Terça-feira, 27 de Fevereiro de 2018
MOKANDA DO SOBA . CXXXVIII

ANGOLA DA LUUA XXXVIII - TEMPOS PARA ESQUECER – 27.02.2018

NA GUERRA DO TUNDAMUNJILA

Angola - 43 anos depois. Um tal de Capitão Macedo perguntou ao Alto-comissário Leonel Cardoso se podia entregar ao CPA do MPLA o armamento dos paióis do Grafanil? Pode sim! Respondeu o Almirante, mas sem as culatras retorquiu!

Por

soba0.jpeg T´Chingange - No Nordeste brasileiro

Nestas mokandas, quando analiso mais atentamente os mestres da política do M´Puto no após abrilada de 1974, duvido intensamente do sentido profundo da sua actividade porque não o foi com elevação! Não tendo a menor hesitação em chamá-los de mercenários, uns regredidos ao primário ser de vendilhões. As memórias desse então, não fazem crer agora passados 44 anos o poder propiciatório dessas suas urdidas façanhas de criação. Eles queriam uma coisa mas surgiu um monstro! Era sua intenção não o ser assim (dizem agora) - mas foi!

selo13.jpg E, tudo fica num suave esquecimento como coisa que deu pró torto e, retirando até poder ao sentido mais forte da palavra traidor. É necessário a isto, dever-se adquirir um sentimento de senso prático daquilo que vale a pena ser compreendido: a independência de Angola era um desejo da maioria que de quem de lá saiu; mas, não desta forma.

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Aqueles políticos deveriam saber que isto era verdade mas tudo ficou numa merda de jogo político como se nós (leia-se retornados) fossemos as pedras dum tabuleiro de xadrez. As pedras brancas, diga-se… Para Carlucci, o diplomático americano, a questão fulcral era: saber se Portugal continuaria a permitir a expansão do MPLA no propósito de lhe entregar o poder? A resposta estava de caras: claro que sim! Tudo o mais não interessava. Os americanos só viam o petróleo de Cabinda; a viragem ia ser feita. Uns cá, outros lá.

selos01.jpg Das NT (Nossas Tropas) só restavam em fins de Setembro unidades em Cabinda, Luanda, Lobito, Nova Lisboa e Sá da Bandeira já com limitadíssimas capacidades. Agostinho Neto de forma descarada mostrou o desejo de em fins de Setembro ter as FAP (Forças Armadas Portuguesas) desarmadas em Luanda. Já dizia abertamente que a independência não se dá, arranca-se!…Um descaramento torpe vindo dum sofrível poeta de tasca ou uma descarada afronta aos seus amigos abrilistas; os tais político-militares de túji do MFA…  

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Neto dizia que ele, o MPLA asseguraria o controlo de Luanda com a segurança ao palácio da cidade alta da Luua, bairros dos ministros e do Saneamento. Nem pensem nisso! Foi a resposta do CCPA na pessoa de Leonel Cardoso. Era óbvio que queriam o absoluto comando de Luanda e o controlo do Comandante-Chefe. Esta proposta estava fora de questão, foi segundo as contingências, a resposta mais plausível do Comandante-Chefe.

selos1.jpg A preocupação de Neto, o sofrível poeta, era o que Leonel Cardoso tinha dito à imprensa estrangeira: a de que Portugal admitia recorrer à ONU porque continuava a reconhecer legitimidade aos três movimentos. Quem sabe se isto não teria sido melhor para Angola? Não para Neto, claro! Também aqui o Alto-comissário fazia bluff pois que nada mais lhe restava do que jogar desta forma, como se tudo fosse um jogo de King ou poker.

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Astucia com astucia, falácia com falácia! Portugal não aceitaria uma unilateral proclamação de independência e, nem a ONU ou a OUA iriam aceitar! Neto hiena, pensou melhor, consultou seus parceiros de copos do M´Puto e recuou a contragosto! Preferiu fazer de cabra cega e berrar como uma cabra doida aos seus pares de imortais e outros que tais.

selos3.jpg Para demover qualquer outra tentativa de poder, Agostinho Neto, disse não admitir qualquer entendimento com a UNITA. Constava-se em muxoxos de revolução capianguista que havia sugestões dos heróis de aviário do m´Puto para coligar-se com a UNITA para facilitar os expedientes e, dar uma visão moderada ao mundo. Neto, o sofrível poeta cachaceiro de então e líder do glorioso MPLA, com desfaçatez, sugeriu ao Alto-Comissário entregar o poder só ao MPLA.  A golpada possível do MPLA foi assim, protelada.

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Acabaram por achar melhor continuar a dar uns tiros para o ar ao jeito de fogo-de-artifício de amedrontar, umas rastejantes a pintar o céu da Luua e deixar a declaração de independência para a data aprazada, o 11 de Novembro. Tudo isto depois da largada do último reduto das NT; com a bandeira embrulhada no sovaco dum qualquer militar. Para descaramento torpe, Neto, o futuro presidente, lastimava-se do estado degradado em como eram entregues as instalações militares da Luua. Era mesmo muita cara-de-pau; muita lata!

selos8.jpg Em dado momento de bandalheira, um tal de Capitão Macedo do M´Puto, perguntou ao Alto-comissário Leonel Cardoso se podia entregar ao CPA do MPLA o armamento dos paióis do Grafanil? Pode sim! Respondeu o Almirante, mas sem as culatras, retorquiu! As culatras foram mandadas retirar ficando na Fortaleza de São Miguel para evitar qualquer dissabor. Não sei se este capitão de túji veio a receber alguma medalha de mérito; Nada me admira para revolta de tantos que como eu, foram picados até ao tutano na indignação…

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 18:42
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Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2018
XICULULU . CVI

TEMPOS QUENTES – 26.02.2018

- O esquecimento existe mas, nós não somos só silêncios... Os homens coçam preguiça debaixo de uma acácia, cortam a mata para fazer lenha, caçam e cuidam do gado mas… sempre há uns mais iguais que outros…

Por

soba15.jpg T´Chingange No Nordeste brasileiro

Pregar o evangelho deve ser bem mais fácil do que vivê-lo; tenho deparado na vida com gente que não faz o que diz! Todos os dias lêem o livro sagrado pois então – e, não é acidentalmente que assim procedem, daí tirando proveito. Gente que se diz estar dentro dos desígnios de Deus mas, que na prática, santificam acima de tudo o dinheiro.

mercedes.jpg  Talvez por isso, tenha levado o mwata Mahatma Gandhi a dizer um dia que gostava de Cristo mas não gostava dos cristãos! Ele disse: Vocês cristãos são tão diferentes de Cristo! Palavras duras de ouvir e que revelam a verdade de que muitas pessoas só o seguem para tirar proveito.

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E, assim a vida neste sofisma, leva muitos a se considerarem agnósticos; e porque somos uma ilusão não temos tempo suficiente para levarmos a análise ao fim na união dos preceitos e do tudo que somamos nas reflexões de todos os dias. Acidentalmente em um dia, sou cristão, e num outro, já não sou o que digo ser ou não o sou tanto…

dia89.jpg  As transacções da vida, porque vejo e reflicto, não me surgem com o mesmo aroma da presença de Deus, de que tanto ouço falar com veemência, aos outros. Gosto de fazer amigos, ter experiencia salutar, de dar risadas, boas conversas, boas comidas e oportunidade de partilhar com pessoas de empatia e que conhecem o saber ou o sabor da generosidade.

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Não sei se você que me lê já encontrou sua maneira de ser generoso o quanto baste; acho até que se o quiser, não lhe faltarão oportunidades para o demonstrar. Posto isto, espero que Deus se surpreenda comigo e até me mande um recado pelo Watsap ou o e-mail usando uma das senhas que miraculosamente regatei do espaço: PLUTÃO.

dia123.jpg Ou ainda uma outra que achei no baú esquecido da Luua: CALUVIAVIRI. Nada será suficiente para frustrar os planos da pólvora divina e do cepticismo. É o meu jeito extraordinário de me animar mas em verdade, em verdade vos digo que quando me faltam recursos de força e coragem a Ele, me submeto! Não me quero mentir! Coisas do subconsciente…

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:47
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Domingo, 25 de Fevereiro de 2018
A CHUVA E O BOM TEMPO . LXXVI

NAS FRINCHAS DO TEMPO – 25.02.2018

- Novas verdades!... O mistério da vida torna-se numa prática infernal de competição…

Por

soba15.jpg T´Chingange . No Nordeste Brasileiro

Por pressões estranhas a mim, sinto-me muitas vezes constrangido por não se inteiramente livre. Ao longo do tempo fui perdendo a ingenuidade ou inocência condimentando na dose certa a minha independência mas e, porque quer o acaso brincar comigo, eu brinco também com ele. Aceitando as fronteiras de comunicação com os demais da Globália, trabalho a harmonia sem bater-o-pé a afirmar-me numa opinião de machucar ou de e, para não me mentir.

roxo95.jpg Uso a sátira leve bem à maneira das muitas antigas maneiras de maldizer sem recorrer ao escárnio tão usados pelos nossos primeiros cantadores de versos da idade média ou dos cancioneiros. Minhas ideias são o bem e a beleza. Porquê? Ora, porque a humanidade se apaixona cada vez mais pelo irrisório, pelo vulgar e imediato e, tendo como o alcance o luxo, a riqueza ou a glória.

roxo92.jpg O mundo político, o mundo dos negócios e a escola hodierna destituídos demasiadas vezes do bom senso pelo uso de novas modas, sistematizam o homem a um comportamento corrompido. O mistério da vida torna-se numa prática infernal de competição ou concorrência relegando a arte e a ciência com uso da prática em se ser o melhor em tudo. Diga-se, numa doentia ansiedade!

