CICATRIZES DO TEMPO – 29.03.2018
-Mujimbos com borututu ou o interstício das falas… O drama da vida é a perspectiva mais comum da consciência – O sentido das palavras
Por
T´Chingange - No Nordeste brsaileiro
É necessário ter em conta os costumes e o carácter dos povos que influem sobre as línguas. O sentido verdadeiro de certas palavras escapar-se-á sem este conhecimento. De uma língua a outra, a mesma palavra tem mais ou menos energia, pode ser uma blasfémia ou uma injúria em uma e, não significar o mesmo em outra e, segundo a ideia que a ela se atribui.
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Na mesma língua e, em países diferentes, certas palavras perdem seu significado alguns anos ou séculos depois. Uma tradução rigorosamente literal, não exprime sempre na perfeição um certo pensamento! É necessário por vezes empregar, não as palavras correspondentes, mas palavras equivalentes ou perífrases.
Em meus escritos, refiro-me por vezes a vidas periféricas em função dum estado de dependência, a vivências diferenciadas, conceitos entalados pela semântica no uso da palavra. Se não se levar em conta o meio, o tempo e o local na qual se vive ou se viveu, ficar-se-á exposto a equívocos. Uso em meus escritos palavras próprias do local em que a cena se passa e, quando é mais abrangente notar-se-á falas e linguajares com jeitos e trejeitos locais…
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Posso citar as muitas interpretações do livro maior chamado Bíblia mas, não quero ir por aqui metendo-me voluntariamente numa guerra de palavras canibais. Sabe-se que a língua hebraica não era rica e muitas das suas palavras tinham vários significados. Estou-me a lembrar do termo camelo que naqueles idos tempos se designava a um cabo (fio entrelaçado).
Nas fases da criação e em géneses um cabo como hoje conhecemos era feito de pelos de camelo entrelaçados e, daqui chamar-se ao pequeno fio de camelo; conhecer-se a alegoria do buraco da agulha ajuda a entender o que vulgarmente consideramos de ditos: “ É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”.
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Não posso assim reconhecer-me em mérito ou em plenitude se separar do aconchego da amizade, o entendimento das coisas! Não é esta a minha real afeição. Quando digo em Portugal que “a malta não gosta da bófia”, no Brasil não entenderão; irão pensar que me refiro a um grupo de gente bóia-fria (tarefeiros ou ganhões) que colocam carris ou solipas em um trem.
O sentido vai assim para o brejo, o mesmo dizer-se que vai para o lixo ou para a basura. Estamos em permanente descoberta pois que só agora estão descobrindo que em nosso corpo há um novo órgão: o interstício, um espaço que incha e desincha, um grande órgão celular, sistema de comunicação que actua em órgãos diferentes como uma via de união entre todos os outros órgãos.
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A partir de agora um inchaço será por culpa do interstício. Sem discutir as palavras, é aqui necessário procurar o pensamento que parece ser este com mais evidência: “ Os interesses da vida futura sobrepõem-se a todos os interesses e todas as considerações humanas”.
A mente e o corpo humano continuam a surpreender-nos. O interstício já tinha sido definido como o “terceiro espaço”, mas nunca o tinham considerado um órgão. Cientistas, em pleno século XXI, propõem agora que o interstício, formado por um espaço com fluido em circulação, se torne um órgão do corpo humano. Eles, revelam-nos que temos um órgão que nunca tinha sido considerado como tal.
De Assunção Roxo
Chama-se interstício, é formado por um espaço com fluido e está nos tecidos conjuntivos por baixo da superfície da pele, reveste o tubo digestivo, os pulmões e o sistema urinário e rodeia as artérias, as veias ou a membrana entre os músculos – tudo numa única estrutura. Pela primeira vez, os cientistas descrevem este órgão e consideram-no um dos maiores do corpo humano.
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHAS DO KALAHÁRI - KIMBELEY – 3ª de V Partes
- EM VIAGEM NO XOXOLOSA TREM – 26.03.2018 – Nas frinchas do tempo e atravessando o Karoo, olho o deserto pela janela do mukifo…
Por
T´Chingange - No Nordeste brasileiro
Estamos a 26 de Março de 2018. Passando a limpo meus gatafunhos do baú do Karoo do Xoxolosa Trem; eram 14 horas e 30 minutos quando o Xoxolosa parou na cidade de Touwsrivier; uma cidade situada a 1382 metros de altitude. A partir daqui começamos a ver os pastos verdes, as terras encharcadas pela água das chuvas e fiadas de parreiras, extensas vinhas, boas terras para o cultivo de vinhedos que no mundo são conhecidos como o vinho do Cabo, uma marca de qualidade.
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Os cardos do pasto mostravam suas características flores de cor laranja do Orange; estas, surgem logo a seguir às primeiras chuvas, indícios de primavera. Os charcos sucedem-se até chegarmos a um lugar apeadeiro de nome Matroosberg aonde me surpreendo com uma vasta zona de painéis solares, um mar de brilho.
Atravessamos uns quatro tuneis com uns bons 30 quilómetros na soma de sua extensão; As montanhas começam aqui a ser afiladas e como serrotes descaem suas chapadas para vales férteis e bem regados, autênticos paraísos com lameiros de hortas e pomares. É a cordilheira que separa o Karoo, o grande Kalahari das áreas verdes do cabo.
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Vê-se o gelo nos carrapitos das alturas com fios rebrilhando tortuosas quedas que descem nas encostas a água do degelo. Dum e doutro lado dos trilhos podem ver-se olivais alinhados, latadas com pessegueiros, pereiras e outras árvores de fruto. Chegados a Wellington podemos observar milhares de casotas do tipo mukifo sem janelas.
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De pequnos tubos saem fumos que se espalham pelo bairo musseque, favela sem ruas de aspecto lúgubre. O cheiro entra nauseabundo, podrido de fermentação doentia a ferir nossas narinas. Cape Tawn está próxima. Recordo que a primeira vez que aqui vim, antes do ano 2000 havia sim, um pequeno e ordenado bairro de cubatas; agora é um sem fim de indefinidas chapas fazendo casas de uns 9 a 15 metros quadrados, madeira, cartões, chapas onduladas de fibra e cimento e restos de obras.
Notei que aqui, em Wellington, tem início o metro de superfície que leva e trás esta gente; pelo que notei só esperam que um qualquer louco dirigente do ANC proceda como em Angola. Sim! Fazer como Agostinho Neto e seu amigo e compadre Rosa Coutinho, fingir uma guerra de medo e empurrar os brancos para a Ilha - Para a Austrália.
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As ultimas noticias vindas de África, dizem que um tal de Cyril Ramaphosa, presidente do ANC disse ir retirar as fazendas aos brancos sem lhes dar nenhuma indeminização. Isto é áfrico - This is áfrica! Tudo é possível! Depois acontece que os bancos fogem e, eles os negros, daqui e refugiados de todos os outros países, vão atrás deles, os brancos. Custa dizer isto mas é a realidade e o Mundo anda a tentar passar de lado sem fazer reparo a estes estadistas de mei-tijela, de tuji, mesmo!
África do Sul não está longe desta tentação. Eles acham que aquela terra é só deles! Vai haver muita gente a torcer o nariz, chamar-me de muitas coisas mas é esta a realidade e a mim não me posso mentir. O manager Silas passou a avisar que iremos chegar pelas 18.30 horas à Cidade do cabo e, na plataforma número 24.
O Senhor Amadeu Seca, ex-Presidente da Academia do Bacalhau ali nos esperava com seus 85 anos de idade; pude vê-lo no seu jeito, quico de azul desbotado com a letra A espinicada sobra a alva pala. Seus 85 anos já lhe pesam nos procedimentos, sua surdez está em grau avançado bem como o esquecimento, reflexos e outras coisas; Achei mesm que não estava em condições de conduzir, nem um cangulo, quanto mais um carrão quase rabo de peixe e sem macaco.
Tivemos de ir desde a Estação Central de Trens para a Iaton Road com as malas, sacos e sacolas de acessórios afiados no banco detrás do carro. O Senhor Seca não foi capaz de se lembrar aonde estava a tal patilha de abrir a porta bagageira. Vê daqui e dali e nada de encontrar a dita cuja patilha de abrir a coisa lá detrás. Juro que fiquei preocupado com tanto desalinhamento dos neurónios. Seria alzeimer!? Também tive de ir a segurar o espelho lateral desuerdo destroçado recentemente em uma manobra de maus cálculos... Chegamos a Cape Town... Ufa - Que perigo!...
(Continua…)
O Soba T´Chingange
Mussendo - Um óbito no Huambo
Por
T´Chingange - No Nordest brasileiro
Uma homenagem aos meus auxiliares em campo da Câmara Municipal da Caála: - Pumuma, Jamba, Otaca, kumuna, Botomona, Francisco e Zacarias. A ferrugem do tempo calcinou projectos ali ao lado da pedra do sargento Canas a caminho do Quipeio, a ilha dos amores. O presidente Casimiro Gouveia nunca soube que era o Caluviáviri.
