Segunda-feira, 29 de Fevereiro de 2016
MOKANDA DO SOBA . LXXXVIII

TEMPO COM FRINCHAS - Em terras de Vera Cruz … Porque cada homem é um mundo, tem que ao tempo, dar-se-lhe tempo…

Por

soba 01.jpgT´Chingange

007.png O homem conquistou os espaços que aparentemente não eram a si destinados. Ele voa e sabe-se que o ar é o elemento de pássaros: Ele vive dias e dias debaixo de água, um espaço vital para os peixes. Contra velhíssimas afirmações dogmáticas o homem criou com sua inteligência asas e guelras que o criador não lhe deu, não demorará a dominar o espaço cósmico, falar com a mente por telepatia e até deslocar-se como se fosse um holograma. A ciência atinge seus alvos com botas de anos-luz e pode até ser aquela mesma luz que ofuscou Ló da Sodoma e Gomorra da qual se retirou em tempo com sua família.

algar0.jpg A visão do profeta Ezequiel cada vez é mais credível que por via dum além do espaço exterior retiraram também com vida o patriarca Enoque e o profeta Isaías. Até que se obtivessem fotografias absolutamente nítidas e a cores, foram necessários 112 anos. Em cinquenta e seis anos o telefone estava inteiramente aperfeiçoado e automatizado; a rádio levou trinta e cinco anos até ficar com a perfeição que hoje conhecemos.

beldr7.jpg Depois de em Pearl Harbour um cozinheiro ver suas batatas cozerem debaixo de um radar, os rápidos ensaios levaram à construção do micro-ondas; o próprio radar levou antes disto, uns escassos quinze anos a ficar perfeito. Os progresso da tecnologia com etapas cada vez mais curtas trouxe-nos a Televisão a cores com apenas dez anos de pesquisa. Um progresso magnífico por um lado e assustador por outro! Os próximos cinquenta anos realizarão a parte de leão dos eternos sonhos da humanidade.

luis36.jpgPode-se em função disto ter um pensamento herético sem se poder abalar o prestígio de cristãos com suas versões anti paradigma ou até ter-se uma linha de pensamento diferente de um qualquer credo religioso que se pressuponha ser um sistema doutrinal organizado ou ortodoxo.

poluição.jpgTerei aqui de referir algo já escrito por mim à algum tempo demonstrando como OS PARADIGMAS DA VIDA influenciam a sociedade de hoje e, tendo levado Albert Einstein a afirmar  que “É MAIS FÁCIL DESINTEGRAR UM ÁTOMO DO QUE UM PRECONCEITO”.

- Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jacto de água fria aos que estavam no chão.

dedos 0.jpg Depois de algum tempo, de cada vez que um macaco tentava subir a escada, os outros quatro agrediam-no. Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação provocada pelas bananas. Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, sendo rapidamente retirado dela à força pelos outros. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, no massacre do novato.

dia36.jpg Um terceiro foi trocado, e repetiu-se a história. Um quarto e, finalmente, o ultimo dos veteranos, foram igualmente substituídos, e de igual modo se desenrolou a situação. Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a agredir aquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: - Não sei, por aqui as coisas sempre foram assim...

O Soba T´chingange

 

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:17
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Sábado, 27 de Fevereiro de 2016
XICULULU . LXVII

TEMPO COM FRINCHAS - Na rota do Atlântico - Os N´guesso construíram uma das maiores fortunas da África… A nossa sociedade é uma ilusão fugaz …

XICULULU : - Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo.

t´chingange 0.jpgT´Chingange

porto1.jpg Na rota do Atlântico - Em conjunto com Suíça e França, Portugal prende director e devassa negócios suspeitos da brasileira Asperbras com a cleptocracia do Congo, país cuja dívida Dilma perdoou…

porto2.jpgDenis Sassou Nguesso é um político congolês, actual presidente da República do Congo. Nascido no norte do país, é membro da tribo Mbochi.

Quinta-feira passada houve um pequeno alvoroço na sede do Banco Carregosa, na cidade do Porto (Portugal), quando policiais exibiram um mandado de busca. A casa bancária mais antiga da Península Ibérica entrou no mapa das investigações de corrupção e lavagem de dinheiro conduzidas de forma coordenada em Portugal, Suíça e França.

porto3.jpg No alvo está o português António José da Silva Veiga, director da Asperbras, empresa paulista percebida na Europa e na África como um dos braços financeiros da cleptocracia comandada por Denis Sassou N´guesso, que há 47 anos domina o poder na República do Congo. Veiga foi preso na semana do carnaval, em Lisboa, junto com o sócio Paulo Santana Lopes, horas depois de oferecer 11 milhões de euros (R$ 48,9 milhões) pelo controle do Banco Internacional de Cabo Verde, espólio do falido Grupo Espírito Santo.

porto4.jpgO director da empresa brasileira não declara bens em Portugal, onde enfrenta atribulações fiscais desde a época em que intermediava contractos de jogadores de futebol como Luís Figo e Jardel, entre outros. No entanto, foram apreendidos oito milhões de euros (R$ 35,5 milhões) em espécie, mais quatro Porsches, Mercedes e um Bentley, além de congelados saldos bancários de dez milhões de euros (R$ 44,4 milhões). Veiga actuava como agente plenipotenciário de José Roberto e Francisco Carlos Jorge Colnaghi, de Penápolis (SP) — sócios mais visíveis do grupo Asperbras. Sua intimidade com o clã N´guesso, em especial com Cláudia, filha do ditador, assegurou aos Colnaghi um bilhão de dólares (R$ 4 bilhões) em contractos públicos no Congo. A devassa interrompeu novos projectos, para uma rede bancária e hospitalar.

porto5.png A Asperbras foi grande beneficiária do perdão concedido dois anos atrás por Dilma Rousseff para uma dívida de US$ 280 milhões que o Congo mantinha com o Brasil. Nessa amnistia, chancelada em tempo recorde e sem debate no Senado, ficou perceptível a influência de António Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma. Palocci tem relações fluidas com os Colnaghi. Chefe das campanhas de Lula (2002) e Dilma (2010), Palocci era usuário dos aviões da Asperbras. Um dos Colnaghi, José Roberto, foi personagem do inquérito do mensalão sobre pagamentos realizados (via Angola) ao publicitário Duda Mendonça, na campanha de Lula em 2002. Ano passado, em outra investigação, a Justiça identificou remessas da Asperbras, no Congo, para a agência Pepper, que atende ao PT desde a campanha de Dilma em 2010.

porto6.jpg Alto risco é um derivativo natural dos laços com a cleptocracia N´guesso, hegemónica no país produtor de petróleo e de diamantes sem origem certificada - “de sangue", moeda corrente na lavagem de lucros do tráfico. No poder, os N`guesso construíram uma das maiores fortunas da África. Suas propriedades incluem 66 imóveis de luxo no eixo Paris-Provence-Riviera, segundo o Tribunal de Paris. A família cultua ostentação: Antoinette, primeira-dama, gastou um milhão de euros na celebração dos seus 70 anos em Saint-Tropez. Carla Bruni Sarkozy foi o destaque. A acção europeia que levou à prisão do director do grupo brasileiro Asperbras, sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro, desenvolve-se sob um sugestivo codinome policial: “Rota do Atlântico”.