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E, incute-se com assédio o ser-se o melhor, o ter mais notas, atribuir-se cotas para, ficar o mais rico, o mais conceituado, o mais poderoso e ter o mais potente e vistoso carro. Uma evidente forma de transtornar as vidas tornando-a num mistério secreto de inverdade. E, afinal a vida não pode ser só isto!

ROXO165.jpg Imagino os historiadores de amanhã interpretando os sintomas de doença social na correria louca de tudo ter de ficar num topo de gráfico, de se ser sempre o melhor, fazendo disto uma doença dolorosa de frustração pelo surgimento acelerado de mutações ao progresso. Para onde vamos? A comunidade não pode ser só isto; vai ter de se renascer em moldes diferentes, sim. Quero acreditar!

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O Estado de qualquer ponto da globália sempre irá exigir que eu (ou outro qualquer) assuma uma atitude que minha consciência rejeite! O futuro é hoje! Um pensamento que desmente a cada novo dia o sentimento inato de justiça. Sem justiça nada correrá certo! Minha religiosidade metida nisto, consiste em espantar-me ou mesmo extasiar-me diante da harmonia das leis da natureza. Sem sofismas…Um dia de cada vez.

Ilustrações de Assunção Roxo

 

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:05
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Sábado, 24 de Fevereiro de 2018
A CHUVA E O BOM TEMPO . LXXV

NAS FRINCHAS DO TEMPO 24.02.2018

- Novas maneiras de aprender antigas verdades!... Com atitude….

Por

soba15.jpgT´Chingange . No Nordeste Brasileiro

Um homem franzino de flanela curta ginasticava na areia dos Sete Coqueiros da Pajuçara às seis horas e dez minutos desta da manhã. O sol deve ter nascido pelas 5 horas e quinze minutos e uma hora depois já ia alto no horizonte, queimando. Este homem de murros ao vento estica e encolhe o braço como fazendo muita força, dá pontapés no vazio em preparo de ataque de bassula ou capoeira.

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De repente junta as palmas das mãos como que orando e desfere em seguida um golpe até aonde o braço alcança como que atingindo um suposto órgão vital. Talvez fosse candomblé, porque feito pássaro secretária da savana, só apoiado em uma perna, desfere bicadas ao jeito de kung fu, talvez jiu jitzu ou tirada de urubu puxando a alma dum espirito inquieto para si com retorcidela do punho, braço e antebraço.

 pajuçara1.jpg Havia posições de parecer querer levantar voo assente só em uma perna-pata num jeito de maracatu. Entretanto chega um atrelado carregado de tralha, cadeiras, mesas, sombreiros e caixas de isopor, tudo recoberto com um oleado e, é neste preciso momento que o homem pássaro interrompe seus ensaios de voo e se dirige à carreta para destrinçar os atilhos da carga.

 

Era afinal o ajudante de praia do empresário das sombras de Coqueiro Seco com o nome de guerra de suricato, nome de mancho de suricata, nome de animal que só existe no altiplanalto do Calahári africano. Perdido nesta divagação curiosa ginasticada de forma exótica, contorno a quadra de futvolei para comprar dois cocos frios, meu fornecedor habitual desta água revigorante da natureza.

paju3.jpg De fazer reparo que estes cocos estão envoltos em gelo dentro de uma antiga geleira que agora conserva o produto frio de porta para o ar. Também esta geleira fica montada em um estrado com rodas de bicicleta para assim se poder deslocar melhor para um qualquer parque cortiço nos arrabaldes da Pajuçara. De notar que a geladeira como se diz aqui, está pintada com uma obra de arte de sereias mergulhando em ondas borbulhantes.

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Aqui todas as bancadas de trabalho andam, por reboque ou atreladas são deslocadas todos os dias para fora da praia á noite. E, todos os dias são levadas e trazidas cumprindo as leis de postura municipal. Normalmente são homens que as empurram ou puxam até o local que lhes está destinado, penso eu! E, fazer o translado de carregos com mais de dois metros de altura não me parece ser fácil, não!

paju1.jpg Assim e querendo, aqui estou reescrevendo escritos do realismo feito literatura de bolso num método de rigor quase científico na representação do mundo mais próximo e da sociedade apontando seus hábitos, usos e medos até, dentro das possíveis atitudes civilizadas. São os conceitos nos parâmetros de gente que ginastica o físico e dependências para só curtir um dia de cada vez. É na balburdia ordenada que se pode ver a pura sensualidade dos mais pobres a ajudar os mais ricos. Que seria de uns se nõ existissem os outros…

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Na maturidade destas vivências reparo que um outro senhor idoso com sapatos de borracha, espeta um pau na borda de água e estende em curva e até atingir a sua altura uma rede de nylon com bóias brancas á tona de água e chumbo arrastando o chã de areia com algas. Ele faz a pesca de cerca e arrasto sozinho. É a primeira vez que vejo isto! Aonde chega a obrigação com imaginação…

coimbra2.jpg São talvez uns setenta metros de rede e, andando dentro de água vai fechando o cerco na forma de caracol; já no círculo feito ou quase fechado, bate na água assustando os peixes, levando-os a se prenderem na rede. A luz da ciência aqui representa a maturidade por observação, retirando proveito do óbvio… Uma vez dá, outra nem tanto…

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:17
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Sexta-feira, 23 de Fevereiro de 2018
MOKANDA DO SOBA . CXXXVII

ANGOLA DA LUUA XXXVII - TEMPOS PARA ESQUECER – 23.02.2018

NA GUERRA DO TUNDAMUNJILA

Angola - 43 anos depois da independência. Já ninguém acreditava que era só uma pequena parcela dos nossos militares a dar a mão ao MPLA. Eram todos!

Por

soba15.jpg T´Chingange

Nestas mokandas, meus sentimentos, pensamentos e actos, têm uma única finalidade: falar a verdade à minha comunidade para que a história não se esmoreça; minha atitude determinará o juízo de bom ou de mau que há sobre os factos. Quero assim ser livre, criador e sensível o quanto baste sem pactuar com a imbecilidade que como dança infernal leva as massas sociais ao embrutecimento; algo que sistematicamente corrompe o bom senso dos homens.

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Costa Gomes, o presidente rolha do M´Puto, titubeando indecisões, acabou por retirar o Brigadeiro, esse tal de José Valente, comandante da 2ª Região Aérea e que vivia em relações tensas como a CCPA (Conselho Coordenador do Programa do MFA para Angola e que, incluía o CCPA e o Estado maior de Angola). Os vapores Vietnam Heróico, o Coral Island e o La Plata, chegariam antes do fim de Setembro de 1975 em Brazaville e Porto Amboim levando a bordo mais de 1000 toneladas de gasolina, 300 instrutores para os quatro CIR do MPLA e ainda dois aviões cubanos.

carlu1.jpg O Presidente do Congo Brazaville N´Gwabi aceitando esta forma de apoio e dando também hospedagem a mais 142 instrutores cubanos, declarava-se oficialmente apoiante incondicional ao MPLA de Neto. Este apoio tinha sido concertado em uma viagem que N´Gwabi fez a La Havana. Havia fortes indícios de que o MPLA estivesse a preparar uma declaração de independência unilateral, sem consulta a Portugal e aos outros dois movimentos conformes no Tratado de Alvor.

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Pode assim apreciar-se o comportamento de insubordinação ou má-fé com os colaborantes militares de aviário de Abril que tudo lhe faziam numa óptica de práfrente camarada, avante! Nitidamente estavam a mijar nas graças revolucionárias daqueles imberbes militares do PREC.

Estávamos em inícios de Outubro.

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Leonel Cardoso continuava apreensivo pedindo apoio a Lisboa e mantendo as FAPLA em suspense com uma hipotética chegada de tropas especiais, Comandos e Pára-quedistas. Leonel Cardoso perante este cenário blefava e, era só o que lhe restava porque Lisboa andava afanada com os sindicalistas das “Manif” de civis e militares guedelhudos. Leonel Cardoso andava sem saber como fazer na entrega do poder a 11 de Novembro de 75.

cruzeiro2.jpg Com muxoxos de boca pequena sabia-se que Leonel Cardoso se queixava de estar rodeado de traidores à pátria ou à causa; a confiança, ruía-lhe algum aprumo. Ética era uma coisa quase nefasta e os heróis das NT em sua maioria só viam o MPLA. A estes, o MPLA, entregavam tudo de mão beijada sem fiáveis contrapartidas mas, sempre havia uns quantos que buliam sua própria consciência. Aquilo não lhes parecia lá muito bem… Eram muito poucos, quase nenhuns. Em Angola, estávamos entregues à fé e ao acaso, à bicharada.