Jaka kapiango num mês bolorento, muita chuva, pouco dinheiro, maka na família, dívidas sem pagar no senhor Zeca gweta da loja do kimbo lá na Vila Flôr. Teve de dar nome na administração aonde devia impostos; quinze dias depois, seguia de contrato para a roça em Samtomé no vapor “Mouzinho”.
Na vida dele toda negra, só engordoreceu vontade de fazer seu sonho pois, só ajuntou no insuficiente para comprar uma junta de bois. Nem quase só, nenhuma coisa mesmo, nada ki kima n´go
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Foi no Longonjo trabalhar terreno bom no plantio de milho mas, a velhice chegou antes do tempo certo. Ele, só desconseguia viver melhor do que queria; sempre escorria sua fraca sombra fazendo encontro com o sonho que tinha andado dormido no seu coração.
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O tempo foi comendo lembranças da roça lá no Samtomé que, de muita sorte voltou no seu kimbo, suas botas, sua lavra, sua primeira, segunda e terceira mulher.
Num dia mais tarde, Jaka Capiango foi ficar só envelhecido de seco, castigos e fomes. Seu nome ficou de sucesso no livro de contratados no angariador da administração; um exemplo de sucesso apontado na palavra do senhor governador de distrito na Nova Lisboa.
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Jaka morreu contraminado sugando cinzas em estória de saudade antiga, sua dicunji dos mares verdes de Samtomé; uma vida de nó em três voltas. No Santomé já só juntou mesmo chuva grossa mais mil chuvisquinhos e berros do capataz tuga peidador de bufas importadas do M´Puto.
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Por muitas vezes saiu voando sombra negra de raiva no toque, zunido e uivo dum longo chicote; lentamente ia-se morrendo. Seus kambas kwachas lhe lembraram, boa pessoa, inchados de bolunga doce e t´xiçângua fermentada com paracuca a acompanhar.
Neste entretanto, o choro de lágrimas carpidadas, encarquilhavam mulheres de velhos rostos, simplesmente! Saí só falando calado “ m´bika ia kaputo, caputo ué*”. O Sol de Jaka se apagou entornado de escuridão que lhe torceu por demais seu coração.
* Escravo de branco, também é branco
Soba T´Chingange
PEDRADA NO CHARCO – A morte não existe! O que altera é a mudança de estado: do sólido para o sublimado…
Por
T´Chingange - Mano Roxo do Nordeste brasileiro
Amolecendo na água do mar as unhas dos pés penso que a morte é uma mudança de estado; isso! Passar do estado sólido ao gasoso! Um pedaço de gelo que muda para água e que depois se evapora, continua a ser água, só que em outro estado. E nós - somos isto: água!
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Sócrates foi o percursor da ideia cristã e do espiritismo. Sócrates não deixou nada escrito à semelhança de Messias, o Cristo; envolvidos na morte como criminosos foram vítimas dum fanatismo pelo facto de ferirem as crenças tradicionais e, também por colocarem a vontade real acima da hipocrisia mais do simulacro das formas.
Ambos, por terem combatido os preconceitos dos religiosos da época, foram acusados pelos Fariseus de corromper o povo, sua juventude com seus ensinamentos e, proclamando o dogma da unicidade de Deus, da imortalidade da alma e da vida futura.
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Foi Platão que escreveu o que se conhece de Sócrates na grandeza divina e, sem o interesse mesquinho das seitas - alterando paradigmas. Por suas ideias avançadas para a época, Sócrates e Cristo foram mal julgados. Ao longo do tempo o uso das palavras pelo ser humano, melhor, as palavras por si só, foram ficando canibais. Umas mais fortes foram comendo outras fazendo-se prevalecer.
No conceito de que “é a minha palavra contra a tua” umas saem mais verdadeiras do que outras. Ainda ontem assisti via TV, ao debate de ministros do Supremo Tribunal do Brasil a essa forma canibal de comer as palavras dos demais. Na defesa do “Habeas Corpus*” digladiavam-se em passos de lei para fazer valer o direito constitucional ou não, para se prender Lula.
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Notando-se nas falas a balança das afinidades, resolveram adiar até o dia 4 de Abril a decisão do STJ com uma “preliminar”. Acontece que dia 26 serão esgotadas todas as formas de defesa e caso não fosse esta “preliminar!” Luís Lula da Silva seria preso a seguir ou não! Convém esclarecer que Lula, o Ex-Presidente do Brasil, foi condenado a 12 anos e um mês em segunda instância. Esgotam-se aqui e por lei, os recursos de defesa.
Ontem tive oportunidade de verificar no confronto de bizarrias a forma de dizer e a forma de não dizer, tribunal maior aonde as palavras são retiradas como de ganchos em um talho, azougue das mentes com dentes caninos filando-se em outras de maior debilidade. Este filme continuará mas, e desta feita quero aqui dizer que ontem também, acusei por “cem palavras” uma fiel amiga que em resposta a uma mokanda – carta, respondeu laconicamente um “sem palavras”; é que o assunto tinha pano para mangas…
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O “cem” e o “sem” fazem toda a diferença. Sem querer, querendo, justifiquei-me em salpicos feitos fagulhas do trem a vapor, do Tua do M´Puto. Pelo que, menos mal que Roxo pareceu aceitar mas, em verdade poderia ter omitido esta coisa pouca. Pois sucede, que também a fagulha do Tua do M´Puto me tocou no olho e assim ambos ficamos entorpecidos num momento. Mas, eu não tenho o direito de como piranha comer neurónios! Desculpa Roxo…não deveria assim ser.
Deste modo singular e no aconchego da amizade, a ela, Roxo, ofereço umas singelas falas de como se solipas fossem dum trem maravilhoso, o do Tua do M´puto. E, assim percorrendo suas linhas paralelas lá chegaremos ao infinito que fica no Pinhão do Douro. Quem viaja tem destes percalços. É a verdade!
* Habeas Corpus é uma garantia constitucional em favor de quem sofre violência ou ameaça de constrangimento ilegal na sua liberdade de locomoção, por parte de autoridade legítima (da Wikipédia).
O Soba T´Chingange
PENSAMENTOS ESPECULATIVOS - 22.03.2018
Bingo! O mundo está diferente - bem-vindo a uma nova era…
Por
T´Chingange - No Nordeste brasileiro
Fazendo minha talassoterapia nas águas mornas da Pajuçara em Maceió do Brasil, fui pensando nas muitas coisas que se encavalitam em mim de forma desordenada. Maceió em língua Tupi-Guarani quer dizer lodo, terreno de sedimentos que na forma de lama também se chama de massapé. Em verdade, há milhares de anos este lugar era composto de manguezais, terrenos de aluvião situados entre o mar e a Serra do Mar.
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Seus limites do lado do mar terminam em recifes de corais que se estendem ao longo da costa; é aqui que as ondas se esbatem formando uma lagoa de águas rasas com piscinas naturais e de pouca ondulação. É o sítio ideal para enterrado até o pescoço fazer deambulações enquanto me movo, pedalo ou dou pontapés na água.
Em compreensão meus pensamento e por agora, fluíram para uma situação de maleável condição e convicção passada no rio Tejo do M´Puto com o actual Presidente da Republica Dr. Marcelo Rebelo de Sousa. Eu explico! Em sua campanha para se tornar presidente do Município de Lisboa, este lançou-se ao rio e, com os focos da imprensa em cima, tentou passar a mensagem de que o rio estava despoluído.
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Ele nadou, fez gaifonas de foca, de marinheiro nadador e sorriu para as câmaras com seu olhar de xicululu. Talvez fosse um acto de fé ao dizer ao povo que aquela era uma água com condições para nela molharmos o toutiço, o esqueleto e a moleirinha mas em verdade poucos o seguiram.
Talvez fosse um acto de fé ao dizer ao povo estarem aquelas águas em boas condições de nelas nos banharmos. Provavelmente fez uma pesquisa a inteirar-se dos lodos enteroparasitas ou talvez tendo areias Monazíticas; estou a especular, mas provavelmente encontraria a presença de fungos e bactérias que proliferam por conta de lixo, sujeira em geral deixada nas margens ou descargas de químicos de fábricas “fiáveis” a montante.
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Pelos vistos, poucos ou nenhuns foram ali molhar seu toutiço, sua moleirinha por inteiro, porque o seguro morreu de velho. Sem esta fé, a convicção do valor pelo seu conhecimento não existiria assim tão coerente e tão indestrutível. Marcelo não ganhou a Câmara de Lisboa e sua fé enveredou para comentador de televisão tornando-se um homem de ciência em face das periclitãncias dos outros, dos fracassos alheios.
Ele testava a verdade através de suas próprias experiências, leis do pensamento pretendendo mostrar sua verdade; a fé em que acreditava! O tempo de antena tinha inicia mostrando-o a tirar seu relógio “Rolex” com pulseira niquelada, colocando-o na sua frontalidade. Perseguia o tempo desta forma singela entregando sua energia inteira a experiências objectivas encarando-se numa função social de sábio, pois então!
