ANGOLA DA LIBERTAÇÃO - XVII
- A INDEPENDÊNCIA DIVIDIDA… FRACCIONISTAS DO 27 DE MAIO DE 1977
- Crónica 3186 – 27.08.2021 - “A guerra, que matou e estropiou tantos, alimentou um punhado de pessoas, que se tornaram insultuosamente ricas e prepotentes” – A independência era para isto!? - Nós e os mwangolés…
Por T´Chingange, no AlGharb do M´Puto
Sem a preocupação gramatical, com o sujeito cutucando o verbo mais o predicado…, sem a métrica do fado, uma emergência confusa deste tempo pandémico, sem a rima versejada, a metáfora triste e saudosa, bonançosa quanto baste mas, de alma torturada…, sem pátria idolatrada, jogando búzios na zuela do feitiço do tempo, com algum esforço intelectual, remexo nas panelas do esquecimento de N´Gola!
Muito me convenço da inutilidade das bagatelas que nos preenchem o dia, por isso relembro o passado recente e longínquo para espairecer ressarcimentos que ainda podem chegar; que deveriam já ter acontecido mas, neste capítulo de descolonização as coisas só desacontecem - vou esperar deitado porque as kinambas, andam roídas pelo salalé. Sem ser convocado, assisto avulso só por assistir, às periclitãncias do socialismo, tendo até medo de comentar disparates grosseiros. Assim sendo, só poderei responder com muxoxos malcriados, refugiando-me atrás do balcão de minha modesta venda de vaidades.
Vamos situar-nos a 27 de Maio de 1977 e, em um após as insistências da URSS a Agostinho Neto a fim de aderir ao marxismo-Leninismo, o que veio a consumar-se com a criação do MPLA-PT. Não obstante Neto continua uma pedra no sapato do regime soviético, que na altura era chefiado pela “tróica” de Nicolau Podgorni/Kossinguine/Brejnev. Quatro homens da ala esquerdista do MPLA lideram um golpe de estado contra Agostinho Neto. Foram eles: Bernardo Alves - Nito, Jacob Caetano – “Monstro Imortal”, José Van Dunem e o Comandante Bakaloff.
O episódio é conhecido por Revolta dos Fraccionistas - “dos Frac´s” na linguagem popular. Num discurso após o golpe, Neto afirma que por detrás da rebelião, estivera “ uma embaixada estrangeira em Angola”. Para os analistas políticos não restaram dúvidas em apontar de forma comedida o embaixador Kalilnini como sendo o autor intelectual do episódio. Já dominando os pontos chaves na Capital – Luua, como a emissora de rádio, o golpe aborta porem, mercê da rápida intervenção militar cubana ao lado de Neto. “Monstro imortal”, armado com uma metralhadora, entra no Palácio da Cidade Alta de Luanda, com o propósito de dar ordens de prisão ao presidente angolano; assim não foi, porque Neto, estava no Futungo de Belas…
Monstro Imortal é preso de imediato. Na onda posterior de repressão, são presos, torturados e passados pelas armas na forma sumária, seguindo-se-lhe milhares de pessoas, incluindo os mentores do golpe, depois de serem sujeitos a dolorosa tortura física. Conta-se que a Nito e a Monstro Imortal, lhes foram arrancados os olhos, ainda em vida. O último relatório da Amnistia Internacional sobre o golpe de 27 de Maio relata o desaparecimento de prisioneiros – “Noite após noite, durante os meses seguintes, ambulâncias e outros veículos saíam da prisão de Luanda e de outras cidades”.
Hermínio Escórcio, chefe do protocolo da presidência, descreve mais tarde como sucederam as manobras dessa revolução: “ Na manhã do dia 27 estava em casa quando me apercebi que a Rádio Nacional de Angola – RNA, havia sido tomada. Fui para o meu gabinete no Palácio e de lá telefonei para o Futungo de Belas (Presidência da República) mas de caminho pude avistar o Onambwé e o Delfim de Castro que, dentro de um tanque, se dirigiam para as instalações da RNA, onde já estava no ar o programa radiofónico “kudibanguela”. Depois da retomada da RNA fui o primeiro dirigente a lá entrar”.
Continuando: “saí da rádio e fui até à Avenida Lisboa para ver se havia rastos de sublevação. Liguei o Neto, disse-lhe que estava tudo calmo e, ele prontamente afirmou: “Então posso ir até aí!” Disse-lhe que por uma questão de segurança, talvez fosse melhor ficar pelo Futungo. Dito isto, acrescentou que ia chamar a imprensa para fazer o ponto da situação. Mal sabia ele que o Saidy Mingas, o Eurico e o Garcia Neto já tinham sido mortos. Também desconhecia que alguns comandantes haviam caído em emboscadas montadas pelos Fraccionistas à 9ª brigada. Neto, quando soube de tudo isto, ficou completamente transtornado”.
Neto vai à televisão e proclama o salvo-conduto para o banho de sangue: “Não haverá contemplações…Certamente não vamos perder tempo com julgamentos”. Os fuzilamentos sumários passaram logo a ser norma. Convêm dizer aqui que os cubanos após retomarem a Rádio Nacional, abrem fogo sobre todos os amontoados de população que eventualmente estavam ao lado dos revoltosos e, acto contínuo retomam o controlo das cadeias. Mila Coelho, mulher de Rui Coelho fuzilado a 2 de Junho de 77 e, que na altura era chefe do gabinete do Primeiro-Ministro Lopo do Nascimento, conta assim: “ Esperava Rui, vindo de Argélia e a 1 de Junho com a tragédia do 27 a decorrer, notei nele muita intranquilidade. No dia seguinte, dois de Junho, vieram buscar-nos a casa”.
“Dois soldados armados de metralhadora, exigiram que fôssemos com eles. Levaram-nos para o Ministério da Administração Interna aonde permanecemos toda a tarde, sentados em um banco corrido. Nessas horas falamos pouco; estávamos horrivelmente destroçados. Era já noite quando nos foram buscar; meteram-nos num cubículo escuro e pela madrugada levaram-nos para a Cadeia de S. Paulo. A separação de homens para um lado, mulheres para o outro afastou-nos definitivamente um do outro para nunca mais nos virmos”…
Nos fios de gastas crenças, tão corcovado, tão enrodilhado em suas macias filosofias de mineiro de volfrâmio, recordo meu pai Manuel, embebido, travado e suspirando baixinho, revendo sua miúda indecisão de viver, vendendo volfrâmio a Hitler para sobreviver. Um dia de repente, com um trejeito de esforço, endireitou-se emperrado e cresceu! E, falou: - Amanhã vou à Companhia Colonial de Navegação inscrever-me - Vou para Angola! E, foi… Ora sucede que neste 27 de Maio veio da Luua inchado de porrada e com uma bala nos joelhos; esperei-o no Aeroporto da Portela de Lisboa. Seguro por duas muletas parecia um Cristo! Tirou essa bala e, não mais voltou… Impôs-se assim uma forçada regra de vida: - A liberdade de sermos saudáveis ou morrer por coisas impensáveis…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
CAFUMFO - Crónica 3185 - *O BRILHO DOS DIAMANTES* - 25.08.3021
Kanimambo é obrigado em dialecto Changana de Moçambique
Por T'Chingange - no M'Puto…
Celebridades, reis e rainhas gostam de diamantes porque eles brilham e são “eternos”. O nome da pedra vem de uma palavra grega (adamas) que significa “invencível” e se refere à sua incomparável dureza.
O povo esgravata a terra fazendo buracos para sobreviver ou enriquecer. Por vezes, muitas vezes, corre perigo de vida na busca de algo que possa vender e, assim realizar algum dinheiro para comprar pão para as bocas de familiares.
Nós sabemos que a Diamang de Angola provocou muitas prisões e mortes durante o período colonial de Portugal em Angola; fenómeno que recrudesceu no governo mwangolé com ainda mais mortes entre o povo sofredor...
Porém, para ser diamante, é preciso suportar pressão e calor. Isso sem falar no processo de lapidação. Ninguém acha um diamante e o mantém em estado bruto, com suas impurezas e imperfeições, pois não teria graça nenhuma. Os diamantes precisam ser lapidados, num trabalho artesanal em que raramente perdem menos do que 50% do peso original...
Para que sua beleza cintile diante de todos é necessário dizer-se ser esse, um processo doloroso e que leva tempo, o que o torna numa boa metáfora do trabalho que Deus realiza em nossa vida para que brilhemos em Seu suposto reino.
O lapidador não trabalha de qualquer maneira. Ele estuda a pedra, observa o cristal, analisa o índice de refracção (responsável pelo brilho), avalia o poder dispersivo (a capacidade de dividir as cores espectrais da luz branca) e desenha assim o melhor corte. Depois do corte, que às vezes consiste de 58 facetas, vem o polimento que o faz, um trabalho elevado ao lapidar no polir dos diamantes da natureza, ou do Deus se o quiserem... Que tal como cada pessoa se vê na melhor maneira de dar a si, a forma perfeita no revelar de seu esplendor.
Em geral, o olhar casual observa apenas a cor do diamante. No entanto, seu valor depende de outros factores. O Instituto Americano de Gemologia leva em conta quatro itens: o carat (quilate, peso), a claridade (ou pureza), a cor e o corte (ou lapidação).
Para o brilho, o corte pode ser mais importante do que a cor. O corte tem que ver com o estilo da lapidação, e não com a forma, que pode ser redonda, oval e rectangular, entre outras. O corte excelente, que maximiza a luminosidade, o fogo (ou brilho) e a cintilação, é aquele que reflecte quase toda a luz que penetra o diamante. Igualmente - o “diamante” que recebe o corte perfeito para reflectir a luz divina.
