Sexta-feira, 28 de Fevereiro de 2020
KANIMAMBO . LXVIII

REGRAS DE VIDA – TEMPOS ANSIOSOS - Processos mentais e estruturais de tratamento da informação, no que concerne ao cérebro humano…

- Nossa singularidade - Nossos Ossos cognitivos - 28.02.2020

Por

soba15.jpg T´ChingangeNo Nordeste brasileiro

velho4.jpg Todos nós já sentimos a ruindade de medo, preocupação sobre o futuro com aumento das batidas do coração e, a ponto de e por uma qualquer causa, estar perto de morrer! Um estado físico de ansiedade cada vez mais presente em nós, nossa sociedade que desde sempre ou desde a nossa singularidade de civilização, foi condição de companhia em nossas próprias casas; fazendo tudo parte da própria condição involuntária de pecar, pecando, de viver, vivendo, de morrer, morrendo.

É nossa estrutura física e psíquica pela natureza que carece de controlar nossas emoções no ambiente que nos rodeia, precário e nem sempre com as transcendências de descobrirmos nossa própria limitação e finitude.          

Nos últimos anos, com a aceleração dos relógios biológicos, da desconexão do espaço, da demografia sustentável, da manipulação dos genes, melhoramentos das linhas de ADN, da escassez de espaço e sensatez nas teorias de eugenia, mecanizaram-se tarefas vulgares na fragmentação das comunidades numa óbvia desvalorização da vida. Assim sendo surgem decisões governamentais que estão para além de nossos quereres, nosso entendimento, simplesmente!

araujo 43.jpg Sabemos que o próprio Cristo profetizou que as nações experimentariam o pânico devido aos acontecimentos e, as pessoas apreensivas iriam fragmentar-se em seus modos de vida. Há no entanto vários tipos de ansiedade que dominam nossas mentes por efeitos existenciais, da inquietudes com alegrias e angustias que que não têm na vida um significado ou um propósito de existência posicional chamado de paradigma.

Mas, e, há em verdade mentes desassossegadas eu tentam fazer lei e, fazem-na colocando assistência num fim nunca querido levando ao extremo da unção um exagero em forma de injecção retirando um catarro que esbarra numa qualquer veia de vida com saída para a morte. Desafiando a natureza por via das exigências estapafúrdidas num mercado demagógico que tende a o ser económico e restrito aos que vivem cognitivamente sadios e sem duvidas.

Aqueles, juntam estudos sociológicos e tecnológicos à mistura com outros itens de testes e testemunhos mais itens complicados de soteriologia mesmo que nem acreditem ser isso um certo principia, uma apreensão que paralisa os que não têm a certeza da salvação.

tzé1.jpg Mais, juntam gráficos tanatológicos para espartilharem ou dissolverem o medo que aterroriza os que até já estão preparados para a morte por modo a encontrar saída em algo que Deus nem determinou – a morte por eutanásia; o final assistido sem um mas, nem contudo, porque assim terá de ser.

E, surgem as derivadas justificações na base escatológica para acalmar a tensão que domina o pensamento e os sinais alarmantes lidos num qualquer jornal despenalizando a responsabilidade num nada querer saber. Assim surgem as intermitências da morte reduzidas à religiosidade duma ansiedade rezadas sem a perfeita convicção de estar a atropelar Deus.

Prefiro acreditar em Cristo com a fé que me faz mover, substituindo o medo pelo amor, a dúvida pela confiança para minha tranquilidade de espírito. Na excitação de contar coisas e partilhar ninharias, todos disparam novas como se nos estivera, e está, na massa do sangue. É a vida! Mas digam o que disserem, não acredito nos homens, nem morto!

abobora2.jpg

Dicionário:

- Cognitivo - Referência aos processos mentais e estruturais de tratamento da informação, especialmente do cérebro humano; Soteriologia - Parte da teologia que estuda a salvação da humanidade. No cristianismo, doutrina da salvação realizada por Jesus…; Tanatologia - Campo da medicina legal voltado para o estudo da morte e dos problemas médico-legais a ela vinculados; - Escatologia - Doutrina que se dedica ao estudo das coisas que devem acontecer no final dos tempos (fim do mundo)…[Teologia] Doutrina que analisa o destino final da espécie humana e da Terra (mundo), apresenta-se, geralmente, no discurso apocalíptico ou profético; escatologia cristã.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 22:15
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Quarta-feira, 26 de Fevereiro de 2020
MOAMBA . XXXV

JUVENESCENDO NAS CINZAS

COVID -19 – M´Puto e o Mundo - Abrindo gavetas ou pedaços de morte com choros secretos …

As PRAGAS surgem também na forma de vírus... 26.02.2020

Por

soba00.jpg T´ChingangeNo Nordeste do Brasil

praga0.jpg Aquietai-vos! Isto basta? Não!

Um novo dia sempre traz novas esperanças e expectativas; às vezes, misturadas com a lembrança de problemas não resolvidos ontem e a certeza de novos desafios e dificuldades. Mas, alguns como este CoronaVírus já rebaptizado de COVID-19, ultrapassa-nos! O inimigo estará sempre à espreita, procurando uma oportunidade para atacar e isto é tão-somente um cardápio de adversidades a somar ao nosso quotidiano!

Já tínhamos tantos contratempos e agora mais um e, da maior gravidade. Não nos bastava a insegurança generalizada, a instabilidade económica perenizada, políticos sem preparo, exigências desmesuradas, pressões da vida a somar a tantas outras coisas e taxas.

praga01.jpg Lá teremos de juntar conservas para quarentarmos nossas vidas por catorze ou muitos mais dias. Para muitos, isto significará a morte; para outros, muitos, representará uma considerável carga de estresse. Mas não precisamos desanimar... Porque todos iremos morrer de uma ou outra forma!

Se nada mais lhe resta vá ao Salmo 46, verá que Deus é um refúgio seguro contra os males da vida sem eutanásia! Esse é conhecido como “o salmo de Lutero”, que, em momentos de dificuldades, convém observar! E, olhem que eu ando a reconstruir-me nas inclinações espíritas! Não sou senhor de igreja; minha cabeça é meu templo... Só sei que sou gente até prova em contrário...

praga2.jpg PENSEM - isto será uma praga? Muitos estudiosos acreditam que esse salmo foi escrito depois da intervenção divina contra um tal de nome Senaqueribe, rei da Assíria, em sua tentativa de destruir o povo de Deus nos dias de Ezequias.

Pouquíssimo tempo antes de o ataque ser desferido, uma misteriosa praga dizimou 185 mil soldados no arraial inimigo (Is 37:36, 37). Debate teológico à parte, o evento pelo menos é uma oportuna ilustração do infalível socorro de Deus dispensado a Seu povo. Valha-me Deus? Todos recorrem a Ele, porque não nós...

araujo 101.jpg Dissipando os temores, O Senhor é aquele a quem podemos ir em busca de protecção e de quem podemos receber forças nas provações. Não há inimigo que prevaleça contra aquele que Nele se abriga - Li isto na Bíblia; não contesto nem deprecio!

Temos de acreditar - Tem de haver motivos pelos quais julgamos ter necessidade de alguma coisa que nos leva a desacelerar na corrida quotidiana.

praga3.jpg E, pelo que dizem, só Ele tem mil formas de suprir cada uma dessas necessidades, assim seja uma pandemia! Como podemos nós sustentarmo-nos contra quaisquer investidas dum Vírus tão reptício! Para que servirão os exércitos sem mascaras.

Isto implica que não devemos desistir de lutar sob desespero, irracionalmente, como se tudo dependesse apenas de nossos limitados esforços. Higienizem suas mãos, suas mentes e façam o que tem de ser feito. Confie e vá à luta! Na sua fé, qualquer que seja!

O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:59
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BOOKTIQUE DO LIVRO . XXXII
Agora que estou de range rede, sabe! Pitu, ciriguela na goela - é ela, é ela…25.02.2020
15.II – GINGA – Rainha de Angola de Manuel Ricardo Miranda1ª de 2 Partes

soba15.jpg T´Chingange - No Carnaval do Nordeste brasileiro

Últimos 3 Livros em cima da mesa da cabeceira, o criado mudo.

12 - O PADRE CÍCERO - Olímpica editora de Juazeiro - Amália Xavier de Oliveira...
13 –HUGO CHAVES – O colapso da Venezuela – de Leonardo Coutinho
14.II – GRANDE SERTÃO: VEREDAS – de João Guimarães Rosa

n´zinga.jpg Pitu, ciriguela na muela - é ela, é ela! E, era em cantoria que o povo da CAPOTA DA KUKIA cantava repetidamente. Já tinha passado na avenida da Pajuçara o Galo e o Pinto da madrugada – agora era a Capota da Madrugada a recordar um lugar muito antigo recordando a festa da massemba, uma umbigada de um carnaval que o tempo fez mudar. Era um lugar ainda por conhecer chamado de Cabassa. Aonde? Angola pois então!

E, foi no ano de 1589, exactamente oito anos depois do nascimento da Rainha N´Zinga e seis depois do nascimento de sua irmã Cambu. E, foi nesse ano de 1581que Filipe II de Espanha foi reconhecido pelas Cortes de Tomar como o primeiro de Portugal. N´Gola Kiluanji é Rei dos M´Bundos no território de N´Dongo e Matamba. Pois é aqui que nasce N´Zinga M´Bandi N´Gola, filha desse Kiluanji.

PAPAL4.jpg Já esquecidos de tudo isto por via desta singularidade entrapada nas falas e distância temporal, todos pulam ou dão dois para a esquerda e dois para a direita arrebitando o mataco tal como é de lei a recordar os orixás na senda umbanda com urubanda do mundos perdidos e, para lá do iemanjá - kalungas dos tempos perdidos. Pitu, ciriguela na muela - é ela é ela! A bateria composta de mais que muitos tambores, repica sem freios num agora feito antes.

Há um ano atrás, 1588, a armada de Filipe, o espanhol, é derrotado com sua armada invencível e, com ela toda a Marinha Portuguesa numa perda total. Foram-se assim as kalungas deixando Portugal nas lonas nessa distância de já quase com 432 anos. Uma crise de Valhamo-nos Nossa Senhora da Ajuda! A multidão concentrava-se junto à onganda, cubata grande real a redor do grande embondeiro cobrindo parte do recinto, como se fosse um imenso chapéu.

kissan6.jpg Junto ao tronco, que teria um diâmetro de muitos metros, destacavam-se grosas raízes que mergulhavam no solo assemelhando-se a colunas de uma autêntica catedral. Tinha sido montada um estrado, sobre o qual se erguia um imponente cadeirão de madeira dourada, forrada com ricos panos de seda carmesim. De ambos os lados, estavam colocados na vertical dois enormes dentes de elefante. O chão estava atapetado com peles de leopardo. Era noite.

carn1.jpg Notavam-se já sinais de impaciência nos presentes, ansiosos pelo início da cerimónia para o qual tinham sido convidados. Naquele então isto era representado agora em um carro alegórico alto como aquele imbondeiro e, os negros eram retintamente pretos parecendo pintura. Em dado momento ouviram-se os sons peculiares de marimbas e tambores, e um pequeno cortejo rompeu pela multidão em direcção ao palanque.

