ANGOLA – “ O abc DO PODER ANGOLANO" – 1ª de 5 partes
Os angolanos são os investidores estrangeiros com maior peso no PSI-20. O conjunto das suas posições vale cerca de 2,8 mil milhões de euros, valor que oscila em função da volatilidade das acções. A sua influência, contudo, está longe de se esgotar na bolsa. O poder angolano tece-se em várias teias.
A António Mosquito e Álvaro Sobrinho. O primeiro tornou-se mediático em Portugal por ser dado como putativo comprador da Controlinveste, empresa que detém, entre outros, o "DN", a "TSF" e o "JN" e "O Jogo". Enquanto esta operação se mantém num impasse, Mosquito vai concretizar a compra de 66,7% do capital da Soares da Costa por 70 milhões de euros O empresário tem 12% do Banco Caixa Geral Totta e em Angola está em áreas como o imobiliário, o automóvel e o petróleo. Representa as marcas Audi e VW e um dos seus maiores clientes é o Estado angolano. Em Angola há quem o elogie e quem o questione, dizendo que não se lhe conhecesse um negócio que funcione. Já Álvaro Sobrinho, o rosto da família Madaleno (directa ou indirectamente através da Newshold), é dono do jornal "Sol", tem um contrato de gestão do "I", 15% da Cofina (proprietária do Negócios), 1% da Impresa ("Expresso e SIC) e 23,5% da SAD do Sporting. A Newshold comprou também 80% da Cofaco, uma empresa conserveira que tem marcas como o Bom Petisco. Sobrinho foi presidente executivo e não executivo do Banco Espírito Santo da Angola, de onde saiu em conflito nunca assumido publicamente com o BES.
B Banca. Os angolanos têm interesses fortes na banca nacional. Assim, Isabel dos Santos controla 19,5 % do capital do BPI e 25% do BIC Português e BIC Angola, dois bancos que têm uma estrutura accionista similar. O BIC Português é liderado por Mira Amaral, o BIC Angola por Fernando Teles. Américo Amorim também tem 25% destes dois bancos. O BIC comprou o BPN ao Estado português no final de 2011 por 40 milhões de euros. Já o general Manuel Hélder Vieira Dias (Kopelipa) detém 10,19% do banco BIG. O maior destaque vai para o BCP, onda a Sonangol é a maior accionista (19,5%) e outra empresa angolana, a Interoceânico, possui 2,6% do capital, alinhando posições com os brasileiros da Camargo Côrrea.
C Carlos Silva. É o rosto da Interoceânico e presidente do angolano Banco Privado Atlântico (BPA). É também vice-presidente do BCP e tido como próximo de Manuel Vicente, actual vice-presidente da República de Angola. Está também ligado à Mota-Engil Angola, através de duas empresas, a Globalpactum e a Finicapital (empresas associadas da Sonangol e do BPA) Quanto foi apresentada em Portugal, em Fevereiro de 2011, a Interoceânico anunciou ter 75 milhões de euros para investir em sectores como o financeiro, agro-indústria e a energia. A Interoceânico, através da Finicapital, teve uma parceria com a Impresa em Angola através da qual nasceu a revista "Rumo". A publicação fechou em Janeiro de 2013, numa altura em que o semanário "Expresso" vinha noticiando investigações da justiça portuguesa a altura figuras de Angola.
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“O ESPÍRITO DA COISA” – Vale a pena pensar nisto...!. 2ª de 2 partes . 16 A
Por
Pedro Afonso - médico psiquiatra no Hospital Júlio de Matos
(Transcrição de artigo publicado no Público)
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos. Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos.
Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social. Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.
Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais. E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.
Pedro Afonso - Médico psiquiatra
Kanimambo: Obrigado (de Moçambique)
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MEUS BUZIOS FALARAM – BERRIDANDO PELO RIO SECO DA MAIANGA – parte 1.A
Por
José Santos - Impregnado de paludismo duma especial estirpe kaluanda, Zeca colecciona n´zimbos das areias dum rio chamado Rio Seco.
UNDENGE AMI MU MOAMBA!
Tenho saudades do tempo... em que corria descalço pelo Rio Seco do Bairro da Maianga. Oh! Kima kiatoala ami! Como sabias a tamarino, a pitanga… Meus kamba, comigo descalços deliravam, correndo pela poeira vermelha, que era nosso kamba também naquela rizada virgem de doce mangonha, que o muxima lambia e sabia lhe bem… Nosso delírio, arrojo de Kandengue, atrevidos e sem a besuga compostura… Bazavam àtoamente de suas casas buscando a doce aventura, naquele chão cheio de feitiço e nosso kamba conselheiro… Katé era, kisola etu sinaleiro, katé dizia:-“Xé! Kandengue!
Tambula conta na esquindiva, mazé prepara a tua fisga, lança a pedrinha no cafuso Nsengi!” - “Ih! Cuidado! Baza sem briga… Avança por ali…, risca dinovo este chão limpo e lugar de merengue, do bairro antigo da Maianga!” - “Tala! Maianga da bela cidade de Loanda, da Baía que tem uma bela kianda, que se banha em gema de ovo, que se banha em óleo de mabanga!” O Rio Seco, era uaba matabicho para o coração, nosso quiquerra, nosso orgulho kiatuana… Assim todos metidos numa cheirosa dixisa bordada com falas de paixão, com kusaísa. Kandengue, assim cresciam buélo naquele chão…
Caminhavamos batukando ao longo muxitu cheio de piteiras com o seu kifuxi de agulhas, que picavam pra xuxu e faziam borbulhas e de matacanhas que apontavam azagaias para os pés, levando na ponta bolinhas para o meio do mengu - o doce ninho e mamadeira para os seus bébés. Mama ngama! Oh! Oh! Kerida mama! Tenho saudades das minhas fugas… Oh! Como ficavas tão zangada…, cultivando no teu belo rosto rusgas. Tu sabias que o delírio, a fumaça do mulóji, o chamamento daquele chão feito pelo hoji, traziam a chama muito desejada, que assobiava no muxima do teu mona.
Kandandu, do ZECA
GLOSSÁRIO:
Mama ngama! Oh!Oh! kerida mama! – Senhora mãe! Oh!Oh! Querida mãe!; Oh! Kima Kiatoala ami – Oh! Minha doce coisa!; Undenge ami mu moamba! – minha infância de moamba!; Uuabuama Zacarias kamba ami – maravilhoso Zacarias meu amigo; Àtoa – apressado, atabalhoado; Auá – caramba! Basar – sair, fugir; Buélo – espantado, admirado…; Cacimba – poço, cisterna; Difibu – camaleão; Esquindiva – finta; Dixisa - esteira Glicínia - bela for pela beleza dos seus cachos; Hoji – leão;
Kamba – amigo; Kandengue – miúdo, rapazito; Kazumbi – espíritos, alma do outro mundo…; Kianda – sereia, ser mítico das águas; Kiatuana – infantil; Kifuxi – exército; Kima kiatoala ami – minha coisa doce; Kiri maie! – é verdade!; Kisola – amor; Kisola ami – meu amor; Kisola etu sinaleiro – nosso amoroso sinaleiro (Maianga); Koka – espreita, espera…; Kukía – sol nascente; Kukiando – o sol nascendo; Kusaísa – advertência, cuidados a ter…; Mabanga – marisco, amêijoa;
Mbanza do ngola – cidadela real; Macota – pessoa com muita idade; Mama - mãe Mama ngama!; Oh! Oh! Kerida mama! - Senhora mãe! Oh! Oh! Querida mãe!; Mangonha – preguiça; Matacanha – pulga que penetra nos pés e que causa grande comichão, bitacaia…; Mayanga, Maianga – bairro de Loanda, Manhanga; Mengu – sangue; Milonji – conselhos, ensinamentos; Misoso – estórias muito antigas, fábulas, apólogos, mussendo; Mona – filho; Mulôji – feiticeiro…; Muxima – coração, saudade, ongweva (do Umbundo)
Muxitu – mato; Muxitu ami – meu mato; Nsengi – sardão, lagarto; Ngana N Zambi – Senhor, Deus; Nzamba-ia-diala – poderoso e condutor elefante macho; Nzonji – sonho/s; Pakassa – bovídeo selvagem, espécie de búfalo; Quiquerra – kicuerra, mistura de farinha de mandioca, açúcar e jinguba (amendoim); Rabo-de-jundo – passarinho com grande cauda e bela plumagem; Sékula – muito, muito antiga; Tala! - olha!; Tambula conta – toma nota…cautela…; Uanga – feitiço; Uuabuama – maravihoso; Uátoba – atoleirado; Undenge – infância; Undenge ami mu moamba! – minha infância de moamba!
Kwangiades: musas ou ninfas do Kwanza, As Kiandas do rio da integração Angolana.
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MOKANDA DO PUTO - UM PARECER
Por
Ricardo Araújo Pereira
Caro Sr. primeiro-ministro, O conjunto de medidas que me enviou para apreciação parece-me extraordinário. Confiscar as pensões dos idosos é muito inteligente. Em 2015, ano das próximas eleições legislativas, muitos velhotes já não estarão cá para votar. Tem-se observado que uma coisa que os idosos fazem muito é falecer. É uma espécie de passatempo, competindo em popularidade com o dominó. E, se lhes cortarmos na pensão, essa tendência agrava-se bastante. Ora, gente defunta não penaliza o governo nas urnas. Essa tem sido uma vantagem da democracia bastante descurada por vários governos, mas não pelo seu. Por outro lado, mesmo que cheguem vivos às eleições, há uma probabilidade forte de os velhotes não se lembrarem de quem lhes cortou o dinheiro da reforma. O grande problema das sociedades modernas são os velhos.