Depois do trabalho do lapidador, uma pedra de rara beleza pode atingir um preço muito elevado. Em Novembro de 2013, num glamoroso leilão em Genebra, a Sotheby’s bateu o martelo para a venda do Pink Star por 83 milhões de dólares. Se eu fosse pastor, diria que Deus sempre procura as pedras mais preciosas...
Bom DIA VINTICINCO... Então, com Sua habilidade de lapidador sem igual, DEUS, ALÁ ou BUDA, transformará essas pedras em jóias magníficas. Com ou sem fanatismo, pode dizer-se que o corte não é a destruição da pedra, mas sua redenção. Metaforicamente, se assim o for, quando você sentir a dor do polimento, não reclame. Você só poderá brilhar se for lapidado; só assim obviará a malamba básica...
O Soba T'Chingange
ANGOLA DA LIBERTAÇÃO - XVI
- A INDEPENDÊNCIA DIVIDIDA… OFENSIVA NGOUABI - Crónica 3184 – 22.08.2021
- “A guerra, que matou e estropiou tantos, alimentou um punhado de pessoas, que se tornaram insultuosamente ricas e prepotentes” – A independência era para isto!? -Nós e os mwangolés…
Por T´Chingange, no AlGharb do M´Puto
Ainda anda por aqui e ali no M´puto e Diáspora, muita gente com quem temos amizade e que dão um encolher de ombros às lembranças de então, de há 46 a 47 anos atrás. A força de esquecer dos retornados, refugiados e afins, foi mais que muita e, ao ponto de até esquecerem o nome da lavadeira, da rua aonde moravam e até do cachorro e coisas que se fracturaram no tempo em sonhos de altas falésias com muitos e assombrosos pesadelos. Eu passei a ser Cidadão do Mundo nascido por opção a bordo do Niassa - um Niassalês. Sonhos de mirar o passado pelas estrias de uma kalashnikov, AK 47 entre outras, aquelas de tambor ultra revolucionário e até das G3 dadas pela NT (Nossas Tropas) aos bandalheiros e pioneiros do MPLA. Uma grande parte dos “tinhas*”, até se tornou comunas militantes; outros são socialistas envergonhados…
Prometi a mim mesmo não me enganar continuando a ser eu próprio peneirando as opiniões, gerindo silêncios e, mesmo no exterior de Angola, fiz trabalho fiel por quem acreditava ser o futuro em Angola. Saí da UNITA mas, ela continua comigo pois recordo grandes nomes com quem tive o privilégio de trabalhar como Carlos Morgado, Kalakata, Alcides Sakala, José Kachiungo Marcial Dachala ou Adalberto Júnior entre tantos e tantos. Tive e continuo a ter com orgulho de exibir, um galo em cerâmica que sempre ficou agarrado à lapela do meu terno de azul diplomático, oferta como se assim o fosse: um louvor medalhado, por essa gentil pessoa com o nome de Sakala que então representava a UNITA em Portugal, sendo eu coordenador da Zona Sul do M´Puto…
Só a partir do 11 de Março de 1976 as coisas começaram a tomar outro rumo. Tive a sorte de ser colocado pelo IARN como destacado ADIDO (Ex-funcionário dos SPCFTA e Câmara da Caála em Robert Williams), em um município, tendo na presidência um elemento do MDP-CDE do Ribatejo, que tudo tentaram para me levar para as tomadas de “montes” no Alentejo – Era o PREC em curso. Nesta descrição andarei um pouco mais à frente e atrás para inserir o essencial dos problemas que afectavam milhares de seres como eu e, em iguais circunstâncias; gente que quis esquecer e, que acabou mesmo por assim ser… Perturbado com os punhos no ar e assembleias a toda a hora, em terra de Otelo Saraiva, zarpei, bazei, fugi de licença ilimitada rumando para a Venezuela de Andrés Peres…
Mas e, voltando a Angola e a Fevereiro de 1976, deparamos com o rápido avanço do MPLA com cubanos para a tomada do Lobito e Benguela à UNITA e Soyo, a antigo Santo António do Zaire no Norte, à FNLA. A República Popular de Angola é admitida na ONU e reconhecida por vários países. Portugal seria o 88º membro a reconhecê-la. Neste mesmo mês, o comité político da UNITA abandona Huambo e inicia a retirada par Sudeste, com cobertura de uma coluna Sul-africana. Savimbi está no Leste e inicia, juntamente com duas mil pessoas, aquilo a que se veio a chamar a “Longa Marcha”. O líder da UNITA, Jonas Savimbi, viria a atingir o Cuelei, a 28 de Agosto, milhares de quilómetros percorridos, apenas com 79 resistentes.
Curiosamente, um erro táctico do próprio MPLA catapulta a UNITA, em 1976, para o palco internacional. O sucedido conta-se em poucas palavras: pouco depois da tomada do Huambo, o MPLA organiza no Sul de Angola, a “aldeias modelo” em que nada parece faltar mas, esquece-se das muitas aldeias em redor, de pobreza extrema. Perto de Vila Flôr a cerca de 40 km do Huambo, na noite de sete para oito de Setembro de 1976, Canhala foi cercada, atacada e saqueada pelo povo das aldeias miseráveis limítrofes, que não poupou a vida àqueles que pactuaram com o plano engendrado pelo governo de Luanda.
Não podendo admitir o erro, o MPLA atribuiu aos “fantoches da UNITA” a responsabilidade pelo massacre; quando, na verdade, a UNITA se encontrava desmantelando para Sudeste. Até final de 1976, embora desfalcada, a UNITA resiste a três operações dos cubanos e MPLA “Tigre” no Leste; “Kwenda” a Sueste; “Vakulukutu”, no Cunene. Neste ano, Savimbi envia para Marrocos 500 homens que, a coberto do apoio do Hassan II, recebem treino militar – em Março do ano seguinte, no 4º Congresso da UNITA, estes homens são nomeados comandantes do exército semi-regular da UNITA.
À coligação MPLA/cubanos juntam-se tropas congolesas com um total aproximado de 10 batalhões que passam a actuar no Centro/Sul de Angola, praticando a politica de terra queimada, na qual ficou a ser conhecida por “Ofensiva Ngouabi”, de Marien Ngouabi , presidente do Congo e que, em Setembro de 76, visitou oficialmente Angola. Entre as aldeias mártires da “Ofensiva Ngouabi”, contam-se Quissanquela, Capango, T´Chilonga, T´Chiuca e Mutiete. Nesta última, foi sumariamente executada toda a população masculina.
Acompanhando as notícias de Angola pelas notícias internacionais, passei quase seis anos na Venezuela trabalhando na Barragem Raúl Leone do Guri situada na grande área do Amazonas entre os anos de 1977 a 1982; uma gigantesca obra situada no Rio Caroni, um afluente do grande Orinoco. Tive a felicidade de ter como Presidente um senhor de alta postura, um verdadeiro estadista chamado de André Peres, antecessor ao Herrera Campins e ao ditador chamado de Hugo Chaves. Nesse então Venezuela era um paraíso, havia pleno emprego, paz e harmonia.
Naquele lapso de tempo, convivia com gente saída de Angola, topógrafos, grueiros e gente de todas as aptidões; uma obra que mantinha 18.000 trabalhadores de 82 nacionalidades. Em nossos encontros e farras falávamos da Angola distante e, ao som dos merengues e cantares de Paulo Flores ou Bonga e até Minguito batíamos o pé levantando pó no pé de serra. Primeiro, meu trabalho era o de projectar e implantar estradas por toda a Venezuela ao serviço de uma empresa italiana e mais tarde como chefe de departamento de topografia e projectos inerentes àquela grande barragem.
A guerra civil angolana eternizava-se. Agostinho Neto, o medíocre poeta e Presidente de Angola por um acaso, tendo consciência do problema social, tenta uma abertura política, como modo de se libertar do cada vez mas fechado domínio soviético que estrangulava a olhos vistos o MPLA. Neste âmbito, encomenda uma sondagem para um possível acordo de paz com a UNITA. Em 1977, a embaixada soviética em Luanda é dirigida por Arnold Kalinini. Conhecem-se as pressões que o embaixador exerceu sobre Agostinho Neto, no sentido de o levar a adoptar o marxismo-leninismo. O presidente Neto resiste. Num discurso desse mesmo ano, afirma que “o MPLA deve continuar a ser um partido aberto a todas as correntes nacionalistas angolanas”. Mas, acaba por aceder em Dezembro de 77, transformando o MPLA em PT, Partido do Trabalho, realmente de cariz marxista-leninista.
Notas*: Tinhas – Cognome de alguns retornados por sempre repetirem: “ Lá, eu tinha” – Se era verdade para muitos , a maioria, não o era para os faroleiros que diziam ter o que nunca tiveram…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
AFEGANISTÃO - UM FIM DE CICLO
Crónica 3183 - 21-08-2021
Por T'Chingange - no M'Puto
Com este fim do poder hegemónico pela desistência da NATO e América, o mundo fica sem a referência necessária e dissuasora a novas e avulsas aventuras de poder. A estrutura da ORDEM, simplesmente cria um VAZIO; um perfeito anúncio para novos encontros de forças anárquicas...
O pântano é assim transladado para as Nações Unidas por desmembramento de conceitos com abandono deixando o caos neste vulcão chamado de Afeganistão - um descrédito total. A concepção religiosamente fundamentalista irá trazer até nós a céptica ORDEM MUNDIAL.