À frente, vários guardas armados, alguns munidos de archotes fumegantes abriam caminho, logo seguidos de N´Gola Kiluanji, rei dos ambundos. Em passos lentos e ritmados o rei avançava rodeado pelos seus macotas curandeiros e quimbandas, dirigindo-se para o seu trono. Kiluanji estava coberto com um manto, inteiramente bordado com contas de vidros coloridos, brilhando à luz dos archotes em miríades de cintilantes prateados.

carn2.jpg Uma pele de naja enrolada à cintura e vários colares de dentes de leão adornavam-lhe o peito. Finalmente, uma bengala de ouro maciço conferia-lhe a dignidade da sua autoridade. Um pouco trás do rei e deitada numa liteira, uma criança era transportada por escravos num estado que faria supor adormecida. A seu lado, como que protegendo-a, destacava-se uma figura bizarra. Parecia ser muito velha e magra. As peles pendiam-lhe em pregas sobre os ossos, porém movia-se com agilidade, braços e pernas rijas e finas.

Vestia somente um reduzido saiote de pano e usava o cabelo em canudos empastados de barro colorido. Vários sacos com amuletos e pequenas cabaças a tiracolo completavam a indumentária. Chegados ao local, Kiluanji sentou-se no cadeirão, e a seus pés, rodeados pelos familiares mais próximos, depositaram a criança totalmente nua sobre uma manta. Kiluanji interrogava-se sobre os resultados do cerimonial.

carn3.jpg Já não era a primeira vez que a intervenção dos espíritos se fazia sentir sobre sua filha primogénita. Com várias mulheres e muitos filhos, Kiluanji nutria pela filha uma especial afecção. Apesar da sua pouca idade, oito ou nove anos, N´Zinga tinha já um porte altivo de princesa, pouco dada às tropelias dos garotos. Era ágil, decidida e destemida. 432 anos depois, revivíamos uma estória nunca contada. Hoje em dia, eu, T´Chingange, nem me queixo de nenhuma coisa para não tirar sombras dos buracos que relembro. E, dessa, mesmas sombras, o que tenho é só medo de cagufa! Já que minha vida não deixa benfeitorias vamos gozar o carnaval, dizia-me a mim mesmo…

(Continua…)
O Soba T´Chingange


PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:34
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Sábado, 22 de Fevereiro de 2020
MALAMBAS . CCXLIV

Os filósofos, necessitam tanto da morte como das religiões porque, filosofar é aprender a morrer entorpecido… - 20.02.2020

MALAMBA: É a palavra.

Por

soba15.jpg T´Chingange – No Nordeste brasileiro

arau154.jpg Nesta data especial composta de quatro dois e quatro zeros, tinha de acontecer o inesperado e, sucedeu que meu celular telemóvel no exacto momento de sair para a praia, tiniu e retiniu murcho de som. Pela quarta vez, atendi: Alô! Do outro lado ouvi uns esquisitos guinchos metálicos como de quem corta o vento Suão com uma moto-serra já com os dentes cariados seguindo-se-lhe de uma voz cavernosamente distante, também ligeiramente metálica como chapa que vibra.

Daqui é o Fala Kalado! Fez-se um silêncio… Silêncio meu engolido em dois assombros encavalitados feitos ondas-curtas a estrebuchar atritos com soluços estriados em ondas moduladas. Não estava a contar, pópilas, pensei, é ele o matumbola do general. Oi, sim! Sim! Até quenfim, me dás alvissaras! Disse isto encafifado em soletrar quais os kitucos de mistério que terá usado para descobrir meu número de celular. 

FK2.jpg Resposta do outro lado da linha: - Nada é impossível para um morto-vivo meu kamba! Álem do mais, tenho meus afilhados que me vão dando novas até do que ainda está para acontecer. Aí é! Respondi na forma intercalada entre o respeito, o assombro e até do medo. Quem tem cu tem cagufa noé!? Trata-se dum General Emérito um permanente guerrilheiro que nem consta das fichas por o ser, tão clandestino o é.

Pois então, é pra te convidar a um encontro, não aqui em Garanhuns, por ora, mas em Petrolina, um lugar a montante da barragem do Sobradinho, no Rio São Francisco, o Velho Chico! Eu sei, disse. E, porquê aí? Porque assim tem de ser; só vais ter de ir até à cidade de Marechal para embarcares com meu amigo Kelerico o tecelão. Falou na data e de como seria, assim e assado. Tudo por minha conta, referiu. Que mais poderia fazer a uma quase ordem na forma enganosa de convite.

FK5.jpg Temos muito para falar mas, entretanto goza o carnaval mas, estava a faltar um mas… mas o quê? – Interroguei! Se fores curtir na rua, na avenida, bota em tua cabeça um chapéu colonial! Porquê isso? Rematei! Para meus quilambas te reconhecerem e, te resguardarem dum qualquer golpe de mão, de arma ou outro qualquer maleficio. Estes quilambas de FK eram em verdade capitães de guerra preta que normalmente actuavam como mercenários. Só podia ser!

FK6.jpg Eu, a pensar que estava por fora dessas manigâncias de guerra antiga, essa tal do tempo dos arcabuzes, das catanas e canhangulos do tipo pederneira. Tenho cá as minhas dúvidas de que FK não se dedica a cem por cento a extoquir seiva da Welwitschia Mirabilis e desses escaravelhos ou besouros pré-históricos que se regeneram em suas células moribundas. Deve também ter por lá, em Garanhuns, um bivaque kilombo com alguns desses antigos quilambas.

Digo isto porque aquele tal de negão, emissário de FK à macarronaria do Isac pescador, tinha essa pinta característica de quilamba ambaquista. Só posso imaginar porque nem o vi. Consegui descortinar por baús muito antigos que lá pelo ano de 1625 havia em um lugar de nome Ambaca estes já esquecidos quilambas mas isto virou pó do tempo acho eu; eram capitães que auxiliavam os portugueses na luta contra o gentio; isso! Gente da Matamba ao serviço da capitania de Ambaca.

FK7.jpg Filhos nobres de uma etnia nobre que combatiam com muita valentia recebendo por troca mais esmeradas atenções de não pagarem tributos, mais água ardente e vinho do M´Puto e, sendo-lhes destinados os postos de cipaio. Os ambaquistas eram então vistos positivamente pelo sistema colonial, pois serviam de intermediários com as populações situadas mais longe no interior do país.

No século XX, os ambaquistas propriamente ditos desapareceram, mas a palavra ficou neste então com uma carga mais como pejorativa; para os designar, até à altura da independência, os colonizados negros que tinham adoptado certos aspectos do modo de vida europeia. Os pretos ambaquences, para fugir ao serviço de carrego que era imposto a todos os camponeses do interior, alistavam-se como brancos nas companhias móveis do exército colonial.

FK3.jpg Assim foi, assim era, pois dizem os livros que “os pretos do interior em usando sapatos logo queriam ser considerados como brancos”. Vemos também que havia um número excessivo de meirinhos, alcaides e porteiros – isto é, de oficiais de justiça popular - os quais constituíam “um bando de carregadores que, imbuídos com as suas ideias de brancura”, se empenhavam e se atributavam como os soldados para serem assim nomeados. Claro que no correr do tempo tornavam-se sanguessugas das diligências diárias… Tanta coisa a rodar dum antigamente retido no esquecimento dos lugares de Zenza e de Kabassa. Agora só resta aguardar o encontro reservando-me ao direito de imaginar coisas, porque dali qualquer coisa é coisa!

O Soba T´Chingange        



PUBLICADO POR kimbolagoa às 22:55
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Quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2020
MOAMBA . XXXIV
JUVENESCENDO NAS CINZAS - 20.02.2020
Nos tempos dos responsos - Abrindo gavetas ou pedaços de escritas com choros secretos dum puramor…
Por

soba15.jpg T´Chingange – No Nordeste brasileiro

ÁFRICA4.jpg Juvenescendo em mim, uma inclinação de abelhudice, leio na praia da Pajuçara o Veredas de Guimarães Rosa e, num repente e entre algas de um mar quente, vejo-me também e, na forma de como Rosa diz em seu livro de romance, que viver assim é um descuido prosseguido, assim de “tempo de ir-vamos”.

Prosseguido, seguro uma pulga entre dois dedos num dia e um outro que se segue, negaceando as pulgas atrás d´orelha da prosápia de entre a amizade da ilusão e desilusão, entre gente longínqua afadigada, mas também das que vendem cocos, ovos de codorna e até santinhos envoltos em lírios, sem saberem que não precisa existir demónios para os haver.

CAUNI 3.jpg Num diz, que diz, conclui nas pressas que se não tem Deus, há-de nas gentes perdidas deste vai-e-vem de dizer só átoa de que a vida é burra. E, que num afinal o demónio não tem precisão de existir para o haver de sempre novo. Num pois e num mais e talvez, se não tem Deus, há-de a gente, os perdidos nesse vai-e-vem, de continuar na vida burra – coisa complicada.

Pois! Entre os perigos, grandes e pequenos, nas horas de apeto não podemos facilitar: Ou sim ou sopas! Num secalhar com intervalos na leitura das Veredas, picadas sertanejas, revejo tudo a modos de muito acima e por demais das minhas capacidades e paro. Paro para desentender engolindo frases com cuspo firmando-se em mim com quentura nas ideias.

brasão do monteiro.jpg Coisa de torcer vontades com força de arrobas porque pode-se ver a cada fim de página não uma alma penada mas, muitas obtendo corpo mesmo que retirando daqui e dali pedacinhos de palavras, os sargaços viram águas vivas, alforrecas que picam nas canelas, nos calcanhares e caté sobem ao tejadilho da gente.

Admitir-me assim nestas falas difíceis, é como me ver sem revôgo legal num pensar de assim conformemente. Enfim! Um gosto de rebuliço, diga-se em verdade. E, fico-me pensando numa dor que não tem precisão de ter razão, num conhecimento de saudade que não tem limites talqualmente como as pessoas que nem sempre nascem.

poluição.jpg É que viver sem pensar é um logro de decepção por conta exactamente desse esquisito silêncio; numa quase desconversa de relembrar os sofismas de muitos que sempre parecem ser o que não são ou num então do que querem ser, não sendo! Sofismos de muitos e ou alguém que me segura os olhos nos olhos.

Acho que tenho de aprender a estar alegre, gerir silêncios nos olhos e reler de novo os responsos que minha mãe metia nas frinchas das calças, nas pregas das cuecas e também na mochila com rezas a seus queridos santos; uma forma de oração popular muito antiga, em que as pessoas, em momentos de desespero, por guarda e amor, rezam em escrita para obter uma resposta do Céu em ajuda. Ajuda a enfrentar os desaires da vida…

O Soba T´Chingange


PUBLICADO POR kimbolagoa às 22:58
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Quarta-feira, 19 de Fevereiro de 2020
A CHUVA E O BOM TEMPO . CV

TEMPO DE CINZAS – MEDITAÇÕES

- M´Puto - kambada de hipócritas  - 19.02.2020

- As leis da natureza dizem que independentemente do estatuto parental, todos nascem pelo mesmo local: - Nus, ateus e brancos…

As escolhas do T´Ching

Por

soba k.jpg José Pedro

A revolta dos porcos... Qual constituição? Por acaso o senhor papagaio Sousa e a serpente encantadora Costa têm conhecimento de uma fábrica em Gaia que poderá colocar 100 trabalhadores no desemprego? Racismo?

