"BAFÓMETRO" – A arca de Noé…
Por
T´Chingange
Não obstante muitas gerações viverem e vivem na convicção de estar de posse da “verdade”, pode-se na melhor das hipóteses acreditar-se nela. Quem procura a verdade, não pode e não deve fazê-lo unicamente sob as premissas e dentro dos limites de sua própria religião. E, porque o tempo é a semente do universo, teremos de ir até Nipur para interpretar as cerca de 60.000 placas com inscrições e descrições do dilúvio encontradas em uma biblioteca sumeriana. Cinco cidades pré-diluvianas são nomeadas no texto: Eridu, Badtibira, Lorak, Sitpar e Shuruppak. Noé, que deve ter morado em Shuruppak, construiu ali sua arca. Na consolidação da verdade, foram encontrados junto ao Mar-Morto vários rolos de escritos.
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Contendo fragmentos de textos apocalípticos e, de novos escritos apócrifos de Abraão e de Moisés, fala-se em uma carro celeste com rodas cuspindo fogo que no livro de Enoque é assim descrita: “Atrás dos seres vi um carro que tinha rodas de fogo e, cada roda estava cheia de olhos (clarabóias) a toda a volta e em cima delas havia um trono fluindo fogo ao seu redor” (Apócrifos e Abraão, XVIII, 11-12.). A imensa riqueza de antigos escritos, sobre todos os campos da ciência, perdeu-se por fanatismos religiosas! Quantos deles, foram mandados queimar por monges, missionários ou governantes para preservar seu zelo sagrado.
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Se bem que só daqui a milhões de anos, nosso Sol se apagará, há necessidade de invocar o momento terrível em que um estadista perca o controle de seus nervos e, ponha em funcionamento um dispositivo atómico aniquilador capaz de destruir de novo a terra tal como esta que conhecemos. O homem tem de se conformar com essa possibilidade e, talvez por isso, procure com devoção uma das muitas religiões ou seitas a esperança duma continuação da vida do espírito e da alma. Transportemo-nos mais uma vez e, por um momento ao reino da utopia sabendo de antemão estarmos a mexer num vespeiro.
Cafufutila, kafufutila, kifufutila: Farinha de mandioca (bombô) com açúcar; falando de boca cheia lança falrripos (perdigotos) ao interlocutor.
O Soba T´Chingange
"BAFÓMETRO" – Sodoma e Gomorra e a Paz do Senhor
Por
T´Chingange
Em parte alguma da Bíblia se afirma que a terra gira o redor do Sol, ainda que um sem número de premiados Nobel, tentem opor barreiras à avalanche espiritual, será necessário em nome da verdade adquirir noções de um mundo novo e realidade. Quantas vezes, os pilares de nossa sabedoria se têm desmoronado! Chegou o tempo de admitirmos nossa insignificância perante esse cosmos infinito e inexplorado. Sodoma e Gomorra foram objecto de uma explosão atómica segundo as descrições bíblicas “ o senhor mandou chover enxofre e fogo sobre aquela terra”. Uma espaçonave dourada procedente do além, em tempos muito idos, entre anjos parecidos como astronautas de capacetes e antenas esquisitas para a época, chegou entre eles uma mulher de nome Orjana.
Orjana tinha apenas quatro dedos ligados entre si por nadadeiras e misturando-se com os homens da terra, baixos e beiçudos, olhos rasgados e grandes, deles deu à luz setenta filhos terrestres e, em seguida foi-se para as estrelas numa nave sem rodas e rápida como um raio reluzente. É isso que nos é mostrado nos desenhos das rochas de Tiahuanaco, situadas no planalto boliviano. A idade de tais desenhos com seres de quatro dedos não pode ser fixada no papel porque nenhum ser humano de qualquer período cronológico viu Tiahuanaco a não ser em ruínas. Nenhum destes viventes descreveu os veículos desses seres, anjos ou deuses que usavam em terra ou mar suas armas que pareciam mobilizar o poder do próprio raio.
Júlio Verne, o avô de todos os novelistas de ficção científica, tornou-se afinal, um narrador de aventuras fácilmente aceitáveis; seu poder imaginativo já não é mais ficção. Os astronautas de nossos dias efectuam a viagem ao redor do globo Terra em oitenta minutos e não os oitenta dias de Júlio. A utopia de então, tornou-se a realidade de hoje. Não há muitos anos, os russos, descobriram na índia um esqueleto humano de 4.000 anos portador de radioactividade, cinquenta vezes superior ao ambiente circundante; tudo indica que consumiu alimentos contaminados com 100 vezes maior radioactividade que a média. A nova Gnose, invade o campo da física nuclear, da tecnologia do átomo, da ciência ortodoxa de nossos dias.
O Soba T´Chingange
MAIANGA - KÚKIA AVATAR
Por
José Santos - Impregnado de paludismo duma especial estirpe kaluanda, Zeca colecciona n´zimbos das areias dum chamado de Rio Seco.
Estou muito cansado de tanto correr por esse asfalto tantas vezes riscado por mim. Meus pés estão em brasa, choram lembranças que lá estão e, agora são recordadas…, mas eu agorinha, como disse antes, estou lá…nunca sai de lá… Agora escondo as minhas lágrimas na minha kubata. É tarde e o coração manda-me estender a esteira no chão, quero dormir, quero mais sonhar, mas agora, agarrado ao meu amor cheio de missangas, desejamos ter mais momentos de paixão que guardamos para sempre. São nossas e de mais ninguém. Ah! Falta abrir um pouquinho a janela virada para o calmo mar, do lado da chegada da ponte – do ANCORADOURO. Levanto-me e abro só uma frinchinha…, Daqui o vejo lá em baixo a acenar- me e a dizer: -“Anda Zeca, anda para o pé de mim.” - “Vem falar-me dos teus versos que trazes no coração da Maianga que rimam KAMBA com UKAMBA”.
Ele, aquele grande malandro e convertido namoradeiro de todas as beldades que passam pelo seu soalho, está feliz e está agarrado a uma bela barona que retirou dentro do kapossoka. Na mão tem um prato de garoupas, matonas bem assadinhas na brasa, que foram ali pescadas no mar daquela ilha conhecida por MUSSULU. Vejo O PÔR-DO-SOL trajado de belos panos, amarelo, azul, laranja… que se prepara para dançar o merengue no areal com belas estrelas cintilando paixão pela doce CAMENEMENE. Meus olhos cerram novamente maravilhados pela emoção. ANGOLA é assim, cheia de feitiço, que penetram no corpo para sempre, naqueles que a amam de verdade, dos que saboreiam com prazer de água do BENGO. Da fúria e do ódio que durante muitos anos alimentou o ventre da guerra.
Também para quem souber perdoar as vidas perdidas, daqueles que estão mergulhadas no choro dentro do seu corpo, que sentem o desejo de procurar conciliar os ódios em amor. Hoje, a vemos livre, decorridos que são quinhentos anos de presença dos Mwene-Puto, mas a senda contínua. Sempre muito desejada, sempre muito explorada no seu corpo fértil, nos seus mamilos cobertos com missangas que choram, porque afinal os homens são todos iguais; em qualquer parte, contemplam uns e outros não – os herdeiros e deserdados. N´gana N´zambi, muito te tirou, também muito te deu, porque o teu coração está lá... E, isso é luz que te ilumina na banga dum zum, zum, zum.