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Como Professor Universitário Marcelo credenciava seu individualismo na dose suficiente para inspirar confiança ao interlocutor invisível, seu povo! Granjeou simpatia graças ao pensamento lógico, coerente e construtivo e, foi assim que o povo o escolheu como máximo representante da Nação. Eu aqui pedalando numa água distante do Tejo, pergunto-me de qual a meta que deveríamos escolher para nossos esforços na verdade da fé? Uma fé nossa!
Creio que o poder politica baseado ou criado sobre estas bases pertencem a ínfimas minorias que governam a vontade, e completamente, uma multidão anónima cada vez mais privada de qualquer reacção. Copiaram? Em realidade o Professor Marcelo, alcançou a ciência concreta em que, o nosso cotidiano, jamais seria mantida viva se este homem de ciência não tivesse aparecido.
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Mas, toda a fé tem sempre um mas, tenho uma grande dúvida ou até, nem entendo do porquê Marcelo R. de Sousa nunca reconheceu valor a quem tirou o país da forca: Passos Coelho! Não entendo esta omissão de alguém que reduziu o índice de endividamento de 13 para 3 por cento! Do homem que mesmo assim, ganhou as eleições.
Em um qualquer momento o seu relógio “Rolex” parou! Sua frontalidade ficou molemente a naufragar nas águas translucidas do Tejo. Há coisas em política que não são para entender - Surgem ou demasiado Salgadas ou demasiado insonsas. A não ser que me expliquem tim-tim por tim-tim estes fenómenos de fé cientifica do pensamento.
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As leis da natureza são as mesmas em todos os tempos e em todos os países; as leis humanas mudam segundo os lugares, os tempos o progresso da inteligência. Faz-me falto um “Rolex” assim!
O Soba T´Chingange
ANGOLA DA LUUA XL - TEMPOS PARA ESQUECER – 20.03.2018
- «Muitos dos “libertadores” sonhavam com a casa, o carro, os privilégios e as posições dos colonos. Conquistaram-nas e tornaram-se piores do que estes… »
Por
T´Chingange - Desde o Nordeste brasileiro
Em Kampala, o presidente da OUA, idi Amim, insistia para que a data da independência fosse mantida sendo Portugal a responsabilizar os nacionalistas por um não acordo. O Secretário-geral da UNITA presente à conferência acusou as FAP de não se oporem à entrada de armamento e mercenários a ajudarem o MPLA no Lobito, Sá da Bandeira e Pereira D´Eça. Em Pereira D´Eça o comandante português entregou o aquartelamento a elementos do MPLA tendo-os vestido com camuflados do exército português, uma clara desobediência e afronta por ser esta região afecta à UNITA.
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Este procedimento foi de uma nítida e grosseira degradação moral para as autoridades portuguesas. Manuel Resende Ferreira disse neste então: -Ainda havia esperança e soldados que não nos abandonavam. Referia-se ao Tenente Fernando Paulo e alguns dos seus homens que resolveram desobedecer ao comando para protegerem um grupo de refugiados no Chitado. Para o efeito criaram ali uma zona de segurança.
São estes os heróis esquecidos, soldados de Portugal que abandonam o exército comunista Português para protegerem cidadãos e, lutar contra a anarquia comunista. E, que foi feito do Tenente Fernando Paulo? Pesando nele dei-me conta que era o fim do império colonial. As feras foram largadas das jaulas com a lei 7 barra 74 do MFA. A Luua eclipsava-se! Tarde piaste! E, agora vamos fazer o quê para o M´Puto?
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As NT - Nossas Tropas já não eram nossas. Davam cunhetes, canhões e até carros de combate numa perfeita cooperação de entreajuda FAP- FAPLA mandando prólixo os acordos de Alvor, da Penina… O MPLA da Luua inventava a maka! Inventava os pioneiros! Depois o Poder Popular! E surgiu o Kaporroto, o kuduro e a victória é certa. Eles já tinham inventado o monstro Imortal, o Valodia e o Monacaxito…
As makas organizadas com o objectivo de criar o caos, originar pancadaria e depois a vitimização já tinham características de sofisticada mentira; meter tudo no barulho, pressionar psicologicamente e criar condições de favorecimento por parte dos militares do MFA, as NT, o CCPA – Comissão de Coordenação do Programa do MFA e o Alto-Comissário…Já se fazia tudo às claras.
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Em um encontro de Melo Antunes com Henry Kissinger, aquele responsável português e a pedido do Secretário Americano disse que era difícil de lidar com Neto; que era difícil de o classificar politicamente como um comunista ortodoxo! À coisa dada (Angola) teve a desfaçatez de dizer que a liberdade, não se recebe, arranca-se! Mas que pulha! Com estes laivos de poeta dava dicas torpes de mau agradecimento aos militares revolucionários do M´Puto. Bem feito, cambada! Alguns não gostaram…
Quanto a Holdem Roberto não tinha solida formação política, era um fraco e facilmente corrompido; dependia de Mobutu! Dos três líderes nacionalistas, era Savimbi o mais inteligente, o mais hábil e o mais forte politicamente. Cada qual fazia o que lhe dava na gana com a Kalash na mão. A lei e a ordem, a justiça eram coisas inexistentes ou anedóticas pela pior das negativas… Disto, o Melo Antunes nem falou mas, nós assistíamos martelando caixotes com raiva, rilhando o dente; naquele agora, mais não podíamos fazer.
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A tropa portuguesa continuaria a fazer segurança nos terminais de comunicações marítimas e aéreas de Luanda, aeroporto civil e militar do porto e Ilha do Cabo controlando o eixo Ilha – Fortaleza de S. Miguel, Palácio da Cidade Alta e Quartel-general. Nova Lisboa, a cinco de Outubro de 1975 era uma cidade morta, aonde ficaram somente trinta brancos. Na terceira semana de Outubro a evacuação do Lobito, benguela e Moçâmedes estava concluída.
Em Luanda a quantidade de deslocados era já muita; superior à capacidade diária de escoamento. O conflito não parecia afectar a produção da Golf Oil Americana que continuava a extrair mais de cem mil barris de petróleo por dia. As obrigações financeiras iam direitinhas para o Banco de Angola com a gestão do MPLA na pessoa de Said Mingas, um antigo colega meu por cinco anos, na Escola Industrial de Luanda.
Nenhum daquele rendimento ia no momento para Portugal. No dia 23 de Outubro a pretexto da invasão Sul-africana e a incursão Zairense, o Estado-maior das FAPLA decreta a mobilização geral de todos os homens entre os 18 e os 35 anos. Este recrutamento abrangia todos os naturais de Angola ou lá radicados. Os estrangeiros teriam de se apresentar nos Postos Policiais para validar e autenticar os documentos a fim de registar sua permanência. Era-lhes dado três dias!
(Continua…)
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO – 18.03.2018
- Nem sempre é necessária a culpa para se ficar culpado…. Ela, não era negra, não era pobre, não era feminista, não era militante de partidos políticos e, não frequentava os círculos LGBT; Também não era do MST...
Por
T´Chingange . No Nordeste Brasileiro
- O Pastor Cláudio Duarte falou e disse: -“Gisele Palhares Gouveia, 34 anos, cuja profissão era salvar vidas actuando como médica foi assassinada na Linha Vermelha (RJ) com dois tiros na cabeça após uma tentativa frustrada de assalto. Gisele, embora mulher, não era negra, não era pobre, não era feminista, não era militante de partidos políticos, não frequentava os círculos LGBT, não era do MST, CUT ou PSOL, não estava dentro dos programas de assistência e cotas do governo.
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Enfim, não preenchia os requisitos necessários para uma mobilização nacional, tampouco que merecesse a menor atenção dos Direitos Humanos. Ela, como eu e você, não era ninguém!” – Fim de citação - Obs: Este texto é referente ao facto ocorrido em 2016, o que não muda a realidade na actualidade de seu conteúdo. O texto coloca em contraste o que foi propalado nos últimos dias pela morte de Marielle Franco, uma deputada da prefeitura de Rio de Janeiro e activista em defesa dos negros e das minorias sociais.
A humanidade perfeita não existe! Assisto hoje a guerras dispersas pelo Mundo e, é a televisão que nos mostra isto a todo o instante. Nem sempre a clareza surge como se pretende parecer e assim surge turva e sub-reptícia matando nossos neurónios activos. A suspeita é lançada como forma de configurar a desconfiança de quem e de onde vem o mal ou a culpa; mas nem tudo o que parece, o é…
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Interrogo-me no porquê dos acontecimentos sucederem duma certa forma; uma arma AK-47 que custa 60.000 reais é usada por marginais nas favelas do Rio ou de São Paulo. O preço desta arma corresponde ao de um bom carro na cotação social brasileira; mas então como é que esta coisa proibida pode ser transportada de forma legal até chegar à favela, se de carro, de avião, de barco, chegar a um lugar que nem porto tem.
