Quarta-feira, 30 de Setembro de 2015
MALAMBAS. CII

TEMPOS CINZENTOSUma conversa pequena de uns pedaços de hoje e ontem …

Malamba é a palavra

Por

t´chingange.jpegT´Chingange

ciga2.jpgIsto de políticos em campanha trazem-nos coisas bizarras de bastantes inverdades com Costas e Coelho de permeio, tentando cada qual fazer passar a sua mensagem; até que podiam chegar a um entendimento permitindo dividir a pobreza entre todos nós, uma vez que já nos acostumamos a não ser ricos. Sabemos até de antemão que, quando é para dividir as riquezas tudo fica mais difícil, nem exige imaginação; dividir a pobreza é coisa bem mais fácil.

dia54.jpg E, vamos por isto ou aquilo experimentar novas fórmulas de dividir o PIB, arriscando-nos a novas experiências socialistas ou comunistas? Haverá muitos cegos e muitos estúpidos a querer atingir o impossível com as mãos cheias de nada. Claro que o impossível morreu de velho; eu próprio estou cheio de evasivas cerzindo ideias de intenção e como pessoa civilizada, reinvento-me sem ser ressarcido de falhas antigas bem maiores! Nem é difícil imaginar com que massa estaladiça é feita a minha opção, mas terei de contar aqui o desaforo ocorrido ontem mesmo e, em minha kubata.

junho3.jpg Um mais-velho e amigo, colado à esquerda, viu em cima de minha mesa uns impressos da Coligação Portugal à Frente com Passos e Paulo e, eis quando este dito cujo me diz com desfaçatez: - Olha, tens aqui estes palhaços!? Assim sem tirar nem pôr desrespeitando o meu suposto enclave… Respondi-lhe às direitas que foram os CTT que ali puseram em minha caixa de correio e que os leria sim, seu programa mais tarde! – Ái, eu já os tinha rasgado e deitado ao lixo! Disse ele sem preâmbulos… sabendo de antemão ser eu um simpatizante do bom censo. Sempre soube das suas intuições esquerdistas, sempre amorteci as sacanices com aprumo mesmo não havendo nenhum pacto social firmado em cartório. Para quê então estragarmos a eternidade nestas poucas coisas da vida.  

homologado.jpg  Não achei certo este proceder mas cordato, sem o ferir fui-lhe dizendo que não os usaria como acendalhas porque tinham tinta toxica mas já tinham o meu voto para o dia quatro. Ora se os demais podem dizer impropérios, sendo assim, também me posso rever dizendo a quem pensar diferente que por vezes tenho de falar dos meus ensejos, minhas fábulas sem permissão das fomes, abastanças ou misérias dos outros, entre outros conceitos. Por vezes a carne parece-me estar rançosa ou demasiado seca mas as minhas vontades não as abdico! As dores prolongadas fazem-nos cruéis! Ponto Final!

O Soba T´Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 21:46
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Terça-feira, 29 de Setembro de 2015
MUJIMBO . IC

ANGOLAFRAUDE ELEITORAL? - ISTO É O QUE AINDA NÃO PERCEBI DA OPOSIÇÃO POLITICA E DOS ANGOLANOS...!

Por

vumby0.jpgFernando Vumby - (Fórum Livre Opinião & Justiça)

vumby01.jpg Se os vários factos relatados vezes sem conta nos confirmam de que houve sempre fraude eleitoral, o que significa que este regime não é legítimo, então por que razão até a oposição política respeita este regime e se relaciona com ele como se estivesse á lidar com um regime que eles reconhecem e consideram como legal? E, pior do que isto como se aceitam leis que são claramente contra os interesses da maioria criadas para salvaguardar interesses de grupos, familiares e um amontoado de delinquentes COM vestes de governantes?

vumby5.jpg Ou os processos eleitorais foram sempre de acordo com as normas constitucionais já que segundo alguns (políticos) o problema não é a constituição mas sim a falta do seu cumprimento e ficaremos então todos calados, porque o regime, afinal é legítimo. De contrário não vejo razão para essa excessiva, escandalosa, medrosa e humilhante obediência a tudo que é decretado por um grupelho de corruptos treinados e inspirados para assaltos aos cofres públicos e assassinatos...

vumby9.jpgQuanto a estes contornos de obediência, teremos de nos indagar pelo facto de todos se conformarem com os roubos, com os julgamentos encomendados e motivos fabricados segundo o estatuto politico e social da vitima, com os assassinatos, os acordos dúbios e com essa governação constituída por famílias, conhecidos, amigos e uns tantos estrangeiros enfiados no meio mascarados de nacionais?

vumby01.jpgPara reforçar o pronunciamento de Rafael Marques, chegou sim, a hora de assumirmos o nosso papel como cidadãos deste país; e o nosso papel não é este de parvos que aceitamos tudo , cruzando os nossos braços porque temos medo de morrer ou porque dá mais jeito sermos todos ao mesmo tempo heróis vivos famosos... Que se atire á primeira pedra para o ar...

Fernando Vumby

As escolhas do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:27
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Segunda-feira, 28 de Setembro de 2015
MOKANDA DA LUUA . XL

ANGOLA - O EMBONDEIRO MÁGICOÁfrica, é uma bênção e um veneno!

Por

DY0.jpgDy - Dionísio de Sousa  (Reis Vissapa) - África, é uma bênção e um veneno! - Foi dele que ouvi esta verdade tão marcante em nossas vidas! Autor de “Ninguém é Santo” escrito para todos os Angolanos que amaram e amam a terra que os viu nascer ou crescer…

Foi dos contos que mais gostei de escrever.

embo0.jpg Do meu pai herdara metade da cor da minha pele, o desapego total pelo dinheiro, um profundo amor por África e uma Bedford velha. Da minha mãe a outra metade da cor, o conhecimento das mil mezinhas possíveis de fabricar com a flora africana e o gosto pelo encantamento dos matos, dos rios, das aves e dos animais selvagens e o Molas sobrinho da minha velha e ajudante do meu pai. O meu velho deixara uma terriola no Alentejo profundo no princípio dos anos vinte e com quinze anos rumara para Angola com uma carta de chamada na mão. – Esta é a minha terra, a minha família e o meu sonho de menino. Dizia isto denotando um profundo desinteresse por Portugal e nada do que lhe dizia respeito o emocionava. A minha mãe teimou toda a vida, contra a minha vontade em chamar-me. - Menino Rodolfo para aqui, menino Rodolfo para ali -Dava a ideia que eu não tinha saído das suas entranhas. Quando o velho ficou entravado, tratou dele com um esmero e um carinho inultrapassáveis.

embo1.jpg Foi nessa altura que peguei na carripana e comecei a transportar malas de peixe seco do Tombua para o Cuanhama. Ainda hoje não percebo porque diabo era proibido a sua comercialização e éramos perseguidos ferozmente pelos fiscais do governo. O meu pai ensinara-me como trocar as voltas a esses “Tratantes”, epíteto dos mais meigos que ele usava quando se lhes referia. Usávamos picadas alternativas onde a fiel Bedford resfolegava como um cão com asma, gemendo desesperada no barro negro. Foi numa dessas viagens em que num repente o céu azul se transformou num amontoado de nuvens negras que pronunciavam chuva da grossa que o diferencial foi à vida, algures entre a Cahama e o Katekero. O Molas com o desalento de negro que leva “ tampa” em rebita, tirou o arame que prendia a porta do seu lado e com metade de um saco de farinha a servir de capa confirmou a desgraça.

embo2.jpgO barro peganhento tinha derrotado a tenacidade da velha camioneta, que jazia como um couraçado semi afundado no lago de lama e água barrenta em que se transformara a picada. O Molas não perdeu tempo e agarrou nos “Nonkakos” e zarpou em direcção ao Chipelongo para conseguir ajuda. À segunda noite abandonei a cabina e munido do kamberiquito instalei-me num embondeiro de dimensões inauditas. Um raio cavara-lhe uma pequena gruta no tronco grotesco e rugoso e ali me aconcheguei com a natureza. A lua prateava-me o abrigo improvisado quando ele entrou lindo de morrer, os olhos fitando-me com uma ternura indescritível sob as pestanas sedosas. O pelo argênteo realçava-lhe a elegância dos quartos traseiros e quando se enroscou com terna confiança junto às minhas botas parei de respirar com medo de quebrar a magia do momento.

luis7.jpg Foi então que entrou a fêmea, uma Caínde temerosa abanando a cauda com o nervosismo de quem olfacta o desconhecido. Dormimos os três na cumplicidade daquele embondeiro mágico. Enterrei o meu pai e a minha mãe um quase a seguir ao outro, e a velha Bedford desfez-se em ferrugem no telheiro improvisado no quintal da casa dos meus velhos, lá para os lados do Chipelongo. O progresso, o asfalto, e os interesses abomináveis de alguns mataram a aventura da picada e do peixe seco tal como tantos outros pecados cometidos pelos senhores continentais que ditavam a lei e a impunham a seu belo prazer. Em consequência levei uma sova sem saber porquê de um grupo de libertação que saqueou a loja e matou o Molas com uma coronhada por me querer defender e me fez embarcar um mês mais tarde num avião da cruz vermelha, rumo a Portugal.

dyo01.jpgO meu pai e a minha mãe esqueceram-se de me instruir sobre esta selva e assim vegetei de árvore em árvore no Rossio, entre o Nicolas e os Restauradores, dormindo ao relento onde calhava. Uma noite a chuva e o frio atiraram-me para um alpendre sem kamberiquito. Por volta da meia-noite um casal jovem albergou-se também ali, debicando-se na boca com suspiros de prazer. Lembrei-me dos caindes e do embondeiro mágico, não me mexi durante toda a noite. Pela manhã parti para a vida, para desbravar a selva urbana e tentar amá-la tal como o meu pai amara aquela outra do outro lado do mar. Não consegui! Faltam-me os caindes, faltam-me os embondeiros, faltam-me as picadas, falta-me um peixe seco na brasa com um prato de pirão, mas arranjei dinheiro para a passagem.