Esta verdade parece até um conto de fadas!

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:18
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Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 2016
CAFUFUTILA . CIV

O CHOQUE DO PRESENTENo M´Puto, é mesmo bom não se fazer contas ao tempo porque podemos sem o querer, ficar sem vontade de recomeçar…

Por

t´chingange 0.jpgT´Chingange

afon2.jpg As altas taxas de desemprego, o rápido decréscimo económico, a instabilidade social, levam um qualquer responsável cidadão a pensar que a democracia tem de ser ressuscitada ou transformada. Durante muito tempo assistimos à maior fonte de trabalho laborando na construção de casas; por todo lado se ouvia o matraquear de martelos mecânicos, das betoneiras rolando cimento, das marretas a desbastar paredes e, agora, por falta de uma política coordenada e condicionada a só esta actividade, verificamos haver mais casas que cidadãos.

beldr5.jpg O número de portugueses é inversamente proporcional ao número de casas. A febre do ganho imediato levou governantes e povo a não ver que a vastidão de seus desejos daria numa paralisação em suas usuras. Era necessário parecer surgir nas estatísticas os gráficos crescentes de desenvolvimento. Como sempre pensei, as leis forma moldadas à natureza do momento pelos partidos políticos mantendo nos seus ideários aquele chavão ou clique da luta contra o fascismo.

afon5.jpg Porque necessitavam de mais transparência, fomentaram a construção civil num Deus-dará. A partir da metade do século XX, deram o direito de voto às mulheres, coisa mais que justa mas, em verdade, o propósito era mesmo ter maior número de votos. Redescobriram que os passados e, sendo bem urdidos, seriam pretexto para escolherem novas modas organizacionais em detrimento das velhas. Daí a necessidade de construírem novos sistemas constitucionais, ajustar a colher à boca, banir a fome ajustando-a à vontade de comer. 

haida art.jpg A Europa, saída das amargas experiências de duas guerras, deram o mote aos políticos mostrando preocupação aos direitos humanos, tornando estes, os homens, invioláveis e até inalienáveis (tudo tretas). Tudo isto se foi moldando paulatinamente tornando os parlamentares mais poderosos usando e abusando de poderes sem o efectivo aval da nação (leis fabricada por eles). Veja-se a actual situação de Portugal dando incestuosamente a si próprios prerrogativas exclusivas especiais. Gente paga por “todos” que criam para si em exclusivo, subvenções vitalícias depois de cumprirem meia dúzia de anos à nação. Um descarado gozo à gente que somos nós, a arraia-miúda (aleluia).

kandi4.jpegSó em 1958 é que o General De Gaulle, apoiado pela opinião pública exasperada por desmandos dos edis deputados, conseguiu criar um regime mais presidencial. Com suas leis fundamentais os governos esforçaram-se por reprimir os ditos movimentos antidemocráticos (que não lhes interessavam). E, surgem demagogos, tolerando-se uns e perseguindo-se outros, uma quase guerra fria na apologia, uma defesa laudatória com guardiões da integridade. 

mux01.png  E, surgiram Gabinetes de Coordenação Politica com novas teorias psicológicas, gestores de dialéctica e publicações culturais, exposições itinerantes e o escambau como dizem os brazucas. Eu andava distraído, adormecido na cultura do cinema até que uns quantos visionários políticos de mãos dadas com medíocres militares, me tornaram quase em um marginal, um refugiado em minha própria pátria, um retornado, um insignificante número da diáspora. Senti-me destituído de quase todos os meus direitos; como eu, centenas de milhares sofreram o mesmo vexame pomposamente chamado de descolonização e cada qual esgadanhou como pode pela vida.

sacag6.jpg Muitos dos descolonizados deixaram que a morte chegasse para os aquietar, outros também se tornaram políticos e salvo raras excepções corromperam-se, venderam-se e tornaram-se gatunos oficiosos. Com virtudes, poucos irão ficar enaltecidos na estória. Os direitos humanos foram direitinhos para o esgoto, o lixo bem abafado por ser tóxico. Muitos ficaram sem a vida ainda lá na dita Província Ultramarina do ”O escambau” tendo como carrascos patrícios do PREC e outros merdas que a estória terá de contar tim-tim por tim-tim. Mas que leis foram estas para nos destinarem tal fim! Prometi-me não esquecer isto! Desta merda de leis sem ressarcimento feitas por estes Edis deputados de aviário cuja vastidão de seus maus desejos nos paralisou: E dizem-me que esqueça!  Esqueço o escambau!…

O Soba T´Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 23:11
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Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2016
MUXOXO . XXV

TEMPOS CUSPILHADOS – Um descuida e, posso ir para o espaço… Num tempo de futricadas e corte de à máquina zero...

Por

t´chingange 0.jpgT´Chingange

açaí0.jpg Feito turista da boa idade, bronzeado e com o corte de à máquina zero, reluzindo gotículas de suor ao sol de Maceió, posso afirmar que nesta quentura e, como diz a canção, a vida aqui só é ruim quando não chove no chão mas, se chover tem de tudo e, de tudo tem de porção. A canção cuja letra sempre me toca, diz mais, que só sairei daqui no último pau de arara, uma caminheta de caixa aberta com fueiros para transportar troncos e, ou caboclos do agreste de regresso a casa ou indo para o trabalho. Bem! Agora não chove.

açai00.jpg Duas horas andando em ziguezague no concorrido calçadão cruzando com a pista de biciclos e outros artefactos, cadeiras e mesas para preencher a praia, dar o colorido que todos os dias se monta e depois desmonta e, que chegam lá pelas sete horas e trinta já com o sol queimando na lombeira. Lá terei de enfrentar outro dia baforando os trinta graus pelos poros e, num despe e torna a vestir e banha e torna a banhar para esfriar, a flanela que nada demora para de novo empapar de suor. Calor de Fevereiro, bafo de trovoada num lugar chamado de Pajuçara.

açaí01.jpg Parei para me lambuzar com um copo de açaí, até poderia ter sido de graviola, sape-sape da minha terra longínqua mas, as variantes são muitas e boas demais! Desta feita o açaí foi até uma boa opção! Também podia ser de pitanga, que pelo que sei, é retentora de líquidos e reguladora do aparelho digestivo. Beberei deste suco mais logo para controlar qualquer malazenga que o galeto na brasa, a carne de sol ou até mesmo a carne de charque possa adulterar; também o feijão preto, de corda ou tropeiro mais o arroz e a macaxeira. Terei de falar também da sempre presente farofa com pedaços de fiambre chamado aqui de presunto, pimentão de cheiro e o fogo chamado de pimenta, nosso jindungo de angola.