Trabalham pouco e gastam demais. Entregam-se a um consumo desenfreado, sobretudo no que toca a drogas. São compradas na farmácia, mas não deixam de ser drogas. A culpa é da medicina, que lhes prolonga a vida muito para além da data da reforma. Chegam a passar dois ou três anos repimpados a desfrutar das suas pensões. A esperança de vida destrói a nossa esperança numa boa vida, uma vez que o dinheiro gasto em pensões poderia estar a ser aplicado onde realmente interessa, como os swaps, as PPP e o BPN. Se me permite, gostaria de acrescentar algumas ideias para ajudar a minimizar o efeito negativo dos velhos na sociedade portuguesa: 1. Aumento da idade de reforma para os 85 anos. Os contestatários do costume dirão que se trata de uma barbaridade, e que acrescentar 20 anos à idade da reforma é muito. Perguntem aos próprios velhos. Estão sempre a queixar-se de que a vida passa a correr e que 20 anos não são nada.
É verdade: 20 anos não são nada. Respeitemos a opinião dos idosos, pois é neles que está a sabedoria. 2. Exportação dos velhos. O velho português é típico e pitoresco. Bem promovido, pode ter aceitação lá fora, quer para fazer pequenos trabalhos, quer apenas para enfeitar um alpendre, um jardim. 3. Convencer a artista Joana Vasconcelos a assinar 2.500 velhos e pô-los em exposição no MoMa de Nova Iorque. Creio que são propostas valiosas para o melhoramento da sociedade portuguesa, mantendo o espírito humanista que tem norteado as suas políticas. Cordialmente, Nicolau Maquiável
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INCONVENIENTES DO INFERNO ... O tédio do Céu - IX
Por
T´XIPALA: - Fotografia, cara, rosto, personalidade, carácter
A luz é alma do mundo e, não existindo sem sombra faz com que a alegria não exista sem dor; analisando o ar com luz e sombras, descobre-se que os germes, também flutuam nesse ar como aves de rapina que provocam eczemas e fungos que com ferocidade penetram até na dentadura postiça, originando noites mal passadas com dores de ouvidos dando-se voltas ao escuro da noite; isto faz-nos perder peso nas carnes e olheiras arroxeadas, sem falar de agruras apertadas sem espartilhos. Das insónias assustadas vem à tona as inconveniências do inferno e o tédio do Céu que na falta de saúde prejudica o sólido patamar de nossa vaidade e, até mesmo a plumagem do carácter de cada qual que vai ficando rala sem plausível explicação, a não ser a da avançada idade.
Nessa idade, com a passividade de galinhas, amolecem suas cicatrizes na humanidade sábia, porque descobrem o quão pouco sabem. Neste privilégio ignorante, os velhos, esbanjam sapiência a custo zero só com o simples prazer de o ser. Como virtuosos médicos meticulosamente e com especiais bisturis, separam as tripas dos órgãos, o mesmo dizer o trigo do joio dessa excepcional máquina humana extirpando tumores suturados no passado.
Sentado no vestíbulo da modéstia, e com medo de mim, ruminava ao meu retrato a ideia de ficar sozinho num orfanato de gente sem idade, num lugar de diagnósticos senis, local de cartas trocadas. No vestíbulo da t´xipala defendi essa época passada de vida chamada de juventude, um estado de espírito em que cada qual tem a saúde que merece num apetite devorador pela vida, o equivalente à sua gulodice; só mais tarde, se dá conta que esse açúcar se acumulou na forma de diabetes e, que sem a glucosamina ou condroitina, têem de viver presos a dietas rigorosas ou a uma máquina de insulina; lugar de anestésicos, desinfectantes e medicamentos de produzir uma mistura viscosa que se cola ao corpo.
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O Soba T´Chingange
“O ESPÍRITO DA COISA” – Vale a pena pensar nisto...! - 1ª de 2 partes - 16
Por
Pedro Afonso - médico psiquiatra no Hospital Júlio de Matos - (Transcrição de artigo publicado no Público)
Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida. Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes.
Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios. Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008).
As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos. Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade.
Pedro Afonso
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RESPOSTA A MALAMBAS . IV - Conhecendo a Luz
Escolha de
JOSÉ MATIAS - (Johannesburg)
Donos da "Igreja"!? Eu diria antes, donos da sua própria utopia, "igrejas" criadas por eles; igreja, só existe uma: a que Cristo formou, após a sua morte na cruz com o povo que o conheceu e dos conhecidos por ele, pois foi ele que os escolheu, até sem o desejar, mas que entretanto fomos sensíveis ao seu toque. Madalena sim, era uma prostituta: Jesus já antes a conhecia. Madalena achando-se doente do pecado, aproximou-se dele, e logo e ali, foi curada da sua miséria, passando a ser uma nova criatura, e fez um trabalho excelente ao ungir Jesus, antes da sua morte, trabalho esse que será recordado até aos fins dos séculos, para nosso aviso.
Maria Madalena
Aqui mostra que Jesus veio para os que reconhecem o seu pecado, não interessa quão grande ele seja... Para Deus nada é impossível. Esta mulher ficou branca como a neve, liberta com acesso aos céus. Não blasfemar do criador dos céus e terra, dizendo que ele era amante desta mulher. Pois que Jesus viveu uma vida sem pecado, assim como nasceu sem pecado, visto Nele habitar toda a divindade, pois que ele era e é o Deus encarnado, que desceu até nós para cumprimento das escrituras, afim de anunciar aos homens que Deus é misericordioso.
O Pecado
Deus que salva aqueles que dele se aproximam sem manhas, mas com coração contrito. Logo este Jesus viveu uma vida milagrosa sem nunca o convencerem do pecado, pois que não era homem como nós. Ele próprio o disse: quem há entre vós que me convença do pecado? Eu amo este Deus que me salvou sem merecimento algum, quando eu nem sequer o procurava, é na realidade o maior tesouro que tenho guardado e não o dou a ninguém; apenas transmito o seu grande amor.
Aditamento do Soba: Jesus disse: “Se trouxeres à luz o que está dentro de ti, isso que trouxeste à luz te salvará. Se não trouxeres à luz o que está dentro de ti, isso que não trouxeste à luz te destruirá.”
O Soba T´Chingange
RETRATO COLORIDO – Eu e a crise
Pelo
SOBA T´CHINGANGE
Porque a memória imprime a preto e branco, os tons cinzentos perdem-se no caminho do circuito. As cinzentas frustrações que se esfumam em matizes de desgraça, viram numa estranha sensação de raiva. Imune à decadência dos demais mortais, a mentira dos políticos passa por cima dos anos surgindo-nos jovial no manejo do destino de muitas famílias; famílias vulneráveis aos sustos das novas engenharias financeiras como um verbo de sumir conjugado desde o pretérito passado ao futuro em gerúndio dissecado sofrimento.
Como num porão de um navio, nós, gente do Puto, sofremos sentados sobre nossos próprios fardos sem vislumbrarmos reconforto nem momento adequado; assustamo-nos a cada dia com esse percentual de sumir envolto de injustiças de modernas ideias da finança que desbaratam nossas parcas economias; que até nos levam os direitos adquiridos, apaixonada perturbação de nos levar à maior torpeza. Numa demonstração de vaidade e descarada ostentação, os ricos do poder, dirigentes da nação provocam a raiva crescente e surda que se estende de Norte a Sul.
Os nossos governantes têem o condão de nos esconderem aquele lugar sísmico capaz de nos mudar a vida. Distraímo-nos todos a ler poesia amorosa e repetir pelo FB até à exaustão as bonitas palavras dum qualquer famoso pensador num placebo de liberdade só porque a escrita é profundamente libertadora. Como galinhas hipnotizadas recordamos inutilmente o dia por vir em que um machado nos trespassará. Nesta maldição de amar sem gozo, vítimas de injustiças, a responsabilidade de sermos felizes é só nossa porque não reagimos a preceito; somos nós que temos a obrigação de marcar e castrar o gado. Terei de colorir à mão esta minha foto carregando andrajos e desgostos às costas.
O Soba T´Chingange
Dança-de- são-vito ou doença de Huntington
Por
T´Chingange
Eu não preciso de sufrágio para fazer o que me dá na gana e apetecia-me agora acorrentar-me às grades da Assembleia da República a reclamar dos parlamentares que como caudilhos roubam a mim e mais uns muitos milhares de aposentados. Não lhes chegavam outros fundos do erário público para pagar a corrupção para bulirem nos nossos escassos proventos de reforma; estes “fiéis depositários” consumiram-nos como um mal quase venéreo, provocando-nos a preceito uma tal de turbulência inveterada no sangue: uma doença a que se dá o nome de Dança-de-São Vito, do que resulta em convulsões involuntárias dos músculos devido a alterações do sistema nervoso. Estes senhores querem-nos matar a conta gotas, retirando-nos os emplastros e cataplasmas.
A doença Dança-de-São Vito também conhecida por Huntington é uma doença rara que aparece por volta dos 30 a 50 anos de idade levando a uma perda progressiva de coordenação motora e de sintomas emocionais como a depressão e irritabilidade. Esta doença ainda não tem cura, mas existem medicamentos que podem trazer alguma melhora ao indivíduo, dando-o uma melhor qualidade de vida. A doença de Huntington é genética e por isso pode afectar pessoas da mesma família, embora os sintomas possam variar de pessoa para pessoa. Aos poucos a pessoa vai perdendo funções como escrever e dirigir, aparecem movimentos involuntários e o caminhar fica cada vez mais difícil. A fala e a capacidade de engolir também pode surgir assim como a perda progressiva da memória.
Em seco e sem morfina dão-nos música de violino para dissipar o cheiro de medicamentos; muitos, simplesmente apodrecem ou deixam-se ficar assim, sem o consolo das drogas. Convertidos em espantalhos rasteiram-se em conversas curiosas de vagas lembranças impossíveis de precisar, desencadeando como chuva miúda a ansiedade. Fantasiam recordações em silhuetas que de súbito desaparecem. Simplesmente, cosem os remendos do passado.
Cafufutila - kifufutila: farinha de mandioca simples misturada com açúcar; falando de boca cheia lançam-se falripos dessa farinha, fuba ou bombô que perturba o interlocutor; perdigotos ou gafanhotos.
