TEMPOS PARA ESQUECER - ANGOLA DA LUUA . IV … 22.06.2016 - O Mundo sempre andou mentiroso - Também, e por isso, as fronteiras mentais transportadas por mim em estórias, embora aumentando em capacidade de criar ilusões, diminuem-me a veracidade (dizem).
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Em 16 de Junho de 2016 mencionei o espírita Chico Xavier numa frase que deve estar sempre presente em nossas atitudes: -Você não pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas você pode começar agora e fazer um novo fim! Vamos então seguir o seu conselho…
(...) Luanda ficou restringida à circulação nocturna automóvel para evitar o cortejo de protestos e, foi vedado ao público o acesso ao aeroporto de Belas (antigo Craveiro Lopes); só quem era portador de bilhete de embarque poderia aceder aos balcões do “check in”. Este procedimento resultou assim, porque o Palácio da Cidade Alta foi invadido por centenas de brancos irados com as iniciativas militares que os não protegiam. Todos, ou em sua grande maioria, os moradores de Luanda se aperceberam que as forças armadas do M´Puto não estavam ali para defender os interesses dos brancos mas, isso sim, para preparar, apetrechar, municiar, aconselhar, instruir e ajudar em tudo o MPLA da facção de Agostinho Neto.
A facção do Agostinho Neto não tinha nenhuma estrutura montada para acudir a tamanha oferta que os portugueses lhe estavam dando. A facção Neto era no campo militar insipiente porque a facção do Daniel Chipenda ficou com toda a estrutura militar. Este tinha sido o escolhido para presidente pela direcção do então MPLA quando e, ainda na mata. Neto tinha isso sim, muito apoio dos intelectuais, do bem organizado partido comunista português e, pseudo-intelectuais de última hora maioritariamente miscigenados, estudantes da ala Coimbrã vindas de células clandestinas, bem politizados.
Estava em marcha o PREC, processo de revolução em curso e nós ilustres ignorantes habitantes da Luua, nessa matéria, estávamos abaixo do zero e, ali andávamos entretidos ouvindo este e aquele vendedor de ideologias e procedimentos pouco transparentes em nossos hábitos. Nossa cultura como disse antes, era a do cinema e praia. Com este “know-how”, um termo anglófono utilizado para descrever o conhecimento prático sobre como trabalhar a nossa mente de sociedade imberbe; estávamos no ponto certo!
Tudo o dito aliado ao apoio dos ditos progressistas barbudos militares de aviário mais os estudantes feitos aspirantes pelo MFA, fomos ficando entalados de forma paulatina; assim e, como um bando de galinhas que se preparam para ir para o matadouro, pouco a pouco tomaram conta das nossas vidas. Nos ainda nem conhecíamos o “savoir-faire” com os conhecimentos hodiernos de processamento! Estávamos a anos-luz destes galfarros comedores de neurónios à esquerda, sempre à esquerda e, vindos do M´Puto às paletes como se diz hoje na gíria. Estávamos prontos para sermos degolados, nem mais!
Eles tinham o conhecimento prático de como executar uma qualquer tarefa; nós ali andávamos engalfinhados entre os pareceres de pequenos partidos que só tinham assento na rádio tacticamente arrebanhada por estes e por ali ficávamos de boca aberta engolindo mosquitos, dizendo umas patacoadas assim como se fala de futebol! Cada qual tratando de si. Nós fomos mesmo uns coitados dirigidos por desclassificados como esse tal de Fernando Falcão da FUA, um ilustre desconhecido que serviu à justa medida àqueles sabidões do M´Puto. Foi um desclassificado traidor sem se aperceber que era manobrado! Até ele foi enganado.
Coarctados da nossa própria propriedade intelectual o “know-how” do MFA, Movimento das Forças Armadas e da JSN, Junta de Salvação nacional, nomes de pomposidade com todos os componente de transferência de tecnologia ideológica e afins, confortável em ambiente nacional e internacional, coexistente com, insondáveis outros direitos de propriedade intelectual, adquiridos por via obrigacional ficamos quilhados! É o termo certo, quilhados!
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Fizeram o que quiseram com sobra de tempo; Savimbi foi o único líder dos três movimentos armados que advertiu que tudo se teria de processar com tempo! Os demais tinham pressa! Então o MFA, tinha muito mais presa. Usando suas patentes, marcas e direitos autorais, de punho sempre para cima, fornicava-nos nos activos económicos; cancelaram transferências para o M´Puto e o dinheiro passou a ser casca de amendoim!
Estávamos mesmo a ser preparados para ser os “tinhas”, candidatos à penúria e uns cobertores da Cruz vermelha, Verde, Azul e associações maquiavélicas montadas a jeito de nos trapacear com pancadinhas nas costas! Foi tudo assim, duma forma subtil, metendo-nos os dedos pelos olhos e, nós tolerando até que… Camionistas e Comerciantes da Luua protestavam contra o desarmamento dos brancos, a sua expulsão dos subúrbios, leia-se musseques de Luanda, alegando insegurança provocada pelos constantes tiroteios que eles mesmo davam fora de horas.
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Procedimentos planeados pra desmobilizar qualquer eventual ousadia por parte da população urbana, maioritariamente branca e mulata. Esta turba de gente que entrou de rompante no Gabinete do Alto Comando, pois então do excelentíssimo Rosa Coutinho de Tuji, o almirante vermelho. Obrigaram-no a ficar de pé em cima de sua secretária tentando fazer-se ouvir. O almirante estava ensanduichado entre uma multidão completamente desgovernada e em jeito de o linchar. Foi realmente pena que ninguém lhe tivesse dado um tiro nos cornos! Pena foi que tal não tivesse acontecido. Angola no seu todo só teria a ganhar com a sua ida para o paralém.
Entretanto eu que estava na Caála, trabalhando no Município tendo como presidente Delmiro gouveia e morando junto à igreja na casa anexa à escola primária, lugar central da pequena cidade, junto à igreja, apreciava uns guedelhudos brancos a falar axim, besugos de tez alvina quasequase, comandando um grupo de rapazes, candengues a fingir de militares. E levavam paus a fingir de armas, assim uma coisa parecida com aquelas maneiras já vistas na guerra dos Simbas no Congo. E para baixo e, para cima sem qualquer impedimento seguiam esquerda…direita, esquerda…direita! Eram os futuros militares do MPLA a serem preparados como pioneiros.
E cantavam coisas nunca ouvidas; os pioneiros. Claro! Tal macacada dava para assustar qualquer um e de qualquer cor ou coro…Não tentem pintar a coisa enaltecendo as coisas da forma que não vi! Os amigos que por aqui andam, tentam fintar-se e enganando-se também nos querem torcer o pensamento! Não direi nada a qualquer outro… a alguém, mas contarei o meu ponto de vista! Não irei passar a luva em quem nos quer fazer crer que não era bem assim edecéteras e tal! Como diz meu amigo engenheiro Fuca-Fuca, fico hoje por aqui, mas volto!... Se há aqui um mais branco feito preto, esse serei eu porque senti na pele a escuridão… continua a sentir.
(Continua…)
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHA DO TEMPO – KIANDA COM ONGWEVA - Zé Peixe de Aracaju e as Sereias Roxo e Oxor surgiriam só no século XX e XXI algures num recife de Guaxuma de Alagoas - 9ª de várias partes…
Ongweva é saudade
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:::::T´Chingange
AS TÁGIDES DE TOLEDO - Continuamos em terras de “Castilla-La Mancha” - UM PAMBU N´JILA
Januário Pieter o excêntrico fora de tempo, saudou-me no largo bem em frente da catedral de Toledo. Tinhamos combinado que seria ali o encontro, antes de tomar novos rumos e descortinar as notícias que respigavam lá do concílio das kiandas no palácio, praça-forte ou lá o que era Alcazar e, aonde se encontrava a tal Zachaf Pigafetta Roxo vinda dum lago mal conhecido e logo dum centro de África tão pouco desbravado; muito vistosa, cheia de zingarelhos e trogloditas estampados a imitar caçadores africanos com lanças massai…
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O dia despontava com raios através das torres da catedral e, estranhamente fui saudado em amazulo com um samboniani. Recordando-me de tal saudação respondi um kunjani, meu!
- E, porquê tudo isto? Interroguei-o enquanto sinalizava em gesto, o seu aspecto, cabelos desgrenhados e ainda com falripas de ramela. Sempre pensei que uma kianda kalunga não dormia, mas pelos vistos, assim não era.
- Porque venho de visita aos mustafás de Alhambra. Tinha de condizer com os meus antepassados mouros a estes mulungos.
- E para quê, essa adaga aí na cintura? Perguntei.
- Para respeitar as tradições antigas, homem sem arma não é ninguém e eu, não atravessei a kalunga de N´Gola para fazer má figura. Também é uma homenagem aos meus mestres de Toledo, acrescentou. Caramba… pensei eu com a língua agarrada aos dentes; estes kamundongos mesmo sendo kiandas têm a prepotência dos vindouros kiluanges de N´Dongo, dos tais vassalos da Matamba e Reino do Kongo.
Dispostos a nos sentarmos naquela esplanada do largo da catedral, “plaza del ayuntamiento” surge-nos o candidato a pintor Costa Araújo Primeiro, um auxiliar do El Greco e este, ao invés de Pieter saudou com um refrescante “buenos dias”. Em realidade, embora estando um dia de sol, corria uma brisa fria e, assim rumamos até à mesa da esplanada taberna ainda despejada de gente. Havia sim movimentos de coches com cavalos a blaterar relincho afogado pelos ladeirosos empedrados, rilhando os ferros do freio e dando bufas cheirando a feno estercado. Distribuíam viveres, apetrechos para vendas ou abastos, funis, cabos de enxada mais pipos com conservas.
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Depois de todos estes entretantos mandou-se vir uma taça de tinto “rioga” e umas quantas chamussas, pois o senhor kianda extraplanetário estava com uma fome de leão da anhara; não admira, vinha de áfrica.