araujo21.jpgMano Corvo . chispamos com cuspe nossa amizade! Aquele cuspo virou visgo de mulemba ...algures na Maianga... Já lá vão uns bons sessenta anos

Talvez até mande vir uma quentinha da tia Lucienne! No elevador encontro-me com o Tó Muchiloanda que se desfigura no papel de síndico; anda preocupado com a reunião de condóminos que querem ter benefícios sem pagar como se estivessem num cortiço, pendurados na favela. Com cara de chato como a potassa, diz que só fazendo de sandokam de facão á cintura o respeitarão. Foi quando e, já sozinho verifica no aviso bem à altura dos olhos dizendo: - Verifique ao entrar se o elevador se encontra neste piso! Pópilas! Apanhei um susto! Quer-se-dizer que a porta pode abrir e, se não me acautelar entro no vazio, no espaço, no buraco negro! Assim sem mais, ir de licença graciosa!

araujo23.jpgUm descuido e lá irei para o espaço. Adeus T´chingange, o soba branco pintado de preto, cidadão de três continentes armado em escritor de capoeira, escrevinhador de pilhérias e futricadas do linguajar entaramelado nordestino. A vida é mesmo feita de nadas, de grandes serras paradas com o vento em movimento. Teremos sempre de gerir a vida com cuidado, com seriedade! Em verdade podia passar sem nada vos contar porque isto, nada tem de transcendente mas, é esta minha sina, minha ginástica, meu pilates. Quem sabe se ainda virei a ser um “personal treiner” da terceira e quarta idade para afugentar o alzheimer.

Imagens de Costa Araújo, meu mano Corvo

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:59
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Terça-feira, 23 de Fevereiro de 2016
XICULULU . LXVI

NAS FRINCHAS DO TEMPO - A nossa sociedade é uma ilusão fugaz, um fogo-fátuo, uma fantasia evanescente ou uma descarada mentira… Nós, o povo, sempre seremos coisa menor; carne picada para canhão de político…
XICULULU : - Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo.
Por

soba0.jpegT´Chingange

afon0.jpg Não avançamos para lado nenhum! São muitos nenhures, muita perda de atracção ideológica e muitos sinais sobre de onde poderá vir um desafio sustentável. Alguns observadores, tão prudentes, ficam nessa de dizer nenhures com a mão estendida aos horários ou talvez na ressurreição de um novo obscurantismo, uma nova revelação de sementes de verdadeiras reformas. Não se atrevem a ser gente de vulto enfrentando heroicidades, só esperando o momento tal, uma frincha pra espetar sua cunha. 

adam2.jpg Como um presságio para futuros sucessos numa ordeira desorganização, sem se darem conta, desintegram-se comodamente num progressivo declínio de autoridade que muitas vezes, eles próprios criaram, engendraram, surripiaram ou estabeleceram. Pois! Por vezes, muitas vezes as estabeleceram, paragrafaram e sublinharam. Valeu a pena pá? O ímpeto da revolta surge no nosso meio, também ela surda sem frentes de firmeza, sem estratégia e sem legitimação organizada num partido financiado na gordura do estado. 

araujo27.jpg É necessário ser-se prudente, dirão! Ser-se também paciente, avaliar com cuidado as forças adversas. E, dirão: Mas isto sem um plano capaz, sem um controle estatal não tem pernas para andar. A indústria da assinatura continuará a contento dos tecnocratas, dos burocratas, inibindo a competitividade, desincentivando a iniciativa privada; tornando na certa incapazes, os outros a respirar, a competir. Dir-se-á: têem a faca e o queijo na mão; política incestuoso a nossa.

bra4.jpg Não basta disfarçar a realidade caótica protelando o que efectivamente é necessário, varrer a casa do lixo, fazendo guerras de quezílias raquíticos, tísicas que só servem de manobras de diversão. E vêm guerras burocráticas a propósito, leis obtusas de enriquecimento justificado e uma evidente falta de planeamento governamental. Somos mesmo um molho de brócolos infestados de pesticidas. Nós, o povo, sempre seremos coisa menor; carne picada para canhão de político… 

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:55
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Quinta-feira, 18 de Fevereiro de 2016
MULUNGU . XLVIII

TEMPOS CUSPILHADASSó porque cumpriram meia dúzia de anos ao seu país na casa deliberativa, tomem lá este bónus vitalício…  Assim não brinco!

Por

t´chingange 0.jpgT´Chingange

bangasumo2.jpg As leis dos homens são feitas a contento de uns poucos para subjugar outros que lhes dão sustentabilidade. Durante muitas décadas, para não dizer sempre, houve genocídios que o tempo tratou com impunidade desde a Sibéria ao ponto mais longínquo de um qualquer continente, um qualquer Xingrilá desconhecido nas altas montanhas da Mongólia ou em países como o Burkina Faso, o Ruanda Burundi ou o Lesoto. Poderia até nem sair de casa e, enumerar as aberrações que surgem no Portugal de agora tão à esquerda, cujos mandantes do povo ditos deputados se aborregaram com um subsidio perene só porque cumpriram meia dúzia de anos ao seu país na casa deliberativa das leis, a Assembleia Nacional. Entretanto os demais cidadãos esforçam-se para subsistir com falripas e promessas que mal chegam para sobreviver!

moita2.jpg Há oitenta e seis anos atrás 30.000 agricultores “kulaks” foram mandados fuzilar sumariamente por Estaline; cinco a sete milhões de pessoas, podem ter sido deportadas para regiões remotas da União Soviética só pelo facto de estarem em desacordo com o lançamento de impostos sobre os produtos agrícolas. Estaline impôs medidas de emergência para recolher dos agricultores, cereais à força. À greve dos camponeses, seguiram-se confrontos pela diminuição de reservas cerealíferas com o sequente aumento dos preços dos alimentos; o regime regressava aos métodos do comunismo de guerra. Agora e, em Portugal será um comunismo de crise.

pet3.jpg Em 1929, Estaline venceu os seus opositores de esquerda e direita impondo nos campos agrícolas as cooperativas mecanizadas. Como alvo de suas visões, Estaline tomou como alvo os camponeses mais ricos, os chamados “kulaks” sendo estes subdivididos selectivamente em três grupos e segundo o seu contra-revolucionaríssimo activo. O primeiro grupo foi entregue à polícia de segurança do estado sumindo sem deixar rasto.

