A ORDEM MUNDIAL III - Henry Kissinger*
FRIVOLIDADES CONTEMPORÂNEAS
- Escritos boligrafados na desordem actual - Crónica 3606 - 31.07.2024
Depois de uma larga ausência (desde 17.03.2020), volto de novo ao range rede, da minha preguiça!
Por: T´Chingange (Otchingandji) - O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
Surge assim por contribuição dos Estados Unidos – USA, o Plano Marschall em 1948; foi uma ajuda financeira dos Estados Unidos para reconstruir a Europa após o final da Segunda Guerra Mundial. Os principais objectivos desse plano eram garantir o apoio dos países da Europa Ocidental ao lado norte-americano e evitar o avanço da União Soviética sobre o Ocidente.
E, é criado o Tratado do Atlântico Norte que deu origem à OTAN (NATO), assinado em Washington, a 4 de Abril de 1949. E, os doze países que o assinaram originalmente, tornaram-se os membros fundadores da OTAN/NATO; foram eles: Bélgica, Canadá, Dinamarca. Estados Unidos, França, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Portugal e Reino Unido.
Àqueles doze países juntaram-se-lhes mais 20, totalizando assim 32 e, dos quais o último aconteceu no actual ano de 2024 - a Suécia. Chega-se assim aos dias de hoje assentes na reconhecida capacidade nuclear dos Estados Unidos após as duas grandes guerras devastadoras da Europa e não só. Começou aqui, o verdadeiro sentido de identidade histórica mantendo de um lado o Ocidente e, do outro lado, a União Soviética.
Sobrepôs-se a tudo, o desejado equilíbrio do poder Ocidental, alicerçado na igualdade de seus membros. No entanto surge na balança de relacionamento civilizacional dos dias actuais um dragão! Dragão que muito rápidamente desponta em uma nova força de um poderio dissuasor militar muito compenetrada em seu sombrio e disfarçado poder económico - a China.
A China que não o é mais aquela fábrica de “imitação” de há uns escassos anos a esta parte. E, agora interrogamo-nos: - Será a China mais perigosa do que a Rússia? Seja qual for a resposta, pela certa, nos irá abalar e obrigar a reflectir-se sobre o mundo em que vivemos e os perigos que dai, surgirão. Essa parda civilidade a que designamos perigo amarelo, vai pela certa avermelhar-nos ou escarnecer-nos…
A França e a Grâ-Bretanha, constituindo pequenas forças nucleares, irrelevantes para o equilíbrio geral, ressurgem pelo estímulo da queda do muro de Berlim no ano de 1989. As nações da Europa do Leste, esmagadas que estiveram durante quarenta anos ou mais, ressurgem assim para uma real independência, reassumindo as suas personalidades, paredes meias com o monstro vermelho sempre ameaçador, a União Soviética.
O colapso da URSS mudou a tónica da diplomacia por via da transformação no contexto político social deixando de existir no seio da Europa uma ameaça militar séria. Esta situação iria durar escassos anos entre a dissolução da US, União Sovietica e a invasão da Crimeia em 2014. Boris Nicoláievitch foi o primeiro presidente da Rússia após a dissolução da União Soviética.
Boris Iéltsin foi também o primeiro líder de uma Rússia independente desde o Czar Nicolau II. Em seus anos como líder da oposição no Soviete Supremo são lembrados com glória, mas seu governo, lembrado com frustração por conta das grandes expectativas; ficou marcado na história por reformas políticas e económicas fracassadas e, pelo caos social.
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Nota*: Com alguns extractos do livro “A Ordem Mundial” de Henry Kissinger e consulta em Wikipédia…
(Continua, com intercaladas Viagens …)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - RESENHA DA BATALHA DO CUITO-CUANAVALE E RETIRADA CUBANA
- Crónica 3605 – 30.07.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)**– O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
O alferes Nikolai Pestretsov, o ex-prisioneiro, continua sua descrição:«- Mas davam a entender que se eu fizesse as declarações necessárias, não sofreria nenhuma pena.» Mais tarde veio a revelar-se que as tropas sul-africanas estavam bem informadas sobre as tropas que defendiam Ondeia e sobre os militares soviéticos que aí se encontravam.