Como é que as AK-47 e todas as outras armas chegam ali sem serem detectadas numa alfândega de fronteira, pelas polícias de todo o território sejam elas municipais, estaduais ou federais. Alguém a troco de fazer vista grossa, recebendo propina, facilita esta mercadoria até chegar ao destino. Tem forçosamente de haver uma cadeia de mando que vive deste falacioso comportamento!
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Devem ser muitos a querer ganhar e de forma rápida, subir nos escalões sociais sem que para isso preparem o seu lado bom ou honesto, fingindo que o são! Ensinaram-me que os homens de boa vontade devem tentar em seu meio e, tornar a vida humanamente viável considerando ser esta sagrada porque representa o supremo valor a que se ligam todos os demais.
Os meios de comunicação sempre dizem ou recomendam o princípio do respeito à vida mas, os exemplos são falsificados! Aqui, em Portugal, em Angola ou na Cochinchina. A fineza e a graça morrem numa bala perdida, em outros nem tanto porque ela lhes entra na carne, mata e lhes leva o espirito para um além dconhecido. Há uma cadeia de mando! Tem de haver! Se querem manter o espirito, terão de se preocupar com o corpo que é seu involucro… Certo!
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As gerações anteriores a nós, talvez tenham julgado que os progressos intelectuais e sociais apenas representariam uma vida mais fácil e mais bela nos dias de hoje mas, as provocações deste tempo, mostram haver uma ilusão cheia de más consequências. É uma bala perdida dum marginal do Rio ou um veneno sofisticado a lembrar os velhos tempos da guerra fria entre o leste e o oeste. Lembram-se? Recentemente mataram por envenenamento um ex-espião em Londres; os britânicos, porque não tiveram uma explicação, expulsaram mais de vinte diplomatas Russos. Estava na cara! A evidência era só deles. Os Russos sabem matar assim!
De lá da Rússia, retaliaram do mesmo jeito. Assim, Russos e Ingleses perigam as nossas vidas; o filme está a decorrer! Ela, a vida sempre vai estar suspensa por uma bala que entra na frincha errada ou como um veneno de mamba negra e, mais uns pozinhos do cumcamano! O perigo está em cada um de nós; Sem fazer nada, todos esperam que se aja em seu favor. Isto não é comigo! Dirão, diremos… Todos dirão!
A coexistência pacífica dos homens baseia-se em primeiro lugar na confiança mútua e, só depois nas instituições tais como os tribunais, a justiça, a polícia, a força tarefa ou de bairro assim seja estatal, governamental ou federal. A Ordem e o Progresso escritos na bandeira são para todos; não é a Ordem para os cidadãos e o Progresso só para os governantes. Ao Mundo, faltam estadistas!…
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHAS DO KALAHÁRI - KIMBELEY – 2ª de IV Partes
- EM VIAGEM NO XOXOLOSA TREM - 28.08.2018 – Nas frinchas do tempo e atravessando o Karoo, olho o deserto pela janela do mukifo…
Por
T´Chingange - No Nordeste brasileiro
Estamos a 15 de Março de 2018. Passando a limpo meus gatafunhos do baú do Karoo, revejo o Karoo National Park da janela e, do lado direito do trem. Viajar neste trem é um restolhar de vivências diferenciadas de outras. Beanfort West deve ser a cidade aonde os farmeiros destas vastas zonas do grande deserto Calahári se abastecem. Poço ver de quando em vez, avestruzes livres correndo, como que fazendo competição com o trem.
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Os semblantes de gente negra daqui têm perfil de hereros, quase brancos há mistura com os khoisans, bushmens magrinhos, baixos e secos de carnes encortiçadas pelo agressivo ar quente do Karoo quando dia e frio de queimar pestanas de noite. Ontem à noite, ao despedir-me dos auxiliares do Rust camp Alfa One de Warrengton, o Mandla chofer sul-africano e do pedreiro Fabiano moçambicano; como agradecimento dei a cada um, uma gasosa de 150 rands (10 Euros).
O agradecimento deles foi bem rasgado e o dinheiro foi posto na mão estendida com os dois braços esticados; o esquerdo suportando com a mão, a parte inferior do direito no antebraço. Quem nunca saiu da europa não entende este propósito; isto significa na cultura dos povos bantus respeito e gratidão por quem lhes dá atenção ou admiram. Só por isto, senti-me abençoado…
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Fiquei contente por regirem assim pois que sempre passamos dez dias em proximidade, suportando o frio da noite, a água gelada nos tubos pela manhã, o pôr a trabalhar o gerador entre outras sensações de ouvir os chacais a rir, salvar patos-reais vindo do capim nas bordas dum rio afluente do Orange River. Africanos pretos tendo um patrão também africano, um branco nascido no mato de nome Lourenço, lá nos arredores de Benguela de Angola. Um entre muitos que saíram de sua terra na altura do TUNDAMUNJILA. Até agora nenhum dos mwangolés os convidou a regressar… Gente de túji mesmo!
Momentaneamente e por curto espaço de tempo, T´Chingange descendente dos Celtas Lusitanos e Turdetanos, Niassalês por opção, candengue camundongo, Maianguista de bairro na Luua, brasileiro por escolha e Tuga por condição, foi o patrão interino de Mandla e Fabiano. Via telefone recebi um recado SMS da empresa estatal dos Xoxolosa Trem a dizer que nosso manager da carruagem 9 era o Senhor Silas N´Goiana; o mesmo que nos indicou o mukifo com a letra F.
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Na europa estes procedimentos são abreviados com talões previamente furados antes de entrar na carruagem que depois serão observados pelo revisor. Pois volto atrás para descrever que ontem e faltando quinze minutos para as dez horas da noite, estando vários grupos de pessoas na sala para embarque a senhora do guichet saiu dele para avisar grupo por grupo que o comboio estava nesse momento em Warrengton que fica a uns sessenta quilómetros, região de onde saímos – isso, do Rust Camp Alfa One.
A funcionária fardada a rigor e com chapeu de oficila dos Caminhos de Ferro acrescentou que o Bleu Trem iria demorar uma hora até esta estação de Kimberley; assim aconteceu! Mas estivemos aqui parados uns cerca de 25 minutos pelo que só saiu às 11.20 horas PM ou seja, duas horas mais tarde do que estava assinalado, This is áfrica! Copiaram!
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Aqui tudo é possível e, ninguém reclama; isto confunde qualquer um, até mesmo um cristão da Mauritânia ou testemunha de jeová da Ilhas Maurícias! É mesmo a passividade de quem vive um dia a seguir ao outro, num seja o que Deus quiser. Naquela sala de embarque, eu, Ibib e Ritinha eramos os únicos brancos na cor; Nos dentes eramos todos, aleluia! Haja Deus, ámen!
Isto era-me estranho e, até comentei porque, que se saiba Kimberley nos primórdios e com a descoberta do maior diamante do mundo esta cidade só tinha brancos; claro, gente vinda de todo o mundo – aventureiros americanos, ingleses, escoceses e até brasileiros. Gente habituada a fuçar a terra com o fito de ficar ricos; a maior parte trocava sua fortuna por uma noite prendada com mulheres que tinham antes do coração duas volumosas mamas a protege-lo…
Tal como o Xoxolosa Bleu Trem, tenho de andar lento na descrição da viagem porque se falhar alguns pormenores, ninguém irá achar graça ou interessante. Lá atrás na cidade de Kimberley percorri a cidade de então construída em fins do século XIX ao redor do grande buraco Big Holl. Bem ao jeito do faroeste americano vi saloons, bancos, sapatarias e oficinas com carros e ferradores co mais uma catrefada de coisas que o tempo eliminou. No restaurante pude comer tortilha com Tiboon (bife de boi tendo um boi de grandes cornos a olhar-me insistentemente. O conhecer do mundo, suas coisas e bizarrias dão-me um prazer infindo…
(continua…)
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO – 14.03.2018
- Nem sempre é necessária a culpa para se ficar culpado…. O mal fermenta-se na psicose gerada pela instabilidade provocada por políticos; os mesmos que escolhemos…
Por
T´Chingange . No Nordeste Brasileiro
Os sintomas do mal, revelam ao mundo e em especial ao M´Puto e Brasil aonde passo grande parte de meu tempo, características inquietantes pela instabilidade politica e instabilidade laboral com o flagelo do desemprego prolongado. O mal fermenta-se na psicose gerada pela instabilidade apontada adicionada a outros males como a precaridade quase instituída; isto para não entrar no capítulo da educação, formação, investigação, assistência na doença e lóbis incestuosos nas várias frentes da governação.
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Avós, pais e filhos têm de se organizar nestes inteiros condicionamentos de vida. Ninguém está certo da vitória no que concerne à nossa liberdade em nossa existência. Estamos sempre pendentes das medidas dos poderosos que por nossa mão (entenda-se o povo), alcançaram o poder; refiro-me aos políticos. No final, a culpa não é de ninguém, morre sempre solteira…
Não poderemos libertar-nos dos sintomas conhecidos e de outros por conhecer, se não atacarmos a moléstia pela raiz sabendo que mesmo estas continuam a crescer de uma forma imprevisível! Nem sempre os diagnósticos estabelecidos pelos especialistas dão a necessária confiança à convicção de que um homem independente é honesto.