Os USA, com a batuta de Biden, estão a alhear-se do Mundo criando a este, a falta dessa NOVA ORDEM sem perspectivas, o que torna a HISTORIA, demasiado assustadora. Os americanos não querem ter mortos em teatros de guerra e a havê-los que o seja bem longe!
Fizeram isto em todo o Mundo; Saigão no Vietname, Síria, Líbia, Iraque, Irão, no Golfo, com a Emenda Clark em Angola e agora Kabul do Afeganistão. A Obama, seguiu-se Trump e a este, Biden. É assim o início de seu isolacionismo contra as torpes ideologias a mando do ópio que se espalha por todo o Ocidente Cristão...
A NATO, simplesmente foi ridicularizada sem honra nem glória, fragmentando-se e, proporcionando o avanço dos MOUROS por via da falha demográfica e o avanço da emigração; o que estará por detrás destes movimentos de gente boa misturada com criminosos de guetos.
Nós no M'Puto não temos ninguém com força de impor o que quer que seja. Ficaremos vagando a onda de "vamos ver como fica" sem o "trinco" necessário e, sem gente com capacidade, sem gente para influenciar um cego, nem a força anímica social. Neste mar de anemia só me recordo de Adriano Moreira com um talvez: o último ESTADISTA TUGA.
Ninguém está preparado para esta descontinuidade; daqui advirá a instabilidade com crise e pandemia num crescendo que ninguém pode ignorar. E, preocupa que ninguém com peso aqui ou no Mundo, possa fazer a necessária resistência aos MOUROS, os corta cabeças do talibãs, dos Mujahidins ou os Boko hHrans. Andamos distraídos na inércia num "isso é lá com ou outros".
Andamos distraídos com a atribuição de cotas para mulheres, para estudantes e sua cor e, bandalhices do "abecedário" com siglas de LGBTIQ, acrescentando amiudadamente mais uma letra ao grupo, como se tudo isto fosse o cerne do nosso TUDO – BalhameDeus!... E, temos aí a BAZUCA que tudo indica, vem juntar Dívida à dívida e, com dúvidas quanto baste...
O Soba T'Chingange
A VIDA É UM DESAFIO - ANDO ENKAFIFADO DE TANTO PENSAR NOS TALIBÂS DE CABUL…
PENSAR, POR VEZES É MUITO PERIGOSO. AMÉRICA, AIUÉ - Crónica 3182 de 18.08.2021
Por T´Chingange no AlGharb do M´Puto
Em momentos de aperto no tempo, ficamos contra, só por ficar! E, suprimimo-nos por vezes mas, muitas vezes somos suprimidos. Sim! Somo-lo por gente materialista, gente de meia-tigela, gente política flutuante. Alguns, muitos, sem consciência e consistência, incompetentes em verdade. Ninguém é de ninguém, na vida tudo passa; vamos fazer o quê? Como gostamos de andar embalados!...
Apercebemo-nos que sim! Há navalhas nos espíritos, gelo nas fisionomias! Será que ando a abusar do cloreto de magnésio! Dessa bulunga que tomo para eliminar os triglicéridos… Tudo anda assim num vai e vem num impossível de conjecturar se a explicação ouvida é falsa ou verdadeira. Agora é Cabul…
Gasto meu tempo a espremer os miolos, compondo, inventando e eliminando e, no final fico sempre a remoer cada frase, com paciência de boi, de burro consumindo-me átoa no tempo! Ando preso a ele por pequenas minúcias. Ouvi dizer: “A Força do Direito deve superar o Direito da Força. Não há nada mais relevante para a vida social que a formação do sentimento da justiça. Eu não troco a justiça pela soberba. Eu não deixo o direito pela força. Eu não esqueço a fraternidade pela tolerância. Eu não substituo a fé pela superstição, a realidade pelo ídolo.
A injustiça, por ínfima que seja a criatura vitimada, revolta-me, transmuda-me, incendeia-me, roubando-me a tranquilidade e a estima pela vida. O homem que não luta pelos seus direitos tem um viver tumultuado. Quem não luta pelos seus direitos não é digno deles”. Não há nada mais relevante para a vida social que a formação do sentimento da justiça. A justiça, cega para um dos dois lados, já não é justiça.
Cumpre-se por bem enxergar por igual à direita e à esquerda. A mais triste das vidas e a mais triste das mortes são a vida e a morte do homem que não tem coragem de morrer pelo bem, quando por ele não possa viver. Se os fracos não tem a força das armas, que se armem com a força do seu direito, com a afirmação do seu direito, entregando-se por ele a todos os sacrifícios necessários para que o mundo não lhes desconheça o carácter de entidades dignas de existência na comunhão internacional.
Uma nação que confia em seus direitos, em vez de confiar em seus soldados, engana-se a si mesma e prepara a sua própria queda”. Se porventura, isto falha, há Talibãs na jogada, pois que, os Talibãs não têm nação - têm um líder que lhes fornece sonhos em pó. Levo meu tempo a espremer os miolos, compondo, inventando e eliminando e, no final sempre fico a remoer cada frase, com paciência de boi, de burro consumindo-me átoa no tempo!
Porquê teve de acontecer, de novo CABUL; Ando preso a ele, no pensamento de pequenas minúcias. Ainda me lembro dos helicópteros serem lançados ao mar em terras de Vietname, Saigão, das falsidades em Angola com a tal de “Emenda Clark”, no Iraque, Irão, Síria, Líbia e agora Afeganistão. É por isso que terei de entrar numa viagem astral mesmo que seja aos solavancos, entrar nas ondas alfa e delta e, sem gravidade atravessar paredes como fazem ou parecem fazer os mágicos … Americanos – grandes amigos!?
O Soba T´Chingange
ANGOLA DA LIBERTAÇÃO - XV
- A INDEPENDÊNCIA DIVIDIDA… Crónica 3181 – 15.08.2021
-Na libertação e independência de uma terra que pensava também ser minha, mesmo não sendo “preto”… Afinal, não o era e, continuo “branco”… No meio do desespero, viria a confirmar-se o quanto era perigoso ter americanos como amigos…
P
Por T´Chingange, no AlGharb do M´Puto
Na Avenida Brasil, que dá para o musseque Marçal, havia ali perto uma sede da FNLA; até era considerada uma das sedes mais importantes mas a “porrada” também ali chegou com toda a cagança de militares nervosos. Na Vila Alice o Chico, amigo meu e do Zorba, punha-se deitado na varanda da casa para gravar o tiroteio, entre a F.N.L.A. da Avenida Brasil, no Marçal e o M.P.L.A. no António José de Almeida na Vila Alice. Parecia uma guerra de brincar mas, no tempo o cheiro do sangue, as carrinhas que passavam com mortos para a morgue ou sei lá, para onde fizeram nosso miolo ter medo. Era esse o propósito. Mandar os brancos para o M´Puto.
Em Luanda, os combates começavam do nada com trocas de tiros de armas ligeiras entre a sede do MPLA e a da FNLA. A casa do Zorba chegou a ter 46 buracos de bala na parede do quarto do sexto andar. Um dia ele espreitou - eles nem sequer levantavam a cabeça para ver onde atiravam; era mesmo só àtoa levantavam a arma acima do muro e despejavam o carregador. Quem é que com raciocínio podia ficar indiferente a isto. Rosa Coutinho, Melo Antunes e toda a pandilha tinham congeminado isto muito bem. O medo vai fazê-los sai! Terão dito os filhos da peste…
Entretanto, nas horas daqueles dias a vida não valia um vintém; tudo ficava ao sabor da sorte. Nestas aflições sem controlo visível, surge a figura de Gonçalves Ribeiro batendo-se pela criação de estruturas àquela que se veio a chamar de “ponte aérea” e, que só se resolveu em pleno quando mais de cinco mil pessoas se juntaram no Largo fronteiro ao Cinema Miramar da Luua pedindo a todas as embaixadas que mandassem transportes aéreos ou marítimos a tirar-nos daquele inferno.
Um dia, a FNLA montou antiaéreas no terraço do prédio, e virou-as para baixo, em direcção à sede do MPLA. Avisaram o pessoal do prédio que era melhor ir embora, não se responsabilizavam pelo que pudesse acontecer e, a coisa aconteceu! E, lá foram embora, para casa de familiares que moravam no Maculussu. Quando o MPLA descobriu donde estavam, a maka recrudesceu com monacaxitos e o escambau! Tudo que tinham de destruir foi usado sem mais nem porquê.
No dia seguinte, Zorba, quando lá voltou, o apartamento já tinha sido atingido por um roquete. Nos dias seguintes, o prédio iria ficar completamente destruído. A FNLA desde algum tempo, mesmo antes da assinatura formal do cessar-fogo com o Exército português, havia metido muita gente na capital, vinda de Kinshasa - Quadros políticos e tropa que falava em francês com sotaque de bumbo dos matos. Não falavam português, e pelo comportamento, eram já donos do pedaço, arrogantes, mais parecendo um exército de ocupação. A coisa não lhes saiu bem; isto já foi parcialmente contado lá atrás nas mokandas mas, não é demais relembrar.
Mês da Independência – Novembro de 1975, e da invasão zairense ao Enclave de Cabinda. O MPLA proclama a República Popular de Angola, no antigo Largo Diogo Cão, bem à entrada do Porto de Luanda. A FNLA e UNITA unem-se no projecto da edificação da República Democrática de Angola (RDA), com a capital na antiga Nova Lisboa (Huambo). Ainda hoje, nas chancelarias internacionais analisam aquela Angola dividida fazendo comparação entre as Coreias do Norte e do Sul.