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Entretanto Samora Machel de Moçambique e Július Nyerere da Tanzânia, perfilam-se também ao lado do MPLA. Otelo em viagem a Havana garantia a Fidel de Castro não retaliar com suas frotas e tropas, entenda-se como as NT (Nossas Tropas) a “invasão de Angola” em apoio ao MPLA. No M´Puto, pouco a pouco, Carlucci o embaixador Americano, ia alegando algum favoritismo para o MPLA.

melo4.jpg Carlucci, com a nobre ajuda de Vasco Gonçalves, o primeiro-ministro português, um ex-doente mental da casa dos malucos de Luanda - sector militar. Este afiançava a pés juntos perante o Gringo que, não senhor, o MPLA não é comunista! Era uma boa base aos ditames de Frank Carlucci; a este, interessava-lhe sobremaneira o controlo do petróleo de Cabinda. Não era por acaso que já Cabinda estava inteiramente nas mãos do MPLA.

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À margem das negociações os ditos retornados, cidadãos nacionais e da Província Ultramarina de Angola, estavam a ser moeda de troca no fornecimento de aviões para a ponte LuuaLix se realizar no tempo aprazado. Nesta guerra de tundamunjila (brancos, fora - para a sua terra) a estória ainda anda a ser fabricada!

demo2.jpg Podem ver agora e com clareza de 43 anos já passados que os retornados tiveram um desfecho muito parecido com o sucedido no Irão, no Iraque, no Afeganistão, na Líbia e aonde quer que houvesse petróleo, a moeda americana suporte de sua supremacia. Costa Gomes, com esta decisão sentia-se agora mais confortável. Naquele então o segredo era manter tudo em banho-maria até o 11 de Novembro.

valentina5.jpg Muitos dos “libertadores” sonhavam com a casa, o carro, os privilégios e as posições dos colonos. Conquistaram-nas e tornaram-se piores do que estes. Desculpar-se-ão com a guerra. Só que a guerra, que matou tantos e estropiou, alimentou um punhado de pessoas, que se tornaram insultuosamente ricas…

(Continua…) 

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:08
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Quarta-feira, 21 de Fevereiro de 2018
FRATERNIDADES . CXIX

METÁFORAS DA VIDA – 21.02.2018

- FOTOS AMARELECIDASSe, em um aleatório lugar vires um oprimido, não te surpreendas - Tem outro mais alto que o vigia… Estória dedicada ao poeta Eduardo Torres da Chibia, na Kizomba…

Por

soba0.jpegT´Chingange

Em um antigo dia fui passear com Edu a Ondjiva (Pereira Déça), uma fazenda de seu pai aonde vendiam carne de alongue e vendiam peixe frito ao pessoal da lavra e amanho das nemas; isto é do que me recordo. Íamos em um carro com a última tecnologia de ponta, meio madeira, meio lata grossa e pneus maciços, borracha do Amazonas com o nome de Nash que pegava no arranque com manivela. Mochilas no carro, acomodados, partimos ao som duma betoneira botando fumarolas às prestações.

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Tudo seria como o planeado e prometia até ser inesquecível; disfrutando da paisagem com uma nuvem de pó e gazes para assustar mosquitos das lonjuras, nós gozávamos das terras do fim-do-mundo; vistas secas das anharas via Rundu, início da Damaralãndia do Calahári. A luz que indica o super aquecimento do motor acendeu no painel frontal de nogueira encerada. Aquele vehículo estórico, propriedade de se pai, dizia-nos daquele jeito que algo estava errado. Estávamos uns bons quilómetros além Chibia.

nash6.jpg Mesmo entendendo pouco de mecânica, sabíamos que a luz do aquecimento aceso era sinal de algo errado e lá tivemos de encostar junto a uma n´nhiwa para sabermos a gravidade do sucedido. Decidimos abrir o capot e, assim ficamos a olhar o motor como um boi olha para um palácio; seria do radiador? Talvez! Seria da correia de distribuição? Talvez! Seria da biela? Seria da tíbia? Talvez? Talvez!

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No meio de tanto talvez, nosso monangamba Nepomuceno sugeriu assim: - Minino patrão Edu, melhor mesmo é fazer oração no nosso N´Zambi. Os minino, num sabe mesmo coisa nenhuma, eu acho melhor no então, catravêz … Catravêz o caraças disse Edu para o seu mona chateado da silva mas e, reconsiderando, pediu que cada qualmente rezasse no seu Santo ou Santa.

Torres0.jpg Bem! Eu rezei para Nossa Senhora da Muxima. Ele mesmo, Edu rezou para a Nossa Senhora de Fátima e Nepomuceno rezou ao seu rei N´Zambi. Ia na metade da minha inventada oração a Muxima quando num repentemente Nepomuceno descomplica nossos muxoxos de reza dizendo: -Olha só Patrãozinho…Vem lá uma carrinha Dodge! Assim era! No centro duma poeira medonha lá vinha um vehículo de tração a motor soprando pó prámata.

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Um homem moreno, alto e calvo com pronúncia de carcamano gweta parou atrás e acto repentino perguntou se necessitávamos de ajuda! As meias palavras de Edu foram suficientes para ele deduzir qual era a avaria. Sem muitos rodeios começou a espreitar o motor, ver tubos e, com cuidado foi folgando o tampão do radiador. Saiu dali uma fumaça quente do caraças.

nash4.jpg Deitou-se bem por debaixo do motor e apalpando o fundo do radiador disse: -Está qui! Não ficamos a saber bem o que quereria dizer e retirando da boca uma bola de chicle xwingame pressionou o negócio naquele que era o busílis da causa. Já de pé voltou a olhar umas borrachas, foi buscar à Dodge uns arames e com um alicate universal deu uns apertos no arame.

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Com um jerrican encheu nosso radiador (melhor dizendo do vehículo Nash) de água tapando o recipiente e ao concluir disse simplesmente: -Já está! Sem dizer mais nada tirou do bolso um cartão e, deu-o a Edu! Ele leu e, guardou! Claro que eu fiquei intrigado! O senhor carcamano disse goodbaye e, meteu-se a caminho logo após ter posto o Nash a trabalhar! Pareceu ser agora menos betoneira do que lá atrás.

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Já o Dodge ia longe quando pedi a Edu que me mostrasse o cartão que ele lhe dera! E, pude ler com surpresa “Mecânico assistente de Nossa Senhora de Fátima”. Podem acreditar, fiquei num deslumbramento de boca aberta! Afinal a oração do Edu resultou mesmo. Sem aceitar um centavo sequer, chegou, meteu o chicle no lugar, fez o que tinha de fazer e bazou! Foi-se!

chibia.jpg E, olhem que por ali havia leões, solitários e hienas esfomeadas; os terroristas mesmo, só chegaram ali depois de 1975, feitos outros ET´s cavalgando cavalos de ferro marca M´Puto com bazucas e granadas Braço de Prata. Agora e à distância do estórico vehícuo Nash pergunto-me se aquele mecânico era mesmo gente, um santo, uma kianda, assombração ou o meu amigo ET da galáxia EC-325… E, porquê as rezas não tiveram resultado neste mais recente tempo com guerrilheiros emancipalistas da terra. O que não faz a fé!?…

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:36
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Terça-feira, 20 de Fevereiro de 2018
MALAMBAS . CXCVII

A CHUVA E O BOM TEMPO - 20.02.2018

- Apaziguando rijezas adversas num salve-se quem puder…

Por

soba15.jpg T´Chingange No Nordeste Brasileiro

Ontem fui ao centro da cidade tratar de um assunto com a contabilista, coisas de imposto de renda que têm de ser demonstrado por compras ou aplicações financeiras em todos os anos civis. A lei é para ser cumprida segundo o que está escrito na bandeira do Brasil: Ordem e Progresso – Ordem para os debaixo, o povão e, progresso para os decima, os que mandam ou são donos disto tudo.

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Começo assim só para justificar-me do assunto que irei aqui escalpelizar com bisturi rombudo. E, pude ver quase todo o tipo de negócio a correr nas ruas da cidade; digo correr porque as bancas têm rodas e com facilidade estarão aqui ou ali conforme a conveniência ou por via da fuga ao fiscal zelador das coisas da via pública, digo eu.

araujo99.jpg E, dum quase tudo, posso mencionar raquetes de matar mosquitos, chapéus-de-chuva, pensos rápidos e água fresca e metidas no gelo em caixas de isopor, esferovite, jogos de chaves de bocas, alicates, destornilhador ou frutas variadas como graviola, fruta-do-conde, goiaba, macaxeira e edecéteras. Tudo isto a laborar em azáfama, sem fiscalização aparente…

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E afinal, como seria o Brasil se a cada esquina estivesse um fiscal municipal, federal e outros supra numerários do sistema a ver a higiene, a balança e a licença para vender os produtos? Tornar-se-ia impossível gerir estes milhões de pessoas que sobrevivem desta forma. Dito isto entro nas lojas americanas e trago de lá um ventilador de marca “arno” por cento e trinta e nove reais com noventa cêntimos.

ROXO167.jpg Deparo com uma banca carregada de boa macaxeira, mandioca recentemente retirada da terra; Bem no centro e no topo das raízes tinha o preço fixado, escrito em um pedaço de isopor: 1,50 reais. Está barato, vou comprar! Moço dá-me dois quilos! Entretanto uma senhora faz o reparo de que aquela balança está desregulada, uns dias atrás levou dois quilos e em casa na sua balança só tinha 1, 160 Kg.