Assim era porque o comandante angolano de uma das brigadas desertara na véspera e, transmitira todas as informações ao adversário. A detenção do alferes Pestretsov provocou tão grande incómodo na direcção soviética que foram dadas ordens .para o libertar a qualquer custo: «A Embaixada em Luanda empreendeu os passos mais decididos para libertar Pestretsov e resgatar os corpos dos cidadãos soviéticos.»
Por exemplo, Vadim Loguinov, antigo Embaixador da URSS em Angola, membro da União dos Veteranos de Angola, contou-nos que, logo após ter sido recebida a notícia de que Pestretsov foi feito prisioneiro, «pedi pessoalmente, várias vezes e de forma insistente, ao dirigente da SWAPO, Sam Nujoma, para realizar uma operação e aprisionar na Namíbia um qualquer oficial sul-africano importante, para, depois, o trocar pelo alferes soviético.
Os nossos conselheiros soviéticos que trabalham em Angola para a Direcção de Reconhecimento Central (GRU, espionagem militar) e o KGB testemunham que semelhantes operações foram planeadas e realizadas pelo comando da SWAPO com a participação activa deles. Porém, não conseguiram fazer prisioneiro nenhuma figura digna para a troca.»
O alferes e os cadáveres dos militares soviéticos mortos foram trocados por dois pilotos americanos e os cadáveres de soldados sul-africanos em 20 de Novembro de 1982. Entretanto, a situação militar em Angola continuava a deteriorar-se, nomeadamente porque as autoridades militares angolanas não conseguiam organizar forças armadas regulares.
Vassili Lavreniuk, capitão soviético que prestou assistência militar em Angola entre 1983 e 1986, descreveu assim o estado das FAPLA: «O exército de Angola apresentava um quadro bastante triste. Na sua esmagadora maioria, os soldados eram analfabetos, prestavam serviço para receber um salário e a ração alimentar. As companhias e os batalhões só podiam contar com todos os soldados quando pagavam os salários ou distribuíam produtos.»
E, continua sua narrativa: -«A propósito, pode parecer uma anedota o caso em que, no dia seguinte à distribuição das rações alimentares nas tropas governamentais, era impossível encontrar os soldados e comandantes. Quando se perguntava para onde tinham ido, recebia-se a resposta: "Hoje Savimbi paga salários e dá produtos alimentares".» O capitão Lavreniuk chama também a atenção para o facto de os especialistas soviéticos não estarem preparados para a guerra em Angola.»
Com enfase diz: -«O que mais espantava era que os nossos homens não estavam prontos para aquela guerra, conheciam mal a situação nesse país africano. Mas seria possível outra coisa se na cúpula, em Moscovo, não compreendiam o que se passava em Angola? Nós tínhamos de enfrentar um forte adversário. Basta apenas dizer que o número de soldados da UNITA era superior a 55 mil. Eles tinham à disposição 155 tanques, lança-granadas, artilharia, mísseis "Stinger".» A situação militar agravava-se rapidamente e a direcção soviética decidiu enviar uma importante delegação militar a esse país, dirigida por Valentin Varennikov.
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, do Blogue História da Guerra Civil de Angola, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto e Wikipédia…
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - RESENHA DA BATALHA DO CUITO-CUANAVALE E RETIRADA CUBANA
- Crónica 3604 – 29.07.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
Valentin Varennikov recorda como ambas as partes utilizavam os dados de espionagem recolhidos pelos pigmeus: «Os nossos agentes, além das observações pessoais, utilizavam também os serviços pagos dos pigmeus. Eles vivem principalmente nas florestas do Congo, Zaire, Zâmbia, Rodésia, Namíbia, situadas em redor de Angola. Eu vi-os em África apenas uma vez, mas ouvi dizer muita coisa sobre as suas capacidades.
