RAÍZES – 3 de 3 Partes… 30.08.2018
Torcer enxugar e corar - Secando a palavra ao sol …
As escolhas de Kizomba
Por: António José Canhoto
Poucos terão a oportunidade de ouvir os aplausos da vitória, sentir os odores caros das fragâncias de um bom perfume os cheiros de um belo cozinhado gourmet ou sentarem o cu e conduzir um Ferrari, Porsche ou Lamborghini. A maioria dos prazeres da vida está apenas reservados aos eleitos ou às castas superiores elitistas que se alternam no poder das nações, comunidades ou empresas quem lideram pelo poder social ou financeiro.
Só aqueles lacaios que vivem na sombra dos poderosos lambendo as botas e curvando a espinha beneficiam das suas indulgências usufruem de alguns privilégios que os diferenciam do “formigueiro” humano. A grande maioria das pessoas nascem para obedecer, cumprir regras e directrizes, não para as fazer, por isso são abusadas, violentadas, denegridas, esquecidas e marginalizadas na sua dignidade por este grande e monstruoso picador de carne que as vai moendo destruindo sentimentos, sonhos e anos de vida sem contemplações.
Por outro lado, temos que admitir que estes cidadãos homúnculos, obedientes, resignados, amorfos nada ousados ou imaginativos e pouco ambiciosos para correrem riscos, gostam de se sentir no lado seguro da vida, nos seus minúsculos mundos e casulos que lhes permitem aparentes zonas de conforto recusando-se a aceitar desafios ou aproveitar oportunidades para fazerem o mundo girar, saltar ou progredir.
As pessoas de sucesso e com poder são as únicas que não precisam de escrever a sua própria história, pois esta fará lembrar aos vindouros a notoriedade dos seus antepassados que se notabilizaram por diferentes razões. Estas pessoas têm motoristas que lhes guiam os seus carros, nunca estão perdidos no seu percurso ou perguntam a terceiros que lhes indiquem qual a estrada que devem tomar para chegarem ao seu destino.
Pessoas de sucesso assumem o comando das operações e para elas não se aplica o Princípio de Peter que se define quando alguém atinge o princípio da sua incompetência. Existe claramente um abismo entre vencidos e vencedores, entre leaders e seguidores, escravos e senhores que jamais será eliminado ou alterará a hierarquia mundial desta pirâmide sociológica em que o mundo se encontra escalonado e alicerçado.
FIM
António José Canhoto - 23-8-2018
MOKANDA DE LUÍS - 26.08.2018
De
Luís Martins Soares para A. Monteiro - (T´Chingange)
- Da LUUA - Mu Ukulu: - outrora, noutro tempo... Luanda do Antigamente
:::Luis1
António: Não estou lembrado em que ano o meu amigo lendo as minhas cronicas, a exemplo de outros, incentivou-me a publicá-las. Consegui resgatá-las dos Grupos de relacionamento, e em um processo que se arrasta há dois anos, consegui com o patrocínio do meu filho Luís Cláudio uma editora brasileira que interessou-se em editar o livro em Portugal e no Brasil.
:::Luis2
O António, não sei se está lembrado, incentivou-me a dar o titulo de " MU UKULU" ao livro. O livro que vai ser editado terá o título de "Mu ukulu, Luanda do Antigamente". Obrigado pela sugestão António Monteiro. Depois poste no meu e-mail
:::Luis3
luis.m.soares@bol.com.br - o seu endereço que terei imenso prazer em ofertá-lo.
Abraços.
António Monteiro - O T´Chingange...
Foi com grande satisfação que recebi esta mokanda de 2017 do meu amigo kota, mais-velho da Luua residente no Brasil. No dia dois de Agosto de 2018, autografou seu livro que me foi enviado recentemente. Foi a amiga comum Assunção Roxo que mo trouxe porque teve o privilégio de contactá-lo pessoalmente lá na terra grande da "ORDEM E PROGRESSO" - É o que vem escrito na bandeira do BRASIL... Terra irmã que nos acolheu de bom grado.
Roxo com Luís e Livro
Recordo-me deste evento recorrendo ao meu baú de lata muito coberto de ferrugem. Lembro-me perfeitamente de solicitar-lhe a publicação de Luanda antiga na página de Memorias da Maianga. Entre o Kimbo blogue e Memórias da Maianga encontrei referências entre as muitas mokandas!
Baú da Luua
Luís Martins Soares falava dos Caminhos-de-ferro, da Cidade Alta e Hospital Maria Pia e costumes da Luua nas "Memorias da Maianga", uma página social a que estamos ligados de forma umbilical e, tendo como administrador-mor o Edgar Neves um bastonário do Rio Seco e Malhoas.
Agora e, em posse do livro MU UKULU Irei dar início aos relatos nele contados que são de maior valia. Serão adendas em retalho e misturadas sem adulterar o tema do texto, seu princípio e sua ética. Assim, será numa forma sintética, com inclusão de pormenores adicionais já contados por mim e outros em KIMBO LAGOA, Kimbolagoa Blogue, KIZOMBA e outras páginas Sociais tais como KIMBO online ou FEKA YETU, amigos da E.I.L. Memórias da Maianga e, Roxomania entre tantas coisas por contar.
Avivado agora pelos escritos de Luís Martins Soares, novos afloramentos surgirão no tempo das memórias. Luís, dedica o MU UKULU a todos os angolanos e Tugas com alma de angolanos que por lá labutaram e, com esforços e sacrifícios, irmanados no mesmo amor pela terra, mesmo ideal, tentaram fazer daquela N´Gola, um lugar de excelência.
Maximbombo nº 3 da maianga
Um lugar aonde todos sem distinção de credos e raças pudessem conviver harmoniosamente para o nascimento e engrandecimento de uma Nova Nação, sonho de todos nós. Sendo assim, Luís Soares nosso KOTA MWATA deu início com um poema de Neves e Sousa dando a definição de Angolano. Um belo começo, diga-se!
A Maianga com Costa Araújo
SER ANGOLANO
Ser angolano é meu fado e meu castigo
Branco eu sou e pois já não consigo
Mudar jamais de cor e condição
Mas, será que tem cor o coração?
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Ser africano não é questão de cor
É sentimento, vocação, talvez amor.
Não é questão, nem mesmo de bandeiras,
De mínguas, de costumes ou maneiras...
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A questão é de dentro, é sentimento
E nas parecenças doutras terras,
Longe das disputas e das guerras
Encontro na distância esquecimento.
De Neves e Sousa no ano de 1979
Um abraço ao mano Kota Mwata Luís Martins Soares
O Soba T´Chingange
RAÍZES – 2 de 3 Partes… 28.08.2018
Torcer enxugar e corar - Secando a palavra ao sol …
As escolhas de Kizomba
Por António José Canhoto
Peneiras que avaliarão o potencial e calibre intelectual dos candidatos para um eventual debate. Os meus olhos já viram o melhor e o pior mundo bem como o nascer e pôr-do-sol em todos os continentes e dos sistemas políticos e religiosos que neles vigoram e os diferenciam pelos deuses que adoram. Preenchi a minha mente com todas as verdades que precisava para adquirir o conhecimento que hoje me permite deixar de ter interrogações sobre a vida e morte.