Chamar filho da puta, foste criado aqui numa linguagem típica e característica do "bom" futebol?... Bom, porque é que estes canalhas nunca se insurgiram da má educação que passam nos programas desportivos das TV´s em que só falam de futebol?...

balba2.jpg A clareza da constituição é assim tão clara que só se consegue ver o preto? Aonde ficam todos os outros que com o suor do seu trabalho mantém estes senhores hipócritas pomposamente em lugares de destaque com direito a palavra para falarem do que não sabem... A linguagem usada e dirigida a MAREGA, não são mais nem menos do que o normal no futebol, aqui ou na cochinchina.

Como é que tantos idiotas "brancos" seguem cegamente um Indiano, uma negra Ministra da justiça num País que suponho seja maioritariamente "branco", onde está o racismo?

fuga1.jpgEstes merdas hipócritas, estúpidos idiotas preocupados com a imagem e não com um povo que os sustenta, tem ideia de quantos destes trabalhadores são humilhados diariamente para ganhar 500 euros e não abandonam os seus empregos porque são honestos e tem família para sustentar?... Tenham vergonha e que os Milhões do MAREGAS não vos segurem politicamente...

fuga8.jpg Já agora para que fique claro porque da Constituição a clareza só abrange alguns, deixem-me que lhes diga, racismo é trabalhar e ver metade do seu ordenado roubado em impostos, racismo é sair de casa a pé com frio e chuva para ir trabalhar, ser humilhado e ganhar 500 euros por mês, racismo é assistir o MAMADU a insultar os "brancos", a incitar a violência em praças públicas sem que os cobardes que tem o poder actuem...

fuga11.jpg Senhores políticos a dignidade da pessoa humana não pode estar só na visibilidade social mas naqueles que com dignidade trabalham, contam os trocos para sustentar os seus filhos...

Quantos neste País do M´Puto gostariam de receber os "mimos" que MAREGA recebeu e fazer birra depois tomar um banho de imersão numa mansão paga pelos "estúpidos" que ganham 500 euros e depois no seu porches vai pelas ruas do Porto mostrar o que é racismo...

Mu Ukulu06.jpgEntrar em sítios onde para muitos "brancos" apenas é uma miragem... CHEGA e BASTA!  Tenham decência e alguma vergonha quando falam de "RACISMO" cambada de hipócritas! As coisas nem sempre são como tentam fazer crer... As leis da natureza dizem que independentemente do estatuto parental, todos nascem pelo mesmo local: - Nus, ateus e brancos…

As escolhas do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:12
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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2020
MALAMBAS . CCXLIII

MOMENTOS CRITICOS 16.02.2020

- Quando o impensável acontece em nossos domínios?  Um CHEGA, será que chega?... Quando os penumbristas tomam conta de nossas bagunças, lixamo-nos ... Isso! 

MALAMBA: É a palavra.

Por

soba15.jpg T´ChingangeNo Nordeste brasileiro

desenr1.jpg Crises. Quem não as têm? Só mesmo quem está morto. Assim, se você está lendo isto, é sinal de que já enfrentou e enfrenta crises. Para além das pessoas, elas, as crises afectam também os governos, empresas, instituições e a igreja de Roma; em verdade, todas! E, em verdade, o próprio Mundo começou com uma crise – a de Adão e Eva que desobedeceram à única imposição que lhes foi imposta comendo a maçã da tentação, o fruto proibido.

A partir daí, as proibições foram no correr do tempo uma tábua morta levando até o dizermos que as leis são criadas para o serem, descumpridas… E, essas leis, foram sendo cada vez mais descumpridas usando para tal, meios tão sofisticados de interpretação que os antigos detalhes de diversão já prescreveram ou se desusaram; de acórdão em acórdão, de regulamento em regulamento, de leis cada vez mais reguladoras para a gente ver, tudo fazem para fazer espairecer o importante, se sofisticaram para além do plausível e também do conhecimento da maioria de nós, os pacóvios…

dia66.jpg E, de tal forma o são que os processos judiciais formam-se cabalas relinchadoras a exigir especialistas em sua interpretação. Hoje há técnicas e técnicos especialistas para disfuncionar o sistema numa fuga à fiscalidade, lavagem de dinheiros vindos do roubo, da corrupção, da droga e de algo ainda por descortinar. Não é por acaso que existem os paraísos fiscais aonde a trapaça é camuflada dos nossos olhares na segurança de uma impunidade aceite por governos e gangues de governação.

Entidades idealizadas no topo e na terra, compostas por cidadãos proporcionam novas crises originando aos governos posições erradas, agendas erradas e adoptadas em proveito próprio ou até servindo gente no escuro - invisível. Se perguntarmos a um qualquer membro de um partido qual é a pior crise de sua ideologia, as repostas poderão incluir dificuldades financeiras, escassez de liderança ou falta de carisma.

dia95.jpg Isto, inevitavelmente provocará queda no número de membros, gente cada vez mais alheia ou abstencionista e, por estes motivos e outros que não faltam, tudo irá de mal a pior tornando-se em algo inevitável, tipo um Deus nos acuda. Lá no fundo sempre haverá um departamento, uma secretaria, um ministério e por aí, até ao topo da hierarquia trabalhando num submundo do diabo – trabalhando noite e dia para idealizarem suas estranhas invencionices! Sim! Sem o parecerem ser – penumbristas!

E, estas coisas sucedem, chegam até nós nos momentos sempre piores surgindo sempre tradicionalistas de boa cotação a dizer que tudo assim acontece por crise vocacional na politica da fé… Dezenas de comentaristas virão dizer-nos o que teria de ser. É para endoidar gente comum como eu, outros confundirão tudo, lançando-nos em dúvida se o Papa de Roma será mesmo católico?

dia123.jpg Baralham-nos com as adjacências dos escândalos sexuais, roubos, fraudes e outras a nós dirigidas. Nós, “povo de Deus”… Entretanto nem podemos olhar para outros quintais, outros países que nem o nosso porque afinal todos estão conspurcados, alguns surgidos e nutridos nos extremos da fé socialista ou social-democracia. Pois! As crises sempre irrompem quando os governos se seguem por caminhos errados e o povo falha em ser democrata. Por isso, TALVEZ - “Movimentos suficientemente rápidos no momento critico, podem desarmar o insuspeito inimigo”.

No fundo, a questão nem será a existência de crises mas, como o povo as encara. Em palestras motivacionais, virou ser comum dizer-se que os ideogramas chineses para a crise, usarem um tal palavrão de “wein-ji” que significa “perigo ou oportunidade”, se bem que “ji” indica mais propriamente um “ponto crítico” em que as coisas acontecem dum “TALVEZ” ... CHEGA ...ou “oportunidade”.

dia183.jpg Daqui pode dizer-se que para melhor ou pior, grande crises desencadeiam enormes mudanças… TALVEZ!... CHEGA!...Se a dor da crise aqui do M´Puto, não levar a uma fé mais robusta nesta coisa de esconde-esconde, de brincarmos às democracias, a esperança mais forte numa vida de mais qualidade, ela foi, é e continuará a ser: inútil.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:31
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MISSOSSO . XLII

NA BEACH DO FRANCÊS – 2ª Parte

No tempo da vitrola…– 15.02.2020

Por

soba15.jpg T´Chingange - No Nordeste brasileiro

Estávamos em Março de 2007, dia da Mulher. Os barulhos de terra e as ondas do mar a desfazer-se em espuma no recife conjugavam-se numa sinfonia única. Era a música da vida, num dia que começava para a Malu, com seu acarajé quentinho e, enquanto isso, uma leva de gente embarcava no Massunim I, barco de recreio e passeio; iriam até às piscinas, uma lagoas naturais de mar raso e corais aonde os peixes confraternizavam comendo pedaços de pão que os turistas ofereciam.

grafonola2.jpg O ladrar de um cão, não condizia com o lugar mas este, indiferente, lambuzava-se na água, de rabo a dar a dar, gania para o dono peneirando o corpo, salpicando o ar. Chapéus, mesas e cadeiras de plástico de todas as cores surgem preenchendo a faixa de areia loira; a vista fica multicolor com salpicos de tralhas e trecos, caixas de isopor, esferovite com coco frio e também outras rolantes com ananás balouçando.

Mas também discotecas ambulantes em forma de longas caixas com rodas e o sempre presente “picolé caseiro caicó”. Mais lá à frente um pescador atento ao movimento das águas a imitar um albatroz ou uma águia pesqueira, lançava à água a rede que depois de fazer um circulo gracioso e penetrava na água trazendo quase sempre peixes pequenos, um ou outro um tudo-nada maior que pareciam roncar.

grafonola4.jpg As sete mulheres deitadas ou sentadas, iam-se rebolando em suas toalhas no trabalho de ficarem no bronze ideal; lambuzando-se até com movimentos demasiado provocatórios ao sol escaldante; uma delas já dentro de água adorava o céu de mãos espalmadas, impregnada de Iemanjá da kalunga que reluzia suas suaves ondas.

O capitão “Tanguinha do Mar e Céu” descrevia como um raizeiro, perito kimbanda procedia em suas virtudes do chá doutorzinho e mais uma catrefada de técnicas de embelezamento com unguentos de tradição dos índios Caetés; falava também dos seu inventos voadores, pois um dia, lá no sítio, observou uma folha de amendoeira caindo assim e daquele jeito que ele tenta mimicar e que o levou a inventar um pássaro que movia as asas e subia, subia como só ele sabia fazer – tanga da treta, pois!

forró2.jpg Vendeu a patente a um português que surgiu na praia e que após uns entretantos e, alguns reais, levou o seu “isopor voador” para Lisboa. Estava na cara que esta conversa de facilidades e tão brejeira só podia se uma peta das mal inventadas e dai a concordar por inteiro com seu nome de capitão Tanguinha – outro nome não lhe iria condizer tão ao jeito, pois!

Nesta praia funcionam as regras “de entre amigos” alugando os barcos em rodízio a fim de todos ficarem com algum miseré. Parados no curto horizonte da Praia do Francês estavam os barcos Corais Bar, O Maiorca e o Masunim II. O capitão Tangas ainda ventilou a hipótese de eu lhe comprar o Corais Bar mas, retirei-lhe ousadias com um encolher de ombros… Se tinha duvidas ficou agora com a noção de que o "je" estava ali para curtir a vida com três peixinhos ao dia-a-dia!

forró 1.jpg As sete mulheres entrelaçadas em suspiros de entre ai-ais voadores, juntaram suas vestes translucidamente voluptuosas nos rendados e lá se foram ao restaurante “O Pato” da Massagueira a festeja seu dia - dia da mulher, pois então. Neste momento surgiu a simpática Elisabete a vender-me a taluda da sorte, uma tal de mega-sena e, porque me fiou parcialmente lá acedi a ficar com tamanho desejo; Não se admirem de na praia até venderem sortes pois! Aqui a praia é um grande e longo bazar. Aonde se vendem vestidos, panos de cozinha e o escambau. Aqui nesta praia do Nordeste – Marechal Deodoro, até sinos em bronze já vi vender – parece mentira mas não o é…

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:12
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Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2020
BOOKTIQUE DO LIVRO . XXXI
 

Agora que estou de range rede, sabe! Era um era, num era, um preto que sabia o seu lugar sim doutor, sim doutor…

14.II – GRANDE SERTÃO : VEREDAS – de João Guimarães Rosa...13.02.2019

Por

soba15.jpg T´Chingange - No Nordeste brasileiro

Últimos 3 Livros em cima da mesa da cabeceira - criado mudo.

