Quarta-feira, 31 de Março de 2021
N´GUZU - XXXIX

CONHECER O BRASIL – CANDOMBLÉ O culto dos santos, promessas e bênçãos, bentinhos e patuá com bolsas de mandinga, o feiticeiro…

- Crónica 3134  - N´Guzu é força (Kimbundo) - 31.03.2021

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Por soba15.jpg T´Chingange – No Algarve do M´Puto

Em torno de cânticos e ritos, temos animais para sacrifícios, alimentos, velas e, um altar com Nossa Senhora e do Senhor do Bomfim, muitos tambores chamados de macumbas e ervas mais amuletos para o preparo de banhos. Assim, envolto nesta superstição africana chamada de candomblé, também conhecido por Xangô em Recife e Alagoas, aqui me encontro com descendentes de ancestrais africanos; Um culto organizado oriundo dos escravos e libertos do tempo Imperial brasileiro, trazendo as crenças do sobrenatural de outras vidas e outros lugares. 

No Rio Grande do Sul estes eventos são chamados de batuque com muitos e diferentes sons de tambores animando o culto dos santos, promessas e bênçãos, bentinhos e patuá com bolsas de mandinga, o feiticeiro que fala coisas num Idioma africano de nigero-congolês ou coisa assim, linguajando felicidades de sorte e protecção com manuseio de objectos com poder.

quilombo4.jpg Numa perspectiva actual poder-se-á definir o candomblé como uma das maiores instituições religiosas criadas pelos afro-brasileiros na Bahia desde o início do século XIX, quando pela primeira vez foram feitas referências a essa expressão em documentos policiais. Assim, com a cumplicidade de vizinhos próximos aos quilombos, foram localizados em alguns bairros citadinos líderes de rebelião ligados a estas irmandades religiosas Xangós com macumbeiros.

A vitalidade destas crenças com extraordinária resistência, tomaram grande impulso a partir da data de abolição da escravidão no ano de 1888 - (A Lei Áurea, oficialmente Lei n.º 3 353 de 13 de maio de 1888, foi a lei que extinguiu a escravidão no Brasil). Os candomblés do século XX já um pouco modificados após a morte dos velhos africanos, tornaram-se uma das maiores manifestações desta religiosidade tendo como base de afirmação a especifica identidade com o culto aos orixás e santos católicos.

quilombo3.jpg Através dos seus ritos, executavam festas, iniciações e incorporações dos santos com cânticos e tambores sagrados de diferentes tradições tais como o jeje de tradição daomeana e os n´golas de cultura banto a juntar aos nagôs, os mais autênticos na tradição africana da Bahia. Verificando-se diferentes tipos de candomblés, não impediram no passar dos anos a união tecida entre crioulos, escravos, homens livres, entre negros e brancos de alguma posse e, até autoridades.

A fim de lutarem contra a opressão e discriminação, os afro-brasileiros criaram com tolerante flexibilidade os cultos como uma reinvenção cultural de negociação dos negros, como se o fora, uma representação politica As autoridades da época viam estas agremiações como seitas de bárbaros costumes religiosos a que designavam de calundus, baseando-se na suspeição de que havia neles a prática de feitiçaria.

quilombo1.jpg A base institucional para a censura aos candomblés ancorava-se no artigo 179 da Constituição fixando a condição para exercício desse direito, que garantia a “todos” a liberdade religiosa no respeito à religião do Estado e à “moral pública”. Foi a partir de 1830 que legislaram sobre a proibição ou o cerceamento de candomblés, batuques, zungus, maracatus, “danças de pretos e casas de fortuna”.

Entre os muitos “feiticeiros” da Cidade do Rio de Janeiro no século XIX, destacou-se na década de 1870 um tal de Juca Rosa, um famoso curandeiro e adivinho. Em suas cerimónias havia práticas de diferentes origens como iorubás, católicas e bantas. Sua casa-terreiro, era frequentada por muitas pessoas, em geral negros e pobres, mas também representantes da elite. 

Bibliografia consultada: Brasil Imperial de Ronaldo Vainfas

Crónica publicada em KIMBOLAGOA do FB a 29.03.2021

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:29
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Domingo, 28 de Março de 2021
N´GUZU . XXXVIII

CONHECER O BRASILQuilombos ou Mocambos, uma forma de resistência à opressão esclavagista…

Crónica 3133  - 28.03.2021 - N´Guzu é força (Kimbundo)

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Posoba24.jpg T´Chingange – No Algarve do M´Puto

A resistência e opressão escravista com fuga e formação de grupos ficaram conhecidas na história do Brasil como quilombos. A conjuntura do século XIX conferiu algumas características específicas aos Quilombos do Brasil monárquico, Imperial. Se os quilombos sempre estabeleceram algum tipo de relação com a sociedade escravista, no século XIX essa interacção fez-se ainda mais notória por via do desenvolvimento económico e social.

No que concerne ao crescimento das cidades e da população dita livre e pobre, de uma maneira geral, originou o surgimento de uma opinião pública antiescravagista que, posteriormente deu origem a vários movimentos abolicionistas. Alguns quilombos organizaram-se próximo a grandes cidades, como os quilombos de Iguaçu, no Rio de Janeiro.

quilombo2.jpg  No século XIX, escravos aquilombados, beneficiando da topografia da região, criaram acampamentos provisórios às margens dos rios Sarapuí e Iguaçu, áreas cercadas por matos e manguezais. Mantinham assim contactos permanentes com barqueiros, taberneiros, mascates e comunidades de sanzala das fazendas vizinhas, fazendo desta forma, chegar seus produtos aos mercados da cidade.

O Quilombo do Malunguinho, nas proximidades do Recife, reuniu não só escravos fugidos, mas também índios e brancos fora-da-lei, entre os anos de 1817 a 1835. Numa organização mais militarizada, esses quilombos mantinham-se nas matas do Catucá por quase duas décadas; estabeleceram assim uma série de relações de apoio com sectores da população que os acoitavam, informando-os sobre os movimentos das tropas, os ditos macacos com quem até, negociavam.

quil5.jpg Os quilombos oitocentistas um pouco por todo o lado e, próximo a pequenos povoados e fazendas, seus membros formavam grupos que viviam do saque dessas áreas vizinhas provocando até relações não amistosas com os escravos residentes. Quilombos maiores e mais afastados de regiões habitadas, possuíam em geral uma economia própria negociando seus excedentes como se fossem vulgares camponeses.

Em áreas de mineração, os quilombos combinavam agricultura de subsistência com o garimpo mantendo relações de colaboração com as comunidades de escravos das sanzalas bem como com vendeiros e taberneiros das vilas e cidades. Milhares de quilombolas maranhenses envolveram-se directamente nas agitações políticas da população livre da província após a independência, com intensa participação nas lutas da Balaiada entre 1838 e 1841.

quilombo4.jpg  No extremo norte do país, organizados em comunidades camponesas, protegidos pela imensidão das matas amazónicas, faziam chegar à costa seus produtos por via fluvial alcançando também os quilombolas independentes do Suriname por intermédio de grupos indígenas, índios. Em 1838, a fuga colectiva de centenas de escravos liderados por Manuel Congo para as florestas próximas de Vassouras, no Vale do Paraíba, resultou na morte do seu líder por enforcamento, condenado pelo crime de insurreição.