- Afinal, encontraste resquícios de teus familiares mulungos dinossauros? Perguntei eu com uma intimidade um tanto abusiva.
- Pois! É isso que me trás aqui a Toledo; sendo assim, vou-vos contar tudo: - Meu tio Antoine, o mais kandengue, dedicou-se à igreja, foi para frade; esteve com meu segundo pai Lestienne em Burgos a trabalhar nos jardins de “Cartuja de Miraflores” mas, depois roçou madraçamento pelas sacristias do convento até que num dia seguiu integrado numa comissão-à-doca de regulamentar segurança aos peregrinos de caminho para Compostela e as novas visões da estrela-polar. Depois de muitos anos tomando conta de seus fiéis e a guarda do incensário da catedral, morreu sem deixar herdeiros. Tenho de lá ir, a Santiago de Compostela rogar preces à sua memória e assim ficar tranquilo na minha missão de kianda itinerante da Globália.
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Interrompi a descrição de Pieter para lhe mostrar vontade de saber qual o mistério que o envolvia à kianda Zachaf Pigafetta Roxo a tetravô da Assunção que ora é Maria ora só é Assunção mantendo o Roxo em ambas. É que tenho de saber no espaço o tempo que se passou entre este agora e o ano de lá mais á frente com a ninfa kianda de Guaxuma de não muito longe de Porto das Galinhas.
Meu amigo T´Chingange, o tempo para nós não conta e escusas de apressar as visões porque tens de ao tempo dar tempo e, dito isto continuou sua lengalenga estória de seus tios recentes! De tinhoso, impacientou-me ainda mais mas, assim tinha de ser.
- Talvez só te conte a estória da estirpe Roxo depois de visitar Santiago; tenho de ir por lá e, até contigo, encontrarmos juntos os deciframentos de coisas, eventos ligadas ao M´Puto, mais o “bota fumeiro”, sua ligação póstuma com meu tio Antoine. Ver pormenores daquele Pambu N´gila com ligação à nossa N´gola pelos seus símbolos; n´zimbos na forma da concha vieira, uma mabanga diferente das nossas kalungas, nossos mares.
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Não valia de nada ficar em pulgas! Em seu tempo saberíamos os mistérios de Zachaf, do lago Niassa e do porquê também encontrarmos nestes venturosos episódios a Costa Araújo Primeiro que se tornou nosso amigo, quase-quase do peito.
- É uma boa. Eu mesmo te vou falar das bikuatas cassumbuladas no nosso povo, nesse antigamente e nesse mesmo ali. Combinado, meu! Rematei… Ia fazer mais o quê?
E, Pieter continuou sua descriminação: - Meu ancestral pai e, como ides saber, esteve em Pernambuco com Maurício de Nassau; embarcando mais tarde para Loanda do reino N´gola com os Mafulos, casou com N´ga Maria Káfutila e, mais tarde, ficou como mercenário às ordens dos Tugas com Sá e Benevides, um rico comerciante de escravos a viver no Brasil. O resto, voltarei a contar mais tarde porque, com o teu desespero também me irritas o cerebelo. Até que enfim… é agora! Sussurrei eu.
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Josué Pieter, o 3º mais velho dos meus tios, ficou no “Pais de Landes” tratando de vinhedos em “Vignobles Vallee du Loir” e, por lá deixou muitos primos. O 4º tio mais velho de nome Souston, ficou nos arredores de Paris roçando a vida em “Jablines du Marne”, lugar aonde nós nos encontramos pela primeira vez recordas? Nem me lembro disso mas teria pouca importância porque passou logo ao outro tio; finalmente o último!
O quinto tio, Charles Pieter, o mais velho de todos, seguiu o rumo de Burgos em “Leon e Castilla” como Lestienne e Antoine mas, singrou para Toledo aonde se tornou um homem de armas, vindo a ser mais tarde um militar da armada de “La Mancha e Andaluzia”. Foi em “Puerto de Santa Maria”, perto de Cádiz que pelo rio Guadalquivir, saiu numa armada de soberania às novas terras Espanholas de América. Bolas! Pelos vistos, isto vai mesmo dmorar; Também, com tanto tio e, filhos do primeiro pai, o que faz não haver televisão, micro-ondas e aviões….
Amazulu: - Dialeto Zulu; Samboniani: - Bom dia; como está (em Zulu); Kunjani: - resposta a samboniani; tá se bem!; N´zimbo: - concha, dinheiro antigo do reino de N´gola da ilha Mazenga; Mulungo - M´zungo; branco em Zulu; Adaga: - Punhal em forma de foice usado por muçulmanos; Anhara: - Zona plana e, com plantação rasteira, de clima seco ou semidesértico e tropical; Pambu N´jila: - Agente de ligação entre o espaço físico e o místico; lugar de veneração ou peregrinação; Lugar predilecto;
kalunga: - espírito forte, divindade ou espírito das águas, iemanjá, mar, água no geral; Mabanga: - Bivalve do tipo ameijoa que sangra vermelho; bikuatas cassumbuladas: - Coisas roubadas; riquezas arrebatadas; jogo de sacar por toque brusco; Mafulo: - Holandês em quimbundo; Gente invasora da Companhia das Índias Orientais ou Ocidentais; flamengo; Kamundongo: camundongo, natural de Luanda
Ilustrações de Costa Araujo e Assunçõ Roxo
(Continua…)
O Soba T´Chingange
TEMPO COM CINZAS - Constantino enganou-nos impondo ao Império Romano o cristianismo…. O tempo dá tudo e tudo toma, tudo muda mas nada morre...
XICULULU : - Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo, cobiça
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Aos meus amigos(as) – 5ª de 12 Partes
(…) Giordano Bruno frequentou a corte e tornou-se ligado a figuras influentes tais como Sir Philip Sidney e Robert Dudley, o duque de Leicester. Em 1584 foi convidado por Fulke Greville, um membro do círculo de Sidney, para discutir sua teoria do movimento da Terra com alguns doutores de Oxford. A discussão degenerou em querela. Ao final do século XVI aparentemente não havia um único professor que ensinasse o universo segundo Copérnico, excepto Giordano Bruno.
Galileu apresenta suas provas no início do século seguinte, e mesmo então é obrigado a abjurar a teoria. Galileu nunca encontrou Bruno em pessoa e não o menciona em seus trabalhos, sendo bastante esperto de sua parte evitar citar um herege condenado, em suas obras. Pouco depois Bruno começou a escrever seus diálogos italianos, que constituem a primeira exposição sistemática de sua filosofia. São seis diálogos, três cosmológicos - sobre a teoria do universo - e três sobre moral.
Na Cena de le Ceneri (1584: "A Ceia da Quarta Feira de Cinzas"), com local simulado em Paris e Veneza, ele não apenas reafirma a realidade da teoria heliocêntrica mas ainda sugere que o universo é infinito, constituído de inumeráveis mundos substancialmente similares ao do sistema solar. É a história de um jantar de que participam convivas ingleses, e nele Bruno difunde a teoria de Copérnico, a qual ainda era objecto de riso e, como dito acima, de descrença por não coincidir com os ensinamentos de Aristóteles.
Afirmava que não havia posição absoluta no espaço, como dissera Aristóteles, mas que a posição de um corpo "era relativa à dos outros corpos". Em toda parte ocorre mudanças relativas incessantes de posição por todo o universo, e o observador está sempre no centro das coisas". Porém, o movimento dos astros não seria esférico como Copérnico havia apresentado. Bruno suprime a esfera das estrelas fixas conservada por Copérnico e alarga o universo ao infinito.
O mundo não tem limites nem referência absoluta e, portanto, as várias imagens dele são relativas: qualquer ponto é centro - periferia. Infinidade e relatividade. Os astros giram também sobre seu próprio eixo para perpetuar em si a vida, para expor sucessivamente todas as suas partes ao sol (como seres que tem vida, animismo).
São afirmações ousadas em uma época em que o pensamento teológico filosófico medieval era ainda predominante, e tinha como uma de suas peças básicas a astronomia de Ptolomeu que afirmava ser a Terra um ponto imóvel privilegiado, centro do movimento circular de todos os corpos celestes, teoria que afinava tanto com os textos bíblicos quanto com o pensamento racional aristotélico que a escolástica integrava num todo unitário.
(Continua…)
As opções de T´Chingange
NAS CINZAS DO TEMPO - Meu futuro é amanhã! Ontem, foi meu prefácio… Será difícil acreditar que algum visitante do futuro nos traga toneladas de ouro para se acabar com a crise…
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Para manter algum interesse humano em minhas estórias terei de usar fricção e ficção nem sempre cientificamente comprovadas, assim como supondo que em um certo dia, descobriremos como viajar mais rápido do que a luz. O questionamento de assim suceder na maioria dos escritores, contadores de estórias ou escrevinhadores como eu, é a de que não se querem aperceber de que andar à velocidade da luz, implica voltar atrás no tempo.
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Para mim, até que nem é assim tão problemático porque faço inventações porque, se pudesse fisicamente voltar lá para tás no tempo, ver-me-ia em outras gerações, teria decerto outro pai, outra mãe e, até seria o tratador dos cavalos de Napoleão ou dos Camelos dum qualquer mustafá abladu ou ainda ser o próprio Prestes João, tão procurado e nunca encontrado.
No Livro Das Maravilhas, de Marco Polo, Preste João era Ong-Cã, rei dos Turcos da Mongólia; a Igreja penetrou na Ásia Central e foi até a Manchúria e vários desses povos eram cristãos com sacerdotes hereditários. Os reis portugueses na busca de montes doirados dessa lenda com um rei, mandaram a pé e por mar olheiros, e nunca nenhum lá chegou a não ser o Vaco da Gama.
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O reino de Preste João, para além das muitas buscas, instigou a imaginação de gerações de aventureiros mas, sempre permaneceu fora de seu alcance. Estava sempre mais para lá do Xingrilá. Também eu me condensei no reino da Abissínia da Ásia Central, descendente de Baltasar, um dos Três Reis Magos. Como as notícias palpáveis desse império cristão eram escassas, dilataram-se fantasias em redor do seu reino mas o certo é que nos dias de hoje subsistem fantasias que nos mandam para o lado contrário: -O futuro!