Reis Vissapa

As opções do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 13:30
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Domingo, 27 de Setembro de 2015
MOKANDA DO SOBA . LXXXIII

TEMPOS CINZENTOSTento aprender a viver com o vazio das coisas … Hoje fui para longe para ver bem os recantos que em política, não podem ser vistos de perto…

soba 01.jpgT´Chingange

poli01.jpg Hoje fui para longe para ver bem os recantos que não podem ser vistos de perto tal como ver as encostas duma serra porque bem de perto, nossa vista fica embaciada, nossos ouvidos ficam zurzindo e assim o todo fica subestimado. Venho por aqui para dizer que irei votar! Não tinha essa intenção vendo tudo muito difícil dadas as opções de escolha. Temos de um lado uma coligação que estando no poder, que sendo forte com os fracos e fraco com os fortes revirou-nos as economias e as finanças! Isto é bem verdadeiro mas, a possível alternativa do lado PS, além de representar um regresso ao passado de má cartilha colada à memória, levar-nos-á às mesmas equipas, aos mesmos lugares secretariados por aquele governo Sócrates e isto, pois adeus! Adeus porque nem de longe o quero ver!

poli3.jpg Agora vem António Costa dizer por bizarria ou calculismo tonto, até mesmo irresponsabilidade, senão visão suicida, recusar negociações orçamentais com Passos Coelho e Paulo Portas sabendo nós que na legislatura de Guterres, o PSD com Marcelo Rebelo de Sousa, viabilizou na oposição todas as suas políticas! E todos nos lembraremos que mesmo assim, Guterres governou até até ficar no lodo abandonando a governação, o pântano como ele disse. Sinceramente, não a mais disto!

poli6.jpgEste mesmo Coelho do PSD, então na oposição a Sócrates, viabilizou três PEC´s (Pagamento Especial por Conta - um adiantamento do imposto devido a final) e queria mais um quarto. Sabemos bem demais como tudo aconteceu! O famoso quarto PEC não aconteceu. Nisto tudo, vejo que a porca da politica tem estes dissabores mas entendo que o interesse nacional tem sempre de superar mesquinhos interesses partidários, bizarrias pessoais e atitudes desconexas da grande visão tal como esta de ir-se para bem longe para ver a grande imagem, seus mofos, suas manchas, suas mazelas.

poli5.jpg Por tudo isto eu, que queria nem ir ao voto, vou sim votar Passos Coelho e Portas! Vou sim votar no Prá Frente Portugal da Coligação. Já chegam os chás de rooibos e ipê-roxo que todos os dias tomo para me desintoxicar! Ando a tomar fosfoglutina para melhorar meu cerebelo porque não obstante ter um elevado desconvencimento em todos os candidatos estes são nitidamente os menos maus!  Tenho dito!

Nota: Ninguém me encomendou esta opinião; é mesmo a minha convicção.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:18
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Sábado, 26 de Setembro de 2015
CAFUFUTILA . XCVII

O CHOQUE DO PRESENTE Aqui no M´Puto, é mesmo bom não se fazer contas ao tempo… Basta-nos os doze meses de socialismo ou social socialismo, ou isso entremeado com diabruras capitalistas, para espairecer molezas…

Por

soba10.jpgT´Chingange

demo1.jpg É mesmo bom não se fazer contas ao tempo, aos meses, às horas e minutos, porque assim se tornam inexistentes, apreciando no seu melhor, as azáfamas dos outros ao nosso redor. Ouvir os roncos dos motores dos barcos que sem os arrais de outrora, barulham os ares em tons diferentes. E eu, curtindo o sol das doze horas ao toque das ave-marias que não o sendo agora, repicam na igreja do Ferro Agudo lembranças desse tempo ainda nas doze badaladas. Basta-nos os doze meses de socialismo ou social socialismo, ou isso entremeado com diabruras capitalistas, para espairecer as molezas dos imperialistas que sempre deixam correr o tempo, quando o não faz sair de feição.

demo2.jpg Assim, ajustados à economia e, sem os burocráticos vícios da democracia, como povos do sul, dão-se voltas às vicissitudes das suaves ou suadas angustias dos povos mediterrânicos refastelando-se em cadeirões moles, e amolecidos como convêm nas desvirtudes corruptas do engano. E nós na impaciência, por não haver oportunidades iguais para todos, refilamos verificando serem os profissionais da política com banqueiros e seus mais próximos, os seus maiores beneficiados. Como todo o fenómeno é temporário teremos de purificar nossas almas tormentosas ou atormentadas sem nos apegarmos a coisa alguma.

demo3.jpg Não será portanto, caso de estranhar de muitos de nós andarem com um olho aqui e outro lá mais adiante, com a metade do raciocínio num sítio e a outra metade no ciberespaço. Com fenómenos de engenharia financeira dos bancos BPN ou BES, uns andarão muito cheios de fórmulas, outros simplesmente à boleia com vazios de ideias, enganados em tramóias de falácia mal explicadas até os tornozelos. No meu caso muito pessoal, de tão inchado de espantos, desenho-me entre antigos esboços, revendo-me nos desenhos das sombras.

demo4.jpg Brincando até com o meu nariz achatado, relembro-me de que se de nada posso fazer de bom pelos meus mais próximos, também nada farei para os prejudicar. Não obstante terei de dizer aqui que Costa não nos será a salvação; não irei por isso e agora, vivinho e indisposto com muitas coisas querer guerras, fuzilar quem possa ter uma ideia mais original entre os diferentes deuses ou demónios dos também diferentes comunismos, socialismos ou mesmo uma terceira sensação desconhecida. Sim! Vivemos numa permanente mentira e, assim irá continuar. 

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:16
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Sexta-feira, 25 de Setembro de 2015
PUTO . LVIII

TEMPO DE CINSAS - Importante questão: O Hijra - Um "cavalo de Tróia" moderno. E se a coisa é realmente como suspeitamos?

Por

t´chingange 0.jpgT´Chingange

 Fonte: Caixa do CTT

cavalo0.jpg É precisamente a pergunta que eu fiz a mim mesmo!... Eu que não consigo pôr um Euro de lado nem ao menos para passear por aqui perto, pergunto-me como é que um refugiado tem que pagar 3.000 € para um passador, sabendo-se que ele necessita de vários anos para chegar àquele monto de 1.000€. Além disso, quando eles são enviados para casa, alguns voltam de logo; então eu disse para mim que ali tem coisa! Andam seguramente terroristas misturados com refugiados "pobres". Até em teoria, esta versão não é tão improvável quanto isso!

cavalo1.jpg O Hijra: Um "cavalo de Tróia" moderno... Ou a doutrina islâmica de Imigração, uma estratégia de conquista com 14 séculos de idade. Quem são os 450 migrantes que embarcaram no cargueiro na Itália, na Grécia e mais, muito mais, centenas de milhares ou mesmo milhões se não houver regras de vigília? "Refugiados" perderam tudo, os relatórios seguem uns aos outros para descrever suas condições de vida terríveis. Eles têm apenas o suficiente para comer: assim que chegam, logo vemos pegarem nos telemóveis e falarem... Para quem? E reclamam quando não têm internet e hi-fi... Metade dos 22 milhões de sírios vive com menos de US $ 2 por dia desde há mais de 2 anos, devido à guerra. Então, como é que eles podem ter entre 3.000 e 5.000 US dólares para pagar aos contrabandistas? (dito por alguns aos jornalistas).

cavalo3.jpg E, se alguém estiver financiando a viagem a jihadistas disfarçados de refugiados? Quem são os mais perseguidos, Síria e Iraque? Eles são cristãos, Yezidis, mulheres, velhos, crianças. Há alguns cristãos em navios de carga que chegam à costa italiana e grega? Não! -São essencialmente muçulmanos, crianças, idosos, mulheres? Não! Muitos, só os necessários para o espectáculo, a grande maioria são homens solteiros; Calais é a testemunha!

cavalo4.jpg A ONU fala de um milhão de crianças sem mesmo um cobertor para enfrentarem o inverno, enquanto os "traficantes" têm 2 ou 3 milhões de dólares para comprarem cargueiros e depois abandoná-los como se tem visto? E esses contrabandistas passaram a ser marinheiros, capitães, mecânicos! É lógico que estes tenham aprendido a navegar navios de carga para depois os abandonarem? O Estado Islâmico tem enormes recursos financeiros, bancos, poços de petróleo. Eles, não se iriam privar desta viagem “charter de cavalos de tróia" para embarcar alguns milhares de islamistas reservados à tal de jihad?

cavalo5.jpg Todos sabem como acabou o episódio final da Guerra de Tróia! E esta astucia não pode ser tomada como paródia porque foi isto mesmo o que disse Kadhafi da Líbia como punição ao ocidente por ter sido abandonado. Como não podem retornar de forma anónima à Europa depois de lutar pelo Estado islâmico, os guerreiros muçulmanos entram disfarçados como refugiados ou escondido em navios que navegam no Mediterrâneo. Chegam à costa italiana, sendo recebidos como um presente dos deuses: eles ofereceram uma nova oportunidade aos europeus para reparar seus crimes coloniais "abjectos", abrindo os braços para os mais desfavorecidos (!!!).

cavalo7.jpg Este estratagema pretende provocar a queda do "império"? Qual é o político, ou jornalista com a coragem de fazer esta pergunta? Andam a passar ao lado da verdade! A própria CIA não tem dúvidas (embora tenham culpas)! Os milicianos do Estado Islâmico vêm para a Europa disfarçados de refugiados, segundo fontes de inteligência dos USA. Se a invasão muçulmana da Europa continua ao ritmo actual, em poucas décadas, os cemitérios são os únicos lugares onde os cristãos, judeus e outros, serão a maioria. Qatar é um dos países muçulmanos mais extremistas... Isto é bem conhecido... E então, qual o porquê destes países árabes não acolhem seus irmãos?

cavalo2.jpg Toda a Europa, se preocupa em acolher os «migrantes (?)», mas nenhum país islâmico se prontificou a recebê-los; não seria isso natural? Onde estariam eles todos melhor senão num país muçulmano? Isto pode ajudar a abrir os olhos dos nossos próprios governantes ...Recorde-se que o ministro das Relações Exteriores da Noruega, Jonas Gahr Støre disse em seu tempo que "Seria paradoxal, tentar estabelecer uma comunidade cristã na Arábia Saudita sem isso ser considerado de um crime punível por decapitação." Mas entretanto uma nova  mesquita está em construção no Court-Saint-Etienne.

cavalo6.jpg Em Lisboa, o Sr. António Costa, quando Presidente da Câmara de Lisboa, «limpou» uma área antes ocupada por comerciantes chineses, e doou-a aos muçulmanos, para construírem uma mesquita, coisa que, faz imensa falta, em Lisboa porque muçulmano também vota! Tentar construir uma igreja ou centro secular no Oriente Médio ou do Oriente Islâmico é utopia! Eles dão o direito de destruir tudo o que é diferente do Islã (cristãos, os coptas, judeus, budistas e até mesmo secular, etc...) em seus países, como em PALMIRA, mas invadem países ocidentais com suas mesquitas e minaretes. Está mal! É isto uma debilidade da democracia ocidental? Eu, não tenho dúvidas!

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:13
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Quarta-feira, 23 de Setembro de 2015
A CHUVA E O BOM TEMPO . LIII

NAS FRINCHAS DAS CINZAS . Angola a Preto e Branco(Uma homenagem a João Charulla de Azevedo do Notícias) - Kazumbi com kalunga… Nem sempre é necessária a verdade para se ficar verdadeiro….