E, por esse facto encontrei o equilíbrio, paz e tranquilidade necessárias para deixar de me atormentar ou preocupar com questionamentos metafísicos ou espirituais. Por vezes sinto o desejo de saltar para a garupa do meu ginete alado e viajar para os espaços infinitos da minha África que continua a ser o elemento catalisador, inspirador e o elixir revigorante da essência do meu viver.
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Infelizmente o tempo não volta para trás e as Áfricas aonde vivi, sofreram grandes transformações infelizmente algumas para pior. Hoje a viver nesta superlotada Europa onde o espaço é cada vez menor e o oxigénio que respiramos é cada vez mais conspurcado pelos milhões de emigrantes que aqui procuraram vida, sinto a falta de percorrer na minha África centenas de quilómetros por picadas poeirentas sem ver ninguém a não serem os ocasionais animais selvagens.
Alguns deles também existem na Europa, mas de duas patas cometendo diariamente actos de terror em nome do seu deus e religião. A grande maioria dos refugiados que diariamente chegam á Europa fogem de África por diversas razões, procurando aqui um lugar ao sol o que raramente acontece e consequentemente nunca conseguem sair da sombra e da pobreza.
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O aumento de refugiados no continente europeu reduz o espaço e o oxigénio que os autóctones necessitam para viverem sem que os governos nos imponham a obrigatoriedade de nos miscigenarmos com estes refugiados alienígenas com os quais nada, temos em comum.
A população dos 28 países da Comunidade Europeia soma 741.4 milhões de pessoas e mais de 80% compreendem a massa trabalhadora que há muito deixaram de ser gente para passarem a “números”. Números pares ou ímpares nos computadores governamentais ou das empresas que os desnudam, escravizam, espremem que nem limões ou laranjas para fazer sumo do seu suor. Muito poucos serão aqueles que alguma vez terão a oportunidade de serem reconhecidos pelos superiores hierárquicos informalmente pelo seu nome e não pelo apelido.
(Continua…)
António José Canhoto - 23-8-2018
ANGOLA DA LUUA XLIV - TEMPOS PARA ESQUECER – 27.08.2018
“A guerra, que matou e estropiou tantos, alimentou um punhado de pessoas, que se tornaram insultuosamente ricas e prepotentes” – Nós e os mwangolés…
Por
T´Chingange - No M´Puto
Estávamos em fins de Julho do ano de mil novecentos e setenta e cinco. Costa Gomes - o Presidente Rolha da República do M´Puto (Portugal), nunca se comprometeu quanto ao concordar com Otelo Saraiva de Carvalho no envio de e, em força (uma intensidade Salazarenta) dos expedicionários cubanos para Angola. Garcia Marques do Alto Comando Caribenho refere isto mais tarde. A estória dum novo país a chamar-se de Angola, vai sendo desvendada aos poucos como coisa envergonhada e muito cheia de traições, tractos falaciosos e sucessivas enganações aos chamados colonos.
Agustin Quintana da 10ª Direcção e mais cinco oficiais cubanos chefiados por Argwelles, fazendo escala em Lisboa, chegavam a Luanda a 3 de Agosto de 1975. Estando já em Luanda com a família como desalojado e inscrito no Quadro Geral de Adidos, foi mais ou menos nesta proximidade de datas que me inscrevi na 13ª viajem da ponte “LuuaLix” por meio de uma Guia de Marcha a fim de embarcar para Lisboa. Nesta altura, ainda tinha esperanças fortes de voltar à Luua quando tudo ali acalmasse mas, ao invés disto fui cadastrado e crismado como Retornado assim que desci do avião no Aeroporto da portela em Lisboa. De branco de segunda fui promovido a Retornado. Haja Deus!
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Dizia eu que estava em Luanda como deslocado de guerra e colocado no Palácio do Governo como Adido auxiliando como “destacado” nas tarefas de “repatriação” de cidadãos perseguidos pelos Movimentos ditos de Libertação com a principal envolvência do MPLA muito carregado de ódio e, que fomentado ou não, provocava escaramuças em todo o território, com maior incidência na capital - Luanda. Os desalojamentos em áreas suburbanas da Luua eram em catadupa incidindo sobre comerciantes fubeiros, taxistas, administrativos e genericamente todo aquele que tinham a tez de pela mais clara – brancos! Gente condenada a serem tratados como “OS TINHAS”, um palavreado que nem o gerúndio da língua pátria comportava …
Como “destacado” no palácio da Cidade Alta e com um Cartão de Identidade assinado por Leonel Cardoso, tinha permissão de me deslocar após o recolher obrigatório. Meu normal itinerário hera feito entra a Rua José Maria Antunes junto ao Rio Seco da Maianga com o número 22 e o Palácio do Governo com um Alto-Comissário a gerir a “Bagunça de Angola” que mais tarde apelidei de “Tundamunjila” – Thundá mun n´jila – vai prá tua terra, branco T´Chindere, seguido de “kwata-kwata” ou agarra, agarra que é branco.
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Minha tarefa era essa, a de telefonar para o endereço certo a avisar que tal Fulano tinha embarque marcado na PONTE LUUALIX para tal dia e a tal hora; para que se preparasse e de modo próprio ou através de transporte fornecido pelo Alto-Comissário. Era uma viagem sem volta, só ida mesmo! Tudo era apontado para que a logística de meios proporcionassem sua saída. Eram normalmente Administradores de Concelho, Directores de serviços estatais, Chefes de posto Administrativo, jornalistas e ou individualidades refugiadas em pensões, hotéis, suas próprias casas ou em casa de familiares e amigos. Tudo gente hostilizada pelos Movimentos, assim fosse o MPLA, a UNITA ou a FNLA.
Havia outros cidadãos perseguidos e, por razões diversas. A bagunça instalada mais fazia lembrar uma escaramuça de formigas “kissonde” que anarquicamente e aleatoriamente procediam de forma desconexa; sem regras de protecção ou outras a adivinhar com agentes da PIDE misturados com os membros traidores da FUA (um pseudo movimento branco), colaboradores da Defesa Civil, Guardas de Fronteira e Reservas Estatais, Polícias brancos ou Fiscais de Caça. Os ódios raspavam um rancor desmedido e sem controlo.
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Costa Gomes aceitou a demissão de Silva Cardoso nomeando interinamente Alto-Comissário Ferreira de Macedo, o homem que Rosa Coutinho e a CCPA queriam para este cargo. Este General e mais outro chamado de Carlos Fabião e um outro major de nome Canto e Castro iriam a Luanda estudar a situação. Nesta altura, as notícias eram desconexas e o tempo comia as palavras de ordem ventilando-as em desordens. Ninguém entendia o que se passava e quando sabia já aquilo que parecia ser tinha alterado para coisa-outra. Não havia como gerir este estado de coisas pois o descomando era verificado naquele agora.