A repressão os quilombos consumia milhares de capitães-do-mato e a maior parte dos efectivos das força policiais e volantes das cidades e vilas. As fugas em massa multiplicaram-se nas décadas de 1860 a 1870 sendo mais notórias na última década da escravidão estabelecendo ligações com diversos grupos abolicionistas. O Quilombo urbano de Jabaquara, em plena cidade de Santos, constituir-se-ia no símbolo mais poderoso dessa aliança entre escravos fugidos e movimento abolicionista, determinante para a abolição definitiva no Brasil com a assinatura da Lei Áurea a 13 de maio de 1888.

Nota: Já publicado em KIZOMBA do FB em 24.03.2021

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 11:24
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Terça-feira, 23 de Março de 2021
MOKANDA DO SOBA . CLX

ANDO A COMER TERRA, ANTES QUE ELA ME COMA - 20.03.2021

Crónica 3132 - Será isto, um toque de Oleiro?

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Por soba24.jpg T'Chingange - no M'Puto

Nos séculos XIX e XX, o determinismo da matéria passou a ser venerado. O homem passou a explicar sua origem por meio de um processo mecanicista-evolucionista chamado naturismo.

Há pessoas que não acreditam na existência do Oleiro. Diz o tolo em seu coração: "Deus não existe". Corromperam-se e cometeram actos detestáveis; não há ninguém que faça o bem... (Sl 14:1).

araujo17.jpg E, o Oleiro olha dos céus para os filhos dos homens, para ver se há alguém que tenha entendimento, alguém que busque a Deus. Em seu livro Evolution in Ethics, Julian Huxley diz: “Minha fé está nas possibilidades do homem: espero o êxito de minhas razões para aquela fé”... (p. 212). O existencialismo ateu, por sua vez, defende a ideia de que o homem é o ser pelo qual o nada vem ao mundo. “No estado de abandono em que se encontra, o homem deve inventar seus caminhos”, diz o filósofo Felicien Challaye.

araujo20.jpg Por outro lado, há os que crêem na existência do Oleiro, mas não se submetem ao toque de Suas mãos. São insubmissos; o perigo reside nesse ponto. Em nossos dias, poucos fazem essa confissão. Vemos, portanto, que uma grande fatia da humanidade nega a existência do Oleiro. Não cursei Teologia, não sou pastor mas, existe em mim, tal como tantos outros, uma religiosidade de epiderme que como uma espécie de maquilhagem aqui e ali, entre família, entre amigos e quase todos, tendo a esconder a triste realidade espiritual da minha áurea, em meu próprio templo.

araujo42.jpg Enquanto isto persistir, não serei barro submisso nas mãos do Oleiro. Mas tento, comendo barro feito terra argila verde, antes que ela me coma. Faço-o desde há muito tempo para desfazer a azia e, resulta! Faço-o com subterfúgio de queimar a acidez, manter o meu PH anexando a vitamina D3 mas, se calhar este carácter é um reflexo casual do toque das mãos do Oleiro. Há coisas que mesmo normais na vida, parecem ser segredos...

Ilustrações de Costa Araújo

O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:47
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Sábado, 20 de Março de 2021
MALAMBAS - CCLVII

A AMIZADE, NO MUNDO JURÍDICO, NÃO EXISTE...19.03.2021

HOJE, O ALGORITMO, COMANDA-NOS... Crónica 3131 - Meditação de T'Ching

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Por soba24.jpgT´Chingange – No Al gharb do M´Puto

No mundo jurídico, existem as chamadas “brechas da lei”, das quais competentes advogados fazem uso para adiar ao máximo a condenação de algum cliente ou conquistar as mais surpreendentes absolvições de indiciados. Todos temos conhecimento de muitos e, de megas processos que se arrastam tanto que até a vontade prescreve seu entendimento. Uns são rasgados, outros cortados a tesoura por republicanos procuradores e muitos outros, omitidos por conveniência de uma das partes. Por vezes, todos somos lesados e, a bem da Nação, assim ficamos, entenda-se…

roxo118.jpg Francis Bacon (Procurador-Geral da Grã-Bretanha - 1607, fiscal-geral - 1613, guarda do selo – 1617 e grande chanceler – 1618) disse: “Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto”. Cícero, o grande orador romano, chegou a reflectir: “Existirá algo mais agradável do que ter alguém com quem falar de tudo como se estivéssemos falando connosco mesmos?” Coitado daquele que não pode pagar a um advogado, que tenha esse condão de amontoar as malambas (palavras) certas no argumento de absolvição. Quando tudo isto nos acontece, refugiam-nos entre amigos...

sacag11.jpg Há pessoas que têm facilidade para fazer amigos. Outras, tomam poucas iniciativas nesse sentido, o que não significa que não apreciem tê-los. Mas, na vida de todos os dias, também há quem queira encontrar alguma “brecha”, ou até as crie, na tentativa de justificar atitudes que relativizam princípios, visando ao ganho pessoal ou material menosprezando a amizade! Já passei por isto! Quem nunca o passou? Nunca digas nunca! Relacionamo-nos com a família, os vizinhos, colegas de trabalho e os amigos. Trazemos essa necessidade de relacionamento desde que nascemos. De facto, está em nosso ADN: não podemos viver isolados mas, cuidado: - Muitos mascaram o apego a um poder ou, interesse em viver sob os holofotes com o argumento de prestação por serviço altruísta.

algoritmo1.jpg Pesquisas têm revelado o valor da amizade, mas não se impressione com seu perfil numa rede social da actualidade que abriga inúmeros amigos virtuais porque, de acordo com o antropólogo britânico Robin Dunhar, o máximo de amigos que podemos ter em mente é de150... Mesmo assim, dentro deste número, há uma variante entre 5, 15 e 50, na qual estão os mais, os mais ou menos e os menos íntimos e próximos. Para mantê-los, será preciso pelo menos fazer uma ligação a cada 7 dias e, nunca deixar de retornar os contactos recebidos quando for o caso. A amizade contribui para elevar a auto-estima, melhorar o estado depressivo e, entre outros benefícios, a condição cardíaca.

algoritmo3.png O amigo está presente em toda e qualquer situação. Na adversidade, ele surge como um irmão. Mas, é nas injustiças que nos debelamos com a leviana ou mentirosa acção de quem nos trai, de quem nos contorna a vontade de querer no ser-se honesto. Os advogados, esses, os tais de bons, por interesse e por vezes, enforcam-nos nas palavras... É esta a vida ALGORITMA (algoritmo de Inteligência Artificial que pode provar que a realidade é, na verdade, uma simulação) em que o mundo nos destina, hoje. No conceito original deste palavrão, a ideia é que no conjunto de instruções sub-reptícias, nos levem a ser o que se lhes parece, com uma resposta certa e a gostar da Coca-Cola…

O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 11:18
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Quinta-feira, 18 de Março de 2021
LAGOA DO PUTO (M´Puto) . VIII

Fábrica de letras da kizomba (Kimbo) - 17.03.2021

Crónica 3130 . “ A Torre da Lapa e seus cazumbis antigos com piratas ”

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Por    soba002.jpgT´Chingange – No Al Gharb do M´Puto

Dando continuidade aos meus passeios ora matinais, ora vespertinos pela orla marítima de Lagoa do algarve no M´Puto, dou aqui conta da beleza em daqui se vislumbrar o horizonte curvo de só mar a dilui-se com o céu a sul. E, assim entre moitas de aroeiras, vislumbro rastos de coelhos, lírios, gladíolos, tulipas do mato com zimbro, maios-roxos, tomilho, arruda, estevas de flor branca ou vermelha e várias espécies de ophrys speculum entre muitas outras variedades que atraem abelhas com seu florido colorido.