Teremos de recordar aqui de forma sucinta o que foi a “Ponte LUALIX” que veio a suceder com a supervisão de Gonçalves Ribeiro, o pai da ponte. A CIA dizia nesse então que Lisboa não tinha um suporte adequado no terreno que lhe permitisse evacuar mais de trezentos mil brancos ainda no território, nem para manter os voos no ar. Era verdade! Mas também havia aqui pressões para em troca da ajuda, Costa Gomes retirasse o vermelho Vasco Gonçalves do governo. E, foi isso que veio a acontecer!
Aquele antigo internado na casa dos malucos, sector militar de Luanda andava esbracejando demais naquele M´puto desvairado de liberdade - Um Tigre de papel! Mas, em verdade, os americanos não dão nada de borla, teria de haver algo na cartola do tio Sam. Jogaram uma rolha e Costa Gomes agarrou-se àquela bóia, pois então, dava jeito! Os retornados, foram em verdade, a moeda de troca; com um só porrete mataram dois coelhos como se diz! Portugal inundado de retornados anticomunistas, vinha mesmo a calhar nesta hora (…ano de 1975). E, o mundo observando estas manobras com o abutre Carlucci a dar palpites ao estado português através de Mário Soares e outros desclassificados diplomatas de cordel que iam ficando agraudados de poder e dinheiro, pois!...
P -Bom! Na N´Gola, as FAP já nem dispunham de bases aéreas para nos escoar; falo na primeira pessoa porque estava lá! Os confrontos permanentes entre todos os movimentos impediam o funcionamento dos aeródromos como o de São salvador, Cazombo, Maquela, Togo, Gago Coutinho, Cuíto Cuanavale e N´Riquita; Henrique de carvalho, Malange, N´Dalatando e Carmona já só tinham estruturas reduzidas, quase sem uso por falta de segurança e equipamento de apoio.
A RDA de Savimbi, falha. No dia da tomada de posse, Holden Roberto e alguns de seus convidados, entre os quais jornalistas e um elemento da embaixada americana em Kinshasa, levantam voo de Carmona (Uíge), rumo a Huambo aonde chegam ao início da noite. A pista do aeroporto estava às escuras. O avião sobrevoa várias vezes a cidade, mas Jonas Savimbi não permite que este aterre, mesmo sabendo que o aparelho podia não ter combustível para o regresso, com a agravante de não poder abastecer em nenhum outro aeroporto, já nesse então em áreas controladas pelos governamentais.
Este relatório que Holden Roberto descreveu mais tarde, poderia ter custado a vida a dezenas de pessoas. Assim, Jonas Savimbi, viria a proclamar sozinho, a República Democrática de Angola. Comentaristas, viriam a chamar a esta como sendo a República Negra Democrática de Angola. Poucos dias depois, a UNITA envolve-se em confrontos com os militares da FNLA ali estacionados, acabando por expulsá-los da Cidade do Huambo.
P - A invasão de Cabinda contou com a participação de mercenários franceses ao lado da FLEC – Frente de Libertação do Enclave de Cabinda, hoje dividida em várias facções e, segundo se consta, subsidiados por algumas companhias petrolíferas que operavam no Enclave e, um batalhão do exército zairense, portador de artilharia pesada. Os invasores foram combatidos e escorraçados pelas FAPLA do MPLA e cubanos, quando aqueles, estavam prestes a tomar a Cidade de Cabinda.
Estamos em Dezembro de 1975. Cuba desencadeia a “Operação Carlota” que fez desembarcar em Angola sete mil militares deste país caribenho. O Senado norte-americano aprovou a “Emenda Clark”, que impede ajuda militar dos Estados Unidos da América à UNITA e FNLA. Viria mais uma vez a confirmar-se o quanto era perigoso ter os americanos como amigos; eles, sempre viriam seus interesses confirmando-se “americanos, são os amigos mais perigosos que se pode ter” – assim foi!
3 Ilustrações de Pombinho ( assinaladas com P)
(Continua…)
O Soba T´Chingange
MOKANDA DO ZECA - NO MEU ANTIGAMENTE DA VIDA – Tou magrinho, bué triste nos loando muxima iami... já não posso ir na jihenda da Malta do Cú Tapado - Crónica 3180 (do Kimbo) - 13.08.2021 – Sexta Feira ... Kwangiades: - Derivado das musas do kwanza
As escolas da kizomba Com Jose Santos AGO 2021
TONITO UUABA! Aiué k Mano ué! A Jihenda tua é brasa de fogareiro de mama..., e pousado no meu kintal do uuabuama lugar do Rio Seco da Maianga! Tuas FALAS mexe comigo e sacode o meu salalé...! Eu, ando nos desgosto Mptukp pessoa trato dos cautela sekulu uafo ué átoa...! Nos passado dos tempo já bwé passado dos feitiço Malamba..., Le perdi os meu jeito nas minha fala e tenho andado nas minha fugas pelas barrocas..., por causa do ximba do kissonde...!
Tou magrinho, bwé triste nos loando muxima iami..., os xipala tem dentro andorinha que faz ninho, os auditório tem tugi reco-reco que não descansa e o tugi é finório..., os meu mano cristalino bwé catrapisca caté parece os pala catrapisca dos antigo VW no beulando pela Mutamba no galar os kilumba dos destino Maximba 3 para os Choupal..., dos mwadié cafezeiros e dos biacos controladores, dos mambo..., de copos de Sbell e de pratinhos de alumínio com jinguba.
Tou proibido de comer atoa kifufutila por causa do coisa Colocolo... Só sopinha da horta do Miguel das Barbas feita na hora de "tasquinha" e peixinho; matona, cacusso, tainha..., e na chapa quente..., e, que nadam num encurralado de celha gigante de misturinha alimento que faz crescer atoa sem N´denge..., e, lellu, caro pra xuxu..., Tu vê só, agora os esperto dos merceeiro licenciado, que lellu pula-pula na berrida e também nos termo dos macroeconomia...
Quando nos Mu Ukulu num queria de saber katé bem dormia..., no colchão de espiga de milho, tinha chevrollet cheia dos atrozes e, agora t´xé tudo como manda a sapatilha...colchão Pikolin..., bruto jeep com tracção bwé decores e para passar por covas e subir picadas..., no lugar de pesca de truta, tordos arraçados e galinhas virgens de mato..., e, agora que acorda muito cedo por caso de aulas e bem nos distancia inventado pelo pula dos confinsna...
Então, catravês ele aprende os orçamento, os despesa os lucro os ponto de equilíbrio satisfação dos budget, que no analisar, se tudo cobre bem e dá pra ajudar os economia, mas tabuada dos nove muito falha os resultado, os regra dos três dos simples, os equação dos segundo grau que dá bwé comichão... Ah! Não tambulakanta, muito embirra com os leitura dos estatística...
Os percentage dos curva sobe e desce, que diz que parece a linha, que vem do Bungo para a cidade Alta do uuabuama da Luua mesmo e, saudoso kurikutela... A tua prosa, o teu missosso é escola, é cultura..., e já tão longa...A tua obediência, o teu prazer diário de divulgar e levar até nós é extraordinário..., e que lá de cima do algodão N´Zambi te abençoe... Katé meu k mano e te acautela do tugi...tu e a IBib...
Ximbicando n´dongu nos cânticos de bela kianda feita kapota, logologo no camenemene do Baleizão e, sob o olhar das palmeiras da Marginal, eu axiluanda como no tempo dos mafulos, dei com o sonho na praia de Loanda…! Aquele lugar que consolava o meu kituku de dilulu; minha kalunga. FUI!
:::GLOSSÁRIO: Atu/mutu - pessoas/a; Axiluanda - antigos pescadores de Loanda; Berridavam - fugiam; Dilulu - de sabor amargo; Kalunga - mar; Kapiango – roubo; Kianda - sereia; Kituku - mistério; Kúkia – sol nascente; N« dandu – parente; N´dongu - canoa; Ngana NZambi - Senhor, Deus; Malembelembe - muito devagar, com cautela; Mafulos - Holandeses; Mayanga - Maianga, um dos bairros antigos de Loanda; Trumunu - jogo de bola de trapos; Undenge ami um moamba - minha infância de moamba; Uuabuama - maravilhoso Kuatiça o ngoma! – Toquem os tambores; mafulos – holandeses; Ximbicar – remar com bordão; Kapota – galinha do mato; kurikutela – comboio vagaroso;k mano – mano do coração; Tambulakonta – toma atenção, cuidado; Um Ukulu – Do antigamente; Baleizão – gelado, picolé; Pikolin – Colchão de molas;matona – peixe da bahia da Luua; Luua – Diminutivo de Luanda; Colocolo – Corona Virus; kifufutila ou kafufutila – perdigotos ao comer e falar ao mesmo tempo; Sbell – Wisky da Catumbela, cachaça; tugi – merda; maxima – autocarro, bus, machimbombo; Choupal – Cabaré, can-can, Bataklan; Xipala, T´Xipala – foto; Jihenda – luta , labuta; seculo – mais velho, idoso; Mtukp – M´Puto k pariu, Portugal; mwadié – brango, goeta, xindere (perjorativo);uafo – morte, morreu; Malamba – palavra; átoa – de qualquer maneira; Kissonde – formiga grande; ximba – bicho; beulando – passeandoo abandono…
ZECA 20210808
MEDITAÇÃO DO T'CHINGAS... A maioria de nós tem ou já teve um apelido… Crónica 3179 de 12.08.2021
Por Soba T'Chingange - no AlGharb do M´Puto
A maioria de nós tem ou já teve um apelido. Alguns gostam do apelido que recebem; outros, nem tanto. Estes apelidos têm diferentes origens. Uma delas associa características das pessoas com animais. Assim, alguém pode ser chamado de leão, porque é muito forte; raposa, porque é muito esperto; ou cobra, porque é muito astuta. Meu apelido é característico da terra que me viu crescer depois de minha singularidade no porão dum barco chamado de NIASSA; lugar escolhido por mim para nascer, mesmo antes de o ser, gente.