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O clã familiar, cada vez mais tem de se organizar como e, para harmonizar sua existência humana tendo de partilhar sua reforma com um filho, com um neto ou mesmo a um mais próximo a fim de se superar as sucessivas crises. E uma crise não é singularmente diferente das precedentes porque dependem de circunstâncias novas. Isso! Condicionadas pelo fulgurante progresso da corrupção, da cunha e, aonde o homem, mulher, a família se vê neste tipo de economia dita liberal.
A lei da gasosa, sim! Obrigado/a no retirar migalhas ao salário sem sempre conseguir garantir as vitais necessidades. Dos ganhos, sessenta por cento, vão direitinhos para pagar a máquina estatal que subsidia partidos, fundações, observatórios e tantos outros afins de e a bem da nação… Balelas! Uma guerra de impostos taxas e sobretaxas; incestuosas atribuições…
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O desemprego aumenta e a confiança no patronato diminui; diminui a confiança nos bancos, da participação pública nestes e depois… depois os bancos irão ser obrigados a sessar seus pagamentos, a diminuir os juros. E, dirão porque o público retira os depósitos, a economia fica bloqueada e edecéteras de engenharia financeira complicadíssimos de entender…
Eles, os bancos convencionam-se em garantir seus fundos de prevenção dando-nos 0,01 por cento nos depósitos ao ano, cobrando-se de todas as tarefas inimagináveis. O que não nos dão, vai direitinho para o seu fundo de garantia, para pagar a trafulhices de venderem peidos de velha como se fossem ovos-moles de Aveiro.
As crises dão dinheiro a alguém! Algum país, algum grupo ou contas de paraísos fiscais ficarão a abarrotar! E, os outros a chiar. As crises são preparadas de tempos a tempos para nos esfriarem os bolsos. Os donos do Mundo, os donos disto tudo, sempre estarão amparados pelos políticos eleitos e vice-versa. A inteligência é a capacidade de nos adaptarmos a tudo isto aceitando o roubo, a taxa, o imposto e alcavalas como coisa clara e instituída.
O Soba T´Chingange
ANGOLA DA LUUA XXXIX - TEMPOS PARA ESQUECER – 12.03.2018
- «Muitos dos “libertadores” sonhavam com a casa, o carro, os privilégios e as posições dos colonos. Conquistaram-nas e tornaram-se piores do que estes. Desculpar-se-ão agora com a guerra…»
Por
T´Chingange - No Nordeste brasileiro
Pois! Desculpar-se-ão com a guerra. Só que a guerra, que matou e estropiou tantos, alimentou um punhado de pessoas, que se tornaram insultuosamente e incestuosamente ricas…» Os brancos de Angola, no geral, culpam o MPLA com seus grupos de Poder Popular, culpam também os seus irmãos Tugas capitães de aviário e uns tantos civis apanhados na teia do PREC pelos males que atingiram aquele território chamado de Província ultramarina, a actual Angola.
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A fim de desbloquear situações, verbo fácil de fazer milagres, olhos vivaços para resolver problemas fúteis e bizarros, os chamados retornados, entre o desespero e a morte tiveram o condão de tocar a vida prá frente desafiando pormenores de sobrevivência. Alguns detalhes, são demasiado trágicos e outros, muitos, demasiado sofríveis…
E, os colonos? Os colonos, uns morreram num ai, repentinamente e sem saber do porquê; porque MPLA e MFA haveriam de manipular os espíritos, carregar nos botões das almas inocentes, com o fígado incompleto tornando candengues em militares de primeira linha. A esta milícia sem estrutura criada por Rosa Coutinho e Agostinho Neto e, que viraram monstros desapiedados, deram-lhe o nome de pioneiros…
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Apesar das NT - nossas Tropas, serem de pouca utilidade para os colonos, muitos dests, tinham e têm afinidades que os prendem ao silêncio sendo benevolentes com a situação do antes, durante e depois do TUNDAMUNGILA – a guerra de tuji que culminou na ponte LuuaLix. Para não me mentir é o que posso analisar derivado da triagem feita entre os silêncios e da benevolência com a situação, agora que são passados já mais de 43 anos de independência. Quando não se calam dizem enormidades versejadas com poesias….enfim!
Os soldados de outrora, diferenciaram-se com os cabeludos abrilistas por não verem no terreno o tão propalado pelo MFA, pelos “revolucionários com o Ché na flanela”… ainda bem que subsiste este senão… Estes mais velhos e conscientes militares do M´Puto, ajudaram a consolidar um sentimento de última hora das NT. Algo mudou mas esta hora, chegou demasiado tardia. Tudo porque o MPLA usava uma táctica que não caiu de todo por “bem vista” a alguns militares portugueses. Estes deram-se conta que a cúpula e o Poder Popular do MPLA eram cães sarnosos; não reconheciam seu dono nem sabiam ser camaradas…
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Os Navios Hermenegildo Capelo, N´Gola e Açores, faziam chegar a Luanda deslocados de todo o litoral Sul como Novo Redondo, Lobito, Benguela e Moçâmedes. Para Moçâmedes e, em fins de Setembro uma companhia de Pára-quedistas seguiu para esta cidade a fim de controlar o embargue de bagagem dos refugiados. As FAPLA, só permitiam os embarques com a sua presença obrigando os trabalhadores da estiva a só cumprirem cinco horas por dia.
Faziam o que bem lhes dava nas ganas retirando parte da bagagem que estava dentro das viaturas. O MPLA e pessoal adstrito a este movimento fazia obstrução para ver o que os brancos levavam para o M´Puto. Em Portugal e posteriormente, contactei com gente desta que passaram a pertencer aos Adidos; afinal suas afinidades eram de falsidade. Como lidar com isto!? Isto tem de ser mencionado porque a traição ocorreu no antes, no durante e no depois… Mas, só eu vejo isto! Há por ai gente muito acomodada que ao ler isto ou nada diz ou se sublinha num banal: gosto!
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Pois foi aquela companhia de Pára-quedistas que pós fim a esta situação. Diga-se em verdade que Savimbi prometeu enviar de Nova Lisboa para Luanda todas as bagagens ou pertences dos Adidos ou desalojados; colocou guardas a montar vigilância das mesmas, assegurando que iria evacuar todos os brancos ainda dispersos pelas áreas da UNITA se assim o desejassem.
Savimbi declarou ter havido ingenuidade de sua parte em acreditar que todos os Movimentos só receberiam as armas que Portugal lhes desse. A única coisa que pedia a Portugal era a de que Lisboa não legitimasse o MPLA num reconhecimento de declaração unilateral de independência; e frisou bem: mesmo que outros países o fizessem!
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Holden Roberto, confiante que iria tomar Luanda nas vésperas do 11 de Novembro aceitou que a entrega do poder fosse dada ao Movimento que nessa altura estivesse na posse de Luanda. Este bluff era senão demasiado inocente, demasiado estupido! Em verdade, esta espécie de estadista ficou no lodo da estória. No dia cinco de Outubro, o Almirante Leonel Cardoso queixava-se por ainda não ter sido informado.
E, no caso de todas as diligências para um entendimento com o MPLA, falharem, o que fazer? A quem vamos entregar o poder ao chegar o onze de Novembro se, se mantiver esta situação de impasse? Diria ele numa forma de interrogação… No M´Puto andavam demasiado distraídos; as sedes dos COMUNISTAS, começavam a ser queimadas…
O Soba T´Chingange
CINZAS NO TEMPO – 10.03.2018
- Andamos com o credo na boca, motivo de causas alheias … A ponte 25 de Abril do M´Puto que antes era de Salazar, tem as cordas ruidas, os parafusos estão a desandar e os rebites a chiar…
Cazumbi é feitiço ou mau-olhado em Kimbundu
Por
T´Chingange
Revisitando Murphy, recolhi de seus escritos que as coisas têm tendência para correr mal sem a possibilidade de reverter o acontecido. Podemos por observação dizer que uma chávena em cima da mesa e no passado está num estado de “ordem” e, a chávena estilhaçada no chão com água derramada, o contrário disso, “a desordem”.
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O motivo definido em tempo que leva entre a chávena inteira e a destruída acontece por um acaso, uma falha, uma coincidência, um erro ou uma má sorte como coisa vista normal.
Sabendo que uma partícula ocupa um ponto no espaço, em cada instante, pode esta estória ser representada por várias linhas entrelaçadas no espaço-tempo e, que a todo o momento e expandindo-se formarão outras linhas deixando de ser aquela “corda”.
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Mas também pode acontecer como sucede no universo cósmico, estas linhas formarem outras cordas que tendem a fechar-se formando um túnel! O túnel da minhoca (universal)!
Pois ao momento da desordem a partir da ordem chamarmos “a seta do tempo” - qualquer coisa que distingue o passado do futuro, passando pelo “agora” ou o “presente” que nunca espera o antes.