O principal é que os pigmeus têm, tal como algumas espécies de animais selvagens, um faro, audição e visão raros. Algumas horas antes de uma catástrofe natural (inundações, tempestades, sismo, etc.), o seu organismo já "sabe" da aproximação da desgraça. Por isso, os pigmeus tomam medidas e ocupam os seus refúgios protegidos.»
No início dos anos 80 do séc. XX, Luanda perdeu o controlo de amplos territórios do sul e do este do país, onde a UNITA, com o apoio das tropas da República da África do Sul, dera início a mais uma forte ofensiva militar. A 27 de Agosto de 1981, as tropas sul-africanas iniciaram a operação «Protea» na região da cidade de Ondjiva, onde se encontravam 14 soviéticos: «nove militares e... cinco mulheres, esposas dos especialistas, que eles tinham chamado da URSS…
Esses especialistas, não esperavam que a província angolana de Cunene se transformasse tão depressa num verdadeiro inferno devido aos ataques dos sul-africanos.» Dos catorze soviéticos, nove conseguiram sair do cerco vivos, dois oficiais conselheiros e duas mulheres foram mortos nos combates e o alferes Nikolai Pestretsov foi feito prisioneiro por soldados do 32° batalhão especial «Buffalo» das tropas sul-africanas.
O tenente Leonid Krasnov, tradutor militar da 11ª brigada de infantaria das FAPLA, um dos que conseguiram escapar ao cerco, recordou: «No dia 25 de Agosto fomos cercados pelos sul-africanos. Ondjiva foi atacada por via aérea e panfletos foram lançados, cujo texto dizia que quem apresentasse o panfleto juntamente com prisioneiros ou oficiais das FAPLA, comunistas e soviéticos assassinados por ele, teria o direito de sair do cerco.
Um cenário quase ideal para Hollywood! E apenas um dia para pensar! O dia 26 de Agosto foi incrivelmente calmo. Até os animais se acalmaram. Na véspera, os serviços de comunicação da 11ª brigada receberam um texto cifrado do conselheiro do comandante da 5ª região militar com o seguinte conteúdo: "Aguentar até ao fim. Não se entreguem vivos..."»
Isto era feito para que nem a UNITA, nem a África do Sul provassem à comunidade internacional que os conselheiros e especialistas militares soviéticos combatiam do lado dos cubanos e das FAPLA. «A guerra aumentava gradualmente em Angola, ao país chegavam já não dezenas, mas centenas e milhares de conselheiros soviéticos.
Oficialmente, considerava-se que eles não participavam nas acções militares. Por isso, os feridos e mortos, normalmente, eram considerados como 'Vítimas da malária, desinteria, picadelas da mosca tsé-tsé"» - escreve Serguei Kolomnin. Porém, desta vez, as tropas especiais sul-africanas conseguiram aprisionar o alferes Nikolai Pestretsov, que passou mais de um ano em várias prisões da África do Sul. «Fiquei espantado por eles saberem praticamente tudo sobre mim (patente, cargo, etc.). Assustavam-me com a possibilidade de apanhar 100 anos de prisão por ter assassinado um soldado sul-africano.
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, do Blogue História da Guerra Civil de Angola, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto e Wikipédia…
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O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - RESENHA DA BATALHA DO CUITO-CUANAVALE E RETIRADA CUBANA DE ANGOLA
- Crónica 3603 – 27.07.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
Numa declaração oficial, os Estados Unidos revelam a presença de tropas cubanas em Angola desde 1975, com o envio inicial de cerca de 15 mil homens. Três meses depois, durante uma visita breve a Caracas, Henry Kissinger disse em particular ao presidente Carlos Andrés Pérez: “Parece que nossos serviços de informação estão muito deteriorados porque só soubemos que os cubanos iam para Angola quando já lá estavam”.
Contudo, nessa ocasião corrigiu que a cifra enviada por Cuba era de 12 mil homens. Naquele momento em Angola havia muitos soldados, especialistas militares e técnicos civis cubanos, muito mais do que Henry Kissinger supunha. O primeiro contingente era composto de 4.000 homens que aumentaram rápidamente para 18.000.