Já naquele então se falava em monstros vários (entre os quais os homens com três cabeças de cão como o descrito na estória de Ulisses), paisagens edénicas, etc. Eram então e continuam sendo o Inferno e o Paraíso num só território. Por vezes também me revejo no Caramuru, Diogo Alvares, um fidalgo português da casa real, que tendo ido à aventura por volta de 1510, para São Vicente de São Paulo, por ali se naufragou num lugar de Cachoeira fazendo amizade com os índios Tupinambás.
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Pelo já dito, quando for para o espaço sideral, não quero usar um padrão de tempo único pois que cada observador mede o próprio tempo com o relógio que carrega; é possível que a viagem pareça muito mais curta para os viajantes espaciais do que para aqueles que permanecem na terra. Claro que não será muito agradável voltar de uma viagem alguns anos mais velho e, descobrir que todo o mundo que se deixou para trás morreu milhares de anos antes. Para viajarmos no passado teremos de recorrer ao que nossa mente reteve ou a de outros, conservados em escritos.
Assim como a minhoca, descobrimos coisas só registadas em fotos amarelecidas, esboços de mestres, letras árabes, romanas, escritas cuneiformes dos sumérios, pictogramas ou outras formas abstractas. Falas esculpidas em pedras transcrevendo a nossa capacidade e inteligência, que mesmo sem feromonas, foi possível ultrapassar a velocidade do tempo, ou da própria luz, permitindo-nos viajar no, ou para o passado.
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Viajar nesses buracos de minhocas, meandros de tuneis, é uma forma possível de ultrapassar a velocidade da luz, viajando numa densidade de energia positiva ou negativa, para se poder percorrer o espaço-tempo, um pouco mais à frente ou um pouco mais atrás. Podemos comparar isto de energia, como as nossas contas bancárias que mesmo sem saldo positivo se pode gerir com créditos negativos. As leis quânticas são hoje tão liberais que permitem no negativo fazer operações de compra sem comprometer o sustento!
Movimentar divida, contas negativas, é a especialidade mais transcendente dos bancos modernos apoiando-se em valores patrimoniais ou riquezas soberanas! Há não muitos anos atrás era inacreditável comprar dívidas de alguém ou de um País qualquer; hoje isto é o mais comum nos relacionamentos interbancários e principalmente entre grandes empresas ou bancos centrais que gerem as nações, que as suportam e desleixam a gosto e contragosto tornando-as lixo ou uma outra classificação de estrangular gatos pretos.
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Uma grande parte dos países trabalham com saldos negativos, com muitos zeros à direita e, no entanto não deixam de ter governos a disputá-los. Importam e exportam! Há de tudo nos mercados, coisas até supérfluas vindas de muitos lados! Dá para entender!? Serão estes governantes os pastores de nós mesmos, um rebanho de milhões. Em Portugal, quase todos os cidadãos vivem na base desta energia negativa, curvando-nos a regras dum espaço-tempo com matemática quântica.
E, o curioso é o de que esta densidade negativa continua sempre num crescendo. Nós fazemos nossas vidas, nossas compras, gozamos nossas férias tendo sempre o Principio da Incerteza mais presente e, com a maior naturalidade como credores e não devedores! Quem souber que me explique como se pode tirar a quem não tem. Sim! É possível! Nós estamos neste carrocel e as festas do alho-porro, de todos os santos e mais uns inventados de branco e preto e só branco, noites da Luua ou sem Luua; o escambau!
Avançamos tanto nesta ciência e tecnologia de engenharia financeira que em nosso actual estado de desenvolvimento e engano, será dificilíssimo acreditar que algum visitante do futuro nas entregues as paletes de oiro necessárias antes da segunda visita de Cristo! Ainda ninguém veio do futuro para nos dizer como tudo isto vai acabar! O último que apague as luzes… Creio que já todos os meus leitores entenderam o que é isto de Principio da Incerteza da matemática quântica… “Tudo numa boa- topas…”
O Soba T´Chingange
TEMPOS PARA ESQUECER - 16.06.2016 - ANGOLA DA LUUA . III … O Mundo sempre andou mentiroso - Também, e por isso, as fronteiras mentais transportadas por mim em estórias, embora aumentando a capacidade de criar ilusões, diminuem-me a veracidade (dizem).
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Para explicar preto no branco ou vice-versa, o processo de descolonização em Angola, terei de fazer um preâmbulo sobre o espaço-tempo sem entrar em minucias andando ou um pouco à frente ou um pouco atrás porque neste periclitante processo nada andou seguindo as teorias conhecidas, sem um relógio de cuco porque, o cuco foi estrangulado no tempo exacto em que a recta começou a ser curva e, quando se vislumbrou o alcance dos objectivos, já era tarde. Não leia de atravessado porque o todo só é entendível se percorrer as linhas cruciais do raciocínio presente.
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Era tarde para quem estava no meio da fogueira chamada de descolonização, e até para os que tinham bons auspícios sobre o ainda não acontecido. Uns e outros, por inocência, por malvadez, por incúria, por pedantismo ou vaidade foram apanhados por aquelas muitas rodas, o roce de correntes que nos tornaram ásperos e por razões diferentes porque uns sofreram na pele e outros foi só na petulância.
Meto todos no mesmo saco, governantes e povo da arraia-miúda porque a cabeça existe para pensar, não para criar piolhos! O bom senso não é só privilégio de doutores, de letrados, de gente que vai à missa todos os santos dias, mas de todos que têm um templo, uma testa, uma cabeça para esmiuçar e separar o trigo do joio. Como tantos outros eu fui apanhado como inocente, cultivando-me na cultura do cinema, nas idas á praia, no bombom que a vida nos legava em uma terra que não sabíamos ser de outro-alguém que não nós.
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Despolitizados, muito cheios de coisa nenhuma nos meandros das pequenas coisas, eramos mesmo uns calhaus na Luua. Passeávamos despreocupados nossa ignorância pela mutamba, pelos bairros, pelas farras, pelos cafés jogando às moedas. A escola não nos dava os conhecimentos da mente e ali andávamos, simplesmente.
A nossa capital era a Luua, o nosso rossio era a Mutamba e o M´Puto estava lá longe; mandavam-nos os magalas, o azeite, os carros, as modas e uns quantos gozavam de quatro em quatro anos férias graciosas. De volta levavam chouriços, salpicão, enguias em potes especiais e sardinhas gostosas! Negros e brancos seguiam seus sonhos, suas ambições; uns pensavam em mudar tudo e de catanas nos pensamentos julgavam o que lhes parecia o mais certo para a terra deles que também era a nossa! Pensávamos!
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Entretanto iam casando, fazendo casas, comprando terrenos e neles e em tudo punham sonhos de um amanha que não sabiam o que seria porque era futuro! Lá no M´Puto aconteceu o Vinticinco e os mandões de aviário de cima abaixo pensavam que podiam dominar o diabo das trevas e sua carroça, mas foram pisoteados por estas, as rodas cardadas. Foi um fenómeno que o tempo dirá; que descobrirá que tinha muitas rodas com picos, facas, arestas invisíveis. Era a descolonização, a independência em marcha. Destes oficiais de aviário, nenhum deles estava à altura de estar aonde se colocaram.
Foi um chorrilho de arbitrariedades e coisas tão nojentas, que relembrar isto dos vómitos, porque os germes, as bactérias ainda aí andam moendo aqui e ali, na máquina do M´Puto, com efeitos ultra especiais de falácia democrática. Por isso, terei de dizer aqui que o tempo é imaginário e indistinguível das direcções no espaço. Para calcular as probabilidades de encontrar um espaço-tempo real com determinada propriedade como a de parecer o mesmo de qualquer ponto e em qualquer direcção, teremos de somar as ondas associadas a todas as histórias com agá que têm essa propriedade.
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Na mecânica quântica do dia-a-dia damos forma às coisas, podemos encarar nosso uso do tempo imaginário e do espaço-tempo euclidiano como um mero artifício ou truque matemático para calcular respostas sobre o espaço-tempo real. Entenda-se como espaço euclidiano os que podem ser estendidos a qualquer dimensão, não-dimensional. Para evitar as dificuldades técnicas com a soma das estórias sem agá devemos usar o tempo imaginário.
Isto tem um efeito interessante no espaço-tempo porque a distinção entre eles desaparece usando a geometria numa superfície bidimensional entendível neste universo observável. Como parte de um rosário feito de búzios e ao jeito de missangas, termino neste imaginário tempo, dia da graça ou desgraça em sua reactividade humana esta estória referindo-me à frase do espírita pensador Chico Xavier: -Você não pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas você pode começar agora e fazer um novo fim. Vamos então seguir o seu conselho…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
MANIKONGO E MARACATU - UM SÃO JOÃO COM SARDINHAS - Porto, Braga, Maceió, Caruaru e a Luua – A sangria, o caldo de feijão, a coxinha de galinha, chouriço e o ananás recheado de velho barreiro com muito gelo ou o marufo da cassoneca…
Maianga é um bairro de Luanda, Angola da Luua, meu berço tropical.
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AS FESTAS JUNINAS
Junho, mês das festas populares é festejado por toda a kizomba; as marchas, os casamentos, o saltar da fogueira, o baile de mastro o xodó e forró pé-de-serra, fazem parte dessas manifestações na diáspora portuguesa. O maracatu, sendo uma manifestação junina pouco conhecida em Portugal, tem a sua representação maior no Nordeste Brasileiro.
Originário da coroação dos reis do Congo, antigo Manikongo, foi transposto pelos escravos idos de Angola para as explorações de cana-de-açúcar. O cortejo de coroação real composto de rainha, rei, príncipe, princesa, ministros, conselheiros, vassalos e porta-bandeira vestidos de cores extravagantes, saem às ruas em grupos ou quadrilhas para energizarem a vida.