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Em voz baixa foi dizendo para eu ouvir que mesmo assim valia a pena porque estava em bom preço. Bem, a balança de mola de enrolar estava oxidada, quebrada no plástico frontal e até se poderia ajustar o peso por entre a parte inexistente do transparente. Toda ela era uma obscura e desconfiável balança, xucra mesmo! O Dono, moço Isac era de bom trato e bem falante, um ser de Deus e pagador de dizimo na igreja do sétimo dia, pensei cá para mim. Vou experimentar sussurrei à senhora! E, foi, embrulha, e fui!

araujo114.jpg Chegado a casa vou direito à balança de pesar bolos e era certo! O cabra-da-peste, evangélico do sétimo dia, enganou-me. O negócio pesava só 1,160 quilos. Quersedizer que faltava só 840 gramas. E o cara-da-peste evangélico que disse para mim na maior belezura: Deus esteja contigo, feliz dia! O cara-de-pau a meter Deus nesta pequena trapaça hein! No final vi o papel de custo duma compra no super Bom Preço e a mesma quantia ali seria de sete reais! Afinal ganhei 4 reais!

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Putamerda; fui roubado e ainda estou contente porque não perdi assim tanto, melhor ate ganhei! Pópilas! O mundo anda mesmo com os paradigmas invertidos. Mas, um destes dias vou levar um pacote de quilo de açúcar para servir de peso; fiquei só meio fulo, meio bravo porque me tapearam e, eu não gosto de ser tomado por lorpa. É que todo o mundo quer ficar ganhando, ficar por cima e também nesta, até  eu fiquei por cima, visse!

ROXO164.jpg Bem! Em verdade este é até um caso menor, senão vejamos: Esta manha e na TV Globo, pude ouvir que uma tal senhora juíza desembargadora foi eleita deputada por um partido, não interessa qual (tudo é igual) ficou descontente com a sua baixa de ordenado. Apurei-me na escuta e fiquei a saber que esta senhora recebia o ordenado de desembargadora com mais o de deputada! Até aqui tudo bem! Será? Como se verificou ganhar mais do que o tecto salarial da Nação, baixaram seu salário que era só de 60.000 (sessenta mil) reais!

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E, não é de que a senhora se estava a queixar de que agora ia passar necessidades, pois que abaixo dos sessenta mil era passar mal. Isto é mesmo uma invulgaridade! Disse para mim… Bom! Ouvindo isto, fiquei indignado. Ganhando 60 vencimentos mínimos e lamentando-se! Haja vergonha! Depois disto até senti satisfação por ter dado a ganhar uns pequenos cobres ao moço Isac da macaxeira.

araujo 43.jpg Estou aqui a falar do Brasil mas este filme já o vi em Portugal quando o Ex-Presidente Cavaco e Silva se queixou de que a sua aposentadoria somada à da mulher, não lhe dava para cobrir os gastos! Cumcamano! O mundo anda a ser gerido por incompetentes e ladrões e eu, aqui a gastar minha tinta, meu suco a custo zero! É mesmo um Deus me livre! Que dizem Vocês? Falem! Não fiquem aí com a língua agarrada aos dentes! É chato falar sozinho…

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:15
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Segunda-feira, 19 de Fevereiro de 2018
MOKANDA DO SOBA . CXXXVI

ANGOLA DA LUUA XXXVI - TEMPOS PARA ESQUECER – 19.02.2018

NA GUERRA DO TUNDAMUNJILA ... Angola - 43 anos depois da independência. Já ninguém acreditava que era só uma pequena parcela dos nossos militares a dar a mão ao MPLA. Eram todos!

Por

soba0.jpeg T´Chingange

Doeu, dói, e continuará doendo recordar aqueles dias em que por um longo tempo fomos uns tinhas, uns retornados, uns ranhosos como ouvi dizer a uma senhora da Cruz Vermelha que deveria ter amor ao próximo mas, assim não o era; uma senhora que ali estava numa missão de mostrar solidariedade, um frete só para parecer-se numa dama de alto coturno com ternas maneiras de lidar com o cidadão irmão.

monstro4.jpg Tinham-lhe tirado o sono e, em missão de voluntariado teve o desplante de dizer isto na minha chegada ao Aeroporto da Portela em Agosto de 1975; estamos aqui por causa destes ranhosos, disse! Era essa tal ponte de LuuaLix na guerra do tundamunjila que todos parecem querer esquecer e, porque só teve o mérito de nos tirar do fogo cruzado dos guerrilheiros e fraternas ajudas das NF (Nossas Forças) ao movimento que não nos queria lá, aonde quer que fosse!

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Seria talvez a esposa dum oficial superior e que naquele agora mostrava ao povo de abril o quanto lhe fazia mal aquela ascensão de benesses por via de uma guerra colonial, das muitas comissões ultramarinas que lhe proporcionaram subir na sociedade do M´Puto. Dinheirinho, pois! Mas, muitos mais militares de carreira assim o queriam; as transferências de angolares para escudos faziam-lhe falta.

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Era a compra de mais um andar na zona nobre de Lisboa (Lix), um carro novo de fazer inveja, uma vida muito cheia de pacto com o sistema, mais um talhão de terra para fazer engravidar a usura, a capitalização de valores. Perpetuar as aplicações financeiras por via de uma guerra de kwata-kwata que não desejávamos, que não queríamos! Mas em verdade andávamos distraídos lá na Província Ultramarina de Angola. E, estes dias têm de ser reescritos, revividos porque a história não o dirá deste jeito magoado, sem enaltecer um herói que a existir, só o poderia ser de túji… Inventado!

monstro6.jpg Divagando num após quarenta e três anos, podemos recordar o quanto os americanos queriam apagar com compensação os desaires tidos na derrota do Vietname. Fazendo manobras diplomáticas que só eles sabem fazer na perfeição, queriam garantir o petróleo do golfo de Cabinda. Aquilo para eles era um jogo menor e, pouco importava se o interlocutor era de esquerda ou direita. Haveria que garantir sua altivez na forma de petrodólares, condição necessária de perpetuar no serem os senhores do mundo.

NDOZI.jpg Aqueles, tornaram-se assim, senão aliados, pactuantes com o MPLA abandonando a FNLA mandando até na fase crucial duma possível mudança da guerra, retirar órgãos vitais como sendo as culatras dos potentes obuses que estes tinham posicionado no lugar de Kifangondo. Mas eles, os americanos, já tinham dado ordens para os Sul-Africanos se retirarem em sua campanha de tomar a Luua, a capital do novo estado chamado de Angola.

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Os americanos são efectivamente os piores amigos que se pode ter! Só digo isto por cruzar em triagem tanta manobra que fazem em todo o mundo para perpetuar sua supremacia; aliados com seus primos da Inglaterra, do Canadá, da Austrália e outros de sua comunidade, fazem girar o globo ao seu ritmo. Fazer guerras lá longe, abater quem atrapalhe seus interesses e manter-se na altivez do quero, posso e mando! Um dia isto vai acabar, mas já nem será no meu tempo!

moka23.jpg Pelo petróleo de Cabinda além de abandonarem a FNLA de Mobutu Sesse Seco, deram ordens de retiro à Africa do Sul, abandonaram Savimbi e os portugueses… Bem! Estes, para além de tudo foram moeda de troca a custo zero para o M´Puto. Usaram muito bem seu poderio! Subestimando uns, apadrinhando e chantageando outros, abandonaram-nos com o beneplácito dos novos generais de aviário da onda abrilista e vários políticos.

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No dia sete de Setembro a “Nova Brigada” das FAPLA (Forças Armadas do MPLA chefiada pelo comandante N´Dozi ataca o Caxito, obrigando a FNLA a recuarem no terreno. A Vila do Caxito, torna-se uma cidade como aquelas dos filmes do oeste americano, fantasma! Uns velhos acocorados e acolhidos no antigo quartel das forças portuguesas que também foi do ELNA (Forças militares da FNLA) e que agora era do MPLA; uma doação menor no contexto global.

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As FAPLA tinham atingido os montes dos libongos em quarenta e oito horas. Neste desastre do Caxito pode admirar-se o comandante N´Dozi de óculos escuros, fumando um cachimbo com liamba e levantando as mãos com o sinal de V de victória, assim como uma cena dum filme à americana. A Força Aérea das NT estava senhora da situação pois detectava do ar todos os movimentos na região do Kifangondo registando tudo em fotos tiradas do ar.

mdp01.jpg A Força Aérea Portuguesa tinha vídeos dos avanços e recuos das movimentações do exército da FNLA em terra e, estes dados apareciam nas mãos dos comandantes do MPLA. Os comandos de NT diziam desconhecer esta prática; a ser verdade havia militares do M´Puto infiltrados só para extrair informes cruciais no avanço das batalhas em terra e, no intuito de serem fornecidas ao partido de opção, O MPLA. 

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Já ninguém acreditava que era só uma pequena parcela dos nossos militares a dar a mão ao MPLA. Eram todos! Os simpatizantes pela FNLA ou tutelados como tal eram relegados à não permanência activa das operações sendo muitos enviados para a metrópole. Era o plano estratégico do MFA na entrega incondicional ao MPLA. Quem referir o contrário está a mentir com os dentes todos. Soube-se ser o Brigadeiro Valente o oficial das NT mais colaborante com o MPLA e deduzir-se daqui que a maioria de seus subordinados também o eram.

(Continua…) 

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 21:45
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Sábado, 17 de Fevereiro de 2018
A CHUVA E O BOM TEMPO . LXXIV

NAS FRINCHAS DO TEMPO – 17.02.2018

- Nova maneira de aprender antigas verdades!... Com atitude….