AS CARTAS DE CHAMADA

Por

maga1.jpgLuís Magalhães … Esta história muito real é aqui relembrada porque as pessoas diziam que só os negros é que eram explorados? Perante tal ignorância tenho a dizer que os colonos e os colonizadores exploravam tudo e todos sem dó nem piedade (...) Acredite quem quiser!

magao01.jpg O meu Pai era um dos que ajudava as pessoas que queriam singrar na vida ao ir trabalhar para Angola uma vez que conhecia meio mundo, depois de falar com as "gentes poderosas" mandava cartas de chamada para os que lhe tinham feito o pedido porque nos tempos da "Outra Senhora" era assim que o sistema funcionava. Eu, da parte que me toca não foram poucas as vezes que essa gente que o meu Pai ajudava, terem passado por minha casa para assim o meu Kota os por ao corrente do trabalho que iam ter aproveitando para lhes falar acerca do perfil do Patrão.

maga2.jpg Penso que andou tudo dentro da normalidade até ao dia em que o meu Pai vê em Luanda o senhor Monteiro (era contabilista) uma pessoa que ele tinha ajudado juntamente com a família (tinha cinco filhos) e na sua boa-fé perguntou-lhe como ía de vida? O senhor Monteiro lá começou a contar o calvário da sua vida desde que chegou a Angola e o meu Pai perante isto convidou o senhor Monteiro a ir lá a casa almoçar, até para se melhor inteirar da situação…

maga4.jpg Foi quando todos ouvimos o senhor Monteiro contar a sua saga?! Ele então, lá contou que foi trabalhar para uma fazenda onde mal lá chegou, o meteram a ele e á família (eram sete pessoas) numa casita com três divisões! Nessa Fazenda havia uma cantina onde faziam a despesa do mês e o trabalho dele era andar á noite de mota ou de Jeep a vigiar a Fazenda e da parte da tarde tinha que controlar os empregados.

maga3.jpg Quanto a dinheiro, praticamente não havia nenhum porque o patrão entendia que pagava tudo ao empregado e como tal não necessitava de dinheiro naquele meio em que viviam que era o mato. O meu Pai ouviu tudo isto numa mistura de indignação e incredulidade porque entendeu que aquilo era escravatura e tratou logo de arranjar outro modo de vida para o senhor Monteiro. E, na mesma hora, arranjou-lhe um emprego, numa empresa que se chamava Construções Técnicas.

kafu22.jpg Uma opinião: O meu pai também chamou família e amigos mas, deu no que deu! Todos passavam lá por casa e fomos muito felizes até que surgiu um tal de MFA com regras espaciais; fomos todos para o espaço…

Opinião da Linda: Meu pai também chamou desse modo amigos mas, havia um mas que desconhecíamos! Afinal só estávamos ali para estagiar a vida! Até que nos ofereceram em 75 uma viagem grátis sem retorno, assim graciosamente; talvez por isso nos chamaram de retornados!  

Luis Mascarenhas  

As opções do Soba T´Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 16:56
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Terça-feira, 22 de Setembro de 2015
MALAMBAS. CI

TEMPOS CINZENTOS Uma conversa pequena de uns pedaços de hoje e ontem Sou mesmo forçado a criar tabus no meu espírito para me manter são na guerra!

Malamba é a palavra

Por

soba10.jpgT´Chingange

fig0.jpg Bem cedo pela manhã subi à açoteia a destapar os figos Burjassota Branca, Pingo de Mel e Branco Regional a fim de o sol os torrar. Com o céu limpo em lonjuras destapadas, via a norte a Serra de Monchique na forma de baleia deitada com manchas em seu dorso, verdes ou pretas de queimadas ou barrentas com pintas a lembrar cracas ou lapas, soltas ou agrupadas; era o caserio desgarrado na sua vertente sul e sujeitas aos ventos do suão e barlavento. Desci em caracol para saborear a torrada de pão alentejano com azeite de Borba e uns salpicos de sal ao jeito duma tiborna. A acompanhar tinha a minha bolunga feita milongo a dissipar-me os triglicéridos, melhorar o colesterol adstringindo-me as gorduras, lipídios e ácido úrico.

fig1.jpg Posso até dizer aqui este ligeiro segredo de dar longevidade ao meu epílogo já que vos tenho confiado tantas dúvidas, tantas certezas, frustrações, derrotas e vitórias. É assim: - duzentos gramas de abobora menina, um bom pedaço de gengibre, uma banana, uma maçã e tudo isto levado à misturadora com um chá previamente feito, preferencialmente morno; este chá contem rooibos do Calahári, brututo, barbas de milho, ipê-roxo e lúcia lima. Aqui está o segredo que me mantem as faculdades de uma humanidade animal sustentável.  

fig2.jpg Houve tempos em que trazia colgado ao pescoço, um dente de facochero para sugestionar a superstição de que o destino nos tece nas muitas armadilhas, entornando as nossas boas intenções e impedindo-as até de se realizar o mais desejado. Acabei no tempo por descobrir que os meus preconceitos eram imagens de armas traiçoeiras e assim se desiludiram de mim como caso perdido. Agora somos considerados incivilizados se formos até capazes de nos escondermos dos conhecimentos dos outros! Todos falam da mesma coisa e repetem-se em atropelo, repisam, machucam a gente com as ansiosas mudanças do mundo e, tudo como se não houvesse mais a fazer.

fig3.jpg E, seguem-se outros, recalcando a dialéctica engenhosa falando do mesmo e, nós que somos duma humanidade seguidista surfamos a onda por cima ou em túnel alimentando-nos as razões de um ai Jesus de, um como vai ser de amedrontados. O que virá? E, temos de confiar nas dúvidas mais enganosas, e nas incertas certezas que já cantam vitórias.  E, ai que aí vêm os muçulmanos, a intifada, a jihad; como se já não nos chegassem as bocas dos nossos políticos desconsiderando-nos aos olhos de familiares e amigos que pensam de outro modo, porque estão do outro lado da barricada.

fifa3.jpg E, sou mesmo forçado a criar tabus no meu espírito para me manter são na guerra! Ou fico em silêncio, ou falo dizendo impropérios à falta do fervor alheia. De todo o modo, assim ou assado, com este ou aquele, com o Costa, o Coelho, o Paulo, a Catarina ou o Jerónimo tenho de aceitar o meu posto de cidadão em guerra, pela obediência, mesmo faltando-me a confiança; mesmo que daqui advenham tempos sombrios e confundidos. Terei de ir mandando pontapés aos espíritos, às arrecuas e de costas.

O soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:45
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Domingo, 20 de Setembro de 2015
CAFUFUTILA . XCVI
ANGOLA . CAFUFUTILA . O CHOQUE DO PRESENTE  - No mundo imperfeito, também muito redondo nos silêncios, acho melhor nem referir o nome do patrão Edu… As circunstâncias medrosas não permitem que abra uma nova frente de guerra sem haver razões independentistas…

Por

soba10.jpg T´CHINGANGE - Nasceu em águas internacionais num vapor chamado Niassa. É cidadão do mundo, Angolano na diáspora - Mazombo por condição; anda pelo Mundo à procura de si mesmo! Tem cédula de Brasileiro, B. Identidade do M´Puto. Anda às arrecuas para fugir à regra, um paradigma, só dele.

neph1.jpg No calor do Sul do M´Puto, com sol de Setembro, sabor salobre de ventos rodopiando nas horas, marés longas de vontades alheias, aqui estou numa espera tardia, a ter um papel na vida, tentando a custo interpretar o Islão. Esse tal com laivos de maldadês e decapitações, que nem a esquerda comunista estalinista e maoista no seu lado mais negro, traz consigo uma carga negativa do passado cultural, em países redondos na perfeição dos silêncios. Com fúteis caprichos de poder, esmiúço os tempos para saber a verdadeira razão dos paradoxos futuros. Sim! O futuro de um mundo surreal tentando compreender melhor a essência dos seus divinos. Agora, já kota mais-velho apercebo-me do joguete das lutas de tantas portas ou portais desconhecidos.

diogo2.jpg Sendo mazombo de Angola na criação e, vivendo entre astucias enganosas e superstições intestinas, falo e penso como se fosse um africano preto na cor, captando como um íman as feitiçarias das memórias feitas tradição. Hoje, aqui estou junto ao castelo de Ferro Agudo olhando a outra margem do rio Arade com edifícios da cor da terra, torrões amarelecidos; afinando ou ajustando os binóculos tasco por forma a ver ao pormenor o tal Yate preto que agora me parece mais um veleiro. E, lá está escrito “Neptuno” no lugar mais central e cimeiro que penso ser a cabine do piloto, do dono ou patrão de costa ou talvez o chefe de um país muito cheio de gasosa para fazer banga na antiga metrópole do M´Puto.

neph01.jpg No mundo imperfeito e como disse, também muito redondo nos silêncios, acho melhor nem referir o nome do patrão porque até pode nem ser verdade, correndo o risco de, se teimar, ficar enfeitiçado de uma forma total. Para mim, é tarde demais para deslindar os mambos e saber as verdadeiras razões dos fúteis caprichos do poder do Edu. Mudo aqui o discurso porque surgiu num jeito estranho entre mim e a pequena calema um monangamba, preto que nem um tição, com trancinhas sebeirosas e brinquinho, óculos encaixados nos sujos e rebeldes cabelos, assim e gingão olhando-me de frente num olhar turvo.

neph4.jpg De antenas no ar, vislumbrei esta assombração de forma estranha e, de repente, as feições mudaram-se-lhe, já tem o cabelo mais curto e, nem quero acreditar! Será possível? Era Nito Alves sem tirar nem colocar mas, apresentava-se muito prá-frente, como se fosse um surfista e não um fraccionista. Andou mais uns passos para o meu lado esquerdo e, na sombra do castelo retirou um papel duma pequena pasta e umas ervas dum pequeno baú, enrolou-as em seguida no dito papel levando-o à boca; foi uma cena em tudo parecida como um velho fumador de francês avulso. Disfarçadamente, desentendido, fiz-me mosca, olhando de soslaio! 

neph6.jpg E, foi quando o cigarro feito desse antigo modo, levado à boca afogachou-se sem ser aceso lançando fumo às argolas. Aqui tem coisa! O cheiro da maconha que veio às narinas; sem querer, olhei forçado o seu olhar e já não tive duvida, era ele mesmo: Nito Alves! O mesmo do 27 negro de Maio. Assim, e de frente, aquele tipo piscou-me o olho esquerdo na forma de morse, três pontos, três traços, três pontos! Isto deu para ficar apreensivo sem definir se estava mesmo aflito ou se era uma mensagem para mim! E, nem via nada que justificasse um SOS em código de morse porque aparentemente estava direitinho da silva; todo inteiro e sem justificação plausível. Seria isto um aviso! ?

neph0.jpg Pópilas! Eu, bem quero chegar aos trezentos anos tomando o chá de roiboos dos bosquímanos, com brututo, gengibre e ipê-roxo, mas falando seriamente duvido poder chegar a um terço dessa fasquia. Acredito que queiram saber mais acerca do barco Yate ou veleiro pertença do senhor Edu mas, as circunstâncias medrosas não permitem que abra uma nova frente de guerra sem haver razões independentistas. A vida é mesmomesmo uma farsa!

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 22:36
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Sábado, 19 de Setembro de 2015
MUJIMBO . XCVIII

ANGOLATESTEMUNHO VIII ... O passado, é um país distante -  A guerra que terminou em 2002 é algo de tão remoto quanto a II Guerra Mundial para um europeu da minha geração…

Por: Fernando Vumby - (Fórum Livre Opinião & Justiça - Janº 2015)

P: Perguntas feitas por Pedro Aires Oliveira

R: Ricardo Soares de Oliveira, 37 anos, professor de Política Comparada na Universidade de Oxford, acaba de publicar um livro em que analisa a trajectória de Angola desde 2002.

