MULOLAS DO TEMPO . 9 – 17.10.2020
Nós, bazungus na Cidade de Livingstone – Zâmbia border… 14º dia
Óh mundo de túji e, ainda temos de atravessar a Zâmbia para chegarmos à Tanzânia…
- 04 de Outubro de 2018 – Quinta-feira … Crónica 3070
Por
T´Chingange – No M´Puto
Com um interregno de dois anos, volto a falar na ODISSEIA HAJA PACIÊNCIA – NINGUÉM É SANTO e, desta feita estamos no 14º dia a atravessar a ponte que liga o Zimbabwé à Zâmbia. Querendo levantar dinheiro na caixa electrónica em moeda local, o KWACHA tenta e tenta e nada, o estrupício da máquina estava ali só para instituir civilidade mas, as tentativas foram em vão. Eu e Dy (O melhor condutor de África…), lá tivemos de ir ao hotel mais próximo desse lado da Zâmbia para levantar dinheiro em KWACHAS. E, vai daí, metemos as kinambas a andar até chegar ao hotel Royal Livingstone hotel.
Foi aí que levantamos um bom pacote de kwachas no Absa-ATM situado quase ao lado da Livingstone Way. Eram talvez uns dois quilómetros mas, para mim pareceu-me ser no cu de judas; reparando que havia um largo com táxis e porque Dy ia em jeito de gazela, resolvi perguntar ao chofer bafana quanto era em dinheiro ir à tal caixa indicada e voltar à alfândega. Resulta então que o regresso já foi de táxi a cair aos bocados. Recorrendo aos meus papéis de cor laranja posso relembrar os preços: 600 Kwachas por visto de passaporte e 20 dólares pelo carro transitar no país.
Ao táxi border demos 100 kw e ao bafana que se intitulou de guia demos 50 Kw. Nas fronteiras de África há sempre uns quantos bafanas a oferecer-se como guias–solicitadores para preencher papeis e diligências, coisas dum mundo ainda por descrever, solicitudes de sobrevivência. Os cambistas kinguilas são às dezenas, chatos como a potassa a falar todas as línguas e mais estalidos de muxoxos sonoros como a destratar os t´chinderes. Foi o que senti e, não posso aldrabar-me só para agradar quem me lê.
Muito papel, muito solicitador, muita burocracia tonta e, muita falta de paciência. Tivemos de lavar as mãos supostamente em um desinfectante que me pareceu ser da pura água do rio Zambeze e depois ficamos por um tempo rápido em frente a uma câmara a fim de medir a temperatura por via da malária; posso ver um écran tipo TV com várias cores que se desfazem a partir de um inicial arco-íris. Pode até ter sido para detectar gente com SIDA. Daqui, podiamos ouvir sempre o barulho das quedas, cataratas que caem do lado Zambiano em uma grande extensão.
Chegamos à Zâmbia border às oito horas. São já 10,45 horas e ainda aguardamos despacho ao visto do carro Jeep Nissan BV-889-GP-(ZA). 11,45 horas, recomeço da rota pré definida de acordo com a informação recolhida no Rest Camp Victória por um português a residir há muitos anos no Zimbabwé e, cujo modo de vida era vender peles de animais aos turistas. Podemos ver a carroceria de sua carrinha tipo Chevrolet cheia de peles já curtidas de vários animais mas, sendo maioritariamente de zebras.
Pela estrada T1, aqui chamada de Musi-Ao-Tunya, seguimos em direcção a Lusaka tendo ficado no lugar de Mazabuka. Passamos por lugares de longas savanas ora de mata seca e rasteira e com árvores de algum porte nas bacias dos rios que iam aparecendo em nosso percurso. Passamos por Kalombo, Choma, Mouze e, em fim de tarde assentamos bivaque em um Lodge Sucre-In, um conjunto de casas e bungalows pertencentes à Companhia de Assucar da Zâmbia.
Podíamos ver aqui grandes extensões planas com canavial sacarino. Ficamos em dois treileres equipados com ar condicionado ao preço de 400 Kwachas por treiler, com pequeno-almoço incluído (sensivelmente 30 Euros). Este percurso desde as Cataratas Victória até aqui, foi bem cansativo pois que não podíamos ir além dos 80 a 100 quilómetros por via de haver muito trânsito e estarmos condicionados por vários e longos camiões que transportavam barcos para os lagos Tanganica e Vitória mais a norte.
Neste percurso monótono do 14º dia, comi em um restaurante de estrada um “T-bone end chips” que veio exageradamente torriscado! Os restantes companheiros preferiram nada comer porque pelo trejeito tiveram algum asco. Assim com egos demasiado exultantes, fiquei com a nítida impressão que era eu o mais preparado para estas peculiaridades da vida em áfrica (a betoneira…). Entre afrontas de prosápia lá fui roendo irascibilidades alheias numa odisseia de paciência…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
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