Por

soba15.jpg T´Chingange . No Nordeste Brasileiro

Em minha luta constante para me aperfeiçoar, tenho percebido haver uma oportunidade de redescobrir antigas verdades, que nem sempre o foram sequentes nas promessas, nas adendas, nas falaciosas intenções porque nunca viraram num facto ou já eram facciosas de nascimento. Assim, as pérolas que havia decorado no passado e esquecido ganham uma nova forma, ou nova roupagem.

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Satisfazendo-me o ego e, na forma de dar fôlego, descubro-me na escrita!  Tornando-me um contador de estórias crio personagens como um dramaturgo, que me animam e até confidenciam numa forma de perpetuar este vigor na vida; de dar sequência, sem me motivar na corrupta ideia de vulgarização nas coisas que todos dizem, e todos opinam.

GALO0.jpg Sim! Segredam-me coisas sem se definir bem no mistério de não permitir que me mecanize nessa rotina brejeira ou superficial. É decerto uma nova forma de reconstruir a comunicação, como bem explicita o nosso Profe Júlio Cesar Ferrolho, dando sentido às falas do mundo, renovadas e fortalecidas.

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Sem entender muito bem meus próprios planos e, sem vislumbrar conjecturas, dou comigo a dar satisfação aos personagens que me indagam: - Porque não tentas uma nova maneira de aprender antigas verdades? Posta assim a pergunta, nego-me ao periclitante papel de explorar novos caminhos revendo a vida e o espírito desprezando as parábolas ou recados da mente. Tenho-me em verdade surpreendido na recolha e pesquiza de pérolas que simplesmente ficaram de lado no tempo, como que armazenadas num baú de lata, que mofam, que se oxidam!

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É quando no passado esquecido ou forçado por se querer, se ganha uma “nova roupagem”. Na cultura em que estamos inseridos não é comum que as pessoas falem determinadas coisas sem esperar algo em troca! Pois! Vendem sonhos e adivinhações a granel, por grosso ou de atacado e por vezes em saldo! Leve três e pague dois…

roxo135.jpg Mas, a amizade por exemplo, é também ela, uma permanente construção. E, ela, a amizade pode surgir muda, sem falar qualquer língua ou dialecto e, porque nem sempre as falas se traduzem nos actos.

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Poderíamos entender-nos na perfeição por assobios, por um estalar de dedos tipo morse, por estalidos como os bosquímanos e macancalas, por gestos e muxoxos até; aqui as regras estabelecidas, normalizadas, viram paradigmas como os dogmas, crenças e cismas sem cabimento prático. É essa a prova real de que estamos permanentemente a reconstruirmo-nos como parte de um retracto inacabado, naturalista, na sordidez do vício humano.

pomba roxa.gif Sem me querer tornar mercenário, faço o meu dever de partilha sem nada pedir em troca e porque me dá prazer, trazer à luz a ciência duma época, falar das mazelas sociais que infelizmente, nunca atingiram a maturidade perfeita. Assim e, reconstruindo-me também, aprendendo, gratifico-me. É utópico dizer-se que que o valha-me Deus é o tudo mas, que nos faz falta, lá isso faz.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:41
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Sexta-feira, 16 de Fevereiro de 2018
MALAMBAS . CXCVI

A CHUVA E O BOM TEMPO - 16.02.2018

- Apaziguando rijezas adversas, perfilando anjos com a singularidade … Pechinchando a vida.

Por

soba15.jpg T´Chingange - No Nordeste brasileiro

O que mais evito num encontro de amigos é abordar o assunto de religião porque isto cria abismos de constrangimento entre as pessoas. Nossa natureza tem no ADN existências agarradas que nos envenenam a felicidade. Pode até se tornar numa agonia com violentos anjos às ordens de diabos muito cheios de vermelhitude nas labaredas.

araujo99.jpg Evito a todo o custo enfadar-me porque e, até meus dentes sem o querer me mordem a língua. Para a maioria, ter muito dinheiro é a chave da felicidade; possuir celulares xis-pê-tê-óh, casas, um grande salário, um carro de dar nas vistas e roupa de marca é considerado sinónimo de emproada felicidade. Quem não tem amigos destes?

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Não é normal alguém se passar deliberadamente por pobre; é normal agigantarem tudo o que sai de si, porque na malfadada vivência, as atitudes mostram a pobreza como algo de infecto-contagioso, uma doença a dar para o perigoso. Muitos e próximos tentam mostrar o que não são ou aparentarem; mentem-se a si e aos demais subestimando-os e querendo estar sempre por cima num qualquer simples procedimento.

roxo 20.jpg Ao fazermos amizades e com o tempo seremos mais conhecedores duma qualquer pessoa, assim e mais de perto e com o tempo, descobrimos uma outra realidade mais profunda; realidade que nos leva a frustrações por isto marcar necessidades profundas devido à cultura da aparência; a verdade permanece neles, oculta na superfície e como se fora uma pelicula de verniz – gente que usa sempre a dissimulação.

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É verdade que ao nos permitirmos adquirir várias culturas em países ou lugares diferentes, surgem características próprias e costumes bem arreigados como um paradigma, tornando-os singulares. Ao nos relacionarmos com as pessoas percebemos coisas interessantes ou não. E, sempre ficamos chocados quando o lado da análise tomba para o negativo.

araujo115.jpg Embora haja casos em que as pessoas são prestativas ou atenciosas, caímos por vezes no ridículo de sentir que tem muita gente a desprezar o próximo tornando a vida barata e vulgar. É sabido que toda a mudança exige sacrifício e adaptação mas há entre nós gente ruim que nos cobiça a todo o instante sem deles sair uma palavra de conforto ou solidariedade.

roxo46.jpg E, afinal porquê aceitamos este desafio permanente de querer acreditar; com o tempo vou fazendo triagem do que ouço deste e daquele e no tempo, vou excluindo este e aquele senão até que me remeto a um distante silêncio. Digo para mim: está na hora de rumar a outro desafio! E, posso dizer são muitas as desilusões mas, também surgem aspectos reconfortantes, gratificantes! Este mundo não é a nossa pátria, somos todos estrangeiros e peregrinos. Cada vez mais me sinto assim! Os abraços são-no de graça mas nem todos têm graça. Poderia até ser pior…

Ilustrações: Aleatórias de Costa Araujo e Assunção Roxo

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:39
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Terça-feira, 13 de Fevereiro de 2018
CAFUFUILA . CXXV

ONGWEVA DO TEMPO - KIANDA ROXO13.02.2017 - 21ª parte

Kiandas e calungas! No bloco de carnaval de Guaxuma… Nosso futuro ainda anda a ser fabricado…

Por

soba15.jpg T´Chingange . No Noerdeste brasileiro

Na epopeia, romance mussendo de três continentes e por via de seguir a peugada das kiandas, kwangiades ou sereias, vejo-me agora em Guaxuma do Nordeste do brasil, a festejar o entrudo entre cabeçudos dando pequenos paços ao som de uma bateria de bombos, chocalhos, pandeiretas, puitas e reco-recos. 

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Pois, em uma outra minha andança ao serviço da rainha de Portugal D. Maria I e, com o cargo de tenente, tive de escoltar uma leva de prisioneiros participantes da chamada Inconfidência Mineira nos fins do século XVIII, um movimento militar no Estado de Minas Gerais do Brasil.

carn4.jpg Levei um preso para a N´Gola e por lá fiquei centenas de anos. Falei disto e do mafulo Balthasar Van Dun mas, desta feita eu só venho gozar mesmo o carnaval na beira mar de Alagoas no ano da graça de 2018. Escusado será dizer que o Mwata dos Céus deu-me o condão de como T´Chingange, andar aleatoriamente no espaço-tempo. 

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Cheguei bem cedo a Guaxuma para gozar a praia da sereia e o carnaval deste ano. Eram seis horas e treze minutos quando iniciei meus movimentos de ginastica talassoterápica na água de cor esmeralda e, a fim de curtir a vitamina D trazida pela maresia, mais o vento que farfalha os coqueiros. Numa linda conjugação de sons juntava-se o desmaiar das ondas na areia amarela.

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Daqui saia os ritmos que junto ao bafo quente das longínquas pancadas dos bombos Zé Pereira traziam o cheiro de carnaval. Rodei meus movimentos até ver a estátua da sereia cimentada aos recifes; os mesmos que amenizam a fúria das grandes ondas. A enegrecida sereia estava meia coberta de limos, algas e limos que lhe davam um tom sussurrado de tristeza.

carn3.jpg Ela, a sereia, estava mesmo coberta de quereres apaziguadores de mareantes, marinheiros, pescadores e nadadores. Creio estar ali para estimular estórias como estas e das quais saem capítulos, romances de inventação com um Zé Peixe, uma lenda de prático que levava os vapores até alto mar. Um enredo de fantasia que viajou no espaço ladeado por uma sereia e por vezes montado num bumba meu boi.

arte1.jpg Lugares distantes como o lago Niassa e Tanganica mais os estuários do kwanza e ousadias no rio Kongo ou Zaire. Também na Costa dos esqueletos da Damaralãndia e Baia dos Tigres na n´Gola e Calahári do Namibe com os rios Cunene e Okavango cheios de magia de kalungas e kwangiades. Assim andando práfrente e pratrás, grafitei vidas no meu cerebelo originando romarias que perdurarão nas lendas de áfrica e américas.