UM LIVRO QUE CONTA COMO FUNCIONA A OLIGARQUIA ANGOLANA

besanga0.jpg (…) R: Hoje em dia há uma televisão que chega a muitas partes do país, e há uma cultura pública do luxo e da ostentação, visível por exemplo nas telenovelas angolanas, que são decalcadas das brasileiras. Há uma latino-americanização de Angola, que passou de um país principalmente pobre a um país com as divisões sociais típicas daquela região. São sociedades que têm muitos pobres, mas também uma classe relativamente alargada com privilégios e uma cultura material bastante mais próspera. E isso está a testar, seriamente, a legitimidade do status quo.

capu6.jpg R: O segundo desafio que se começa a tornar urgente é questão da sucessão do Presidente. Não há dúvida nenhuma que este sistema da paz é o produto das decisões do Presidente e do seu poder discricionário. Ora esse sistema, nos seus próprios termos, até tem aspectos bem-sucedidos, já falámos disso, mas também outros altamente dependentes de uma conjuntura que dificilmente conseguirá prevalecer sem JES lá estar. Isto é uma dimensão que vai dar turbulência ao país nos próximos anos. Eu diria mais. Essa turbulência não tem apenas a  ver com saber quem é que vai para lá a seguir.

hist6.jpg R: Eu consigo conceber uma transição inicialmente bem-sucedida, porque, no início, os oligarcas angolanos, as pessoas poderosas no MPLA, agirão racionalmente, ou seja, terão todo o interesse em viabilizar essa transição. Agora, o que está em jogo é algo mais vasto.

P: Esse será o primeiro dia do resto da vida de Angola ou não? Como é que a governação quotidiana de Angola vai ocorrer num contexto sem instituições, habituado a uma concentração do poder político na Presidência fora do vulgar?

R: Como é que as forças sociais que hoje em dia são prósperas mas não poderosas, como os barões do MPLA e as forças armadas, pessoas que o sistema enriqueceu mas às quais não deu poder, vão reagir? Pergunto eu! Essas pessoas já são ricas, agora vão querer o poder, que não têem, o poder de JES. E não vão permitir a um principiante qualquer sentar-se, de um dia para o outro, na cadeira de JES e reclamar para essa cadeira o poder que JES durante os 36 anos acumulados.

kafu19.jpg R: A terceira questão com que o regime terá de lidar é a diversificação da economia. O governo de Angola, como muitos governos que são beneficiários de um boom petrolífero, tem uma linguagem inequivocamente desenvolvimentista e de diversificação da economia, mas em ambas estas dimensões os resultados da última década são fracos.

cruzeiro4.jpg R: Agora que estamos a entrar numa conjuntura de preços baixos, estas questões vão adquirir uma urgência muito grande. As pessoas que já são ricas vão querer o poder que não têm, o poder de José Eduardo dos Santos. E, não vão permitir a um principiante qualquer sentar-se, de um dia para o outro, na cadeira de JES e reclamar para essa cadeira o poder que JES e durante 36 anos acumulou.

FIM!

Perguntas de: Pedro Aires Oliveira

As escolhas do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:28
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Sexta-feira, 18 de Setembro de 2015
A CHUVA E O BOM TEMPO . LII

NAS FINCHAS DO TEMPO . Kazumbi com kalunga… Nem sempre é necessária a culpa para se ficar culpado….

Por

t´chingange 0.jpgT´Chingange

kalu4.jpg Controlando minha missão de aguentar a austeridade dispus-me a gozar mais um dia de sol nesta beirada sul dum país que já foi metrópole dum império, de meio mundo, das índias e Brasis, da Etiópia e do Algarve aonde me encontro. Chegado à praia, espetei na fofa areia o chapéu-de-sol e, na companhia de minha princesa Ibib caminhei um pouco a montante apreciando o iate preto com dois mastros de talvez uns quarenta metros de comprimento que dizem ser pertença de José Eduardo dos Santos. E, foi quando já de regresso dum caminhar molengoso, dou-me conta de meu chapéu-de-sol voar, sair às cambalhotas até ficar emborcado na água e com a haste a fazer de mastro; e era um barco de pobre tirando-me essa condição a fingir ser um iate, chapéu feito chata saindo pelo vento adverso em direcção do iate de N´Gola.

kalu2.jpg Não me deu tempo de me lançar à água para o ir buscar porque entretanto entrou na barra o barco arrastão Delphinus que ao provocar ondas fez deslocar ainda mais o chapéu chato para o lado de lá, mesmomesmo na direcção do veleiro negreiro. Valeu-me um barco de pescadores à linha que aos gestos e gritos de duas senhoras irlandesas que acudiram a este estranho acontecido agitando flanelas vermelhas; cá de longe vi o pequeno barco aproximar-se apanhar o chapéu chato e dirigir-se na direcção daquelas senhoras para onde me dirigi e foi num aplauso alargado de agradecimento que os turistas agradeceram a juntar ao meu muito obrigado. Um bom desfecho para quem não quer mesmo ficar na penúria de ficar pobre e sem chapéu.

kalu6.jpg Como vêem, aqui no castelo de Ferro Agudo acontecem coisas que não lembram ao diabo que sendo negro, tem obras de feitiço muito mais repleta de assombração. Meu chapéu foi atraído para o património de um antigo cidadão agora uma kianda presidente; pois, de um antigo império acostado ali em frente ao sítio do surgimento de assombrações, kiandas de kazumbi com kalunga a marearem nesta metrópole tão sujeita à gravidade europeia de tão perene austeridade. Mas, mas, mas… não vou ficar assim pateta de braços cruzados vendo as gaivotas adaptando-se à gasosa do Delphinus que deitavam de borla e borda fora os restos dos restolhos em sua pescaria de arrasto. E era um piar alvoroçado, lutas de depenicar a fome sem maior esforço, de ir lá a alto mar e mergulhar, ficar todo o tempo à espera das borlas, das dádivas.

kalu1.jpgTambém estas, as gaivotas se vão ajustando ao protectorado dos mais fortes, uma arquitectura fácil de perceber mas que não pode ser tomada como coisa perene. Melhor dito não é por este exemplo que devemos seguir nossas normas de estender a mão à caridade, aos gostos alheios, às vontades dos demais porque isto não é um percurso certo na cadeia alimentar.

kalu5.jpg Sentei-me na cadeira exposto ao sol admirando os gestos de tira e atira, tira e atira linha para apanhar matonas ao rio, tainhas ou liças só com fateixa; os mesmos pesadores que salvaram meu chapéu. Pensei que ninguém tem o direito de tirar-lhes também essa condição de se ser pobre; dos problemas de cotas e plafonamentos e, mais palavrões de enganar. E, foi nas 13 badaladas que arrumei a tralha, juntei o chapéu, a toalha e os zingarelhos deste manuscrito rumando a casa para assar nossas duas postas de perca do Nilo…

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:06
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Quinta-feira, 17 de Setembro de 2015
MALAMBAS. C

TEMPO DE VINDIMAS E, o Douro ali tão perto! Uma conversa pequena de uns pedaços de hoje e ontem em tempo de colher uvas...

Por

soba0.jpegT´Chingange

dou0.jpg Saí para a mata ainda o sol não despontava por detrás da crista do morro verde, matizes em tons refrescantes de copas de giestas, carrascos, medronheiros, pinheiros e um montado de sobreiros recentemente descascados. Estava na quinta da Rainha do Dom Honório de Vila Real nas encostas trabalhadas a enxada, marreta e escopro, muros de xistos a formar planuras com fiadas de videiras, ora rectas ora desenhando sinuosos encantos em varias matizes.

dou7.jpg Os recantos aqui são vistos de longe porque de perto não têm como ser vistos, barrancos e talvegues de permeio com giestas, maias, medronheiros ou urzes com mais de 2 metros de altura entrelaçando-se entre funchos e, lá está na curva uma casa feita de pedra expontânea. Xisto com aprumo de uma muito antiga casa que não o é mais. Num lugar assim os olhos são escassos para diferençar esta esta flor e aquelas carumas as bolas redondas germinando rebentos cansados na borda dos atalhos.

dou2.jpg No lugar do lobisomem virei a encruzilhada da picada e, descendo, virei na direcção do Tanha que ora se via, ora se deixava de ver entre rosmanos e pinheiros novos; chegou a uma hora, passou depois da hora, fui mais à frente e de curioso fiquei-me no consolo da picada, vê-la dobrar-se não sei para onde e, eu não ver como lá chegar; andar na mata por um caminho desconhecido e com curvas num terreno inclinado não vislumbramos o eu se vê na outra encosta. Do outro lado aquelas fiadas de parreiras a perderem-se nas lonjuras sob torrões. Desde que me lembro de conhecer o mundo, o sol que todos os dias ressurge do lado nascente, passa para o outro lado do horizonte cumprindo seu curso, sua constância de nascer e morrer sem sepultura, na ordem astronómica dos astros que regem nossa vida.

dou4.jpg Caminhando de regresso quinta fui pensando em coisas de como seria isto por aqui em tempo de alcateias de lobos, em que os homens por detrás destes montes cumpriam profecias, num constante nascer e morrer, o filho que sepultará o pai depois de muitos e fartos dias de inquietação desde a idade do bronze; gerações de gente trabalhando a terra contornando os níveis desde o longínquo ano de 1675, ano em que este vinho passou a ser conhecido como o “Vinho do Porto”. Um vinho que sai daqui generoso e se define assim dessa forma doce ao chegar ao Porto.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 22:39
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Quarta-feira, 16 de Setembro de 2015
MUXOXO . XX

NUM TEMPO COM CINSASTrocadilhos com chouriço e riscos sistémicosAqui no M´Puto as verdades, parecem estar sempre armadilhadas…

Por

t´chingange 0.jpgT´Chingange

zep1.jpg Com rezas envenenadas, entrelaçadas em muxoxos de fracassos, separo o sonho da realidade tentando colocar palavras no papel, porque o cérebro tem de ficar destinado para novas vibrações. Em cada dia surge uma nova algazarra na campanha das legislativas, um desfalque no banco feito por gente fina que despilfarrou o erário público, coisas por resolver fruto duma manhosa burla, mais uma greve, ora barcos, ora metro, ora outras brigas sem arreios, um pasto de vida com coices e queixas, roubos e mortes.

zep2.jpg Filas de gente reclamando seu dinheiro aplicado em engenharias financeiras mal explicadas, papel de lengalenga de limpar o rabo, assim do género de Dona Branca. Eu, que já tenho alguma dificuldade de separar o sonho da realidade ou o trigo do joio, entre interesses e torpitudes, tudo vira um pesadelo de invisíveis tropeços nas silabas, nos significados, nas bactérias embrionárias dum palavrório perdido entre o fio da meada e a meada do fio.

zep3.jpg Sem a preocupação gramatical, com o sujeito machucando o verbo ou o predicado… muito me convenço da inutilidade das bagatelas que nos preenchem o dia. E, agora que vêm aí umas centenas de milhares de refugiados, emigrantes ou migrantes frutos das guerras que outros provocaram da Síria, do Sudão, da Eritreia, da Nigéria, Paquistão, Argélia e dos cascos-de-rolha do Ruanda e Burundi. Sem ser convocado, assisto pela televisão à festa da Campanha Política e, acerca disto, tenho até medo de comentar disparates pelo que só posso responder ao entusiasmo de muitos, refugiando-me atrás do balcão de minha modesta venda das vaidades.

siria0.jpg Vou fazer o quê! Fazer trocadilhos, cortar chouriço, metê-lo num pão, acompanhar isto com uma cerveja e ficar no silêncio das falas porque, não me posso mentir; sim! mentir a mim mesmo!? Irá chegar o tempo em que não mais me preocuparei com as parvoíces da terra, do meu país mas, por agora, terei de ouvir os mexericos, os muxoxos dos críticos, das alfinetadas de comentadores, devaneios e futilidades consumindo a gente, horas a fio. Gente que pendura em seu ego piadas de engasgo.

ciga0.jpgE, é a esquerda mais seus tentáculos, e as direitas concêntricas gesticulando até coisas com rezas insólitas, nos caminhos de Fátima e nas redes sociais. Este mundo está uma merda! Será! Será que a maneta que atormenta a cavilha com pancadas, o fará mais seguro e mais forte? Tenho algumas dúvidas! Vamos prá guerra ou será que já estamos nela? Termino assim vulgarizando-me na coragem da metáfora, porque nem de tudo podemos ter resposta, nem a tudo podemos responder, porque as verdades aqui do M´Puto parecem estar sempre armadilhadas.