O Soba T´Chingange
LUFADAS DE SUSPIROS ... Cidadão do Mundo.
MALAMBA: É a palavra.
Por
T´Chingange
Sem me libertar do medo, aferrolho-me no meu paraíso pintado a cal branca e barras azuis a fim de me denunciar como luso sem desfraldar bandeira, nem exibir escudo com castelos ou catanas. Os tempos mudam, os ricos pagam por ser ricos e os pobres aconselham-se com clérigos que dão missa a ambos. Os políticos continuam mais mentirosos enganando a todos aqueles, sem procuração das básicas virtudes. Sou em realidade um cidadão “com eira e beira” mas, tive o cuidado de cimentar picos ao redor do muro alto com umas quatro fiadas de alta tensão para afugentar maléficas vontades; vontades que à revelia dos espíritos sempre tentam a eucaristia da vida.
Ninguém pode ficar indiferente e permanecer todo o tempo de postigos fechados, resistir à curiosidade de discernir as ordens dos governos analisando diferenças entre políticos no activo e a oposição que contesta as impunidades e imunidades dos demais. Dir-se-há que ambos lutam pela legitimidade mas, no decurso da peleja a diferença entre uns e outros pode não ser nenhuma porque se vem a verificar mais tarde serem todos uns canalhas. Salvo raras excepções os esbirros tornam-nos responsáveis por seus libelos a nós ofertados, ao povo.
Ninguém está livre de ter medo dessa borrasca traiçoeira, das anunciadas medidas de mudança a conta gotas levadas a nossas casas com um clorofórmio especial, nossos próprios calabouços com baraços da fina mesura da internet e demais adereços de coleira ou pulseira, algemando-nos na virtual tecnologia electrónica custeada por nós. Quantos de nós possuídos de virtude e tolerância em nossos olhos, escorregamos na comovente visão de não ver pecado imponderável em tanto malandro, salvo a traição de Judas que, esse sim, mereceu o cadafalso. A haver tanta gente má estou em duvida se não será melhor ir para o inferno com Judas e todos os seus reconhecidos filhos da mãe. Com tempo irão meter em todos nós um piercing tipo chip daquele jeito de arrecada de corsário para ficamos todos iguais e domesticados.
O Soba T´Chingange
"CAFE DA NOITE"
CUBA . LA ISLA DEL DESESPERO… Ven y mira!...
Gentileza de Nell Teixeira (Colombia)
Quizás una de las cosas que más impresiona al visitante o al cubano, que lleva un tiempo fuera y visita la isla... son los rostros de las personas, reflejan la falta de esperanza, el desencanto, la depresión generalizada de la población, la deteriorada salud fisica y mental del cubano, la mirada perdida, la obstinación, el miedo, rostros de indigentes, rostros de hambre, de falta de espiritu... rostros que lo dicen todo, un pueblo sofocado. El miedo es flagelante, desmoralizante... el hambre también... un gobierno que obliga al ser humano a ser pobre, gobierno asesino de ilusiones, asesino de sueños, asesino de la esperanza. Esto es lo que queda del pueblo cubano, otrora uno de los pueblos más alegres del mundo.
El Malecon de Havana
Eh... AMIGO !
dicen todos sin parar
lo utilizan tanto y tantos
que la palabra en sí
pierde su valor y
sin embargo,
qué grato es que
te llamen amigo
AMIGO
aunque sólo sea
para obtener un jabón
o pedirte un caramelo.
AMIGO, AMIGA
qué bonita palabra
¡¡¡qué gran sentimiento!!!
y ¿cómo puede ser?
que en tan poco tiempo
uno se aleje con el sentimiento
que atrás dejó
un amigo de verdad
tal vez fue mentira
tal vez... sólo interés
el tiempo lo demostrará
y yo, mientras tanto,
prefiero pensar
que no hubo engaño
Mi corazón se partió
al ver tanta necesidad.
Mis ojos se humedecen
cuando me pongo a pensar
y mi pensamiento se pierde,
en mi mirar, al recordar
Sé que debo vivir
en mi realidad
y así lo haré
pero jamás les olvidaré
AMIGO, AMIGA
qué grato es pensar
que alguien, con cariño,
así te recordará
Montse Breva - Barcelona - Turista de España que visitó Cuba
Kissanji - É construído sobre uma tábua harmónica com poucos centímetros de espessura, de forma rectangular, onde se fixam uma série de lamelas que podem ser de bambu ou metal, cada uma com um tamanho diferente produzindo notas distintas, presas a um cavalete metálico. Por cima do cavalete é colocado um travessão, no sentido transversal, apertado por ganchos. As lamelas, regra geral, são espatuladas ligeiramente levantadas dos lados. A sua construção varia consoante a região e a etnia, podendo ou não usar caixa de ressonância, as escalas também variam consoante o numero de lamelas.
As opções de
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VENTOS DO ESQUECIMENTO
T´Chingange
Xicululu: - Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo
Arrastado pelos ventos do esquecimento enterro magoas no relento, salvaguardando resquícios de ternura empacotada em papel de celofane. Por via das rasteiras do destino sem rumo definido, remexo aturdidos alívios, desmanchando infelizes acasos de épocas confusas com muitas e coloridas contradições; as comoções foram-se evaporando por via da quentura do forno crematório, matando indiscriminadamente as bichezas infestantes das empedernidas impressões; felizmente o rasto de pó dos bons caminhos não pereceu às altas temperaturas de rancores agarrados como cracas ao meu casco deixando o rasto da minha procedência incólume. Agora, com tempo, remexo os azimutes sem ácaros, isso que origina viroses e outras salmonelas.
Com o lema de “cada um no seu lugar e um lugar para cada um” assusto-me quando me recebem com exageradas demonstrações de afecto. Cheirando uma mistura de jardins floridos e bosta de cavalo, rejeito títulos de nobreza floridos com palmas de louro dourado contornando figuras mitológicas porque não sou decerto o rei do pedaço; para ser um conde arruinado acirrado por caçadores de fortuna prefiro ficar assim mesmo porque simplesmente não tenho dinheiro para ser despojado. Não quero fazer desfeita a esses glutões do alheio ou somente descortês a tal gentalha.
Não me querendo ajoelhar em penitência aos meus próprios pensamentos, desejos e medo do medo, sigo algumas intuições para que não fique parcialmente ignorante e, porque a cultura sempre tem algum valor no mercado, gozo aos olhos de Deus prosaicas maneiras de vida sem o rigor das regras e a monotonia dos horários. Com um pouco de verniz domino o corpo, fonte de vaidade e outros pecados menores de gula, brincando, rindo e gozar do ar livre sem expor as nossas vergonhas aos olhos de Deus. Tudo isto e, aquilo para não me sobrecarregarem em castigos, porque meu carácter já foi temperado no tempo. Sentindo já algumas frieiras do frio eterno, sobrevivo com minhas malambas entre altos muros, chorando penas de mim próprio.
O Soba T´Chingange
MOÇAMBIQUE– ÚLTIMA HORA: - Guerra no País do "Maning Nice" (Moçambique)
Opção de
ISOMAR PEDRO GOMES (FONTE: Livre Pensador)
Maputo (Canalmoz)- Confirmado! Forças governamentais estão a "atacar com armas pesadas" postos avançados dos homens da Renamo nas nas imediações da base deste partido, em Sadjundjira, onde se encontra o líder da Renamo. A deputada da Assembleia da República pela bancada parlamentar da Renamo, Ivone Soares acaba de confirmar a poucos minutos o ataque. Ivone Soares está de regresso à Maputo, ido de Sadjundira onde ontem participou nas cerimónias de mais um aniversário da morte de Andre Matsangaisse que coincidiu com o primeiro ano de regresso de Afonso Dhlakama à base. A deputada disse estar "indignada com o ataque militar contra um partido político" e contou que ela mesma foi proibida de abandonar a zona de Sadjundjira pelo comando militar, apesar de ter imunidade como deputada e gozar de direito de protecção especial como deputada. A deputada acabou sendo liberada a passar mas o ataque está confirmado. (Redacção) Ataque continuava até ao início da noite em Sadjundjira
Maputo (Canalmoz) - As forças militares do Governo que iniciaram as 15 horas e 30 minutos de hoje sexta-feira, o ataque à base da Renamo em Sadjundjira, onde se encontra o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, continuavam em confronto até ao início desta noite. Depois da deputada Ivone Soares ter falado ao Canalmoz e confirmar o ataque, um porta-voz da Renamo, Rahil Khan, confirmou igualmente a momentos ao Canalmoz o ataque das forças governamentais a base central da Renamo, afirmando que decorriam ainda os combates entre as forcas beligerantes até ao início.
De acordo com a mesma fonte, a vila de Gorongosa igualmente se encontrava sitiada pelas forcas governamentais. Não havia ainda o rescaldo dos combates nem informações se as forças governamentais haviam ou não conseguido assaltar o local, dado que combates continuavam. Igualmente não é conhecida a sorte do líder da Renamo, Afonso Dhlakama que se encontra há um ano naquela base. Do lado do Governo ainda não houve pronunciamento sobre os combates, mas um jornalista baseado na beira disse que o comandante provincial da PRM em Sofala confirmou o ataque e falou de "feridos evacuados para Beira", sem frisar se os feridos são civis ou militares.
AS ESCOLHAS DE KIMBOLAGOA
O Soba T´Chingange
MEUS BUZIOS FALARAM – Mokanda de Um Kota especial! – 2ª de 2 Partes
Por
José Santos – Impregnado de paludismo duma especial estirpe kaluanda, Zeca colecciona n´zimbos das areias dum rio chamado Rio Seco.