Esta barafunda mais parecia ser propositada para confundir o medo que crescia em todos e, a cada dia, a cada hora, a cada minuto! Coisa diabólica difícil de se conceber. O maior herói de Angola e para a visão do MPLA deverá ser este traidor à pátria Lusa do M´Puto. A história de Portugal, para ser justa, terá de dar o título de traidor-maior a este Almirante Vermelho. Foi ele o feitor principal da página mais negra na história de Portugal, coisa nunca vista e com sequente lavagem em purificação pelos seus apaniguados do m´Puto.
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Uma cambada da pior espécie que ainda hoje a quarenta e três anos de distância mantêm estatutos de gente VIP. E, não surge ninguém de peso a clarificar esta história de merda – de tugi, como se diz em kimbundo da Luua. Mais tarde veio a saber-se que assim era! Rosa Coutinho era o cérebro diabólico que tudo urdia, tudo subvertia para vingar sua tenaz heroicidade invertida em traidor de primeiríssima filiação, ele traía seus colegas de armas, seus patrícios para favorecer o Movimento MPLA.
Havia que atemorizar os brancos a fim de fazê-los fugir para aonde quer que fosse; o problema era de que não havia uma voz de comando fiável! Os governantes ali postos - em Angola, Generais de Aviário e gentes do PREC afecta ao PCP português, tinham em mente fazer sair os brancos de Angola. Costa Gomes deu plenos poderes a Rosa Coutinho que junto com Carlos Fabião e o major Canto e Castro para ir a Luanda estudar a situação.
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Preparavam tudo para que a intervenção do exército expedicionário de Cuba não tivesse qualquer impedimento com a sub-reptícia desculpa e com o sufismo necessário para parecer o que não era para assim ser, porque o factor de tudo se fazer à “revelia do estado” era só uma coisa para tapear, enganar os inocentes opositores – nós, os indesejáveis colonos! Evidentemente!
No dia 28 de Julho de 1975 a FNLA e o MPLA aceitaram a saída dos deslocados desde que a evacuação fosse feita exclusivamente pelo Exército Português. Os primeiros a partir foram os cerca de duzentos militares da UNITA, funcionários do chamado Governo de Transição e familiares dos mesmos. No dia 31 de Julho havia uma coluna de 300 viaturas com cerca de meio milhar de refugiados em Nova Lisboa (actual Huambo).
Aqui não havia água ao domicílio e os cinco médicos temiam um surto de peste na cidade, devido aos inúmeros corpos mortos espalhados um pouco por todo o lado. O material e armamento do ELNA (exército da FNLA) decorrentes das rendições de Malange, seriam entregues pelas NT (Nossas Tropas) ao MPLA. A cidade de Malange foi abandonada por toda a população branca e preta que morava no asfalto. A 7 de Agosto de 1975, as mais de duzentas viaturas fizeram seu regresso a Luanda com todo o pessoal do Batalhão das NF ( Nossas Forças)…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
RAÍZES – Iª de 3 Partes… 26.08.2018
Torcer enxugar e corar - Secando a palavra ao sol …
Por António José Canhoto
As escolhas de Kizomba
A minha biblioteca sobre África onde se encontram as minhas raízes e pegadas de carbono é vasta abrangendo várias áreas desde a arte africana, antropologia ou livros sobre os relatos descritivos dos primeiros grandes caçadores maioritariamente Ingleses, tais como, Courtney Selous, Cummings, Stigand, Neuman, Baldwin ou ainda as caminhadas feitas pelos primeiros grandes pioneiros que se atreveram a atravessar os sertões Africanos como Du Chaillu, Burton, Speke, Livingston e os portugueses Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens que merecem ser igualmente lidos.
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As minhas fundações e raízes encontram-se em África e muito embora vários anos já tenham passado desde quando a abandonei e não me estou particularmente a referir a Angola onde nasci, ainda lhe sinto o cheiro da terra molhada depois de uma boa chuvada que muitas vezes nem poças de água fazia pela sofreguidão da sede que o solo ressequido e gretado tinha por anos de seca. Sinto a falta do por do sol, que é do mais maravilhoso de todos os continentes que visitei.
África corre nas minhas veias e ocasionalmente, tenho lá voltado como turista por razões diversas. Como a grande maioria dos mortais vivi na idade das trevas até que despertei para várias realidades que me forçaram a questionar narrativas que me fizeram crer serem verdades absolutas.
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Decidi partir e procurar respostas por moto próprio educando-me quer pela investigação através da leitura como recorrer às fontes e delas beber directamente. Fiz longas e variadas viagens pelo mundo tendo passado 6 meses de vivência permanente e continua com um líder espiritual nas montanhas do Nepal em meditação, reflexão e limpeza cerebral de todo o lixo tóxico que tinha acumulado ao longo da vida por indução de terceiros.
Este período de auto conhecimento introspectivo trouxeram-me uma liberdade, técnicas de sistematização e racionalização da vida bem como os ensinamentos para a criação de uma terceira visão (glândula pineal ou epífise) que me permitiu passar a ver outras dimensões do Universo interior e exteriormente, de ligar o mundo físico com o espiritual ou simbólico.
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Ver é interpretar aquilo que se sente, fazendo a ligação entre a energia de cada um e aquela que o envolve. Uma terceira visão bem equilibrada traz a sincronicidade dos hemisférios, a capacidade de discernimento, e a sagacidade que compreende a profundidade da vida. Este chacra é o espaço da nossa consciência e a residência da sabedoria, permite-nos compreender o nosso guia interior e ter a plena ligação entre todas as coisas.
A terceira visão permite-nos alcançar a vibração necessária para a elevação da consciência. Este treino transformou a minha concepção vivencial trazendo-me o conhecimento necessário para separar o trigo do joio. Todas essas toneladas de conhecimento que contribuíram para enriquecer o meu património cultural permitem-me hoje em dia defrontar qualquer doutrinador-manipulador por mais persuasivo que seja na eventualidade de me abordar para mostrar, vender, convencer ou seduzir.
Também a conceder o meu tempo a não ser que nele reconheça um adversário á altura de esgrimir o seu florete com o meu seja em que arena da vida, se considere sapiente e competente. Hoje em dia já não me desloco a montanha nenhuma por muito boa que seja a cromática panorâmica vista do seu cume. Hoje com a minha idade, conhecimento e experiência o Maomé sou eu, e todos aqueles que desejarem debater comigo terão que subir uma ingreme e penosa montanha onde pelo caminho serão sujeitos à graduação cada vez mais fina das minhas peneiras.