As escolhas de T´Chingange
DOIS DEDOS DE PALESTRA . Estou cá com uma oxitocina! V
T´Chingange
Xicululu: - Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo, cobiça
Sexo pode matar você. Sabe o que vai através do corpo humano, quando você faz sexo? Pupilas contraídas, artérias dilatadas, aumentos de temperatura, acelera o coração, alteração na pressão arterial, a respiração torna-se rápida, o cérebro dispara rajadas de impulsos eléctricos do nada para lugar nenhum, secreções, saliva de cada glândula e músculos apertam com espasmos como se elevasse a três vezes o peso do seu corpo. É violento, é feio, é sujo, e se Deus não o tivesse tornado incrivelmente divertido, a raça humana teria morrido há muitos anos
Há 100 mil anos, o homem e a mulher eram já anatomicamente modernos e faziam amor como o fazem hoje (quem diria?). A oxitocina, antiquíssima, está tudo menos decrépita. Pelo contrário, parecem inundar desde sempre os nossos sistemas. Para os mais incultos, entre os quais me incluo, deixo descrição da preciosa Wikipédia: “A oxitocina é uma hormona produzida pelo hipotálamo e armazenada na hipófise posterior e tem a função de promover as contracções musculares uterinas durante o parto e a ejecção do leite durante a amamentação”.
Uma poção de amor… chamada com frequência de molécula do amor, a oxitocina está associada à facilitação dos casais em estabelecer uma relação de intimidade e de ligação, juntamente com a dopamina e a norepinefrina. Mas não influenciam apenas a ligação, influenciam também o desejo e excitação sexual, ajudando os homens a manter a erecção durante o acto sexual. Grandes quantidades de oxitocinas são libertadas enquanto o ser humano se encontra excitado sexualmente, principalmente durante um orgasmo, explicando a sua prevalência após o acto da natural vontade de carinho e meiguice. Agora percebo a conversa de duas adolescentes no hiper-center: “Estou cá com uma oxitocina! E eu… com uma norepinefrina..!” É só química… e eu a julgar que eram marcas de cerveja holandesa!
O Soba T´Chingange
Na Angola onde eu nasci, nas cubatas da sanzala, há muita gente que fala, numa conversa fiada, por vezes em discussão. Em todo o kimbo, ao chegar o ancião, todo o mundo se cala, um mito, o velho com seu cachimbo. Senta-se junto à fogueira, vai comer o seu pirão, conta histórias da vida, todas com muita aventura de quando ainda era novo, do tempo da escravatura… de como sofria seu povo e outras por diferentes para só fazer rir. Com um quissange a tocar, todos deixam de falar, todos se calam para ouvir. Depois toca a dormir e, também o ancião, lembrando histórias vividas, nunca serão esquecidas, dos tempos que já lá vão.
Quantas vezes me pergunto, mas que não sei responder, porque talvez o assunto seja difícil de entender, quantas estrelas tem o céu… ninguém as pode contar! Também é difícil dizer, quanta água tem o mar, quantos animais diferentes ocupam o espaço terra, e nós seres inteligentes porque andamos sempre em guerra. Qual a razão do deserto e, florestas em dimensão, depois de um dia claro aparecer a escuridão! É a força da natureza que o homem quer destruir mas DEUS, tenho a certeza, após criar tanta beleza, nunca tal vai permitir. O sol apareceu a brilhar quer aquecer este dia mas o vento, forte, a soprar, resolveu atrapalhar fazendo uma manhã fria.
Ouvi historias de caçadores, caçadores profissionais, contarem como os amadores queriam caçar animais, pagarem para o efeito, de sentirem o prazer, de verem… uma gazela correr. Por entre o mato perdida, por querer salvar a vida, daqueles que a queriam matar, porque tiveram de pagar, para o poderem fazer, não é mais bonito ver animais, por entre os matagais? Pagar para vê-los vivos, correrem, ou simplesmente parados… apenas e só curiosos, por verem tão ansiosos, querendo uma recordação, uma foto, uma ilusão. Num adeus, uma despedida, com o feitiço no coração… da África desconhecida.
As escolhas do Soba T´Chingange
“CIÊNCIA DO PRAZER”-um bicho traiçoeiro
Por
Fonte: Rua Direita de Viseu
O prazer é. Sabemos quando o sentimos. Queremos, quase sempre, mais. Sim… há a gula, a embriaguez, a obesidade, a culpa, a dívida, a má compleição… e há ainda aquele deslizar medonho do “não conseguir parar”, a passagem do prazer à dependência… Existe prazer e existe desejo? Sim – a distinção biológica entre gostar e querer. Tendemos a desejar o que nos dá prazer – exemplos são o sexo ou o chocolate (prazeres universais) o vinho, a comida, o tabaco, a música, as viagens ou as compras (ou outro “céu” qualquer!) – mas nem sempre é assim. Nem sempre desejamos as coisas que nos dão prazer, tal como nem sempre retiramos prazer das coisas que desejamos. São os casos do tabaco (nicotina), do fast food, do jogo ou da pornografia, os quais apenas proporcionam episódios fugazes de prazer, sendo o maior efeito a dependência, o querer mais, o desejo. O prazer é a força oculta subjacente às nossas escolhas, mesmo quando julgamos estar a usar o nosso consciente para efectuar decisões racionais – o compromisso entre a quantidade de desprazer que estamos preparados para sentir e a quantidade de prazer que esperamos em troca. Contudo, o prazer tem de ser efémero, para cumprir a sua função. Por isso, o prazer evolui para nos obrigar a comportamentos biológicos benéficos. O cérebro humano vive constantemente uma fantástica ciranda de impulsos nervosos em todas as direcções, um mecanismo de impressionante complexidade que tem como resultado o pensamento, a fala, a acção, a locomoção, as manifestações de prazer e de desejo. Os impulsos nervosos passam através dos neurónios libertando substâncias químicas, os neurotransmissores.
A acetilcolina é o neurotransmissor encontrado em maior quantidade no organismo humano; estômago, baço, bexiga, fígado, glândulas sudoríparas, vasos sanguíneos e coração são alguns órgãos que este neurotransmissor controla. A síntese de acetilcolina é vital, pelo seu papel relativo aos movimentos e à memória – baixos níveis de acetilcolina contribuem para a falta de concentração e esquecimento, logo também interfere nas emoções e no prazer. Está relacionada com a prestação sexual, controlando a pressão sanguínea e batimento cardíaco durante a relação sexual. As endorfinas, opióides endógenos (assim designados por terem uma acção semelhante às substâncias activas provenientes do ópio: morfina, codeína e heroína), são tidos como os compostos do prazer, os quais actuam no alívio da dor, reduzem a ansiedade, aumentam o bem-estar e o conforto, melhoram o estado de humor, a alegria e actuam na prisão de ventre. Os opiáceos endógenos são neurotransmissores libertados naturalmente em determinadas partes do cérebro, quando temos uma qualquer experiência agradável como, por exemplo, quando rimos ou comemos um alimento saboroso; ou seja, os opiáceos aumentam o impacto hedónico dos estímulos. (Se bloquearmos (quimicamente) a reacção do cérebro aos opióides, os actos (ex: de comer) tornam-se menos agradáveis, conquanto não exerce qualquer efeito sobre as causas (ex: a fome)). Uma das endorfinas é a serotonina, cujas funções incluem o estímulo dos batimentos cardíacos, a indução do sono e o combate à depressão. A serotonina é também o neurotranmissor precursor da melatonina, a hormona que regula o sono.