Assim, meu primeirissimo apelido é esse, o de NIASSALÊS que tem como origem o lago que deu o nome ao VAPOR e, que agora se chama MALAWI. O mesmo que levou os primeiros militares para a Angola em levante com o chamado "terrorismo" no ano de 1961... Talqualmente, o mesmo navio, vapor, paquete, que fechou o círculo colonial transportando a última bandeira içada no dia 10 de Novembro de 1975 e retirada sem pompa nem fanfarra, embrulhada murcha e recambiado para a Metrópole em Lisboa. Antes do grito de "independência com vitória ou morte" no cerne do acontecido, a bandeira Lusa era retirada quase à surdina no Palácio da Luua Alta e, escapulida sorrateiramente numa lancha que a levou àquele barco, bem ao largo, no mar, desde o largo até aí chamado de Diogo Can.
Pude ler muito superficialmente nas Escrituras, que Deus usou alguns apelidos para designar Seu povo. Daí que não precisaríamos preocupar-nos por sermos conhecidos por águia, se leão ou até mabeco, Urubu ou abutre que é o mesmíssimo predador. Mas, porque essa Ave chamada de águia está associada com agilidade, soberania e imponência assim sendo, encontramos um clube do M'Puto com seu desenho no equipamento - O Benfica, com aqueles sempre auspiciosos encejos e desejos de ser campeão. Também não ficaremos tristes se nos chamarem de leão, sinónimo de força e poder também associado a outro grande clube chamado de Sporting. E, embora eu seja sportinguista, não deixo de querer ser também Pantera, por via da bandeira de minha singularidade, a NIASSALÂNDIA, símbolo de um país que já não o é!
Triste sina, esta de já não ter "meu país" e meu berço que agora é viveiro de cachuchos, corvinas, garoupas, pargos e patas-roxas entre outros peixes que me dão serventia por via das maravilhosas caldeiradas. As comezainas que me permitem alimentarem a vida gulosa neste lindo AlGharb do M'Puto. Bem! Também temos as chamadas raposas, ágeis e espertas. Entretanto, o Nosso Senhor escolheu um animal inexpressivo para nos apelidar: As ovelhas que são animais indefesas, pois não lutam nem correm e até servem de petisco... Trata-se de um bom apelido para quem carrega muitos medos, diga-se... Jesus, no entanto, insiste em chamar-nos dessa maneira: “Eu os estou enviando como ovelhas...”; “Eu sou o bom pastor; conheço as Minhas ovelhas, e elas Me conhecem...” (Jo 10:14); “As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz...” (Jo 10:27); “Pastoreie as Minhas ovelhas...” (Jo 21:16). E, mas então, porquê Ele nos chama assim?
Há muitos motivos. Talvez o melhor deles seja porque a ovelha parece ter aprendido algo que garante sua segurança: Depender totalmente do pastor. Naturalmente, o ser humano luta por independência; na juventude, experimentamos essa condição de maneira bem intensa. O problema neste processo, é o de que podemos nos atrapalhar na busca de independência pois que isso de ser-se livre é, bem perigoso... Está a ver-se...
O Soba T'Chingange
MOKANDA DA LUUA – KAPIANGO - Luanda do Mu Ukulu… Era uma vez … O tempo ruge - Crónica 3178 – 12.08.2021
- Kinguilas, as fugitivas da Independência - III de IV
Por Soba T´Chingange no AlGharb do M´Puto
Na Luua, algures... Não têm cartões multicaixa, levam um papelinho muito gasto ao balcão com nome e número da conta para averiguar. Começam a entrar às 8h00 e só param no início da tarde, comendo poeira e fome. A burguesinha, essa, trabalha nos Bancos enquanto não há despedimentos. Fatinhos com calças e casacos apertados, elas com boas roupas oferecidas por não se sabe quem, com vestidos parecendo que estão na “City” de Londres. Em comum, têm a vaidade, a arrogância, a jactância, a mente vazia.
Não dão confiança aos pobres, aos sujos, como que para enxotarem a sua consciência. Ah, os burguesinhos da Sonangol também não se misturam. Mas às 12h00 eles ficam com água na boca, quando os inexistentes aparecem no muro baixo com dezenas de recipientes de alumínio com almoço para venda, cada mil. Os pobres? Estão por todo o lado na Baixa de Luanda, imóveis. Pobres, é uma maneira de escrever, porque nem mesmo todo o dinheiro do mundo os tiraria da pobreza, porque, na verdade, têm medo da riqueza...
Na ilha, de um lado e de outro, onde o Sol nasce e o Sol se põe, era o mundo dos pescadores, um povo que nunca se misturou com os continentais. Os homens, de panos, vinham à cidade dos brancos à tarde, vender ostras e eram exímios nadadores. Não se sabe como a Ilha de Luanda se degradou, foi rápido. De repente a Floresta foi invadida pelo lixo, por rapazes e delinquentes, pela Polícia Fiscal e por barcaças transformadas em empresas.
O hotel Panorama, único no mundo onde os quartos virados para o oceano eram mais baratos do que os quartos virados para a cidade, ninguém sabe como foi destruído, ninguém sabe de nada. Lá dentro há quadrilhas de miúdos, sobrevivem dia-a-dia, entre cheiro de gasolina, liamba e outros acessórios de morte, fugindo à Polícia que os vai rusgando de vez em quando. Assim, sem mais nem menos, os afortunados conseguiram boas casas. Foi só mandar fazer obras com o dinheiro do OGE.
Outros, amancebados com o poder, construíram prédios que noutras partes do mundo são proibidos junto à praia. Os primos começaram a pedir para abrir bares e restaurantes. “São meus primos”, disse-me alguém, “que podia fazer senão autorizar?”.
Há muitos anos, a Ilha estava dividida. As praias não eram universais, havia as dos brancos e a dos “patrícios”. O Harlém era em frente da Marinha e os brancos não punham lá os pés, não se misturavam. Depois passou para os soviéticos que estavam na Marinha, iam todos de igual nadar.
No fundo da Ilha, de um lado e do outro, no Cabo e na Chicala, podia-se namorar dentro do carro, mesmo em 1980 havia segurança. À noite podia-se romantizar, mas depois tudo mudou. Os namoros foram para outros lados; o Cabo foi entaipado com obras, já não se chama assim, é o “Ponto Final”. A Chicala já não tem a rotunda nem asfalto e foi tomada por populações que sobrevivem de muitos negócios, desde venda de peixe, mufete, prostituição e, curiosamente, golpeando veleidades turísticas, o parque de recolha de viaturas do Governo Provincial de Luanda assentou arraiais na Praia do Sol, onde nós íamos com as nossas namoradas nos idos 1960.
Hoje, já ninguém fala dos pescadores. Parece que foram tragados pelo mar. Diz-se "vamos à Ilha comprar peixe", mas não se diz a quem se compra, é a alguém indefinido. Na Ilha, hoje, coexistem sem se misturar os portugueses com as suas praias quase privadas e milhares de jovens que deambulam sem sentido, bebendo cerveja ou convivendo apenas, enchendo todos os espaços ao fim de semana e semeando as praias com cacos de garrafas de cerveja.
A Ilha descaracterizou-se, está entaipada. Do lado direito, infindáveis muros de chapa escondem as praias e a Baía, de noite, longos percursos da avenida estão ás escuras e não é agradável. De repente, encaramo-nos com as rotundas sem iluminação. Mas imperam os restaurantes de luxo, de um lado e de outro, com animação nocturnas, mas sem saneamento básico, tudo improvisado, come e os restos deita no mar.
(Continua…)
T´Chingange do kapiango na Diáspora dos AlGharb`s do M´Puto
MOKANDA DA LUUA – KAPIANGO - Luanda do Mu Ukulu… Era uma vez … O temp ruge.
Da Luanda actual - Crónica 3177 – 09.08.2021
- Kinguilas, as fugitivas da Independência - II de IV
Por T´Chingange no AlGharb do M´puto
Do BCI não é o urinol da esquina, que não funciona, nunca funcionou. Importado a peso de ouro do Brasil, a “casa de banho” faz parte de outras talvez centenas espalhadas pela cidade que nunca funcionaram. Ninguém conhece os contornos do negócio, apenas se sabe que nunca funcionaram, nem se conhece ninguém que tenha lá dentro urinado. O Rialto já não existe, só ficaram as saudades dos apetitosos pregos com jindungo e os finos tirados com a pressão exacta. Em seu lugar, recentemente, foi construído um alvo Monumento ao Soldado Desconhecido.
Os jovens não sabem o que isso seja, imaginam, segundo me disse um deles na rua, ser um soldado sem registo de nascimento. Ali ao lado estão os Correios, já centenários, mas de que ninguém parece tirar utilidade. Perguntámos a um jovem, vagabundeando por ali, o que são os correios. Ele olhou, tranquilo e respondeu muito sereno “não sei, pai”. Ninguém sabe nada, aqui nesta cidade. Também não precisam de saber. O tempo parou, sitiado entre a madrugada das 6 horas e o pôr-do-sol das 18 horas, vaivém, a cidade se povoa e despovoa, aqui se faz tudo, mas ninguém é daqui, as pessoas desabitam aqui, por isso não há tempo.