Em 1976 já eram 36.000 e em 1988 já totalizavam 55.000 quando da Batalha de Cuíto Cuanavale, o maior confronto militar da Guerra Civil Angolana, ocorrido entre 15 de Novembro de 1987 e 23 de Março de 1988. O local da batalha foi na região do Cuíto Cuanavale, província de Cuando-Cubango, onde se confrontaram os exércitos de Angola (FAPLA) e Cuba (FAR) contra a UNITA e o exército sul-africano.
Os cubanos saíram em 1991, enquanto a Guerra Civil Angolana teve continuidade até o ano de 2002. As baixas cubanas em Angola totalizaram cerca de 10.000 mortos, feridos ou desaparecidos. Mas, vamos agora escalpelizar novas falas tendo José Milhazes como perito em assuntos de URSS que sobre a Batalha de Cuito-Cuanavale – o «Estalinegrado angolano» adiantou: Àqueles que desejarem saber detalhadamente o que se passou na Batalha de Cuito-Cuanavale na versão da antiga URSS, sugere-se a leitura seguinte:
Sim! É de um livro, que tendo copyright, que pelo seu conteúdo polémico para o MPLA certamente não poderá ser vendido em Angola e, por isso, solicitamos a benevolência do autor e da editora pela transcrição que faremos de partes do texto para dar assim, conhecimento aos angolanos e não só, da realidade desta batalha. Desde já os nossos agradecimentos! As partes do texto em "bold" são da nossa autoria para chamar a atenção das partes mais polémicas.
A substituição de Agostinho Neto por José Eduardo dos Santos à frente do MPLA e da República Popular de Angola foi recebida em Moscovo, mas a sucessão foi acompanhada por uma nova espiral de confrontos armados entre as FAPLA e a UNITA. O general soviético Valentin Varennikov liga esses dois factos: «Na realidade, o sinal para o reinicio das suas acções agressivas (EUA) foi a morte de Neto.
Considerava-se que a sua morte faria cair a bandeira do MPLA - Partido do Trabalho e que todos os que tinham lutado sob essa bandeira e os que o apoiavam poderiam alterar a sua política, bastando para tal apenas pressionar.» - «Porém - continua o general soviético -, os dirigentes do MPLA- Partido do Trabalho elegeram um companheiro de Neto da luta pela independência do país, Eduardo dos Santos (a propósito, ele terminou a universidade na URSS: frequentou o Instituto Estatal de Petróleo de Baku).
Ele tornou-se também presidente do país e comandante supremo. Isto acabou por fazer perder a paciência ao Ocidente. Além de provocações frequentes, organizadas pela UNITA, FNLA e África do Sul, começou a preparação de acções de grande envergadura, de que estávamos ao corrente "em primeira mão":": os nossos oficiais espiões, agindo nos destacamentos da SWAPO no território da Namíbia e no Sul de Angola, tinham contactos directos com os militares da UNITA (Savimbi) e adeptos da África do Sul contratados por pouco dinheiro, mas capazes (também por dinheiro) de fornecer dados exclusivamente precisos sobre as tropas da África do Sul.»
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Nota1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto, RTP-Notícias e Wikipédia…
(Continua…)
O Soba T'Chingange
A ORDEM MUNDIAL - Henry Kissinger*
FRIVOLIDADES CONTEMPORÂNEAS
- Escritos boligrafados na desordem actual - Crónica 3602 - 25.07.2024
Depois de uma larga ausência (desde 17.03.2020), volto de novo ao range rede, da minha preguiça! Já kota, balouço-me na estória da história sem esse tal de Pitu, mas com ciriguela na goela…
Por: T´Chingange (Otchingandji) - O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
C.A. A política é a arte do possível ou a ciência do relativo. Creio que foi Bismark que afirmou algo assim, à sensivelmente 135 anos atrás, por alturas da partilha do Mundo, tempo desenhado num tal “Mapa cor-de-rosa” em África. É pois a única base sólida para ser executada por uma grande potência com um nítido sofisma de egoísmo. Curioso ver isto ser trilhado por figuras de destaque em países diferentemente iguais – uma grande contradição hodierna sublimada num romantismo bacoco e frouxo.