O garum ou liquamen supostamente feito no lugar de Presa de moura, era um género de condimento muito utilizado na Antiguidade, especialmente na Roma Antiga. É feito de sangue, vísceras e de outras partes seleccionadas do atum ou da cavala misturadas com peixes pequenos, crustáceos e moluscos esmagados; tudo isto era deixado em salmoura e ao sol durante cerca de dois meses ou então aquecido artificialmente. Este produto era exportado para várias partes do Mediterrâneo.

lapa9.jpg Há notícias de exportação de garum para Atenas, no século V a.C. A existência de numerosos vestígios de fábricas detectados no litoral mediterrânico da península Ibérica, provam um nítido crescimento desta indústria conserveira. Em Roma, o garum chegou a ser um produto de luxo, chegando a atingir 1 000 denários…

Em Portugal, a maior concentração de vestígios de unidades de fabrico de garum localiza-se no litoral algarvio. Na região atlântica há a referir os restos descobertos na baixa pombalina de Lisboa. No Alto de Martim Vaz (Póvoa de Varzim), na praia de Angeiras (Matosinhos) e no estuário do rio Sado, em Creiro, Rasca, Comenda, Ponta da Areia, Moinho Novo, Troia, um dos mais importantes centros conserveiros da Hispânia.

lapa11.jpg Mais recentemente (2007), foram descobertas vestígios de cetárias romanas sob a marginal nascente da vila de Sesimbra. As ruínas destas fábricas, até agora achadas em território português são constituídas pelos tanques ou cetárias (tanque de forma rectangular de dimensão variável, destinado à salga e fabrico de diversos molhos e outros preparados de peixe), na época romana destinados à salga de peixe e à preparação de conservas, normalmente de alvenaria. As conservas de peixe destinadas à exportação eram embaladas em recipientes de cerâmica, as ânforas

Apesar das fontes clássicas serem pródigas em referências aos molhos e pastas de peixe, eram muitos e variados os métodos de processamento de peixe com vista à sua conservação. Se o peixe fumado não era prática corrente no mundo mediterrânico e no sul hispânico, já a secagem ao sol era empregue, embora as fontes sejam escassas a este respeito. Eliano refere a secagem do peixe para produção de farinha. São, todavia, os “salsamenta” e os molhos e pastas de peixe salgado os produtos mais comuns, até porque o comércio de peixe ou seus derivados salgados era uma forma de assegurar boa parte das necessidades de sal das populações (refere Plínio)

lapa12.jpg De terra, é visível neste ecossistema costeiro a avifauna marinha podendo avistar-se nestas arribas, muitos pombos bravos das rochas, gralhas, gaivotas, a andorinha real, o ganso-patola, o corvo-marinho, com sorte pode avistar-se o falcão peregrino. Avistam-se nas falésias muitas fissuras inacessíveis a predadores pelo que constituem o local seguro para repouso e nidificação. Abaixo da linha da maré, a biodiversidade pode ser apreciada na complexa forma dos fundos ou baixios com calhaus, bolsas de areia e vertentes rochosas com pradarias de erva marinhas aonde se alojam peixes juvenis invertebrados e até espécimes emblemática como os cavalos-marinhos; pode avistar-se variedades de algas, lapas e búzios assim como caranguejos das pedras.

LAPA03.jpeg Chegado à Torre da Lapa, posso certificar-me ter sido construída no século XVII. De forma circular, com seus cinco metros de diâmetro e 4 de altura, era do seu topo que se vigiava este mar. Os facheiros  faziam fogueiras no seu topo com ramos verdes para que através do fumo durante o dia e fogo nas noites, alertassem as guarnições e população da região.  Para terminar, esta costa era muito cobiçda por piratas muçulmnos que se abastecim aqui de gente escrava e géneros de alimentação tais como figos, amêndoas, azeite e alfarroba…

O Soba T´Chingange   



PUBLICADO POR kimbolagoa às 18:41
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Terça-feira, 16 de Março de 2021
MISSOSSO . XL

Crónica 3129 – TEMPO COM CINZAS, 15.03.2021

-O poder da oração é importante! Mery, ali fica horas meditando até que o troço de tabaco se apague com o tição feito morrão dentro da boca …

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Por soba0.jpegT'Chingange. No AL-Gharb do M'Puto

O Mundo parece ter-se tornado ilógico, surrealista, como se estivéssemos a viver num tempo muito ido com trogloditas a fugir à frente de dinossauros, costassauros ou paquininossauros, estabelecendo em cada dia um novo plano, apagando os avanços tecnológicos de voar em aparelhos mais pesados que o ar, abrindo postigos dos mukifos para dizer “bom dia” ao vizinho assim com um “"bonjour" porque é, um francês de Lourdes de França…

Um francês de França que teima em falar um português de catacumbas. O tempo melhora com Sol primaveril, os britânicos andam amedrontados por causa da nova estirpe da mosca covarde XIX mas, e porque tomaram a dianteira no picar das agulhas em ossos doloridos. O postigo volta a ser usado para impedir para além do bafo perigoso, a mosca da fruta que surge do nada nas cozinhas herméticas.

quitandeira01.jpg O clima está a mudar! Hoje tive uma longa conversa com a minha empregada Mary natural de Kampala do Uganda que teima sempre em repetir que nós, os t´chinderes, agora já não mandamos no futuro. Tento parecer neutral esperando a abertura de voos para a América mas ela, só faz muxoxos, deitando a língua de fora numa expressão recreativa com laivos muçulmanos – talvez, murmúrios de concordância.

Como se estivesse a fazer uma corrida de três pernas comigo que, só tenho duas! Diz ela que lá no Uganda, as coisas são diferentes, que têm quimbandas avondo, que falam com Deus e, que tudo curam com banha de surucucu e fumos de retorcidas cordas de tabaco. Agora entendo do porquê de Mary, bem à noite e, antes de se deitar fumar uns charros, cigarros grossos de cheiro intenso.

quitandeira3.jpg Ela, a Mery, ali fica horas meditando até que o troço de tabaco se apague com o tição feito morrão dentro da boca, como se fora um pavio de fazer explodir a pólvora dum canhão. A lavadeira lá do Caputo da Luua de N´Gola, Joana Kitunda, também o fazia assim fumando grossos charutos com o tição dentro da boca horas a fio. Creio que enquanto fumam meditam com os anjos e arcanjos e kalungas que desconheço. Sempre fingi que não sabia e, nunca a tinha visto matar saudades de Kampala desta forma tão invulgar ou peculiar.

Também ela anda em um outro plano, fumando o futuro! Queimando o presente com espíritos meus desconhecidos. Estas peculiaridades exóticas fazem meu coração bater desordenadamente, latejando-me nas têmporas. Talvez o fumo daquele charuto queime o tal bicho gelatinoso que teima em seduzir gente mais velha; gente que não pactua com coisas mal entendidas.

quitandeira5.jpg Não obstante as evidências destes mistérios alheios, também e, como a Mery, uso a minha máscara de manter tréguas sem palavrear o caso mas, cá no íntimo sinto que ela anda a fazer macumba de cazumbi de fumos e fumarolas. Lá terei de continuar assim pagando do meu bolso sem essa tal de “lay off” simplificada ou complicada. O que quero mesmo é que haja tréguas entre nós até chegarmos ao futuro…

Assim mesmo, cada qual na sua! Sem o querer, um destes dias observei na socapa da noite a Mery depois dessa sua especial meditação dar um sonoro peido que até buliu a calidez da noite. Pois! Pude ouvir e até cheirar por detrás das pitangueiras. Caramba, cheirava a áfrica! Apimentado e salgado surgia também gorduroso como as salsichas bóher com becon de kudu. Rindo-me escondido na palidez do escuro e já esgueirado no meu mukifo, rio de fartura. Talvez até este cheiro ajindungado o seja curativo, noé!? Ele há coisas. No Uganda, até os moribundo ficam na cama!