O nosso mambo, ninguém pode ouvir, caté ele e temos de falar noutra língua… sugeria OSHIVAMBO. Esse matumbo diz-me que todos os mundele tem feitiço, tudo cobiça, num têm muxima como os nosso feito de capim e de cangoenha de pitanga. Mais diz, assim: - “Meu Rei tambulaconta na tua koka, cada vez te vão dar bassula, botar ferro, mandar no POEIRA, botar na pildra e teu botinho cabelo de araminho malé, fica assim como terracinho gostoso como dos jogadores dos futebolé. Fiquei enervado e logo botei caneca de maluve para amansar a minha onça. Agora, te digo, escapou apanhar umas galhetas e apenas lhe ordenei: -
“Estátua! Claro que ficou em sentido! Ficou a tremer como bambu kandengue e se mijou todo!” Logologo ameacei-o com o rabo do hoji na mão e disse: - “Cala essa boca de kissonde velho. O ZECA é kamba muxina igual ao nosso, num tem esses mambo do descriminação nos bolsos na koka dos calção de caqui. Ele uso os nossos panos, come a nossa comida, respeita as quilumba, menina ou velhinha, zuela kimbundu, chora pela Mayanga… Agora também quero conhecer essse muadiê AM kamba do Zeca que tem nome muito bonitinho, T’CHINGANGUE. Meus buzio diz que ai tem chinezinho de Beiijng T´Chin?”
Obrigado por merecer a tua atenção kamba do Rio Seco da Maianga. Fico muito grato. Até nisso somos parecidos, porque partilhamos na QUIÓNGA essa atenção de boa amizade, porque são ventos muitos desejados nesta “selva” que nunca conheceu a verdadeira comunicação, amizade daquela SELVA, que num tempo tantas vezes dita no Paço, que leões e pessoas caminhavam de braço dado pelas ruas de Loanda. A memória guarda, a memória não esquece, como num tempo foi tão maltratada. Hoje os tempos são de beija-mão de muitos que voam e que aqui outrora muito se coçavam, se era por causa da flor do Congo ou do kissonde das mil patas, não sei, mas que se coçavam, sim é verdade, porque o gesto da mão aflita parava no portão, praguejando maldição.
Kandandu, do ZECA
Kwangiades: musas ou ninfas do Kwanza, As Kiandas do rio da integração Angolana.
(Continua…)
O Soba T´Chingange
ANGOLA - Quinaxixi – O abastecimento de água potável a Luanda . 3ª de 3 Partes
As escolhas de
KIMBO LAGOA
Por: Manuel da Costa Lobo Cardoso -Edição do Museu de Angola de 1950
Tem-se noção exacta do que representava tal medida, ao saber-se que a referida lagoa do quinaxixi, que ficava por trás do edifício dos Serviços de Agricultura, no Largo dos Lusíadas, - «fora mandada abrir pêlos antigos frades do Carmo para receber as águas da chuva que se destinavam ao seu gado vacum, que tinham nos seus currais, perto daquele sítio» - conforme informa José Pontes Pereira em artigo publicado no Jornal de Luanda de 27/1/1879. Somente em princípios de 1886, ao celebrar-se o contrato entre o Governo e Alexandre Peres para o - «abastecimento de Luanda dentro dum prazo de três anos com águas do rio Bengo, tomadas em Quifangondo ou nas suas imediações», o assunto veio a ser encarado com carácter definitivo.
As principais condições estabelecidas neste contrato encontram-se resumidas nos seguintes passos do discurso que o Capitão de Engenharia Pedro Folque, como representante, do concessionário, proferiu no acto da inauguração de água à cidade: «...O Estado apenas emprestou para ser amortizado em 99 anos um capital simplesmente representado pelo direito senhorial da cunhagem de 550 contos de moeda de cobre, entregues em Luanda ao concessionário. O preço do metro cúbico de água é proporcional ao consumo entre os limites de 500 e 350 reis, além da valiosa vantagem para o Estado e para o Município de haverem 20 % de abatimento no preço da unidade, quando o seu consumo especial exceda 25 metros cúbicos por dia». Os trabalhos, executados de harmonia com o projecto elaborado em 1877, pelo director das Obras Públicas de Conduites d'eaux de Liége, tendo sido dados por concluídos três anos depois: - em 2 de Março de 1889.
Nesse dia, pelas 10 horas da manhã, no local onde se achavam construídos os reservatórios destinados aos depósitos das águas, e depois destes terem sido benzidos pelo Bispo de Angola e Congo, D. António Leitão e Castro, foram pelo Governador-Geral, Conselheiro Guilherme Augusto de Brito Capelo, abertas as adufas. Pelo Major Arnaldo de Novais Rebelo, foram entregues por empreitada geral, à Compagnie Générale dês águas para o imediato encanamento da cidade. Deste modo, ao fim de 313 anos, contados desde a data da sua fundação, em 1576, via Luanda resolvido o problema de fornecimento de água à sua população, o que, no dizer do Prelado Diocesano, na alocução que proferiu, a devia transformar - «num deleitoso jardim, num oásis encantador, à margem da baía sorridente e calma, onde as águas transparentes do Atlântico vêem repousar dos tormentosos embates do mar alto, embaladas pela fiel brisa luandense, que tanto refrigera os estios no litoral».
Opção do
Soba T´Chingange
CLIMA DE FESTA – Terços para Nª Sª de Fátima.
Por
Alberto Gonçalves, Crónica publicada no DN - Setembro 2013
Parece que o presidente da Câmara Municipal de Esposende, João Cepa, gastou 5266,80 euros dos cofres do município para oferecer dois mil terços a outros tantos idosos do concelho. Não satisfeito, acrescentou 16 560 euros, naturalmente públicos, para alugar 32 autocarros e enviar os ditos idosos numa peregrinação a Fátima. Na página do Facebook da CME, conclui-se que a viagem foi um sucesso, com direito a missa, piquenique junto ao santuário e, cito, "a partilha dos farnéis e o convívio entre os participantes, em clima de festa e alegria". Os que defendem o social-democrata João Cepa, leia-se o próprio, explicam que o homem não é candidato nas próximas eleições autárquicas (já passou). Os que o atacam evocam a separação entre o Estado e a Igreja. É evidente que concordo com os segundos, embora me pareça que a restrição não baste. Além de se separar o Estado da Igreja, proeza que, aliás, já foi razoavelmente consumada há décadas, convinha com urgência separar o Estado do dinheiro alheio. A menos que se ache que o único problema desta história passa pelo carácter religioso das prendas e do destino. Se o Sr. Cepa tivesse oferecido ao povo duas mil garrafas de espumante e um passeio à Bairrada, o caso seria diferente? Suponho que não!
Limitar a generosidade dos autarcas apenas nas matérias da fé é continuar a dar-lhes livre-trânsito para estraçalharem o rendimento de quem trabalha em pândegas sem eucaristia, rotundas sem evangelho, "multiusos" sem sacerdote, "requalificações" de "envolventes" sem redenção. E isto para ficarmos pela iconografia mais representativa do entusiasmante "poder local". Se quisermos ir um bocadinho além, consultar o portal base.gov.pt é descobrir todo um universo de despesas peculiares em que as autarquias também se especializaram. Há os cinco mil euros gastos pela CM de Faro nos serviços de "manutenção e suporte" de um "software de gestão desportiva", os sete mil euros gastos pela CM de Miranda do Corvo em bilhetes de avião para a Turquia, os 42 mil euros gastos pela CM de Barcelos num misterioso "compressor Nitrox", os 24 mil euros gastos pela CM da Amadora na "concepção de um desdobrável para as eleições", os dez mil euros gastos pela CM de Sousel num espectáculo com o artista "Quim Barreiros", os quatro mil euros gastos pela CM de Loulé em máquinas de musculação ("e stepper"), os 54 mil euros gastos pela CM de Serpa na "aquisição de serviços para a direcção do Centro Musibéria", os 6500 euros gastos pela CM de Aljustrel num "monobloco em betão", os 50 mil euros gastos pela CM de Vila Pouca de Aguiar na "tradicional Feira das Cebolas" e, para não cansar e terminar em grande, as largas dezenas de milhares de euros gastos pela CM de Lisboa em incontáveis passagens aéreas para Dublin, Odense, Belfast, Luxemburgo, Helsínquia e onde calha.
Tudo isto, acreditem ou não, são exemplos colhidos numa semana aleatória, em suposta época de crise. Multipliquem-nos pelas cerca de duas mil semanas de municipalismo democrático e não se esqueçam: no dia 29, corram às urnas ( já passou). O voto é um direito e um dever. E, para eles, uma festa e uma alegria.
AS ESCOLHAS DE KIMBOLAGOA
O Soba T´Chingange
FRIEIRAS DE VELHICE ... Na minha rua de mato.
MALAMBA: É a palavra.
Por
T´Chingange
Estou em uma terra de miscigenada gente, mistura de europeus com índios do que resulta homens baixos, troncudos de olhos e cabelos escuros e escorridos, pomelos altos e uma forma pesada no andar, como se estivessem pregados a terra. Dados à preguiça vivem estirados em suas redes de chinxorro esfregando-se de coceira para ocupar o tempo nessa massagem social a substituir o catar de piolho, tempo que pouco conta em sua contabilidade. Por falta de pressa tertuliam-se em generosas conversas de boi-dormir, cruzam suas melosidades de vida com almas penduradas, penando ao vento como espanta espíritos de suas maleitas. Giboiando no tempo mameluco ou matuto, num sítio de macaxeira e entre muitos pés de goiabeira, uma frondosa mangueira e outro de graviola, enrugam-se nas frieiras da velhice contando as muitas vezes que tiveram bicho de pé (matacanha).
Comem como rudes capitães dos matos da época da conquista, feijão, sopas, guizados de macaxeira e inhame com banana comprida, arroz branco e farofa de feijão ou mandioca com pedaços pequenos de torresmo e pimenta de cheiro. Sem deixar meandros por explorar nem recantos por conquistar, passo horas a observar rolas e bem-te-vi no meu lugar de quase mato, quase sítio ou chácara confinante com uma rua que ziguezagueia entre o capim entre lombas e buracos arenosos; buracos que viram lama ao primeiro chuvisco. No ar de Outubro já cheira o aroma do caju dos muitos cajueiros que com várias matizes de verde, encantam o perto longínquo horizonte barrado pela serra do mar, a mata atlântica, um imenso horizonte de cana de açúcar empurrando o sertão para o agreste com cactos na forma de candelabros.