As kinguilas, fugitivas da Independência e da puliça, andam nos extremos da extensa avenida N´Zinga ou Ginga dominadas pelo banco estatal BPC, a agência Kaponte e a agência lá do fundo perto do Eixo Viário, ao lado da Unitel. Ninguém sabe o que é Kaponte, os jovens, desempregados, não sabem nada, não lhes diz respeito. Mas Kaponte pode ser uma pequena ponte, aquela ponte que liga à Praia do Bispo e onde se mataram, dizem, brancos desesperados com dívidas ou com desamores, naqueles tempos remotos antes do setentaecinco, tudo junto…
Lá dentro do BPC, para onde os mais velhos espreitam, diz-nos o jovem M´Bambi, nunca há sistema nos computadores, especialmente, reforça, depois das 14h - 14h30. Os funcionários querem ir para casa e não toleram mesmo, ser retardados por clientes sem dinheiro, mas com problemas complexos deles, de primos e tios que obrigam a consultas demoradas. Lá fora, um mundo mudo, ninguém fala, toda a gente parada sentando-se onde pode ou polindo esquinas…
É o mundo das kinguilas, as cambistas de rua, as verdadeiras bancárias do sistema, que também vendem recargas da Unitel, são dezenas largas de mamãs opulentas, vigilantes, carregadas de kwanzas e de divisas, inexistentes nos Bancos. Usam um balaio de mateba ou de plástico colorido; cada uma usa sua própria cor. A operação “Transparência” não lhes toca, parecem da família, tudo mancomunado com a grande máquina de lavar dinheiro; as purificadoras do sistema com adestramento no antigo “tira biquíni!” e mais suprimentos e até complementos do tal tão falado de “Roque Santeiro”. Um ar adstringente com cheiro a maboque derramado com mistura de tamarindo…
Só dão berrida nas pobres zungueiras que povoam a Baixa durante o dia, sempre com um olho aqui outro ali, já estrábicas, tipo ciganas na Europa, prontas a correr em defesa da mercadoria. São as fugitivas da esquindiva, da finfia com finta no aprendizado da Independência.
Mas é também o mundo dos pensionistas, centenas, ou milhares todos os dias desde manhã cedo, ainda quase escuro e ao som dos primeiros pio-pio dos agora raros pardais, seres ainda vivos se abeirando do óbito, tentando ver se a pensão já caiu…
O tempo clareou obscuridades trazendo o lixo na corrente da estória que os fez junto com os saídos de Angola involuntárias marionetes – a tal de dipanda do tundamunjila. Podia já ter esquecido todo este assunto, um tema deprimente para muita gente e descendentes matutos de mescla escura com mazombos e virgula no entretanto mas, eu mesmo prometi não esquecer este lado negro em terra que por via da descolonização se branqueou… O dólar tem de ser com o tal George de cabeça grande. O próprio George Washington…
Num aiué, todos os mitos em torno da “Nação de N´Gola”, as coisas mudam na percepção independente, tudo mudou mesmo muito nos anos da dipanda. Na Luua num repente também passou a ter também pretos de primeira e de segunda só que não querem que isto se saiba por ser assim muito tão cruelmente cruel. A preocupação com a etnogénese podia e pode ser muito bem motivada com a preocupação na degenerescência racial, da “eugenia positiva”, tem mwangolés de primeira e gente de chinelo do pé, tipo rafeiros mas isto, nunca passarão dum tal mito de que África dos trópicos de Capricórnio nunca vai querer analisar com profundidade …
(Continua…)
T´Chingange do kapiango na Diáspora dos AlGharb`s do M´Puto
ANGOLA DA LIBERTAÇÃO - XIV
- A INDEPENDÊNCIA DIVIDIDA… Crónica 3176 – 07.08.2021
-Na libertação e independência de uma terra que pensava também ser minha, mesmo não sendo “preto”… Afinal, não o era e, continuo “branco”… Nesta lengalenga de lembrarmos coisas mortas, cada homem é um mundo.
Por T´Chingange, no AlGharb do M´Puto
A coluna da FNLA consegue atingir Caxito, onde é dizimada com a entrada em acção dos “Órgãos de Staline” aos quais os angolanos passaram a chamar de “Mwana Caxito”- filhos de Caxito; exactamente por terem sido utilizados pela primeira vez, na capital do Bengo. Esta arma capaz de disparar simultaneamente vários morteiros, foi construída no tempo de Staline, permitindo aos russos resistirem contra os alemães na Segunda Grande Guerra Mundial. Nesse então ganhou o nome de “katiusha”- querida Katia, palavra de código utilizada entre os comandantes das frentes. Nos EUA, chamam-lhe “Tio Sam”.
Nesta lengalenga de lembrarmos coisas mortas, cada homem é um mundo. A 9 de Março de 1975, no M´Puto, Spínola foi informado por oficiais amigos da operação matança da páscoa, um plano do Partido Comunista Português e os militares mais radicais do COPCON e da 5ª Divisão, apoiados pela União Soviética, para realizar uma campanha de assassinatos políticos, onde Spínola e seus apoiantes constavam como alvos, como parte de um golpe de estado para tomar o país.
O herói do monóculo e pingalim e luvas de coiro preto chamado de Spínola, escapa-se de helicóptero para Talavera de La Reina, em Espanha levando com ele a valentia que num repente enferrujou na apatia medrosa, com mofo e atitudes encardidas de vergonha. Entregues ao acaso, na Luua, as Forças Militares dum exército que deveria ser de conjunto, ao invés de apagar o fogo como o deveria ser, ateavam ainda mais os incêndios. Lopo do Nascimento mentia com todos os dentes dando força ao tal exército popular do seu MPLA – “victória ou morte” – Aiué, Nossa Senhora da Muxima nos acuda!...
As FAPLA, atacaram e destruíram com blindados o quartel da FNLA em Kifangondo. Ninguém se insurgiu neste uso de blindados! Deveriam ser apreendidos pelas N.F. mas, ou as ordens se perderam no caminho ou lhes faltou coragem para actuar. Podemos acreditar em tudo porque nada foi feito! Era mais fácil desconhecer tal gravidade. Lobito, Benguela e Sá da bandeira eram agora as cidades refugia dos deslocados de guerra idos do Norte, Malange Luanda, Uíge e muitas outras localidades.
A etnia branca rotulada de colonos, já não acreditava nos nacionalistas; desesperavam por não ver a situação normalizar. Não dava para esperar! As escolas já não funcionavam, os dispensários médicos iam ficando sem gente capacitada, as instituições iam ficando desertas de gente com poder de decidir. O “lar do Namibe” uma cooperativa de construção comunicou-me que já tinha direito à tal casa mas, esta carta por ali ficou em cima duma estante a desaguardar num tempo que se esfumou.
Em Outubro de 1975, no dia 23, militares sul-africanos praticam a primeira invasão de Angola, dominando uma faixa ao longo da fronteira com a Namíbia, de modo a travar os movimentos das tropas da SWAPO, então apiadas por Luanda. A Organização de Unidade Africana tenta desesperadamente a reconciliação, enviando a Luanda uma missão que propõe um governo de unidade nacional. Tinha todos os condimentos para o fracasso e assim foi porque o MPLA já tinha as linhas de seu programa estabelecidas. Os generais de aviários progressistas portugueses já tinham delineado o trajecto por forma a levar o MPLA à posição cimeira na governação do território.
Face à situação, quatro presidentes africanos reúnem-se numa mini-cimeira em Dar-Es-Salaam, capital da Tanzânia, país surgido da fusão das antigas Tanganica e Zanzibar. Nenhum acordo é conseguido. Julius Nyerere da Tanzânia e Samora Machel de Moçambique, defendiam o domínio do MPLA de Neto sobre Angola. Kaunda da Zâmbia e Sir Seretse Khama do Botswana, eram partidários de um governo de unidade nacional que incluísse representantes da FNLA e UNITA. Era chover no molhado…
O PCP da metrópole da colónia, "tentou a sua sorte para poder desempenhar um papel determinante na evolução do país. "A verdade é que a descolonização de Angola estava a ser executada. "Mas, uma facção dos comunistas, pressionados pela URSS, queria controlar o processo". Em Angola, as N.T. já nem saíam dos quarteis! Tinham sim um enorme desejo de serem rendidos e regressar à Metrópole do M´Puto. Nem pareceria ser relevante acudir a casos graves em defesa de gente Lusa. As teses do PCP vingavam em Portugal e Angola. Os novos mandantes a reboque deste PCP mudariam funcionários, quadros e militantes com acções reais no terreno. Preparava-se mais uma cimeira no Quénia mas ninguém acreditava nisto; Nem os próprios intervenientes!
Nas três primeiras semanas de Junho a FNLA e MPLA tinham aprisionado mais de duzentas pessoas, a maioria brancos, nalguns casos com seus familiares. Os edifícios públicos eram simplesmente ocupados pelos Movimentos; coisa sem lei nem roque! A cintura à volta de Luanda erguida pelo MPLA era uma realidade! E, tinha gente treinada na Metrópole propositadamente preparada para fazer parte deste MPLA; militares pagos pelo M´Puto e inteiramente destacados naquele Movimento como se dele fossem, com fardamento próprio do MPLA. Ainda ninguém trouxe isto às claras porque o sigilo estava por demais resguardado e, só alguns oficiais o sabiam.
O selo mentiroso do M´Puto
Nakuru era folha morta! “Numa situação de guerra em Angola, como e a quem se ia entregar a sua governação?”. – Era o próprio Silva Cardoso, Alto-Comissário, que se interrogava falando baixinho para que os demais ouvissem. Neto reclamava a saída deste! Ele queria que assim fosse e, isto era o bastante! A maioria dos oficiais portugueses andava a assobiar ao vento! Triste ironia desta nítida má-fé e, de quem ainda anda por aí recebendo benesses e até medalhas de bom comportamento.