Gratidão e confiança não trarão um só homem para o nosso lado; só o temor o fará, se usado cuidadosa e habilmente. Acho que é assim que Putim pensa e assim procede, situando-se num poleiro demoníaco de sobreviver como sendo o mais forte, o mais terrível. Com Putim sempre ameaçador, blefando como um bom jogador de poker, as amarras da legitimidade, simplesmente, desaparecem.
Em 2014 toma de assalto a Crimeia Ucraniana anexando-a castigando assim a tal “frivolidade” dos políticos de alto coturno da NATO e não só; estrategicamente sub-reptício o quanto baste. E, todo o mundo ficou parado, paradinho, curiosamente, estupfeito no fingimento. E, o certo é o de que, mais tarde ou mais cedo, a história castigará essa frivolidade.
Lembrar aqui a guerra da Crimeia que se desenrolou entre 1853 e 1856 e, aonde o Reino Unido, a França o Reino da Sardenha (Itália), o Império Austríaco e Turquia, tiveram baixas de 224 mil mortos, tendo do lado Russo cerca de 350 mil. Esta guerra que sucedeu tendo Nicolau i e Alexandre II, no comando soviético, foi somente há 164 anos! O mundo Ocidental tendo a Europa no pelotão fontal, não pode, simplesmente entrar de férias, quando uma grande ameaça se consolida num desvairado conceito de legitimidade.
Feitas as contas o planeamento militar dos povos Ocidentais tendo a NATO como gestora, não pode simplesmente ficar nessa tal de frivolidade repartindo-se no conceito de que: “seja o que Deus quiser”. A primeira Guerra Mundial, de há cem anos, além de arruinar a Ordem internacional, originou a morte de 25 milhões de pessoas, um número inconcebível de vidas trucidadas em trincheiras.
Entretanto a já União Soviética manobrava um novo conceito revolucionário submergindo todos os que procuravam ajustar-se em novos conceitos jurídicos e, refugiando-se em soluções de conflito criando a Liga das Nações. E, sempre com muita conversa entre os povos Ocidentais, os Soviéticos, indiferentes às tecnicidades, filosofias e humanidades, iam impondo e espalhando suas romanizadas revoluções numa de que “O povo é que mais ordena”.
Assim, com egos de supremacia, a URSS, ia borrifando as mentes entre a ausência e quase complacência ou até compadrio das suas novas posturas, uma ausência confrangedora do Ocidente, sem significativas e atempadas respostas às transgressões. Assim mesmo, subvertendo ou seduzindo acordos de cacaracá; sem ideias de repressão, reduzindo conceitos e exaurindo a economia do resto do mundo.
Para suprir a tragédia, a Europa e, após a Segunda Guerra Mundial, a fim de superarem a condição de progresso, formulam a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço no ano de 1952. O líder alemão Adenauer, em 1955, assina adesão de seu país à Aliança Atlântica; isto faz recuperar a confiança das recentes vítimas da Alemanha do então Adolf Hitler. O Mundo lentamente despontava da chamada Guerra Fria num equilíbrio de conduta e armamento entre os primos da USA, além atlântico e a União Soviética nas franjas geografias da então chamada “Cortina de Ferro”.
Nota*: Com alguns extractos do livro “A Ordem Mundial” de Henry Kissinger
(Continua, com intercaladas Viagens …)
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - RETIRADA CUBANA DE ANGOLA
De Gbadolite a Bicesse - 1988/1991 - Crónica 3601 – 24.07.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
Os países observadores, EUA e URSS, comprometeram-se igualmente a pôr termo ao abastecimento de material bélico às facções envolvidas no conflito. Todas as forças beligerantes seriam integradas nas Forças Armadas Angolanas, cabendo ao Estado Português, através das suas próprias forças armadas, ministrar a formação necessária.