Maracatu é uma manifestação cultural da música folclórica pernambucana afro-brasileira. É formada por uma percussão que acompanha um cortejo, uma instituição que compreende um sector administrativo e outra, festivo, com teatro, música e dança. A parte falada foi sendo eliminada lentamente, resultando em música e dança próprias para homenagear a coroação do rei Congo.
A nosso Kizomba, fazendo registo deste património não pode ficar alheio e, com seus chocalhos, concertina, guizos e tambores junta-se à plebe, à folia para alegrar nobres, sábios, cipaios, homens ricos e M´bikas (escravos) que se devem juntar ao evento com balões, alho porro, martelinhos e fogo de artifício. A ciência leva-nos a pensar que o Universo nos é inteiramente racional ou matemático mas, nas festas populares, com aquele tintol, tudo pode acontecer. Beba a festa carago!... Se não tiver alvarinho venha o vinho…
Atento às passadas e calcanhar de Cristiano fazemos figas, damos as mãos uns aos outros fazendo uma corrente mas, cinco passos cadenciados, pernas abertas, olhar de raio laser e zás-trás, chute e xissa! … Também isto é parte de São João com fumo de sardinhas e pucarinhos com delicias de bolo podre e as esculturas ditas cascatas do Santo mais os manjericos e sumo ou suco de erva cidreira, capim santo ou caxinde.
A bola do Ronaldo que não fez aquela mágica curva, que nos faz roer aszunhas dos pés. E, a queixada do Santo António a triturar-nos a ira com jeito de surda raiva pelo Santo, que nada fez quando não faz. As festas juninas estão aí, Porto e Braga e também no Brasil com o Xodó e a zavumba mais reco-reco e berimbau. Não vou fazer a habitual fogueira, nem saltarei de costas, nem mais irei confiar na sorte sortuda porque me posso lixar.
Amigão kaluanda da velha Luua fica também connosco, bebe uma bolunga, ergue a taça que vamos ter pela frente outras mais oportunidades de fazer muxima e ongweva. Prepara a catana p´ra pintar esse emaranhado de cabeleiras a piaçaba, carapinha, as cores do M´Puto com um garrafão a fingir de balão. Por mim vou dizer ao meu santo preferido que dê uma volta ao bilhar grande se não estiver disposto a dar-nos a victória contra a Croácia. Santos de Junho, Santo António, São João e São Pedro com gaitas, berimbau, sanfona, acordeão e concertina e muito manjerico com quadras lindas! Podia ser melhor, mas foi isto que me saiu…
Cantai, Cantai, raparigas
Cantai sempre ao S. João
Porque ele paga as cantigas
Com muito bom coração.
O Soba T´Chingange
TEMPOS PARA ESQUECER … 15.06.2016 - ANGOLA DA LUUA … O Mundo sempre andou mentiroso - Também, e por isso, as fronteiras mentais transportadas por mim em estórias, embora aumentando a capacidade de criar ilusões, diminuem-me a veracidade (dizem).
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E querem que me cale! Nem morto!
Em fins de 1974, inícios de 1975, os desacatos sociais na forma de guerrilha, aproveitando o baixar de braços e armas das forças armadas portuguesas situadas na Luua capital, e um pouco por toda a Angola alastraram até às cidades e vilas como N´Dalatando (Salazar), Huambo (Nova Lisboa), Lobito, Benguela e Lubango (Sá da Bandeira). Os acontecimentos procediam ao mais leve desaire, ao mínimo pretexto e na maior parte das vezes porque se pretendia que assim o fosse. Negativamente e de forma exponencial o MPLA e a FNLA aliciavam as populações a fazer alastrar a subversão a todos os centros urbanos fazendo correr boatos complicando a vida de normalidade.
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Era comum ver-se um furtivo vulto que saído das vielas dum musseque ou de carros que passavam nos bairros da cidade, atirarem rajadas para o ar, para um qualquer lado. Mandavam obuses ou morteiradas aleatoriamente para o ar que logicamente iriam cair num qualquer sítio, provocar estragos e mortes. Estando eu na ponta da ilha, na praia com a família viam-se rolos de fumo, estrondos e balas tracejantes sulcando o ar do outro lado continental, talvez Cuca, talvez Sambizanga, Terra Nova, Cazenga, Caputo ou Bairro Operário. Uma boa parte das armas usadas neste assustamento, eram das forças regulares do exército português dadas a esmo aos populares afectos ao MPLA. Entretanto obrigavam a etnia branca a entregar todo o tipo de armamento.
Da boca de toda a gente era dito que se não fossem tomadas medidas de prevenção em curto prazo, todos estariam a viver uma situação de generalizada violência incontrolável. As autoridades do M´Puto não quiseram ver nem tomar medidas protectoras para com as populações maioritariamente de etnia branca que se encontravam nos matos ou periferia das cidades; esta é a verdade.
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Era assim como sair-se a caçar brancos, negros umbundos, fubeiros, taxistas, vendeiros das lojas, camionistas e um ou outro alvo mais planeado atingindo este ou aquele personagem de quem não se gostava, de quem se teria raiva, de quem era necessário abater porque visava qualquer acto em curso; enfim, estorvos! De repente os brancos e assimilados, gente de sapato com coiro engraxado, matutos, mazombos, mulatos ou alguns negros esclarecidos, estorvavam.
Meu pai foi raptado no largo dos Correios da Maianga, largado atrás do aeroporto de Belas, antigo Craveiro Lopes, depois de lhe terem dado uma surra; julgado morto, desmaiado, ali ficou na noite; para se assegurarem melhor deram-lhe um tiro. Calhou a bala ter raspado no corpo alojando-se no joelho, bala que veio a tirar no Hospital de Torres Novas em Portugal porque em Angola, os médicos já eram escassos.
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No dia 27 de Julho de 1974, três meses e dois dias depois do Vinticinco, quando Spínola anunciou o direito à independência pela lei 7/74, o Almirante Vermelho Rosa Coutinho da Túji, afirmou: “ …O homem, (referia-se a Spínola) sempre vai pelo caminho que a gente quer”. Todos os militares do MFA, da JSN (Junta de salvação Nacional - junta governativa), festejaram este acontecimento pensando no mesmo diapasão, do mesmo modo, com a mesmíssima irresponsabilidade!
Até ali soube-lhes bem as comissões que lhes proporcionava riqueza, boas casas e bem surtidas na linha de Cascais, Estoril ou Algarve do M´Puto. Com contas bancárias bem desafogadas, noé!? Com estes militares de aviário, de novo se revê o início do nosso mundo. Um retorno à estória sempre confusa em que a Lilith, a diaba feita anjo, irmã de Eva, a tentou a comer a maça! E, não é que comeu, castigando-nos deste jeito! Mas que estória de tuji…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO - Nem sempre é necessária a culpa para se ficar culpado…. Cada um, de nós, é uma nota musical única; a minha não tem ré nem mi, sol dó….
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Nestas voltinhas agradáveis de ver o mar em inicio de verão, as falésias e, aos ziguezagues fintar as ervas de capim indefinido, tomilho e arruda, um carrapato subiu-me pelos pêlos das quinambas e alojou-se comodamente nos flancos, dos teodósios. Deitado na maca do doutor urólogo, ele veste suas luvas de invadir ânus alheios e, eis que se surpreende, surpreendendo-me. O senhor tem aqui na virilha, ilharga dos testículos um carrapato! Ui! Caramba! Bolas, como é? Não se admire disse o médico. Há três dias tive de retirar três das minhas calças. Também fui passear o cão pelo mato tal como você, só que me apercebi a tempo de não me invadirem as verrugas superiores.
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Há dias um alemão que se veio aqui tratar, de problemas de bexiga, viu-se nesse desconforto de ter dois parasitas a alterar sua composição psicofisiológica. Pópilas! Isto começou dando-me umas suaves dores no estomago, lado esquerdo, descrevo eu ao urólogo; pensando ser intestino preguiçoso, faço massagens com reiky, ora ascendente, ora descendente ou fazendo círculos no sentido do ponteiro do relógio.
E pressiono o inchaço com o dedo indicador, depois o polegar e depois todos fazendo de piano sempre no mesmo sentido até desfazer o rolo ou faze-lo mover mais a jusante. E, assim deslizando sai uma bolha de ar ventoso, mal cheiroso; um intervalo na impressão, e agora posso dizê-lo que, se calhar por este maldito carrapato que me atacou o flanco esquerdo! O senhor tem febre? Pergunta-me o doutor Sezinando. Não! Não tenho febre! Respondi.
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Está com sorte porque, quando assim acontece ela é alta e, até difícil de prescrever a doença e qual a medicação acertada. Geralmente o tratamento para picadas de carrapato, varia de acordo com os sintomas que uma pessoa desenvolve. Caramba! No meio deste incómodo muito comprometedor ainda estava muito cheio de sorte! E, tudo por passear o meu cachorro Faísca! Ele está desparasitado, cuidado e sem indícios desses aracnídeos e, eu aqui sofrendo de bexiga cheia, gases e inchaço.
E, levantar-me na noite, de hora em hora para botar fora as malazengas cuspidas no meu ADN, meu sangue azul e universal Ó +. Eu, de pilau ao relento na maca meio decomposto, o doutor Sezinando vai até o canto do consultório, abre a porta do corredor de par em par e bem alto, com toda a gente ali sentada, pedindo a uma faxineira de bata verde se não tinha uma pinça de tirar carrapato. Alto e bem-sonante, o fuinha… Eu ali desinfeliz, deitado na maca repuxando as franjas da camisa zulu a tapar minhas intimidades! Que situação.
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Ele… há coisas! Creio que foi uma praga que o meu amigo da onça, Torres de nome me pregou. Ele que se dá tão bem com virtuosas preces e, com tantas nossas senhoras com muxima! Ele que tem o credo nas prateleiras VIP de suas gavetas tão cheias de poderes mágicos, logologo tinha de atacar os flancos de minha viril característica, escangalhando-me nesta desarmonia as virilhas e adjacências. Coisa quase inusitada vinda de quem soma rezas e, de tão baixo instinto.