O Soba T´Chingange    



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:19
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Domingo, 14 de Março de 2021
MALAMBAS. CCLVI

TEMPO DE CINZAS 12.03.2021

Crónica 3128 - À medida que aumentam as provações ao nosso redor, lá terei de me libertar dos espíritos coloniais…

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Por  t´chingange2.jpgT'Chingange - no M'Puto

Escrevendo, esgadanho fantasmas feitos traças sem as afugentar definitivamente porque algumas até afloram minha consciência, juvenescendo em mim, uma inclinada abelhudice de, poder viver num descuido prosseguido e mascarado. Bem que podia recorrer a remédios de arruda queimada, a remédios roscofes mais latas de formicida com arsénico e creolinas mas prefiro assim ir moendo casca de laranja, distribuir pelos cantos de mim e da cubata afim de só afugentar caracóis e lesmas desmilinguidas e nojentas, que babam meu património átoa…

E, porque o boligrafo se move como se fora um autómato, deixo que corra seu tédio rolando zumbidos grilados muito diferentes que nem com osciloscópio se sentem como sempre estivéramos nessas tépidas noites de primavera, conversa entre ralos e lesmas. Um, sendo o eixo vertical (y) representando a intensidade do sinal, nossa tensão em rrrrssss; a outra (a lesma), o eixo horizontal (x) representando o tempo, como ultra-sons de submarino atómico arrepiando o tímpano…

88445879_2622183321350803_5260403226049511424_n.jp Há sempre um momento estranho quando nossos olhos se encontram bem por detrás de nossos dentes postiços sobressaindo como um portal de nossa sombria caverna, tornando aquele instrumento útil para mostrar nossos sinais periódicos, relaxando nossa apatia como que num tempo que tudo cura, num longo tempo, tempo em que nunca fomos os donos de nossas coisas!

Não! A verdade me reconheceu afirmando que não, aquele era mais um estetoscópio a medir meus azares, minha turbulência com arritmias do coração. É que por vezes falando assim tão profundamente nosso coração saltita tocando sinos como se fora o cadenciado tom das avé-marias da torre da igreja de Nossa Senhora da Assunção.

O meu património, lembro-me daquela banheira já com pés enferrujados como pata de leão velho e a máquina de costura situada na varanda, uma Olivetti com pés em ferro forjado e tendo um deles um nódulo de soldadura por se ter partido. Também da sanita anatómica com uma caixa por cima para armazenar a água; era sim o autoclismo suspenso que descarregava quando se

isabel lacuerda.jpg A corrente treliça de arame enferrujado até já estava remendada com uma união feita de fio de sisal, todo desmanchado, esfarelado e com muitos nós pra lembrar as sacudidelas; barbelas a terminar numa argola bem ao jeito de se enfiar o dedo pra descarregar o dito-cujo; depois aquele barulho da água a despencar lá do alto para empurrar aquilo. Era este o tal de ponto que clicado de cima para baixo fazia descer a gravidade varrendo a tela adentrada e na forma de tubo. Afinal nada daquilo era meu!

Tenho de me libertar dos espíritos coloniais mas, os sonhos não deixam. Embrulhado numa folha de bananeira das hortas do Malhoas, de novo me vi comendo pacotes avulso de formigas kissonde como se fossem tanajuras da Bahia nas margens da mulola do Rio Seca da Maianga – Maianga da Luua de N´Gola. E, como vou acabar com isto se, quando acordo, tudo fugiu. Nestas etapas de transformação reponho a verdade de “um quase sempre” em “um quase nunca” vestindo-me a alma de travesti num suponhamos que o vai ser, talvez o seja.

IPÉ ROXO.jpg Sabem! Mesmo assim parado num quase só, ainda necessito de tempo para estar sozinho! O mundo está mesmo a mudar-se muito no profundamente. Quis entender essa coisa de estetoscópio e vi-me grego (στηθοσκόπιο, de στήθος, stéthos - peito and σκοπή, skopé - exame), foi assim que o revi: instrumento utilizado por diversos profissionais, como médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas e veterinários, para amplificar sons corporais de humanos ou animais.

Ele, o estetoscópio, geralmente ressona, com forma de disco e dois tubos conectados a auriculares. Usado para escutar sons provenientes do pulmão, coração e intestinos, presença de gases, líquidos e movimentos peristálticos. Quando combinado a um esfigmomanômetro, serve para aferir a pressão sanguínea do examinado. Um estetoscópio que amplifica os sons auscultatórios é chamado de fonendoscópio. Ando periodicamente a substituir meu boligrafo por esta geringonça… tomara que só seja uma ligeira discinesia (um desarranjo) …

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 11:48
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Quinta-feira, 11 de Março de 2021
XICULULU . CXXXV

FALAS VADIAS 11.03.2021

kimbo 0.jpg As escolhas do Kimbo - Crónica 3127

Por medica-683x1024.jpgPaula Helena Ferreira da Silva (Assistente Graduada de Ortopedia, Chefe de Equipa do Serviço de Urgência do Centro Hospitalar do Baixo Vouga)

Os insultos de MAMaDOU BA ao povo português e à sua História…”Se um branco dissesse que se devia matar o homem negro, era logo preso, chamado de racista, nazi, ‘white supremacist ‘ etc. etc.”

 Fonte: O Observador

Mantenho gravado o choro de despedida de quem me criou e a isso, Sr. Mamadou, chama-se amor. Nós, Africanos brancos, sentimos amor pelos nossos conterrâneos, mas sei que para si não é amor, é racismo.

mamadou1.jpg Tal como o Sr. Mamadou, nasci em África. Não me corre sangue africano nas veias, mas a alma moçambicana habita em mim. Fui expulsa do meu país sem hipótese de escolha, sem justificação, tão-somente pela cor da pele, arrancada à força da minha família, da minha casa, dos meus conterrâneos. Fui expulsa por pessoas como o senhor e os seus comparsas do SOS Racismo. Roubaram-me o resto da infância e da adolescência, forçada a viver em hábitos e costumes diferentes onde só a língua me unia.

Durante décadas, senti-me deslocada, fui barbaramente vítima de bullying, mandada para a minha terra vezes sem conta apenas e só por ser retornada…A ignorância não tem limites e retornada não sou, refugiada talvez, pois a nada retornei. Nasci em África com muito orgulho e mantenho orgulho na História que me proporcionou que assim fosse. Nasci na maravilhosa cidade de Lourenço Marques, a pérola do Índico, no fantástico continente africano, rico nas gentes e nos recursos, destruído por décadas de governos ditatoriais que o senhor tanto defende.

dia142.jpg O senhor não sabe, mas em 1974, Moçambique era o produtor número um do mundo de algodão e cana-de-açúcar. Hoje, é um dos países mais pobres do mundo! Os retornados foram a maior lufada de ar fresco a entrar em Portugal. Ao contrário de si, os retornados e refugiados das ex-colónias, apesar de apenas trazerem a roupa do corpo e a alma carregada de tristeza e mágoa, trouxeram também a resiliência e transformaram a mágoa em trabalho e não em ódio e raros são os que não singraram.