12 - O PADRE CÍCERO - Olímpica editora de Juazeiro - Amália Xavier de Oliveira...

13 –HUGO CHAVES – O colapso da Venezuela – de Leonardo Coutinho

15 – GINGA – Rainha de Angola de Manuel Ricardo Miranda

booktique21.jpg Guimarães Rosa não escreve sobre o sertão – Ele, é o sertão! Estórias de barrancos escritas aos solavancos numa língua inventada por ele. Uma literatura diferente de todas as que já li com inventações, mentiras e verdades numa língua polifónica de linguajar surreal. Não! Nunca li coisa assim! Coisa linda descoberta e inventada numa imperfeita perfeição. Há mais de um mês que leio e releio saboreando os trocadilhos que sublinho e, volto atrás porque nem de patavina eu entendo.

Sublime no arranjo das palavras, elas se encavalitam empolgando meu relinchar no cerebelo. Combinações lindas e, nunca lidas por mim que sou cusca e que também escrevo de atravessadiço. Proporcionando-me um juvenescimento ressarcido dos capinzais agrestes e com uma inclinação forte de abelhudice assim como um vive num prosseguido descuido de deixa para lá entre latas de formicidas, creolinas e até arsénico; tudo envolto em ferramentas roscofes. Assim é!

lagar5.jpg Pois é! Tudo junto e ao molhe na fé de Deus, com enxadas e facões de aço. O dicionário não comporta esta escrita dum sertão em veredas tortuosas como as picadas ladeadas de securas; uma obra literária de tirar o folego, que nos envolve numa nova forma de revolucionária caipirice. Assim enredado entre tantos e compridos caminhos vejo-me sem rumo, sem norte, sem o escambau muito rodeado de edecéteras das veredas.

Se é romance, ainda não apanhei o fio à meada mas como obra-prima deve ser bem de primeiríssimo grau, obra literária que nos parte o coco e nos enreda numa direcção sem rumo. Já perdi o Norte e ainda vou na página sessenta num total de 439 – Quantas vezes terei de voltar atrás; dou-me conta que minha matumbice é por demais de fina estirpe, visse! O narrador é um tal de jagunço chamado de Riobaldo, que tem o diabo no corpo.

lampião27.jpg Entre o bem e o mal das trevas, a força do sofrimento ultrapassa a violência. De chapéus desabados nos avoantes passos a chuva repega descendo o rio Paracatú que nem uma mulola de angola humedecida, caída das nuvens. Às tantas, matam um macaco para matarem a fome que era mais que muita e, nem se dão conta que este dito cujo sujo e peludo não tem rabo. Dão-se conta que é gente, minhanossa! Algo de maldito que só mesmo a penumbra da mente pode alcançar. A jagunçada só soube que era homem quando alguém falou que aquilo não tinha rabo, pode!? Isto, só podia ser mesmo coisas do diabo…

Então e relendo, directamente leio: - E ele umbigava um principio de barriga barriguda, que me criou desejos… Com minha brandura, alegre que eu matava. Mas, as barbaridades que esse delegado fez e aconteceu, o senhor nem tem calo em coração para poder me escutar. Conseguiu de muito homem e mulher chorar sangue, por este simples universozinho nosso aqui. Sertão. O senhor sabe: sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado! E bala é um pedacinhozinho de metal…

lampião13.jpg Hoje em dia, não me queixo nenhuma coisa. Não tiro sombras de buracos. Mas, também, não há jeito de me baixar em remorso. Sim, que só duma coisa. E, dessa, mesma, o que tenho é medo. Enquanto se tem medo, eu acho até que o bom remorso não se pode criar, não é possível. Minha vida não deixa benfeitorias. Mas me confessei com sete padres, acertei sete absolvições. No meio da noite eu acordo e pelejo para rezar.

Seja sem espera, quando já estão meio no mio, aquilo sucrepa: pega a se abalar, ronca, treme escapulindo, feito gema de ovo na frigideira. Ei! Porque, debaixo da crôsta seca, rebole ocultado um semifundo, de brejão engolidor… Poi, em roda dali, João Goanhá, um dos jagunços dispôs que a gente se anoitasse – três golpes de homens – tocaiando. Dos nossos, uns, acolá, deram tiros, por disfarçação. Iscas! Ave, e pronto de repente foi: a casca da terra sacudida, se rachou em cruzes, estalando, em muito metros – balofou…

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:45
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Quarta-feira, 12 de Fevereiro de 2020
MISSOSSO . XLI

NA BEACH  DO FRANCÊS1ª Parte

No tempo da grafonola… Aqui se chama de vitrola…12.02.2020

Por

soba002.jpg T´Chingange - No Nordeste brasileiro

grafonola1.jpgEstávamos em Março de 2007, dia da Mulher. Para lá do recife via-se o infinito redondo formando uma linha mais azul a tocar os dois fluidos, água e ar; uma jangada de vela triangular ondulava depois da espuma entre o reflexo do sol e o refluxo das ondas espumando brancura nos rochedos escuros de corais  

Às seis da manhã as cores são bem mais azuis e as nuvens mancham o mar de escuras sombras. Os grilos e cigarras da terra, parecem estar numa tensão desmedida zunindo insistentemente nos dois ouvidos, um cão algures uiva. As cadeiras, chapéus e mesas iam surgindo ao longo da língua de areia que crescia conforme a secura da maré na Praia do Francês.

grafonola2.jpg Uma gorda velha furava a areia contorcendo o pau suporte da sombrinha num vai e vem de vice-versa até completar a correcta fundura a fim de suportar na verticalidade o vento persistente que sempre se fazia sentir. Esta mulher, curiosamente tinha uma perna branca e outra preta; coisa a raiar o anormal – não podia ser!

Mas era! Embora fugindo das características habituais, mas era. Entrei na água entonado de curiosidade e fui-me acercando até que pude perfeitamente definir uma prótese, branca e mais fina desajustada na forma estrutural; o sapato também desdizia com o resto e, fiquei até com muita pena e desejando que as suas bóias fossem todas alugadas p´ra suprir carência tão óbvias.

grafonola4.jpg Não restavam agora dúvidas, a senhora não tinha uma perna e sobrevivia alugando inflados pneus de carro e camião mais uma baleia riscada de Moby Dick, dois golfinhos azuis para os pivetes que surgiam pelas mãos de seus progenitores; O negócio assim e deste jeito transparecia; a vida não é fácil mesmo estando num paraíso tropical como este.

Esfregam-se ternuras com próteses para encanto de tantos que se apercebem disso; aquela perna branca e fina era tão parte integrante da senhora que a vi coçar bem junto ao joelho como se um moscardo a tivesse importunado. Como é possível ter tanta familiaridade no apego àquilo que é nosso. É que eu, por vezes também tenho dor de dentes; dentes que só são meus porque os comprei!

AMADEU3.jpg A balsa já tinha contornado o recife, podia ver-se a silhueta do homem ximbicando para norte até às piscinas baixas entre os contornos do recife. Também ele, senhor Moisés, o pescador, estava esfolando a vida de todos os santos dias; tarefa que só ele sabia fazer daquele jeito – pescando frutos do mar no recife.

Já sentado no patamar do “Tarrafas Bar” do meu amigo Carlos de Foz de Iguaçu, acarinhado na sombra dum jango de folhas de coqueiro, com outros mais a rodear o espaço, podia ouvir a cantoria dum sabiá e, não muito distante misturava-se com insistência a cantoria de um bem-te-vi. Estes sons conjugados com os sons do mar eram em verdade, um hino à vida…

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:00
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KANIMAMBO . LXVII

REGRAS DE VIDA - Curiosamente a Bíblia fala mais sobre as mãos do que sobre o coração...

- Nossa singularidade - Nossos Ossos 12.02.2020

Por

soba002.jpg T´Chingange – No Nodeste brasileiro

amigo1.jpg Nossas mãos representam os mais intrincados componentes físicos. Em nenhuma outra parte do corpo há tantos itens reunidos em espaço tão pequeno. Poucos sabem disto porque faz parte de nós e, descuidamo-nos no saber das coisas nossas...

As duas mãos somam um total de 54 ossos, representando mais de um quarto dos ossos do corpo. A rede de nervos para detectar calor, tato e a dor, é das mais complexas.

São centenas de terminais nervosos por centímetro quadrado, a maioria concentrada nas pontas dos dedos. A sensibilidade ali é extraordinária. Máquina tão perfeita, Noé!?

kani1.jpg Muitas mãos deixaram suas digitais nas páginas das Escrituras e, curiosamente a Bíblia fala mais sobre as mãos do que sobre o coração... No entanto sempre referimos o coração na ligação de ternura como o amor, Noé!?

Registando a tragédia da nossa singularidade, Adão nos expulsou com suas mãos. As mãos de Caim marcaram de sangue as origens da raça - matou Abel... Viver, sempre foi muito perigoso, Noé!?

Este tal de Noé com suas mãos mais um tal de Abraão deixaram um testemunho de fé e obediência. Claro que vocês nem se lembram, nem podem porque, isso foi num muito antigo tempo...Noé!?

kani2.jpg Balaão, porque li recordo: Espancou um animal indefeso... Hoje, outras mãos, até o pai e mãe matam, quanto mais um cão ou um gato! Está mal, Noé!?

Assim, e recorrendo dos livros sabemos que Judas estendeu suas mãos para receber o preço da traição - Trinta moedas, Noé!? E, foram as mãos de uma pecadora que ungiram Jesus na sepultura - Todos o sabem, Noé!?

E, se bem se lembram as mãos de Pilatos foram lavadas por si mesmo para se redimir de um erro: - Lavo daqui minhas mãos desta injustiça. Se assim não fosse poderíamos ter uma outra estória, Noé!?

kanimambo3.jpg Vocês devem saber que Ele usou suas mãos para fazer ver, fazer andar, mover ventos, mover águas e também lavar pés, Noé!?

Uma das cenas mais tocantes do evangelho aparece quando Jesus toma a orelha de Malco, que O fora prender e, a restaurou...

Desconfio que meu amigo General Emérito FK nada sabe disto. É que este malvado alem duma perna de pau, tem uma orelha de plástico! Só sei que esse tal escaravelho da welwistchia Mirabilis lá terá algo a ver com isto, tipo regeneração como o rabo da lagartixa,

; tenho cá as minhas duvidas, Noé!?

kanimambo4.jpg O certo é que sem mãos ficamos manetas e raramente damos o valor a coisa tão nossa. Acho que com muita fé, meu amigo Fala Kalado poderia vir a ter um nova orelha e depois deixar de se dizer coitado com aquela perna que não transpira muito sujeita a ter cupim, salalé... Será? Noé disse, assim confidenciou-me... que só mesmo quando virar cinza! Já calculava, Noé!?