Despilfarro: -Vender ao desbarato, esbanjar; M´Puto: - Portugal; Muxoxo: é uma espécie de estalo que se dá com a língua aplicada ao palato, em sinal de desdém ou contrariedade…

O Soba T´Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 13:48
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Terça-feira, 15 de Setembro de 2015
MUJIMBO . XCVII

ANGOLATESTEMUNHO VII ... O passado, é um país distante -  A guerra que terminou em 2002 é algo de tão remoto quanto a II Guerra Mundial para um europeu da minha geração…

Por: Fernando Vumby - (Fórum Livre Opinião & Justiça - Janº 2015)

P: Perguntas feitas por Pedro Aires Oliveira

R: Ricardo Soares de Oliveira, 37 anos, professor de Política Comparada na Universidade de Oxford, acaba de publicar um livro em que analisa a trajectória de Angola desde 2002.

UM LIVRO QUE CONTA COMO FUNCIONA A OLIGARQUIA ANGOLANA

coqueiros3.jpg(…) R: A especificidade angolana no contexto subsaariano prende-se com a circunstância da vitória hegemónica do MPLA. E durante os dez anos seguintes, o MPLA conseguiu ser o único actor consequente no moldar da sociedade angolana. Ora, este grau de hegemonia e de capacidade de intervenção sobre a sociedade é raríssimo, e não é sustentável a longo prazo. Nesse sentido, aquilo que aconteceu nos últimos três anos em Angola era aquilo que deveria acontecer mais tarde ou mais cedo, uma diluição do espaço de poder discricionário do MPLA. O que é que aconteceu nos últimos anos? Há três dimensões importantes de enfatizar aqui.

cruzeiro01.jpgR: A primeira tem a ver com a demografia de Angola: hoje em dia, talvez 70% dos angolanos tem menos de 25 anos de idade. Para estas pessoas jovens, a guerra que terminou em 2002 é algo de tão remoto quanto a II Guerra Mundial para um europeu da minha geração. O passado é um país distante. E as exigências que eles fazem em relação ao poder político hoje não são baseadas numa comparação implicitamente positiva entre a vida que tinham durante a guerra e a vida que têm no presente, mas numa comparação explicitamente negativa entre a vida que têm agora e a vida que desejariam ter.

kafu19.jpg R: Especialmente a juventude urbana dos musseques, que hoje em dia é bombardeada por uma cultura consumista global, muito brasileira, de consumo, de luxo, à qual não tem acesso absolutamente nenhum. Há uma latino-americanização de Angola, que passou de um país pobre a um país com as divisões sociais típicas daquela região. São sociedades que têm muitos pobres, mas também uma classe alargada com privilégios e mais próspera. Isso está a testar a legitimidade do status-quo.

MAKA01.jpg

P: Mas a sociedade, sente essa classe muito próxima?

R: Sentem-na fisicamente próxima, e em parte porque acho que há uma grande diferença na postura social dos ricos em Angola. Até há 10 anos, uma pessoa que não vivesse no centro de Luanda não via os ricos. A televisão era má, “soviética”, e os ricos viviam em Lisboa, ou entre Lisboa, Luanda e o Mussulo. (…)

(Continua em testemunho VIII…)

As escolhas do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:03
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Segunda-feira, 14 de Setembro de 2015
KISANJI . XIV

ANGOLA - DESTINOS . PÁSSARO DE MEL - Morre um capim, nasce outro…

Por

DY0.jpg DY – Dionisio de Sousa (Reis Vissapa)   Sempre Angola e a sua magia

brig1.jpg O Unimog da brigada dos rios ziguezagueava as margens do Cunene, deixando as esplendorosas quedas do Ruacaná para trás dirigindo-se para a foz do rio dos elefantes, onde tencionavam montar o nosso acampamento. Por idade foi-me reservado o lugar da carroçaria e os meus gritos para o Monteiro Ferreira abrandar o andamento dando-me tempo para me desviar das espinheiras e manter o equilíbrio, se chegavam aos seus ouvidos ele não ligava peva. Quando estacionámos num idílica clareira que marginava o rio cristalino, todos os arranhões das unhas de gato deixaram de arder com o bálsamo que aquele éden emanava. Os silvos competiam em beleza com os mutiátis e mulembas de porta altivo rodeando um círculo de terra perfeitamente calcado e acolhedor.

brig2.jpgUm frémito de prazer percorreu-me o corpo e o sangue parecia acalentar-me as entranhas. Ali estava eu aos dezassete anos, deslumbrado com aquele paraíso perdido nas terras do Cuanhama. Os dias deslizavam fascinantes pelos meus olhos quando medíamos a profundidade do Cunene espiando-lhe os contornos do leito com uma vara hidrométrica. Vogávamos pelos seus braços num Zodiac pneumático, rodeando ilhas de encanto e descendo rápidos imprevistos onde as águas saltavam em novelos de espuma alva. Verde de mil matizes coloria as margens povoadas de águias pesqueiras e íbis elegantes e, de longe-em-longe encontrávamos caíndes de invulgar delicadeza, dessedentando-se nas águas frescas. O meu periclitante calendário precisava cerca de um mês naquele lugar onde a mão de Deus se esmerara.

brig3.jpg Aos fins de tarde descansávamos o corpo exausto nas cadeiras articuladas de lona verde usufruindo o fabuloso espectáculo de uma família de hipopótamos que desde o dia que ali havíamos chegado se instalara no remanso que distava meia dúzia de metros da margem. O macho e a fêmea brincando com a cria em cabriolas ágeis e surpreendentes para o avantajado dos seus corpos! Vamos ter visitas - Murmurou o Ferreira, quebrando a magia do instante. Achas? Perguntou fleumático o Negrão. O Artiaga no seu habitual pragmatismo acrescentou: – Só se forem algumas muximbas que venham montar aqui as suas cubatas. Tirando as idas do Esteves ao Chitado para renovar o rancho, nada nem ninguém aparecia por ali.

brig4.jpgUma avezinha graciosa batia asas pairando quase por cima das nossas cabeças, chilreando aflita como se quisesse comunicar algo. É o pássaro-do-mel, comentou o Alfredo com o cachimbo fumegante na boca. Este aqui? - Sim esse que anda aqui por cima de nós. E então? - Vem anunciar visitas. A descrença lia-se no olhar dos meus companheiros de brigada, mas ninguém ousava pôr em dúvida a experiência do Ferreira, no que dizia respeito a assuntos de mato. Se calhar! Disse o Blandira. O experimentado caçador, remeteu-se a um mutismo próprio dos homens que conheciam África e os seus segredos, só quebrado pelo  Boa noite, durmam bem! Quando nos fomos deitar.

brig5.jpg O pássaro-do-mel não mentira ao Alfredo. Tivemos na realidade duas visitas em vez de uma. Por volta das quatro da manhã uma restolhada assustadora pôs todo o mundo fora das tendas num abrir e fechar de olhos. O Monteiro estava cá fora com a Winchester 73 que o Jonh Wayne usara no filme do mesmo nome e que nós chamávamos de “Trinta x Trinta”. Xíííuuu… Elefantes! Murmurou baixinho para mim. Onde estão? Não os ouves!? Oiço mas não vejo. Mas eles vêem-te, podes crer. Não foi grande ideia ter montado o acampamento no trilho deles, não estão nada satisfeitos.

brig7.jpg Mas foi o Alfredo que escolheu este lugar. Pois foi isso que o pássaro de mel me veio dizer, retorquiu. Os elefantes ainda reclamaram por algum tempo a sua passagem, mas a fogueira ainda flamejante e o barulho que fizemos levou-os a irem beber ao rio por um atalho. Já o sol se aproximava do meio-dia quando o Comandante Reis, chefe da Brigada dos Rios, chegou ao acampamento numa visita inesperada.

brig6.jpg No advento da televisão e do telemóvel, lembro-me vezes sem conta do meu Pássaro de Mel. Espero ansioso que ele me faça uma visita alertando-me para uma manada de elefantes que vêm repreender-me por ter feito o meu acampamento no sítio errado. Acho que o Monteiro Ferreira os levou a todos para parte incerta, pois tal como eu não gostava de telemóveis. Por onde andará ele agora, mais os elefantes e a alegre família de hipopótamos que morou ao meu lado quando eu tinha dezassete anos! Lá longe no Cuanhama.

Kissanji: -  Instrumento musical - tábua de forma rectangular, onde se fixam umas palhetas de metal que accionadas transmitem sons (Angola).

Reis Vissapa

As Opções do Soba T´Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:57
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Domingo, 13 de Setembro de 2015
MALAMBAS . XCIX

NAS CINZAS DO TEMPO. Encorujado nos meus farelos antigos, queimo as pestanas na praia!… E, lá estava o ridículo monóculo do General António Spínola!

Malamba é a palavra

Por

soba0.jpegT´Chingange

spi3.jpg Sim! É tudo mais do mesmo! A capacidade de se repetirem discursos já gastos para que tudo fique na mesma e, porque tenho ideias e ideais, passei o tempo da vida a perder amigos.  Quando tudo me leva a crer que os amigos são o que penso, normalmente, a determinada altura já têm respostas para as perguntas que eu ainda não lhes fiz e isto, indispõe-me sobremaneira. Por vezes também é o contrário disso sem eu ter as respostas adequadas ao momento. Assim com o meu peito séptico dispus-me a fazer o trajecto de hoje caminhando na areia da Praia da Rocha as imprevistas contrariedades que sem culpa formada tocam-me a rebate ao sabor das ondas.

spi0.jpg Passei por muita gente de tanga e sunga ou biquínis que gozam sua vida em qualidade de 26 graus centígrados quase em meados de Setembro e, creio até que muita desta gente, rumina como eu silêncios aos erros alheios de outros senhores, zelosos assessores. Por ali caminhando-me provia-me na estranha sensação de um escorraçado da estória, apeado do mundo transmutado em nada sem a possibilidade de fugir, entalado na charneira de entre a raiva e o vazio derramando-me ali entre as pedras, falésias entre a praia do Vau do Mário Soares e o molhe do rio Arade; já em cima deste, cimentado, perfilei-me assim cocho de mente por cinco quilómetros.

spi7.jpg Olhei o meu verdadeiro castelo de Ferro Agudo surpreso pelos dois grandes barcos de cruzeiro acostados no cais mais a montante. Sempre que fico ao alcance do olhar deste castelo algo sucede de extraordinário ou sórdido. Assim compenetrado no distraimento, ouvi de mansinho uma voz que sinceramente, não reconheci. Era um vulto com contornos de gente camuflado de assombração e com um monóculo encaixado na orbita ocular do olho direito: “ O destino faz muitas armadilhas à volta da gente e das suas intenções impedindo-as de se poder fazer o mais desejado”.