Esta pequena estória que vai fazer rir muita gente amiga é tão verdadeira que até parece mentira. Mas como a pimenta no cú dos outros é refresco, bola prá frente, noé! E, venham daí setenta paus vezes dois! Explico: - Setenta para o urólogo Sezinando mais outros Setenta para o tal jovem doutor Pedro que tirou o carrapato. Carrapato que meteu num frasco para mostrar a seus pupilos! Cento e quarenta paus, é mesmo muito cumbú.
Ontem, calhou-me a valer! Agarrar carrapatos genuinamente genuínos; o urólogo pediu-me uma catrefada de análises que vou ter de tirar lá para a frente, quando o meu médico de família entender! Mas que minutos mais compridos e comprimidos de nossas vidas, noé! Se você que se está aí a rir, tiver que ir ao médico, logologo depois de andar pelo mato com ou sem cachorro, leve uma pinça no bolso! Poupará assim este contratempo… Háca, meu pai de santo! Isto só mesmo comigo. Agora, só mesmo passeios de bicicleta...
O Soba T´Chingange
TEMPOS DORMIDOS – Entre o entender e o poder do crer, no estágio imaturo do raciocínio… Coisas no discurso indefinido …
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Nasci em alto mar num barco chamado Niassa. Assim conta a minha lenda por preterir ser o que ainda estava para ser, uma inventação lançada ao vento para encobrir coisas desacontecidas…
Antes do universo entrar em colapso outra vez e, isso deve ser daqui a dez bilhões de anos, eu quero ser capaz de me lembrar dos preços do dia seguinte e fazer uma fortuna no mercado de acções! Quero saber os números de loteria uma semana mais tarde para jogar pela certa e ficar respeitosamente rico. Talvez se lhes pareça demasiado preocupado com o que acontecerá quando o universo entrar em colapso, mas neste prelúdio abstracto de manobrar o tempo pulando nestes buracos negros financeiros, quero viajar para o futuro sim!
Quero saber quantos bancos irão ficar atascados na lama dos buracos que surgem no meu mundo do M´Puto em que há bruxos a fazer de todos os demais parvos! Decerto que estes sujeitos engenheiros financeiros e afins já foram ao futuro e vieram para noa atazanar. Só pode ser!
Ainda o Banif está em apuros de negligência e aparece a Caixa, meu Nosso Senhor, Caixa, cofre do estado a ser indiciado como coisa incredível! Isto está mesmo a contrair-se, a implodir-se. Para endireitar este estado as pessoas na fase de contracção terão de viver suas vidas de trás para a frente! Terão de morrer antes de ter nascido e ficarem mais jovens à medida que este nosso universo se contrai. Temporal, ou não, terá de se fazer uma reversão para escapulir a tantos buracos negros bancários!
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Já não chega alimentarmos nossos filhos licenciados no desemprego, senão agora enfrentarmos mais ratadas no vencimento para acudir à incúria de magos governantes que jogam na roleta, nossa sobrevivência. E, nada lhes sucede! Meu Deus, se tu fizeste um universo justo vem de novo cá abaixo ver isto! É por isso que a Teoria da Incerteza caiu em cheio em meu colo quântico para entender o sofrimento de gente preterida por inteligentes que só existem na pseudo-espansão, um descarado engano no superlativo absoluto, nome de roubo.
Aqui no M´Puto, o progresso da raça humana tenta compreender de como o Universo estabeleceu um cantinho de ordem assim tão completamente desordenado, descoordenado chamado de Portugal! Enquanto Você me lê, perde mil calorias de energia termodinâmica ordenada na forma de alimento e calor perdendo-o para a atmosfera em torno por convecção de seu suor. E, a desordem de nosso universo aumenta em milhões de milhões. Sempre milhões de Euros, de cumbu vivo…
O tempo foi tratado como uma linha ferroviária directa, e na qual só podemos ir em uma direcção ou na outra. E, é pena que a lei da relatividade não nos permita viajar no tempo. Se cada um de nós mede o tempo com o relógio que carrega, é possível que o tempo para os viajantes espaciais se pareça mais curto! Pois então se assim é, quero ir para o espaço e quando regressar quero ver essa gentinha na pildra.
O Soba T´Chingange
TEMPO DAS CINZAS - Constantino enganou-nos impondo ao Império Romano o cristianismo…. O tempo dá tudo e tudo toma, tudo muda mas nada morre...
XICULULU : - Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo, cobiça
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Aos meus amigos(as) – 4ª de 12 Partes
(…) No mesmo ano um terceiro livro surgiu: De architetura et commento artis Lulli ("Sobre a Arte de Lúlio e comentário"). Lúlio havia tentado provar os dogmas da Igreja por meio da razão. Bruno nega o valor desse esforço mental. Ele argumenta que o Cristianismo é inteiramente irracional, que é contrário à filosofia e que contraria outras religiões. Salienta que nós o aceitamos pela fé, a assim chamada revelação não tem base científica.
No seu quarto trabalho Bruno escolhe a feiticeira de Homero, Circi, que mudava homens em bestas e faz Circi discutir com sua criada o tipo de erro que cada besta representa. O livro Cantus Circaeus mostra Bruno trabalhando com o princípio da associação de ideias, e continuamente questionando o valor dos métodos de conhecimento tradicionais.
Em 1582, com a idade de 34 anos, ele escreveu uma comédia em italiano, Il Candelajo, um fabricante de velas que sai a anunciar seus produtos com gritos e estardalhaço: "... As velas que fiz nascer, as quais iluminarão certas sombras de ideias...O tempo dá tudo e tudo toma, tudo muda mas nada morre... Com esta filosofia meu espírito cresce, minha mente se expande. Por isso, apesar de quanto obscura a noite possa ser, eu espero o nascer do dia...
Alegrem-se, portanto, e mantenham união, se puderem, e retribuam o amor com amor." Nessa peça faz uma representação eloquente da sociedade napolitana contemporânea, como um protesto contra a corrupção social e moral da época. Na primavera de 1583, não obstante a cordial acolhida que lhe fora dispensada em Paris pelo rei e pelos espíritos desvinculados do aristotelismo, Bruno resolve sair da França. Seja porque não pudesse mais sustentar sua popularidade em Paris, ou por que a cada dia se tornava mais grave a ameaça de uma renovação da guerra civil.
Em abril de 1583 Bruno mudou-se para Londres, com uma carta de apresentação de Henrique III para seu embaixador para as ilhas britânicas, Michel de Castelnau. Sob a rainha Isabel, a Inglaterra vivia um Renascimento tardio. A rainha, filha de Henrique VIII e Ana Bolena, nasceu 1533. Terceira na linha de sucessão de seu pai Henrique VIII, reinou de 1558 a 1603, depois de seu irmão doente Eduardo VI e depois de sua irmã mais velha Maria I, que foi casada com Felipe II de Espanha. É possível que o brilho do período elisabetano tenha atraído Giordano Bruno à Inglaterra. Pronunciou em Oxford uma série de conferências no verão do mesmo ano nas quais expunha a teoria de Copérnico mantendo a realidade do movimento da terra.
Oxford, como as demais universidades europeias da época, cultivava a reverência escolástica pela autoridade de Aristóteles. Bruno, ao seu modo impetuoso, pregava que não se deveria acreditar no que Aristóteles havia afirmado, quando a simples observação da natureza demonstrasse o contrário. Devido à recepção hostil dos professores oxfordianos às suas ideias, ele voltou para Londres onde permaneceu como hospede do embaixador da França Castelnau.
(Continua…)
As opções de T´Chingange
TEMPOS PARA ESQUECER - ANGOLA … O Mundo sempre andou mentiroso - Também, e por isso, as fronteiras mentais transportadas por mim em estórias, embora aumentando a capacidade de criar ilusões, diminuem-me a veracidade (dizem).
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Há muita gente amiga a considerar-me saudosista porque sempre desenterro o passado, mas quanto mais olho para o posfácio futuro, mais me interiorizo no tempo imaginário de direcções indistinguíveis no espaço visto do meu postigo. Um copo quando cai e se parte, estilhaça-se em canecos; daqui saem para ser reciclados feitos vidro ou simplesmente deitados ao lixo. Se andarmos segundos para trás, verse-a o copo ainda inteiro a cair e um pouco antes, ele estará de novo inteiro pronto a ser usado, cheio, vazado, cheio de novo e despejado repetidas vezes e, por aí… até que de novo volte às caldeiras da usina e, feito fogo liquefaz-se, o que ainda antes só era uns grãos de areia, sílica.
Pois assim seremos também, pó! Mas, desconhecendo o que está por acontecer, será como um filme ao retrocedermos as imagens de nossas vidas, trinta, quarenta ou cinquenta anos lá para trás! Em câmara lenta consegue ver-se o ínfimo pormenor. E, a vida surge-nos um truque no espaço-tempo imaginário calculado nas respostas de estórias. Falas somando eventos com mentiras bidimensionais, manobras de diversão tridimensionais; falas que em seu tempo muito mal nos fizeram neste universo observável!
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Quando isso me sucede caio em mim dizendo na primeiríssima pessoa: - Não sou mesmo nada! Não pude desfazer ou adivinhar o futuro imediato de meses, anos, muitos anos; fui sempre um ponto no traço da própria virgula mal metida num texto aonde me encaixaram para compor um ramalhete de família, de bairro, de nação! E, chamaram-me de colono e colonialista mais muitas coisas para justificar a matumbice de suas cabeças retorcidas!
Fizeram de nós gatos-sapatos; sapatos quedes da macambira ou chinelo de pé, pneu vulcanizado de marca michelin. Também dum qualquer pneu ainda com rasto de picada, com rascunhos de asa de salalé pisoteado; e fiquei assim mesmo desclassificado Niassalês matrindindi de nação sem escolha! Porra… o tonito da maianga, da Dona Arminda gweta da Luua nunca chegou a general! Só mesmo atirador de primeira com mauser e bazuca mais fisgas de puto kandengue com meus manos do Rio Seco, uma mulola sem ponte mas que classificamos como nossa Universidade. E dali, saímos como katedráticos inaproveitados. Se ali estivéssemos juro mesmo sangue de cristo na terra a coisa estaria muito para melhor.