Ligada ao desejo está a dopamina, um neurotransmissor com actividade inibitória que, dependendo da zona do cérebro onde actua e dos seus níveis de libertação, apresenta diferentes funções de dependência/recompensa. Contudo, a capacidade destrutiva do desejo é conhecida, como é o caso dos alcoólicos, dos consumidores de drogas, dos “compulsivos” do sexo ou do jogo, ou mesmo do poder… Os Portugueses são os maiores consumidores de antidepressivos na União Europeia (UE), revela o último Eurobarómetro sobre Saúde Mental divulgado pela Comissão Europeia. Um em cada sete Portugueses consumiu este tipo de medicamentos nos últimos doze meses, mais do dobro da média da UE (7%). Com a crise, prevê-se o aumento do consumo. Os dados referentes aos suicídios em Portugal não têm sido tornados públicos. O stress e os acontecimentos frustrantes da vida, podem hoje em dia, muito facilmente, provocar depressão. Quimicamente, a depressão é causada por um desregular na produção de serotonina e endorfinas, os compostos biológicos que nos dão a sensação de conforto, prazer e bem-estar, como já foi referido. As consequências são sintomas como desânimo, tristeza, auto-flagelação, perda do interesse sexual, falta de energia por actividades simples, incluindo a actividade laboral. A depressão acontece devido à diminuição da quantidade de neurotramismissores libertados, mas a bomba de recaptação e as enzimas continuam a trabalhar normalmente. Os neurónios receptores capturam menos neurotransmissores e o sistema nervoso funciona, também, com menos neurotransmissores do que seria normalmente necessário. Para o tratamento da depressão são então utilizados anti-depressivos que têm por objectivo inibir a captação de neurotransmissores e manter um nível cerebral elevado dos mesmos, de modo aos indivíduos reestruturarem o humor e portanto o sentido de prazer e o desejo.
A classe de antidepressivos actualmente mais prescrita no mundo (e também em Portugal) são os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) à qual pertence a fluoxetina, o famoso Prozac®. Ao inibir a captação de serotonina deixa-a em circulação, promovendo o bem-estar psicológico e físico das pessoas e o seu bom humor, promovendo também a felicidade. É hoje uma área de investigação em crescimento perceber-se o porquê do gosto e/ou do consumo (às vezes compulsivo) de certos alimentos e perceber-se qual a contribuição que têm para o bem-estar das pessoas, tendo em conta as suas necessidades químio-biológicas, ainda que temporárias. Não é por acaso que quando em stress, enervadas ou tristes, as pessoas recorrem mais ao consumo de alimentos como o chocolate, ou ricos em cafeína, a refrigerantes, a alimentos gordurosos, ricos em hidratos de carbono (pão, arroz, massas), ricos em ácido fólico (bróculos, feijão, citrinos), em minerais como potássio (vegetais de cores fortes), magnésio (abóbora, amendoim, cajú), selénio (noz e avelã) e em vitaminas C (papaia, frutas cítricas) e do complexo B (atum, frango, amendoim), pois são ricos em serotonina.
Outras vezes, consomem leite e iogurte, que são fontes de uma substância denominada triptofano (um aminoácido que estimula a síntese de serotonina) e, portanto, aumentam também a sensação de bem-estar. Além de estimularem a atividade cerebral, estes alimentos energizam as pessoas, contribuindo simultaneamente para o seu bem-estar no respeitante ao prazer e ao desejo. Ou seja, em vez de fármacos, inconscientemente, as pessoas usam alimentos aquando das suas carências! Contudo, muito do que hoje encaramos como prazer é, na realidade, a expectativa do prazer ou o desejo dele… Há hoje quem defenda que o desejo tem maior impacto no comportamento humano do que o prazer em si mesmo, porque o prazer termina com a saciedade, ao passo que o desejo continua a incitar-nos e não nos deixará cruzar os braços. Assim sendo, os nossos desejos impelem-nos constantemente à acção e acabam por nunca estar saciados. Ou seja, não existe uma tranquilidade perpétua/duradoura da mente, porque a vida em si mesma é movimento e mutação e nunca poderá existir sem desejo…
As escolhas de T´Chingange
PRECEITOS MODERNOS – Velhos quebrantos …
Monótona é a vida do perneta; andar sempre no mesmo pé.
Monangamba - trabalhador sem especificação, faz-de-tudo (por vezes pejorativo).
Por
T´Chingange
Hoje, tudo está tão cheio de tantas novidades, de tantas invenções que, as enxaquecas tal como os faniquitos se tornaram desusados e antigos desassossegos; coisas do tempo de se fazerem mesinhas e banhos quentes ou frios para eliminar quebrantos, maus-olhados de provocar torcicolos de longa duração a sogras. Ninguém mais fala dos responsos por alguém ao Santo António ou Santa Luzia. Já não se usa a mão-de-figas usada ao peito pendentes dum trancelim de ouro com 18 quilates, mais uma meia-lua de marfim e um chifre encastoado em ouro e uma estrela de David com cinco pontas para afugentar o mau-olhado mais o xicululu turco e receber bênção do árabe Alá e seu primo Oxalá.
Os ares agora são de afectada superioridade subestimando sem galanteio as acauteladas pessoas. É brega, dizem, pôr-se uma ferradura já gasta e preferencialmente de burro, atrás da porta de casa mas pelo sim, pelo não, mesmo não acreditando em bruxas vão dizendo que as há, há. Pessoalmente ando sempre com um dente de facóchero encastrado no canivete macgyver e uma nota verde de dólar com a cabeça grande de George Washington, na mala de viagem. Hoje não se acredita em coisa alguma, nos tempos idos de maleitas tísicas, moléstias furunculosas cheias de febre, de bexigas a que os doutores chamavam de “beribéri”. As comochamas que matavam de repentemente, parecendo castigo de benza-me Deus… Já não há tementes d´Ele e, poucos são os que rezam!
Ninguém se ajoelha ao bater das doze avé-marias, ficando até enfastiados ao menor dissabor dos decibéis do sino. As mulheres, moças ou moçoilas já não cobrem o rosto com pó-de-arroz nem beliscam as bochechas para avermelhar as maças do rosto. Os tempos de escrever em tiras de papel dobrado, um laço engenhoso com galhinho de alecrim ou alfazema enfiado no canto inferior direito, deu lugar ao namoro virtual com secretas mensagens de beliscar os mamilos da mente e, até mostrando suas virtuosas verrugas e piercings nos recônditos lugares sem lóbulos: Os tempos estão agora cheios de outras febres! Estamos feitos ao bife!