(Continua…)
António José Canhoto - 23-8-2018
EM TERRAS DE SANTA MARIA DE GOMERA
Tempo de Macutas - Verdade ficcionada – 17.08.2018
GOMERA- La Gomera de las islas españolas
Por
T´Chingange - Em terras de M´Puto
A 3 de agosto de 1492, as caravelas Santa Maria, Pinta e Nina partiram de Palos de la Frontera com destino às Ilhas Canárias, o último porto antes de partirem em busca de uma rota alternativa até às Índias. A 12 de Outubro de 1492, após 36 dias de viagem, o marinheiro Rodrigo de Triana canta do alto da Pinta o “ cesto do caralho* ” o esperado “Terra à vista”. Cristóvão Colombo tinha mudado o curso da história.
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Duas circunstâncias transformaram as Ilhas Canárias na zona de passagem obrigatória na rota para o novo mundo: estar no centro das correntes dos Alísios, e ser o último bastião ocidental da Europa. E desde que Colombo se apercebeu de ambas, a história das Ilhas Canárias e da América estiveram estreitamente ligadas. Entenda-se que com os ventos alíseos as velas não necessitavam de ser alteradas com os ziguezagues habituais porque o vento sopra de feição, na direcção do rumo a seguir!
Em termos náuticos, navegar à bolina, bolinar ou velejar de contravento é marear (ou seja, navegar) com vento afastado o máximo 6 quartas da proa (± 45 graus). É uma técnica empregada por embarcações que consiste em ziguezaguear contra o vento, o que permite navegar por zonas onde o vento não é favorável. As primeiras embarcações que se têm notícia a utilizar esta técnica com sucesso são as caravelas portuguesas, durante a Era dos Descobrimentos marítimos.
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O termo bolina é empregado no Brasil como sinónimo de patilhão. Para se navegar contra o vento, a vela é colocada de modo a que o seu plano divida aproximadamente em partes iguais o ângulo formado pela direcção do barco e a direcção do vento. O vento empurra a vela sempre segundo um ângulo perpendicular ao plano que ela define. Com os ventos Alísios as velas ficam enfonadas todo o tempo; por isso Pedro A. Cabral não teve muito trabaho de virar velas porque foi só seguir em frente até o Brasil.
Diz-se que Cristóvão Colombo ficou fascinado na primeira vez que pisou a ilha de La Gomera. Até existe uma lenda que conta que na cidade de San Sebastian se viveu uma grande história de amor entre o marinheiro e a Senhora da ilha, Beatriz de Boadilla. Esta rota não poderia começar noutro lugar que não fosse a Torre do Conde, onde os insulares comentavam que os apaixonados se viam às escondidas. Eu estive lá e pude sentir essa sensação de apaixonado, sempre!
Hoje é um dos monumentos mais visitados e no seu interior conserva-se uma interessante exposição cartográfica. A poucos metros dela encontra-se a Casa de la Aguada, a primeira habitação dos Senhores da ilha. Conta-se que Colombo extraiu do seu poço a água para a sua primeira viagem; tive o previlegio de beber dsta água. Esta pequena rota termina muito perto dali, na igreja da Assunção, onde, segundo a tradição, Colombo rezou para que a sua viagem fosse um sucesso. Pelo sim, pelo não também rezei um Pai Nosso e uma Avé Maria, para que minhas aventuras vindouras possam sair nos trinques, quersedizer, que tudo corr bem, com ventos Alísios...
Chegaram às ilhas a 9 de Agosto, onde aproveitaram para acabar de acondicionar as naves e recrutar alguns marinheiros canários conhecidos pela sua destreza e conhecimentos das águas. Por fim, a 6 de Setembro, a expedição de Cristóvão Colombo parte com destino às costas orientais da Ásia. Naquele dia ninguém podia prever o que estava a pontos de acontecer. Após várias semanas de viagem começa a crescer a tensão entre os tripulantes, ocorrendo mesmo alguma tentativa de motim.
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Foi das ilhas de onde partiram as primeiras sementes de cana-de-açúcar e bananeira para as Índias. O mesmo aconteceria com o porco, a cabra, o cão e a ovelha, que cedo se estenderiam também pelas Antilhas. Pelo contrário, a batata americana passaria pelas Ilhas Canárias, onde se adaptaram rapidamente, antes de serem exportadas para toda a Europa. Poucos sabem que estas ilhas Canárias eram portuguesas ante do primeiro tratado de Tordesilhas.
Além disso, muitos canários acabaram por embarcar nas viagens que terminariam por fundar cidades como Buenos Aires, em 1535, ou outras como Santa Marta, Caracas, Montevideo e La Havana onde ainda hoje a sua influência é visível. Quem visitar a ilha de Tenerife vai sentir que em tempos idos naquele lugar de Orotava, lugar de sacadas em madeira e vinhedos a perder de vista andaram portugueses a viver dos ventos alíseos…
Nota* - Segundo autores conceituados, nomeadamente da Academia das Ciências de Lisboa, a palavra caralho designava a pequena cesta que se encontrava no alto dos mastros das Caravelas, também conhecida como Gávea -Naqueles tempos não era bem com a conotação de que se tem a intensão nos dias de hoje
O Soba T´Chingange
TEMPOS QUENTES – 15.08.2018
– BOOKTIQUE DO LIVRO – III
- A minha Empregada - Editorial Estampa de - Maggie Gee …No Muquitixe da Munenga vi as estrias duma kalax AK47 bem à frente dos olhos…
Xicululu: Mau-olhado
Por
T´Chingange, vulgo António Monteiro
Ainda ando a mastigar o livro da minha empregada de Campala e entre os muitos afazeres da casa, por vezes paro a conversar com ela enquanto espero que chegue o padeiro pela manhã, ou fico a ver a piscina encher, ou ponho a mangueira a correr água nos pontos semiautomáticos da rega do meu anárquico jardim do M´Puto. Um destes dias por via de não fazer isto, quando olhei o nível da água da piscina, ui-ui, ela já corria na rua.
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Depois tive de tirar este grande volume excedente de água para regar os aloendros, os mióporos, o merey, as pitangas e limpar o chão a balde. Depois já sentado ela, a Mary assombração de Campala disse-me que aprendeu a ser feliz, a dar-se por feliz, quando não havia indícios de revolução, não havia mujimbos de assaltos e emboscadas nas ruas e estradas, num talvez tenhamos de voltar a ter medo, a correr só átoa como doidos sem saber bem para onde, acumular enlatados e pacotes de comida.
Talqualmente como nós no tempo de kwata-kwata, ali tem branco na guerra do thunda mu n´jilla (tundamunjila) da Luua de novecentosesetentaecinco, um ano que ficou comprido e comprimido numa só palavra em todos os outros sítios de Angola. E, em verdade, também muito antes, quando o gweta mwana-pwó, feito magala maçarico besugo fazia rusgas átoa prápanhar turra no sessentaeum, um ano também estóricamente colado com sangue vermelho. Tudo guerras de kwata-kwata preto, kwata-kwata branco. Uma merda, sabes!
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Assim falando sem um discurso directo eu recordava a Mary de Campala no frio do medo que tive numa guerra no ano de sessentaesete, quando fui emboscado nas terras altas do Maiombe, terra de muitos gorilas, assim como na tua terra do Uganda. Estou a ficar um pouco kota, falando sozinho as muitas lembranças de dormir de dia porque de noite os turras do MPLA por vezes atacavam. E, olha que tinhamos de ir de burro para o Batassano, perto do Belize de Cabinda. Era assim que nos reabastecíamos; eu e os magalas idos do M´Puto para estabelecer a soberania, sabes!