spi6.JPG Caramba! Era mesmo o autor de “Portugal e o futuro”, o livro premonitório do Vinticinco de abril, isso mesmo! António de Spínola sem tirar nem pôr e até trazia uma boina e um pingalim, espécie de bengala flexível, de couro ou rabo de raia com a ponta a terminar em uma aselha de cabedal; spinolando o ar, batia seu pingalim, punho com mão e repetia; um gesto que me dava uma desconcertada indisposição. Gostava de saber a razão que leva alguém a usar um monóculo? É que, até um indivíduo que é cego de um olho, usa óculos normais! Interroguei-me sem levantar questão!  

spi8.jpg Ora! Tarde piaste! Logo agora aparecer-me este general vaidoso para me relembrar as merdas que tanto quero esquecer. Não pode Ser! Você é o general Spínola? Cá para mim o que o homem queria era ganhar carisma… Primeiro foi a boina! Mas, teve necessidade de um monóculo. Em termos práticos para que serviria? Para ver ao detalhe as minas e armadilhas ou para intimidação dos inimigos? Depois, só para chatear, mais tarde decidiu usar um pingalim! E, luvas de couro preto! Este absurdo só pode ser mesmo uma assombração! Pois bem, se o é, vá-se embora de vez porque o que tenho lembrado de si em filme e a preto e branco está descolorido, até desfocado! Depois, a mesma vozinha falou: “Sabes! O passado vem sempre ajustar as contas antigas!” Disse isto, sem mais explicações, como se eu não o soubesse.

boia2.jpgTal como veio, assim se escafedeu! Ouvi assim uma chiadeira irritante como um berro de osga languinhenta a rir-se e, a figura difusa foi-se, como se foi no seu real pós-guerra de tugi, criando em nós, babancas, um orgulho nacional periclitantemente comprometido. Apeteceu-me perguntar-lhe: Viste a merda que fizeste? Mas, entretanto já nada ali estava, só pude ver o farol raiado de branco e vermelho a recordar aos patrões-de-costa e afins que era este o lado esquerdo da entrada na barra do rio Arade. Tudo ficou assim, sem mais nem quê!?

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:09
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Sábado, 12 de Setembro de 2015
MUXOXO . XIX

O CHOQUE DO PRESENTEA manifestação dos taxistas. Os negócios evoluem através da concorrência e da inovação, e não através do proteccionismo…

Por: Luís Menezes Leitão, em 09.09.15 - (blog DELITO DE OPINIÃO)

As escolhas do Kimbo

luis men1.jpg Tenho utilizado a Uber por toda a Europa e posso garantir a enorme qualidade do serviço prestado. Não vejo que ilegalidade possa haver nesse serviço. Antes da Uber, também já tinha contratado serviços de transfer através de agências de viagens, tendo o carro sempre à minha espera quando chego ao aeroporto, não sendo por isso obrigado a recorrer aos táxis. Haverá alguma diferença entre contratar um transfer por via de uma agência de viagens ou fazê-lo através de uma aplicação informática? Sinceramente não vejo.

luis men2.jpg Os taxistas dizem que os carros contratados pela Uber só têm seguro para ocupantes e não seguro de passageiros dos transportes colectivos, que são de montante superior. A questão é que o capital mínimo de qualquer seguro automóvel, que abrange sempre os ocupantes do veículo, é de 5 milhões de euros, e nunca ninguém em Portugal recebeu, que eu saiba, uma indemnização por acidente automóvel sequer de um décimo desse valor. A questão do seguro é por isso irrelevante para o passageiro.

luis men5.jpg O que já não é irrelevante para o passageiro são os elevados preços dos serviços de táxi em comparação com os da Uber, tendo há meses inclusivamente surgido a proposta de uma tarifa única de vinte euros no aeroporto de Lisboa, dos quais um euro seria para pagar à ANA, para esta pagar à Câmara de Lisboa a abusiva taxa turística que ela quer cobrar na capital. Temos aqui um preço totalmente desproporcional ao serviço prestado para financiar os próprios prestadores e terceiros estranhos à actividade, o que constitui um grave atentado aos direitos do consumidor.

luis men3.png Argumentam ainda os taxistas que têm que ter alvará para exercer a sua actividade, pelo qual pagam elevados valores, não podendo, por isso, o transporte de passageiros ser exercido por pessoas que não tenham esse alvará. Bem, há uns anos atrás, Marcelo Rebelo de Sousa andou a conduzir um táxi por toda a cidade para fazer campanha à Câmara de Lisboa, e não me parece que o assunto tenha preocupado quem quer que fosse. O que esta história da Uber e dos táxis demonstra é a existência de um excesso de intervenção do Estado na actividade económica, que impede a entrada de novos players no mercado, e funciona como uma barreira à inovação e à criatividade.

luis men4.jpg Tal só demonstra o acerto da posição de Ronald Reagan, quando afirmou neste discurso: "In this present crisis, Government is not the solution to our problem. Government is the problem". É, por isso, um grave erro dos taxistas esperar que o governo proteja o seu negócio e inviabilize o da Uber. O progresso é imparável e os negócios evoluem através da concorrência e da inovação, e não através do proteccionismo. O dia em que os taxistas se manifestaram e apelaram ao governo contra a Uber foi precisamente o dia em que a Uber mais lucrou na sua actividade.

Muxoxo: é uma espécie de estalo que se dá com a língua aplicada ao palato, em sinal de desdém ou contrariedade…

As opções do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:44
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Sexta-feira, 11 de Setembro de 2015
FRATERNIDADES . XCIV

AS CINZAS DO TEMPO  …  A ambição e o descaramento. Eles, os políticos sempre têm respostas para as perguntas; até mesmo para aquelas que ainda se não fizeram!...

Por

Torres0.jpgEduardo Torres

doente cornos1.jpg Nos dias de hoje, para se seguir a carreira política é preciso nascer talhado para o efeito ou ganhar determinadas maneiras de encarar a vida para se submeter e aceitar certos condicionalismos, que não sendo uma medida padrão, definem bem quem se queira servir da política em proveito próprio em vez de a utilizar para servir o País. Acredito que haja políticos bem-intencionados, mas depois de mergulhados em esquemas controlados por altos interesses, ou acabam fazendo parte deles por não terem força para contraria-los, ou dificilmente conseguem sair da roda em movimento.

helder8.jpgNão estando feridos à partida por qualquer beliscadura, serve de aviso o silêncio quando surge, como uma necessidade para que tudo continue no sigilo até que alguém descontente dê um alarme. Há políticos que já foram governantes, e para mal dos nossos pecados, a maioria até governou mal,  para quando colocados na oposição, fazerem reparos, num descaramento que chega a impressionar quem os ouve. Preparados de novo para voltarem ao poder, sem propostas que garantam estabilidade no sossego do povo. Eles, os que passaram por uma anterior governação servem-se dos conhecimentos e experiência para se facultarem em um clima privilegiado.

amilcar4.jpg Embora subordinados a determinadas directrizes a que não podem fugir, não apresentam argumentos válidos que garantam à partida a confiança do eleitorado quando de novo se for votar em plena consciência. Infelizmente penso que o aspecto político tornou-se num caso quase generalizado, em que muitos poucos países passam ao lado dos escândalos da corrupção, da ambição pessoal originando o fácil enriquecimento. E, usam e abusam dos compadrios que garantem sempre compensações; como é normal dizer-se: os políticos são um mal necessário, e só nos resta a fé que para haja melhores dias. Valha -nos essa esperança!

As escolhas do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 21:37
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Quinta-feira, 10 de Setembro de 2015
XICULULU . LIX

PONTOS DE VISTAAqui no M´Puto, passei do particípio passado do verbo ser ao gerúndio… Continuo a aprofundar meus conhecimentos descodificando as origens da mentira…

Por

t´chingange 0.jpgT´Chingange

MAIS UMA FACADA NAS TEORIAS DE FUGA À VERDADE

kandi1.jpg Ontem as feiticeiras voaram no museu da electricidade com vassouras eléctricas, muito carregadas de superstição à portuguesa com energia duracel.  Com medo de se contagiar, Kandimba, o Coelho, atirou pedras a Costa. Ambos caíram ali para reabastecer suas vassouras e falaram das fábulas da vida, da deles e das nossas, misturando algumas intoleradas malvadezas; falaram dos frios sombrios, daqueles que fazem arrepiar os pelos da moleirinha, que corroem os sonhos e que nos levam a trabalhar sete meses para poder chegar ao Natal e dizer: – Enfim, consegui!   

kandi2.jpg Falaram do passado e do futuro a montante e a jusante mantendo dentro dos limites aceitáveis a raiva dos princípios democráticos e socialistas mantendo-se no presente entre frios ventosos, daqueles que sem esperança, nos dão conta no final que Costa conseguiu ser mais mentiroso porque prometeu dar o que ainda não tem. E, eu que já sou mentiroso e, não vejo bem a concorrência passei de estado sido ao sendo e neste imbróglio empatado creio ir mesmo para o lado do Kamdimba Coelho, porque este já ratou o que tinha a ratar e o outro vivaço da Costa, quer roer coisas ainda não roídas. Depois veio o comentarista Marcelo a piscar o olho à esquerda, só no intuito de ir ali pescar uns votos para a sua candidatura a presidente do M´Puto; bem que podia ficar pelo empate técnico mas, sua minhoca assombrada não se conteve.

kandi3.jpg Assim e às arrecuas, com tudo isto não quero repetir ter raiva, nem quero notar mais um nada de perguntas como palavras mal embargadas, subjugadas ou ruminadas para tornar meus sonhos assustados, daqueles assim de me sentir injustiçado. Quero evitar aquele inevitável exercício de crueldade, uma coisa do além. Os psicólogos expliquem isto com aqueles seus ditos que nem são gerúndio nem particípio passado, porque parece que temos de manter a calma  nos limites do condicional.

onça1.jpg Isso mesmo, dentro dos limites aceitáveis! Digo isto para poder passar os momentos que virão de ruins padecimentos a ver a felicidade no mundo sem ter de infringir as regras desregradas. Não esquecer que mais fábulas da vida, mesmo sem ir a um kimbanda médico ou psicólogo muito cheio de naftalina fosfórica, de N´Gola ou Kongo porque sabemos de antemão que algumas misturas sabem-se sempre serem intoleráveis. Para mim o meu chara Tony da Costa perdeu porque simplesmente, não tem de fingir que é mentiroso; Ele é também isso fingido da Costa. Um dia, eu sabia que iria acontecer, estaria contra este Marcelo, mwata das malambas…

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 18:05
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Quarta-feira, 9 de Setembro de 2015
MUJIMBO . XCVI

ANGOLATESTEMUNHO VI ... Os benefícios da reconstrução foram escassos e muito restritos a certas regiões e classes sociais...

Por: Fernando Vumby - (Fórum Livre Opinião & Justiça - Janº 2015)

P: Perguntas feitas por Pedro Aires Oliveira

R: Ricardo Soares de Oliveira, 37 anos, professor de Política Comparada na Universidade de Oxford, acaba de publicar um livro em que analisa a trajectória de Angola desde 2002.

UM LIVRO QUE CONTA COMO FUNCIONA A OLIGARQUIA ANGOLANA

ngola01.jpg

(…) P: Angola é obviamente um mercado muito apetecível, onde vale a pena investir e explorar a vantagem comparativa de Portugal, que é o produto de uma história comum?