REPU6.jpg O segundo grupo foi deportado para as remotas regiões da Sibéria para fazerem repovoamento. O terceiro grupo de cariz mais dócil foi reinstalado em outras religiões, não muito longe de onde viviam. Foram regras austeras de descompressão social separando-os por forma a perderem os elos de organização a fim de não mais terem a força colectiva de contestação e reivindicação. As regras mudaram ao longo do tempo, mas a essência de actuação ainda está latente na forma de punição a funcionários demasiado permissivos a quem tenta embaraçar as leis que lhe são adstritas.

vaca0.jpg Hoje os partidos organizam-se para tomar o poder, subsidiados pelo Estado e, quem a estes pertencer e não seguir seus ditames, também ele, pode estar a ser um “kulak”, ser relegado para o fim da fila por meios hodiernos. Porque não há lugar para misericórdias, dirão os mais fanáticos deste liberalismo podre! Dessa forma de fazer querer para o parecer, quem não pensar como eles, poderão vir a ser candidatos a mendigar nas estações rodoviárias ou ferroviárias, torna-los paulatinamente esqueletos de ventres inchados. Posto isto, muitas vezes, também me sinto um “Kulak”.

Mulungu: É uma árvore de grande porte com flores vermelhas.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:16
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Quarta-feira, 17 de Fevereiro de 2016
A CHUVA E O BOM TEMPO . LXIV

A MUNDO É PEQUENO . Na precisão de largueza para enrijar…

Por

t´chingange 0.jpgT´CHINGANGE - Nasceu em águas internacionais num vapor chamado Niassa. É cidadão do mundo, Angolano na diáspora - Mazombo por condição; anda pelo Mundo à procura de si mesmo! Tem cédula de Brasileiro, B. Identidade do M´Puto. Anda às arrecuas para fugir à regra, um seu pessoal paradigma.

amendo0.pngamendo5.jpg Hoje inicio o dia caminhando por uma hora e ao longo do mar verde de Maceió, cor esmeralda. Apanhei da areia duas amêndoas caídas da árvore aqui conhecida por amendoeira-da-praia para me ginasticar o punho, os dedos, a falange, a falanginha e a falangeta. Pelo facto de irem caídas, desta forma fiquei com as mãos desentorpecidas. O tempo ensina-nos a forma de minimizar a pouca flexibilidade do corpo pelo envelhecimento. A árvore chamada aqui de amendoeira-da-praia tem em outros lados nomes diferentes como castanheira, árvore-de-anoz, castanholeira, coração-de-nego (no Maranhão), sete-copas, chapéu-de-sol, guarda-sol, figueira-da-índia (em Angola) e caroceiro (em São Tomé e Príncipe).

amendo1.jpg Sendo típica de regiões tropicais, atinge grandes dimensões podendo ir até 35 metros de altura. Especula-se que seja originária da Índia ou Nova Guiné. Em Angola ainda em jovem mais os kandengues do Bairro da Maianga e, a caminho da escola José Anchieta ou de Aplicação e Ensaios no Largo D. Afonso Henriques atacávamos estas no lugar de parque Heróis de Chaves, bem por detrás do cine Restauração que veio na independência a ser promovido na Assembleia Nacional por vontade do MPLA. Aqui no Nordeste brasileiro, ninguém parece ligar à mas desta amendoeira mas, nós kaluandas comíamo-las; as mais amarelinhas.

amendo3.jpg É curioso saber-se que no Brasil e na região de São Paulo o fruto desta se chama de cuca, nome bem conhecido das gentes saídas de Luanda pela famosa cerveja que ainda sobrevive lá no bairro da Luua e, com o mesmíssimo nome, Cuca. Esta árvore tem a copa bastante larga, fornecendo bastante sombra; de folhas caducas proporciona-nos a frescura tão cobiçada nas bordas deste mar de Maceió e nos largos. É cultivada como árvore ornamental; como se disse, seus frutos são comestíveis, embora um pouco ácidos; os morcegos são os seus principais consumidores que pelo que tudo indica, sendo muito apreciados por estes.

amendo4.jpg Saiba-se que a sua madeira é vermelha, sólida e resistente à água, sendo ainda utilizada para fazer canoas na antiga Polinésia. Mas continuando o meu caminho, fazia com estas, massagens rotativas nos dedos para fazer fluir o sangue às partes menos usadas do corpo neste tipo de exercício de marcha prolongada. Ultrapassando já os cinco quilómetros e bem para lá da Lagoa das Antas dou a volta para o regresso. Já no Gogó-da-Ema da Ponta Verde de Maceió, regalo-me com dois cocos frios comprados por cinco reais; sugados a palhinha relembro o meu pedido: – Moço está de quanto o coco? – Um por três reais diz ele! Mas, pra ocê, eu faz dois por cinco!

barao1.jpg O matuto fala assim como se já me conhecesse faz um meio século, uma forma bem nordestina de comunicar. – Tá certo disse eu. Dá-me dois! E, por ali sentado num banco de calçadão fiquei matutando nesta forma de vida sempre encalorada, bebendo soro de coco como salvaguarda de qualquer atamancada malazenga que queira entrar a despropósito. Aqui estava eu, um turista setentão, bem bronzeado de olho gordo para as coisas, as garinas e seus modos de gingar bumbum com trejeitos de malvadez! Com fumaças de nobreza, por ali descansei um tempo, precisado que estava de dar-me largueza para enrijar, para tornar meu corpo esbelto.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:51
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Terça-feira, 16 de Fevereiro de 2016
MUXIMA . LVI

ANGOLA . OS DUROS DA ESTRADA - Os camionistas – Com alguns enxertos do livro " O Tempo e a Memória "

Por

t´chingange 0.jpgT´Chingange

camionista 2.jpg Muito do progresso de Angola e, particularmente a cidade de Malange, se deve ao labor corajoso e duro de uma determinada classe de profissionais: os camionistas! A vida daqueles homens foi uma saga, arrostando com situações de extrema adversidade, como o mau estado dos caminhos durante o tempo das chuvas, o pó do tempo seco que se entranhava em tudo o que fosse orifício, ou as imprevistas avarias acontecidas em locais desertos e longe de tudo, que só lhes deixava ao acaso e à sorte a hipótese de alguém os poder socorrer.

canmionista 1.jpg Se não houvesse alguma sanzala ou povoação nas redondezas de onde pudesse vir auxílio, corriam o risco de ter que permanecer longo tempo à espera até passar outro veículo que os livrasse dos enterranços ou das avarias, situações que os camionistas tinham que enfrentar nas picadas de uma Angola em construção. Esta situação só melhorou a partir da década de 1960, quando aconteceu construírem as principais vias de ligação asfaltadas. No interior, o mato como se dizia, as ligações entre os povoados mais pequenos e distantes continuavam a ser caminhos toscos, picadas estreitas de terra batida, dura e poeirenta no cacimbo, mole e enlameada no tempo das chuvas.