O Soba T´Chingange
CARIRI . JUAZEIRO DO NORTE – Por terras de Lampião - VI
Por
T´Chingange
Com suspiros de desejos insatisfeitos, compadeci-me, escutando a boa fé dos humildes, suas singulares estórias e, regressando de Juazeiro do Norte no Ceará cruzando o sertão do Cariri, cantamos aqui e mais além desses 520 quilómetros até Bom Concelho a bonita canção que nos zumbia ao ouvido a todo instante:
A vida aqui só é ruim
Quando não chove no chão
Mas se chover tem de tudo
De tudo tem de porção
Tomara que chova logo
Tomara meu Deus tomara
Só deixo o meu Cariri
No último pau-de-arara
Enquanto a minha vaquinha
Tiver a pele e o osso
E puder com o chocalho
Pendurado no pescoço
Vou ficando por aqui
E, que Deus do céu me valha
Só deixo o meu Cariri
No último pau-de-arara
Compadecidos dos amigos romeiros, escutávamos-lhe as boas fés, ingénuas de comovida sinceridade das simples estórias carregadas de ensinamentos misteriosos. Entre largas vistas e buracos desavisados na via, passamos a cidade de Salgueiro e após quilómetros de muita garoba, sabiá e um ou outro juazeiro, a Serra Talhada estava aí. Quantas recordações não teria o cangaceiro Lampião desta sua terra natal quando percorria todo o Nordeste com a desculpa de vingar seu pai, espalhando a arte do cangaço; entre aquelas carnaubeiras solitárias, os pindovais ermos e silenciosos e aqueles trémulos horizontes sem verdura. Aquela mesma árida paisagem que divisávamos nas altas lombas da estrada.
Até Arco Verde, podemos no galgar dos espaços, ver nas bermas muitas carcaças de burros, bois, raposas e até rolos de pedaços de indefinidos bichos mal cheirosos. No meio do quase nada surgia como num oásis um e outro motel com coloridos corações e nomes sugestivos de cê-que-sabe, bora-bora ou kátekero, locais acolhedores cheios de segredos conjugais e manhas múltiplas de fracos maridos; namorados traindo-se em fartos desejos semeando chifres no cú-de-judas; em verdade, casas de tiro aonde se matam desesperos, angústias, relações mal curtidas, remendos de amores imperfeitos ou descarga de consciência em troca de três vinténs. Mesmo num deserto a vida não pode parar.
O Soba T´Chingange
BRASIL . Festas e pretextos…
As escolhas de Kimbolagoa - por T´Chingange
O Brasil é alegre até o tutano; qualquer acontecimento de comemoração dá motivo a festa. A folia do carnaval tem início um mês antes da data do entrudo com os prefeitos das muitas cidades subsidiando o entusiasmo do povo, investindo milhares de reais em pompas de mostrar candidatos políticos ao povo. Inventam “ o ovo da madrugada” o “pinto da madrugada” o “galeto da madrugada” o “galo da madrugada” para poderem curtir mais cedo as festividades dedicadas ao velho deus dos Gregos, Saturno. A palavra "Carnaval" está relacionada com o deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "Carnaval", sendo que "carnis" em latim significa carne e "valles" significa prazeres. A darem largas ao entusiasmo, surge de todos os lados um aluvião de foliões formadas com velhos, moços, mulatinhos e negrinhas acompanhando caixas de som com movimentos lentos e ritmados de grandes e altos cabeçudos coloridos com grandes saias.
O largo fica que nem um ovo encharcado de gente que ri, discute, namora, ralha ou zanga-se com rega de sucos, cerveja ou água de coco. Moleques e tios mais velhos acorrem trazendo nas cabeças, imensas pilhas de cadeiras equilibradas, formando com elas grandes rodas ou dispostas ao longo do passeio da praça ou rua; aí ficam assentadas as famílias como um bloco apetrechado de caixas de isopor com sucos, cerveja, gelo ou água, potes com pastéis, cuscuz, biscoitos ou coxinhas de galinha. Todo este movimento de zoada de gente, com o som desordenado da pancadaria de bandas de música, pandeiretas, reco-reco, puíta, apitos mais os gritos de leiloeiros, do vendedor de picolé avulso e dos muitos camelós remexendo na inqualificável algazarra do povão.
Soltam-se balões de papel fino, alegrando periguetes de saia curta de chita com seus namorados buscando farfalho, vendendo ou comprando roletes ou caldo de cana, cerveja, garapa, doces ou pasteis com chupa de laranjas no meio do estalejar de bombas. Deslumbrante de luzes a imagem de Nossa Senhora dos Remédios faz sumir no céu uns raios de luz intermitente que se some no céu. Das barracas, saem tabuleiros de doce, trouxas de doce seco, corações de cocada, barcaças com camarão cozido, saladas e frascos de compota de caju, mangaba, sapoti, murici e goiabada. Desta apoteose, após o cair da noite o povo concentra-se numa contemplação mística bulindo o balanço do frevo, chanxado, tarrachinha ou samba e, após uma chuvada de luzes multicolores, termina a festa! É o carnaval de rua com gente que pragueja assanhada e exaltada aos trambolhões.
O Soba T´Chingange
"NA CACIMBA DA MAYANGA”– Um sonho estridulado...
Por
T´Chingange
Habituado às sestas preguiçosas da chácara da Manguaba, o zurzir do vento fresco nas aceradas folhas de altos bambus, ao viver amplo do paraíso de chinelos no pé, peito nu, embalado na rede pela vibração cheirosa do jasmim, saputi e mata lagunar, acabo por cuchilar de facto. Embora o sono seja vigiado por alguns micos, não impedem com seus guinchos o canto da cigarra do outro lado do mundo, aonde os trémulos horizontes de verdura bocejam o ar com embondeiros suplicando água ao céu. Um homem precisa de sonhar e, assim com abundância de enxúndias, até sonha com antigas realezas de N´gola voando e piando, como um gavião.
D. Afonso I, por graça de Deus, Rey do Congo e Ibundo, Cacongo e N´goio, daquém e de além Zaire, Senhor dos Ambundos e de Angola, d´Aquissama, Mussulo e Musuaru, de Matamba e de Muilo, do Mussuco e dos Anzicos, da conquista do Pungo Alumbo, etc… nomenclatura dinástica e nobiliárquica das grandezas do puto. Pois é, o Rey do Congo estava no sonho ladeando D. Manuel, Rey de Portugal e dos Algarves, Senhor d´Aquem e d´Além mar, blá…blá. Com vestimentas cheia de zingarelhos, cumprimentaram-se com mesuras junto à cacimba da Mayanga de Loanda.
Neste trecho de sonho não requisitado, lugares e tempo, deslocaram-se no espaço confundindo os momentos próprios do acontecido e, foi às margens do kwanza, o rio dos Mwene N´golas que a kianda Januário Pieter me explicou em sonho, ser este o rio da integridade Angolana apresentando-me o próprio N´gola Tchiloange Tcha Samba acabado de chegar de uma dura peleja em terras da Matamba. Com seus lábios grossos e olhos vivazes transpirando rudeza, balbuciou-me um Nga! Sakidilá!(Obrigado). Juro que ainda estou intrigado com esta ukamba (amizade)!
O Soba T´Chingange
CARIRI . JUAZEIRO DO NORTE – Por terras de Lampião - V
Por
T´Chingange
Passando por Serra Talhada do Cariri pude imaginar Virgolino Ferreira, vulgo Lampião encostado ao pau de sabiá, pilar de suporte à modesta palhota coberta a capim e feita em taipa, barros chapados a mostrar parte do ripado. Ligeiramente curvado e de cabeça inclinada, a figura do Padre Cícero apoiado em seu cajado, parecia recriminar com suaves palavras o modo desabrido de seu afilhado fazer do cangaço um modo de vida. De calças zuarte compridas e presas com atilho de couro entre os artelhos e joelhos, de olho esguelho rebrilhava sombras em seus óculos redondos. Os gestos, eram desconfiados para não trair hábitos de cabra matador; mastigava respostas inarticuladas a Padre Cícero com um sorriso de aflito.
