qualquer parte do mundo. A lei ainda vigente em Portugal é que as indemnizações devem ser feitas pelo estado que nacionalizou os bens. Utopia desde que a mesma foi aprovada em 1980. Nós, os cidadãos portugueses nada temos a exigir dos novos estados. Quem não acautelou foi o estado português. Não acautelou, nem se assumiu responsável.

Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mokanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola), Comunicado.

FINAL

Opção de

Soba T´Chingange



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Segunda-feira, 8 de Abril de 2013
KANIMAMBO . XXXIV

“O ESPÍRITO DA COISA” Talento . 12

 AS ESCOLHAS DO SOBA

MEDO E AUTOCONFIANÇA

 Quando conhecemos alguém, ficamos em constante estado de alerta para descobrir se, esse alguém gostou ou não de nós. A forma como vemos as coisas, é o resultado da estrutura mental que criamos na qual o efeito Pigmaleão nos diz que, se tivermos um conceito ou preceito adequado à realidade que queremos, essa realidade se manifestará fisicamente. Nossa programação vem de valores profundamente enraizados, de crenças, e conclusões que aceitamos como verdades; saem das convicções que foram desenvolvidas ao longo da infância, principalmente entre os três e oito anos de idade.

 É desse subconsciente programado que vem uma energia feita convicção ou a expressão de nossas crenças profundas que brotam da intrincada rede mental que formatamos ao longo da vida. Se tivermos uma formatação mental negativa, nossa acção por consequência, será forçosamente negativa, e a reacção por sua vez, também será negativa. Quando a programação mental e o desejo estão alinhados no mesmo propósito, verdadeiros milagres poderão manifestar-se num toque de mágica. Quando nos vemos sob um ponto de vista negativo, avivamos as nossas fraquezas autorizando-nos a ser fracos, limitados e negativos, o que reduz significativamente nossas escolhas e nossa autoconfiança.

 Quando vemos os outros de modo negativo, teremos decerto, respostas negativas mas, se por outro lado a vermos de forma positiva, as respostas serão positivas. Ao longo da vida, quem acreditar nas pessoas e nas circunstâncias, vai emitindo sinais positivos, criando relações sólidas com gente e circunstâncias boas. Amor e ódio são criados na mesma região do cérebro e é o desprezo que activa instintos desafiadores e, para isso tem de se saber lidar com tolerância, amor e compaixão. Olhando para os demais com uma visão negativa, emite-se uma imagem de descrença e afastamento, fazendo com que os outros nunca possam mostrar o melhor de si. Entre os dois caminhos de visão e procedimento, se definirá o rumo do fracasso ou sucesso. Se você não gostar de si, se não tiver essa auto-confiança, vai ser difícil ser bem sucedido, porque vai ser extremamente complicado ficar motivado. A auto-confiança, é por si só, muitas vezes, a principal razão pela qual as pessoas triunfam na vida. O optimismo deve brotar de dentro, suas convicções e seus valores, dos fundamentos que você estabeleceu para sua vida.  

Referência Bibliográfica: O Óbvio que ignoramos de Jacob Pétry

Kanimambo: Obrigado (de Moçambique)

(Continua…)

O Soba T´Chingange



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Domingo, 7 de Abril de 2013
MUJIMBO . XXXV

AS ESCOLHAS KIMBO

ANGOLARiqueza, é um luxo para poucos! . V

Por

 ISOMAR PEDRO GOMESNatural de Malange, estudou em UNISA - University of South Africa; reside em Benguela.                        

Desmobilizado, em 1991, por força dos Acordos de Bicesse, foi entre­gue à sua sorte. Atirado para as sarjetas do desempre­go, sem apoios da Caixa Social das Forças Armadas Angolanas (FAA) ou de uma outra instituição castrense, lamenta a sua sina, assim como de milhares de ex-companhei­ros de farda.

A Organização da Unidade Africana (OUA) foi criada a 25 de Maio de 1963 em Addis Ababa, Etiópia, por iniciativa do Imperador etíope Haile Selassie através da assinatura da sua Constituição por representantes de 32 governos de países africanos independentes.