angola2.jpg Quase sempre esquecidos, teremos agora, com mais de quarenta anos de independência de lhes fazer justiça, pois era nas cargas de seus camiões que se vivenciava a seiva do progresso daquele imenso território. Eles eram o elo de ligação entre aquelas longínquas terras. Existia já o Caminho-de-Ferro no troço Luanda e Malanje mas era através daqueles que se sabiam as últimas novidades lá, aonde o ferrocarril não chegava. Os jornais levados por estes, mesmo atrasados, eram um luxo para as gentes e locais inóspitos sempre ávidos de notícias.

antu5.jpg Eram estes e os Rádios Clubes que os ligavam ao mundo; bastantes vezes serviam de correio, levando encomendas variadas ou mesmo cartas para aqueles habitantes isolados, os comerciantes e gentes das fazendas. Esse trabalho incansável e persistente, era uma luta aonde todos os obstáculos tinham que ser ultrapassados, dia após dia, fizesse sol ou chovesse a cântaros; sem horários, sua labuta fazia-os permanecer longas temporadas fora de suas famílias. Uma tarefa que jamais deve ser esquecida para que os vindouros reconheçam neles os verdadeiros pioneiros de uma Angola civilizada.

retornar1.jpg Em 1954 e, tendo eu nove anos, tive oportunidade de viajar com um camionista amigo de meu pai quando e como trabalhador de Brigada dos Caminhos de Ferro de Luanda, construíam a ponte sobre o rio Lucala. Não mais poderei esquecer os mais de mil quilómetros percorridos e recordo as passagens por N’Dalatando, Lucala, Camabatela, Uíge e depois e, já regressando Mabubas, Kifangondo e por fim Luanda.

massau5.jpgRecordo-me de no acampamento aonde dormi com meu pai, ter ouvido hienas a chorar e urros distantes de leões; relembro os bidons ao redor do acampamento contendo tochas de fogo pela noite para afugentar as feras. Cada qual à sua maneira, contribuiu para a Angola que hoje existe! O reconhecimento formal não se fez por quem de direito e, creio nunca tal se verificar porque os mwangolés são ingratos nas interpretações que fazem daqueles tempos ditos coloniais, mesmo tendo lá deixado tudo! Estarei aqui para recordar, até um dia!…

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:05
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Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 2016
MALAMBAS . CXXII

NAS FRINCHAS DO TEMPO . Muitas das coisas que acontecem neste nosso mundo, vêem de opiniões que se dizem acertadas! … Mas, nem sempre assim o é!...

MALAMBA: É a palavra.

Por

soba02.jpgT´Chingange

maceio1.jpg Neste passado sábado, matei saudades de fazer feira, fazer as compras para a semana vendo a gente do povo labutando, vendendo seus produtos da xácara, vê-los fazer o que sempre souberam fazer com contas de reluzir ao segundo, somando duas e três fracções em simultâneo. E, lá estava o velho Simplício vendendo a banana comprida, agora quase dois anos passados, mais cara, doze por nove reais; já foi o tempo em que eram quatro ou cinco reais. E, lá estava o meu amigo Anastácio de Arapiraca a quem sempre comprei beringela, três por dois reais e mais uma de gentileza por ser um velho cliente.

maceio2.jpg E, comprei carne de bode mis costeletas de boi, um queijo inteiro de coalho e ovos de codorna. À minha avó de simpatia, tia Zéfinha, comprei duas tapiocas quentinhas recheadas com coco ralado; deu-me um grande sorriso por não a ter preterido depois de tanto tempo passado. E, comprei batata-doce a 3,50 reais por quilo, mais tomate, coentro, salsa, cebola e pimentos. O alho está de quanto moço? – Dois por três, quatro por cinco! Aqui é assim negócio rápido num decide, compra e segue. Acerto a oferta, cinco por seis e um trejeito, um sim siô, negócio feito, assim fica. Tome lá, dinheiro na conta certa.

maceio7.jpg Vi de relance dona Sildéria com a sua palidez de flor meia fanada mais a Zulmira, lívida e com um ar de fastio amarelo a fazê-la mais feia e, o velho Anastácio da Silva indiferente olhando estas na mistura da porcaria do mundo com um profundo desdém, quase desprezo dos que já não esperam nada dos outros, nem dele próprio.  Anastácio nem tugiu nem miou mas pude ler no seu desdém que não era prudente fazer comentários desabonatórios daquelas duas empertigadas vizinhas do quarteirão.

maceio6.jpg Minha amiga Ju com seu síndico marido, presenteou-me com um pitéu de sururu de capote, assim do jeito de marisco mexilhão, cozinhado com ervas medicinais com alho e pimenta de jindungo botando fogo, orgia pantagruélica antes dos entretanto de fraldinha  recoberta com sal e assada na churrasqueira; vem uma itaipava, outra skol a estalar do freezer, lábios a arder  e, espremo um limão de caipirinha… Hó coisa boa!

maceio5.jpgDeste meu jeito, regateio, bate-papo com a vizinhança, e ao raiar do sol de todos os dias, com o gosto de me esfregar na vida percorro o calçadão de Pajuçara; sem regatear as horas que Deus me deu, faço-o bem à maneira do escritor e poeta alagoano Aldo Rubens Flores ou tantos outros incógnitos por quem passo. O mundo por vezes é pequeno e assim sem predestinar horários, vou bordejando o mar cor de esmeralda á sombra dos muitos coqueiros! Para um pé carente há sempre um chinelo velho!  O meu sapato biqueira de aço, descascou da sola, enganam-nos de toda a forma, de todo o jeito…

O Soba T´Chingange      



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:17
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Domingo, 14 de Fevereiro de 2016
MISSOSSO . XXVI
OS MIRANGOLOS DO DY UM CONTO ANTIGO Nas terras altas do Lubango...

Por

DY00.jpg  Dionísio de Sousa  (Reis Vissapa) - Um Chicoronho de 2ª geração… Autor de “Ninguém é Santo” escrito para todos os Angolanos que amaram e amam a terra que os viu nascer ou crescer.

UM CESTINHO DE MIRANGOLOS

MIRAN1.jpg Desde que começara a dar os primeiros passos que se aventurava pelos arredores deixando os passinhos marcados no pó fino que cobria os carreiros trilhados por pés caminhantes. Milhares de latas de águas transportadas à cabeça tinham fornecido o pequeno aglomerado onde vivia. Eram provenientes da lagoa que dormitava a menos de meio quilometro e onde bagres irrequietos perturbavam o silêncio da mata. Aquele era o mundo dela, o mundo onde crescera e onde aprendera os segredos das matas. Ali sentada à beira de água conversava consigo própria e deixava voar os seus sonhos com as neblinas matinais que se desprendiam como fantasmas das águas serenas. Formulava desejos e deleitava-se com o despertar do sol e os seus olhos brilhavam de contentamento quando os raios douravam as águas. Aventurava-se pela madrugada para se encontrar pelo caminho com aquelas avezinhas acocoradas ao solo com os olhos arregalados pelo crepúsculo matinal. Saltitavam quando tentava agarrar alguma delas e lembrava-se que avó Felícia lhe contara a lenda que originava o seu aparecimento apenas ao escurecer.