O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:05
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Terça-feira, 11 de Fevereiro de 2020
MALAMBAS . CCXLII

TEMPOS CINZENTOS E O PESADELO DA DEMOCRACIA EM SETE TEMPOS

- Nos intervalos da vida, durmo!  – 11.02.2020

MALAMBA: É a palavra.

Por

soba002.jpg T´Chingange – No Nordeste brasileiro

einst1.jpg O homem por mais que conheça e possua, não é nada - quem o disse foi Albert Einstein. Estranho que muitos de nós se julguem ser mais alguém que outrem só porque assim querem pensar, quando no real, o significado da vida de um qualquer individuo, deve consistir-se em tornar a existência de todos, melhor e mais digna. A este supremo valor se devem ligar todos os demais.   

eça2.JPG Hoje acordei virado para o lado das boas estrelas assim nesta boa vontade e, no possível, procurando fazer uma doutrina de ver uma humanidade mais perfeita. Não sou nada; não professo nada nem guardo qualquer dia como santo para o que quer que seja, mas e, deste jeito, elimino silêncios na firme convicção de que servir a Deus equivale a servir a Vida.

Talvez seja problemático somente ocupar-me da Vida considerando-a só por si como uma religião no sentido do termo, não me exigindo qualquer crença mas, respeitando a vida, o canto dos pássaros e, o espectáculo da natureza dá-me, creio, o direito de no mínimo me julgar feliz. Através do espelho vejo-me uma pessoa entrada na idade e com ela, a imagem, a minha própria, relembro-lhe:   

dom2.jpg - As leis humanas mudam segundo os lugares, o país, as pessoas, os tempos e os interesses; alheia-te de julgares porque o progresso do mundo não está nem na falsidade nem na hipocrisia mas no progresso da inteligência. Pois é! Um homem sem a liberdade de ser e agir por mais que saiba conhecer, também nada será.

Não obstante com toda a inteligência desejável, hoje as nações encarnam-se no poder, económico e político e, por sequência com seu poder militar e, isto não me parece bom para o Universo – para nós. Como no fim de um ciclo, nos reduziremos exteriormente à escravidão num desejo da verdade, da justiça, e essa tal profunda liberdade.

phisalis0.jpg Num repente, verificamos estar entre sacrifícios matreiros, impostos e, pensando que esta inteligência de alguns, os do mando nos leva a um progressiva usucapião de nós mesmos. Nós mesmos, envoltos num pesadelo chamado de “Democracia”. Nesta evolução, verificamos suportar nossa própria condenação à categoria de escravos – coisa inevitável aonde o sacrifício se torna um absurdo!

picasso2.jpg Pensar torna-se assim algo de muito perigoso! Estamos assim numa visão de percepção dos sentidos que só nos oferecem resultados indirectos sobre o mundo real. Sim! Pois somente a via especulativa será capaz de nos ajudar a compreender os factos perceptíveis que mudam. Os conceitos do mundo actual, valores, crenças e as histórias da avozinha, não são mais as mesmas; andamos a ser robotizados…

O Soba T´Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 20:08
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BOOKTIQUE DO LIVRO . XXX

Estou de range rede…! O tempo da Kalunga, ruge…

Em Cabassa de Angola nasceu N´Zinga M´Bandi N´Gola que mais tarde ficou conhecida como Rainha Ginga09.02.2020

Por

soba002.jpg T´Chingange - No Nordeste brasileiro

Últimos 3 Livros em cima da mesa da cabeceira - criado mudo.

12 - O PADRE CÍCERO - Olímpica editora de Juazeiro - Amália Xavier de Oliveira...

13 –HUGO CHAVES – O colapso da Venezuela – de Leonardo Coutinho

14 – GRANDE SERTÃO : VEREDAS – de João Guimarães Rosa editado pela Companhia das Letras

15 – GINGA – Rainha de Angola de Manuel Ricardo Miranda

booktique25.jpg Em Cabassa de Angola nasceu N´Zinga M´Bandi N´Gola que mais tarde ficou conhecida como Rainha Ginga. Foi de 15 para 16 de Janeiro do ano de 2009 que eu e minha cara-metade de nome Ibib, passamos a noite na Residência Camões, uma residencial modesta situada bem perto da Praça também de Camões e, tendo mesmo em frente a Embaixada do Brasil. Ficamos na Rua do Poço dos Negros, Bairro Alto, um lugar em que os escravos de tempos passados levavam em baldes a merda e o mijo dos Nobres de Lisboa.

As barricas de penicadas eram despejadas num poço ou directamente no Rio Tejo. Neste então havia no ar um cheiro constante de bosta com coisas nauseabundas à mistura como gatos e cães mortos e vísceras indiscriminadas. Arrepia até escrever isto mas assim era naquela época medieval da qual saíram pestes negras e de outras indefinidas “cores”. A toponímia local faz-nos lembrar também o mar, a kalunga distante com kiandas, gaivotas e pescadores mas, o sítio será sempre restos de má memória porque assim se caracterizou.

lisboa0.jpg Fala-se na existência de uma carta régia de D. Manuel I, datada de 13 de Novembro de 1515, escrita em Almeirim e dirigida à cidade de Lisboa, sobre a necessidade de ali se depositarem os corpos dos escravos mortos, sobretudo aquando de surtos epidérmicos que diga-se, deveriam ser muitos. Diz a carta que os escravos eram mal sepultados e muitos seriam mesmo lançados na lixeira Cruz da Pedra na actual, Rua Marechal Saldanha que está no Caminho que vai da porta de Santa Catarina para Santos, ou para a praia, onde ficavam à mercê da voracidade dos cães. Posso imaginar a nojeira que era nesse então.

Se falar de Paris daquele tempo talvez tenha uma visão ainda mais aterradora se rebuscarmos nas Tulherias esse então tão revolucionário aonde os cavalos relinchavam entre valas escorrendo negrura para o rio Sena; por este motivo os franceses apuraram cheiros tornando-se os melhores fabricantes de perfumes. Esses tempos medievais eram tão nojentos que o ar era empestado pelas fezes dos muitos cavalos que talvez aos milhares salpicavam o agora Arco do Triunfo ou os Campos Elísios.

lisboa1.jpg Foi no dia seis de Janeiro que obtive o visto de residência no Brasil e, com a assinatura dum tal senhor adjunto do Cônsul de nome M. Novaes que me pareceu muito cheio de nove horas. Nesse então já era proprietário há três anos de uma casa na Praia do Francês. Bom! Mas vamos então à descrição muito parcial do livro do dia e sem maka porque diz um provérbio do Catambor da Luua que em maka de brancos, só os burros se metem! E, assim chegamos aos engenhos de assucar num mês de Agosto, a altura certa da moagem da cana.

A moagem tinha início logo pós o despontar do dia e ia até o pôr-do-sol; durante os três meses de trabalho intenso tudo teria d funcionar como um relógio. Quando algo corria mal, haveria sempre um culpado a apontar! Munidos de foices, catanas ou facões, os homens cortavam a cana e as mulheres amarravam-nas em feixes de doze unidades. Cada escravo era obrigado a cortar diariamente trezentos e sessenta feixes, que as mulheres a seguir, teriam de amarrar.

lisboa4.jpg O sonho da liberdade não se desvanecera, contudo a fuga do engenho só era possível em direcção ao agreste e depois sertão. Kanjila, já por várias vezes vira o que acontecia aos escravos fujões; eles voltavam quase sempre ao engenho, normalmente ao fim de alguns dias, debilitados e até feridos pelas dentadas dos cães de fila que acompanhavam o guardas nas buscas. Vinham carregados de ferros!

eça6.jpg Por último, quando regressavam ao engenho, eram submetidos a castigos no tronco. Eram chicoteados e por vezes ou quase sempre era-lhes aplicado um ferro em brasa na cara gravando-lhes um “F” de fugitivo. Os que não regressavam eram possivelmente capturados pelos índios selvagens e, certamente comidos. Kanjila interrogava-se muitas vezes sobre qual seria a situação do seu reino do outro lado da kalunga.

E, sempre que chegavam novos escravos ao engenho, procurava sabe por eles, notícias da Matamba, do seu Kongo de N´Dongo mas nem sempre com resultados pois que ou eram de Minas, gente do Zaire, ou Muçulmanos e, muito raramente da sua etnia. Assim pensando e metidos num atoleiro apareceu o capataz, um encorpado mulato mazombo que por via deste empate e quebra de rendimento, logo o ameaçou levar ao pelourinho, o tal tronco das calamidades…

lisboa5.jpg Assim e afastando-se o capataz ainda deu para ver seu sorriso maldoso, batendo o chicote no cano alto de sua bota. Naquele engenho era prática em cada qual fazer sua comida, farinha de mandioca, feijão de corda numa mistura de charque trazido das terras do sul, Cisplatina; Pampas aonde havia muitos animais em estado de soltura. Hoje podemos apreciar esta carne na forma de sarapatel ou carne de sol mastigando por vezes gengibre em defesa dos muitos infestantes na forma de parasitas; este costume ficou e, recomenda-se quando se come o tal de sururu (mabangas da lagoa…).

ADENDA DO PROFESSOR  JÚLIO FERROLHO

julio2.jpgGostei muito desta crónica tropical-afro-lusa do nosso Soba mas a questão (do Poço dos Negros) é muito polémica. Interessei-me por esta matéria porque vivi a minha juventude de estudante naquele bairro de Santa Catarina, Bairro Alto, S. BENTO nas décadas de 1960-70. Percorri a pé milhares de vezes nos anos de solteiro e depois de carro a Rua do Poço dos Negros. Há quem afirme que o Poço dos Negros não deve o seu nome ao facto de se atirarem para dentro dele os ditos mortos, mas sim a uns frades. (Devo confessar que não tirei ainda a limpo a Carta Régia de D. Manuel que o António cita). O que é certo é que no séc.XVI, quando Lisboa era assolada por epidemias de peste, sabe-se que o rei D. Manuel mandou abrir valas comuns para recolher cadáveres pestíferos, quer pelo facto das igrejas estarem sobrelotadas, quer para evitar contágios. Sabe-se mesmo que uma dessas valas foi aberta não longe desta zona do atual Poço dos Negros, então área erma na periferia da cidade. Após o concílio de Trento, os dois ramos dos frades beneditinos (patrono mor S. Bento), ordens até então instaladas no mundo rural, começaram a construir conventos dentro das cidades. Os cistercienses, ditos os Brancos dada a cor das suas capas, abriram no convento do Desterro uma "sucursal" da casa-mãe de Alcobaça. Quanto aos cluniacenses, chamados os Negros, por ser dessa cor a sua larga capa, vieram de Tibães e Santo Tirso para a capital. Adquiriram uma enorme propriedade na encosta que hoje chamamos a Estrela, limitada em baixo pelo vale que rapidamente se chamou de São Bento. No princípio da encosta, construíram, a partir de finais do século XVI, um enorme mosteiro, dito de São Bento, que hoje é a Assembleia ds República, que já foi as Cortes e a Assembleia Nacional do estado novo. Como é sabido a zona ocidental de Lisboa foi sempre carenciada de água, pelo menos até D. João V construir o Aqueduto.

kunene.jpgPor isso qualquer nascente era uma bênção. Acontece que os padres Negros, como todos lhes chamavam, dispunham, no limite sul da propriedade, mesmo no vale verdejante, de um poço farto que rapidamente - talvez até para ganhar simpatias - puseram à disposição da vizinhança. Daí, agradecidos, os beneficiários usufruíam a água preciosa que os padres lhes ofereciam, chamando-lhe por isso o Poço dos Padres Negros, ou, para encurtar, o Poço dos Negros. Pela lógica das coisas e dos usos e costumes destas gentes parece-me pouco provável que se atirassem para dentro de um poço com água para beber e cozinhar cadáveres empestados. Acresce que os negros escravos de que se fala eram normalmente batizados pela igreja católica, como era costume e como condição prévia para serem negociados. Não se compreende que se atirassem para poços cadáveres de criaturas crentes de Deus sem os sepultar. Daí a minha convicção de que esses deveriam ser enterrados nas grandes valas comuns que o rei Manuel mandou construir.