O sentido de que o tempo passa, é psicológico, porque nos lembramos do passado mas, não do futuro! É aqui que a porca torce o rabo! Não querendo entregar meu coração à tristeza nem o deixar vadiar nas fatalidades de Murphy, vim beber e divertir-me com gente amiga; iluminado por Deus, pois claro! Pois que pelo que se diz, Ele ilumina as frinchas de todas as portas, todos os zingarelhos e até geringonças…
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Assim e debaixo dum sol ardente, um abafado calor de crispar sobrancelhas em escondidos pensamentos, cabe a mim transformar as coisas poucas em adultas tornando as fábulas em lendas, coisas que só os pastores no púlpito, podem fazer e criar, mesmo que estando confundidos entre as ovelhas.
Cá para mim o Salazar, tem culpas sim! Não devia ter feito a ponte porque era previsto poder cair e, caiu sim! Numa só noite levantaram outra com o nome de 25 de Abril. A seta do tempo do Murphy não esqueceu o antes… Nem Ferreira do Amaral... Afinal para que serve o pagamento das portagens?
O Soba T´Chingange
CINZAS NO TEMPO – 10.03.2018
- Andamos com o credo na boca, motivo de causas alheias … A ponte 25 de Abril do M´Puto que antes era de Salazar, tem as cordas ruidas, os parafusos estão a desandar e os rebites a chiar…
Cazumbi é feitiço ou mau-olhado em Kimbundu
Por
T´Chingange
Revisitando Murphy, recolhi de seus escritos que as coisas têm tendência para correr mal sem a possibilidade de reverter o acontecido. Podemos por observação dizer que uma chávena em cima da mesa e no passado está num estado de “ordem” e, a chávena estilhaçada no chão com água derramada, o contrário disso, “a desordem”.
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O motivo definido em tempo que leva entre a chávena inteira e a destruída acontece por um acaso, uma falha, uma coincidência, um erro ou uma má sorte como coisa vista normal.
Sabendo que uma partícula ocupa um ponto no espaço, em cada instante, pode esta estória ser representada por várias linhas entrelaçadas no espaço-tempo e, que a todo o momento e expandindo-se formarão outras linhas deixando de ser aquela “corda”.
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Mas também pode acontecer como sucede no universo cósmico, estas linhas formarem outras cordas que tendem a fechar-se formando um túnel! O túnel da minhoca (universal)! Pois ao momento da desordem a partir da ordem chamarmos “a seta do tempo” - qualquer coisa que distingue o passado do futuro, passando pelo “agora” ou o “presente” que nunca espera o antes.
O sentido de que o tempo passa, é psicológico, porque nos lembramos do passado mas, não do futuro! É aqui que a porca torce o rabo! Não querendo entregar meu coração à tristeza nem o deixar vadiar nas fatalidades de Murphy, vim beber e divertir-me com gente amiga; iluminado por Deus, pois claro! Pois que pelo que se diz, Ele ilumina as frinchas de todas as portas, todos os zingarelhos e até geringonças…
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Assim e debaixo dum sol ardente, um abafado calor de crispar sobrancelhas em escondidos pensamentos, cabe a mim transformar as coisas poucas em adultas tornando as fábulas em lendas, coisas que só os pastores no púlpito, podem fazer e criar, mesmo que estando confundidos entre as ovelhas.
Cá para mim o Salazar, tem culpas sim! Não devia ter feito a ponte porque era previsto poder cair e, caiu sim! Numa só noite levantaram outra com o nome de 25 de Abril. A seta do tempo do Murphy não esqueceu o antes… Nem ferreiras do Amaral. Se o que pagamos de portagem não é para pagar a manutenção do monstro, então para onde vai oa nossa maçaroca?...
O Soba T´Chingange
NAS CINZAS DO TEMPO – 09.03.2018
- Um homem sem religião é como um hipopótamo sem bicicleta… Eu e a Talassoterapia riscando o tempo com uma velha grafonola…
XICULULU : - Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo, cobiça…
Por
T´Chingange - No Nordeste brasileiro
Estava na água ginasticando minha talassoterapia, os peixinhos mordiscando minhas velhas e cascudas peles dos pés, quando recebo uma mensagem telepática oriunda da muito longínqua galáxia de pedra virada, uma estrela super esquecida na nebulosidade cósmica. Era Frank Sinatra que, muito saudoso queria saber novas e velhas, recordando belos momentos passados com a turma da maré rasa na praia de Messejana do M´Puto.
Fiquei assim um pouco destranslucido dos neurónios vendo ziguezagues de minhocas percorrendo meu olho esquerdo. Sem mesmo saber do meu estado, se bem se mal, pergunta-me de rajada se tinha as pranchas de surf preparadas para a faena de tubular ondas gigantes na praia de Messejana.
Em sonho já tinha sido avisado que algo iria surgir de anómalo pois que toda a santa noite andei de feira em feira e cumcamano, nas contas todas, sempre tinha de multiplicar com uma constante de pi que corresponde a uma catrefada de números sendo 3,1415926 elevado à raiz quadrada. Era um sério aviso de que rolava no ar uma mensagem percorrendo ano-luz de contratempos ou alegrias porque o dia ainda estava por nascer.
Era aquele zunir de ouvidos com eco espacial que antecipava ondas da longínqua pedra virada e, logologo do Frank Sinatra. Tens a minha prancha encerada? Quase com medo disse: tenho! Mas em verdade já nem sabia aonde estava tal artefacto de rolar ondas cibernéticas duma praia que só o era digital! Agora lixado, pensei também à velocidade da luz e disse ao calhas que estava por cima da palha do celeiro, mesmo ao lado do lagar de azeite.
Mas já estás a caminho? Perguntei! Não, foi a resposta. Respirei fundo já a pensar em ensaboar a coisa que estava na certa cagada e arranhada pelos galináceos da Assunção Cailogo. No meio de raspagens no espaço com fotões carregados de cargas negativas apercebi-me que não estava só. Frank leu nem sei como, minha interrogação e, disse estar acompanhado de nosso comum amigo ET 325 de olhos grande e achinesados.
Pois disse ter ficado profundamente agradado com aquelas festas quase natalícias que eu promovi lá na Funcheira, Garvão e Barragem de Santa Clara. Das festas com balões na companhia de nossos amigos John Wayne, Jack Palance, Sammy Davis Jr Dean Martin., e o cómico Silva. Fazia anos que não andava em comboio a lenha e vapor e, até recordou a fagulha que inadvertidamente lhe entrou num olho no exacto momento em que apitava.
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Estava animado e deixei-o falar; parecia ter saudades de cantar carências afectivas até. Recordou também o encontro com as meninas da Ribeira do Sado. E, pôs-se a cantar em inglês: "The girls of the Ribeira do Sado are what they are, they dig the earth with their toenails, the girls of Ribeira do Sado are like the sheep, they have ticks behind their ears." (“As meninas da Ribeira do Sado é que é, cavam a terra com as unhas dos pés, as meninas da Ribeira do Sado são como as ovelhas, têm carrapatos atrás das orelhas”). Só me pude rir a bandeiras pregadas para não sair água quente pelas turbulências.
Que quando viesse pra cá, lá no M´Puto (Ele nem sabia que minha pessoa, estava no Nordeste brasileiro). Mas como ele é bruxo que adivinhe, pois então! Como dizia queria encontrar-se com os mineiros de Aljustrel para ondear pra lá e pra cá o cante da planície; gostou muito de partilhar com estes seus cantes e também as borgas com escolha de carne das cabeças dos borregos. Do que ele se lembrou! Só faltou recordar as comezainas de caracóis e açordas de poejos da ribeira de Panoias e os secretos de porco preto de Santa Luzia.
Mando daqui uma saudação a Assunção Roxo, à Zita Falcão, ao Zeca Mamoeiro da Maianga e aos meus compadres de Ourique. Como é então!? Sabia lá eu quem eram os compadres dele! Disse-lhe que só lá para o fim do verão do M´Puto poderíamos juntar esta catrefada de gente para gozarmos umas férias à maneira. Sim! De fazer um grande piquenique na praia do Brito Camacho… Estava assim um pouco perplexo pois que nem sabia essas relações de amizade com estes meus amigos Xis-Pê-Tê-Hó.