R: Claro que sim! Agora, uma estratégia correta é, a meu ver, uma estratégia que coloca Angola e todas as oportunidades que esta proporcionou na última década num quadro global em que os portugueses não se tornam demasiado dependentes de um mercado específico, em que diversificam a sua internacionalização e evitam pôr os ovos todos no mesmo cesto.

P: E teríamos alguns instrumentos de soft power, digamos assim, para equilibrar esta relação?

R: Há cerca de dez anos, Portugal tinha espaço de manobra para influenciar esta relação, mesmo que muitas das suas patologias remontem ao período em que se reconfigura o relacionamento pós-colonial, no termo da Guerra Fria. Portugal sempre teve uma atitude bicéfala em relação aos estados no espaço lusófono: mitologia lusófona e cold hard cash. Logo nessa altura isso distanciou Portugal da visão talvez mais hipócrita dos países do norte da Europa, que ao mesmo tempo que tinham interesses comerciais em África, também iam colocando algumas questões de governação e de direitos humanos.

ngola1.jpg R: Isto é a filosofia subjacente das relações bilaterais que vai definir tudo o resto. Já existiam as estruturas permissivas que iriam fragilizar Portugal quando o seu poder relativo diminuiu. É importante ver os passos específicos que foram dados, especialmente a partir de 2006-07, e que viabilizaram estratégias de negociação maximalistas que às vezes os decisores angolanos trouxeram para a mesa, pensando que iam sair dali com um compromisso, para depois os portugueses lhes entregarem tudo. Mas há dez anos o que era Portugal? Era um país europeu, moderadamente próspero, com alguma influência e uma reputação internacional diferente da que tinha tido entre, digamos, as décadas 1950 e 1980.

ngola4.jpg R: Portugal, enquanto Estado na esfera internacional, estava no momento mais prestigiante da sua trajectória recente. Angola representava uma fatia diminuta do seu volume de trocas. Continuo a achar, porém, que Portugal pode fincar pé em muitos contextos, e estabelecer uma relação forte e perene com Angola que transcende as amizades estreitas e personalizadas (e, a longo prazo, insustentáveis) com a elite, em favor de uma relação robusta com a população angolana. Portugal tem mais espaço de manobra do que pensa nesta relação. O caso da CPLP e da Guiné Equatorial, por exemplo, era um caso em que Angola e Portugal tinham visões diferentes e em que Portugal acabou por aceitar a visão angolana. Portugal devia ter-se mantido fiel à visão inicial, que era a correta, e não me parece que as consequências negativas fossem enormes.

ngola3.jpgR: Por outro lado, os decisores angolanos são orgulhosos e, tendo-se habituado a uma postura altamente tolerante da parte portuguesa, é provável que reajam de forma brutal a qualquer atitude menos conciliadora por parte de Portugal. A ironia é que as mesmas pessoas que fizeram as escolhas que  levaram a relação Portugal-Angola ao seu estado actual são as mesmas pessoas que agora dizem que esta relação assimétrica é um facto incontornável das relações internacionais de Portugal, e não um produto das escolhas que eles mesmos fizeram.

ngola2.jpg

 P: Na conclusão, dizes que o dividendo da paz chegou ao fim e que a sociedade angolana está “ruidosamente a dar sinais de vida”. Em termos domésticos, quem poderá protagonizar os principais desafios ao status quo?

R: Antes de responder a isso, convinha fazer aqui um ponto prévio. Depois de 41 anos de guerra, e de 27 anos de guerra civil brutal, que terá morto quase um milhão de pessoas, os angolanos estavam exaustos. A maior parte deles não tinha conhecido outra realidade que não a da guerra. Estavam não só exaustos, como felizes por estarem vivos. E em todas as sociedades onde isso acontece, o grau de desmobilização social e política, no período imediatamente a seguir à guerra, é assinalável…

(Continua em testemunho VII…)

As escolhas do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:08
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Terça-feira, 8 de Setembro de 2015
CAFUFUTILA . XCV

TEMPOS QUENTES NO PARALÉM – 2ª de 3 partes - O esquecimento existe mas, nós não somos só silêncios…John Wayne estava encontrado neste sítio encantado … 

Por

soba10.jpg T´CHINGANGE - Nasceu em águas internacionais num vapor chamado Niassa. É cidadão do mundo, Angolano na diáspora - Mazombo por condição; anda pelo Mundo à procura de si mesmo! Tem cédula de Brasileiro, B. Identidade do M´Puto. Anda às arrecuas para fugir à regra, um paradigma, só dele.

john3.jpg John Wayne mostrava-se ávido de rever aquilo que foi sua infância em uma outra encarnação. Ele não tinha certeza absoluta se aquela sua infância longínqua foi passada em Aivados ou Alcaria e tem uma ligeira certeza de que tinha familiares em Panoias pois que refere estar em um alto e de poder ser vista de muitos horizontes. A todo o momento parávamos para apreciar as coisas ínfimas, tirava fotos que viravam um holograma em 3 D com cheiro e forma de impressionar. Não sei do porquê ao apanhar uns cardos de cor amarela e mete-los em seu alforge; nem lhe perguntei, pois tudo era nele inusitado. Afagou uma minúscula carriça que lhe saltou para o ombro e de repente apeou-se junto a um frondoso sobreiro e de novo falou em seu inglês rachado: - You know the difference between a sobreiro and the azinheira? Rsss… Se eu sabia distinguir o tronco do sobreiro e azinheira?.

john5.jpg Só sei que a azinheira dá bolotas comíveis enquanto as do sobreiro não prestam, melhor são intragáveis! Disse eu! - Pois então fixa-te nisto, o tronco do sobreiro é de casca grossa, rugosa, irregular de fendas e nódulos irregulares enquanto a azinheira tem a casca fina, fendas regulares e longitudinais além de ter as folhas mais pequenas e, como dizes as bolotas comem-se; Lá na paralaxe do além de onde venho, utilizamos muito esta glande para nos dar energia atómica, podermos assim a partir de suas partículas radioactivas de nos transmutarmos num ápice de um para outro lado! - Assim como levitar e andar só de pensamento? Interroguei-o!

mess1.jpg Ele tentou então explicar-me: - Quando olhamos para o espaço, em seu conjunto, a distância das estrelas é tão grande que perdemos a noção de profundidade, num primeiro momento. Todas as estrelas parecem então estar à mesma distância, coladas numa grande esfera, a esfera celeste. Mas, na verdade, elas não estão à mesma distância, sendo o método de paralaxe usado para medir algumas dessas distâncias e, é aqui que nos movemos, na sombra da paralaxe. Estava explicada este seu entusiasmo em ver as moléculas expansivas alimentadoras de seus iões ou catiões feitos nuvens, assim como um orvalho cacimbado. Mas eu não consegui entender.

mess04.jpg Mais ou menos isso, teletransporte nos iões espaciais! Disse ele. Isto é demais para a minha caminheta, afirmei; É melhor ficarmos assim! Notei que ele não gostou deste meu momentâneo desinteresse. Neste entretém ouvimos um kwé-kwé de um pássaro grande e preto por mim nunca visto! Seriam os seus guardiões nesta terra do Paralém. Podíamos ouvir tudo ao mesmo tempo, um fenómeno até aqui nunca por mim observado, mas eram os badalos dos bois e das ovelhas não visíveis dali, que sobressaiam desta amálgama de sons. Eu estava leve como uma pena, fazia quase tudo, eu que tenho tanta dificuldade a atar os sapatos pela manhã; parecia ser um ser gasoso.

mess6.jpg Montamos de novo nossos cavalos holográficos e num repente estávamos bem no átrio da ermida da nossa Senhora de Assunção. De novo apeamos e, ambos nos sentamos no muro largo feito daquele xisto caiado. Num encantamento tirou nem sei de onde uma gaita-de-foles e começou a tocar uma musica volátil que trazia aos sentidos o cheiro de plantas distantes, pode dizer-se paradisíacas… Foi quando vi as nuvens virem até nós e fundir-se em uma senhora, pairando ali bem perto sem qualquer assentamento; tudo indica ter sido a Nossa Senhora de Assunção…Nunca tinha sentido assim uma sensação de tanta tranquilidade…

(Continua…)

CAFUFUTILA, (kifufutila): - Farinha de mandioca torrada misturada com açúcar. Do Kimbundo de Angola

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:15
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Domingo, 6 de Setembro de 2015
FRATERNIDADES . XCIII

NUM TEMPO CINZENTOOngweva é SAUDADE - Por vezes a saudade é subversiva, porque nem sempre a vemos do mesmo jeito…

Por

Torres0.jpgEduardo Torres – Um Xicoronho de 3ª geração - A saudade, não me vence.

"Se alguém lhe fechar a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas. Lembre-se da sabedoria da água: a água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna - Gandhi "

roxo6.jpg Vou tentar esclarecer uma situação: por acontecerem datas marcantes na minha vida presente, elas não significam viver com pena de mim. Muito menos recordando-as; não admito, sequer, que procure a pena de outros por mim. Não é essa a minha causa, porque encaro vida com uma filosofia muito própria, não sei se errada ou certa, mas que não deixa de ser como a que eu penso. Claro que se escrevo um poema, ele se torna afirmativo no sentimento que quero exprimir nesse momento de saudade, pelo menos é essa a minha intenção, como admito que a morte faz parte da vida, não ando com queixumes constantes; pelo contrário, procuro tirar partido da vida que me resta, vivendo segundo as normas de boa conduta, e respeito por mim próprio.

roxo7.jpg O recordar, não significa obrigatoriamente sofrer, porque, segundo o meu ponto de vista, só se lamenta e sofre, quem não foi verdadeiramente feliz, e quem não soube extrair toda a ventura que a vida lhe podia proporcionar. Felizmente não foi isso que aconteceu connosco, e assim só tenho que agradecer à ENTIDADE DIVINA todo o percurso de vida que me proporcionou até ao presente momento. Não esquecer, é uma coisa, recordar faz parte dos momentos felizes que não se olvidam, e continuar a viver de acordo com a realidade a que se não pode fugir, é uma razão absolutamente inquestionável. E é assim que procuro viver...

roxo1.jpg Os portugueses, na generalidade, são hospitaleiros, sentem prazer em ajudar, e utilizam, quando caso disso, a fraternidade como arma de auxílio para quem precisa de ajuda. Considerado um povo de brandos costumes, sujeita-se, na maioria dos casos, a situações terrivelmente injustas, pela incapacidade dos seus governantes, num país onde a justiça funciona mal e tardiamente e que permite a quem tem dinheiro usufruir de vantagens, que quem não tem semelhantes capacidades, tem menores possibilidades de travar uma luta jurídica de igual para igual.

roxo2.jpg O problema não reside nas pessoas, penso até que os vários sistemas concebidos, foram sempre criados para os mais fortes, em prejuízo dos mais fracos. E depois surgem os aproveitadores da situação, que sem pejo nem dignidade, agridem, através de conceitos éticos nada recomendáveis, um povo, que na maior parte dos casos, vive amargurado, conformado com a sua sorte, sem esperança no futuro.

ter5.jpg E, com credores a bater-lhes à porta sem na verdade saber porque paga dívidas que não criou. Sabe que terá de pagá-las, porque neste País não há responsáveis, porque a responsabilidade morre sempre solteira. Verdade se diga, que a falta de civismo é um atestado pouco recomendável, para um povo, que no fundo ostenta tantas qualidades e capacidade do ferimento acima da média.