Nada trouxemos na bagagem a não ser memórias. Tudo foi confiscado, queimado, dizimado. Mas ao contrário de si, a quem tudo foi dado de mão beijada, não nos vitimizámos, não nos encolerizámos, apenas trabalhámos! Trabalhámos e honrámos a Terra e as gentes que nos acolheram! Não hostilizámos, não ridicularizámos, não confrontámos os Portugueses da metrópole! Apenas trabalhámos, com a resiliência que nos caracteriza, porque ao contrário de si, as nossas feridas não estão putrefactas e não destilam ódio, antes pelo contrário, emanam tolerância e compaixão.

guerra01.jpg Ao contrário do senhor, não recebemos subsídios, não recebemos apoios, o único apoio foi e continuam a ser as doces memórias. Memórias de países maravilhosos ao qual um dia ansiávamos voltar (Moçambique, Angola, Guiné e outros dos Palops), de gente humilde de sorriso largo e alegria sem fim, memórias do cheiro da terra molhada, do cheiro das gentes, das cores, de vidas simples.Mantenho gravado o dia da partida e do choro de despedida de quem me criou e amparou e a isso, senhor Mamadou, chama-se Amor. Nós, Africanos brancos, sentimos amor pelos nossos conterrâneos, mas sei que para si não é amor, é racismo. Sim, senhor Mamadou, ainda hoje sinto amor pelos meus conterrâneos, choro por eles e pelos vis ataques que sofrem em Cabo Delgado, que curiosamente nunca o ouviu defender.

GUERRA25.jpg Em si só vejo ódio, intriga e difamação. O racismo não se combate com racismo! O ódio não se combate com ódio! Humildade e gratidão é coisa que não lhe assiste. E trabalho Sr. Mamadou? Não será por interesse que move esse ódio? É que esse ódio dá-lhe tachos e tachinhos e trabalho? As suas mãos não parecem ter calos e o seu sobretudo de caxemira não me parece “second hand”. Senhor Mamadou, o senhor pode ter instrução, mas não tem educação.Sou de uma geração em que fui educada a respeitar o meu país, Portugal, a minha bandeira, o meu hino, as minhas gentes, os meus heróis.

guerra18.jpg Tenho orgulho em Afonso Henriques, Vasco da Gama, Luiz Vaz de Camões, Padre António Vieira, Pedro Álvares Cabral e tantos outros que escreveram a nossa História. A História não se apaga, não se reescreve, é um legado dos nossos antepassados, goste-se ou não, é a nossa História. Quem é o senhor para a destratar? Ou será que pertence ao grupo daqueles, que por não gostarem dos pais e avós também os apagam? Respeito, senhor Mamadou! Respeito! Em casa alheia não se diz mal do pão que é oferecido, porque, um dia, o pão pode acabar.

Fonte: O Observador



PUBLICADO POR kimbolagoa às 20:01
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Quarta-feira, 10 de Março de 2021
MUSSENDO . XVIII

(08.03.2021) – DIA INTERNACIONAL DA MULHER... 10.03.2021

Crónica 3126 - Ando cafuzo! - Vamos devolver à mulher o seu lugar de honra, não só hoje...

 araujo36.jpgMUSSENDO é uma estória mais longa do que um simples missosso, com mitos e lendas...

Por  soba24.jpgT'Chingange no Al Gharb do M'Puto

Diz-se que Cristo quebrou padrões, tratando as mulheres como iguais, pois nas reuniões em que Ele pregava tanto homens como mulheres tinham o privilégio de O ouvir, embora se saiba que o ensinamento judaico prescrevesse que a mulher ficasse em casa e, só saísse à rua com permissão do marido.Depois de haver criado tudo o que existe, no sexto dia Deus criou o homem e lhe deu um trabalho. Sua tarefa foi dar nome a todos os animais da Terra. E entre eles, Adão não encontrou ninguém que lhe fosse igual.

araujo69.jpg “Eva foi criada de uma costela tirada do lado de Adão, significando que não a deveria dominar, como a cabeça, nem ser pisada sob os pés como se fosse inferior, mas estar a seu lado como igual, e ser amada e protegida por ele” - Em verdade, Cristo restituiu à mulher a igualdade com o homem que lhe havia conferido na criação - mito ou lenda, assim ficou escrito...

Há entre homem e mulher uma diferença de sexo, mas isso não deve criar separação ou desigualdade, mas produzir unidade e multiplicação, no casamento de X com Y. Foi assim até que, recentemente, os homens criarem outras leis, noé!? No Oriente, um homem não aborda uma mulher estranha na rua e conversa com ela. Os judeus consideravam extremamente impróprio que um homem, dialogasse com uma mulher em público.

araujo35.jpg Daí, a surpresa dos discípulos ao encontrar seu Mestre envolvido em conversação com uma mulher, junto ao poço de Jacó. Entretanto, Jesus revolucionário era assim mesmo: Ele não tinha preconceitos, nem contra os samaritanos, nem contra as mulheres, nem contra ninguém...

Ele elevou a posição das mulheres de Seu tempo, vítimas de preconceito e discriminação. Os judeus as consideravam seres inferiores e não permitiam que elas adentrassem o templo além do átrio das mulheres, e menos ainda que tomassem parte activa no culto, falando ou orando em voz alta. Os mais radicais diziam que era melhor queimar a lei do que ensiná-la a uma mulher.

Mas no ministério de Jesus, as mulheres acompanhavam o grupo apostólico ao se deslocar de um lugar para outro. Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idónea diz no Génesis 2:18. E Deus, sábio e companheiro, resolveu o problema de solidão, dando Eva a Adão. Desde então, a solidão do homem foi resolvida com a companhia de uma mulher (era assim...hoje não o é mais...)

araujo34.jpg O facto de Deus dar a mulher ao homem colocou Adão, e todos os demais, em um status superior em relação ao sexo feminino? O relato da criação de Eva, nada tem que justifique essa interrogação. Pelo contrário, destaca vários elementos que se referem à sua igualdade. Essa igualdade é retratada no conceito de auxiliadora idónea, na união matrimonial mas, as palavras mudam no tempo - culpa da semântica...

Ao definir a mulher como auxiliadora idónea, Deus colocou duas ideias importantes para se entender a unidade do casal. Em hebraico, a palavra “auxiliadora”, nunca é usada para designar um ajudante subordinado.

araujo38.jpg Refere-se sim, a uma pessoa que tem a capacidade de prestar auxílio. Por isso, mulher se define como auxiliador do homem. Deus é auxiliador do ser humano porque está plenamente capacitado para ajudá-lo e quer fazer isso. Auxiliar não é demérito... O facto de Deus ter poder e auxiliar o ser humano é visto na criação dos céus e da terra, do mar e de tudo o que neles há. O mesmo ocorre com a palavra “idónea”. Em hebraico, significa “equivalente”, “duplicado”, “parte oposta”, “complementar de outra”. Por determinação divina, a mulher está plenamente capacitada para auxiliar o homem como uma pessoa igual a ele. Bom! O inverso também o será verdadeiro, noé! Ando cafuzo!