Bem perto de minha rua de mato, purgatório descuidado, a farra dos arredores faz-se a altos brados e noite adentro esbanjando borga de festa até o escuro da noite ficar negro, muita cerveja whisky e cachaça bafo-de-onça extraída da cana dum artesanal alambique dum engenho ou moderna usina. Nesta vida, não importa de onde se é ou de onde se vem mas, temos de admitir que existem boas razões para averiguar para onde vamos e averiguar quem foram os nossos antepassados a decifrar o inusitado espírito de leituras de intuição das generosas banalidades. Para não nos aferrolharmos no indistinto medo e modos precavidos, recordamos descendências lusas para aquietar: Das casas e famílias ancestrais de pombas ao vento e que fixas nos telhados indicam de aonde vem o porquê desse termo de “Gente de casa com eira e beira”; a pomba do espírito santo.
O Soba T´Chingange
ANGOLA . A MAKA – Casino Monte-Carlo – 2ª de 2 partes
As escolhas de
KIMBO LAGOA
Fonte: Maka Angola , julho- 2013 - Bento Kangamba escapa da prisão com passaporte diplomático.
A segunda apreensão ocorreu cerca de sete horas mais tarde, nas portagens de Saint-Jean de Védas (Hérault), a cerca de 80 quilómetros do local da primeira ocorrência. A polícia deteve os ocupantes de um segundo Mercedes, Anércio Martins de Sousa e Gaudino Vaz Gomes, de nacionalidade angolana e cabo-verdiana respectivamente, que transportavam 910 mil euros. O motorista explicou que o dinheiro se destinava à compra de um imóvel em Nice e que ele receberia 10 por cento do montante por fazer o transporte até ao seu proprietário, José Francisco. Os ocupantes do segundo Mercedes foram levados para a esquadra de Montpellier, onde outros quatro indivíduos se apresentaram para os libertar e recuperar o dinheiro. Os quatro foram também detidos, entre eles José Francisco. Outro dos detidos, Carlos Filomeno de Jesus Lima da Silva “Carlos Silva”, era portador de 60 mil euros e de um cartão bancário em nome do general Bento dos Santos “Kangamba” e disse às autoridades que estava de férias no Mónaco com um grupo de amigos. O mesmo Carlos Silva revelou à justiça francesa a leveza e a regularidade com que o general Bento Kangamba movimenta milhões de dólares, em sacos e malas, em Angola. “Em Angola, é normal [ele o Bento Kangamba] transportar o seu dinheiro assim.”
Segundo declarações de Nuno Jorge Avelar Santos Vieira, motorista profissional, ao juiz de instrução, Carlos Silva é secretário do general Bento Kangamba. Maka Angola contactou o advogado Jorge Mendes Constante, indicado como sendo o defensor dos detidos. Este referiu que ainda não foi constituído advogado, mas confirmou a que alguns dos suspeitos continuam detidos, sem ter avançado nomes ou o teor das acusações. Afirmou ainda que o bastonário da Ordem dos Advogados de Marselha, Erick Campana, foi contratado para defender os suspeitos. Maka Angola tentou o contacto com Erick Campana, sem sucesso. O General da Impunidade Bento Kangamba goza da protecção incondicional do Presidente José Eduardo dos Santos, de quem é sobrinho por afinidade. É casado com Avelina dos Santos, sobrinha do Presidente e directora-adjunta do seu gabinete, num caso flagrante de nepotismo.
O general Bento Kangamba ocupa um gabinete na Casa de Segurança do Presidente da República, dirigida pelo general Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”. Nesse gabinete é reverenciado por ter um “saco azul”, com milhões de dólares à sua disposição e sem prestação de contas, para operações tenebrosas e satisfação dos seus caprichos pessoais, como o vício do jogo. O mais grave é o uso impune de Portugal e a cumplicidade das autoridades deste país. Regularmente, tem havido denúncias de utilização do aeroporto de Lisboa como ponto de passagem anual de milhões de dólares, em malas e sacos, por “mulas” de membros do regime angolano. Portugal é hoje uma autêntica lavandaria para branqueamento de capitais saqueados em Angola. Quando está em Lisboa, Bento Kangamba é conhecido por ocupar, com regularidade, um andar inteiro no Hotel Sheraton, para si e a sua corte. Normalmente viaja com uma coluna de Mercedes pela Europa, em parte, para evitar viajar de avião.
O Soba T´Chingange
USA . O segredo da CIA
Por
Cesar Grossmann em 7.10.2013
As escolhas do
KIMBOLAGOA
Mantida por anos como segredo da CIA, existência da Área 51 é oficialmente confirmada
Durante muito tempo, o governo americano negou a existência de uma base chamada Área 51 - um advogado da Força Aérea chegou a dizer a um juiz federal, em 1995, que “não há nome para a operação próxima a Groom Lake”. Isto acabou recentemente. A CIA, agência de inteligência dos EUA, atendendo a uma solicitação amparada pelo FOIA, Freedom of Information Act (“Ato de Liberdade de Informação”) americano, tornou público um documento de cerca de 400 páginas sobre a Área 51. Agora, a base – que ostenta placas afirmando que “O Uso de Força Letal é Autorizado” contra invasores – está oficialmente no mapa. O documento também cita a finalidade da Área 51: ela era base do avião espião U-2.
Alguns dos objectivos das missões dos U-2, como o sobrevoo da China nos anos 1962 a 1975 para auxiliar a Índia, também são citados nos relatórios. Como não haviam satélites espiões na década de 1950 e início da década de 1960, as missões de sobrevoo eram comuns, mas precisavam ser mantidas em segredo. Em 1960, um destes aviões super secretos foi derrubado, dando início a uma crise diplomática, que só foi eclipsada por outra crise iniciada também por um U-2 – a dos mísseis atómicos em Cuba (duas fotos feitas por um U-2 mostraram o que parecia ser uma instalação de mísseis sendo construída em Cuba, o que serviu de gatilho para a crise).
O segredo da base infelizmente acabou servindo a uma finalidade menos nobre: trabalhadores que tiveram sua saúde prejudicada pelas substâncias testadas ali e produzidas pela incineração de tudo que era descartado (até trailers) não conseguiram que o governo americano pagasse os custos médicos ou a medicação que eram obrigados a tomar por conta do envenenamento. Agora, a Área 51 não é mais segredo. Ela de fato chama-se Área 51 e fica a cerca de 150 km a noroeste de Las Vegas.
O Soba T´Chingange
ANGOLA - LUANDA – O abastecimento de água potável a Luanda . 2ª de 3 Partes
As escolhas de
KIMBOLAGOA
Por: Manuel da Costa Lobo Cardoso -Edição do Museu de Angola de 1950
: Cacimba da Mayanga
Sob a égide do Engenheiro Ângelo de Sárrea Prado, foi planeada a constituição de uma companhia por acções, a fim de abastecer a cidade com água do rio Bengo, tendo sido, para o efeito, convidados os habitantes de Luanda a subscreverem-se com as quantias que entendessem, por não estar ainda fixado o valor de cada acção. Esta companhia não se chegou a formar, - os subscritores de Angola conseguiram ainda inscrever-se com importâncias que atingiram 55.150$000 (Boletim Oficial n.º 8, de 29/2/1869),- pelo que a concessão que lhe fora outorgada, em 1874, foi declarada sem efeito, em 1885 (Boletim Oficial n.º 6, de 8/2/1886). O referido Engenheiro Sárrea Prado, fez, no entanto, um curioso reconhecimento do rio Bengo e estudo dos vários aspectos ligados ao assunto, como consta do relatório que elaborou e vem inserto no Suplemento ao n.º 2 do Boletim Oficial de 13 de Janeiro de 1869.
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Várias outras empresas surgiram posteriormente, requerendo a respectiva concessão, mas sem que fossem atendidas. O próprio Governo da Colónia, em 1877, e a Câmara, em 1880, no intuito de apressarem a solução do problema, solicitaram do Ministro do Ultramar autorização para levantarem empréstimos de 900 e 500 contos respectivamente, destinados às obras de canalização da água do rio Bengo para Luanda. Sob diferentes pretextos, estes pedidos não foram, porém, considerados tendo resultado improfícuos todos os empreendimentos que se tentaram, com razão podia, em Fevereiro de 1886, o Ministro Pinheiro Chagas, afirmar: «... Luanda continua hoje a morrer à sede entre dois rios, cujas águas podiam há muito correr a jorros nas ruas da capital da província...».
De facto, nessa altura o abastecimento de água potável à população de Luanda, era feito, como trezentos anos atrás, pêlos chamados Poços da Maianga, conjuntamente com a água trazida do Bengo em pipas, transportadas por barcos. A situação apresentava-se de tal forma angustiosa, pois com o aumento da população da cidade, a água ia-se tornando insuficiente, subindo, por vezes, a preços tão exorbitantes que, no seu relatório, de 2 de Janeiro de1886, aCâmara, chegou ao ponto de propor a seguinte solução: «... Finalmente, porque a calçada a construir (que partiria do Bungo) vai entroncar no aqueduto da estrada do Cacuaco, fixando o mesmo aqueduto, para obrigar as águas pluviais, que, pelo declive, vem hoje para o Bungo a passarem todas para a lagoa de Quinaxixi, a qual, em anos de chuva, receberá água para alimentar a cidade toda para mais de um ano, depois de limpa e rodeada com um pequeno muro...».
Opção do
Soba T´Chingange
MEUS BUZIOS FALARAM – Mokanda de Um Kota especial! – 1ª de 2 Partes
Por
José Santos – Impregnado de paludismo duma especial estirpe kaluanda, Zeca colecciona n´zimbos das areias dum rio chamado de Rio Seco.