Organisation of African unity.svgA OUA é um club de “compadres” velhacos ditadores, egoístas que sonham com Paris, Londres, Estocolmo etc, ao mesmo tempo que transformam os respectivos países em autênticos ‘buracos negros’. As independências em África foram ‘feitas’ para algumas centenas de indivíduos africanos, em detrimento de centenas de milhões, cada vez mais miseráveis. Nunca a Europa ‘recebeu’ tanta riqueza de África como após a chamada “independência dos Países Africanos”, os novos-ricos africanos, apressam-se a ‘esconderem’ os produtos da sua criminosa delapidação na Europa para o gáudio dos Europeus, contrariando aquilo que eles próprios evocaram e prescreveram na convocação para a luta de libertação nacional.

 “Eu ir a Portugal algum dia?.. NUNCA!.. Nem morto!”- (1980 na idade de ouro do partido único) Disse, erguendo o punho direito bem alto em sinal de sacro-juramento, em pleno comício em Benguela, um dos então carismáticos dirigentes da “Revolução Angolana” que prescindo de citar o nome, hoje ele próprio, não só é frequentador assíduo e brioso de Portugal e “empresário português” como também é o orgulhoso presidente de uma agremiação desportiva portuguesa em Angola.

 Quase meio século depois, podemos dizer que o IDH dos povos africanos subiu ou regrediu? Somos melhores tratados hoje pelos nossos irmãos dirigentes? Os ideais que nortearam a luta de libertação colonial ainda estão vivos e recomendam-se? Muitos dos nossos jovens usam orgulhosamente tecnologia de ponta os ipod, ‘aichatissa’ e ‘aipad’ fazem a banga da juventude, mas o meio que os rodeia é nauseabundo e desolador. O Stress agudo e o AVC matam tanto quanto a malária.

MUJIMBO: Boato em Kimbundo; Anda de boca em boca; comenta-se em surdina.

(Continua…)

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O Soba T´Chingange



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Sábado, 6 de Abril de 2013
CAZUMBI . XXX

 AS ESCOLHAS KIMBO

CABINDAProtectorado Português . 1ª de 2 Partes

Por

   Rui Neumann

C abinda . Alexandre Tati

Tati, vice-presidente da FLEC, manifestou, em entrevista à PNN, a necessidade da realização de «uma reunião» onde participem todas as forças vivas de Cabinda sem excepção, a fim de encontrarem um consenso para futuras negociações com Angola. «Pedimos ao presidente da república de Angola, José Eduardo dos Santos, que autorize os cabindas que estão em Angola, inclusive do MPLA, que se juntem aos que estão em Cabinda e no estrangeiro» numa reunião inter-Imbinda, declarou Alexandre Tati. «Angola poderia aproveitar esta proposta, tal como os portugueses fizeram no passado em Alvor quando deram a oportunidade aos angolanos de criarem uma posição única.» Negociações que devem contar com a participação de todas as sensibilidades das forças vivas de Cabinda.»

 

 Para Alexandre Tati a reunião sugerida não seria uma repetição do «erro da Holanda», quando em 2004 a FLEC/FAC e a FLEC Renovada se fundiram efemeramente num só movimento, culminado com a cisão da facção de António Bento Bembe, ex líder da FLEC Renovada, que decide negociar directa e isoladamente com Angola levando ao colapso dos acordos de Helvoirt assinados na Holanda.

 «Bento Bembe assinou um cessar-fogo o Memorando de Entendimento com Angola sem um mandato da FLEC ou do povo de Cabinda. Assinou da forma como ele mesmo pensava, mas não como o povo queria. Como resultado o povo boicotou totalmente esses acordos porque não se identificou neles, daí o que importa é a opinião do povo», realçou. Tati todavia afirma que não nega Bento «como filho de Cabinda», e sublinha: «ele [Bento Bembe] é filho de Cabinda, assim como outros que estão no Governo angolano e, que sendo filhos de Cabinda, também querem a independência da mesma. Conhecendo Bento Bembe, e tendo trabalhado com ele, considero-o como um independentista e como alguém que quer ver o seu território livre.»

KAZUMBI: Feitiço; pouca sorte; coisas de kazucuta (malabaristas, pais de santo e mwangolés); macumba obscura.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 16:02
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Sexta-feira, 5 de Abril de 2013
MUSSENDO DO PUTO . XXV

1975 - O ANO EM QUE 200 MIL PORTUGUESES FICARAM SEM SEUS DEPÓSITOS . II

AS ESCOLHAS KIMBO    

Por

 André Rito

Embora o resgate de meio milhão de portugueses que viviam nas ex-colónias portuguesas tenha sido feito em tempo recorde - durou apenas quatro meses -, os processos para recuperar bens e dinheiro ainda hoje se arrastam. Em 1977, a legislação criada para indemnizar os "espoliados" previa 23 anos de amortização para quem reclamasse valores acima dos seis mil contos, com uma taxa de juro de 2,5%. No Chipre, talvez inspirado nos muitos países que ao longo da sua história decidiram combater as crises taxando o capital, os grandes depositantes são os mais prejudicados: 30% para quem tiver depósitos superiores a 100 mil euros.

