"PAIXÃO DE CRISTO" - FLOR DE MARACUJÁ
- Crónica nº 3065 - No dia de Nossa Senhora da Aparecida – Brasil – 11.10.2020
A "Paixão de Cristo" é de origem Tupi-Guarani e tem o nome gentílico de "murokuia”
Por
T´Chingange – No Sul do M´Puto, Al Garbe
Hoje, domingo, fiquei por casa como é habitual cuidando do jardim e de mim, transpondo lantanas (cocó de galinha) de um para outro lado. Andei subtraindo anseios descompostos ao redor do alpendre olhando as flores, pensando num tal de Covid - Coronavírus que ao contrário das flores lançam feromonas de peste negra. Sucede que trouxe do Brasil uma espécie de maracujá de fruto grande no tamanho, assim como uma laranja média, de superfície lisa e amarela.
Acontece que a polinização desta flor de “Paixão de Cristo” só é feita por um zangão, besouro grande de cor preta e, com as costas rugosas ao jeito de lixa e, aonde se lhe agarra o pólen amarelo em bolas peludas bem na ponta duns estiletes e na forma de bengala saindo do centro da “Paixão”. Desconheço a existência destes besouros no M´Puto e, porque as flores se murchavam e “pecavam”, caiam sem dali sair a tal bolinha candidata a fruto, pelo que decidi ser o besouro da “Paixão”.
As flores amarelecem numa tristeza e caem de desgosto sem dar o fruto desejado, o maracujá. Cabe a mim ser o besouro. Vai daí, peguei no pincel e, de flor em flor polinizei a paixão em todas elas. É isso mesmo; o besouro que no Brasil é habitual deve ter metido férias intercontinentais pois que não apareceu. Não é de tanta surpresa assim porque, até as pessoas num repente tiveram de se recolher ao medo. Quanto ao besouro presumo que ande envolvido em exigências sindicais ao Nosso Senhor e, sem recurso aos passaportes GOLD, hoje, num fim-de-semana decerto andará por outras latitudes, ou ainda, agendando data para renovar seu passaporte daqui a uns 3 meses…
A "Paixão de Cristo" que é de origem Tupi-Guarani e tem o nome gentílico de "murokuia" porventura terá de meter uma cunha a quem de direito para ter as mesmas prerrogativas dos jogadores de futebol que saltam de um lado para outro num esforço gigante para nos alegrarem a pasmaceira corriqueira…
Uma abelha normal não tem envergadura para poder captar o pólen dos 5 estiletes amarelos em forma de chapéu oval. A flor, também faz lembrar uma daquelas condecorações que só os heróis têm o prazer de ostentar ao peito. Então, serei eu esse herói da paixão, um cazumbi de besouro; Nesse efémero feitiço, a mangonha do domingo festejou a primavera em tempo de Outono com 29 graus à sombra.
Pretendia falar da adiafa dos moirões mas ficará para mais tarde. Estamos na era do medo, na meia curva crescente da segurança divina, protector invisível da fé e, vamos ficar assim inexoravelmente, todos os dias, prisioneiros… Vendo os gráficos e comparações e esperando um tal de besouro – vacina que nos polinize. A sociedade anda a ser desconfiada; poucos acreditam numa bondade de se obter resultados sem nada se dar em troca, porque não é usual tal fenómeno. A mentira surgiu no decorrer dos tempos Antes de Cristo e Depois de Cristo; sofisticou-se nos últimos tempos e até se tornou banal tomando conta das normas de relação entre as pessoas, instituições…
E, até por vezes em uma necessidade de sobreviver entalada entre o certo e o preconceito. Os desvarios criativos surgem quase gratuitamente com o condão de demasiada astucia ou fantasia para fazer valer sua política, sua versão. Todos os santos dias somos bombardeados nos meios audiovisuais com inverdades seguindo uma máxima de que, o que interessa sãos os fins, usando variados métodos e princípios…
A democracia perde-se no labirinto das manipulações e interesses, não diferindo em nada das piores regras dos passados maus governos. Assim na banga de estilo, o governante XIS, baloiça seu parecer numa rede de interesses, fazendo bafunfa nas periclitãncias do pormenor; surgem excrescências sociais, um montão de actos que parecem normais ou superficiais mas, que se tonam por adivinhação em armas de desarmonia assim seja pelo medo ou por suposição e, fechamo-nos voluntariamente na nossa prisão, nossa própria casa, orgulhosamente nossa sem a necessária murukuia – Paixão de Cristo em língua Tupi-Guarani…
O Soba T´Chingange
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