T´Chingange, desculpa falar-te assim; não me julgues mal. Apenas sou aprendiz de Kilamba, que fala com búzios, amuletos e esfrega a testa com quimbombo para expulsar os camondongo dos cabelo brancos. kamba do Rio Seco da Maianga, digo-te que eles falaram comigo! Depois de uma boa funjada com peixe-espada do Cacuaco frito em óleo palma e maduro Grâo Vasco da mercearia do mundele uaba Morais, ataquei uma sesta numa folha de Bananeira. Botei sonho e vi-me metido no Maritimo riscando o chão com uma barona, caté a massemba pingou moamba. Quando estava nos contrajeito dos caminho estreito, fiquei fulo demais, porque nos ouvidos senti os meus búzios…Topa só, o Maritimo, barona, massemba bazaram. Kamba, o mambo é sério que botaram no meu muxima.
Dizia assim: - Xé! Zeca! Esse mano AM T´Chingange, é avilo paka, zuela como patricio, caté parece que fez praia com a gente na Samba! Botou tua mukanda nos MM dos Vata do Poço da Maianga do Rei. Então, numa boa, já enviei pelos SMS mundele, esses mambo para confirmar que é bom kota, é mestre de falas do antigamente dos N´Dongo que cospe fogo e o resposta do kuatiça do Rei num tardou.
A tradução do Kimbundu para os putu, fica assim: -“Kalundu (Buzios) uabuuama! Manda Zeca e AM T´Chi botar os panos do Textang, cheirando a óleo de figos de piteira, porque nos dias em que N´zambi não botar mais vento, eles têm de estar prontos, porque bazam até à minha kubata. Os porquê do chamamento, nos durante do mata-bicho com torradas de jimbolo com matete de javali, leite de onça, manga, abacate…, lhes digo em Kimbundu, porque os mambo é nosso e num tem esse quê de escuta de matumbo na koka sem condição. O feiticeiro vai estar presente e na koka muito catrapisca para só eu e bota fala que num tem tradução, porque bota estalinhos como os quiocos.
Kandandus do
Sota T´Chingange
ANGOLA . A MAKA – Casino Monte-Carlo – 1ª de 2 partes
As escolhas de
KIMBO LAGOA
(101.200 visitas até o dia 10/10/2013)
Fonte: Maka Angola , julho- 2013 - Bento Kangamba Escapa Prisão com Passaporte Diplomático
O general Bento dos Santos “Kangamba” escapou à detenção, há dias, no principado de Mónaco, por ser portador de um passaporte diplomático. As autoridades francesas, segundo apurou o Maka Angola, tentaram a detenção do general, que se encontrava hospedado no Hotel Metrópole, em Monte-Carlo, com um séquito de 20 amigos. A polícia local pretendia interrogar e encarcerar o general por branqueamento de capitais, crime organizado e associação de malfeitores, mas o general invocou imunidade diplomática para evitar a detenção. Em causa está a apreensão de dinheiro, no valor de quase 3 milhões de euros (cerca de US$ 4 milhões), e da detenção de cinco indivíduos, que transportavam o dinheiro, de Portugal para a França, para pagamento do vício do general pelo jogo.
General Kangamba
O Hotel Metrópole fica a 50 metros do Casino Monte-Carlo, o local preferido para os jogos do general, que também é o secretário do comité provincial de Luanda do MPLA para organização e mobilização periférica e rural. Os cinco indivíduos encontram-se detidos por branqueamento de capitais, crime organizado e associação de malfeitores. As apreensões tiveram lugar em duas ocorrências separadas no dia 14 de Junho, no sul de França,envolvendo dois veículos de matrícula portuguesa.
Casino Monte Carlo
Na primeira ocorrência, à uma hora da manhã, nas portagens de Arles, foram apreendidos 2 milhões de euros, transportados na bagageira de um Mercedes, acomodados em 40 maços de notas, num saco de plástico e numa caixa de sapatos. O motorista do veículo, Daniel de Andrade Moreira, de nacionalidade portuguesa, que se fazia acompanhar da sua esposa, disse às autoridades francesas que o dinheiro lhe havia sido confiado por um amigo angolano, Carlos Silva. O casal tinha por missão entregar o dinheiro a Carlos Silva, no hotel Le Métropole, em Monte Carlo, no Mónaco, onde este organizava uma festa para o general Bento Kangamba, que ali se encontrava de férias com um grupo de cerca de vinte amigos. Daniel de Andrade Moreira disse ainda que Carlos Silva é empregado de Bento Kangamba. As diárias de quarto mais barato, no referido hotel, são em média 600 euros (acima dos US $770) e uma simples refeição ultrapassa os 200 euros por pessoa.
O Soba T´Chingange
ANGOLA – S. Paulo de Loanda . VII
Por
KIMBO LAGOA
S. Paulo de Loanda recebeu foral de cidade em 1605, quando se constituiu a primeira vereação municipal. A escolha deste local deve-se fundamentalmente ao porto natural por estar situado em uma baia protegida por uma ilha, ideal para uma navegação segura. O morro aonde se construiu a Fortaleza de S. Miguel apresentava nesse então uma óptima condição para defender toda a baia com seus canhões; as encostas agrestes deste morro dificultavam qualquer investida por terra. Um outro factor de escolha foi o de não muito longe existir água potável a fim de se poder abastecer as naus que ali aportavam, bem como as guarnições militares situadas na fortaleza ou bivacadas na parte alta da cidade aonde pouco a pouco foram surgindo os primeiros edifícios administrativos.
A fonte de água potável ficava no lugar de Manhanga na margem da pequena lagoa dos elefantes; com o decorrer do tempo a lagoa foi ficando assoreada por areias do morro mas, o poço subsistiu até os dias de hoje com o nome de Cacimba da Maianga ou Mayanga que nesse então era designado de poço do rei pela sua importância. O termo “Loanda” também é referido para designar esteira e tributo. A esteira era e é um tipo de canas ou folhas resistentes de coqueiro ou palmeira formando um tapete aonde os pescadores da ilha se deitavam ou sentavam para seus convívios ou fazer refeição. O tributo é referido aos n´zimbos e caurins, conchas que significavam dinheiro apanhadas naquela ilha das cabras pelos axiluandas, nome dado em Kimbundo aos lançadores de redes. Estes pescadores eram também apanhadores de conchas obedecendo às ordens dos reis de N´dongo N´gola Kiluanji Kiassamba
Luanda antiga - coqueiros (junto Baleizão)
Com a reconquista de Angola e a expulsão dos Holandeses, os chamados Mafulos, no ano de 1648 pela esquadra Luso-brasileira comandada por Salvador Correia de Sá e Benevides, o nome da cidade foi mudado para S. Paulo de Assunção de Loanda em memória de Nossa Senhora do mesmo nome a 15 de Agosto de 1648; esta data passou a ser dia feriado municipal sobre o domínio Português. Só em Abril de 1927 é que Loanda passou a se designar de Luanda por sugestão do historiador Padre Ruela Pombo e demais elite intelectual da altura. Durante centenas de anos Luanda foi somente um aglomerado de casas chamando-se aos sítios nomes que caíram em desuso. Existia o lugar da Kipaka, aonde se veio a construir a estação ferroviária junto ao Bungo e Caponta (porto de mar); A Nazaré aonde se encontra a capela do mesmo nome, Mutamba, Kafaco, Mazuica, Katomba, Maculusso, Ingombotas, Katari, Quitanda, Coqueiros, Misericórdia, Maianga e Samba
N´nhaka: - Do Umbundo, lameiro, plantação junto aos rios e em zona plana e húmida, horta; Luua: - Diminutivo de Luanda
O Soba T´Chingange
LUFADA DE SUSPIROS ... Cidadão do Mundo.
MALAMBA: É a palavra
Por
T´Chingange
Adaptando-me aos tempos de mesquinha asfixia com hipocrisia, não me lamento por não ter apelido de fortuna porque à partida, duvido da bondade dos ricos, principalmente quando estes estão inchados de presunção, democracia e água benta. Vejo a democracia cada vez mais degradada, pouco eficaz e perigosa para quem semeia o repúdio pela corrupção galopante; Dada à vulgaridade, deixou de ter o nobre significado da palavra revelando-se permissiva a todas as artimanhas de mentira ou enganação com requintes de polidos jogos de sedução. São destes manobradores de retorcidos poderes no mando e desmando, dos ricos donos da política de quem receio e tenho medo. E, quanto mais penso nisto mais me apego a outras ideologias, a de um só dono do pedaço, um galo que cante no justo tempo, um rei nobre como o foi em tempos idos, Salomão.
Com a maré rasa do verde-mar dissertando as borbulhas da mente, observo dois pescadores que tostando ao sol, olham com jeito de águia o lado mais profundo do recife correndo num e noutro sentido como se estivessem num passadiço de bombordo de um qualquer navio de longo curso. Lançam suas redes e no momento fatal para apanhar o máximo de cardumes que bordeiam o recife. São dias após dias nesta tarefa rotineira como águias pescadoras atentas ao borbulhar da toalha de água, o negrume dos cardumes e muita paciência para suprir carências de sobrevivência.
De pernas e pés ao sol, engomando as unhas limpas naquele soro marinho, recordo os idealismos e suas frieiras descritas na forma de poesia filosófica, assim de uma forma insaciável de conhecimento e intransigentes contabilidades alheias próprias de seres supostamente inteligentes. Proclamando talentos agnósticos e contestando a opinião generalizada de que Maria Madalena era prostituta, escandalizo todos ao afirmar que esta era a digna esposa de Jesus Cristo. Nesse tempo antigo o socialismo não contemplava o sufrágio feminino e, ainda hoje, comentam e repetem-se exaurindo a mentira de que aquelas, só servem para procriar; Isto tem de ser desmistificado pelos donos da igreja.