MIRAN2.jpg Não acreditava muito que uma avezinha tão meiga tivesse cometido um pecado tão grande ao ponto de ser amaldiçoada e condenada à escuridão. Confundiam-se com os gravetos acinzentados do solo e um dia encontrara um ninho com dois filhotes esganiçados clamando comida. Achava que havia uma ternura esquecida nos olhos delas. Já de dia a menina percorria os mirangoleiros esparsos pelos arredores e carregava um cestinho de mirangolos para avó que começava a sua lide diária no arimbo e o bater ritmado do pilão moendo grão. Não se lembrava da mãe que partira ao alvorecer tal como os noitibós e que nunca mais voltara. Interrogava-se se não fora ela também destinada a viver na escuridão. Acalentava a esperança de um dia a encontrar acocorada num dos carreiros, esperando por ela. Um dia de regresso a casa estranhou não ver a avó Felícia na sua tarefa habitual. Deu com ela enroscada na samacaca de tons azuis na esteira de caniço.

MIRAN3.jpg Colocou o cestinho ao seu lado e amedrontada reparou que não dava sinal de vida. Um seminarista da missão mais próxima encontrou-a ali aninhada junto avó. Levou a menina para a missão e Padre Fortunato deu-lhe guarida e alimentação a partir dessa data. Nos serviços dominicais interrogava a Virgem Maria sobre o paradeiro da mãe e da avó. Não obtinha qualquer resposta da Senhora de olhos meigos que a olhava misteriosamente do altar do templo. Resolveu começar a escapulir-se de madrugada para visitar os seus amigos noitibós e quando de regresso deixava um cestinho de mirangolos aos pés da Virgem Maria e em jeito de prece questionava a Senhora da razão da condenação da avezinha. Intrigado com as dádivas diárias o Padre Fortunato resolveu investigar quem seria o autor ou autora das mesmas.

MIRAN4.jpg Nas confissões obrigatórias o velho padre inquiriu a menina sobre a razão de deixar um cestinho de mirangolos aos pés da virgem. – A minha avó sempre me tratou bem, me alimentou e acarinhou. Em paga, eu sempre lhe ofereci mirangolos. – A gratidão é uma virtude muito linda. – Congratulou-se o padre. – Mas qual a razão de os ofereces à Virgem? – Interrogou de novo. – Para não condenar a minha mãe e a minha avó à escuridão. – O padre explicou-lhe que a condenação do noitibó era apenas uma lenda inventada há séculos e que todas as criaturas terrenas são filhas de Deus. A menina ouviu encantada a explicação.

MIRAN5.jpg O tempo passava e sempre que podia ia ao seu recanto preferido para ver as avezinhas e apanhar os suculentos frutos. Foi então que encontrou dois noitibós que se deixaram apanhar pelas suas mãos carinhosas. Fez-lhes festas nas diminutas cabecinhas e depois soltou-as. O sol nasceu, colheu os mirangolos e de regresso à missão as duas aves faziam curtos voos no carreiro por onde caminhava como querendo alisar-lhe a caminhada, indiferentes ao brilho do sol. Os anos passaram e foi-se tornando mulher. Estudou e aprendeu as coisas da vida e um dia as duas avezinhas deixaram de aparecer. Percebeu que era altura de voar também. Que ninguém era condenado à eterna escuridão por Deus ou pela Virgem. Só vive na escuridão quem quer.

Reis Vissapa

As opções do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 11:32
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Sábado, 13 de Fevereiro de 2016
MALAMBAS . CXXI

NAS FRINCHAS DO TEMPO . Muitas das coisas que acontecem neste nosso mundo, vêem de opiniões que se dizem acertadas!E, nem sempre são as melhores...

MALAMBA: É a palavra.

Por

t´chingange 0.jpgT´Chingange

assun1.jpg Alguém que queira entender como a Europa se desenvolveu desde 1900, tem de saber que mesmo antes da segunda guerra mundial os europeus não eram capazes de resolver seus problemas sem o auxílio dos Estados Unidos da América e, a Alemanha tentava recuperar o estatuto de grande potência. Havia já a Sociedade das Nações que não obstante estabelecer uma nova ordem jurídica, a democracia não se fazia valer na prática porque isso implicava assimilação de minorias refugiados tais como ciganos, Polacos, Húngaros, judeus e até republicanos saídos da guerra de Espanha.

assun2.jpg Durante o século XX sempre ouve refugiados saídos de países dentro da Europa e embora os tratados falassem em direitos de cidadania e igualdade de tratamento perante a lei, os procedimentos nunca foram levados a sério suscitando até serias oposições. Era e continua a ser óbvio que as hipocrisias de liberalismo pregavam uma coisa e faziam outra bem diferente.

assun3.jpg O direito de se policiar a democracia e a liberdade em todo o mundo foram e serão sempre uma utópica negação a discursos de relevante nível; tudo muito reactivo em realidade! Queiramos ou não a população deslocada de fora da Europa que busca este continente para viver, não se torna possível de sustentar de forma massiva. A sua aceitação será sempre compulsiva a comparar com outras em diferentes tempos e, porque a Europa está lotada e sem condições para acudir aos idealistas que em teoria conseguem juntar judeus, cristãos, muçulmanos, islamitas ou outras religiões e seitas.

assun6.jpg O Alá é grande mas nem todos se podem juntar em um fórum internacional na defesa de uma nova moralidade. Poderão sim cohabitar mas cada qual com seus usos e costumes, um homem e muitas mulheres ajustando-se com um rancho de filhos assegurando sua sobrevivência a partir da subsidiodependência, viverem como coelhos e à custa de toda outra ordeira sociedade. Será assim como um molho de brócolos, incestuosas desvirtudes segundo critérios de preservação social.

assun4.jpgEu não quereria coordenar tamanha infusão de cores sociais. Parece-me um impossível arco- iris, ideia que só me parece possível inchar nas cabeças de poetas bem distantes duma efectiva vivência. Haverá ideólogos a pintar tudo muito direitinho, outros com interesses por detrás duma capa humanitária e, outros muito cheios de hipocrisia a tentar justificar o injustificável. Penso que cada um deve ficar no seu canto e com respeito mútuo, porque a liberdade de uns termina aonde começa a dos demais.

Ilustrações de Assunção Roxo

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:06
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Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2016
PARACUCA . XVII

TEMPOS DORMIDOSCom os territórios coloniais entregues a si próprios resultou daqui o assalto ao poder...