Meu filho, dizia o paim Ciço, se tens um pingo de amor, reza o terço ao levantar de cada dia, penitenciando-te de tantos desvios aos mandamentos da lei de Deus, acrescentando em remate final. – Se tens a alma como tens teu corpo seco, podes dá-la ao diabo! Mas, paim Ciço, eu só me defendo desses macacos que cortam cabeças por prazer, só por matar, nós tamos só olhando pela vida, acrescentou. Lampião referia-se aos volantes e militares das forças regulares que eram enviadas em sua caça e sem contemplações, faziam o mesmo ou pior com todos que não dessem informações sobre ele; ninguém se sentia seguro a dar qualquer informação com medo de retaliações.
Enquanto isto, despendurou seu facão preso nas travessinhas de papardúba, acomodou o chapéu de espelhos e estrelas e sentiu a firmeza das fitas que suportavam seus alforges de viveres e munições envolvendo em cruz o pescoço; Pigarreou algo fungando sem clarificar uma resposta. -Tá ficando tarde, mi vou, sua bênção paim Ciço e, respeitosamente solicitou a mão daquele homem de vestes negras que após o beija-mão ali ficou muito cheio de resignação e humildade vendo seu afilhado afastar-se para o lugar das grotas; era ali que seus companheiros cabras do cangaço, de atalaia, o esperavam. A partir desse dia, ao romper do dia rezavam no mínimo um pai-nosso e uma ave-maria solicitando à virgem das Dores boa sorte no seu trabalho de tocaiar gente de posse. O homem do clarim tocou a saída e, vestidos de couro e coragem lá se foram Cariri afora na direcção de Mossoró.
O Soba T´Chingange
QUINHÕES DE TERNURA . A Amélia de Benguela
Por
T´Chingange
Aconteceu encontrar-me com uma senhora angolana, natural de Benguela em casa de um casal amigo. De entre nós os cinco, quatro saímos de Angola na famigerada ponte descolonizadora, um võo sem retorno e, com bilhete grátis. Falamos dos tempos antigos sentindo renascer essa obscura mágoa de nossos desterros enrolados num desejo alegre de continuar a vida. Sem falar dos pretos cangueiros, esta senhora morena e mestiça, falou dos quinhões de ternura de gente que se tornou família terminando com a curta frase: - O passado, passado! Ora, adeus! Foi um tempo para ficar fechado como um ovo, um ovo choco que já na casca denunciava a podridão interior e nós éramos os pintos sem o saber.
Amélia descreveu coisas que não me atrevo a acreditar porque em esse tempo de periclitâncias, finais da descolonização aqui e além a mensagem passava. Ela disse ter visto seus pais enforcados em uma praça rodeada de acácias rubras, que o pai era do MPLA e a mãe adepta da FNLA. Não fiz caso desta exuberância, mistura de ficção própria de uma adolescente com 13 anos que no trajecto de aflição, aceita qualquer sonho desde que o caminho lhe pareça mais curto; a fantasia às vezes conduz à mentira tapando-se assim angústias ou infortúnios com visões dantescas de meter dó.
: Chico Buarque
Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela
Será que a morena cochila escutando o cochicho do chocalho
Será que desperta gingando e já sai chocalhando pro trabalho
Será que no meio da mata, na moita, a morena inda chocalha
Será que ela não fica afoita pra dançar na chama da batalha
Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Passando pelo regimento ela faz requebrar a sentinela
Será que quando vai pra cama a morena se esquece dos chocalhos
Será que namora fazendo bochincho com seus penduricalhos
Será que ela tá caprichando no peixe que eu trouxe de Benguela
Será que tá no remelexo e abandonou meu peixe na tigela
Será que quando fica choca põe de quarentena o seu chocalho
Será que depois ela bota a canela no nicho do pirralho
Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Eu acho que deixei um cacho do meu coração na Catumbela
Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Morena, bichinha danada, minha camarada do MPLA
Com exuberância de mulata assanhada descreveu-se como uma m´boa, com tudo no lugar e dando boleia em seu popó Mercedes Benz a todos os maluqueiros ofertadores de carona; Rejeitava as boleias dizendo estar à espera do seu Mercedes tratando-se do ônibus. Esta senhora Amália em uma amizade de duas horas encontrou à-vontade para me afagar a redonda careca, o pêlo curto e sedoso tratando-me por tu, como se fossemos amigos de há sessenta e nove anos; estupefeito com este inusitado carinho, entendi de truz o imaginário percurso trambolhado tão cheio de mentiras, ficcionadas para superar torpezas. Pode tentar-se mas, é insensato ensinar a tolice e imperdoável ridicularizá-la. Amélia, Amélia! A vida é assim, um dia de cada vez, desbravando aventuras avulsas nesta floresta social que nos envolve suavemente em estranhos fluidos.
O Soba T´Chingange
FILHOS –Solicitude de amor…
Por
T´Chingange
Debruçado no fundo dos meus sonhos, reconstruo o meu ideal menos espiritual, mais humano, mais susceptível a entender o afincado celibato dum filho primogénito que apesar das suas prósperas circunstâncias falam dele com “desleixo”, como se de forma definitiva se tenha entregue nas mãos do Espírito Santo sem experimentar o corredor da vida, o calvário ou a felicidade. Impressiona algum ar de súplica ou resignação a tão submisso eterno ar de piedade, tão dedicado às coisas nobres do mundo, tão passivo, tão pobre-rapaz, tão besta de carga que nunca se dispôs a olhar o futuro com boa ou desavinda mulher que lhe lave a roupa e lhe dê carinhos de deixar prole sem ter de recorrer a afinidades colaterais sem consanguinidade.
O primogénito filho deveria unir os seus pecúlios com quem não sinta nele o cheiro azedo de suas roupas, a catinga do seu esforço, as feromonas de sua estirpe de especial ADN. Ninguém, em caso algum, levantará a mão sobre ele, sem experimentar a repugnância de covardia; e, isto também me tolhe na prole, um neto branco, uma neta parda, o que Deus mande. O tempo ao tempo dá comigo a fitar muito cheio de resignação os bordados da mesa que, muda, nada diz aos meus anseios. Mas que raio, por onde andará essa santinha, minha futura nora, que não vê esse namorado de truz, esse coração de leão que faça com ele Pedro, a sopa da pedra, com os condimentos de frade que a lenda reza.
Porque não tem olhos mortiços, beiços grossos, nariz achatado nem cicatriz de meter medo, esparralho ao vento suspiros de canseira. Gostava deveras, que uma certa e santa criatura de saias, pintasse as travessinhas paranóicas do telhado de Pedro, que lhe arregaçasse as sobrancelhas, lhe derramasse um olhar de chispar faísca e o fizesse debruçar de vez o parapeito da janela para desbundar a vida sem esse claustrofóbico negrume; que limpa, perfumada, bem vestida, com suas mãos macias, lhe cortasse as unhas da timidez na completa solicitude de amor materno.