J.F.

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O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:11
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Segunda-feira, 10 de Fevereiro de 2020
KALUNGA VII

MOKANDAS XINGUILADAS  - Nosso ADN pode ser sempre relido...10.02.2020

- Xinguilar: Palavra angolana que significa entrar em transe em um ritual espiritual, geralmente ligado aos cultos nativos dos ancestrais de Nkisi/Mukisi.

Por

soba002.jpg  T´Chingange – Desde o Nordeste brasileiro

Tudo indica que alguém assim feito ET ou um ser nosso maior, formou de “modo assombrosamente maravilhoso” o homem, com particularidades extraordinárias. Somos todos variações sobre um mesmo tema, e as combinações são infinitas.

kalunga1.jpg  Ele o ET, o Alá, o Cristo, o Buda, inventou os cromossomas e a genética, decidindo usá-los para dar vazão a toda criatividade, trazendo à existência, a obra-prima: o ser humano. No núcleo de nossas células, há 23 pares de cromossomos. Se combinássemos todo o material genético encontrado em apenas uma delas, teríamos o que se chama de genoma humano.

kalunga2.jpg Nesse, encontram-se todas as informações sobre nossa natureza física, bem como boa parte da ‘"programação" de nossa personalidade e de nossas emoções. Em cada célula, nesse genoma, há 80 mil genes, codificados nas espirais densamente entrelaçadas que constituem o ADN, que contêm três bilhões de pares de aminoácidos.

kalunga3.jpg O código do ADN de cada indivíduo é diferente dos demais - Nessa exclusiva referência a respeito de Si como “humilde de coração”, vivemos na cultura da “autopromoção”, da “defesa dos próprios direitos"... Desta “preocupação em se ser o primeiro” ou de “ganhar por intimidação”, a serviço do seu EU, o que não dá para entender é que essa tal atitude é precisamente o que mais destrói nossa paz.

ADN3.jpg Estamos tão ocupados em nos defender, em nos promovermos ou manipular outros em nosso favor que nos programamos para uma nova guerra a cada novo dia. Mas o egoísmo pode ser muita coisa, menos algo novo porque: - A Grécia dizia: “Seja sábio, conheça-se a si mesmo”! ; Roma ordenava: - “Seja forte e disciplinece-se”! ; O judaísmo insistia: - “Seja bom e ajuste-se à lei"!

ÁFRICA7.jpg A educação oriental diz: - “Seja hábil, expanda seu universo"! ; O materialismo apregoa: -“Seja possessivo, realize-se em possuir" e, o humanismo ensina: “Seja capaz, creia em si mesmo.” Deste modo lá terei de recordar que Cristo ensinou ao mundo algo diferente - foi o que li!: “Seja altruísta, vença o egoísmo, subjugue a inclinação de explorar os outros e ‘tirar vantagem em tudo’. Não vejo mal algum em recordar isto!... E, porquê? - Porque em nossa sociedade o “ganhe-tudo-o-que-poder”, é um conceito de vitória...

O Soba T' Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 18:09
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Domingo, 9 de Fevereiro de 2020
MISSOSSO . XL

MISSOSSO NORDESTINO09.02.2020

Não é de hoje que algumas pessoas acreditam que os ET´s ajudaram a povoar a Terra … Piratinga, talvez fosse um descendente do Caramuru ….

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soba002.jpg T´Chingange - No Nordeste brasileiro

No Sertão brasileiro, até enterro simples é festa. Posso explicar noé! O seu Padre com seus petrechos, escapulário e cruz na imagem da igreja, segue passo lento ao som da bandinha de música parecendo todos uma nação Maracatu…

maracatu0.jpg Com chapéu de couro de boi de Gravatá, seu senhor pároco de alpercatas, dava forma e mote às ladainhas das velhas e mais gente cantável. Assim, parecendo uma procissão sensata de encher a estrada de pó e, rezando misérias a caminho de o serem riquezas, caminhavam…

As riquezas eram daquelas de não haver mais crimes, nem ambição nem mesmo sofrido sofrimento pedido na glória do perdão do mundo. Espraiando seus sofrimentos nas costas de Deus até e na hora de cada uma morte e, com todos respondendo ao mesmo tempo ao padre – ámen!

maracatu1.jpg Nas lembranças com coração tão branco, tão grosso de bom, ele seu Piratinga era um homem de mansa lei, mesmo, mesmo de muita alegre vida vivida. Isso! Caté dava gosto de conversar com ele. Defuntado do agora, seu Piratinga só ficou uma lembrança.

Lembrança balouçada no incenso muito espairecido, feito fogo depois de cinza. Sim. Dizem! Dizem que o diabo, ia em todo seu santo dia lamber o prato no seu quintal juntamente com os gatos negros da Dona Joana com quem estava umbigado. Todo o mundo dizia!

pombinho5.jpg Todo o mundo dizia, falava que o leite dela era venenoso; tudo inveja, acho! Dizem também que comer, beber, apreciar mulher, quase que tudo, para ele, seu Piratinga, era igual!

Agora que se desfaleceu de morte morrida, tem de comer escondido a ouvir suas antigas veias fossurando o riso do ar de seu voado fogo. Assim mesmo neste zunzum de despedida encantoada, se não tem Deus, então a gente não tem licença de coisa nenhuma – nem de morrer, vice!  E, é? É - Nem precisa de se ter razão, nem conhecimento… FUI!

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 13:54
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Sábado, 8 de Fevereiro de 2020
PARACUCA . XXXIV

MULOLAS DE TEMPOS DORMIDOSNão é triste mudar de ideias, triste é não ter ideias para mudar! KIRK DOUGLAS, MORREU08.02.2020

Por

soba0.jpeg T´ChingangeNo Nordeste brasileiro

john0.jpg Entre o entender e o poder do crer lá tive que pagar o condomínio com taxa extra pensando nesta atrasada escrita sobre a morte aos 103 anos do meu amigo Kirk Douglas. Foi no dia seis deste mês de Fevereiro que recebi a notícia directamente dos USA, assim sentado e, sentado fiquei tacitunando-me nas minhas antigas alegrias; alegrias alargadas nos folgados dias de crescimento mazombo da Luua, a capital de Angola.

Relembro o cine Colonial no tempo em que nós nas bancadas também eramos artistas, utentes e autores dumas muita odisseias de participação ao vivo e no escuro; beatas voando como foguetes de alegria por coisa alguma e nenhuma. Um assistente despertava o Kirk duma tocaia de surdina feita emboscada num: - Olha na tua trás, meu! E, num repentemente Douglas virava-se na tela grande e, uma flexa era enfiada bem no coração do bandido, o mau da fita que logo morria, ou fingia! Filme é filme…

john2.jpgAcho que foi no filme “O arco e a flexa” mas, até que pouco importa porque as cowboiadas eram por demais concorridas e, isto era tão usual que sempre saia bagunça de está calado meu grunho e mais de filho da mãe para cima. Eu bem que lhe avisei, dizia o artista espectador exaltado do feito, saltando e estrebuchando em saltos contentes. Um espectáculo de ver! Só mesmo no Colonial Cine de São Paulo de Assunção da Luua.

Claro que estas cenas sucediam com as cowboiadas de John Wayne ou Jack Palance. Cowboiadas de cinco estrelas com o som de pum-pum dos tiros da Rifle Winchester que deram depois lugar às cowboiadas spaghetti do tipo italiano, com Giuliano Gemma aonde os tiros já soavam de txi-pum, txi-pum assim, com eco estriado para além do cano e fazendo nossos mambos de muita demasiada banga ninita e fécula.

john7.jpg Coisas de candengues, de afoitez que se vadiam em fantasiados momentos, muito fartos em invencionices; criacionices só verdadeiras na raiz das falsas almas. E, porque as pessoas não ficam sempre iguais, vão-se no tempo determinando com as mentiras ensinadas e aprendidas na vida como verdades. E, a melhor forma de o dizer é usando nossos termos polifónicos e de só átoa, diacríticos, palavrões que nem sabíamos existirem nas nossas falas.

Ui! - O que a vida me ensinou dá para o gosto, o desgosto e até o contragosto mas o Kirk, sempre foi colocado ao redor dos meus kitucus (mitérios). Enfim! Mocidade é tarefa para mais tarde se desmentir… Nós, com nossos ídolos, limpávamos os ventos que não tinham ordem para respirar e os demais, nós desrodeávamos fazendo esquindiva…

john8.jpg Se não acreditam nestas divagacionices, pulem outro filme! Porque, foram as "20.000 Léguas Submarinas", Spartacus e Ulices entre muitos outros. Posso também recordar o Gregory Peck dos canhões de Navarone, o John Wayne em duelo ao pôr-do-sol e mais edecéteras; Clinton Eastwood, um ator, cineasta produtor  famoso pelos seus papéis de duro em filmes de ação com rifle de repetição. Nossa cultura nesse então era mesmo só do cinema, da praia e farras de quintal; nos intervalos escorregávamos nas ladeiras de asfalto da Luua com nossos carros formula um de rolamentos …

Um dia tal como eles, velhos ídolos, nossas veias farão seus preparos finais. Mas não será por isto que nos aninharemos numa tristeza triste; tristeza de uma raça de homem que o Kirk mais não verá, porque deixou de ser um exorcista do circo, um trapezista. Assim num dia esbarrancaremos nos limbos esfiapados dum vento nesse arrumo de veias, ora quente, ora frio, ora se desfrizando no ar duma exaltação de vida que despairece.

john6.jpg Pois! Que despairece inchada de amor; é assim: -Um dia mesmo que nascido com sol, teremos de conhecer o significado sem requerer desse futuro por conhecer. E, todos ficam assim permanecidos de duvidando de como será até que chegue o tal de seria… Todos seremos legítimos coitados em um tal dia de pororoca (encontro de vagas, rio e mar…) com ou sem arrepio…

fotografo1.jpg A vida é um negócio muito perigoso! E agora, nem me falem de bancos! Porquê? Ora bem - O banco é uma instituição, um negócio que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro! - Pois por tudo isto ando demasiado desconsolado, sabe! Disse eu pra continuar falas comigo mesmo, só pra esquecer o Kirk, meu antigo heroi…

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 13:15
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Quinta-feira, 6 de Fevereiro de 2020
MULUNGU . LXIII

TEMPOS CUSPILHADAS

– Passeando correia sem cachorro no reino da perfeição do M´Puto... 05.02.2020

Por

soba002.jpg T´Chingange – No Nordeste brasileiro

chicor4.jpg De longe, tal como ver uma paisagem das do género “vista panorâmica”, posso ver sombras de definir melhor os contornos ao crime organizado, às regras de diluírem as gravidades dos corruptos e corruptores; assim como feridas na natureza na forma de fogos e minas em céu aberto, em um país já manchado pela tradição de impunidade; da implementação de medidas dilatórias como fábricas de dissolver o mal, amenizando-o até se esfumar no tempo e, na forma de prescrição.