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Depois só fui mesmo brigadeiro dos caminhos-de-ferro desenhando muito mais de dez mil quilómetros de curvas de nível no rio kwanza acima, no Luinha a jusante e muitas linhas de água que nem os guerrilheiros fantasmas do MPLA conheciam. E, minha nação de nome Niassa virou sucata, um vapor vendido como ferro velho que terminou na fundição dos japoneses! Que virou biela ou cambota duma Suzuki do mano Magalhães!
Quem sabe, talvez uma anilha a fazer de pircing num nariz qualquer ou um outro lado menos visível. Hoje tudo, mesmo tudo, pode virar verdade num milionésimo de segundo e logologo virar uma descarada mentira! Mas, e então aonde ficam os dez mandamentos!? Nós ficamos só semente; numa obra dum acaso iludido assim como um imbondeiro de raízes ao ar. Sem nunca ter interpretado as intermitências da morte ou separação de duas febres sem arco-íris. Arco que por linhas tortas me é explicado por Deus, num espesso nevoeiro e aos soluços! Sempre! Bem que podia ser mais claro, sem ter que puxar pela minha cachimónia, fundir a cuca!
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E, vejo-me no mato de Angola no dia 14 de Junho de 1974, 42 anos atrás com Savimbi a defender a transição de Angola para a sua independência em sete anos e dizendo preto no branco que que angola não dispunha de quadros e, nem os movimentos estavam preparados para governar a curto prazo. O nosso entre aspas, presidente Rolha Costa Gomes referiu então que: “Se fossem cinco já ficava contente. Até dois anos seria tão bom!”. Afinal quem prevaricou no pensamento? O matumbo da mata ou o Sua Excelência O Rolha Presidente do m´Puto.
Pois estes sacanas de altas chefias, subchefes, soldadesca e afins mais a grande maioria do povo português flagelaram-nos com um: -“têm de ser já, agora”. A indisciplina nos quarteis portugueses nesta euforia com assédio dos do topo, os chefões do MFA, manifestava-se acentuadamente com uma autentica demissão das responsabilidades como patriotas, como chefes, como comandantes ou mesmo cidadãos. Tudo estava nas garras dos guedelhudos vermelhuscos.
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Lá no quartel de Miconje da floresta do Maiombe aonde eu estive defendendo a ditosa “pátria” por dois anos as tropas do M´Puto abrilista, entregaram-se ao movimento falido; aos maltrapilhos do MPLA! Afinal! O que tinha estado eu ali a fazer e, porque me fizeram perder quatro anos da minha vida para naquele agora de túji se entregarem assim com armas, balas e very-lights, cuecas e suspensórios e até a inconsciência. E, querem que eu me esqueça, me estilhasse como um copo de vidro, rompendo minha própria consciência; meus pergaminhos. Assim sem jeito jogar-me no lixo!
Não! O passado vale pelos seus actos, pelas atitudes! Não me vou agora enganar no posfácio da vida, dispor-me a calar, engolir inverdades à força. Bom! Eis que surgiu então um filho da puta com o nome de Rosa Coutinho que de raiva vermelha fez o que quis! Ele e seus pares do MFA pintaram e bordaram, gozaram à tripa forra com Spínola, fizeram dele um chinelo, um merdas muito cheio de prosápia armado em rambo, oficial de pingalim, monóculo e luvas reluzentes com um chapéu de banga, assim enfeitado de pedante de carnaval com um símbolo doirado. Um Mobutu Sese Seko do M´Puto…
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O Consul americano em Luanda por via de desacatos, tiros e rixas, um pouco por todo o lado da Luua disse nesse então: “…os acontecimentos ilustram bem como não gerir uma crise”. Pois então! “ As autoridades inacreditavelmente foram simplesmente inaptas para lidar com a situação”. Pois claro! A merda foi calculada, premeditada e facilitada! Como podíamos nós encarar esta situação e dar rumo a falsidades… Como ficávamos nós acantonados sem resguardo no Prenda, no Kazenga, no Palanca, na Calemba, na Cuca, no Mota ou no bairro popular, como? E querem que me cale! Nem morto…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
TEMPOS DORMIDOS – Entre o entender e o poder do crer, no estágio imaturo do raciocínio… Coisas no discurso indefinido …
Mulola só é rio quando chove
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Hoje descobri que a possibilidade de provar que o Universo seguir a maioria das estórias possíveis e desprezível, mas há um género de estórias em particular muito mais provável do que outras, porque há vinte milhões de anos atrás, o Universo teria um tamanho mínimo igual ao raio máximo da história do tempo imaginário. Como num jogo de legos atirados ao acaso o Universo expandiu-se como um modelo inflacionário caótico.
Cada história na soma de estórias descrever-se-á não apenas no espaço-tempo, mas também em tudo o que há nele incluindo o ser humano. Uma teoria científica não passa de uma forma matemática concebida para descrever nossos pontos de vista, nossas observações, e não fará sentido de qual dos tempos, real ou imaginário faz mais sentido aceitar. Simplesmente a questão limitar-se-á em determinar qual das teorias tem mais utilidade.
Com o êxito das teorias científicas em descrever os eventos, a grande maioria das pessoas, passou a acreditar que Deus permite ao Universo evoluir de acordo com uma seria de leis em que Ele não intervém para violá-las. Contudo, as leis não nos dizem como deveria ser o aspecto do Universo em seu início. Ainda caberia a Deus dar corda ao relógio e decidir como o pôr em funcionamento.
Considerando que o Universo tenha tido um início, teremos de supor que houve um criador. Mas, se o Universo fosse de facto absolutamente contido em si mesmo, sem rebordos e sem contornos, ele não teria início nem fim. Ele, o Universo, só o seria! Nesse caso, como fica o papel de um criador?
Ao ser capazes de avançar no tempo imaginário, devemos ser capazes de nos virar e retroceder. Sendo assim, significa que não pode haver diferença importante entre o ir para a frente e para trás no tempo imaginário. De onde vem essa diferença entre passado e futuro? Por que nos lembramos do passado e não do futuro? Como um jogo de legos jogado num chão, assim a desordem aleatória aumentará com o tempo porque, sempre o medimos na direcção em que a desordem evolui. É quase assim como uma espécie de lei de Murphy em que a desordem ou entropia, sempre aumenta com o tempo em que, tendem a dar errado…
O Soba T´Chingange
NAS BRAZAS DO TEMPO - Meu futuro é amanhã! Ontem, foi meu prefácio… Temos de reparar nos pequenos gestos que promovem o bem-estar com sorrisos de agora…
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No posfácio da vida entramos e saímos dos nossos dias sem sempre repararmos nos pequenos gestos que promovem o bem-estar com sorriso. No passar dos dias, nem sempre ligamos aos sinais de aviso que nos são dados por nosso corpo. Por vezes até são pequenos nadas que desprezamos com o deixa andar porque o que tiver de acontecer, acontece! Quantas vezes se diz, não há-de ser nada se Deus quiser ou ainda, isto passa!
Penso que devemos envelhecer mantendo sempre atitudes de prevenção e nunca deixando que a doença prevaleça à saúde. Por vezes faz falta parar para reflectir, nunca acreditando em tudo que nos é incutido como verdade absoluta, no que respeita a nossa saúde e bem-estar. É importante desmistificar de que apenas os fármacos e químicos no trato da doença, se obtém sucessos. Nos dias que correm e pelos exemplos que observamos, nem sempre a palavra de um médico tem o poder científico completamente idóneo.
Podemos tratar de nós próprios se nos preocuparmos em conhecer estratégias de intervenção na prevenção da doença! Não podemos sobrecarregar Deus nesses cuidados nem tampouco nos devemos meter inteiramente nas mãos de um médico sem fazermos análise de proposições confrontando dados com outros médicos, com naturopatas, com farmacêuticos e gente que trabalha com raízes, gente que já experimentaram milagres usando este e aquele produto da natureza.
Eu, como com frequência argila já há muitos anos e, foi com ela que eliminei as chamadas ulceras e a azia permanente! Brincando, digo que como terra antes que ela me coma mas não posso impingir isto a ninguém e muito menos a gente que ingere dúzias de comprimidos por dia. Envelhecer de forma saudável, sentirmo-nos melhores no dia-a-dia é um processo possível, sim!
Teremos isso sim, de fortalecer o nosso lado biológico composto por quase dez triliões de células fornecendo-lhes os nutrientes indispensáveis às necessidades de cada um de nós. As células têm um tempo limitado regenerando-se automaticamente, mas se envelhecemos, é porque existem desequilíbrios e carências que as impedem de se regenerar inteiramente.
É aqui que teremos de revolucionarmo-nos desenvolvendo tratamentos complementares e, sempre que possível naturais, que permitam apaziguar situações gravosas como algumas consideradas degenerativas como o cancro por exemplo. No meu ziguezague de vida hospedando-me em ideias leves aos poucos, torno-me dono de longas circunstâncias sem querer comprometer-me com longos anseios respeitando só a exacta excitação de querer fazer o que me apetecer, um dia de cada vez. Não sei qual será meu futuro e por isso preocupo-me com o agora sem esquecer o passado! Meu futuro é amanhã! Ontem, foi meu prefácio…
O Soba T´Chingange
TEMPO COM CINZAS - Andamos a ser enganados pelo imperador Constantino que, há muitos anos, resolveu impor ao Império Romano o cristianismo….
XICULULU : - Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo, cobiça
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Aos meus amigos(as) – 3ª de 12 Partes
(…) Fiel a sua primeiras leituras sobre a teoria luliana, quando professor na universidade de Toulouse Bruno escreve um livro: Clavis Magna ("A grande chave") sobre o assunto. De Toulouse seguiu para Paris, em 1581. Em Paris começou a dar aulas de filosofia. Não era incomum para os eruditos vagar de lugar para lugar, buscando alunos e protectores abastados. Ele fazia contactos facilmente e podia interessar qualquer grupo que encontrasse com o fogo de suas ideias.