Ilustrações de Costa Araújo 

O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:49
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Terça-feira, 9 de Março de 2021
LAGOA DO PUTO . VII

Fábrica de letras da kizomba (Kimbo - M´Puto) - 07.03.2021

Crónica 3125 . “ A presa da Moura e seus cazumbis do GARUM” Em tempo de pandemia. Meu passeio de hoje, para espairecer…

LAPA2.jpeg

Por soba24.jpg T´Chingange – No Al Gharb do M´Puto

Este passeio pela orla algarvia do M´Puto, já é uma rotina de longos anos e, é sempre muito agradável vivificar a natureza acompanhando o rendilhado de falésias definindo a fronteira sul com o oceano. Subindo e descendo por entre fragas e milhares de flores de variadas plantas, carrego as energias tão desmilinguidas por via dum vírus COVARDE XIX que nos tolhe ao confinamento de nossa kubata, nosso mukifo.

Desta feita e no correr do sotavento pude rever sítios já conhecidos mas que, sempre renovam nossa vontade de observar e cheirar dando felicidade à vida… Em tempos, já vi por aqui raposas mas com o alastramento da urbanidade, foram desaparecendo; vê-se sim caganitas em restolhos de coelhos. Desta feita vou repor aqui o já descrito em parte e, em tempos com outras novas falas de minha lavra, para ginasticar a mente a modos de não criar mofo nela, em demasia ou avondo como se diz por aqui entre linguajares marafados.

LAPA02.jpeg Nesta pequena bacia dos barrancos de Vale da Lapa, há no “reino da aroeira”, a palmeira anã, a erva rasca, trevisco, arruda, zimbro, os gladíolos e tantas outras a que chamamos no seu todo de carrascos, resistindo ao calor tórrido de verão pela brisa húmida do mar que entra no lugar da presa, junto à praia. Se houver consciência na preservação dos coutos, reservas naturais e legados históricos, poderemos ainda passear por este património ecológico pertença dos mourinhos, gralhas, melros pegas e cucos. Até há bem pouco tempo havia zorras (raposas) mas, nos últimos sete anos, deixei de as avistar

Foi a partir do século VIII que as lendas das mouras encantadas que guardavam tesouros, se associaram florestas, rochedos, serras e fontes, numa tradição oral. Cultura que prevalece nos cultos pré-cristãos, chegando até os nossos dias. Podemos assim encontrar lendas de mouras em toda a costa Sul da Ibéria como a lenda da Moura Salúquia por exemplo e, que em 1554 deu origem à actual cidade de Moura. Depois da invasão árabe, entre a lenda e a história, constatou-se em vários lugares a importância duma Moura.

LAPA1.jpeg Desta feita irei descrever esta “Presa da Moura” no lugar de Vale da Lapa que advém de umas quantas levadas nas encostas pedregosas, construídas desde então, que serviam para irrigar pequenas hortas dos socalcos separados por muros de suporte, em pedra solta. Estas levadas terminavam nos barrancos existentes, agora uma densa mata de mato de aroeiras, tomilho e arranha-cão. Creio que a água armazenada nesta represa daria para gerir durante todo o ano as irrigações dos produtos hortícolas numa fase recente e, lá longe em tempo de Romanos, lugar de tratamento de conservas.

Dos vestígios da ocupação romana, neste litoral algarvio, talvez as mais emblemáticas sejam estes tanques em forma de represa para lhes garantir a salga e conservação de peixe associados à produção do tão apreciado GARUM, um condimento confeccionado a partir da salmoura de sangue e vísceras de atum ou cavala, triturado com crustáceos e moluscos. A represa da Presa de Moura (salmoura), teria sido o apoio ao complexo industrial de salga e conservação de peixe, com estruturas de apoio hoje desaparecidas em consequência do recuo da linha da costa.

LAPA01.jpeg Anda se podem ver nos topos das falésias lajedos formando poças de água e, aonde se desenvolvem plantas como a beldroega e poejo; lugar de bebedouro de coelhos e outros pequenos rastejantes. Aqui teria sido construído um paredão com uns 3 metros de largura na base tendo blocos irregulares de calcário do tempo miocénico marinho e cimentados com uma argamassa muito dura de cal e ouros aditivos. Pelas argamassas usadas juntando as pedras, ainda visível no pequeno troço existente, tudo leva a crer remontarem a esse período de dominação romana. As técnicas usadas em construção nos séculos I a III antes de Cristo e o coliseu de Roma que se manteve em funções até à queda do Império no ano de 476, são em tudo semelhantes a esta argamassa.

Esta, tinha em sua composição uma percentagem de gesso e cal aérea ao que se juntava aditivos de gordura animal, ceras e resinas do látex da figueira que aqui havia em abundância. Pode perfeitamente ter sido construída quando das reconquistas de localidades importantes tais como Évora, Beja, Badajoz e Sevilha. Originalmente deveria ter uns seis a sete metros de altura o que me leva a supor pela sua bacia, provocar uma reserva de 15.000 metros cúbicos de água potável.

LAPA4.jpeg Porque a costa era frequentemente fustigada por ataques de mouros, leoneses e portugueses da Lusitânia; como um primeiro aviso às invasões por mar havia as vigias, “as torres de vigia”  que se alinhavam ao longo da costa em toda a bacia Sul do Mediterrâneo e costas da Ibéria. Em caso de ataques vindos do mar eram atiçadas fogueiras de aviso aos militares olheiros e à população. Com estes avisos os populares refugiavam-se em castelos ou lugares de resguardo; Esta costa era em tempos muito dada a ataques de corsários com intuito de roubar depósitos de frutos secos e vasos dessa tal conserva chamada de GARUM mas, e também para fazer escravos e abastecerem-se de cereais       

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:15
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Sábado, 6 de Março de 2021
XICULULU . CXXXIV

FALAS VADIAS – 06.03.2021

Crónica 3124Pior mesmo é quando todo o dinheiro de promessas, nos engravidam o vazio de nossos bolsos …

Xicululu: - Olho gordo; Avareza; Cobiça

roxo92.jpg Por soba24.jpgT´Chingange – No M´Puto

Como jogo de baralho que trunfa e destrunfa, como só sendo coisa de menor importância, sinto-me Ás de Espadas amarfanhado no bolso direito das calças de pijama. Isto, num tempo normal, nem teria qualquer relevância mas, sucede que foi nesse Ás de Espadas que anotei a palavra passe do abracadabra INIMPUTABILIDADE. Sim! A palavra mágica contendo os meus muitos rascunhos e sentimentos de toda uma vida – desajuntados à balda em trechos curtíssimos.

O quê!? O senhor não me pergunte nada! Como assim! Isso, coisas assim tão de misteriosas, não se perguntam. Claro! Assim mesmo, porque quem pouco fala, fica com a sabedoria alheia sem despender nem depender dum ai ou ui. Deste feito e assim calado, posso crescer e minguar como pastilha de chwingame, chiclete de bolinha e crocante de mascar, que se mastiga no giro da memória inteira. Copiou?