Este Acordo permitira um armistício temporário na Guerra Civil de Angola entre MPLA e a UNITA. No entanto, os efeitos de Bicesse nunca se sentiram e a paz foi ténue e incompleta, para além de efémera, pois os conflitos logo em 1992 rebentaram numa espiral de violência ainda maior, não mais cessando. Seriam necessários mais dez anos para se pôr termo à guerra…
O ”CESSAR-FOGO” - “A guerra, que matou e estropiou tantos, alimentou um punhado de pessoas da LUUA, que se tornaram insultuosamente ricas e prepotentes” – A independência seia para isto!? Era a pergunta que corria feita muxoxo… Após 15 anos de permanência em Angola, o último soldado cubano retorna à ilha no mês de Maio de 1991.
Convem aqui. fazer-se um curto desvio para descrever seu regresso e, de forma sucinta dar detalhes do que então se passou: Na madrugada de 14 de julho de 1989, o general Arnaldo Tomás Ochoa Sánchez o herói chefe das forças expedicionárias em Angola, a terceira figura militar mais poderosa da ilha de Cuba, depois do Comandante em Chefe Fidel Castro e do General Raúl Castro é fuzilado pelo crime de traição.
O que se esperava ser uma verificação de antecedentes de rotina antes do anúncio, o governo acusou Ochoa de corrupção, na venda de diamantes e marfim de Angola e a apropriação indevida de armas na Nicarágua. Há quem afirme que seu comportamento no campo de Batalha em Cuito-Cuanavale foi-o em permanente oposição às ordens de Fidel e, que tudo o demais foi um pretexto…
Voltamos assim aos anos de oiro da diplomacia portuguesa comemorando em Março de 1990 a independência da Namíbia. Durão Barroso tem o primeiro encontro a sós com o presidente Dos Santos. Começa a desenhar-se o papel mediado de Portugal (M´Puto) na placa giratória que conduziu a Bicesse.
O Prof. Cavaco Silva vai a S. Tomé encontrar-se com Eduardo Dos Santos e desloca-se a Paris para dialogar com Jonas Savimbi. Durão Barroso inicia viagens a Luanda e Washington; dois elementos do seu gabinete, António Monteiro e José Queirós de Ataíde, desdobram-se em contactos e esforços.
Em 24 e 25 de Abril de 1990, dá-se o primeiro encontro das partes sob mediação portuguesa em Évora. De 16 a 18 de Junho de 1990 dá-se a segunda ronda negocial, no Forte de S. Julião da Barra, Oeiras. Discute-se a formação do futuro exército único de Angola e fiscalização do cessar-fogo. Durão Barroso afirma na altura: “Os méritos ou desaires das negociações cabem exclusivamente aos angolanos”.
A 23 de Julho de 1990, Jeffrey Davidow, subsecretário do gabinete de Cohen, encontra-se com Dos Santos. Logo a seguir, o governo angolano desencadeia uma ofensiva diplomática encabeçada por Venâncio de Moura e, pela primeira vez, em mais de quinze anos, fala da UNITA empregando a expressão “nossos irmãos”, em vez de “fantoches”.
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Adenda: Por um leitor do Facebook - Carlos Alberto Martins Tavares
Os Cubanos além de cobrar mais de US$ 10.000,00 por soldado ao governo de Angola, roubaram tudo o que encontraram pela frente. Roubaram toda a estrutura de máquinas da Usina de Açúcar da Catumbela!!! Levaram todos os autocarros da EVA e de outras empresas de viação de Angola, Levaram todos os carros dos Portugueses que estava nos portos para embarcar para Lisboa. Levaram todos os aparelhos de procedimentos médicos dos Hospitais de Luanda!!! Roubaram as pedras de mármore das campas dos cemitérios. Além de ladrões sequer deram qualquer colaboração efetiva ao desenvolvimento de Angola!!! Uma maravilha!!!