(Continua…)
O Soba T´Chingange
Por T´Chingange - no AlGharb do M´Puto
Pratique uma vez uma ação má e se formará uma mancha que nada a poderá remover, senão o sangue da mente; e, a falácia é má conselheira, se o hábito não for abandonado com firme resolução, a pessoa se corrompe e as correntes que fluem dessa fonte corruptora corromperão outros... Tudo virará uma vulgar missanga de vida. A existir Deus, este, decerto, olhará com desprezo essas coisas. Pensamentos poluídos acariciados tornar-se-ão hábito, e o coração é ferido e manchado vendendo ao desbarato seu carácter...
Há pessoas que convidam à tentação; colocam-se nas posições em que serão tentadas, ou em que não podem deixar de o ser tentadas por sufoco, quando se colocam em associações objetáveis. A melhor maneira de conservar-se isento de pecado é agir sempre em todas as circunstâncias com a devida reflexão e recato.
A mente tem de ser conservada meditando em assuntos puros. As sugestões impuras têm de ser despedidas imediatamente, entretendo-se nos pensamentos puros, elevados, santa contemplação e, obtendo assim mais e mais conhecimentos.
ANGOLA DA LIBERTAÇÃO - XIII
- A INDEPENDÊNCIA DIVIDIDA… Crónica 3174 – 05.08.2021
-Na libertação e independência de uma terra que pensava também ser minha, mesmo não sendo “preto”… Afinal, não o era e, continuo “branco”… “A guerra, que matou e estropiou tantos, alimentou um punhado de pessoas, que se tornaram insultuosamente ricas e prepotentes”
Por T´Chingange, no AlGharb do M´Puto
Em Abril de 1975 Jomo Keniata organiza a Cimeira de Nakuru no Quénia, na qual a UNITA, MPLA e FNLA acordam na formação de um exército nacional único. Neste mesmo mês Savimbi chega a Luanda. Cerca de dois meses depois, o MPLA destrói um quartel da UNITA na capital., chacinando militares e civis ali bivacados – este episódio ficou conhecido por “MASSACRE DO PICA-PAU”, nome do bairro que albergou o quartel. Definitivamente o MPLA, pelas ordens de Rosa Coutinho, o cunhado de Agostinho Neto, não queria nenhum dos outros Movimentos intervenientes no “ACORDO DE ALVOR” em Luanda. Eu direi que este foi o mais escandaloso “DESACORDO” na estória recente que envolve países dos PALOPS.
Em Julho de 1975, começa a batalha pelo controlo de Luanda. MPLA e FNLA envolvem-se em violentos confrontos que originam a expulsão dos homens de Holden Roberto da capital, muitos deles zairenses com fardas do ELNA. O MPLA com ajuda das “NT - Nossas tropas - Tugas”, em logística e armas, utiliza todos os meios para combater a FNLA, incluindo a calúnia e mentiras absurdamente irreais como chamar antropófagos aos militares deste movimento. Vísceras supostamente retiradas das casas dos dirigentes da FNLA foram exibidas…
Coisa mais macabra, até parece mentira e, decerto não virá nos anais da estória contada por medíocres historiadores da praça Lusa. Assaltaram o Laboratório do Instituto de Medicina Legal de Luanda para retirar órgãos humanos e propagandearem a seguir em muitos posters, que a FNLA era um bando de antropófagos, que comiam fígados e corações de gente – Uns canibais, afirmavam eles! A médica responsável pelo Laboratório deu à língua e, misteriosamente desapareceu. Algum tempo depois foi encontrado um cadáver feminino calcinado pela cal, possivelmente o seu. Tudo valia para lançar o terror e, principalmente à população branca… Naqueles tempos da Luua, todos faziam o que lhe dava na gana com a “Kalash” na mão, saltando no tempo do tempo…
Sem definir datas ou horas exactas com gente impreparada e, miúdos “pioneiros” faziam querer tomar o controlo de tudo e, por modos de provocar a fuga de brancos e assimilados, mazombos como eu… A lei, a ordem, a justiça eram coisas quase inexistentes ou anedóticas pela pior das negativas… Um retrocesso ao tribalismo com todas as nuances, tudo muito carregado de misticismo e crenças de quimbandas ou sobas analfabetos e sem o mínimo de preparação para gerir o que quer que fosse.
Melo Antunes, Mário Soares e outros encarnados na vermelhidão, decerto lá nos areópagos internacionais, não dissertavam conversas destas com Kissinger porque para estes, tanto se lhe dava que fosse assim ou assado, logo que tivessem o controlo do ouro negro – o petróleo já a sair pelo tubo ladrão da Golf Oil Americana. Alguns de nós, manietados de todo, a tudo assistíamos martelando caixotes, rilhando o dente sem mais poder fazer, pois nossos magalas do M´Puto ajudavam as hordas de pseudo-revolucionários e, até ajudavam a pilhar nossas casas. Foram vistos e filmados nas avenidas Brasil e Combatentes a roubarem em dia claro…
Já não havia médicos em Luanda, eram escassos ou desactivados. Os géneros de primeira necessidade faltavam. Os assaltos a armazéns eram constantes e as cadeias de abastecimento não funcionavam – Era a candonga a funcionar. As filas nas padarias eram formadas a partir da uma da manha com sapatos, tijolos e marcas indicadoras de tal e tal pessoa. Um troca-me isto por aquilo e as bolachas num repentemente desapareceram, tal como a farinha e compotas – permutas de tudo o imaginário, uns roubados outros esticados daqui e dali formando um esquema nunca pensado. O bivalve chamado de mabanga, só usado para isca de pesca, passou a ser comido com arroz; a fome era negra… Num repente rebentava aqui e ali no meio dos bairros citadinos granadas de morteiro. Via-se o levantar de pó, terra e trastes, sei lá mais o quê!?
Um aiué; salve-nos Nossa Senhora da Muxima que os homens andam loucos, embalando corotos, fazendo caixotes, fazendo de carregadores, fazendo a estiva no porto de luanda e candongando coisas e pedras chamadas de feijão branco como salvaguarda, um aí Jesus que isto, como vai ser e, davam voltas em si mesmo ate tontear, para esmoer a fúria. As “NT -Nossas tropas” tinham ordens para ajudar na desordem! A raiva subia-nos em vapores com cheiros inexplicáveis…Era o medo, tal como tinha sido previsto pelo pai do terror chamado de Rosa Coutinho…
E, quanto aos novos supostos dirigentes tinhamos muitos receios. Dos três líderes nacionalistas, era Savimbi o mais inteligente, o mais hábil e o mais forte politicamente para uns; também para mim – também o mais conotado com os militares portugueses no antes da Abrilada. O Agostinho Neto, cunhado do Rosa Coutinho era um desclassificado poeta, umas merdas escolhido para ser o chefe da nação. Os políticos da nova vaga vermelhusca do PREC não se cansavam de repetir isto e aquilo sobre Jonas Savimbi e sua colaboração com os militares antes do “vinticinco” de 74.
Para o MPLA, era incontestavelmente seu líder Agostinho Neto, um medíocre poeta com formação universitária em Coimbra – O homem escolhido pelos generais e afins do MFA (Dizem agora, ter sido o menos mau!). Quanto a Holdem Roberto não tinha solida formação política, era um fraco e facilmente corrompido; dependia de Mobutu e dos americanos de uma forma sorrateira mas sobejamente conhecida e, rastejante! Nos muitos dias insólitos daqueles tempos, na meditação actual, encontro factos mágicos na revisão de amigos que me fazem medir o tempo com quartilhos e rasas como se feijões o fossem. A UNITA também se retira de Luanda para o Huambo, antiga Nova lisboa. O MPLA fica dono e senhor da capital, a Luua.
Em Outubro de 1975, desembarcam supostamente os primeiros cubanos que passam apoiar o MPLA contra a FNLA tal como o combinado entre Fidel de Castro e Otelo Saraiva de Carvalho, o pseudo-herói do VINTICINCO de Abril, conhecido como a rebelião dos capitães. Diz-se que já havia em Angola e Congo Brazaville cubanos em treinamento para ultimar sua entrada em Angola antes do 11 de Novembro. Esta força foi em ajuda ao MPLA contra a FNLA; esta força que avançava para tomar Luanda, uma coluna na qual se incluíam mercenários de várias nacionalidades, portuguesas incluídas tal como Santos e Castro um oficial superior; também havia um elevado número de zairenses - sete ingleses, dois americanos, um cipriota, um escocês e um sul-africano são feitos prisioneiros e num julgamento sumário, mais tarde, foram fuzilados…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
A VIDA NUM PISCAR DE OLHOS... Cafufutila ou kifufutila – É deitar “gafanhotos” ou falrripos de farinha grossa pela boca quando se come kikwerra … O TEMPO - 02.08.2021- Crónica 3173 - O homem vive pouco tempo e passa por muitas dificuldades; brota como a flor e murcha; vai-se como a sombra passageira - não dura muito. Isto é bíblico...
Por T'Chingange no AlGharb do M'Puto.
Em 2015, a actriz Julie Andrews foi homenageada pelos 50 anos do lançamento do filme A Noviça Rebelde. Ao final de seu pequeno discurso, ela afirmou: “É estranho perceber que 50 anos se passaram desde que o filme foi lançado. Eu pisquei e, de repente, estou aqui.”
Assim é a vida: 50 anos se vão num piscar de olhos. Você consegue ter noção de como o tempo voa? De facto, é mais fácil perceber a velocidade do tempo quando já passamos por ele. É tão verdade como o desfragmentar de um átomo.