O Soba T´Chingange
ANGOLA – O TABAIBO ALBINO – Me chamam assim…
Por
Dy - Dionísio de Sousa (Reis Vissapa)
Quem o alcunhou desta maneira tinha um carradal de razões, eu pessoalmente nunca cheguei a saber o seu verdadeiro nome nem sequer se alguma vez o teve. Escorreito como uma maçaroca, a carapinha loira, as pestanas e sobrancelhas quase invisíveis na moldura facial avermelhada, umas calças sem cor onde faltava metade do tecido numa das pernas e uma espécie de camisola de linha que deixava dúvidas se era mais buraco que pano. Encontrámo-nos nuns terrenos que ladeavam a antiga estrada para a Mapunda ali para os lados onde morava a Laurinda, rapariga que embora não tivesse sido bafejada pela mão de Deus em matéria de beleza já tinha uma aceleração invejável para a época. Habitavam ali em harmonia umas tantas tabaibeiras namorando mirangoleiros de frutos negros que sobressaíam por entre as folhas do arbusto espinhoso. Por alguma razão que desconheço o Divino sempre colocou alguns entraves na obtenção dessas frutas exóticas. Eu bem queria chegar às frutas em forma de barril de cor amarela pôr-do-sol que se encontravam no alto do cacto mas sem sucesso.
Pedrada e uns paus secos de maior dimensão não lograram atirar nenhum dos tabaibos ao chão. Foi quando ele se aproximou de mim com um ar de cachorro vadio, empunhando uma vara de cerca de cinco metros com um prego ferrugento espetado no extremo mais delgado. – Não faz assim, eu ajudo-te a apanhar. Disse-me com um sorriso tímido quase evaporado no seu rosto onde sobressaíam aqui e ali pequenas escamas. Após estas palavras elevou a vara por cima da tabaibeira e espetou o prego no topo de um dos barrilinhos tentador torcendo-o e trazendo-o em seguida para o chão. Dirigi-me ao fruto com sofreguidão quando ele avisou. – Não pega que tem picos vou-te ensinar como é. Fez rebolar o fruto com a sola do pé no capim rasteiro e eu pensei para comigo que ele era capaz de apagar beata com toda a descontracção. Retirou um canivete do bolso que milagrosamente não estava roto, fez dois lenhos nos extremos do fruto e um corte na transversal e ofereceu-me a polpa tentadora recheada de pequenas sementes na palma da mão. – Tive um momento de hesitação perante o estado da sua mão semelhante ao da face. – Eu lavei as mãos na mulola, podes comer à vontade. Disse-me percebendo os meus receios.
Comi aquele e muitos mais e arranjei um entupimento que só voltou ao normal com Broklax um laxante que em tempos e por ter sabor e parecenças com o chocolate me fez correr para a sanita durante dois dias seguidos. Além disso arranjei um amigo. – Como te chamas? Perguntei-lhe já com o bandulho atestado. – Me chamam de Tabaibo. Disse-me tranquilamente. - Tabaibo? Não te deram outro nome? Perguntei com alguma ironia. – Não sei se deram, todos me chamam de Tabaibo. – Então o teu pai e a tua mãe? – Insisti. – Minha mãe morreu há muito tempo parece que foi quando eu nasci e o meu pai, eu não conhece mesmo. Não houve qualquer mágoa ou ressentimento na resposta. – Então onde é a tua sanzala? – Era lá na serra ao pé da capela de Santo António mas já não é mais. – Informou-me encolhendo os ombros. – Já não é mais porquê? Voltei à carga curioso. – Me expulsaram quando eu era mais pequeno. Disseram que eu dou mesmo má sorte porque nasci assim albino e ninguém queria chegar perto de mim e assim eu vim embora. – Disse-me com o ar mais natural do mundo. – Então onde moras agora? – Moro mesmo por aí. Disse-me estendendo a mão para o mato circundante. – E então comes o quê? – Eu como tabaibo, mirangolo, goiaba, nocha e às vezes caço uma rola ou uma tchirikuata com a minha fisga ou apanho uma sardinha ali na mulola. - Mas olha lá tu não me disseste o teu nome. – Interpelou-me. - Tens razão, olha o meu nome é António Rocha mas os meus amigos só me chamam de “Nocha”, acho que é porque eu tenho esta cara redonda e a pele assim meio escura.
Sorriu achando piada à minha alcunha e rematou. – É isso cada um tem a pele que Deus lhe deu mas parece que a minha dá má sorte. – Não dá nada Tabaibo. Então se tu não tivesses aparecido eu não tinha comido o monte de tabaibos que embuti. – Confortei-o. – Bem eu não sei se amanhã tu vais pensar o mesmo? Advertiu-me perante a minha gula. Claro que sentado na sanita pela décima oitava vez recordei o meu novo amigo mas não me passou pela cabeça deitar-lhe as culpas pela minha oclusão intestinal. Fomos amigos durante alguns anos e ainda lhe perguntei se ele não queria ir trabalhar para a minha casa. - Podias ir buscar o “Terno” à pensão da D. Júlia e ajudar nos recados. Mas olha: - Disse-lhe eu depois da oferta de emprego. - Não podes ficar a jogar à bola de meia lá com os outros kandengues e a marmita ficar esquecida no capim. Adverti na brincadeira. – Obrigado Nocha mas nem os meninos pretos nem os brancos jogam à bola comigo, sabes…, dou azar. Hoje lembro-me do Tabaibo, da sua simpatia num rosto de má inspiração, da segregação e penso para comigo afinal cada um nasce com a pele que Deus lhe deu, cabe a todos nós ler-lhes a alma.
:::: As escolhas do Soba T´Chingange
CARIRI . JUAZEIRO DO NORTE – Os Ranchos do Padre Cícero - IV
Por
T´Chingange
Juntando periclitâncias de ricos e manhas de fracos em romeira confraternização, os mistérios da mente no mundo espiritual, compadecem-se debuxados no fundo de seus sonhos ou suas crenças de ingénua comoção; as desventuras confrangedoras dos humildes, misturam-se com lamechas de gente ruim que fingem nas queridinhas palavras, amores perversos. O personagem do padre Cícero, está tão ligada à história do Juazeiro que dar a conhecer a sua passagem por ali, nos cerca de noventa anos de sua vivência, quase nada fica dissociado dele entre o período de entre 1872 e 1934. Para se ter uma noção exacta das secas do Cariri, terei também de me reportar aos anos de 1914 e 1915.
No ano de 1914, rebenta em Juazeiro uma revolução emancipalista colocando em guerra romeiros marretas contra tropas legalistas enviadas de Fortaleza, capital do Ceará, gente volante com militares de zuarte azul a quem os romeiros chamam de macacos. Nesta contenda as forças marretas, bem entrincheiradas derrotaram os mais de mil macacos e, em assembleia elegem Dr. Floro Bartolomeu, o chefe rebelde dos romeiros, como Presidente do estado de Ceará; padre Cícero Romão era a segunda figura deste governo como Vice-presidente. Esta pequena guerra que envolveu quase todo o povo de Juazeiro, impediu que fosse feito o amanho das terras e, alguns deram-se à revelia com armas que virando bandoleiros debilitaram a já frágil ordem pública.