Em Paris Bruno encontrou ambiente favorável para trabalhar e lecionar. Reina Henrique III (n.1574-89), filho de Henrique II e Catarina de Medici, nascido em 1551 e falecido assassinado em 1589. Era o filho favorito, o que melindrava seu irmão que veio a ser Charles IX. A mãe Catarina de Medici planeou a noite de São Bartolomeu (24 de agosto de 1572), um massacre de protestantes. Foi por breve tempo rei eleito da Polónia, voltando para a França (1574) para assumir o trono após a morte do irmão Charles IX. Casou dois dias depois de coroado (1575) com Louise de Vaudémont, mas não teve filhos.
A corte francesa era bastante livre, quanto aos costumes. O rei tinha um grupo de amigos (rapazes bonitos) que chamava meus pequenos (mignons) com os quais se entregava a divertimentos suspeitos. Extravagante, Henrique III levou as finanças do reino à ruína; por todo o seu reinado a França esteve mergulhada na guerra das religiões, católicos contra huguenotes (simplesmente protestantes, não se sabe a origem do nome).
A reputação de Bruno chegou ao conhecimento Henrique III, que ficou curioso de conhecer essa nova atracção filosófica e descobrir se a arte de Bruno era de um mágico ou de um bruxo. Bruno gozava a reputação de um mágico que podia dotar a pessoa de uma grande retenção de memória, mas demonstrou ao rei que seu sistema era baseado em conhecimento organizado. Bruno encontrou um verdadeiro protector em Henrique III. A corte era dominada por uma facção de católicos tolerantes, simpatizantes do rei de Navarra, o protestante Henrique de Bourbon, sucessor presuntivo do rei.
A posição religiosa de Bruno afinava com o grupo, motivo de ser bem aceito na corte e receber a protecção de Henrique III. As artes combinatórias e mnemónica são objecto de curiosidade. O rei se interessa pela arte combinatória. Bruno desperta a inveja dos professores por ser popular e admirado. O rei concede-lhe uma renda especial, nomeando-o um de seus "Leitores reais". Foi por essa ocasião que um dos primeiros trabalhos de Bruno foi publicado De Umbris Idearum, ("A sombra das ideias") logo seguido por Ars Mernoriae ("Arte da memória"). Nestes livros ele sustentava que as ideias eram somente sombras da verdade.
(Continua…)
As opções de T´Chingange
NAS FRINCHA DO TEMPO – KIANDA COM ONGWEVA - 8ª de várias partes
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AS TÁGIDES DE TOLEDO - PAMBU N´JILA - Zé Peixe de Aracaju e as Sereias Roxo e Oxor surgiriam só no século XX e XXI algures num recife de Guaxuma de Alagoas
Salaam Aleikum em terras de “ Castilla-La Mancha” já na cidade de Toledo – Com a guia Kalunga Pieter, por aqui ficámos um bom tempo. O evento do Concílio das Kiandas era para durar…Meu mano Corvo andava noutras lides com o tal grego de nome Doménikos Theotokópoulos, o El Greco…
Pambu N´gila corresponde ao espaço físico de Toledo ligando este à mística das kiandas de Angola; uma ponte entre os seres humanos e o Minkisi, senhor dos caminhos que guardam os portões da nossa casa, do nosso espaço e neste caso, os muitos portões de Toledo tais como “La puerta del Sol” ou a ”del Cambron” ou ainda “ La puerta nueva de Bisagra”. Havia ali Kiandas Ninfas vindas de todo o lado, de todos os continentes mas, havia uma em particular que me chamou logo a atenção; usava vestimentas africanas e tinha o nome estranho de Zachaf Pigafetta Roxo.
Eu que vinha lá da frente, do ano de 2016, sabedor de coisas ainda não acontecidas busquei em sua ficha qual a procedência e até nem foi surpresa, ela ser oriunda do lago Zachaf. Por terras de Monomotapa e na descoberta do caminho dum tal de Prestes João era esse o nome do grande lago; o mesmo que hoje se chama de Niassa. As estória de nossas vidas são por demais curiosas. Não é que muito mais tarde eu próprio já num outro evento renasci num paquete chamado desse jeito. Logologo o lago Niassa bem no meio da África Central!?
Foi fácil deduzir que era esta a tal tetravó da agora Assunção Roxo, a sereia de Guaxuma. Minkisi ocorre e corre com fluidez, tem o saber do ontem, do hoje e do amanhã. E, esta cidade mística guarda segredos que não estão escritos. Gozar a cidade e património, não é folhear a história e ler um capítulo porque toda ela é história.
Nela refresca-se a memória num rendilhado gerado de culturas diversas, encruzilhada de raças e encontro de feitiços e feiticeiros que dominam silêncios desconhecidos. Kalungas longínquas de musas e gente de arte feitas pó, impregnadas de muito suko. Pairava no ar feitiço de aço temperado e manobrado por um N´Kondi que espalha pregos feitos germes comedores de carne, pedra e pau. N´Kondi de N´Gola, N´kosi de Imbinda e um cortejo de muitos Bandokis foram ao concílio de 1583 à revelia de todos os outros espíritos convidados, embaixadores das kiandas das kalungas e seus mutakalombos.
Os espíritos do mal N´Kondi e N´kosi ficaram desapontados por D. Filipe II não os ter convidados formalmente; os astrólogos do rei desaconselharam-no a fazer mistura entre mitológicas Ninfas e Nereidas conceituadas. N´Kondi, o manobrador de pregos ficou encantado com as novas técnicas dum metal chamado de aço e do qual se faziam coisas pontiagudas, espadas, facas cujas folhas nunca perdiam o fio de corte. Era esse o metal durável que tanto buscava para fazer suas maldades aos homens.
Os pregos de cobre e alumínio espetados no boneco fetiche Kozo, tinham bons efeitos mas não eram totalmente eficazes; os de ferro rapidamente oxidavam e, quando sujeitos a rezas de Simbis perdiam o efeito desejado. N´Kondi e sua comitiva ajustaram-se no alto da montanha numa dependência de cave de Alcazar, e de fundição em fundição com expertos na arte de têmpera e espias de Damasco tornaram aquelas armas brancas nas mais eficazes em toda a Terra. Estava longe de supor que N´Gola, nosso genérico país teria uma catana como símbolo e, tudo partiu daqui: Toledo.
As técnicas apuradas no trato do aço ali, em Toledo já vinham da idade média; N´kondis ancestrais a pedido de Simbas também antigos, num tempo mais recuado chamado na Ibéria de época medieval tinham trazido dedos de N´Zambi para retemperarem na dureza o tal aço batido, esfriado e de novo batido; tratava-se de pequenas pedras de meteorito trazidas das terras do fim-do-mundo, lá da Ovobolandia, terras de Oshakati e Okaukuejo no reino dos Himbas. Do Runda e Urunda que se designaram mais tarde por Cuango e Lualaba, que significam em umbundo terras abandonadas.
Terras remotas aonde os N´Dele, Tugas, surgiram como “filhos do mar”; assim diziam os nativos pertencentes à corte do João Imperador, o Rei de Abexi de quem o Rei do Kongo tinha temor. De lembrar aqui que o padre jesuíta D. Gonçalo da Silveira internando-se na Mocaranga e tendo baptizado o Monomotapa foi morto por este por intriga dos Mouros! Estes Mouros que ainda hoje continuam fazendo barbaridades. Até Camões escreveu em verso: Vê do Monomotapa o grande império, de selvática gente, negra e nua, onde Gonçalo morte e vitupério padecerá pela fé santa sua. Tudo tem uma explicação!
Em Toledo, eu o Soba T´Chingange, não resisti à mística, comprei uma destas facas. Como N´kondi e seus Bandokis ainda andam por Toledo feitos bactérias, passo a descrever em síntese o poder de magia que estes ainda exercem: - Usam um boneco fetiche feito de pequenas conchas coladas com resina natural com dois espelhos receptores de encomendas mágicas, um na barriga, outro no topo da cabeça, coberto com uma pele de cobra. Na mão direita carrega uma lança de pedra tipo ónix mostrando agressividade no seu carácter. O boneco, todo ele, é encrustado de várias substâncias usadas durante as cerimónias em que os pacientes contam as suas estórias de infelicidade evocando a vingança que desejam infligir ao suposto culpado. Háka!
- A vingança é feita espetando o prego num determinado sítio do corpo do fetiche - O N´Kondi também recorre ao imbondeiro chamado de N´kondo Ikuta M´vunbi espetando nele o prego; assim a vítima morrerá inchada como a árvore garrafa, o baobá - O descrito prego de aço é o mais eficaz pois nele tem impregnado todo o mal dos homens. N´Kondi quando das várias permanências nos aposentos subterrâneos de Alcazar foi consultado pela infortunada esposa de D. Pedro I “El cruel”, rainha Dona Branca ali presa. Vários bonecos fetiches de N´Kondi N´Gola ainda podem ser vistos graças ao meu antepassado Soba Aragonês Romero Ortiz. Um dia tinha de revelar isto…
Isto pode maçar os não eruditos em áreas destas tão periclitantes, mas prometi a Assunção Roxo e seu espelho Oxor explicar tim-tim por tim-tim toda a estória. As coisas intrincadas são assim, mas tudo o que acontece de ruim é para melhorar. Tudo isto é tão verdadeiro que até parece mentira, mas não é! Deus N´Zambi, dá-nos força para seguir, “ N´Zambi a tu bane n´guzu mu kukaiela!” As buscas da Torre do Zombo deram nisto…vou fazer mais o quê?