Por

soba0.jpegT´Chingange

Paracuca: - 500 gr de ginguba sem ser torrada, 250 gr de açúcar (ou mais), 2 chávenas de água - Preparação: Juntar todos os ingredientes numa vasilha e levar a lume brando. Vá mexendo, sempre, até a mistura ficar solta. Deite num tabuleiro (agitando para ficar solta) para arrefecer.

parac1.jpg O esgotamento dos mercados monetários significam décadas de esforço para reconstruir a economia através do capitalismo que sempre se mostra nefasto quando a usura transforma manobras políticas em dinheiro caro vendendo sonhos e peidos de velha a altos juros. A reacção dos governos de países do sul da Europa estiveram pendentes de territórios imperiais ou colónias ultramarinas que de certa forma lhes davam o suporte de sustentação.

parac2.jpg Obediente ao padrão “ouro”, a reacção dos governos com colónias foi lenta, desconcertante ou até de duvidosa classificação, perdendo-se o sentido de cooperação entre as partes dissidentes ou litigantes de atitudes com parcerias ensombradas; no caso português sucedeu para além de tudo o mais um desnorteamento do suposto mais alto nível tornando políticos e militares de aviário em estadistas sem coturno. Gente sem eira nem beira que desintegrou de forma propositada o que poderia ter outro rumo e, tendo sempre subjacente um nítido desprezo ao vínculo nacional.

parac3.jpg Com os territórios coloniais entregues a si próprios resultou daqui o assalto ao poder, quebrando amarras ao modelo liberal de livre comércio. De todas as potências coloniais, só a Grã-Bretanha continuou a usufruir de benesses por trocas comerciais entre o estado metrópole e as partes desgarradas, descolonizadas. É fácil deduzir que quando a produção não fica acima da estabilidade dos preços e dos interesses da sociedade que vive do rendimento, a quebra, só trará benefícios directos à engenharia financeira orquestrada pelos “bankers”, os verdadeiros gângsteres que têm sempre lucros a partir das desgraças alheias.

parac4.jpg A própria finança do estado, pessoa de bem, que deveria estar isenta desta rapina, provoca situações despropositadas de bom censo, beneficiando-se em parcerias com os demais órgãos do poder! Comprando por tuta e meia patrimónios valiosos que nos custam os olhos da cara como contribuintes, vendem-nos passado horas por um preço cem vezes superior. E, curiosamente, nada lhes sucede! Tudo é gerido na ganância  despedurada.

parac5.jpg E, é por isso que surgem penhoras e vendas em hasta pública por valores irrisórios. É proibido ser-se pobre! Mas é o que todos se estão tornando incentivados pelos meios mais ortodoxos, de fingida regulamentação, e muita nebulosa credibilidade vendendo gato por lebre. Todas as crises que provocam desemprego em massa têm fortes implicações políticas. A corrupção anda á tona de nossos olhos como moscas entópticas que se cruzam em nosso campo visual. Surgem na forma de pontos, ou fragmentos de teias de aranhas, que flutuam vagarosamente em frente de nossos olhos. Haverá alternativas para se mudar isto? E, a que custo?

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:02
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Segunda-feira, 8 de Fevereiro de 2016
CAFUFUTILA . CIII

O CHOQUE DO PRESENTENo M´Puto, é mesmo bom não se fazer contas ao tempo porque podemos sem o querer, ficar sem vontade de recomeçar…

Por

soba 01.jpgT´Chingange

vaca1.jpg Portugal é um navio encalhado na maré-baixa. Nenhum esforço humano irá pôr o navio a flutuar até que e segundo o curso da natureza, a maré volte a subir. Aos comandantes e oficiais deste grande barco caberá usar toda a sua sabedoria para desencalhá-lo. A sabedoria dita convencional manda que se aperte o cinto, se reduza a despesa pública, que se espere pela restauração na confiança dos investidores mas, sucede que por via desta espera o povo desespera por não ver uma política directa para lidar com o desemprego.

vot4.jpeg Receia-se ainda mais, que se perca a confiança do estado, pelo factor crise com crescimento da dívida pública e das más políticas. Não existindo um “plano Marschall” para socorrer este navio chamado de Portugal, o ideal será mesmo renegociar a divida. Não se vislumbra saída airosa para este sempre crescente juro! Sempre será uma pescadinha de rabo na boca.

sururu1.jpg Inevitavelmente haverá que para além de renegociar os juros, queimar também as gorduras dos endinheirados engravidados à custa do erário público, retirar benesses aos políticos e toda aquela gentinha dita nobre, que vive do aconchego do estado. É notório que a crise alterou os ritmos da vida social familiar de modo a que muitos, fiquem mais indigentes e sempre numa temeridade de perder a sua fé na lei e na justiça; homens há que os pontos de referência que se lhes restam reside no levantar, almoçar e deitar.

galo.jpg Para alguns já nada é urgente, esquecendo-se do sentido de ter pressa. Também fazendo perder o sentido de dividir os dias em horas desprezando os minutos. Isto já se está verificando nos dias que correm e por isso e, mais os indicadores recentes de controvérsia, não posso acreditar que por esta auto-estrada, caminho, carreiro ou fiote, levemos a água ao moinho se, a maré não for grande e viva. Não deviam nunca, poder  retirar-nos a vontade de recomeçar …

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 18:17
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Sábado, 6 de Fevereiro de 2016
MALAMBAS . CXX

TEMPO COM FRINCHAS  . Muitas das coisas que acontecem neste nosso mundo, vêem de opiniões que se dizIAm acertadas! …

MALAMBA: É a palavra.

Por

t´chingange 0.jpgT´Chingange

socie1.jpg Em um tempo antigo e com mais de setenta e um anos que é a idade que quase tenho, as crianças tinham esperança nos dias, meses e anos que se lhe seguiam porque era raro ou nunca acontecia, um pai chegar a casa agastado porque tinha perdido o emprego por longo tempo. Podiam até ter um salário não satisfatório, receber miseravelmente mas não transmitiam aos filhos essa intranquilidade e duma forma drástica de encerrar o futuro. As alternativas nesse então eram possíveis e faziam parte de uma passiva tranquilidade.

socie5.jpg Os governos tinham a preocupação de manter a sociedade sem ilusões de fantasias urdidas na secretaria ou medidas provisórias inibidoras no planear o futuro da família; hoje com créditos a voarem de seu pecúlio sem nunca se saber o paradeiro dos dinheiros arrecadados, as famílias vivem tormentos não previstos no tempo e espaço. Num repente os fiéis depositários chamados de banqueiros viram ladrões, vendem sonhos sem uma fiscalização capaz da entidade de topo chamada de Banco de Portugal retirando assim ao cidadão a honradez.

socie4.jpg A verticalidade ou aprumo necessário por forma a serem bons gestores da família, retiram aos pais essa mais-valia e, de forma permanente levam os valores que sempre lhe serviram de matriz às urtigas; um dia e outro somando carências despropositadas. A sociedade moderna, por via duma suposta modernização oferece prazeres e tentações que ameaçam a solidariedade na família alimentando egoísmos individualistas com alienação; este comportamento trará amargos frutos na forma de jovens desassociais, desempregados de longa duração e psicopatias levadas ao extremo com drogas.

socie3.jpg A sociedade exposta à desocupação sofre invariavelmente de influências venosas que só dão largas à criação de sociólogos, psicólogos e assistentes sociais. Esta paisagem, queiramos ou não, retira o efectivo direito de cidadania ao homem de bem, ensombrando o rumo de desencantamento público. Será isto o espectro de um mundo com excesso de população com particular incidência nesta Europa? E, se assim for, como ficamos com esta nova leva de gente vinda de mundos diferentes que procuram saída numa Europa já de si tão carente de empregos? As perspectivas continuarão ainda mais temerosas se tomarmos em conta as opiniões de gente que se diz sábia e caritativa com o dinheiro de todos nós! Como ficamos?