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Depois de duas horas mexendo e remexendo meu esqueleto, vou até à minha cubata comer bacalhau à gomes de sá. Cochilo talvez umas duas horas e ao som do ronronar do ventilador apronto-me no disfarce e espirito de um pirata das Caraíbas pra ir práfarra curtir a folia do carnaval de Guaxuma. E podia ver-me todo empapoilado com franjas, chapéu de pirata, olho vendado e mão de gancho. E, lá vou eu mesmomesmo com uma perna de pau!

carn2.jpg Juntei-me ao meu bloco de bumba meu boi: O tema do bloco era mesmo o mar, o iemanjá, a kalunga e pulando de ansiedade juvenil juntei-me aos foliões, gente vestida de tubarão, baleia, garoupas e cavalas e olha só! Um grande espanto. HÓh… Ali estava o próprio Zé Peixe com escamas reluzentes de prata. Dei-lhe um grande abraço e, chegando-se ao meu ouvido pareceu-me dizer: está ali a sereia kianda Roxo! Ouvi bem!

roxomania1.jpg Apontou para o alto do carro do corso do nosso bloco e lá estava deitada rebrilhando seus arco-íris desde o verde ao prateado mas, sobressaindo o roxo. Ambos gritamos para chamar a atenção e assim, assim, rodou-se toda em sua cauda pontilhada de luzernas fosforescentes. De fora do bloco, podia admirar-se um gancho de pirata e uma barbata a dizer adeus a um golfinho fêmea que abanava sua cauda. Era ela mesmo! Afinal também gosta de carnaval, gritei eu a Zé peixe, ao que me respondeu: -HÓ, se gosta!? …

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 16:47
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Segunda-feira, 12 de Fevereiro de 2018
MISSOSSO – XXIX

T´CHINGANGE NA FICÇÃO DO XANGRILÁ12.02.2018

Não há palavras para vos descrever o que senti quando a assombração se escafedeu feito num nada…

XANGRILA : (Horizonte Perdido), é descrito como um lugar paradisíaco situado nas montanhas do Himalaia, sede de panoramas maravilhosos e onde o tempo parece ter-se detido  ...

 

Por

soba15.jpg T´Chingange (No Nordeste brasileiro)

Acabado de chegar ao Xangrilá de cultura, clima, costumes e principalmente de idioma totalmente diferentes, eu e o Herculano pés-chatos, tivemos necessidade de pedir ao Nosso Senhor uma ajuda suplementar para e a partir do hotel ympaly, encontrarmos o angolano chinocas, Sundinho de nome. Sundinho fazia de agente turístico da Star para levar curiosos a ver os chimpanzés dorso de prata. Deparamo-nos com um grande problema por via da empresa superstar, estar mesmo… em greve. Algo inusitado nestas paragens.

xangrilá0.jpg Este acontecido não estava nos nossos previstos planos e, logo por azar os telefones estavam embrutecidos; quando resolvemos visitar esta terra na encosta do Cú-de-Judas do Xangrilá, não podíamos imaginar que quase ninguém falava outro idioma que não fosse o mandarim. Bom! E, porque nos tinham dito que tomássemos um ónibus a fim de sair no centro, lugar do nosso destino, lá fomos interpretando nossas fantasias até considerarmos que deveria ser ali o centro da City. Foi nesse Ali de pagodes, sinos e penduricalhos que descemos.

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Mas afinal, esse ali ainda não era o que desejávamos! Nossa pretensão era alcançar a bodega, tasca de Severino, propriedade de um brasileiro nordestino que fugido da justiça ali foi parar; ganhou fama vendendo cachaça, caipirinhas pitu com e sem sensação, fazendo coxinhas de peru, galinha e até iguana.

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Este cabra-da-peste já era um empresário de sucesso lá no Sertão do Nordeste mas, desentendido com a justiça por tirar o cabaço a uma donzela, teve de abalar porque, não queria por nada deste mundo ver as estrias do canhangulo do pai dela, jagunço muito afamado pelas honras e ao jeito de lampião. Não queria mesmo ser capado nos seus sentimentos mais aprofundados.

bruno27.jpg Estamos lixados, disse Herculano dos pés-chatos depois de interceptar alguns transeuntes com todos a abanar a cabeça. Definitivamente, não entendiam o branquela quase albino da Bracara Augusta do m´Puto. Ele gesticulava, imitava até o dançar do samba, beber algo na mimica das mãos mas, nada. Sisudos com seus olhos em bico ficavam sem expressão suficiente para esclarecer a dúvida.

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Aqueles zero graus centígrados enregelavam ainda mais nossa vontade de chegar ao calor do boteco. Momentaneamente, recolhemo-nos em um alpendre com o propósito de vislumbrarmos uma saída mais airosa; deveríamos estar perto do Cabra-da-peste mas, talvez recorrêssemos a um polícia. Bom! Faltou-nos aqui, um plano B.

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Afinal para além do Sundinho e do Severino do boteco, mais ninguém falava inglês, muito menos o português. Deram-nos a referência de “Duas Casas”, aliás nos prospectos que tinhamos, havíamos rascunhado em círculos o lugar da bodega do Severino dos Santos; em verdade havia muito mais que duas casas.

nassau3.jpg Recordo agora quando naquele sertão calorento de Juazeiro no lá paratrás do Ceará, ele, o Cabra-da-peste, ter dito que em tempos de guerra urubu era galinha; creio que sempre assim foi com ele. Agora no Sertão de zero graus aquecia os corpos por dentro. Estávamos assim meio dormidos quando Herculano albino me cotocou no braço: temos visita! Era um bêbado malvestido e desleixado com cabelos às trancinhas cebeirentas que se aproximava de nós.

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Deduzimos que talvez viesse da tasca do Severino brasucas pois, notava-se estar bem carregado de pitu! Pode ser que venha da bodega do cangaceiro do Severino; vou perguntar se conhece o tasco que tem um buda do lado esquerdo, o Lampião no centro e Maria Bonita com um fúsil do lado direito. Talvez entenda meus gestos!

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Mas, afinal, Deus Nosso Senhor é grande mesmo! Sem que o chamássemos ele veio de mão estendida. Ohpá…Ora sim! Vem nos pedir uma moeda, uns quantos Yuans; só nos faltava esta! Qual o nosso espanto quando quase em nossa frente ele nos pergunta: May I help you? Eureka!... Com grande contentamento dissemos em uníssono: Yes! Yes!  

pedras001.jpg Obrigado meu tio Nosso Senhor, ouviste-nos! Falei assim mesmo. Foi quando lhe dissemos que procurávamos um boteco assim e assado, com as características já ditas; nem foi necessário acabar a descrição. Vocês seguem por aqui, you go straight on e no terceiro cruzamento viram à direita change right e é só andar, nem duzentos metros. It's there in that place on the right side! De longe vê-se um grande coqueiro em plástico que ele cimentou no passeio, acrescentou!

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É a casa Lampião, disse também, imitando com gestos o chapéu de frontaria achatada e com espelhos na testeira e penduricalhos nas extremidades. Mas que alegria… Comentávamos isto já a caminho do lugar, discutindo até que que deveríamos ter dado mais umas gasosas ao maltrapilho e edecéteras coincidentes.

Roxo155.jpg Como se fora numa premonição, paramos num repente de um invulgar instinto a uns escassos cinquenta metros, olhamos ambos para trás e, nadica de nada. Vimos, nada! O bêbado escafedeu-se, evaporou-se. Só podia ser um anjo, disse eu! Com certeza disse Herculano. Há cada coisa na vida tão verdadeira que até parece mentira! Vou-te-contar!? Contei!

O Soba T´Chingange 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 20:17
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Quinta-feira, 8 de Fevereiro de 2018
KWANGIADES . XXX

MOKANDA DO ZECA EM MAIUSCULAS - As falas de Zeca – 08.02.2018

Por

zeca00.jpg José Santos - Impregnado de paludismo duma especial estirpe kaluanda, Zeca colecciona n´zimbos das areias dum chamado de Rio Seco da Maianga. Tornou-se ali professor katedrático e agora lecciona no M´Puto quando não fica com o catolotolo…

TONITO (era o meu nome de candengue da Luua)

MAIS UM FANTÁSTICO MISSOSSO TEU....! JURO, JURO QUE DELIREI NAQUELE MAMBO " Já estava farto de usar ceroulas até o pescoço a fim de aguentar o frio do M´Puto,..." SIM KIMA KAMBA MUXIMA, DO FRIO DO M' PUTU DE TER DE ANDAR DE CEROULAS, MEIAS DE LÃ ATÉ AO JOELHO, CAMISOLA INTEROIR LÃ DE MERINO, LUVAS, CASCHECOL... AI-IU-É…

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TUDO, TUDO PARA TIRAR A HUMIDADE DO SALALÉ SECO QUE BERRA POR QUENTURAS E AS TUJE DAS FRIEIRAS DA CUSPIDEIRA FRIA DAS "CALOTES DE CHORO CAIDAS COMO TREPADEIRAS DO ALASCA PARA A KALUNGA" QUE ESTE INVERNO AS KALEMAS ALTAS TROUXERAM PARA A PENINSULA IBÉRICA, PARA A EUROPA, AMÉRICA...

zeca e eu.jpg POR CULPA DO HOMEM KIAVULU VULUKIA VULUVULU CACHIMBO QUE ENVENENA A ANHARA DO NOSSO SENHOR NO ALÉM. OH! SIM, SIM, TU GOSTAS BWÉ DO NU QUENTE DA NATUREZA..., DE MACEIÓ, PAJUÇARA, PALMARES... QUE DIZES SER DE RENOVAÇÃO DE PELE COM ÓLEO DE COCO DO SOL REDENTOR...