Lampião - Nascido no Cariri - Serra Talhada
À desordem produzida por bandos armados juntou-se a seca que se prolongou até finais do ano de 1915. Muitos tiveram que imigrar, outros ficaram enfrentando a macambira, a mucunã e o miolo da macaúba; a massa que se reserva debaixo da primeira casca do coco monondongo, era retirada para fazer a espécie e comer com leite do mesmo coco. Muita gente morreu de fome pelas calçadas; comiam gato, cachorro, rato, cassacos e outros bichos rastejantes. Convêm lembrar que a chapada do Araripe, foi o verdadeiro celeiro dos romeiros que ali faziam suas lavras, plantações de macaxeira; foram eles, a mandado do padre Cícero, os sem terra, romeiros de então, que desbravaram e cultivaram aquela serra tão rodeada de secura. Naquela seca de 1915, ali morreram de fome cerca de mil cearenses e, mais de quarenta mil tiveram de procurar outras terras para sobreviver. “ Ó que caminho tão longo, cheio de pedras e areia! Valeu-me meu paim Ciço e a Mãe de Deus das Candeias”.
O Soba T´Chingange
CARIRI . JUAZEIRO DO NORTE – Os Ranchos do Padre Cícero - III
Por
T´Chingange
As varandas compridas e sem forro no tecto, deixam ver ripas e caibros que sustentam as telhas; à mingua de sol e no canto dos fundos está uma estrutura de máquina Singer a fazer de mesa tendo em cima dois vasos com plantas de pimenta cujos frutos de jindungo, grandes, vermelhos de luzidio plástico, contrastam com o verde de suas folhas também de plástico. Aqui, no Juazeiro parece que o tempo parou deixando um legado de escravos devotos ao paim Ciço e Nª Sra das Dores com virtuosas senhoras extremadas em religiosidade; matutas e mamelucas emolduradas em seus rostos enrugados e macilentos arrastam seus sessenta anos com batalhões de moleques e cacaréus de defuntos passados. Os paus-de-arara, cobertos de lonas esticadas vão chegando pelo dia e noite adentro, carregados de gente garrida e apitando buzinasso contínuo nas proximidades da matriz até acostarem nos seus parques de destino.
Os muitos romeiros e comerciantes de facto e ocasionais, circulam em aperto entre bugigangas, rosários, candeias de lata, tachos e copos santificados por benzedura, o padre Damião e santos vários, destacando-se em variados tamanhos a figura do Padre Cícero com batina branca ou preta. As lojas por atacado vendem também roupas e fazendas a crédito e até panelas de pressão em segunda mão. Um Deus nos acuda de gente muito cheia de escrúpulos de sangue querendo ver ao pormenor os milagreiros mistérios da beata negra, filha e neta de escravos toda ela serviçal às causas nobres de Deus, Nª Sra das Dores e seu paim Ciço.
Na noite de 29 para 30, choveu mas, isso não foi impedimento de um casal pernoitar ali, junto às arcadas do adro da basílica cobertos somente com um plástico preto; ouvi vozes saindo de dentro daquele amarfanhado volume transpirado de vapores condensados à mistura com chuva santa de Deus de Cariri e paim Ciço. Na igreja do Socorro, não muito distante da Matriz as muitas pessoas de joelhos, rastejando, tentam alcançar o túmulo do padre Cícero Romão Batista com as mãos, pés e coisas, pertences que desejam serem abençoadas. A lápide do túmulo fica no altar, rodeada por um varandim em ferro trabalhado. Tivesse Arquimedes a fé desta humilde gente e, suas alavancas mudariam o mundo pondo o Cariri sob chuvas perenes.
O Soba T´Chingange
CARIRI . JUAZEIRO DO NORTE – Terra do Padre Cícero - II
Por
T´Chingange
O padre Cícero retornou de Roma a Juazeiro tendo a decisão do Vaticano sido revista dando continuidade à excomunhão, porém, décadas depois, o bispo Dom Fernando Panico sugere que a excomunhão não chegou a ser aplicada de facto (há aqui um mal explicado mistério de sacristia). Em 1973, o Padre Cícero Romão, foi canonizado pela Igreja Católica Apostólica Brasileira. Actualmente, Dom Fernando conduz o processo de reabilitação do padre Cícero junto ao Vaticano. Entre os dias 29 de Janeiro e 2 de Fevereiro deste ano, um milhão de pessoas acolheu-se em pousadas, casas particulares ou ranchos de acolhimento ao redor das Igrejas Matriz Nª Sª das Dores e da capela do Socorro.
Debaixo do calor intenso superior a 32 graus, as pessoas amontoam-se em pequenos espaços dormindo uma grande parte, em redes suspensas ao longo de varandas, corredores e sacadas. Vêem-se sacolas por tudo quanto é canto e, as mulheres mais velhas levam seu tempo à frente de fogões colectivos à volta de panelas e fazendo café, todos ao molhe e fé em Deus, como quem diz, paim Ciço. Durante os cinco dias de programação, os romeiros, distribuem-se entre as igrejas Matriz, Socorro, Salesianos e Franciscanos carregando sacolas de compras diversificadas tais como panelas novas ou usadas, cêdes de forró, rosários, santos fosforescentes e pomadas de sucuri que curam todos os males e maleitas.
Na ida ao alto do horto aonde se situa a estátua alta e branca da figura do Padre, minha mulher, seguindo a tradição e crença do povo, deu duas voltas ao grande cajado (talvez 10 metros)eito de concreto e, tendo feito isto com os óculos de ver pendurados na barriga, dali trouxe a maior recordação; mais tarde ficando na dúvida de onde poderiam ter sido feitos aqueles muitos riscos na lente e dando voltas ao pensamento fui eu que descobri ter sido ali, entre o cajado e a batina do prior, o acontecido; ele-há-coisas, um milagre. Há males que vêm por bem, foi ao médico renovar as dioptrias e trouxe de lá mais um par de cataratas. Tudo tem uma explicação!
O Soba T´Chingange
CARIRI . JUAZEIRO DO NORTE – Terras do Padre Cícero - I
Por
T´Chingange
Em romaria a terra do Juazeiro aonde padre Cícero exerceu sacerdócio na segunda metade do século XIX, soube do quanto ele foi figura polémica acabando por ser excomungado pelo Senhor Bispo de Fortaleza Dom Joaquim José Vieira no ano de 1892. Nem mesmo depois de ter sido absolvido pelo Papa Leão XIII em 1898, o Bispo Joaquim Vieira, permitiu que ele celebrasse missa em Juazeiro. Proprietário de terras, de gado e de diversos imóveis, Cícero fazia parte da sociedade e política conservadora do Sertão do Cariri. Tendo sempre a seu lado o Doutor Floro Bartolomeu como braço direito, integravam por assim dizer, o sistema político Cearense sob o controlo da família Accioli por mais de duas décadas.
De todo o Nordeste e em momentos de romaria, surge gente aos milhares a prestar rogo ao seu padrinho. Foi a partir dos atribulados milagres à beata Maria de Araújo no ano de 1889, que a vida de sacerdócio do Padre Cícero começou a ficar atribulada. Durante uma missa por si celebrada, a hóstia ministrada à religiosa transformou-se em sangue em sua boca. Segundo relatos, tal fenómeno repetiu-se por diversas vezes e durante cerca de dois anos. Rápidamente se espalhou a notícia de que acontecera um milagre em Juazeiro. Padre Cícero tinha sido ordenado padre a 30 de Novembro de 1870. Após sua ordenação e, enquanto o bispo não lhe dava paróquia para administrar, ficou no pequeno povoado do Crato a ensinar latim no Colégio Padre Ibiapina.