C.A,
Nota1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto, RTP-Notícias e Wikipédia…
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O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - RETIRADA CUBANA DE ANGOLA
De Gbadolite a Bicesse - 1988/1991 - Crónica 3600 – 23.07.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
A UNITA contra-ataca desencadeando focos de luta por quase toda a Angola, obrigando as FAPLA governamentais a dispersarem e a abandonarem Mavinga. Poucos dias depois, pela primeira vez na história da guerra civil, aviões da FAPA, Força Aérea popular de Angola, bombardeiam a Jamba.
Em retaliação a UNITA corta água e luz a Luanda, através de sabotagem nos postes de alta tensão de Cambambe e conduta central de água de Kifangondo. Em Dezembro de 1990, no 3º Congresso do MPLA em Luanda, Eduardo dos Santos anuncia: “Teremos multipartidarismo no primeiro trimestre de 1991”.
Três meses antes, após o encontro de Gbadolite, no Congresso Extraordinário da UNITA, Jonas Savimbi falara de negociações directas com o MPLA, governo de unidade nacional, revisão constitucional e eleições. Pode supor-se que ambos os beligerantes compreendem que a vitória militar de um deles é impossível, em um território com a extensão de Angola.
Iria assim, começar a placa giratória que conduziu à assinatura dos acordos de Bicesse. Entra-se assim no capítulo de “TENTATIVAS DE RECONCILIAÇÃO”. Nos anos de 1990 a diplomacia portuguesa entra em acção pela mão de Durão Barroso enquanto Secretário de estado dos Assuntos Externos e Cooperação de Portugal, tendo como Presidente da Republica, Cavaco e Silva.
O propósito de levar a paz e reconciliação a Angola começa a ter luz diplomática no final dum túnel que parecia não ter fim . Neste meio tempo, anos de 1990/1991, fala-se em esperança mas, na passagem do tempo falecem dois vultos da luta pela libertação: Mário Pinto de Andrade, em Londres e António Jacinto em Lisboa
Bicesse foi o nome por que ficou conhecido o Acordo de Paz firmado a 31 de Maio de 1991, no Estoril (Portugal), entre o presidente da República Popular de Angola, José Eduardo dos Santos, e o presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Jonas Malheiros Savimbi.
O Acordo de Paz, que tem a mediação portuguesa liderada por Durão Barroso tem a cooperação de Observadores por parte dos Estados Unidos da América (EUA) e da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Neste acordo - fim à guerra civil angolana, o seu texto estabelecia que o cessar-fogo devia ser inteiramente controlado pelo Governo angolano e pela UNITA.
Para tal, deveria ser formada uma Comissão Conjunta Político-Militar (CCPM) constituída por representantes do Governo angolano e da UNITA, tendo como observadores externos delegados de Portugal, dos EUA e da URSS. Neste acordo, ficou ainda agendada a realização de eleições, entre 1 de Setembro e 1 de Outubro de 1992, depois das quais, cessariam os poderes da CCPM…
Ilustrações de Costa Araújo
Nota1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
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NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - BATALHA DE CUITO - CUANAVALE
RETIRADA CUBANA - Crónica 3599 – 21.07.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
A Batalha de Cuíto Cuanavale foi assim, o maior confronto militar da Guerra Civil Angolana, ocorrido entre 15 de Novembro de 1987 e 23 de Março de 1988. O local da batalha foi na região do Cuíto Cuanavale, província de Cuando-Cubango, onde se confrontaram os exércitos de Angola (FAPLA) e Cuba (FAR) contra a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) e o exército sul-africano.
Foi a batalha mais prolongada que teve lugar no continente africano desde a Segunda Guerra Mundial. É considerada também a segunda maior batalha de terreno do século XX, superada apenas pela batalha de Kursk. Ambos os lados do conflito reivindicaram vitória, e até hoje as narrativas e memórias sobre a batalha são objecto de debate.
Não obstante, o evento tornou-se o ponto de viragem decisivo na guerra que se arrastava há longos anos, incentivando um acordo entre Sul Africanos e Cubanos para a retirada de tropas e a assinatura dos Acordos de Nova Iorque, que deram origem à implementação da resolução 435/78 do Conselho de Segurança da ONU.