De longe dessa paisagem dum país a que chamo de M´Puto, diminutivo até carinhoso de Portugal, posso ver os tropeços das falas “de quem de direito” numa perfeita tradição de clarear o que sempre me pareceu escuro. Neste maravilhoso país do M´Puto, o tempo até parece estar ao lado, mancomunado com os que roubam descaradamente o nosso património assim seja por via bancos, entre outras manigâncias em que a engenharia financeira é mestra de sábia.

CUCO1.jpg Com esse tempo correndo e, de longe, vejo que se vão arranjando leis a eito, jeito e preceito para quase tudo amenizarem ficando no pouco a pouco e, na forma de paulatinamente, tal e tal crime tornar-se em coisa pouca. Coisa de nenhures que se evapora a partir desse fragmentado estado sólido. Alguns há, que passam daquele estado sólido ao sublimado; esfumam-se sem mais nem porquê e, de jeito, numa lei a contento, sublimando-se assim um crime – fácil!

Nós - “a gente precisa garantir que as decisões de magistrados e procuradores sejam isentas ou, sem a contaminação da política partidária ou ideológica”. Que se afastem todas as hipóteses de manipulação. Acho assim, que deve ser criado uma Comissão de Reconciliação com o povo no sentido de lhe restituir a dignidade e fazer-se justiça num tempo que nunca seja prescrito nem dilatado para lá do razoável.

Deste modo e como se verifica, a justiça só irá dar tiros em alvos bem definidos, alvos sem defesa, débeis ou corriqueiros, ninharices; alguns, só o serão para transparecer e, a justificar o injustificável com manobras avançadíssimas em diversão ou dispersão. As leis, os acordos, os regulamentos, as tretas, sempre chegarão até nós despoluídos por purga ao criminoso, se isso o for de conveniência a quem tem o mando, nesses tais conflitos de interesse. E, nós, o comum dos cidadãos ficamos a “ver navios”; um convénio chato. E, nisto de navios o meu berço - “o Niassa” já nem ferrugem o é!

niassa02.jpg Num dia após outro dia, tudo anda na mesma, como a lesma num poço escorregadio - subindo dois e descendo três conceitos (como se isto se pudesse medir aos palmos); nuns casos, os processos são exíguos, noutros referem ser de “mega processos” como se isso só por si fosse razão para ficar numa de deixa para lá num logo se verá…

E, como a justiça é hábil e ágil com os fracos e tão lerdos com os de alto coturno! Óh gente, gentinha, gentalha da nossa terra, morcões que nada fazem para tudo isto mudar - mudar os paradigmas estabelecidos que são tabua morta e só prejudicam nosso aprumo. Que só servem para os arranjinhos e afins duma qualquer geringonça ou aranhonça.  Até me apetece dizer que vós estais acomodados porque andais ainda a ser construídos.

GALO02.jpg Mereceis, porque sedes coniventes! Depois à boca pequena choramingam-se apelando a Deus como se este não tivesse também mancomunado com as sortes; como se Ele não tivesse mais coisas com que se preocupar para além da mega-sena. Neste torpor os juízes sempre irão fazer prevalecer as leis dos seus pares do avental, dos lóbis dos danados Espíritos, do seu poder extremo mais as rebaldarias de um qualquer Sócrates com mais recursos do que o bicho-da-seda, com infindáveis casulos e rolos de fios que se empecilham… 

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:13
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Quarta-feira, 5 de Fevereiro de 2020
MUXOXO . LIX

VUZUMUNANDO A VIDA NOS MEUS KITUKUS - T´Ching: 04.02.2020

N´gana N´Zambi - Senhor, Deus; Kitukus - mistérios

Nos mistérios do tempo em que as palavras picavam em mim uma grande gastura mas que só o tempo deu justa noção nesse pensar desconjuntado.

Por

soba15.jpg T´chingange na Mulola Nordestina do Brasil

sertão0.jpg Muito só, dez dias atrás, resolvi abrir uma nova página no FB e… recordando este quatro de Fevereiro… Pois é! Abri uma nova página no Facebook com o nome de Profeta Moisés e, como surpresa imediata, um dos muitos pedidos de amizade vinha de Jesus Cristo. Intrigado fiquei uns dias retendo o pedido enquanto ia recebendo muitas outras, gente nitidamente ligada às coisas litúrgicas, eruditos até às pontas dos cabelos.

Gente de muita religiosidade; uns abraçados a santos, outros acendendo velas botando fumo pró céu, e outros ainda mostrando o Espírito Santo na forma de pomba. Fiquei assim a saber que existem aqui mais igrejas do que hospitais e, nas mais diversas formas a começar na Quadrada-não-sei-das-Quantas…

cão4.jpg Assim, assentando os contrafeitos nos factos com dúvidas na forma de gráfico, ora para cima, ora para baixo, fiquei espantado quase no estupefeito quando surge um novo evento: Era Nosso Senhor, adicionando-me como amigo. Belisquei-me para ter a certeza que ainda estava pela terra e fiquei extremamente cauteloso sem saber ao certo o que dizer!

dia155.jpg Lembrei-me em seguida que tinha mencionado dias antes, algo de que Jesus cansado das trapaceirices humanas quis ir para o pé dele, seu Pai, aos 33 anos. Um contador de estórias faz o tempo passar entre os pingos da chuva ajudando a preencher os buracos do ócio ou da árdua tarefa da existência. Fazendo assim gaifonas com as palavras recria um outro jeito de levar a vida, aliviando as tensões que a sociedade nos impõe.

Só falo isto porque minha família é toda ela santa a começar pelos nomes. Eu explico: Minha avó era Madalena Topeta, meu tio Zé era o Cristo de alcunha e meu tio Tonito o nosso Senhor. Não vem mal ao mundo, mas isto sempre me sofragou entre os desprevenidos; Mas, então vou fazer como se em verdade não sou de meio-dia com orvalhos e, que saiba também não tenho essa fraca natureza.

lampião17.jpg Fazendo assim e assado malabarismo com palavras, componho ramalhetes de flores de falas; coisa nenhuma ou frito mais cozido! Por vezes posso ser levado a sério mas, convém sempre reflectir na mensagem subjacente às entrelinhas das boas farsas. Não! Não há boas farsas! Vejamos: Conforme Deus mandou, Moisés lançou sua vara ao chão e ela se transformou em uma cobra, então Faraó chamou seus feiticeiros, que fizeram o mesmo, porém, a cobra de Moisés engoliu as cobras dos feiticeiros de Faraó – gostei!

Mas isto não convenceu Faraó, que por não acreditar em Moisés, mandou aumentar o castigo sobre o povo de Israel mas, o Faraó perdeu em toda a linha com umas quantas pragas. Sei que Deus falava com os demais profetas por meio de sonhos e visões.

lampião10.jpg Nesse tempo, é lógico, não contactavam por telefone, celular ou email ou nesta ferramenta do Facebook lançada só a 4 de Fevereiro de 2004 por Mark Zuckerberg e Eduardo Saverin. Sei porque li no livro sagrado de que o encontro de Moisés com Deus foi real e em 3D e, não um encontro indirecto, casual ou virtual mas, neste mundo conturbado de agora, tenho receio que não seja este, o mesmo Deus venerado por bilhões, muitos mais do que os utilizadores do Facebook. Fiquem com Ele…

O Soba T´Chingange

 


PUBLICADO POR kimbolagoa às 16:48
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Segunda-feira, 3 de Fevereiro de 2020
KALUNGA . VI

MOKANDAS XINGUILADAS

- A DOENÇA DA DEMOCRACIA E A ECONOMIA DA CORRUPÇÃO – 03.02.2020

- Xinguilar: Palavra angolana que significa entrar em transe em um ritual espiritual, geralmente ligado aos cultos nativos dos ancestrais de Nkisi/Mukisi.

Por

soba24.jpg T´Chingange – Desde o Nordeste brasileiro

n´tundo2.jpg Undenge ami mu moamba – já passou! Agora que todos falam, que todos partilham despilfarros dos milhões alheios, gostaria de ter uma conversa com meu amigo General Emérito FK, retirado das manobras de engenharia financeira, nas trocas e baldrocas mais os desvia na forma de roubo capiangado na sua cada vez mais longínqua N´Gola. Falo claro, da já muito badalada Isabel dos Santos a filha do presidente “Edu da ínclita geração”, segundo na linha do tempo e primeiro na forma de roubos qualificados.

Isabel dos Santos a mulher mais rica de África, assim se tornou por mágica de expontânea vontade e a partir do nada. Agora muito cobiçada, dizem e desdizem como se tudo fosse um equívoco de devaneio mas, descrito por ilustres personalidades do M´Puto e não só, como uma odisseia levada a cabo por uma respeitável e inteligente senhora engenheira.

Falas impregnadas de numa pegajosa e conspurcada subalternidade e, com vistas demasiado largas para não se vislumbrar as muitas irregularidades. Tudo muito natural nas habituais práticas de governação em África mas que em Angola tomou foros de um poder nunca visto, imaginado ou mesmo adivinhado. Anseio a presença deste meu amigo General Emérito Fala Kalado pelo facto de também ele ser perito nestas pisadas agrestes…

n´tundo1.jpg Falcatruas iniciadas em candengue num estágio único de saltar hortas para roubar gajajas, sape-sape, maças da índia e goiabas; roubo de formação, um estágio primário em que também participei, diga-se… Em idos tempos de colónia de quando o kumbú era tão por demasiado caro que sempre dizíamos de kitare malé. Isso!

Nesses idos tempos em que nem nunca falávamos em milhões; esse mesmo em que havia brancos e negros trabalhadores morando de vizinhos, carpinteiros, serventes, comerciantes ou funcionários raspando a vida do mesmo jeito: trabalhando! Tempos em que os jornalistas escreviam nos jornais. Jornais que eram até de muita importância, de valia quase vital porque nesse então.

Naquele nosso velho tempo os jornais tinham três funções: leitura, limpeza do fiofó ou para embrulhar nas mercearias o feijão, milho, fuba ou qualquer outro tipo de cereal; tempos em que nem se pensava numa tal de AZAE, reguladora de quase tudo no M´Puto. Eram tempos de banga de um estilo muito próprio. Um tempo em que Deus comia escondido atrás de um nem sei quê, e o diabo saia por tudo quanto era canto lambendo pratos.

namib3.jpg Tempo em que as palavras picavam em mim uma grande gastura mas que só o tempo deu justa noção nesse pensar desconjuntado. Tempo ainda de antes de surgir o transístor e andar na praia com o rádio colado na orelha pra fazer furor entre os amigos “pitos calçudos” da Luua; bangar mesmo… Assim botando tudo numa caixinha de sapatos junto com fotos, bilhetinhos de amores e mambos que o tempo desexistiu porque, sim, porquê!?