Olhando agora o barco grande que desde o horizonte do alto mar leva turistas para Recife de Pernambuco, pensei que talvez fosse melhor sugerir-lhe irmos todos para aí: a Nova Jerusalém de Caruaru e festejarmos a Paixão de Cristo, o maior teatro ao ar livre do Mundo nesta época de páscoa! Mas, nada disse. Só pensei! Julquei melhor por agora deixar as coisas assim mesmo. Em despedida cantou-me o Strangers in the Night por um megafone que riscava o tempo; talvez por estar a muitos anos-luz de mim! Corações ao alto; eram horas de ir comprar o rolo de fita beije à retrosaria da Jatiúca para ornamentar o abajur de dar luzes na minha Pajuçara… Sucede-me cada uma que parece meia dúzia…
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHAS DO KALAHÁRI - KIMBELEY – 1ª de IV
- REST CAMP ALFA ONE - 27.08.2018 - Somos divididos socialmente, não somente pela cor, ou forma de vestir mas, pelas nossas posições no tempo…
Por
T´Chingange - No Nordeste brasileiro
Estamos a 08 de Março de 2018. Agora, e com tempo relembro que naquele dia de vinte e sete de Agosto de dois mil e dezassete, o que foi a Batalha de Blend River perto de Durban, contada por Samuel Lourenço. Isto deu-se na guerra Anglo-Bóher com a inclusão da tribo Zulu. Uma batalha em que 500 homens bóhers defrontaram 15.000 zulus, vencendo-os. Isto aconteceu na segunda Guerra dos Bóhers travada entre 1899 e 1902, levando à criação da União Sul-Africana através da anexação das repúblicas bóheres do Transvaal e do Estado Livre de Orange às colônias britânicas do Cabo e de Natal.
Íamos a caminho de Kimberley com o objectivo de se comprar géneros e cimento para as obras da Farm no Alfa One. Eu, ia de boleia para comprar os bilhetes do trem transafricano com o nome de Shosholoza e, a fim de seguirmos para a Cidade do Cabo. Álem de mim ia Ibib Emília, minha mulher e Lara Mendes, nossa neta.
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Aquela batalha de Bland River foi a resposta à mortandade que os zulus fizeram numa armadilha em que morreram 300 bóhers; com orientação inglesa, os zulus fizeram crer aceitar tréguas fazendo uma festa a comemorar o início de boas relações entre estes e os Bóhers. Os zulus conseguiram que aqueles assistissem à festa rebita sem qualquer tipo de armas. Uma tremenda insensatez, diga-se…
Renitentes, os bóhers lá aceitaram com reservas tendo suas mulheres e crianças ficado num lugar bem distante e alojadas em caravanas bem à maneira dos filmes do Oeste americano. O fim daqueles homens, foi uma trágica chacina. A meio da festa os zulus desenterraram suas catanas matando os indefesos bóhers acabando por matar também suas mulheres e demais crianças.
Entre eles não estava o líder oficial superior pelo que perturbado com este incidente, reuniu 500 homens defrontando os já mencionados 15.000 zulus que rechaçaram por vingança e sem piedade nesse lugar de Blend River. Agora que já espero o comboio que nos levará a Cape Town, escrevo estes rascunhos para recordar que a vida é assim feita de recuos e avanços. O comboio que estava para sair às 21,20 horas só acabou por sair às 23,20 horas. Isto, é áfrica! - (This is áfrica!)
Instalamo-nos na assinalada carruagem do Blue Trem nº 9, cabine F. Era previsível chegarmos à Cidade do Cabo pelas 15,30 horas do outro dia mas, só lá pelas 18,30 horas chegaremos à plataforma nº 24. É aqui que nos espera Amadeu Seca, um velho amigo na casa de quase noventa anos proprietário de uma moradia rosada e guest house situada no sopé da Table Mountain. Seca, foi em tempos, o Presidente da academia do bacalhau…
Este Xoxolosa Trem conhecido por o Blue Trem para perfazer os 1.000 quilómetros entre Kimberley e Cape Town, levou dezoito horas o que se traduz na estonteante velocidade de 55 quilómetros por hora. Uma vivência única com emoção de se ser viajante do transkaroo, trem com poltronas, camas no mokifo e butacas para quatro pessoas por cabine; direito a roupas agasalhos, comer e beber, café da manhã, almoço e jantar como se em casa estivéssemos.
E, ao som de guinchos, chiadeiras de tIc-toc, raspagens e pancadas, dormi que nem um jacaré depois de uma boa pândega com churrasco de chouriço borrobós, salsicha a metro, ovos e café com leite, torradas e mais sumos de maça. A paisagem corre lenta com savana e mais savana como numa terra de nada com o vento movendo rolos de palha. Chegados a Beanfort West podemos admirar uma grande estação, talvez uma grande cidade no meio de morros, que definem o Karoo National Park.
(Continua…)
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO – 06.03.2018
- O mistério da vida - Um homem sem a liberdade de ser e agir, por mais que conheça ou possua, não é nada…
Por
T´Chingange . No Nordeste Brasileiro
Um homem sem a liberdade de ser e agir, por mais que conheça ou possua, não é nada. O destino da humanidade repousa irremediavelmente e, cada vez mais que nunca, sobre as forças morais do homem. Se se quiser uma vida livre e feliz, forçosamente haverá necessidade de se restringir ao essencial e renunciar a muitas tentações; daqui dizer-se estar sempre limitado!
Hoje o destino da humanidade repousa sobre os valores morais que consegue suscitar em si mesma. Todos, ou quase, percebemos que o livre jogo das forças económicas, o esforço desordenado e sem freios dos indivíduos para dominar e adquirir a qualquer custo, nos conduzirão mais e de forma automática a uma solução insuportável deste problema: tanto roubo, tanta hipocrisia e corruptela.
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Será necessário rever velhas ordens, planifica-las em novas para que a produção de bens do emprego da mão-de-obra e da repartição em bens de consumo, não sejam uma simples quimera; evitar a todo o custo o desaparecimento de importantes recursos produtivos com o inerente empobrecimento levado a uma vida ultrajante de subsistência e dependência…
O estado deverá ser permanentemente inovador nas áreas de educação e pesquisa. Será com novas áreas de modernidade e novos paradigmas que se alcançará o bem-estar social. Se na vida económica de um povo, o egoísmo e corrupção persistirem - o “monstro”, inevitavelmente derrotará a democracia tal como a conhecemos e concebemos.
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A política tornar-se-á tão nefasta que no dia-a-dia perigará a condição em se ser um cidadão honesto. Os estragos serão cada vez mais atrozes ao entendimento da gente que cada vez mais detestará a política e os políticos. Detestará também os sindicatos e sindicalistas manobradores. A menos que os homens descubram e bem depressa, os meios de se protegerem deste desequilíbrio ético, caminharemos rapidamente para guerras internas…
As dispersões de opinião serão cada vez mais distribuídas, originando uma incerta forma de governo e, proporcionando na certa, o aparecimento de associações do tipo geringonça. Estas terão pela certa jogos de sociedade respeitando escrupulosamente sua visão ideológica, suas regras, suas normas, seus interesses.
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E, a dúvida de todos ou de uma grande parte subsistirá porque, quando se trata de ser ou não ser, as regras e compromissos, nada valem. Sei-o por experiência própria em um tempo não tão distante: 1975 – Um tal de acordo de Alvor – lugar do M´Puto! Aonde então, se meteram os estadistas? Diriam como salvaguarda posterior serem medidas revolucionárias! A evolução dos últimos anos põe em foco o facto de termos muito poucas razões para confiar nos governos; em confiar na ética e responsabilidade…
A confiabilidade dissolve-se assim, em permanentes duvidas e, nisto de assim ser, não há objectores de consciência. Na verdade trata-se de um combate desigual ou ilegal; um combate pelo direito real dos homens contra seus governos já que estes, exigem de seus cidadãos actos criminosos de demasiados e injustos impostos, demasiadas leis e, desadequadas.
Ilustrações aleatorias de Costa Araujo
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHAS DO KALAHÁRI - 19.08.2017
- Apaziguando rijezas adversas … Camp bush, Alpha One de Northern Cape … (Crónica escrita no mato e a meio do Calahári mas, só agora passada a limpo - 05.03.2018)
Por
T´Chingange Desde o Nordeste Brasileiro
Esta manhã (19.08.2017) saí pelas dez horas e vinte minutos da base Alpha One enquanto os kampas da família Lourenço mais o italiano Roberto mecânico, faziam uma visita guiada às instalações ainda em execução. Disse-lhes que ia dar uma volta à farm e assim o fiz vestido com minhas botas papa-léguas de biqueira de aço, um calção folgado de caqui e blusão balalaica amarelo com bolsos para tudo e ainda para meter cartuchos de chumbos de matar capotas e, no lugar das balas de matar elefantes. Um canivete Mike Giver era a minha arma!
Desta feita, somente levava comigo um telefone com ligação à Vodafone da África do Sul, que por arrelia, sempre me diz estar fora de área. A cada nova tentativa o FB sempre m pede uma nova chave e, ou não sei lidar com este microondas ou a equipa técnica do dito cujo FB andam baralhados com minhas andanças pelos três continentes.
Ainda não tinha chegado aos 200 metros da “fence” (vedação) quando deparei com um bando de mais de cem galinhas de angola; sempre junto à rede e bem na picada que segue paralela à fence e nuns dois quilómetros, pude ginasticar os músculos do pescoço sem nada ver até à esquina da farm. Virei à esquerda e passados uns 500 metros e do outro lado da rede vejo mais de vinte gnus e quatro springboks.