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OS BICHOS, AS PLANTAS MEDICINAIS..., TUDO, TUDO, NATUREZA TE CONHECEM E TE CHAMAM O KUUABA N'GANA VATA T`CHINGANGE! SEI QUE DELIRAS, TOPANDO A TEXTURINHA DA BELEZURA NUA NATURAL BATUCANDO DE SALTOS ALTOS NO CALÇADÃO NO CORSO DO CARNAVAL! UÉ!

zeca1.jpg TU PRÓPRIO FIGURANTE DOISIMILDEZOITO VESTIDO DE "CAPATAZ" DE BARRIGA DE JINGUBA DE FORA E DE CHICOTE NA MÃO NO CORSO DE GUAXUMA.... RECORDANDO OS TEMPOS DOS CORONÉIS...

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AMAM'IÉÉÉ´! TUA SORTE MERMÃO DO RIO SECO DA MAIANGA, TU SERES PÁSSARO DE VOO DE MUITOS MUNDOS COMO O KWETZAL.... AGORA, TAMBULA CONTA! UÉ! COMO É? BEIJOADA Á TRANSMONTANA, TRIPAS À MODA DO PORTO, ENSOPADO DE CABRA VELHA, BODE MESMO...A BORDO...!

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UÉ! COMO AGACHAR E APONTAR O TUBO NO MINUSCULO BURACO DE CERTO "ENTUPIÇO" E DE ENGUIÇO BIEN ÉTRE PARA OS ROLLYS ROICE.... NÃO, NÃO, ISSO DUM MUKIFO LOGOLOGO MATACO NO ENCOLHIDO BANCO...

ZECA MAMOEIRO.jpg SIM, SIM, MAS BREVE TERÁS E LOGO AO DESCERES, PISARES A TERRA E SENTIRÁS O CHEIRINHO DO CHURRASCO PITA VIRGEM. MESMO TABAIBO DO MATO NA GRELHA, NO ESPETO PAKASSA TENRA E A PICANHA NA GRELHA A ESTALAR.... OS TEUS CAMINHOS SÃO DE DEAMBULAR FELIZ NA KUKIA DA VIDA QUIÉ SUMAUMA.

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QUE A TUA VIDA DOCE CONSOME, É O TEU PREPARO É O TEU ELIXIR QUE ESMAGAS NO TEU PILÃO E BWÉ CONSOMES..., TAL COMO OS TORRESMOS DA BELA MOPANE.... NESTE TEMPO DE ESTUPOR, TERRA DE “FIADO CIVILIZADO” DE SEM RESPEITO, CURRICULO SUSPEITO … Oh! NGANA NZAMBI! KAPIANGO, PÉS DE PATRANHA, EDIFICAM-SE NOS POLEIROS DE NOSSOS CELEIROS…. E, NÓS SÓ XIMBICANDO N´DONGUS  NAS MULOLAS DO RIO SECO…

KANDANDU - ZECA2018020722H00

As escolhas de

Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:16
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Quarta-feira, 7 de Fevereiro de 2018
MALAMBAS . CXCV

A CHUVA E O BOM TEMPO - 03.02.2018

- Apaziguando rijezas adversas, perfilando anjos com a singularidade num mundo exótico … De novo e com agrado irei ver aquela senhora percorrer a praia de ponta a ponta de marcha-à-ré para rejuvenescer…

Por

soba0.jpeg T´Chingange - No Nordeste brasileiro 

Cruzei o Atlântico no Boing D. Maria II em sete horas e vinte minutos. Pedro Alvares Cabral deve ter levado um mês ou mais, considerando o vento de Bolina na feição e soprando no rumo sueste; deste jeito não teriam de mudar as velas permanentemente para percorrer todo o percurso sem ter de fazer os ziguezagues por forma a embolar os grandes panos propulsores. Eram tempos de escorbuto por via de não comerem legumes e frutas frescas.

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Hoje, os novos processos de catering, manuseiam milhões de refeições ao redor do mundo para abastecerem milhares de naves que cruzam os céus em diversas direcções. Cada companhia aérea tem contractos com empresas vocacionadas a fim de condicionar em embalagens próprias as variantes gastronómicas, frutas, saladas e sobremesas pré escolhidas por nutricionistas e dietistas por modo a não causticar o organismo humano.

tapete verm..jpg Não posso imaginar todos os passageiros a entupir os minúsculos banheiros depois de comer uma feijoada, cozido ou um sarapatel deteriorados. Ali presos num escasso espaço assim como capota enfiada num espaço anatómico para nem poder sequer abanar as asas, os braços neste caso sem se correr o risco de dar um sopapo ao vizinho de ouvidos entupidos por um fio que lhe entorna musica nos neurónios…

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Já andei pelos ares o suficiente em horas de voo para dar três voltas ao globo e sempre refilo com estes apertos de não poder cruzar as quinambas maçando o corpo encolhido, entupindo os gazes nas curvas, obstruídas para além da traqueia o hiato e as muitas nervuras coarctadas de fazer seus peristálticos movimentos. Melhor seria que nos dessem um comprimido de seis horas de sonolência, enfiarem-nos num tubo de hibernação e despertar na hora certa de desembarque.

zumbi7.jpg Desta feita tive de comer três fusos horários deduzindo na máquina do tempo os três por forma a equilibrar o invento da vida chamado relógio. E, o carnaval de Guaxuma com sua sereia espreguiçando tempo, espera por mim rodeada de águas tépidas chispando suas quenturas de 28 graus em seu corpo rebrilhante desde a cauda à ponta de seus cabelos.

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Já estava farto de usar ceroulas até o pescoço a fim de aguentar o frio do M´Puto, dois pares de meias, chapéu a cobrir as orelhas para dormir, luvas com pele genuína de ovelha da Serra da estrela. Depois, assim que o sol baixa, ligar as quenturas da casa, a botija de água para aquecer as pontas e desumidificadores para chupar o orvalho invisível da humidade roedora de ossos! Tudo fica que nem cordão de sapato; até a paciência se esvai para o canto dos tornozelos…

araujo65.jpg Como diz o Papalagui das longínquas ilhas de Samoa, ficamos que nem cebolas, cheios de cascas, uma por cima de outra para tapar as vergonhas e adjacências. Por isso escolhi o Brasil para armazenar meu esqueleto das frieiras, untá-lo com o sol do nordeste, empreguiçar-me por horas nas quenturas esmeralda - águas das piscinas naturais da Pajuçara, untar-me de cerveja skol, água de coco ou cachaça pitu enrolada em pedaços de doce abacaxi.

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De novo e com agrado ver aquela senhora percorrer a praia de ponta a ponta de marcha-à-ré, isso, andando para tráz para rejuvenescer-se em juventude e uma outra andando em ziguezagues, parando na água, chutá-la e depois ficar virada para o mar alto, abrir os braços e acenar a Nosso Senhor! Eu bem que olho e volto a olhar e, até semicerrando os olhos e, nada! Não vejo o que ela deve ver! Há gente que tudo consegue e segundo dizem, com fé sempre alcançam suas ousadias…

roxo123.jpg Irei passear até o largo do Ganga Zumba, uma pedra com feitio de gente quase primitiva, com uma lança a olhar o céu do lado nascente! O primeiro líder do Quilombo dos Palmares. Um herói de libertação vindo do Reino do Kongo e morto por seu sobrinho Zumbi, o mesmo que foi agendado como o patrono do Dia da Consciência Negra; assim ficou no calendário brasileiro. Coisas que aconteceram no longínquo ano de 1678…

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Os dias ficarão enfartados de fantasia com contos de outros tempos e, que agora surgem avivados nas memórias das escolas de samba! Lá terei de ir à terra de Palmares descobrir, porque é uma terra tão carregada de misticismo com Coronéis e majores, donos de grandes fazendas, senhores de tudo e de todos e, que em tempos idos faziam a lei… estórias do agreste e sertão com feitiçarias de mulheres que exageram seu adventismo… mulheres que conseguem ver sempre que querem, o Nosso Senhor…

O Soba T´Chingange no Nordeste brasileiro

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 21:13
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Terça-feira, 6 de Fevereiro de 2018
MONANGAMBA . XLVIII

O CARMO E A TRINDADE – 06.02.2018 

- A nossa própria estória não pode ser enganada…

Monangamba - trabalhador sem especificação, faz-de-tudo (por vezes pejorativo).

Por

soba0.jpeg T´Chingange - no Nordeste Brasileiro

Encontrei o Adelino quando retirava uma sopa à jardineira da estante da Cozinha de Portimão, uma casa especialista em fazer churrasco de frango e, cujo dono é um xi-colono vindo do Lubango e, que ri sons agudos e solavancados; lembrei-me de seu nome: Álvaro Gomes Faustino. Notei pelo perfil que aquele outro senhor era o Adelino, um amigo vindo como eu na ponte da LuuaLix da guerra do tundamunjila de Angola.