Assim meio rameloso, ela a Mary de Campala, mudou um pouco as falas dizendo que agora, sabes, as coisas estão ficando melhor! Ficou comigo, talvez connosco a filosofia de viver um dia de cada vez. É mais fácil, sabes; um sabes continuado - falas dela. Há coisas que perdemos, coisas que sofremos, mas agora, hoje, o sol brilha. Há muito que estamos mortos, portanto deixem-nos ser felizes! Aqui fiquei apreensivo e até me belisquei - doeu, estou vivo! Sei lá, talvez, porque não há meio-vivo nem meio-morto. É ou não é!
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Talvez as pessoas dos governos estejam a encher os bolsos, mas os políticos em África enchem sempre os bolsos, disse a minha empregada de um tempo antigo. Em todo o lado, disse eu! Ela continuou com suas falas e, foi dizendo no seu jeito que o africano é mesmo assim, quando é rico, é-o à fartazana, à lagardere, faz questão de que se saiba; Tem o seu clã que não é só familiar, pois abrangem os sobrinhos dos sobrinhos e amigos que consideram do peito.
Eles, os bajuladores e edecéteras, entre si, sustentam o seu quinhão mantendo por vontade corrompida ou submissa o seu mwata, seu líder, preservando-o a fim de garantirem seu sustento de gasosa e, que por vezes é choruda. Este grande chefe vai dando benesses às estruturas dele, na orgânica do estado como se fosse sua, na sua xitaca, sua fazenda, suas casas e lá aonde o seu carisma preserva o seu stato-poder, sua permanência no bombom, adquirindo dinheiro do erário público e distribuindo pelo seu clã, seus comparsas da preservação.
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Dinheiro para um africano, só é mesmo necessário para se manter no poder, bafunfar prosápia com prepotência como que um aviso constante, quem manda ali é ele! É ele que dá contornos à lei e pronto! E, o dinheiro dos brancos é sempre bem-vindo; não é problemático dar um golpe senão vários a um gweta besugo que quer entrar no esquema, num negócio de venda de parafusos ou graxa de sapato. Por vezes ficam sem nada numa do que é meu, é meu, o que é teu, é nosso! Estás feito branco! É assim mesmo, é o seu ADN disse eu interrompendo momentaneamente a minha antiga empregada de Campala, esperta como uma chita!
Eles, não sabem que a maioria dos brancos vivem pedindo emprestado ao banco para comprar a casa, o carro, o barco, a quinta, a amante e os favores dos outros! Digo eu que vejo tanto faz-de-conta aonde parece até que ser-se pobre é uma grave doença – ninguém quer ser pobre! Não entendem que os brancos na ânsia de ter este mundo e o outro vivem endividados. O país do M´Puto é o primeiro a dar o exemplo, vivem todos no negativo, abaixo da linha d’água mas, os políticos apresentam sempre formas de ultrapassar indo ao seu curral buscar as valias – Nós, pois claro! Eles, os africanos nem sabem que afinal os brancos são pobres…
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Eles, os africanos não percebem que os brancos, bem ao seu jeito, vivem sempre pedindo mas, fingindo que são o que não são! É por isso que todos se têm de corromper uns aos outros, pedir favores em troca de favores e assim vivem, todos favorecidos. É a corruptocracia, Mary! O problema mesmo é que, neste favorecimento, uns vivem mais favorecidos que outros! Sabes agora o que é isto de fazer-de-conta?
Lá no teu kimbo cada um vive das coisas extraídas das lavras, da xitaca, das hortas da mulola, da ñhaca, das galinhas e dos ovos e do porco que cria e mata! Num fala assim patrão, meu coração está a bater com força. Fiquei só assim neste entretanto de conversa. O riso ainda me voa dentro do peito como um passarinho. Qualquer dia dão-lhe uma fisgada, patrão! Pópilas, não sou teu patrão! Ficamos assim mesmo com o futuro a prender-nos ao passado, ganhando massa muscular…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
A HIERARQUIA MUNDIAL - 13.08.2018
- As leis da natureza dizem que independentemente do estatuto parental, todos nascem pelo mesmo local, nus e ateus… A ESPERANÇA é a fronteira que consegue manter a condição social e financeira de pobres, pensando ilusoriamente de que um dia, o euro milhões o fará rico e assim, comprar uma vivenda em Cascais…
Por
António J. CANHOTO... Um polémico cronista saído da Luua, que tem o diabo à perna... Um cronista 5*****
As escolhas de T´Chingange
OPINIÃO
A única verdade que impera neste mundo é a teoria do evolucionista Darwin, quando dizia que os mais fortes sobreviverão sempre aos mais fracos. Pelas minhas constatações e análises também concluí que os mais ricos e fortes em circunstâncias adversas sobreviverão quase sempre aos mais pobres e fracos. Dentro desta mesma linha de pensamento os mais bem preparados academicamente ou como artesãos vencerão sempre os oponentes menos municiados e qualificados nos desafios ou oportunidades que a vida ou o mercado de trabalho tiver para lhes oferecer.
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Não existem segredos existenciais ou filosofias de vida que nos levem ao sucesso pois estes não dependem daquilo que possamos aprender pela forma doutrinária ou pelo nosso autodidactismo nos assegurem um êxito ou triunfo garantido quer nas nossas actividades pessoais ou profissionais. Para quem não nasce rico num berço de ouro, com ama e “chauffeur” não frequenta escolas e universidades privadas de renome internacional, a vida é dura, mas simples de entender, pois obedece a um teorema ou equação onde o logaritmo não permite que ninguém fuja ao conceito de que esta apenas lhe proporcionará sete estatutos vivenciais.
Na hierarquia da vida ou se é empregado ou patrão, vencido ou vencedor, rico, remediado ou pobre. As leis da natureza dizem que independentemente do estatuto parental todos nascem pelo mesmo local, nus e ateus, contudo a sociedade alicerçada nas leis do país do qual somos cidadãos juntamente com os nossos progenitores reservam-se ao direito de nos diferenciar pelos berços que nos esperam, a casta social a que iremos pertencer e a religião que iremos seguir.
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Alguns privilegiados têm o condão de nascer e viver desde o berço no topo da pirâmide social e financeira rodeados de todo o luxo que o dinheiro pode comprar. A grande maioria dos recém-nascidos é parida do meio da pirâmide para a base num escalonamento que obedece a um lato e variado conjunto de regras rígidas que abarcam características culturais, tradicionais, regionais, sociais, académica, financeiras, rácicas, xenofobicas, politicas, religiosas e homofóbicas durante todo o nosso percurso existencial. Tal como se fosse um sinal de nascença visível numa parte do corpo difícil de ocultar.