Ilustrações de Assunção Roxo

As escolhas do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 10:55
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Sábado, 5 de Setembro de 2015
MOKANDA DO SOBA . LXXXII

TEMPOS CINZENTOS - Não é no deslize duma breve lágrima, que fujo aos terrores dos medos feitos rolos de arame…

Por

t´chingange 0.jpgT´Chingange

maian10.jpg Por vezes a saudade é subversiva, mas porque nem sempre a vemos do mesmo modo que outros, teremos por isso de fazer guerra do lado contrário dos nossos próprios sentimentos. Na dignidade, revejo os laços da amizade retirando aos segredos das coisas válidas as fúteis incertezas que me obrigam a outras considerações. Depois, há segredos que nunca se devem revelar porque o sabor deles residem no mistério. E, também porque as maiores sujeiras surgem de quem nos ensina ideias puras ou puritanas sonegando-nos á revelia da justiça que nos é bem cara.

maian9.jpg O medo de duvidar penetra traiçoeiro, invariavelmente em nossas barrigas punindo-nos em enfraquecidos amores. Muitas vezes assim é! E, são até demasiadas vezes que o cérebro desce á barriga! A imprensa, com muitos outros lados de interesse, arredondam os ângulos, os cantos, calam-se sub-repticiamente ou premeditadamente formando infernos em paraísos, atrasos em progressos e vice-versa. Para justificar o injustificável quebram-nos as bases com filosofias e científicos artigos de dialéctica, ora marxista, ora de coisa nenhuma de um socialismo de batota descolorindo nossas próprias estratégias. Porquê?

maian6.jpgTemos de fazer um esforço de generosidade em nome da dignidade humana porque o que se sabe estar perdendo, anda mais rápido que o tempo; e, as mentiras inchando nossas cabeças. Digo por isso que infelizmente as saudades não vencem o medo! Até podemos premeditá-las! Tenho por isso saudades de quando fumava barbas de milho desinteressado do mundo! Juro que tenho! Agora fala-se muito dos migrantes, emigrantes, refugiados, das guerras loucas sem averiguar as causas de tudo isto!

maian1.jpg Já fui tudo isso sem o querer e, fico constrangido porque o mundo continua a ser manipulado sendo eu um mais-velho; meu peito está céptico, toca a rebate no meu trajecto de vida, um caminho crepuscular definido por imprevistas contrariedades, essas coisas de sem culpa formada nos erros alheios. Tudo por culpa sem desculpa, de gente irresponsável. O mundo deveria ser gerido por marcianos! Como disse no início, a saudade é muito subversiva.

O Soba T´Chingange     



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:01
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Quinta-feira, 3 de Setembro de 2015
MONANGAMBA . XXXVI

ANGOLA DAS CINZASRETROACTIVIDADESA maka da guerra com raivas  independentistas riscavam os mandamentos de Deus; de um e outro lado chovia metralha… 7

Por

soba0.jpegT´CHINGANGE

Zeca Kafundanga é um personagem criado por mim  porque a necessidade faz o engenho, recordo que ainda eu não era nascido e Kafundanga já por ali calcorreava os quintais da Maianga furtando pitanga, goiabas, gajajas e maçãs da Índia dando berridas aos cães alheios que sempre apareciam a perturbar Sputnik seu fiel amigo, o cachorro doméstico da família Monteiro Cabeças.

kafu29.jpg Durante dois longos anos Zeca Kafundanga manteve-se por ali perto de casa lidando com vizinhos e outras pessoas conhecidas; para ele preto de nascença, era por demais periclitante porque as atrocidades dos outros, provocavam raivas aos mais claros, nos mais brancos; nosso quintal de terra e areia andava limpo, quase lambido porque Kafundanga sem expedientes a fazer lá por fora, além-fronteiras do quintal ocupava-se varrendo com os cuidados para não poeirar. Com tempo em demasiado, ajudava também nas limpezas do quintal do senhor Teixeira, um enfermeiro mulato gordo e solteiro a prestar serviço no hospital Maria Pia como já foi dito.

kafu27.jpg Zeca queixava-se de que assim não tinha jeito de se ser gente, fechado ali com medo das rusgas gwetas, das justiças só átoa e, foi neste então que me confidenciou estar namorando com uma malangina com que queria fazer alembamento; que as saudades saiam-lhe nos poros na forma de catinga e na volta do contorno dos problemas só tinha mesmo seu saliente conforto na arte de cozinhar. Já com vinte e três anos, ano de 1963, tendo eu menos cinco anos e já com o curso de Electricidade, decidimos ir a convite de meu pai até às obras de construção da Fábrica de Cimentos Cecil no caminho do Cacuaco; ele, meu pai, era ali encarregado, responsável pelas drenagens, alvenaria e movimentos de terras.

kafu28.jpg Tinha em mente uma coisa em relação a Kafundanda, queria mesmo alisar as pedras dele porque minhas memórias diziam-me que sim, era preciso saber ver e arredondar suas penedias porque aquela tal de malangina pisava seu milho nas covas dos rochedos desse meu mano preto, e ele comia no pensamento a funje dela, de milho com peixe seco. Eu tinha mesmo de amaciar seu leite coalhado no cerebelo dele e arranjar maneira de mandar vir aquela malangina. Falando com o engenheiro Raposo, ficou acordado que Kafundanga ficaria ali numa barraca de pessoal menor e seria um dos cozinheiros para ajudar no refeitório, fazer assim mais produtiva a gente miúda no trabalho de multifunções, mesmo as desclassificadas de fazer argamassa e molengueiros. Este engenheiro Raposo era um práfrentista em gestão de pessoal.

kafu24.jpg Só sei que Zeca ganhou o suficiente para mandar vir de comboio sua amada Chiquinha Provisória só de nome; eu e ele fomos buscá-la ao Bungo e assim medonhando crepitâncias em fogo suspenso, arredondaram alambamento e, ela e ele por ali ficaram na felicidade com passos líquidos e definitivos, ela arrumando conservas, batendo o pilão, lavando e secando roupa, dinheiro extra de lavar cuecas surradas e pintadas. Ele cozinhando fuba com peixe seco do Sumbe e do Cacuaco, até do Lifune e, outo peixe muito cheio de gerações de ondas do mar. Nós víamo-nos de vez em quando nas miúdas passagens com minha cabeça tecendo novas ideias com tecnologia de ponta e até astral, levando lâmpadas florescentes e outras bugigangas ao observatório da Mulemba de Bettencourt  Faria. Tudo a ser reciclado para observar os astros e contactos com a NASA.

Monangamba - trabalhador sem especificação, faz-de-tudo (por vezes pejorativo).

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:12
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Terça-feira, 1 de Setembro de 2015
MUJIMBO . XCV

ANGOLATESTEMUNHO V ... Os benefícios da reconstrução foram escassos e muito restritos a certas regiões e classes sociais...

Por: Fernando Vumby - (Fórum Livre Opinião & Justiça - Janº 2015)

P: Perguntas feitas por Pedro Aires Oliveira

R: Ricardo Soares de Oliveira, 37 anos, professor de Política Comparada na Universidade de Oxford, acaba de publicar um livro em que analisa a trajectória de Angola desde 2002.

UM LIVRO QUE CONTA COMO FUNCIONA A OLIGARQUIA ANGOLANA

mugi0.jpg

(…) R: O Presidente de Angola deu uma garantia soberana ao BESA e depois retirou-a. Obviamente que não podemos reduzir a crise do BES à dimensão angolana. O ponto crucial é que o que acontece em Angola não é algo que esteja fechado numa caixinha, e que beneficie uns poucos, mas consegue ser mantido em quarentena relativamente a outras esferas da vida política e económica portuguesa. Em parte devido à dimensão que a presença angolana adquiriu em Portugal, essa presença hoje em dia é consubstancial à vida pública do país. Nas empresas, nos partidos, nos escritórios de advocacia, etc., etc. P: Já não é uma presença que se consiga distinguir qualitativamente do resto da vida pública?

R: E, nisso há um elemento de ironia. Algumas das visões mais optimistas, ou mais interesseiras, que em 2006-07, quando esta dinâmica se começou a manifestar, afirmavam que estas parcerias eram uma contribuição portuguesa para a “modernização” da vida empresarial angolana. Que as empresas angolanas se iriam tornar mais sofisticadas com base na interacção com o sector privado português. Na verdade, foi o sector privado português que se angolanizou.

mugi1.jpgR: Longe de se ter levado para Angola dinâmicas “virtuosas”, o que temos é um processo de importação de práticas e poderes angolanos para o centro da vida portuguesa. A elite angolana adquiriu, durante alguns anos, a noção de que Portugal era um espaço de impunidade. Obviamente que esta relação sui generis começou a receber muito escrutínio, tanto da parte de intelectuais públicos e activistas angolanos que criticam a proximidade de alguns interesses portugueses ao poder angolano, como da parte de jornalistas, colunistas, activistas e investigadores portugueses que, especialmente desde 2012, tem feito revelações importantes sobre o mundo turvo da relação luso-angolana.

mugi5.jpg

 

R: E vão continuar a fazê-lo. Penso que estamos num momento de grande fluidez, e que os parâmetros actuais da relação não são sustentáveis a longo prazo. A escolha de priorizar os mercados lusófonos revelou uma falta de imaginação confrangedora  por parte de alguns políticos e empresários que não hesitaram em vender aos portugueses a imagem de Angola como um El Dorado.

P: Havia alguma alternativa à estratégia de internacionalização da economia portuguesa que foi seguida nos últimos anos, muito orientada para mercados como o angolano, o venezuelano, o líbio e, por aí? Ou agora, em retrospectiva, é fácil descobrir os pontos fracos dessa estratégia?

R: As características desses mercados eram visíveis há 10-15 anos atrás. São mercados pouco exigentes, altamente politizados, em que sectores inteiros estão monopolizados ou cartelizados, que nunca poderão ter um efeito disciplinador ou de melhoria de competitividade das empresas portuguesas. São mercados em que alguém faça uma boa estrada ou uma má estrada, vai sempre receber um contrato porque conhece alguém na presidência.

mugi3.jpg R: São mercados onde os custos podem disparar, porque o pagamento vem de um saco azul e se calhar até há um ministro que quer que os custos disparem para poder extrair disso o maior benefício possível. Estou a dar exemplos genéricos que não se aplicam só a um país específico, mas a muitos mercados do mundo em desenvolvimento. São pessoas que têm alguma responsabilidade no que diz respeito as oportunidades que Portugal não explorou, nomeadamente na Ásia, em mercados genuinamente competitivos, em que havia oportunidades para as empresas portuguesas.

(Continua em testemunho VI…)

As escolhas do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 13:26
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Temos um Hino, uma Bandeira, uma moeda, temos constituição, temos nobres e plebeus, um soba, um cipaio-mor, um kimbanda e um comendador. Somos uma Instituição independente. As nossas fronteiras são a Globália. Procuramos alcançar as terras do nunca um conjunto de pessoas pertencentes a um reino de fantasia procurando corrrigir realidades do mundo que os rodeia. Neste reino de Manikongo há uma torre. È nesta torre do Zombo que arquivamos os sonhos e aspirações. Neste reino todos são distintos e distinguidos. Todos dão vivas á vida como verdadeiros escuteiros pois, todos se escutam. Se N´Zambi quiser vamos viver 333 anos. O Soba T'chingange
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