Ali ficaram especados a olhar para mim que estava a uns 700 metros deles. O vento soprava de norte e a favor de ser captado por eles; por isso assim ficaram em suspense a olhar o bicho raro que era eu. Junto à vedação havia uns buracos na rede de arame por onde decerto passariam chacais e outros felinos de pequeno porte como o caracal ou lince; foi então que apanhei um canudo branco e castanho, espeto de um porco-espinho. Entre outros, estes também usariam estas saídas.
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Não muito longe, vi um morro de salalé desactivado e já desmoronado por papa-formigas; pude ver pelas marcas na terra vermelha, suas pegadas. Depois do primeiro canto da fence andei mais um quilómetro e meio; aqui a rede tinha uns bons três metros de altura, o que me levou em crer haver ali kudus (olongos), pois que estes saltam bem alto.
Foi a partir deste segundo canto da rede que observai uns sete buracos com marcas de recente passagem de antílopes de pequeno porte entre outros. Pelo modo de destruição dos arames avaliei terem sido feitos por javalis, ou facocheros; pude verificar isto a uns dois quilómetros do regresso. Quatro javalis, dois grandes e dois pequenos cruzaram pela vedação a uns 40 metros à minha frente; porque o vento estava a meu favor só se aperceberam da minha presença quando se viraram na aberta picada.
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Fugindo entre o capim de mediana altura podia ver-se os quatro rabos pretos com uma boneca na ponta e, na rápida deslocação em direcção à cacimba dos bois. A todo o momento parava a ver se divisava a manada de oito springboks vista uns dias antes por ali mas, se por ali andavam, estavam bem camuflados entre os chinguiços e outros gravetos no meio do alto capim da savana.
Ainda me passou pela cabeça haver por ali predadores de maior porte como o leão ou leopardo mas não tinha recebido qualquer indício destes felinos. Os farmeiros não permitiriam cohabitar seu gado com estes big-five ou a cheeta. Pelas marcas no terreno verifiquei haver por ali além dos já mencionados macacos beduínos e outros de menor porte do tipo saguins.
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Andei duas horas e dez minutos, o que corresponde a uns oito quilómetros; pude ver esquilos e suricatas a esconderem-se mal pressentiam a minha presença. Para além de terem vigias à superfície, apercebem-se pelo compacto da terra que vem lá coisa, sons de diferentes passadas; podem reconhecer que estes passos eram bem diferentes dos cascos da boiada.
Neste dia 19 de Agosto de 2017, pude participar do aniversário de Samuel, filho mais velho de Lourenço e administrador do pequeno império deste seu pai. Dei graças ao Nosso Senhor e, com eles, aquecer-me à grande tocha feita a propósito para atenuar o frio da noite. O frio do deserto é impiedoso, faz tremer! Assim desprendido de tudo, olhava o escuro horizonte ao som de balidos ou choros de chacais. Pois! Participando do brai e comendo carne suculenta acompanhada de bom vinho do Cabo Two Oceans.
O Soba T´Chingange
TEMPOS QUENTES – 04.03.2018
- Porque cada homem é um mundo, tem que ao tempo, dar-se tempo… Um dia no M´Puto encontrei uma pedra-de-raio; uma pedra portadora de superstições vindas do tempo neolítico…
Por
T´Chingange
Muito depois dos Etruscos, Plínio, um antigo escriba romano, comungava da crença de que a pedra polida tinha alguma cousa divina afirmando que elas caíam do céu com os raios das chuvas. Isto embrulhou-se-me no pensamento até os dias de hoje. Tenho uma pedra destas desde ano de 1983 e apanhada exactamente sete anos, sete meses e sete dias depois de sair da guerra do tundamunjila da Luua de Angola.
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Está na minha sala da casa do M´Puto do Algarve, bem ao lado duma trilobite petrificada que troquei por um kispo em Tetouan, uma terra situada no Atlas do Norte de Marrocos, não muito longe de Marraquexe. As superstições dominam muitas mentes sem se saber ao certo suas proveniências.
São legados de subconsciente sem se saber ao certo se saíram de cristãos, judeus ou mouros. Fiquem a saber que ainda hoje são estas pedras denominadas línguas de S. Paulo; pedras de sílex, lisas e em forma de ponta de flecha.
Diz a lenda que quando um camponês romano encontrasse uma dessas pedras, se ajoelharia de imediato e que, com toda a devoção, a apanharia não com a mão mas com a língua e, depois a colocasse no lugar mais respeitoso de sua casa para a preservar dos raios da chuva.
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Eu não fiz isto naquele ano de 1983, sete anos, sete meses e sete dias depois de chegar a terras de M´Puto e no lugar de Vale de Lousas. Estava ainda por saber por desconhecimento da tradição com lenda. Creio que foi a partir deste dia que se deu início à minha própria lenda - Março de 1983!
E, porque a tradição manda, assim procedi! Sem a lamber, resguardei-a do mau-olhado da trivial onda xicululu e da comum avareza das gentes, entre outras que tais, sabendo de antemão e até antepé, estar a singularidade das coisas impregnada de ruins olfactos; mesmo estando assim como esta, uma pedra gasta e na forma de um raio-que-parta.
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Quantas mãos não teriam já manipulado esta, agora meu património, assim fosse para matar e cortar coelhos, cortar línguas e narizes e até sacrifícios nesses antigos tempos dos Etruscos, nossos primos afastadíssimos do tempo neolítico. Do tempo do Ferro, do cobre ou do bronze. O progresso com novas descobertas relegam estes instrumentos para as prateleiras de caves escuras e solitárias.
O desprezo mofou-as mesmo sendo naquele então um artefacto com tecnologia de ponta. No meu jeito de ver, sinto que tenho o dever de a agraciar porque, depois duma abrilada peçonhenta na mistura duma guerra de tundamunjila (Ponte da LuaLix sem retorno, nem estorno – Angola / M´puto) só me resta esta postura erecta. Não há forças que destruam lendas…
Talvez daí venha o termo “um raio que os parta”. Por vezes fico esgravatando meus neurónios, ponho as mãos na testa como um pensador e, o curioso, quando esta tapo, sempre vejo uma bola roxa no centro esbatendo-se na amplitude dos diâmetros sem bordas, o mesmo dizer sem fim. Foi assim na meditação profunda que recebi o legado de como matar lacraus e cobras… Isto ficará para outro xicululu…
O Soba T´Chingange
PENSAMENTOS ESPECULATIVOS - Bingo! O mundo está diferente; bem-vindo a uma nova era…
Por
T´Chingange
O género humano está fabricado em conceitos fictícios e, por via disso poder dizer-se que somos “uma soma de aspas (“…..”) – São raros os espíritos com suficiente domínio de si mesmo para verem as fraquezas e loucuras de seus contemporâneos sem cair nas mesmas armadilhas.
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As armadilhas de sempre, aonde as ilusões parecem também perder a esperança da melhoria moral; isto, porque também aprendem a conhecer a dureza dos humanos que no tempo viram pedras (uma estátua) a recordar o que eram, isto e aquilo, atascando bibliotecas com sapiência.
Leis de acórdãos, despachos e outras regram estabelecidas por posturas e assinaturas. E, somente a uns quantos, quase poucos, é dado um estado de graça. Assim sendo, a nós -“aspas espirituais”, corresponder-nos-ão uma desordem de opiniões filosóficas que nos baralham nas intensões.
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Filosofias que desordenam os neurónios com “aspas inimagináveis”. E, porque somos setenta e cinco por cento feitos de água, resta-nos o pó dos restantes vinte e cinco por cento menos uns doze gramas correspondentes à alma que se volatizará no espaço. Isto está comprovado cientificamente: depois de fazer uafa (morte) o peso fica com menos doze gramas.
Pode observar-se que para um filósofo clássico estas aspas são manuseadas para indicar o conceito fictício das coisas, apesar das críticas supostamente refutadas. E, porque sem esta ilusão, não será possível haver pensamento filosófico tal como não se pode fazer migas de bacalhau com carapau.
A mesma água que nos molha quando liquido, pode matar-nos no descuido ou quando sólida. Nunca ninguém contou a experiência de esmagamento com 1/2 tonelada de gelo porque deverá ser difícil sobreviver antes de se sublimar.
Pode até usar de um realismo ingénuo que segundo o qual os objectos “são” a pura verdade dos sentidos. Nesta linha de pensamento e numa forma real lá seguiremos a doutrina de que as coisas objecto são assim como o que parecem ser ou seja, a água pura é incolor, não tem cheiro nem sabor. Em verdade, a erva verde é verde, o gelo é frio e as pedras são rijas.
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Não queiram então sentir o efeito real e físico de se abraçar a uma pedra porque ela é dura… A ciência parece estar em contradição consigo mesma porque assim sendo é extremamente verdadeira para se falar de subjectividade e relatividade.
Não há razão alguma para impor qualquer coisa entre o objecto e o acto de isolando na relação entre o objecto e a problemática da tese “ a existência das coisas”. Se complicarmos isto por ora entendível entraremos num campo de “metafisica”. Neste final de crónica, ao calor das pedras, sublime-se na ideia dum leitor coerente: “ quem é este coitado?” - Pois! Eis-me “entre aspas”…
O Soba T´Chingange
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