O Soba T´Chingange
ANGOLA - LUANDA – O abastecimento de água potável a Luanda . 1ª de 3 Partes
As escolhas de
Kimbo Lagoa
Por: Manuel da Costa Lobo Cardoso -Edição do Museu de Angola de 1950
Desde o início da ocupação que o abastecimento de água a Luanda, - «a quem a Natureza denegou Fontes a athé poços de água doce e saudável» - tem sido considerado a «causa da cidade. As referências que a este respeito, no decorrer dos séculos, encontramos sobre a capital de Angola, proclamam, dum modo geral, as suas precárias condições de salubridade, atribuindo-se à falta de elemento tão necessário à vida, como é a água, a dificuldade com que sempre deparou para se tornar um centro urbano importante. Por mais de uma vez, para ocorrer a esta necessidade, foram tentados empreendimentos, que ficaram, na sua maioria, sem resultado.
Existente nos subúrbios de Luanda e que durante séculos abastecendo de água potável as classes pobres de Luanda. Os primeiros datam de 1645, do tempo dos holandeses, no curto período da invasão, ao pretenderem trazer à cidade as águas do Cuanza, através dum canal que projectaram e que parece viria desembocar a mais de uma légua de Luanda. Posteriormente, ao Governador Tristão da Cunha, é recomendado pelo Governo, no regimento que lhe deu em 10 de Abril de 1666, que - «velasse pelo concerto e reparo da lagoa dos Elefantes (onde se encontram os «Poços da Maianga»), como quem sabia o muito que importava ao abastecimento da população».
Mais tarde, em 1753, o Governador D. António Álvares da Cunha, Conde da Cunha, estuda, pessoalmente, o problema da canalização das águas do Bengo e Cuanza. Por sua vez, D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho nas cisternas do Penedo, S. Miguel e do Terreiro,- «deixa evidente a prova de que não teve em menos conta a grande necessidade de Luanda». Em 1813, o Governador José de Oliveira Barbosa, aproveitando as - «supostas aptidões do degredado político José da Cunha e Sousa Alcoforado, encarrega-o do estudo e imediato seguimento da construção de um canal de Calumbo a Luanda». Goradas, quase sempre, todas estas iniciativas em que os poderes públicos se empenharam, somente em 1865 é que o estudo da questão renasceu.
Opção do
Soba T´Chingange
NÃO SE DEVE OLHAR PARA TRÁS . SERÁ!?
Por
Perante a necessidade de consolar-me com tolerância e carinho, corro atrás de curiosidades alheias aos demais. Pensei se não seria oportuno deixar crescer as patilhas e um frondoso bigode de pontas engomadas para me dar um ar de importância antiga; fumar charutos havanos Romeu e Julieta, ou até usar um cachimbo de corno de rinoceronte para acalmar modéstia; ao jeito de Hemingway, esse famoso escritor de modos extravagantes ou estapafúrdios, fazer banga tropical com um chapéu de palha, tomando a golos intervalados de pilhérias o tal de mojito com hortelã-pimenta. E, como os homens de boa posição, ostentar barriga e duplo queixo, exibir-me prosaico, sem decência atlética aos olhos do mundo.
As gentes de falsa modéstia dizem-me que não cresci com toda a liberdade porque, espicaço queixumes no curioso olhar do passado. Não se deve olhar para trás, dizem-me com tanta frequência que me vejo às vezes uma lagartixa que de tanto se pôr ao sol e por demência, ao invés de se fossilizar, morre esmagada na via com um triste aspecto de réptil estripado. Face às convenções e nesta postura desafiadora, consegui superar esse preconceito de não relembrar o passado, evitar sentimentos de rancor, compaixão ou culpa porque simplesmente, não nos podemos desgarrar dele.
Com idade suficientemente ajuizada, intitulei-me com alguma dignidade de Soba T´Chingange para ficar protegido da maledicência e rejeição daquela gente com falsa modéstia, e das artrites; situações bastante dolorosas que fragilizam um qualquer de sangue vermelho. Enquanto poder estender o braço, dispensar a bengala, sem cataratas ou conjuntivite não deixarei que me guardem como lagartixa ressequida entre as páginas de um qualquer livro ou, até mesmo de um especial escrito por Luandino.
O Soba T´Chingange
FILOSOFIA DA FÉ - Conhecendo a Luz
Escolha de
JOSÉ MATIAS - (Johannesburg)
Uma grande maioria dos cidadãos vivem hoje escondidos numa casca, como o caracol, e isto desde a sua meninice, e assim morrem, pois raramente saem dela a não ser quando surge algum facto emocional mas, logo voltam ao mesmo esconderijo, seu ninho, seu abrigo. Com isto, raramente se conhecem uns aos outros em realidade, e pior ainda quando o disfarce é tão notório, que nem se conhecem a si próprios. Não será verdade? Lançamos no facebook palavras bonitas, de humanismo, ditadas pelos filósofos deste mundo, mas quando se fala do autor da Vida que é Cristo, aí se faz o silêncio ou omissão.
O pecado que tanto assola a humanidade, é notória em todos os sectores sociais vulgarizando-o perante o seu semelhante dizendo o quanto cada qual tem de bonzinhos, justificando-se a si próprios... Todos se enganam a si próprios, mas a Deus ninguém engana! Nosso verdadeiro estado moral e espiritual só pode ser revelado pelo Espírito Santo e pela Palavra de forma a se redimirem desse comportamento e até preconceito; conhecendo a Luz, pois só a luz de Jesus Cristo o pode clarificar.
Tenha uma identificação autêntica com Cristo Jesus, pois tão-somente é Ele o autor da minha Vida. Tenha sempre em atenção: Se Cristo não o libertar, você será dissolvido no pecado sem os seus elevados valores que devem reger o mundo. Cada qual por si, será como um barco sem leme em alto mar. A palavra está sendo pregada a todo o momento, no simples propósito de discernirem, separar o trigo do joio para o encontro com Cristo; faça a sua parte que Deus fará o resto.
Compilação do
Soba T´Chingange
A FÚRIA DO JUSTO . REFLEXOS DO MENSALÃO
As escolhas de
Kimbo Lagoa
O povão, arraia-miúda, interroga-se quanto à eficácia da justiça brasileira sendo quase unânimes em dizer que buscam enquadrar a lei de forma a proporcionar a soltura dos já condenados; Desde quando rico, vai preso, é a voz mais saliente neste imbróglio social. A última instância da justiça, até consegue lavar a alma ao diabo; tudo indica que sim! Um lamentável retrocesso que leva a afirmar se o Brasil é para ser tomado a sério, como afirmava Charles de Gaulle
"Na secção de sexta dia 13/09/2013 o ministro Joaquim Barbosa presidente do Supremo Tribunal Federal rasga a constituição Brasileira na frente de vários colegas do Supremo afirmando: Somos o único caso de democracia no mundo em que condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram. Somos o único caso de democracia no mundo em que as decisões do Supremo Tribunal podem ser mudadas por condenados. Somos o único caso de democracia no mundo em que deputados, após condenados, assumem cargos e afrontam o judiciário. Somos o único caso de democracia no mundo em que é possível que, condenados, façam seus habeas corpus, ou legislem para mudar a lei e serem libertos."
Quando deparo com essa gente feita instituição de refúgios misteriosos, lembro-me da visão que minha avó Topeta de nome, tinha quando milagrava angustia; Eu não sabia nesse então do porquê ela, os tornava em diabos de chifres retorcidos e patas de cabra de um escandaloso verde fosforescente. Entretido em jogos de imaginação para onde quer que vá, tenho de coabitar com bandoleiros em ambos os lados de minhas fronteiras e, em todas as instâncias. A democracia, cada vez mais, me parece vulgar e pouco eficaz.
O Soba T´Chingange
LUFADAS DE SUSPIROS ... Cidadão do Mundo.
MALAMBA: É a palavra,
Por
T´Chingange
Saindo pelos recantos proibidos a ansiedade do prazer leva-nos ao fascínio do pecado sem ficar limitado pela inquietação dos labirintos horrendos da imaginação, dos inventos espicaçados pela ansiedade. Prendido na petulância de um pirata consegui assistir ao meu funeral de politico de meia-tigela no desprazer de homenagens inexistentes, só supostas, nunca realizadas. Consegui assistir às exéquias com dentes de tubarão mordendo homenagens de sonho indiviso tornando-me um livre ou libertino, ovelha ranhosa de coração desprendido. Tudo se passou no silêncio e nas traseiras dum portal com siglas tendenciosas; corri a cortina e dispus a tranca no ferrolho farto de ser manietado com displicência, muitas vezes cinismo ou falta de bom senso a compromissos. Cansei-me da falta de carácter. Seria passível de me desconvir, mas reverti meu esforço pessoal consciente e voluntário no abandono de causas corrompidas ou de compadrios.
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Num certo dia recompus-me do luto, pelo caminho evaporaram-se o rancor e o orgulho reemergindo daquela reclusão com uns quantos quilos a mais e, nem fiquei surpreendido nesta ausência porque o mundo continuou a girar sem que ninguém parece-se sentir a minha falta, o incentivo para definitivamente pôr-me de pé e lentamente sublimar a desilusão. Percorri o mundo dos Azetecas, dos Zulos, dos Himbas, Bosquimanos, dos Turcos, da Patagónia, do Amazonas e Pantanal, acompanhando com dedicação a velhice sem me mortificar ou desmerecer hipotéticas viúvas chorosas, vestidas de negro carregado; foi no Pantanal e na capital do garimpo chamado de Poconé que ao lombo de uma légua vergada ao meu peso, percorri os charcos com muita vida bulindo ao redor.
Percorrendo os meus desertos rejeitei ir à Índia e ao Egipto, este ultimo por ser um país de areias muito velhas e demasiadas múmias onde tudo o que interessa, aconteceu lá para traz, há três mil anos, terra de muitos camelos pulgosos com carrapatos pré históricos e desesperos de gestão escorrendo incúria a céu aberto. Nesta fortuna de vivência de desastrosos gastos, mas longe das anémicas e fúteis colunas sociais, perdoava-me sempre pela minha origem Lusa sem nunca a rejeitar, recuperando-me numa ilusão de encontrar a terra impossível, feita gente, menina de nome N´gola Mayanga. Desisti! Nunca encontrei essa garina, nem nua nem vestida de popelina ou capulana com missangas na canela. Vou ficando por aqui mesmo como estrangeiro; não encaixo em nenhum lugar.