ás espadas1.png Agora que a Pátria anda a ficar velha medrosa, madraça de males desgraciados e endividada por muitos vindouros anos e, até muito caloteira, dá-me vontade de gritar hó Evaristo!  Gritar de atravessado para espantar o medo medroso e, para não ficar pior que nem um “Deus me livre e guarde” como se fora uma carraça entre dois dedos e, tendo os dois, polidas unhas assassinas. Ué, poispois… Minha avó, era assim que matava piolhos nesse tempo de carraças…

Num lamber frio de que o senhor já sabe: - viver neste agora é um edecétera e tal. Afinal é isso?! Sem tirar nem pôr, é a possibilidade de capacitação que um qualquer por praticar certo acto, pode ou não cometer crime consoante o poder de sua penumbrosa acção, por ser de coturno hierárquico ou ainda porque está inserido numa certa função. Isso! Que tem em seu ADN essa tal palavra passe “password” de INIMPUTABILIDADE – (livre de culpas). Definido por lei e por via de certas peculiaridades …

roxo137.jpg  Ora, ora, filhos da truta. Não, não é isso! A bem da nação têm esse beneplácito de errar usando esse subterfugio de que aconteceu à sua revelia, porque “não o queria” e vai daí, algo mal feito, se desculpa de qualquer punição – fica isento de culpas. São ossos do ofício, sempre acabam por o dizer como desculpa de coitadinho ou coitadinha…

Essa espécie de egoísmo misturado com inimputabilidade que em Portugal dá frequentemente à costa em modo de chico-espertismo – coisas de politiquice… Então, se são incapazes de culpas, lá terão de ser incapazes de competência e serem substituídos. Não? Serão só coisas “ilícitas”, sem culpa formalizada…Ora, ora!

roxo146.jpg  Essa será uma lei oligofrénica, que afecta a capacidade intelectual de todo aquele que fica a seu mando, subordinado a… Issoisso! Prática de gente que tem deficit de inteligência também chamada de idiotice ou imbecilidade – alguém portador de bitacaias na ética, no cérebro ou seu perfume, um tal de QI. Agora, o senhor entende o porquê de eu mesmo sendo feiticeiro T´Chingange andar com essa carta Ás de Espadas no bolso? Olhe, o M´puto é pais de oito ou oitenta.

Pópilas! Antes de poder ver, já pressentia, sabe. Antes que me julguem, eu até que nem queria espiar. Será assim que a vida socorre à gente certos avisos, sabe. Olhe senhor: Os nossos governantes andam por demais enfolipados em cativações com foles mal costurados. Pior mesmo é quando todo o dinheiro de promessas nos engravidam o vazio de nossos bolso - os mesmos aonde cabem os Ás de Espadas…

Ilustrações de Assunção Roxo

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:13
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Sexta-feira, 5 de Março de 2021
MOAMBA . XLVIII

Andar nas NUVENS – (28.02.2021)05.03.2021Crónica 3123 - Coisas de mito, do PROMETHEUS - O MUNDO ESTÁ MUITO CHEIO DE PROMESSAS...

Por

arau44.jpgsoba0.jpeg T'Chingange - no AL Gharb do M'Puto

De acordo com o imaginário popular, “anda nas nuvens” quem devaneia, sonha com o impossível ou se permite embalar no auge de uma experiência feliz. Está sob “céu de” (sem nuvens) quem vive momentos sem dificuldades, em que tudo dá INCERTO... As duas coisas fazem parte da vida, assim como em nosso dia a dia; ora desejamos o sol ora queremos as nuvens. Cedo pela manhã, minha primeira providência ao acordar é abrir a janela do quarto, deixando entrar o ambiente iluminado.

prometeu0.png À tarde, pelo menos no inverno, quero que as nuvens estejam fora do céu, amenizando o frio com calor produzido pelo sol, na açoteia de minha cubata. Nuvens são objecto de inspiração para artistas e fotógrafos mas, quero mesmo é tomar quentura de vitamina D. Sem nuvens, não há neve, relâmpago nem arco-íris. Em verdade, as nuvens realçam a beleza do pôr-do-sol ficando presentes nas mais belas paisagens mas, de inverno, trazem fortes tempestades de chuva molhada, pegajosa e, até por vezes, colhemos graves prejuízos com infiltrações ou inundações. As nuvens são muito importantes para o equilíbrio da vida no planeta, sendo responsáveis pelo ciclo da água e pelo clima; portanto, fundamentais na meteorologia mas, o que quero agora é Sol, muito sol para dismilinguir o tal de gelatinoso COVID – SARS e derivados da Bretanha, do Amazonas ou África do Sul.

propolis5.jpg Há textos Bíblicos nos quais a glória divina aparece velada por uma nuvem, em benefício do povo. Uma lembrança apropriada de que às vezes somos impedidos por “nuvens” de ser aquecidos e iluminados pelo Sol da existência. Essa realidade é comum em um mundo “imperfeito”. Essas “nuvens” parecem esconder de nós o semblante de Deus, porém, Ele está lá, assim como o sol continua brilhando atrás das nuvens naturais. Atrás das nuvens, o Senhor trabalha em prol da gente mas ...

prometeu1.jpg Por mais longo que seja o tempo com SOL, numa inesperada peregrinação, haverá sempre um oásis para o qual seremos guiados sob uma tal nuvem de presença divina mas, "há sempre um mas" - Neste empecilho espacial lá terei de intermediar um tal de Prometheus (antevisão), da mitologia grega, que interfira como o mito diz ter sido - um defensor da humanidade, conhecido por sua astuta inteligência, responsável por roubar o fogo (SOL) de Héstia para o dar aos mortais. Isso! A NÓS... E, como diz o mito, que nos liberte também deste empestamento, que fique ele amarrado a essa tal rocha pela eternidade MAS e, de novo se submeta ao risco e à punição de Zeus - que como ÉPICO, deixe a águia comer seu fígado que se REGENERA no dia seguinte. Tudo assim para nossa salvação...

prometeu4.jpg Estes antigos companheiros gregos, tinham cada ladainha que até ficámos desmilinguidos em nossa sabedoria. O mito foi abordado por diversas fontes antigas (entre elas dois dos principais autores gregos, Hesíodo e Ésquilo, nas quais PROMETHEUS é creditado (ou culpado) - por ter desempenhado um papel crucial na história da humanidade. Pois então, que o faça de novo e nos salve com esse poder etimológico... Óh PROMETHEUS! Ou agora ou nunca... Acode à OMS (Organização Mundial da Saúde) e, ao nosso governo Xuxalista do M'Puto para ficares mais eterno entre nós...

No final do século 21 centrado na tripulação da nave espacial Prometheus, seguem um mapa estelar escrito entre os remanescentes de várias culturas antigas da Terra, em busca das origens da humanidade e chega a um mundo distante e a uma civilização avançada, mas a tripulação descobre uma ameaça que pode causar a extinção da raça humana…

O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:03
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Quinta-feira, 4 de Março de 2021
MOAMBA . XLVII

PERICLITÂNCIAS DO DIA-A-DIA – 04.03.2021

Crónica 3122No chirilimlim governamental  

Por 

roxo91.jpgsoba24.jpg T'Chingange – No Algarve do M´Puto

Encostado ao frio, calorifico a tostar-me as matubas, orelhas enfiadas num carapuço cheio de ácaros que borrifam caspa nas sobrancelhas brancas e pretas, escuto o orvalho feito chuva miudinha pela janela virada ao sul, que jorra até mim uma luz mirrada de sol dissipando, o ar entre o miósporo, o loureiro do alemão da alemanha e a buganvília que sode desordenada pela alta parede amarela do carcamano.

Este familiar dum tal barão também veio do sul de Angola por via da guerra do tundamunjila; um bóher descendente desse herói barão vermelho, um tal aviador destemido da segunda guerra mundial chamado de Manfred Von Richthofen que tinha seu avião cheio de riscas – cada risco correspondia a um avião abatido. Quando candengue da Luua, lembro ler as odisseias desta figura com seu lenço vermelho a ondular fora do pescoço e saindo até, da carlinga dum teco-teco de duas asas…

dia206.jpg E, enquanto é dia e de janela aberta, aqui no Barlavento, vejo o gato branco grande, tisnado de sujo e gordo que em cima do muro, se aproxima cauteloso até ao granulado de carne e peixe com restos de comida que ali é posta, na fronteira entre o que é meu e dele, o carcamano da Chibia; dissimulado entre o verde do loendro e o muro branco, surge o bicho feito pai, leopardo sem pintas. E, para alimentar uma ninhada de gatos emigrantes nascidos à-toa entre os cocorotes amontoados na empena da encosta tardoz do alemão, dispus-me a comprar no Auxan pacotes de comida, pois então- um de carne, outro de peixe!

