CONHECER MELHOR O BRASIL – CORTIÇOS
3ª Parte - Crónica 3394 – 15.05.2023 - N´Guzu é força (Kimbundo)
Por:T´Chingange (Otchingandji) – Na Pajuçara de Maceió
Feito dramaturgo, do prólogo ao epílogo, sigo-me como um sonho de T´Chingange (feiticeiro), que ora está no M´Puto, ora está em Angola, em África, ora está na Pajuçara do Brasil lambendo as águas como quem lambe o tempo; é o caso de agora, da minha, nossa “hora extra” da vida. Com o tecto do sótão a se dismilinguir, renovo a testa e o mataco com pomadas anti fungos, desoxidando tubos com Cabernet Sauvignon - "a rainha das uvas tintas" feito de uva de vinho no rio da integração brasileira e conhecido ternamente como Velho Xico, no lugar de Petrolina.
Mas, quanto a cortiços – lugar de gente, lugar de residência, de segmentos da população livre, libertos, emigrantes de origem europeia, maioritariamente portugueses e italianos, sobretudo em Rio de janeiro, de negros e mestiços. Assim, os cortiços, constituíram o espaço fundamental para a construção de laços de solidariedade, ancorados nas tradições socioculturais comuns ou de proximidade. Coisas que pude presenciar…
Com a experiência dos brancos gwetas da astucia dos rufias, da rusticidade dos matutos ou mamelucos tornando-os pardos com a superstição dos africanos de N´Gola e Minas. Casos houve, de serem locais de excelência para esconderijos a perseguidos da justiça, ladrões, estropadores, marginais na generalidade e gente vivendo de expedientes, namoricos de horas altas com proxenetas e profissionais na arte antiga do sexo.
Neste período Imperial brasileiro, sobretudo a partir de 1870 e, quando os sinais de mudança no universo do trabalho já despontava na sociedade brasileira. Os cortiços seriam seriamente condenados com a prática republicana. Hoje, que estamos no fim do primeiro quarto do século XXI, ano de 2023, existem os mesmos problemas mas mais agravados pelas técnicas de Inteligência Artificial com a luta permanente pela segurança.
Pelo uso de celulares que nos dizem por onde andar, do conhecimento ao segundo do lugar, do semblante reflectido no ecrã, leitura labial, das rugas analogicamente decifradas da pessoa, algures em um dissimulado ponto do Globo, da colagem em algures, nossa etiqueta de ADN digital. Bem!
Mas e, nos cortiços com abastança ou carência de notícias há união e fraternidade na dose certa, uma característica quase única no mundo; em nenhum outro lado pude verificar esta postura, um facto da razão porque ninguém se esquece desse viver, daqueles aromas tão próprios. Pois existem hoje os problemas com abuso e, que levam a existir técnicas especiais de propaganda política com ou sem a actuação policial…
Por vezes, vivenciamos pela televisão acções filtradas de agentes de alto coturno virando a controvérsia no uso da dialéctica nas “rebaldarias” que confundem as gentes que votam, sem saber se há mesmo um ministério da verdade que prolifera mentiras e um ministério da paz que mostra filas de carros armados, helicópteros com infravermelhos e até com misseis de sofisticadas estruturas para furar o aço e as quatro ou mais linhas constitucionais.
Gente do crime, gente da droga, estados de narcotráfico, caminhos livres, soltura de uns maus e prisão duns bons, putaria e pacotes de cheiro forte que viciam; muito dinheiro a correr com apostas oficiais no jogo do bicho, mentirosos cartões amarelos a jogadores que alteram as sortes e azar num jogo que ainda não existiam no tempo em que Aluízio de Azevedo de São Luís do Maranhão descreveu em seu livro, com este nome abelhudo. As coisas agora estão tão mal que só podem ficar pior… Faz parte da Guerra Global – Um Deusnosacuda, assim mesmo, tudojunto.
FIM
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