Todos nós sabemos que quem vive nos chamados rés-do-chão em prédios de vários andares e que têm pátios ou quintais que estes se tornam os caixotes do lixo de quem nos andares superiores que são sempre os mais caros devido á vista que proporcionam aos seus proprietários. No sistema das hierarquias do organigrama social sucede exactamente o mesmo, os pobres e remediados encontram-se sempre em posições de vulnerabilidade e na dependência de um salário para viver o que implica sofrer na pele os humores, caprichos, autoritarismo daqueles que usufruem do poder para os admitir ou tornar obsoletos e descartáveis.
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Metaforicamente falando, os pobres que vivem na base da pirâmide é como se vivessem no rés-do-chão os quais usualmente têm pátios ou varandas em prédios de ricos e que enquanto estejam nas suas varandas apanhem com as cuspidelas, beatas de cigarros ou os restos de charutos ainda fumegantes nas cabeças. Alguns mais corajosos ainda têm o atrevimento de se aventurarem a reclamar batendo á porta do vizinho rico, mas se o fizerem terão que se preparar para sofrer as consequências retaliatórias.
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Alguns mais atrevidos e ousados pensam reunir as condições que lhes permitam encetar solitariamente alpinismo social na tentativa de chegarem ao topo da pirâmide, mas a grande maioria fica pelo caminho pois os trilhos estão armadilhados e minados. Alguns conseguem heroicamente chegar ao topo, mas nunca serão aceites ou integrados pelas elites que lá nasceram e vivem consequentemente esse ostracismo a que serão vetados como infecto-contagiosos acabará por os fazer descer a pirâmide para uma zona de maior conforto e aceitação pelos residentes.
O único factor que mantem o equilíbrio mundial, impedindo revoltas e que as massas trabalhadoras se apoderem das riquezas que geram para terceiros o que já aconteceu em Portugal logo após o 25 de Abril de 1974, é a ESPERANÇA de que um dia possam eles também estar no poleiro e usufruir dos privilégios das elites minoritárias. A ESPERANÇA é a única vedação e fronteira que consegue manter as massas trabalhadoras de condição social e financeira de parias e pobres contidas pensando ilusoriamente de que um dia devido a um golpe de sorte por herança, lotaria ou euro milhões se possam autopromover subindo mais degraus na pirâmide da vida trocando a aldeia pela cidade, o exíguo apartamento na Picheleira por uma vivenda em Cascais.
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Passar de pedestre a locomover-se num Lexus, deixar de ir á praia em Caxias e ir para Maldivas, Seicheles e Bali. Como ninguém enriquece apenas pelo suor do seu rosto e fruto do seu trabalho, só existem três formas de chegar ao desiderato de nos considerarmos ricos. A primeira é de forma licita como empresários, explorando empregados e pagar-lhes ordenados miserabilistas, a segunda de forma ilícita e fraudulenta e a terceira devido á sorte. O segredo para matar a inveja ou o desejo de todos quererem ser ricos foi o de lhes inteligentemente criar a ilusão de que podem ser iguais aqueles que gostariam de emular e que no mundo existe sempre o lugar para mais UM poder vestir Cristian Dior ou comer caviar, faisão e lagosta.
Pois! Regando a sua opípara refeição com D. Peringnon se tiver dinheiro, bom gosto e um palato refinado. Se todos viverem na esperança e ilusão de que mais tarde ou mais cedo poderão triunfar, o mundo funciona muito mais calmamente sem agitações, atritos, revoltas ou greves, e as pessoas não se magoam umas às outras nem se atropelam, pois, vivem nessa falsa expectativa de que a sua hora também chegará. A ideia que norteia toda esta massa anónima que vive e labuta dentro e fora do seu país é a de que um dia irão voltar à cidade, aldeia, vila ou rua, ricos e poder mostrar que também eles cidadãos anónimos, passaram a ter um nome que todos conhecem, veneram e respeitam, por se terem alcandorado para patamares que os diferenciam do resto dos habitantes do seu burgo.
Quando não se nasce rico, o que acontece à grande maioria das pessoas, existem para os pobres períodos entre o nascer, viver e morrer onde a pobreza e o luxo podem em circunstâncias muito especificas ocasionalmente conviver. Nesses pequenos intervalos de luxúria libidinosa onde os pobres podem usufruir do gozo e prazer das secreções e clímaxes orgásmicos que o dinheiro pode proporcionar, os ricos vivem com elas desde que nascem até morrer numa ligação umbilical permanente. As leis pela qual mundo está organizado, feito e construído, são apenas duas: as imutáveis com que a física e a natureza nos premiaram ou as criadas pelos humanos que força a plebe e o proletariado a cumprir e obedecer.
António J. Canhoto . 28-7-2018
FRINCHAS DA VIDA – PRISÕES SEM GRADES - 08.08.2018
OPINIÃO - As crenças religiosas, fantasias sexuais ou ideologias políticas pertencem ao foro privado de cada um
PorAntónio José CANHOTO... Um polémico cronista saído da Luua, que tem o diabo à perna...
As opções do KIMBO
Imitar ou copiar é fácil, seguir alguém ou alguma crença torna-se numa necessidade imperiosa para a grande maioria dos seres humanos de crer em algo mesmo que não existam evidências das suas reais existências. Estas pessoas são impotentes para controlar as suas emoções devido ainda viverem na idade das trevas. Estes primitivismos seculares conduzem a estados de alma psicológicos de histeria ou de completa alienação pela forma como manifestam as suas reacções, sem que a razão, logica e bom senso tenham qualquer intervenção que impere na sua capacidade de raciocínio e lucidez ou poder de controlo sobre a mente e da realidade nua e crua.
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Quando não somos seguidistas não precisamos de gurus que nos adestrem ou doutrinem, pois, as nossas capacidades intelectuais permitem-nos ter o atrevimento de solitariamente percorrermos o nosso caminho apenas com a ajuda do nosso cérebro sem a necessidade de bússolas, mapas, GPS, bengalas espirituais ou livros sagrados. Para atingirmos este estágio cerebral requer coragem e independência, pois quem demonstre pensar e questionar demasiado, acaba sempre de ser expulso de qualquer, classe, seita, religião, culto, partido ou grupo devido ao medo que os formadores têm de uma eventual contaminação de dissidência.
Fragmentos - Nossa Vida, uma tombola...
O mundo está coalhado de idiotas estrategicamente distribuídos por todos os sectores da sociedade para que os inteligentes sejam confrontados com a sua estupidez, imbecilidade e cretinice quando diariamente os encontram em cada esquina da vida. Metaforicamente os crentes adestrados e beatos que vêem para o Facebook vender a banha da cobra da sua religião podem gostar de sentir-se retratados como louva-a-deus, contudo acho que essa analogia é errada pois como insectos que são, teriam que ser vistos como baratas pelo horror que a luz e o conhecimento lhes causam.