Aqueles milagres da hóstia ensanguentada não foram bem aceites por seu superiores em Fortaleza pelo que foi criada uma comissão de médicos para assistir ao facto e dar seu parecer, A 13 de Outubro de 1891, essa comissão encerrou as pesquisas chegando à conclusão de que não havia explicação natural para os factos ocorridos, pelo que só poderia ser mesmo um milagre. Insatisfeito com o parecer da comissão, o bispo Joaquim Vieira, nomeou uma nova comissão para investigar o caso tendo como presidente o padre Alexandrino de Alencar e como secretário o padre Manoel Cândido. Esta segunda comissão concluiu não haver milagre em tal ministério, mas sim um embuste; aquele ministério tratava-se de uma arte chamada simplesmente de mistério e assim ficou até os dias de hoje, sem a aceitação do veredicto popular. Mesmo ao lado da Igreja de Nossa Senhora das Dores, em um rancho do padre Cícero, um mukifo a preço d´oiro, num quente, grosseiro e humilde zunzum, por ali andei verificando o quanto a crença dum povo tem sua força.
(Continua…)
O Soba T´Chingange
O PREÇO EXATO DE UM MILAGRE
Escolha de
T´Chingange
Uma garotinha foi para o quarto e pegou um vidro de geléia que estava escondido no armário e derramou todas as moedas no chão. Contou uma por uma, com muito cuidado, três vezes. O total precisava estar exatamente correto. Não havia chance para erros. Colocando as moedas de volta no vidro e tampando-o bem, saiu pela porta dos fundos em direção à farmácia Rexall, cuja placa acima da porta tinha o rosto de um índio. Esperou com paciência o farmacêutico lhe dirigir a palavra, mas ele estava ocupado demais. A garotinha ficou arrastando os pés para chamar atenção, mas nada. Pigarreou, fazendo o som mais enojante possível, mas não adiantou nada. Por fim tirou uma moeda de 25 centavos do frasco e bateu com ela no vidro do balcão. E funcionou!
- O que você quer? - perguntou o farmacêutico irritado. - Estou conversando com o meu irmão de Chicago que não vejo há anos -, explicou ele sem esperar uma resposta.
- Bem, eu queria falar com o senhor sobre o meu irmão -, respondeu Tess no mesmo tom irritado. - Ele está muito, muito doente mesmo, e eu quero comprar um milagre.
- Desculpe, não entendi. - disse o farmacêutico.
- O nome dele é Andrew. Tem um caroço muito ruim crescendo dentro da cabeça dele e o meu pai diz que ele precisa de um milagre. Então eu queria saber quanto custa um milagre.
- Garotinha, aqui nós não vendemos milagres. Sinto muito, mas não posso ajudá-la. - explicou o farmacêutico num tom mais compreensivo.
- Eu tenho dinheiro. Se não for suficiente vou buscar o resto. O senhor só precisa me dizer quanto custa.
O irmão do farmacêutico, um senhor bem aparentado, abaixou-se um pouco para perguntar à menininha de que tipo de milagre o irmão dela precisava.
- Não sei. Só sei que ele está muito doente e a minha mãe disse que ele precisa de uma operação, mas o meu pai não tem condições de pagar, então eu queria usar o meu dinheiro.
- Quanto você tem? - perguntou o senhor da cidade grande.
- Um dólar e onze cêntimos -, respondeu a garotinha bem baixinho. - E não tenho mais nada. Mas posso arranjar mais se for preciso.
- Mas que coincidência! - disse o homem sorrindo. - Um dólar e onze cêntimos! O preço exato de um milagre para irmãozinhos! Pegando o dinheiro com uma das mãos e segurando com a outra a mão da menininha, ele disse: - Mostre-me onde você mora, porque quero ver o seu irmão e conhecer os seus pais. Vamos ver se tenho o tipo de milagre que você precisa..
Aquele senhor elegante era o Dr. Carlton Armstrong, um neurocirurgião. A cirurgia foi feita sem ônus para a família, e depois de pouco tempo Andrew teve alta e voltou para casa.
Os pais estavam conversando alegremente sobre todos os acontecimentos que os levaram àquele ponto, quando a mãe disse em voz baixa: - Aquela operação foi um milagre. Quanto será que custaria? A garotinha sorriu, pois sabia exatamente o preço: um dólar e onze cêntimos! - Mais a fé de uma criancinha.
Em nossas vidas, nunca sabemos quantos milagres precisaremos. Um milagre não é o adiamento de uma lei natural, mas a operação de uma lei superior.
As opções do Soba T´Chingange
GENGIBRE – O sumo de manutenção ideal
Porque estou a ficar obeso, lembrei-me hoje de publicar coisas que poderão também fazer bom efeito a meus antigos kambas da Maianga, e em verdade, para quem quiser. Cativeiro de meus espaços, rodeado de samambaias, imbuzeiros e uma vasta mata de garoba, troco ideias com meus obstinados silêncios. Uma perspectiva de daqui, extrair sentimentos.
Ingredientes:
- 8,5 Copos de Água
- 1 Pepino grande
- 2 Limões
- 150 Gramas de folhas de hortelã
- 150 Gramas de gengibre
Providencie um jarro de vidro onde vai colocar os ingredientes. Descasque o pepino, o limão e um gomo de gengibre. Corte em fatias bem finas. Esmague as folhas de hortelã. Passe tudo para o jarro, e adicione a água. Tampe, e reserve. Poderá colocar no frigorífico, ou deixar em temperatura ambiente, se preferir. A preparação deve ser feita a noite, e só consumida no dia seguinte, para dar tempo de que ocorra a mistura necessária entre os ingredientes. Vai beber esta água preparada todas as vezes que sentir sede, ou fome. Também deverá consumi-la em horários específicos: meio copo em jejum, e 1 copo meia hora antes das principais refeições. O segredo
Essa água preparada vem fazendo muito sucesso, sendo recomendada por dietistas. O segredo de sua eficácia está mesmo nos ingredientes. O pepino, por exemplo, é excelente para a hidratação, mantém a temperatura interna do corpo sob controlo, é fonte em fibras dietéticas, alivia indigestão, e é fonte de potássio e magnésio. O limão é rico em ácido cítrico, cálcio e Vitamina C, pectina, flavonoides e limoleno. Entre tantas outras qualidades como fruta medicinal, previne a prisão de ventre e o inchaço, além de que promover a limpeza interna do corpo.
O gengibre possui propriedades anti virais e anti fúngicas, acelera o metabolismo, e melhora o sistema digestivo. As folhas de hortelã eliminam toxinas, limpam o sangue, aceleram a digestão de gorduras, tratam infecções gástricas e estimulam a secreção biliar.O detalhe é que não adianta nada beber esta água e continuar comendo excesso de gorduras e frituras. Modere nestes itens se quer mesmo dar adeus a barriguinha. Beba pelo tempo que considerar necessário.
Maianga: Um bairro antigo de Luanda e, aonde há sempre, um mussendo para contar.
O Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
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KIMANGOLA
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KITANDA
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