 E as restrições não vão durar apenas uma semana, como inicialmente previsto. Quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros cipriota, Ioannis Kasoulides, afirmou que o país espera levantar as imposições "em cerca de um mês", apesar de Bruxelas ter pedido celeridade e avisado que as restrições aos movimentos de capitais só são admissíveis em circunstâncias excepcionais e rigorosas. "Serão retiradas uma série de restrições, de forma gradual, provavelmente depois de um mês. Todas serão retiradas."

 Ao longo dos últimos 30 anos sucederam-se promessas políticas, formaram-se grupos de trabalho, emitiram-se despachos para resolver a questão dos espoliados. Quando era primeiro-ministro, em 1992, Cavaco Silva criou o Gabinete de Apoio aos Espoliados, tendo sido feito o levantamento dos bens perdidos. Mas as diligências resultaram em nada; dois anos depois, o gabinete extinguiu-se.

Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mokanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola), Comunicado.

(Continua…)

Opção do

Soba T´Chingange



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Quinta-feira, 4 de Abril de 2013
KIANDA . XLIII

DESANOITECI EM ZANZIBAR - IX

Verdade ficcionada

Por

 T´Chingange

 E, continuava amiudadamente, pensando na proposta de mustafá Joshua Naili em fazer uma salga de peixe; a ideia andava girando em meu pensamento, mas nada de tomar consistência. Em verdade preocupava-me mais a questão de dar salubridade ao húmido lugar da roça de Boyoma; com o tempo tive de contratar um credenciado enfermeiro de nome N´Zau Tati Bumelambuto que mandei vir de Cabinda. Foi a ele que confiei a saúde e bem-estar dos muitos gentios que ali prestavam serviço. Acabou por ser uma brilhante ideia pois que o rodopio de gente a ir ao paupérrimo hospital de Kisangani diminuiu a olhos vistos. N´Zau, era um fiote de cultura mediana, filho de gente nobre, descendente dos que lavraram o tratado de Simulambuco com Portugal no ano de 1885.

 Por via de ter ido a Lisboa tirar um curso rápido no ainda esboço de Hospital Ultramarino, aprendeu muito sobre as maleitas tropicais. Amiudadamente reunia-se no d´jango central da roça com o kimbanda Good Lukuga e das longas conversas que ali mantinham, decerto faziam triagem de muitos conhecimentos. Eu via isto com grande contentamento pois que as origens dos conhecimentos rudimentares de Lukuga, obrigava N´Zau Bumelambuto a fazer, não só pesquisa como também a executar ensaios em porquinhos da índia e bicharada de distintas espécies que, ali ia aprisionando em organizadas gaiolas. 

 Só passado algum tempo da chegada do enfermeiro N´Zau à roça de Boyoma é que me predispus a falar da política que corria no agitado mundo da Lusofonia e, foi sobre Cabinda que falamos longo tempo. A "colonização" de Cabinda foi pacificada pelo Tratado entre Portugal e Cabinda, um território separado de Angola. Um enclave entre os Congos, belga e Françês. A um de Fevereiro de 1885, o governo português representado por Guilherme Augusto de Brito Capello, então capitão-tenente da Armada e comandante da corveta Rainha de Portugal, assinou com vários príncipes, chefes e oficiais do reino de N'Goyo colocando Cabinda sob seu protectorado. Em realidade não é uma colónia de Portugal disse N´Zau Tati Bumelambuto, coisa distinta de Angola que, essa sim, é colónia. O tratado feito por meu pai, aconteceu antes da Conferência de Berlim, acrescentou N´Zau. Notando-se orgulho em seu porte, acrescentou que Portugal se obrigou a fazer manter a integridade dos territórios colocados sob o seu protectorado respeitando e fazendo cumprir os usos e costumes dos Imbindas.