O Soba T´Chingange
TUJE DO KATOTOLO – Da Mayanga, um bairro especial! -2ª de 2 Partes
Por
José Santos – Impregnado de paludismo duma especial estirpe kaluanda, Zeca colecciona n´zimbos das areias dum rio que feito mulola só leva água quando chove. Esse rio seco da Mayanga inspirou-o a contar antigos mussendos tornando-o um exímio contador de ternuras com kimbundo. Porque os ventos do esquecimento não têem no Kimbo tutela legal, convidei Zeca Santos da Mayanga a derramar katinga no nosso terreiro e, ele anuiu.
Kwangiades: musas ou ninfas do kwanza (página do Zeca – O rei do pedaço!)
O resultado está à vista de todos. O país foi fatiado a contento para futuro sustento. Somos servidos por duas plantações que se alteram no favorecimento de colheitas. Como enganados fomos, somos nesta democracia que está em crise, por culpa daquelas pessoas, domadoras de animais, de entretenimento, de votos, que nos caçaram e depois viram-nos as costas. Na verdade muito foi feito e com riqueza desmedida…, pudera com as centenas de barricas cheias de milhões de euros, mas estamos a voltar para trás, essa é uma certeza. O “bem bom” de outrora já não volta, antes volta com outra face de cobrador com mais impostas, mais mas, apenas temos uma certeza que muitos glorificam o betão espalhado pelo país. Pois, já não viveremos em casebres, passaremos em caminhos de pedras, comemos caldo de cascas de castanhas, onde nos consolamos vendo telenovelas na televisão para kotas já sem visão. Desculpa esta parte longa….
Agora, sobre essa autorização de postares as minhas “falas” Malambas no Blog KIMBO LAGOA, K Kamba do Rio Seco da Maianga, AM T´Chingange, fico muito agradado, caté muxima batuka mais apaixonado por se juntar a tão ilustres Kilamba e kota bué ofícios. Sem banga alguma digo, que Kimbo Lagoa é a mais bela corda de capim envernizada que contém estórias da antiga África Portuguesa, também da terra de Vera Cruz, hoje Brasil, que também interpretam a sua gente, fauna, flora…num tempo descoberta, colonizada, independente, entregue, dependente….Bem hajam. Para mim é um prazer! Os meus recursos são poucos, são lidados com paixão e com muito amor por Angola/Loanda/Maianga Colonial. Faço-o sem complexos. Se tiver de dar galheta dou e digo porque dou.
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Gosto de merengue, de peixe frito com óleo de dendém, de merengue do tempo dos Axiluandas, da massemba coladinha nas coxinhas ao sabor do ritmo do batuke, do avilo sem cor e sincero que me respeita e que reparte comigo o seu funje. Adoro o Kimbundu. Compreendido por dois tempos: um de biberão e outro de paixão. Tive um bom professor na Escola da Travessa da Maianga. Chamava-se MORAIS. O kota tinha uma mercearia mesmo ao fundo e na esquina. Falava tão bem que até patrício beliscava-o para saber se era patrício. Muitas vezes a rizada estoirava, caté rebentava as sacas da fuba e do peixe seco, cujo “pivet” nunca mais saiu do meu corpo. Já lá vão quase sessenta anos… Muito obrigado por merecer a tua atenção e levar- me até junto dos seus amigos.
ZECA
Nota: Mandei búzios (n´zimbos) ao Zeca e ele agradecido, agraciou-me com mais funje bwé de boa e também mandou de feitiço uma m´boa barona da ilha mazenga. Vou partilhar com o Kimbo e demais ávilos as suas malambas; a m´boa fica tomando sol! Talqualmente!
(Continua ... Meus búzios falaram…)
Soba T´Chingange
LUFADA DE SUSPIROS ... Cidadão genérico - VII
Por
T´XIPALA: - Fotografia, cara, rosto, personalidade, carácter
Neste mundo confuso, serei sempre um genérico cidadão ou um sem-terra por não me poder definir como genuíno nessa escolha; assumidamente, não pertenço a lugar nenhum. A minha terra biológica deixou-me ao deus-dará e, até meus sonhos penalizam o recordar dos tempos em que a vida se expressava com fluida vivacidade fazendo dela no agora, uma miragem. Na noite passada entrei numa toca grande mais parecendo uma galeria de mina abandonada e, vendo sair dum buraco lateral uma nuvem de pó para ali me dirigi e, foi de lança em riste que piquei de morte um lobo zombando de mim, deu um uivo esquisito e por ali ficou banhando-se no próprio sangue. Nesse instante, apercebendo-me de algo estranho atrás de mim, virando-me, deparei comigo mesmo, uma imagem nítida de quando rapazola, usava calças com um cinto de fivela enorme.
Assim como uma foto amarelecida no tempo, estava pontilhado de minúsculos pontos, cagadelas de mosca de sexo indefinido. O penteado com o risco ao meio parecia ter brilhantina de óleo de cedro, daquele que faz brilhar as madeiras dos imóveis mas, eu não era nenhuma escultura de pinho nem de pedra e nem vi caruncho ou salalé enfarinhando vestimentas ao seu redor. Não é normal lembrar-me dos sonhos mas este ficou grudado na testa ou no templo da alma, esse olho do além que paira nas cúpulas das catedrais ou na verde nota de um dólar. De forma inquieta registo aqui o acontecido místico para não ficar olvidado nesse difuso espaço da imortalidade, isso: esse lugar de parte incerta enublado de suave cacimbo. Tudo isto sucedeu no sítio de São Miguel dos Milagres, no lugar de martoke.
Os peixes-bois, vacas-marinhas ou manatis constituem uma designação comum aos mamíferos aquáticos. Possuem um grande corpo arredondado, com aspecto semelhante ao das morsas. Wikipédia
Durante o dia comprometido a pertencer a um qualquer lugar visitei o Porto da Pedra, cidadezinha costeira perdida entre muitos pontos do Brasil, caserio despintado a escorregar pobreza nas ladeiras da serra do mar para o rio Manguaba; É neste rio e no vizinho Tatuamunha que habita o mamífero “peixe-boi”. No decorrer de milénios os animais adaptaram-se às alterações ambientais, uns criaram guelras e outros no lugar de barbatanas ganharam pernas de forma a subir às árvores ribeirinhas e recolher seus frutos. O peixe-boi será no Brasil, comparado ao hipopótamo, só que sem pernas e sem necessidade de espargir merda para marcar o seu território. Os biólogos registam os traumas e suas origens não se comprometendo com a origem na criação do mundo evaporando sua generosidade num omnipresente se Deus-quizer. Enfim, seja isso mesmo, o que Deus-quizer.
(Continua…)
O Soba T´Chingange
TUJE DO KATOTOLO – Da Mayanga, um bairro especial! -1ª de 2 Partes
Por
José Santos – Impregnado de paludismo duma especial estirpe kaluanda, Zeca colecciona n´zimbos das areias dum rio que feito mulola só leva água quando chove. Esse rio seco da Mayanga inspirou-o a contar antigos mussendos tornando-o um exímio contador de ternuras com kimbundo. Na prosa ou poesia lambuza-nos seu ADN carregado de coloridas missangas: uma espiral abençoada por kiandas e kwangiades num linguajar próprio do reino de N´zambi. Num acaso feliz do nosso passado, atámos pontas soltas de tremunos inacabados. Por uma rasteira do destino, como num tremuno, o tempo rasteirou-nos por completo sem nos dar hipótese de esquindiva; agora cutucamos a finta do tempo para não nos apagar a procedência. Contamos os últimos pormenores de nossa estória para que sejam catalogadas em futuros obituários. Porque os ventos do esquecimento não têem no Kimbo tutela legal, convidei Zeca Santos da Mayanga a derramar katinga no nosso terreiro e, ele anuiu. Zeca trouxe-nos o sinaleiro da Mayanga, com sua banga ninita ao ritmo de merengue. Bem-vindo ao reino do Kimbo.
Kwangiades: musas ou ninfas do kwanza.
Soba T´Chingange, o Katotolo pegou feitiço no meu corpo. Dói os cabeça p´ra caramba, bota katinga a ferver na minha t´xipala, caté fico zonzo como acontecia com a Catota fumando p´ra xuxu macanha. Assim tenho andado kamba do Rio Seco da Mayanga. Todos os anos no putu, o início do Outono bufa para mim o tuje. A sorte do gajo (o puto) é não haver aqui o carro do fumo!!!. Fico contente por ver os teus escritos feitos naquele jeito, que julgo serem de fuba igual à minha e que não contêm mistura podre, banga alguma, porque é isso que nos distingue, porque são parte do nosso corpo e porque num tempo passado, muito o alimentaram. Esta é a verdade. Eu, sou assim; aquele rio ensinou-me a ser um pessoa simples e amar a natureza, as pessoas de bem..., mas ao mesmo tempo kuatando os camondongos, os calçinhas, os hipócritas, os que bajulam à nossa frente, buscando o nosso sangue, repito assim sou desde kandengue.
Kandengue até..., à dolorosa separação, mas a vida, a nossa vida tem de continuar e, como é difícil para muitos estar longe...do que fomos longe desta nova nomenclatura que faz dançar o PIB no novo Choupal do Terreiro do Paço, outrora lugar de estouro de canhões de boas vindas dos corsários que chegavam do além com as suas canoas civilizadas cheias de onças, de carne de pakassa, ouro, liamba, de madeira de Cabinda, de “peças” humanas tão molestados no seu ser e que muito durou, nos vastos passados. Essas “peças” tudo cobrarem com beija-mão desta nova nomenclatura nascida nas barricadas da intenção e hipocrisia. Ao longo dos anos têm bancado um jogo de bilha nas covinhas da Economia em que muitos enriqueceram do zero estupidamente: O sinaleiro tapa os olhos com sua luva branca, imaculada na koka, esperando gasosa.
Com as boas-vindas do
Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
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KIMANGOLA
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