No início da vida, a impressão é de que vai levar muito tempo para alcançar a idade de nossos avós. Quando menos se imagina, isso ocorre. Num repentemente, já somos avôs e bisavós... Dessa maneira, a Bíblia nos aconselha a aproveitar a vida com sabedoria. E no entanto, só a leio de quando em vez, quando o rei oscila depois de tornar comendador um qualquer pé rapado... É a vida!
Na epístola de Tiago, há uma pergunta simples e importante: “Que é a sua vida?” (Tg 4:14). O próprio autor responde: “Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e, depois se dissipa.”
Biblicamente, a vida é definida, em termos de tempo, como um vapor, ou seja, algo fugaz. Moisés escreveu: “Pois a vida passa depressa, e nós voamos!” (Sl 90:10). Nesta existência efémera é que tudo acontece. Escolhemos caminhos, realizamos sonhos e decidimos onde ou aonde vamos passar a eternidade no algodão. E, o salmista completa: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria”... Um coração sábio: esse é o segredo para transformar a vida em algo especial e produtivo. Devemos lembrar-nos de nossa singularidade: Hoje é o momento de tomar essa importante decisão. Independentemente do número de anos...
A vida passará rápidamente. Portanto, se você deseja viver de modo pleno e significativo, deve priorizar agora o essencial: deixe-se ocupar no primeiro lugar no seu templo. Lembre-se, a vida passa depressa, e “em breve, tão breve virá, e não demorará” Hoje, aproveite o tempo ao lado de sua FÉ
Muitos dos descolonizados deixaram que a morte chegasse para os aquietar, outros também se tornaram políticos e salvo raras excepções corromperam-se, venderam-se e tornaram-se gatunos oficiosos. Com virtudes, poucos irão ficar enaltecidos na estória. Os direitos humanos foram direitinhos para o esgoto, o lixo bem abafado por ser tóxico. Muitos ficaram sem a vida ainda lá na dita Província Ultramarina do ”O escambau” tendo como carrascos patrícios do PREC e outros merdas que a estória terá de contar tim-tim por tim-tim.
Mas que leis foram estas para nos destinarem tal fim! Prometi-me não esquecer isto! Desta merda de leis sem ressarcimento feitas por estes Edis deputados de aviário cuja vastidão de seus maus desejos nos paralisou: E dizem-me que esqueça! Esqueço o escambau!…
Feliz semana e ano de 2021
O Soba T'Chingange
ANGOLA – DA LIBERTAÇÃO À INDEPENDÊNCIA – XII
INDEPÊNDÊNCIA DIVIDIDA Crónica 3172- 31.07.2021 - Na libertação e independência de uma terra que pensava também ser minha, mesmo não sendo “preto”… Afinal, não o era e, continuo “branco”…
Por T´Chingange, no AlGharb do M´Puto
A “Ponte LuuaLix” tem a participação de varias companhias de aviação tais como a soviética Aeroflot que se dispuseram a retirar um grande número de gente que até ali, só atrapalhava as directivas do MPLA. A criação do Quadro Geral de Adidos na Metrópole - Lisboa, veio acelerar o processo de escoar este elevado número de gente que detinha o controlo da Administração; tudo pensado para provocar a debandada. Era forçoso retirar os brancos pois seus lugares de direcção, teriam de ser ocupados pelos novos senhores. “Branco vai para a tua terra” era o que mais se podia ouvir, nas ruas, nas escolas e aonde quer que o fosse e se estivesse…
Enquanto o controlo de Luanda se fazia ouvir pelo crepitar das armas, “desperdiçando” milhares de balas tracejantes para o ar, com o intuito claro de amedrontar a população acossada por comunicados das rádios ao serviço do MPLA, em Nova Iorque, o ex-agente da CIA Philipe Agee e o jornalista Steve Weisman, denunciam que a “Central” destinara 32 milhões de dólares “para apoiar o anticomunismo em Angola”. Os primeiros cubanos desembarcam no “país”. Uma coluna da FNLA, com mercenários e seus guerrilheiros, é derrotada às portas de Luanda.
Sul-africanos praticam a primeira invasão da Província do Cunene. A UNITA inicia a fuga para Sudeste. A República do Zaire invade o Enclave de Cabinda. O futuro estava terrivelmente comprometido. A 11 de Novembro festejam-se as duas independências no país que Portugal colonizou por quatro séculos, mas de onde nunca retirou o grosso da fatia das suas riquezas. O MPLA proclamou a República Popular de Angola em Luanda e, a UNITA e FNLA uniram-se no projecto da República Democrática de Angola, que veio a falhar. Antes de se falar da Batalha de Luanda, vai aqui recordar-se de forma breve a estória a partir de 18 de Junho do ano de 1974.
Nessa data, Silvino Silvério Marques é nomeado governador de Angola. Cerca de um mês depois, é substituído por Roa Coutinho, como Alto-Comissário. O “almirante vermelho” foi exonerado em Janeiro de 1975, sob pressão da UNITA e da FNLA, que o acusavam de beneficiar o MPLA. Neste meio tempo Rosa Coutinho traçou toda a trajectória para o MPLA alcançar a victória; foi ele o mestre das políticas que se seguiriam fornecendo àquele movimento todo o tipo de armas armazenadas nos paióis, mais logística e facilidades consideradas de “traição à pátria mãe” e aos outros dois movimentos que faziam parte do famigerado “Acordo de Alvor”.
A 27 de Julho de 1974, em Lisboa, Spínola reconheceu “o direito à independência dos territórios africanos”. Entretanto Joaquim Pinto de Andrade, fundador e presidente de honra do MPLA, adere à “Revolta Activa”. O Congresso, que visava a união das três facções do MPLA, fracassa. A caminhar muito rápido para a Batalha de Luanda, em Janeiro de 1975, dão-se três acontecimentos, a saber: Cimeira de Mombaça, Quénia, onde o MPLA, FNLA e UNITA acordam no reconhecimento mútuo; Acordos de Alvor que fixam a datam da independência para 11 de Novembro do mesmo ano; tomada de posse do Governo de Transição quadripartidário.
Em Fevereiro de 1975, a facção Agostinho Neto, dissidente do MPLA, expulsa de Luanda os membros da “Revolta do Leste”. Daniel Chipenda, seu presidente, vê-se forçado a aderir à FNLA. Pela primeira vez, entra em acção apoiando Neto, o “Pode Popular” uma criação do sempre presente Rosa Coutinho que, mais tarde é constituído na ODP – Organização de Defesa Popular, uma cópia politizada à esquerda, constituída por civis, OPV – Organização Provincial de Voluntários, de civis enquadrados por oficiais do Exército e que, na prática, funcionava nos territórios ultramarinos como uma milícia de defesa. Esta criação engloba os “pioneiros” enquadrados por guedelhudos do M´Puto que lhes dão treinos com armas de madeira a fingir metralhadoras.
Em Kampala, o presidente da OUA, idi Amim, insistia para que a data da independência fosse mantida sendo Portugal a responsabilizar os nacionalistas por um não acordo. O Secretário-geral da UNITA presente à conferência acusou as FAP de não se oporem à entrada de armamento e mercenários a ajudarem o MPLA no Lobito, Sá da Bandeira e Pereira D´Eça. Em Pereira D´Eça o comandante português entregou o aquartelamento a elementos do MPLA tendo-os vestido com camuflados do exército português, uma clara desobediência e afronta por ser esta região afecta à UNITA.
Este procedimento foi de uma nítida e grosseira degradação moral para as autoridades portuguesas. Manuel Resende Ferreira disse neste então: -Ainda havia esperança e soldados que não nos abandonavam. Referia-se ao Tenente Fernando Paulo e alguns dos seus homens que resolveram desobedecer ao comando para protegerem um grupo de refugiados no Chitado. Para o efeito criaram ali uma zona de segurança. São estes os heróis esquecidos, soldados de Portugal que abandonam o exército comunista Português para protegerem cidadãos e, lutar contra a anarquia comunista. E, que foi feito do Tenente Fernando Paulo?
As feras foram largadas das jaulas com a lei 7 barra 74 do MFA. A Luua eclipsava-se! Tarde piaste! E, agora vamos fazer o quê para o M´Puto? As NT - Nossas Tropas já não eram nossas. Davam cunhetes, canhões e até carros de combate numa perfeita cooperação de entreajuda FAP- FAPLA mandando prólixo os acordos de Alvor, da Penina… O MPLA tendo como mentor Rosa Coutinho, na Luua inventava a maka! Inventava os pioneiros! Depois o Poder Popular! E surgiu o Kaporroto, o kuduro e a victória é certa. Eles já tinham inventado o monstro Imortal, o Valodia e o Monacaxito…
As makas organizadas com o objectivo de criar o caos, originar pancadaria e depois a vitimização já tinham características de sofisticada mentira; meter tudo no barulho, pressionar psicologicamente e criar condições de favorecimento por parte dos militares do MFA, as NT, o CCPA – Comissão de Coordenação do Programa do MFA e o Alto-Comissário…Já se fazia tudo às claras. Em um encontro de Melo Antunes com Henry Kissinger, aquele responsável português e a pedido do Secretário Americano disse que era difícil de lidar com Neto; que era difícil de o classificar politicamente como um comunista ortodoxo! À coisa dada (Angola) teve a desfaçatez de dizer que a liberdade, não se recebe, arranca-se! Com estes laivos de poeta, Neto, dava dicas torpes de mau agradecimento aos militares revolucionários do M´Puto. Bem feito, cambada! Alguns não gostaram…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
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