O Soba T´Chingange    



PUBLICADO POR kimbolagoa às 18:36
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Sexta-feira, 5 de Fevereiro de 2016
FRATERNIDADES . CIII

NAS FRINHAS DO TEMPO - A ambição e o descaramento - A vida só pára para quem morre ou quer esquecer…

Por

Torres0.jpgEduardo TorresUm Xicoronho de 3ª geração - "Se alguém lhe fechar a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas.” - Gandhi

araujo27.jpgEm verdade, para se seguir a carreira política nos dias de hoje, é preciso nascer talhado para o efeito ou ganhar determinadas maneiras de encarar a vida para se submeter e aceitar certos condicionalismos, que não sendo uma medida padrão, definem bem quem se queira servir da política em proveito próprio em vez de a utilizar para servir o País.

araujo30.jpg Acredito que haja políticos bem-intencionados, mas depois de mergulhados em esquemas controlados por altos interesses, ou acabam fazendo parte deles por não terem força para contraria-los ou dificilmente conseguem sair da roda em movimento sem estarem indexados à partida por qualquer beliscadura; e, servir de aviso para que na maior parte dos casos seja o silêncio a se tornar em uma necessidade.

araujo31.jpg Há políticos que já foram governantes, e para mal dos nossos pecados, a maioria até governou mal, para quando colocados na oposição, fazerem reparos, descaramento que chega a impressionar quem os ouve. Preparados de novo para voltarem ao poder, sem propostas que garantam que a passagem anterior pela governação serviu para ganharem conhecimentos e experiência por modo a lhes facultar foro privilegiado. Subordinados a determinadas directrizes, não apresentam argumentos válidos que garantam a confiança do eleitorado quando a pretensão é votar-se em plena consciência.

araujo 28.jpg Infelizmente, penso que tudo isto está tão generalizado, que muitos poucos países passam ao lado de escândalos da corrupção, da ambição pessoal do fácil enriquecimento, dos compadrios a garantirem compensações; mas como é normal dizer-se, os políticos são um mal necessário; tenhamos fé que para melhores dias melhores políticos irão aparecer. Valha-nos essa esperança...

Imagens de Costa Araújo Araújo

As opções do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:02
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Segunda-feira, 1 de Fevereiro de 2016
MUXIMA . LV

TEMPOS COM CINZAS . ESTÁVAMOS EM 1975

QUALQUER UM DE NÓS SAÍDO DE ANGOLA, PODIA TER ESCRITO ISTO...

Por : Mukanda da Diáspora

cuca6.jpgCorria o ano de 1975.

Fez este ano quarenta anos que me vi obrigado a deixar Angola. Infelizmente, isso me trouxe após vinte e três anos de permanência, todo o tipo de incompreensões. Há uma coisa que me faz quase chorar! É em Agosto quando da chegada a Portugal de milhares de trabalhadores da Diáspora, a maneira como são recebidos com grande deferência o que, está na linha do povo português prestando-lhe essas homenagens com grande deferência. O paradoxo impõe-se em oposição com a recepção que foi prestada aos trabalhadores da mesma Diáspora só que aqueles por virem de um império em queda foram estigmatizados e, que até hoje nunca foram reabilitados, nem ressarcidos. 

cuca5.jpg Falando por mim: porque me fizeste isto meu Portugal Nos primeiros tempos durante o PREC foi a animosidade dos concidadãos, em simultâneo a boicotagem da entrada nos empregos de quem vinha chegando! Dois me surripiaram no ramo cervejeiro. Quando cheguei diz-me a funcionária que me recenseou? O senhor já escolheu Hotel? Hotel! Tenho dois filhos pequeninos e a senhora fala-me em Hotel está a gozar com a minha cara ou quê? Paguem-me um bilhete para sair daqui pois se tenho que enfrentar o touro da vida que seja já amanhã. E pagaram mesmo! Mas a partir daqui fiquei só, enfrentando a vida tenazmente e, na clandestinidade. E passaram quarenta anos! Vivo desde esse tempo num misto de liberdade e escravidão.

cuca4.jpgConheci todos os governos de Portugal pós Democracia e por incrível que pareça nenhum tentou sequer resolver problema de tal magnitude! Mas aqui: refiro-me evidentemente aos trabalhadores da Diáspora do Império, já que os funcionários públicos já cá chegavam com o papel da reforma! Nenhum se queixou. O mesmo país situações idênticas! Soluções diferentes! Eu cheguei com dois filhos de tenra idade, fui de imediato jogado para o esgoto da História, duas irmãs casadas com um funcionários públicos de média escala dizia-me uma delas?

cuca1.jpg Claudinho, tenho muita pena de ti; mas para a tua irmã, abençoada descolonização! Olha irmão! O Abílio ganha mais que lá, resido na capital e deixei de andar com a barraca às costas como os ciganos, Ele era sondador de águas da Geologia e Minas: a tua irmã agora é uma senhora! É curioso que agora a única coisa que reivindico a Portugal é que me ajude a repor esse bem em Portugal. É por isto que hei-de reivindicar sempre a casa que deixei num dos bairros pobres de Luanda. E se Deus existe Portugal bem precisa da ajuda dele para repor essa legalidade que lhes foi surripiada.

As escolhas do T´Chingange  



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:55
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MAIS SOBRE NÓS
QUEM SOMOS
Temos um Hino, uma Bandeira, uma moeda, temos constituição, temos nobres e plebeus, um soba, um cipaio-mor, um kimbanda e um comendador. Somos uma Instituição independente. As nossas fronteiras são a Globália. Procuramos alcançar as terras do nunca um conjunto de pessoas pertencentes a um reino de fantasia procurando corrrigir realidades do mundo que os rodeia. Neste reino de Manikongo há uma torre. È nesta torre do Zombo que arquivamos os sonhos e aspirações. Neste reino todos são distintos e distinguidos. Todos dão vivas á vida como verdadeiros escuteiros pois, todos se escutam. Se N´Zambi quiser vamos viver 333 anos. O Soba T'chingange
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