Esta ninhada de gatos, dois pardos e dois brancos, vigiados de perto pela mãe farrusca de parda, vão aparecendo quando calha. A noite chega com inúmeros relatos de televisão mostrando seringas de agulhas quilométricas a espetar carnes – a tal de vacina que preenche o espaço de notícias semeadas de poeiras pandémicas com os grilos do chirilimlim governamental que se enfolipam nas regras já muito dobradas em plissado… Cumcamano…

edu43.jpg Mais à noite chegam os debates de comenteiros mostrando as crinas e até rabos sacudidos com vários barulhos de boa goela dando-me vontade de rosnar. Assim, encostando o frio com a mão bem junto aos teodósios esfrego as frinchas abelhudas de frio com as pontas dos dedos gélidos práquecer … Chega a hora de ligar o ar quente do condicionado, regular para os vintiquatro graus e esperar que normalize o espaço grande da sala cheia de trecos, bem nos vinte graus Celcius; os outros quatro graus escapam-se pelas fissuras porosas, sei lá - desacontecem.  

Mesmo sem querer espiar, lá vejo os garganeiros esgadanhando-se ou bajulando suas traições com beijos felizes e, assim, fazendo-me representar em meus olhos, revejo o tempo em que tudo o era; antes de poder ver assim, já pressentia! Tudo vai ficar na mesma. Lá vem o Fulano que parecia ser homem de tão justa regra e, de tão possivelmente o parecer, não poupa ninguém na aprazível e escorregadia omissão…

dia35.jpg Esperto que ele, Suaexcelência (tudojunto), chegue no quanto baste, sem se separar da saudade da direita; sem sobejo de esfoço, fala sem mudança afiançando sua fé de promessa, mas escapando-se entra nos entretantos canhotos… Não me dá tranquilidade, juro por sangue de Cristo porque também sou cristão, o quanto baste e, para além do mais, já sou suficiente graúdo e manteúdo – quersedizer, crescido emancipado e à espera de ser vacinado. 

Isto é como o jogo do baralho “a pátria não pode nada com a velhice” como do gato e do rato. Sei que estou dizendo algo deveras dificultoso e muito entrançado na doença do toque. Ninguém me pergunte nada – coisas destas não se perguntam bem porque, quando tudo está muito mal, só pode melhorar. Pois! De costas guardadas, o poder de minhas rezas vão-me rendendo aos poucos feito favas contadas entre o madrugar e o anoitecer.

DIA199.jpg Gato, mesmo tisnado ou queimado de água fria tem medo. Estou farto de ser mandado daqui para ali como se fosse uma criança de colo perdido do pai e da mãe. Pópilas! Quem é pobre pouco se apega a este continuo ver anoitecer sem amanhecer ou no vice-versa, chato de andar ao trambolhões, contando o sombrio das coisas. É e não é, num xissa, que enfim lá teremos de continuar comento pão com chouriço. Assim mesmo, o espaço é tão clausurado que assim pode acontecer, no sussurro da meia-noite, pode perfeitamente às nove horas, vir o diabo lamber o prato do gato…

O Soba T´Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:58
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Segunda-feira, 1 de Março de 2021
KANIMAMBO . LXXIII

FALSAS NOTICIAS - Fake News

- O Capeta é o “pai da mentira” - 01.03.2021

Crónica 3121 - A língua mentirosa é indicada como uma das seis coisas odiosa, noé!?

Kanimambo é obrigado em dialecto Changana de Moçambique …

Por bruno27.jpgT'Chingange - no M'Puto

Fake News é o nome que se dá às notícias falsas veiculadas principalmente na internet. Com as novas tecnologias, a circulação de notícias cresceu assustadoramente. O próprio Presidente dos USA, Trump, usou e abusou desta periclitante postura mas, há muitos seguidores desta prática...

A compreensão disso é muito importante porque vivemos num tempo em que a repercussão de uma mentira pode atingir inúmeras pessoas em poucos minutos e acarretar prejuízos morais e, ou, até mesmo financeiros.

muilas1.jpg  Inegavelmente a web pode ter espaço em nossa vida, mas não deve sufocar nossa existência. Quem vive submerso nessa condição é tentado a perder os critérios da realidade. No entanto, essas informações Fake News, são muitas vezes modificadas e veiculadas na internet com o propósito de manipular pessoas e eventos. Muitas das vezes, nós próprios, involuntariamente (ou não) somos levados a "surfar" em ondas de inverdades...

Se sobram informações em nossos dias, infelizmente faltam critérios para escolher o que passar adiante nas redes sociais. A Bíblia, diz que o apóstolo Paulo apresenta dicas importantes em Filipenses 4:8. Não vem mal ao mundo recordar estes fundamentos.

muilas2.jpg  Elas, de certa forma, nos orientam em relação a compartilhar uma mensagem: “... Tudo o que for verdadeiro, o que for nobre, o que for correto, o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas! ”. O apóstolo Paulo, destaca estas seis coisas específicas:

1- A VERDADE - Manifestação ou expressão do que se pensa ou do que se sente.

2- A NOBREZA - Qualidade de nobre, de excelente, de magnânimo.

3- A CORREÇÃO - Modo impecável de procedimento.

4- A PUREZA - Transparência; limpeza ou nitidez.

5-A AMABILIDADE - Atributo de Amável.

6-A BOA FAMA - tudo em que haja algo de excelente ou digno de louvar.

muilas3.jpg Antes de compartilhar qualquer conteúdo na rede, precisamos submetê-lo aos critérios do supra dito. Além disso, é preciso saber quem é o responsável legal pelas publicações e se quem faz a publicação tem credibilidade... Mais do que isso, é necessário sair da bolha da rede social. Existe vida fora da internet. Isso não significa ficar desinformado ou desligado das pessoas. Haverá sempre outros meios... Inegavelmente a web pode ter espaço em nossa vida, mas não deve sufocar nossa existência! Quem vive submerso nessa condição é tentado a perder os critérios da realidade, noé!? Por isso, as fake news se tornaram um fenómeno tão forte em nossos dias. Fuja das difamações, mexericos e críticas negativas no mundo real e virtual. Tudo o que dissermos, ou escrevermos, deverá ser verdadeiro, nada mais que a verdade - Ponto final.

O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 08:06
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Temos um Hino, uma Bandeira, uma moeda, temos constituição, temos nobres e plebeus, um soba, um cipaio-mor, um kimbanda e um comendador. Somos uma Instituição independente. As nossas fronteiras são a Globália. Procuramos alcançar as terras do nunca um conjunto de pessoas pertencentes a um reino de fantasia procurando corrrigir realidades do mundo que os rodeia. Neste reino de Manikongo há uma torre. È nesta torre do Zombo que arquivamos os sonhos e aspirações. Neste reino todos são distintos e distinguidos. Todos dão vivas á vida como verdadeiros escuteiros pois, todos se escutam. Se N´Zambi quiser vamos viver 333 anos. O Soba T'chingange
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