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:56
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Quarta-feira, 3 de Abril de 2013
MUJIMBO . XXXIV

AS ESCOLHAS KIMBO

ANGOLARiqueza, é um luxo para poucos! . IV

Por

 ISOMAR PEDRO GOMESNatural de Malange, estudou em UNISA - University of South Africa; reside em Benguela.

Desmobilizado, em 1991, por força dos Acordos de Bicesse, foi entre­gue à sua sorte. Atirado para as sarjetas do desempre­go, sem apoios da Caixa Social das Forças Armadas Angolanas (FAA) ou de uma outra instituição castrense, lamenta a sua sina, assim como de milhares de ex-companhei­ros de farda.

 HOJE ouvimos falar de relatos arrepiantes de governação de ‘preto-para-preto’ em muitos países africanos; Incompetência criminosa, bajulação estúpida como doutrina, ganância e egoísmo exacerbado (primeiro eu - sempre), mentira como regra, assassinatos indiscriminados, prisões em massa, inexistência de liberdade de expressão – a ‘Bíblia’ citado pelo Morgan Tchavingirai. - (inclusive, gritar; “estou com fome” é crime passível de perder a vida. Kamulingue e Kassule, são a prova viva do facto), vida miserável, falta de empregos, corrupção endémica, justiça injusta e totalmente parcial, cadeias (horrorosamente infernais) a abarrotar de jovens provenientes das classes desfavorecidas, hospitais que mais parecem hospícios, escolas que mais parecem pocilgas etc. etc.

O paradoxo, é, se HOJE em África, usufruímos de um bocadinho de liberdade com sabor a vida, é precisamente graças aos Europeus, isto é aos brancos, que desenvolveram uma nova ordem de conduta internacional e instituições internacionais que vigiam sobre o globo, incluindo obviamente África. As sanções internacionais e outras medidas de contenção pairam sobre os dirigentes Africanos, e então, estes por sua vez, fingem praticar a democracia, não porque eles gostam da democracia, porque temem o “deus branco e o seu braço punitivo”. Porque se dependêssemos totalmente dos governos de “preto-para-preto” seguramente, não seria possível viver, na vasta maioria dos países Africanos.

O protótipo Africano da UE (União Europeia) a chamada UA (União Africana) é uma mentira descabida, a UA é uma instituição falida, decrépita, débil e ‘estaladiça’ (como a bolacha ‘chinesa’ de água e sal) que ninguém leva a sério, uns poucos países africanos esforçam-se por dar credibilidade a UA e ao continente, houve até quem propusesse a seguinte designação DUA (DesUnião Africana), por exemplo quando teremos um Tribunal Internacional Africano? Se os tribunais da maioria dos Países membros é do “faz de conta”, os Africanos instituíram também uma espécie risível de Parlamento Africano; que acções praticas tal PA já desenvolveu em beneficio dos Africanos?

MUJIMBO: Boato em Kimbundo; Anda de boca em boca; comenta-se em surdina.

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O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:35
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Terça-feira, 2 de Abril de 2013
KANIMAMBO . XXXIII

“O ESPÍRITO DA COISA” Talento . 11

 AS ESCOLHAS DO SOBA

A MÍSTICA E O MEDO

De certa forma, vivemos numa constante zona de medo. Imaginamos o resultado de um projecto negativo e, acontece vermo-nos em uma situação desprivilegiada, repetindo essa imagem inúmeras vezes; As pessoas de sucesso realizam esse procedimento de maneira inversa sentindo essa reacção de forma positiva. Se mantiver seu propósito de forma positiva, sua mente actuará sobre seus pontos fortes, movendo-se em direcção à sua meta; sua dedicação passará a agir como estímulo que por sua vez criará forças adicionais a auxiliar esse processo. Se você estiver programado para o sucesso, a natureza encarregar-se-há de o suprir com ideias, acções e circunstâncias, a abastecer suas necessidades de forma a atingir os objectivos requeridos por si.

 Este estágio é uma verdadeira magia podendo reverter erros e falhas em eventos que o auxiliarão a avançar, fazendo desaparecer obstáculos de forma inusitada. Diz-nos o efeito Pigmaleão que quando nós temos certo tipo de expectativa, ao tornar-se uma crença, ela provocará sua própria concretização. Quando as pessoas esperam ou acreditam que algo acontecerá, agem como se a previsão já fosse real. Essa crença influenciará o comportamento das pessoas, seja por crença ou confusão lógica. Compreender este mecanismo, significa saber a diferença entre a liberdade e a conformidade; se mantivermos emoções positivas em nossa mente, e tivermos imagens positivas sobre o que buscamos, se vivermos nessa expectativa, sentiremos emoções positivas.