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Atrevo-me a dizer que toda a inteligência existente dada por pseudo deuses á humanidade foi destinada aos ateus. Tenho que agradecer aos meus pais me terem deixado nascer e permanecer livremente ateu sem exercerem sobre mim nenhuma violência religiosa numa fase em que não me poderia defender. Felizmente fui criado e educado sem religião ou deuses e deixado ao meu livre critério decidir e exercer por mim próprio todas as opções profissionais, pessoais, culturais, tradicionais, sociais, políticas e religiosas.
Esta amendoa também se come
Com o tempo acabei por concluir que não precisava de religiões para nada, uma vez que sei que a única vida que tenho foi herdada de um espermatozóide do meu pai e de um óvulo da minha mãe, e qualquer outra que exista depois da morte deixo-a para os crentes religiosos. A existência de deuses para quem neles acredita, implica a abdicação da razão pela fé e crença as quais resultam no encarcerando dos cérebros em prisões sem grades das quais os reclusos não pretendem sair voluntariamente negando a liberdade de que têm direito.
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Não passam de pássaros a quem lhes cortaram as asas após a nascença, e quando não as cortam metem-nos em gaiolas por longos períodos de tempo e quando anos depois lhe abrem a porta estes recusam-se a sair pois pensam que perderam a capacidade de voar e ficam lá dentro remetidos a uma escravidão eterna. Todos aqueles com alguma inteligência que se recusam a ser chamados á razão, verdade e conhecimento tornam-se intolerantes, os que não conseguem em virtudes dos seus negativos coeficientes de inteligência serem negativos e seus neurónios se recusarem a trabalhar pois vivem em greve permanente.
Tormentos - De Costa Araújo Araújo*
São idiotas, e aqueles que não ousam por cobardia e se satisfazem a ser treinados e adestrados como cães de circo não passam de escravos. Não me ofende que as pessoas tenham a liberdade de acreditar nos deuses com que os envenenaram desde a nascença, agora o que me perturba e chateia é que tentem forçar os outros a viverem de acordo com as regras em que acreditam e escolheram para si próprios.
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Sem sentir que tenho a liberdade de chamar os bois pelos nomes o que poderá eventualmente ofender quem me leia, não existe na minha opinião liberdade de expressão e consequentemente ninguém nos leva a sério. As crenças religiosas, fantasias sexuais ou ideologias políticas pertencem ao foro privado de cada um e não devem ser devassadas, partilhadas, comentadas ou sugeridas como verdades absolutas no Facebook que é uma rede social e cujo dono Mark Zuckerberg é um convicto ateu.
Ilusões - Dança da Vida
Uma das palavras mais pequenas composta apenas por duas letras e que carregam uma ignorância alarmante tão grande é FÈ, arma de destruição maciça de mentes dormentes, inertes ou de hibernação permanente a qual na minha opinião é a rendição da razão á mentira, lenda, mito, tradição cultural e religiosa dos pais e tipo de governo do país onde nasceram.
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É a entrega da única coisa que nos torna diferentes dos outros mamíferos irracionais. Por outro lado, os livros sagrados nada provam excepto a ignorância de quem os lê, pois foram escritos há milhares de anos onde os escribas que os compilaram, sem nenhum conhecimento científico dos fenómenos terrestres, climatéricos, físicos ou químicos que despoletam reacções algumas bem assustadoras e devastadoras. Ser racional é um direito e um dever que devemos exigir a nós próprios deixando as crendices não provadas pela ciência para os acéfalos.
A vida - De Costa Araújo Araújo*
Todas as mentiras religiosas que desde há milhares de anos têm vindo sistematicamente a ser impostas de forma mais ou menos violenta á humanidade continuam nos dias de hoje a ser repetidas até que eventualmente acabaram por ser admitidas e seguidas como verdades para os não iluminados. Termino este pequeno texto domingueiro com esta máxima de que é impossível para um homem aprender a VERDADE quando optam deliberadamente por viver numa MENTIRA, a qual pensam ser indestrutível sem mesmo terem qualquer prova factual ou real da sua existência.
Nota* : A escolha das ilustrações são da reponsabilidade de T´Chingange - O Soba...
António José Canhoto - Escrito de 8-7-2018
NAS FRINCHAS DO KALAHÁRI - KIMBERLEY – 6ª de Várias Partes
XOXOLOSA TREM . JÁ EM CAPE TOWN – 02.09.2017 – No Kirstenbosch National Botanical Gardens
Por
T´Chingange – No Barlavento Algarvio
Estamos a 06 de Agosto de 2018. A um mês de voltar a terras de África para fazer uma aventura entre esta cidade de Cape Town até N´Gorogoro na Tanzânia. Continuo a passar a limpo meus gatafunhos do baú do Karoo e do Xoxolosa Trem, escritos de 06 de Setembro do ano de 2017. Nas Malambas CCII do Kimbo Lagoa, embora fazendo turismo de aventura sem saber bem como seria o dia seguinte, terminei por descrever em síntese o que sentia - minhas percepções das políticas no tempo, aqui no estremo sul. Fiquei deveras apreensivo!
A degradação de África coabita com a impreparação de gestores públicos maioritariamente negros e, que duma forma simplista querem adquirir as riquezas do branco – fazendas, fábricas, casas e empresas. Retiram brancos competentes para serem substituídos por administradores, directores sem nada perceberem do negócio, da gestão agrícola ou outros meios de vida; é a única forma de o dizer sem usar sofismas mentirosos e, quem me afrontar nisto que digo, estará seguramente a usar falácia mentindo-se a si mesmo.
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Não podemos contemporizar com esta prática num criminoso silêncio. O Mundo não pode ficar alheio ao invés de sempre darem enfase às massas migrantes que assolam a Europa. Decerto que por detrás de tudo, a maior parte das Organizações como ONGS e outras estruturas oficiais enfeudadas em partidos, sempre chamados de progressistas, têm interesses sub-reptícios de engodar as gentes com inverdades, para daí tirarem os maiores dividendos; o pior cego é aquele que não quer ver.
O povo tem de saber que sempre haverá um raivoso Malema na África do Sul, um ambicioso ditador Idi Amin Dada, um Mobutu Sesse Seco ou um José Eduardo dos Santos e sua quadrilha com um laranja João Lourenço tentando-se fazer valer numa politica despótica, tendo milhares de outros laranjas que lhe tapam as crostas da maldade.
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Sempre haverá figuras metralha de justificar as maiores barbaridades tais como um tal de Bento Cangamba de Angola e, ou Manuel Vicente, gente nascida para enricar de qualquer jeito manobrando a justiça, países inteiros, governos da treta a fingir que são honestos, só para parecer ser. E dói, sentir nas sociedades ditas modernas ser-se segregado, dividido socialmente, não somente pela cor da pele ou forma de vestir mas, pelas nossas posições no tempo, atribuindo cotas para se estudar ou trabalhar. Isto não deveria existir. É uma agressiva aberração!
Eles fazem comícios entorpecendo os centros urbanos, queimam pneus em plena via pública, estimulam assalto à mão armada, incentivam a morte ao fazendeiro branco, deterioram géneros e cérebros para adulterarem a verdade – é um mundo cão! Uma gota de água lançada por uma garça para apagar um incêndio não é nada mas tal como a garça faço a minha parte.