Ora! Porque era novo e o inferno já era velho só que não sabia mesmo, nem mesmo lhe podia adivinhar. Oh! Ngana Nzambi! Numa de lama, kapiango pés de patranha, engenhosa máquina infernal, Mwangolè edificam-se em poleiros de nossos antigos celeiros. Ué-ué! Agora muito provido de ideias, de noções de ruindades ate entrelaçadas nos restolhos, de conceitos assim, escapulo-me entre espaços, nos chinguiços do tempo que nunca chegaram a madrugar.

nauk11.jpg Porquê? Ora porquê, porquê! Porque a vida é muito perigosa. Ximbicando n´dongo feito canoa nos cânticos de bela kianda feita kapota assento-me naquele lugar que consolava naquele então o meu kituku de dilulu; minha kalunga. Assim, eu esbanjado na noção do tempo e muito farto, cheio de “excessos de ideias” que assim ficou desse jeito: Num tempo em que tudo desaconteceu! Esse filho da mãe, esse mesmo de General FK só está assim de calado miudinho com seus matrindindes saídas da Welwitschia Mirabilis.

nauk01.jpg Terei de ir a Garanhuns de Pernambuco e sentir de perto esse novo segredo que me trás encafifado… Na Welwitschia Mirabilis, que ele chama de N´Tundo com o tempo, as folhas podem atingir mais de dois metros de comprimento e tornam-se esfarrapadas nas extremidades. É difícil avaliar a idade que estas plantas atingem, mas pensa-se que possam viver mais de 1000 anos. E, aqui está o busílis, há uns pequenos escaravelhos que são atraídos do nada até elas; escaravelhos do género de matrindindes, que levou o FK a os explorar e retirar deles, algo precioso! Vou ter de descobrir – malembelembe…  

:::::

GLOSSÁRIO

Mwangolé – Que manda em Angola, os donos do pedaço; Banga: estilo;  Dilulu - de sabor amargo; Kalunga - mar; Kumbú: dinheiro; Ngana NZambi - Senhor, Deus; Kapiango – roubo; Kapota. Galinha de Angola; Kianda - sereia; Kituku - mistério; N´gana N´Zambi - Senhor, Deus; Malembelembe - muito devagar, Undenge ami mu moamba - minha infância de muamba.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 21:40
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MUJIMBO . CXII

Matumbices do T'Ching... 02.02.2020

KIBOM é um sorvete! - BALEIZÃO era e é ainda um gelado... KAICÓ é gelo com açúcar!

Por

soba15.jpg T´Chingange – No Nordeste brasileiro

CUBA LIBRE.jpg Karl Marx gostava de Kaicó! Com sua balalaika de vestir, referia-se ao “novo homem” que deveria emergir do triunfo da ideologia comunista. Isso aconteceria depois do triunfo histórico dos oprimidos sobre os opressores. Mas, que tem o Kaicó a ver com comunistas? É que eles também gostam do Olá e do KIBOM!

A criação do novo homem, para Marx, era vista puramente em termos materialistas. O “novo homem e a nova sociedade” seriam possíveis apenas pela derrota do capitalismo. Os meios de produção como fábricas e terras, por exemplo, não deveriam ser propriedade de uma pessoa, mas de toda a sociedade. Pois é! Alguns aproveitaram-se…

cuba libre3.jpeg No marxismo, para se chegar ao “novo homem”, é imperativo que se transformem primeiro as condições externas dos oprimidos. A história, contudo, não está do lado da visão marxista do homem - Danou-se!?

Em cada lugar em que sua revolução foi vitoriosa, quer na Rússia, na China ou em Cuba, o que se verificou não foi o surgimento do “novo homem", mas o surgimento do “novo opressor que curiosamente também gostam do KIBOM... Acho que Maduro da Venezuela, também gosta! Qual o problema do marxismo? Ele é vítima de uma visão superficial do homem porque não leva em conta o pecado... E, o mundo começou com pecado, lembram-se!

fifa3.jpg A única coisa que Nosso Senhor disse para não fazer, comer a maça - eles fizeram! A culpa é do Adão, NOÉ?! Da Eva, também! Comeram o fruto proibido não passando no teste da confiança! É por isso que agora andamos assim, desconstruídos... A auto emancipação do marxismo falha porque espera, ao mesmo tempo, muito e muito pouco: muito do homem, que consistentemente transforma sua capacidade criativa em fins de poder e, isso revolta alguns! É porque alguns são mais iguais que outros, NOÉ!?

cuba libre2.jpeg Assim, antes de sermos brancos ou negros, ricos ou pobres, educados ou sem estudo, somos criaturas que gostamos de Kaicó, de Olá, de Baleizão ou de KIBOM sem termos de ir à loja do povo solicitar solicitudes! E, porque hoje é segunda-feira amanhã forçosamente será terça feira!? Com ou sem comunistas o tempo continuará, sabem! Elementar - Tomara que não chova, chuva molhada... Amanhã penso comer um KIBOM como se fora Baleizão... Mas, Cuba - nunca mais!... Só mesmo a Cuba libre

O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:39
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Sábado, 1 de Fevereiro de 2020
A CHUVA E O BOM TEMPO . CIV

TEMPO DE CINZASMEDITAÇÕES DO T´CHING 01.02.2020

No último dia do BREXIT… Se Deus salva as almas, e não os corpos, teremos de ser nós a resguardarmo-nos porque nem sempre é necessária a culpa para se ficar culpado…

Por

soba15.jpg T´Chingange – No Nordeste brasileiro

angola colonial.jpg Afinal, a libertação por entrega de Angola no onze de Novembro de 1975, serviu a quem? Se serviu ao povo como seria lógico, nada do que acontece hoje nos levaria a depreender que passados que são 44 anos e picos, o que mudou na vida da maioria, não dá para se notar na qualidade de vida; Mas, então porquê? Porque a independência, serviu e continua a servir um sem fim de cidadãos que se firmaram como elite - uma gangue que com sua duvidosa integridade, gerem a Nação.

Eles são oficiais generais, juízes, gestores de entidades públicas mais afins e governantes em geral que se auto elegeram (sem o aval do povo). Se existe uma nomenclatura de gente dita capaz, deveria agora e no ano de 2020 ser visível o estado da Nação Independente com as condições requeridas, de sempre se estar melhor do que no tempo em que era colónia, certo! No ensino, na agricultura, na economia em geral, na  vialidade e na forma de governação.

angola na moda1.png É lícito perguntar agora: - Afinal para além de mudarem o visual na capital com atropelos ao património, diga-se, o que é que mais fizeram de Cabida ao Cunene na forma de melhoria no dia-a-dia das pessoas? A reposta é um quase-nada se levarmos em consideração o grande potencial da riqueza soberana de Angola. Agora há gente incompetente que simplesmente baralha as normas de decência; o Mundo está estupefacto e, os que nada dizem é por incesto de interesses com compadrio aberrantemente nojento – caso do M´Puto com gente que se diz ou pretende ser ilustre; até admirada. Não é de espantar agora que a antiga metropoke, o M´Puto, seja a terceira foça corrupta da Europa...

ANGOLA7.jpg E, se foi para formarem uma elite de gangues no sentido de explorar as riquezas à revelia dos interesses do povo não se justificaria na prática a mudança de mãos pelo simples motivo de a grande maioria não se rever nisto! Ficou-se livre da canga colonial mas, e agora… Agora e antes podemos verificar uma usurpação sistemática às riquezas que deveriam ser quinhão de todos.

E, o povo não se pode rever nisto, no descaso e procedimentos que a todos mancham e, também porque o Mundo diz e muito bem: Eles não são capazes - os cabos de guerra ficaram oficiais, os auxiliares viraram directores, os advogados venderam ao desbarato sua já fraca reputação, os políticos floresceram na mediocridade. E, os que nada dizem, pensam!

araujo42.jpg As sequelas económicas foram proporcionando uma muito periclitante senão ultrajante qualidade de vida para o angolano – com mágoa o digo! Posto isto, o povo deve debelar-se por forma a substituir de raiz todo esse mal que o MPLA de forma premeditada, e sofismadamente ardilosa e sistemática numa orgânica ultra mafiosa, fez crer ser o Deus da salvação; ou nós ou o fim, como se não houvesse alternativa mais credível no panorama nacional. Um puro engano!

Rosa Coutinho e Melo Antunes entre muitos outros, agentes do comando intitulado de “descolonização” não mais fizeram do que a entrega de um manancial de riqueza a uns quantos filhos da mãe postos a propósito à frente dum governo previamente escolhido. Quem? O MPLA! A descolonização, posta assim e na prática sequente foi uma farsa pura feita falácia trabalhada a contento pela corja de políticos portugueses, provocando uma guerra e proporcionando um despropositado saque com sequelas ainda por apurar.

ANGOLA10.jpg As chaves de Angola foram entregues a quem não estava preparado para ser porteiro quanto mais tutor. Todos, sem excepção fomos enganados de forma vil ou torpe. Posto isto faz-se destas falas, um documento apócrifo mas sentido, para consciencializar quem com direito e com a requerida capacidade, derrube o governo na terceira geração de ilegalidade na pessoa de JL. Deste simples modo “declaro” a rebeldia total a fim de ultimar esta tirana postura de governação.

E, que seja reconhecido como “Libertador” do hacker (nome giro) Rui Pinto, indevidamente preso no M´Puto – Chega de mordaças! João Lourenço, o presidente da burlesca trupe em terceira geração, até se poderá regenerar se, se anuir a esta mudança com um mas, sem nunca poder chegar a “Santo”.

chaves0.jpg Nisto de uma Angola-de Faz-de-Konta, convêm relembrar aos mwangolés ressalvarem de culpas tinhosas os que de forma inesperada tiveram de sair do território como se fossem os maiores tiranos naquele ano de 1975. Nenhum suposto “chicote” de capataz branco, feriu tanto Angola como o que estes algozes do mando fizeram e, ainda fazem. É tempo de se aclararem mentiras e palavrórios mal usados ao longo destes 44 anos depois das metralhas cantarem a ”vitória ou morte” no largo Diogo Cam. Nunca falei tão certo como agora (tarde piaste…)…

Do Soba T´Chingange         



PUBLICADO POR kimbolagoa às 09:55
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Temos um Hino, uma Bandeira, uma moeda, temos constituição, temos nobres e plebeus, um soba, um cipaio-mor, um kimbanda e um comendador. Somos uma Instituição independente. As nossas fronteiras são a Globália. Procuramos alcançar as terras do nunca um conjunto de pessoas pertencentes a um reino de fantasia procurando corrrigir realidades do mundo que os rodeia. Neste reino de Manikongo há uma torre. È nesta torre do Zombo que arquivamos os sonhos e aspirações. Neste reino todos são distintos e distinguidos. Todos dão vivas á vida como verdadeiros escuteiros pois, todos se escutam. Se N´Zambi quiser vamos viver 333 anos. O Soba T'chingange
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