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Na dúvida, toquei ao de leve no ombro dele, pelo que certifiquei-me de ser ele mesmo! Então Adelino, como vai a vida? Perguntei! Desculpe mas não sei quem é o senhor! Pópilas, o catravêz da estória retrograda tomou conta dele. Eu que passei tantas horas com ele, rebitando farras com seu sobrinho Zito, e, naqueles dias cinzentos. Daqueles tempos em que nos tentávamos adaptar ao frio, à indiferença do M´Puto e ao nome de retornados.

abraço0.jpg Sou eu o T´Chingange Monteiro amigo do Jimba e da Balbina Peixoto Pais da Cunha, sua sobrinha! Foi quando o lado certo da cabeça dele relampejou na demasiada sonolência. Desculpa, meu!... Deu-me um grande abraço, daqueles que só se dão quando se repara um infeliz lapso de memória!  Adelino é um mestiço nascido no Sumbe, antiga Novo Redondo, o cemitério dos brancos lá pelos anos 50 do século XX.

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Deu-me notícias de que seu irmão Pais da Cunha tinha falecido, bem como o Jimba Peixoto seu sobrinho por afinidade. Contou que na sua recente ida a Angola, foi maltratado! Como assim! Muxoxei para ele com aquela surpresa de quem num repente fica burro pelos incidentes! Verdade, meu irmão, mandaram-me para a minha terra, a terra do meu pai, referindo-se aqui ao M´Puto!

cafu14.jpg Ouvi a descrição sem espanto porque as odisseias da vida têm destas periclitantes situações. Pois! Disseram-me para vir para a santa terrinha; isto depois de 42 anos é muito chato de ouvir. Adelino veio na ponte, entrou a trabalhar no Tribunal de Portimão colocado como adido e por aqui foi ficando com a categoria de técnico oficial de execuções fiscais.

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Por vezes falava-me de casos pitorescos na sua incumbência de fazer inventários ou executar ordens de arrolamento com confiscação de bens, como colheres, mobílias e outros patrimónios de alto ou baixo pecúlio. Mas a estória que agora vou contar nada tem a ver com estas tarefas de agente do estado para desgraça de pobres, coitados e afins…

STUDBYQUER.jpg Adelino descasou-se em tempos de más descargas biliares com a sua genuína e primeiríssima mulher; sucede que naquele então estavam a chegar muitos refugiados vindo dos países nórdicos sendo em grande parte Romenos, Kosovares, Húngaros e até Russos com mais outros países devastados por guerras civis.

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Foi nesse então que lhe deram a hipótese de se umbigar com uma branquela cor de neve e jovem de fazer inveja com gaifonas à sua mulher. Vou-te substituir por uma branca, sua preta! Teria dito ele como desdém e gozo de muitas raivas e também para meter inveja! Pensas que fico por aí assoando ranho de choros!? Teria dito isto rindo-se todo de malvadez por dentro. Conheço a peça!

angola6.jpeg Vai daí, mandou vir uma mulher mas, eis que sem mais nem porquê vieram duas! Tanto assim que um dia disse-me: Monteiro, não queres uma mulher! Como é!? Este filme vim a conhece-lo mais a fundo posteriormente. O tempo passou e eis que um dia convida-me a ir à festa de um ano de sua menina nascida do ventre da tal mulher do Kosovo. E isto foi em sua casa no local da Pedra Mourinha de Portimão. Sua filha era loira, de olho azul, bonitinha…

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Agora que já são passados uns catorze anos perguntei se ainda estava com aquela tal mulher ao que me respondeu: Mandei-a embora! Andava a pôr-me os chifres com um patrício seu! Disse ele sem que lhe perguntasse! Desfiz-me da ranhosa. Estava a tornar a minha vida num xarope amargo e acabei com a estória. Então e a tua filha? Está bem, uma linda moça, boa estudante; fica bastante tempo em minha casa pois eu sou seu encarregado de educação. Fico contente que assim seja! Disse eu…

sapatos longos.jpg Daqueles meus amigos de Silves e Portimão, muitos voltaram a Angola depois da morte de Savimbi em 2002. Alguns, habituados às modernices do M´Puto com janela de vidro duplo, tiveram alguma dificuldade de se readaptarem na N´Gola, mas o tempo foi-os acomodando à terra sua por direito. Pelo que sei, ninguém se adaptou a cem por cento. Cá e Lá…

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Uma merda, diz Adelino relembrando muitas outras pequenas coisas em comum. Já nada é igual! Dissemos quase em uníssono! Transcrevo isto a bordo de um Boing da TAP rumo a Maceió aonde resido desde 2006! Um exercício que prometi fazer a fim de ginasticar a mente e, por modo a não ficar com aqueles chatos lapsos de memória que atrapalham o gosto de viver! Conheço-te de algum lado? Até um destes dias Adelino…

O Soba T´Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:47
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Sexta-feira, 2 de Fevereiro de 2018
XICULULU . CV

TEMPOS QUENTES – 02.02.2018

- E, nós aqui a trabalharmos como uns moiros para tapar as lacunas que, os impostos nos vão impingindo no corpo com se fora energia exogénica…

Por

soba0.jpeg T´Chingange

Como diz a sombra esquerda de Saramago, o tempo não é uma corda que se possa medir nó a nó; é uma superfície oblíqua e ondulante, dependente da memória. O sol, o ar, a água, e a terra, têm de ser considerados permanentemente parte de nós. O corpo é em verdade o pára-choques das emoções tendo entre outros males o medo, como um veneno mortal.

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O sol é a verdadeira fonte da vida e, ao invés do que alguns conceituados doutorados dizem, ele não é prejudicial; não é o sol que provoca o câncer de pele mas sim os muitos venenos que ingerimos sendo queimados ao serem expelidos para ela. Ando a ficar mouco e até estrábico de olhar para a televisão a ouvir e ver coisas que não pensava; isto é mesmo uma teoria de conflitos que só sairá com cromoterapia e acupunctura. Ontem espetei um pico no dedão do p e ali ficou a fazer-me a cura…

justiça1.jpg A terra na forma de argila é um laboratório de vida porque purifica, regenera e dá energia. Repito:  corpo é em verdade o pára-choques das emoções tendo entre outros males o medo como um veneno mortal. Teremos por isso de nos fixarmos na fé, sem aquela inquietude de afligir o próximo, ou ficar nesse estranho silêncio, uma forma de ver o princípio do nada, esperando as mudanças no tempo e suas modas adaptando-nos ao luto de preto, que em tempo idos foi branco.

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E, porque se diz que a justiça é cega e surda, pelo que se sabe também anda meia calçada e meia descalça para fingir que agrada a humildes descamisados e ricos encoirados. Mas, pelo sim pelo não, usamos amuletos da sorte para nos enganarmos nas figas, no corno, na meia-lua, na estrela de David penduradas ao pescoço ou uma ferradura velha de burro ou cavalo.

justiça2.jpg O místico junta-se com a Cruz e o Cristo numa caixa, asfixiando-O o tempo todo e, sempre picado em sua coroa de medonhos espinhos com um credo na ponta das falas, um cruz e credo com interrogação e exclamação juntas. Pelo sim e pelo não, também tenho uma ferradura de burro manco pendurada por detrás da porta da dispensa mas estou em crer que deveria estar bem á mostra por via do mau-olhado, esse tal de xicululu ou olho gordo.

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Com esta onda de crimes de colarinho branco, rusgas e detecção de contas surpreendentes para um M´Puto que se diz o mais seguro dos países no Mundo, ficamos na duvida de que a lei se cumpra em plenitude, uma vez que são os julgadores juízes que agora estão a ser julgados. Por enquanto só são arguidos mas, já sabemos que andou por ali mãozinhas estranhas a depositar às mijinhas parcelas de somar milhões.

justiça3.jpg E, se Deus salva as almas, e não os corpos, teremos de ser nós a resguardarmo-nos porque nem sempre é necessária a culpa para se ficar culpado e, embora o Senhor esteja em toda a parte, é de ter em conta de que Ele às vezes parece não olhar para nós; teremos por isso de nos fixarmos na fé, sem aquela inquietude de afligir o próximo.

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Porque cada homem é um mundo, tem que ao tempo, dar-se tempo num faz de conta de etnólogo e entre outros afins descubro pegadas, cheiros encarquilhados misturados com suor de catinga de desporto na densidade molecular dos anos na leitura de carbono, com indícios de que afinal a coisa vem de longe e,  com edecéteras complicadíssimos. E, nós aqui a trabalharmos como uns moiros para tapar as lacunas que os impostos nos vão impingindo o corpo.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 10:57
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Temos um Hino, uma Bandeira, uma moeda, temos constituição, temos nobres e plebeus, um soba, um cipaio-mor, um kimbanda e um comendador. Somos uma Instituição independente. As nossas fronteiras são a Globália. Procuramos alcançar as terras do nunca um conjunto de pessoas pertencentes a um reino de fantasia procurando corrrigir realidades do mundo que os rodeia. Neste reino de Manikongo há uma torre. È nesta torre do Zombo que arquivamos os sonhos e aspirações. Neste reino todos são distintos e distinguidos. Todos dão vivas á vida como verdadeiros escuteiros pois, todos se escutam. Se N´Zambi quiser vamos viver 333 anos. O Soba T'chingange
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