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Dizia nesse então recente que por mais que tente compreender esta transitoriedade de África, fico apreensivo por ver as ondas de detestabilidade governamental agravando os empresários maioritariamente brancos; Parecem seguir as pisadas de Robert Mugab, aquela figura que se empolgava no incitamento rácico, coisa fácil de torpedear o cérebro de quem não tem o alcance de discernir; também, gente que nada tem a perder porque nada construíram, nada fizeram…
Numa ânsia negra e doentia de obter as mordomias dos brancos, tal e qual como sucedeu em Angola entre outros territórios, ex-colónias portuguesas mas, e não só, também belgas e francesas ou mesmo espanholas! Diga-se que e, em abono da verdade as colónias portuguesas foram dadas a custo zero originando um dos maiores erros recentes no trato sócio – económico e originando daí o assalto aos governos por bandos armados, autênticos ganguesteres…
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Mas, e agora, se os brancos saírem em massa da África do Sul, um reduto de prosperidade, como vai ficar o país? E, para onde irão se, reconhecidamente é aquele o seu quinhão de terra!? Correm o risco de seguirem as passadas erradas de Angola, Zimbabwé, Moçambique ou mesmo o Congo Zaire entre outros países africanos… Dá lástima sentir a hipocrisia que é escrita ou dita por gente que quer tirar dividendos fomentando a instabilidade. E, há gente que se entrega na purificação da alma esquecendo o quanto foram vilipendiados, roubados, menospesados...
Empolguei-me a falar de atrocidades e arbitrariedades deixando o belo jardim de Kirstenbosch para estas poucas linhas que faltam nesta crónica-mokanda. Eu e minha caravana familiar compondo quatro pessoas, apanhamos o autocarro vermelho do Cityrama na avenida M3 junto ao Cape Town High School bem no centro, lugar de Gardens. Começa assim nossa volta pelo itinerário da peninsular Gardens rut que nos levou directamente ao jardim Kirstenbosch.
Rodamos pela base norte da Table Moutain passando no Rhodes Memorial, Universidade e, vendo sempre na base da montanha do lado esquerdo a Newlands Forst; por fim apeamo-nos no bonito e organizado jardim. Soprados a vento frio podíamos daqui apreciar a majestosa Table Mountain no seu lado sul, sua pujante e vistosa mancha de verde floresta, empinada na encosta quase a pique até chegar ao platô; uma das maravilhas naturais do Cabo da África. Os portugueses na preocupação de chegar às especiarias da Índia, não se detiveram aqui mas, deste então entreposto, pode conhecer-se muita mestiçagem com nomes de Pereira, Silva e Macieira ou, até de Silveira…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
TEMPOS QUENTES – ÁFRICA DO SUL - 01.08.2018
Porque cada homem é um mundo, tem que ao tempo, dar-se tempo… Eu entro no FaceBook para me rir, brincar e aprender algo! Se fosse para chorar, entrava na minha conta bancaria!
As escolhas de T´Chingange
PorJosé Matias - Um homem de fé, que do seu modo quer mudar o mundo; mas o mundo roda noutros rolos...
Público aqui o que tenho escrito sobre os povos da S.A. e suas origens para quem ainda tem dúvidas. Se o homem branco na África deve ser forçado a deixar a África do Sul, então deve o homem branco do Canadá, Austrália, Nova Zelândia, EUA, Uruguai, Argentina, acautelar-se com as piores visões de gente como esse tal de Malema que se quer fazer ouvir.
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A ser assim o Brasil e todos os outros países aonde o homem branco se instalou, terão de rever sua política de coexistência pacífica dentro dos padrões modernos e pensarem voltar para a Europa de onde saíram!? Claro que isto é um desproposito da maior aberração mas convêm dizer-se que o Mundo anda bem distraído no eu toca a isto. Angola foi uma das últimas aberrações em termos da enorme fraude a que chamaram de descolonização.
Não obstante saber-se do tudo como aconteceu, ainda se reconhece a perturbação dum silêncio que faz por calar a verdade da mentira. Quando o homem branco aqui chegou, a África, em partes desta mesma terra do Sul do continente, não existia esta gente que agora apregoam ser os donos disto e daquilo, cometendo os mesmos desaires das descolonizações recentes.
Tudo resvala para o mesmo erro de outros povos que, nem sabiam quem eram, e onde estavam, pois nem fronteiras existiam; quem as marcou, foram povos que fizeram desta terra a sua e, construíram todas as estruturas, que faz inveja a muitos países europeus.
Incitados pelos pseudo liberais esquerdistas, paulatinamente vão destruindo as fontes de trabalho, matando fazendeiros, promovendo aqui e ali insurreição gratuita, queimando pneus na estrada, impedindo o progresso e influenciado estes povos, cantando-lhes canções de entorpecer a vida de todos, patrões, funcionários e gente laboriosa que só pretende subir com seu próprio suor.
Querem forçosamente destruir e aprisionar este povo, mantendo ditaduras corruptas, em que só eles mesmos, os da nomenclatura se servem a belo prazer com enriquecendo ilícito. Também aqui o caso de Angola é gritante! Não me venham contar histórias de embalar, pois que por aqui ando há 52 anos; sei bem qual o pensamento destes em detrimento dos que desejam cohabitar com os brancos, que jamais saiam desta terra – África do Sul; muitos sabem o quanto será difícil sobreviver sem o potencial branco.
Os influenciados, por estas castas manhosas ou diabólicas de cariz esquerdista e, sendo até alguns deles riquíssimos, até milionários, sabe-se que fizeram sua riqueza por intermédio do branco. Têm carros do último modelo, casas com torneiras de ouro, palácios financiados pelos brancos, suas roupas que não são mais peles de animais, relógios dos mais caro do mercado, calçado vistoso, o verdadeiramente apropriado para um digno senhor ou senhora.
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Há escolas para todos, em um número muito superior ao resto da África. Não me venham dizer que os brancos quando aqui chegaram, encontraram todas estas criatividades sociais! Que falar de terras de quilómetros e quilómetros, lavradas com 40 a 50 máquinas a par umas das outras, desbravando terras, plantando milho e tantos géneros essenciais ao povo; para dar comida a 40 milhões de pretos e 5 milhões de brancos.
Seria possível cavar á enxada este quilómetros a perder de vista? Este é um mundo cada vez mais hipócrita, cheio de mentiras, onde o mal é falseado em um suposto bem. Estamos na realidade dos fins dos tempos, pois ninguém mais irá parar a trapalhada, onde se poderá prever fome, uma crise como nunca houve desde que aqui chegou o primeiro branco. Pensai, é tempo de olhar para o alto de onde nos vem o socorro! Deus que nos criou, e que nos deu regras para fazer a vida nas cores de cada qual sem O desprezar porque nos fez do pó desta terra.
José Matias 01.08.2018
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