RECIFE – A SAGA DO AÇUCAR
FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBA – 19.04.2022 na Pajuçara de Maceió, de Alagoas – Brasil – Republicação a 03.11.2022 em Messejana do M´Puto
PorT´Chingange
Foi há 374 anos - O Dia do Exército no Brasil é celebrado em memória à Batalha dos Guararapes, que ocorreu a 19 de abril de 1648, no estado de Pernambuco. Foram as principais acções bélicas ocorridas no Nordeste brasileiro contra a presença dos holandeses (Mafulos) na região. O berço da nacionalidade e do Exército Brasileiro tem neste local de Guararapes os factos que passaram à história como o inquestionável marco e, a partir do qual se desenvolveu o embrião do sentimento de nação brasileira. Deste modo irei reeditar a SAGA DO AÇUCAR inserido aqui no item GUARARAPES para se entender essa gesta heróica que originou o conceito de brasileiro e o início de uma nação…
O dispositivo das forças Patriotas comandadas por Francisco Barreto de Menezes era o seguinte: O flanco direito era protegido pelo terço (ou grupamento) do índio Felipe Camarão, oculto na restinga de mato existente dentro dos alagados; O flanco esquerdo era protegido pelo terço (ou grupamento) do negro Henrique Dias, ocupando a parte central do Morro do Oitizeiro; No centro, ocupando a parte baixa junto ao córrego da Batalha, entre o Oitizeiro e o Outeiro, o terço dos brancos comandados por Fernandes Vieira; e em reserva, mais a retaguarda, o terço de Vidal de Negreiros.
António Dias Cardoso lançou um destacamento avançado pela Estrada da Batalha, composto por 200 a 300 homens e estabeleceu o contacto com os holandeses. Passou a retardá-los, atraindo-os para o Boqueirão, fazendo-os pensar que estavam em contacto com a principal força dos Patriotas. Mas era uma isca para atrair os holandeses (…). Pesquisa histórica revela que a palavra PÁTRIA foi pela primeira vez, mencionada em território brasileiro no texto “Compromisso Imortal”, relacionado com a invasão holandesa e assinado por 18 líderes locais em maio de 1645. Em homenagem a esses heróis, o Comando da 7ª Região Militar instituiu a saudação PÁTRIA, com a resposta BRASIL, em maio de 1998, a qual foi estendida pelo Comando Militar do Nordeste para toda a sua área de jurisdição.
Em Setembro de 1645, os “Luso-brasileiros” isolaram a capital do Brasil Malufo deixando seus habitantes à míngua; Johan Nieuhof, alemão residente em Recife, testemunha que “os gatos e cachorros, dos quais havia em abundância, eram considerados finos petiscos. Viam-se negros desenterrando ossos de cavalo, já muito podres, para devorar o tutano com incrível avidez”.
Algumas atrocidades entre os citiados atingiram foros de bestialidade como alguns descritos existentes no Instituto Ricardo Brennand; descrevem actos cometidos pelos holandeses e índios antropófagos seus aliados: - Foi-lhes entregue para alimentação, corpos das vítimas feitas por seus soldados. “Selvagens Tapuias a quem animavam como a tigres ou lobos sangrentos, e diante de seus olhos, comiam os corpos mortos daqueles que haviam matado”.
João IV não tinha efectivamente escolha quanto à decisão de resgatar Pernambuco para Portugal porque, sem o açúcar do Brasil, não teria como pagar aos exércitos incumbidos de defender a fronteira continental dos beligerantes espanhóis. A perda do Brasil, envolveria o desaparecimento de Portugal como nação independente. Os Mafulos tinham em seu contingente militar, mercenários franceses, alemães, polacos, húngaros, ingleses, e de outras nações do Norte, todos versados e experimentados nas clássicas guerras de então da Flandres e Alemanha. Desconheciam a tocaia, a guerrilha de arco e flecha, o ataca e foge em matos difíceis; para eles era uma guerra desmoralizante pois nem sempre divisavam o inimigo.
Um cronista de nome Pierre Moreou, testemunha presencial daqueles dias de cerco no Recife em contínuo bombardeio de artilharia feito pelos insurrectos Luso-brasileiros refere: “Todo o Brasil é povoado com numerosos guerreiros, sabem como subsistir e vivem do que a terra produz de forma abundante, prescindindo dos produtos da Europa o que é impossível aos Holandeses (Mafulos) que não têm senão soldados de carreira, recrutados em diversas nações, mais comprados que escolhidos de cuja fidelidade não se pode fiar. Pouco adaptados aos costumes e ao clima diferente de seus países, não conhecem atalhos e nem o local apropriado para emboscar.
Os Luso-brasileiros (portugueses) ao contrário, nasceram aí em sua maioria, e são robustos, um mesmo povo, os mesmos costumes, as mesmas crenças e compleição auxiliando-se uns aos outros, não deixando de valorizar a terra aproveitando-se dela. Conhecem os menores recantos e bastava-lhes esperar seus adversários em determinados locais e, abatê-los. Enquanto decorriam as vitórias nos Montes Guararapes pelos insurrectos de Pernambuco a moral das tropas Holandesas entravam em declínio descrevendo-se assim os acontecidos: - “ Os combatentes Luso-brasileiros por natureza ágeis e de grande firmeza nos pés, são capazes de avançar ou bater em retirada com grande rapidez, com ferocidade natural constituídos que são de brasileiros Tapuias, mamelucos, etc.,... Todos filhos da terra"…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
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