 Se você possui sentimentos de sucesso e autoconfiança, agirá com sucesso, autoconfiança; se o sentimento for intenso, irá agir também de maneira intensa. Aquilo que pensamos e a forma como agimos, é muito mais um resultado de certas predisposições mentais do que queremos acreditar, ou mesmo do que podemos perceber. A angústia a enfraquece, sente-se um mal-estar, seguido por tontura e dor de cabeça; a pressão sobe, a pessoa sente-se fraca, o sistema imunológico se altera, e ela passa a sentir os mesmos sintomas. O que é por exemplo, a ansiedade de não ter dinheiro para cobrir as despesas do fim do mês? Nestas circunstâncias nós sentimos ansiedade e humilhação.

Referência Bibliográfica: O Óbvio que ignoramos de Jacob Pétry

Kanimambo: Obrigado (de Moçambique)

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O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:12
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Segunda-feira, 1 de Abril de 2013
INVENTAÇÕES DA HISTÓRIA . X

EM TERRAS DO SUMBE. Tempo de Macutas

Verdade ficcionada

Por

T´Chingange

Como secretário de fazenda de João de Câmara da Capitania-Geral do Reino de Angola a minha actividade estava a ficar demasiado intensa; o capataz José Nanquituka dava-me grande ajuda mas o tempo a passar fazia dele um já mais-melho pelo que tive de recorrer ao irmão Francisco Kaputo da Silva, um auxiliar missionário a fim de lhe dar ajuda na permuta de produtos trazidos pelos pombeiros; compra, armazenagem e revenda de milho, óleo de palma e mandioca. A pesca, estava a ser um sucesso e a azáfama da venda de fardos de peixe seco para os comerciantes do mato era proveitosa à fazenda pública.

 Os panos de ráfia coloridos eram cada vez mais solicitados pelas gentes vindas do Huambo. As makutas pouco a pouco iam substituindo as permutas, os libongos e os cundis tão do uso das gentes do Kwanza na troca de sal da Quiçama, palma e t´chissângwa. As missangas e conchas tão do uso dos M´bundu eram cada vez mais usadas como adornos pessoais, uma marca de estatuto social. A obra missionária já se fazia sentir na conduta de todo este pessoal que transformava as libatas em taipa com cuidados acrescidos nas n´hakas aonde se ocupava o mulherio ora cantando ora fumando tranças de tabaco com o lume dentro da boca.

 Trazia dentro de mim uma urgência que me queimava como fogo fazendo girar a cabeça de expectativa misteriosa; fumar daquela maneira transtornava o meu entendimento mas, nada dizia nem perguntava. Costumes, são coisa que nem sempre se entendem e aquele, por bizarro não era dos piores. Eu ficava em expectativa vendo as mulheres com seus candengues seguros em libongos atados ao redor da cintura enquanto fumavam e sachavam a terra húmida. Da varanda grande e no topo da colina do Sumbe podia apreciar a vida que se agigantava ao redor do armazém anexo à fazenda de onde vinham cheiros intensos. E, eis que, engalanado com bandeiras, panos e guarda-sóis coloridos, em ambiente de grande excitação e alegria vindo de Quilengues, surge um branco albino que parecia um demónio, cabelos sujos e espetados como capim velho. Vinha buscar barricas de aguardente e rolos de tabaco.

(Ver glossário no final)

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:28
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MAIS SOBRE NÓS
QUEM SOMOS
Temos um Hino, uma Bandeira, uma moeda, temos constituição, temos nobres e plebeus, um soba, um cipaio-mor, um kimbanda e um comendador. Somos uma Instituição independente. As nossas fronteiras são a Globália. Procuramos alcançar as terras do nunca um conjunto de pessoas pertencentes a um reino de fantasia procurando corrrigir realidades do mundo que os rodeia. Neste reino de Manikongo há uma torre. È nesta torre do Zombo que arquivamos os sonhos e aspirações. Neste reino todos são distintos e distinguidos. Todos dão vivas á vida como verdadeiros escuteiros pois, todos se escutam. Se N´Zambi quiser vamos viver 333 anos. O Soba T'chingange
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