GLOSSÁRIO:
Kianda: - Espírito das águas na forma de sereia, ritos de Angola; Mutakalombo: - Espírito das águas com incidência nos animais que nela vivem, divindade das águas; N´Gola: - Palavra bantu que quer dizer Angola; Simbi: - Espíritos ancestrais saídos do Kikongo com dois firmamentos, céu o lugar de deuses e terra, domínio dos mortais, na hierarquia espiritual são os avôs dos vivos; Suko: - Pessoa prodigiosa ou alucinada; N´nhaka: lameiro, sítio de plantio húmido, horta; Rundu e Runda: - Sítio de difícil acesso, vulgo no cú-de-Judas…
(Continua…)
Na n´nhaka do
Soba T´Chingange
NAS CINZAS DO TEMPO - Sei de antemão que quando sempre lamuriamos em nossas estórias… as lágrimas não se cristalizam…
Por
Deus sabe certamente como o Universo começou, mas nós não conseguimos conceber qualquer motivo específico para imaginarmos que tenha começado de um jeito e não de outro! Se Ele nos tivesse dado o conhecimento expontânea não andávamos aqui a reboque de alguns e a ser assediados por outros que juram a pés juntos que eles estão com a razão. E, não podemos virar costas a amigos e outros fanáticos que nos querem colocar de joelhos sem saber que a artrite de cada qual nem sempre o permite. Se assim procedermos vamos ficar muito sós e sorumbáticos.
O papel de Deus na criação do Universo, não foram ainda compreendidos e, porque na soma das histórias descrever-se-á não apenas o espaço-tempo, mas tudo o que há nele incluindo organismos complexos como os seres humanos, capazes de observar a história do universo somando teorias, conjecturas e aproximações simplificadas ou proposições sem nexo.
Se soubessem como o espaço-tempo curvo e euclidiano na soma das histórias se comportaram em tempos primitivos, conheceríamos o estado quântico do Universo. Se na matemática multiplicando o número menos dois pelo mesmo número dois obteremos quatro e, se multiplicarmos o mesmo número menos dois por outro menos dois, teremos também o mesmo número quatro. Podemos assim considerar os valores menos (-) como um tempo imaginário ou como uma ficção científica.
Justifico assim deste meu modo o tempo imaginário de minhas crónicas sem agá (H) para distingui-las das outras que sempre surgem vivenciadas na matriz do universo observável. Nas vivências sonhadas, não há contornos nem bordos, não podendo deduzir delas outros princípios que, como qualquer outra teoria científica será só uma proposição ou um esboço desta, um teorema ou uma tese.
E, ninguém pode desmentir que o tempo imaginário tanto pode ir para a frente como para trás não havendo neles importantes diferenças. Não entendo como há tanta gente erudita a confrontar-se comigo porque sempre teimo em não esquecer o passado! Sempre me dizem: - Olha em frente! E, olho sim! Até comprei um binoculo potente e nada vislumbro. E dizem-no sem saber as cavandelas* que nos esperam; a eles e a mim…
Nota: *Cavandelas é um regionalismo alentejano que quer dizer tropeções, escorregadela, cair desajeitado sem prever tal.
O Soba T´Chingange
FOI À 41 ANOS . 1975 – ANO DA MINHA SINGULARIDADE*; FOI Á 71 ANOS – ANO DO MEU BIG BANG** – Se, todos os eventos se sublimam…. Por que nos lembramos do passado, mas não do futuro? Será assim um espaço imaginário ou euclidiano***
Por
Resolvi ofertar-me com uma prenda. No tempo imaginário o ir para a frente ou para trás, não há importantes diferenças…
Nasci em alto mar num barco chamado Niassa. Assim conta a minha lenda por preterir ser o que ainda estava para ser, uma inventação lançada ao vento para encobrir desonras, coisas acontecidas, eventos sem heroicidade. Um quarto de hora antes da meia-noite do dia 11 de Novembro de 1975, minha nação, meu barco, levantou âncoras dos mares da Luua com a bandeira do M´Puto embrulhada na tampa dum baú, uma mala de ilusões.
Com os sentimentos de culpa enrolados numa bandeira verde-vermelha, tornada um trapo vulgar, minha nação Niassa, o paquete, fez-se ao alto mar vendo-se de longe os festejos celebrando de forma dantesca um evento, o nascimento de um novo país chamado de Angola. As bracejantes iluminando o céu davam a conhecer ao mundo a incompetente indulgência vermelha duma proclamação sem simbolismo formal, feita com tiros e bravatas escusas destituídas de actos valorosos.
A cidade que me viu crescer tornava-se numa imensa lixeira fétida e pestilenta aonde o calor e a humidade aceleravam a decomposição dos detritos, dos animais e pessoas mortas, deixadas a esmo. Aquele meu ilusório país tornar-se-ia em uma enorme xitaca com muitos e demolidores slogans como o de “a luta continua”. E, continuou sim! E, foi Portugal que deu permissão antes e durante tal evento, o desembarque nas costas de Angola, material bélico, e homens; Cubanos e não só a ajudar o MPLA.
Os Tugas Ultramarinos por ali iam ficando à mercê de gente mal preparada, até para se gerir a si próprios. Foi necessária a intervenção da comunidade internacional que e a custo começassem a evacuar os Tugas Ultramarinos. Meu sonho, o sonho de milhares ficaram bem na sombra movente por debaixo de um imbondeiro; Já nesse tempo as sombras morriam à tarde, juntando-se ao luto das muitas conversas agridulces que se arrastaram no tempo até ficarem esquecidas; os regulamentos dum tal de MFA.
Pois! Nasci em alto-mar, num paquete chamado de Niassa, por isso sou Niassalês; para pior, antes assim! Diga-se em verdade que o início e o fim de nós neste mundo, não é assim tão relevante. Vivi durante o tempo da estação civilizadora, subi e desci rios apalpando as margens que eram minhas, assim pensava; as previsões desconvidaram-me das conferências, das tertúlias, das vivências.
Tentei encontrar o Prestes João mas fui ficando nas margens de cá do ultramar, daqui e dali. Meus tempos ficaram na estória, tempos do branco das lojas, do branco autoridade do M´Puto, brancos de polainas lustrosas e galões doirados, chapéus ornados como escudos de carnaval. Para quê tanto aparato com políticos de cacaracá, para tudo terminar desfeito. Sou desse tempo dos besugos patrícios, da segunda metade do século XX e dos militares de aviário do setentaecinco. Que mal fiz eu ao Nosso Senhor, meu tio?
Sou Niassalês sim senhor! Não tenho de prestar honrarias com alvissaras a tanto desclassificado que não se fez respeitar! Prestar honrarias a tantos medalhados que a história vai decerto esquecer. Para o que se der e vier, conste-se que nasci em alto-mar, futuro deposito das minhas cinzas, águas intercontinentais…
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Notas:
* Singularidade: Ponto em que a curvatura do espaço-tempo se torna infinita ou não é cercado por um buraco negro
** Big Bang: A singularidade no início do meu fado no espaço-tempo, um vazio quadrimensional cujos pontos são eventos.
*** O espaço euclidiano não é tecnicamente um espaço vectorial mas mais exactamente um espaço afim, em que um espaço vectorial age.
O Soba T´Chingange
A NUDEZ DA VIDA – Temos de ginasticar a mente! Terei de continuar espiralado para dentro até minimamente entender o que será o colapso do átomo…
Por
Contanto que o Universo tenha tido um início, podemos supor que houve um criador. Tendo o hidrogénio um único electrão orbitando o núcleo, afirma-se pelos cientistas recentes, que pode agora ser vista como uma onda com um comprimento dependente da sua velocidade. Fiquei sabendo que as somas de histórias podem ser visualizadas na dualidade, onda e partícula. Mesmo que queira escalpelizar esta forma de atracção gravitacional do Sol, não o poderei fazer sem estudar a atracção entre electricidade positiva e a negativa que mantém os electrões.
Supõe-se que as histórias seguem seu trajecto de A para B associadas a dois números em que um representa o tamanho da onda e o outro a posição do ciclo. Bom! Esta do ciclo tem como uma onda, a sua crista e o seu vale, tal como uma sinusóide. Num vasto ciclo de ondas num mar, o surfista sempre aguarda a sua onda, a tal! Um surfista muito cheio de sorte joga com as probabilidades de ter uma onda considerável, dispensando muitas outras que não dão as condições optimizadas à sua prancha, sua partícula. A probabilidade será assim como uma prancha partícula a ir de A para B obtendo no conjunto a soma de ondas para todas as trajectórias.
E, há variações enormes, umas ondas são grandes e outras quase rasas, que associadas, se anularão uma às outras de maneira quase exacta. Formular isto em equação matemática concreta, torna até aparentemente simples calcular as órbitas permitidas em átomos e moléculas, com átomos unidos por electrões que orbitam mais de um núcleo. Voltamos assim ao “princípio da incerteza” tendo a estrutura das moléculas e suas recções entre si, formar a base da química e biologia, em princípio a mecânica quântica que nos permite prever quase tudo o que vemos à nossa volta.
Para conceber isto, seremos obrigados a interpretar as antigas pinturas em que os Santos ou gente santificada tinham um halo de luz envolvendo suas cabeças; explicação grosseira mas plausível no entender. Se considerarmos isto dito dentro dos limites estabelecidos pelo “princípio da incerteza”, teremos antes de entender um outro princípio chamado designado de “antrópico” que credita o lema de vermos o Universo da maneira de como ele é, porque se ele fosse diferente, não estaríamos aqui para observá-lo.
Bom! Entretanto os teoremas da “singularidade” indicam que o campo gravitacional ficará muito forte em pelo menos duas situações: - São elas “os buracos negros” e o “Big Bang”! Poderemos prever a derrocada da relatividade clássica quando os átomos alcançarem uma densidade infinita. Juntando nosso entendimento às demais forças da natureza, ainda serão necessários fundir-se muitos fusíveis do cérebro e cerebelo com seus neurónios e, muitas gerações a se arrumarem na relatividade geral e na mecânica quântica. Teremos forçosamente de ginasticar a mente…
Bibliografias:
“Uma breve história do tempo” de Stephen William Hawking. É um físico teórico e cosmólogo britânico e um dos mais consagrados cientistas da actualidade. Doutor em cosmologia foi professor de matemática na Universidade de Cambridge. Em 1964 foi-lhe diagnosticado ter esclerose lateral amiotrófica mais conhecida por doença de Lou Gehrig ou doença do neurónio motor.
O Soba T´Chingange
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