É a resolução 435/78 que conduz à independência da Namíbia e ao fim do regime de segregação racial, que vigorava na África do Sul. Em 23 de Março de 1988, trava-se a batalha decisiva. O Alto Comando das tropas sul-africanas decidiu passar à ofensiva. As forças conjuntas SADF/UNITA, após intenso fogo de barragem, lançaram-se numa derradeira ofensiva contra as posições angolano-cubanas.
Aquele ataque, foi rechaçado ao fim de 8 horas de combates, com as forças revolucionárias a desencadearam uma contra-ofensiva, obrigando-os a recuarem… Em Dezembro de 1988 o MPLA e a UNITA, assinam o Acordo Tripartido na cidade de Nova Iorque, acordando com a retirada das forças estrangeiras do conflito angolano. Na mesa das negociações, o regime da África do Sul vê-se obrigada a aceitar os acordos aqui supra citados (Afirmações generalizadas, afirmam que é quem perde que cede...)
Desfecho Final: -O impasse militar de Cuíto-Cuanavale foi reclamado por ambos lados como uma vitória. O lado angolano afirmou que, em situação inferior, impediram a invasão do território angolano, pelas forças da África do Sul. Porém na África do Sul, os partidários da guerra proclamavam como triunfo o facto de o exército deles menos equipado mas melhor treinado, ter impedido o avanço do comunismo.
Em Janeiro de 1989 os cubanos iniciam a sua retirada de Angola, pelo que o representante Episcopal, Cardeal D. Alexandre do Nascimento difunde a mensagem de “Reconciliação e Paz”. A 22 de Junho de 1989, Eduardo dos Santos e Savimbi encontram-se em Gbadolite, no Zaire, sobe mediação de Mobutu. No plano negocial apresentado por Luanda, o “caso especial Dr. Savimbi” é o ponto 5 da agenda que exige a retirada temporária do líder da UNITA da cena politica angolana.
Inicialmente, Jonas Savimbi concorda em afastar-se. Chega a estabelecer-se um cessar-fogo, mas a euforia nas frentes de batalha de um e outro lado, foi breve. As armas voltam a crepitar, quando Savimbi dá o dito por não dito anunciando que não se retirará de Angola. O MPLA utilizando 20.000 homens e 400 tanques lança a “Operação Último Assalto” para recuperar Mavinga. O objectivo não é conseguido pelos governamentais pois que não conseguem o pretendido - atingir a Jamba.
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Nota1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto e RTP - Notícias e Wikipédia…
(Continua…)
O Soba T'Chingange
Depois de uma larga ausência (desde 17.03.2020), volto de novo ao range rede, da minha preguiça! Já kota, balouço-me na estória da história sem esse tal de Pitu, mas com ciriguela na goela…
Por: T´Chingange (Otchingandji) - O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
A Rússia desencadeou no Mundo, mais guerras do que qualquer outra potência contemporânea mas, impedindo também o domínio da Europa por uma única potência, opondo-se fortemente a Carlos VII da Suécia, a Napoleão Bonaparte de França e a Adolf Hitler da Alemanha, quando o já tinham sido elementos do equilíbrio continental. De Pedro, o Grande a Vladimir Putim, o aventureiro, as circunstâncias mudaram, mas o ritmo manteve-se com alguma coerência.
O absolutismo, a vastidão, as ambições de expansão mundial e as inseguranças, tudo na Rússia se ergue implicitamente como desafio ao conceito europeu de ordem internacional. Kiev, capital e centro geográfico do Estado de Ucrânia, continua a quase ser considerado unanimemente pelos russos como parte integrante e inalienável de seu património.
Numa encruzilhada de civilizações e rotas comerciais, a Rússia sempre se viu tentada a se expandir por medos contraditórios e, tendo convivido neste Império com os intrusos Vikings a norte, com o Império Árabe a sul, em expansão, e as Tribos Turcas a leste, metida neste permanente imbróglio enquanto a Europa Ocidental acolhia em sua sociedade, as novas perspectivas tecnológicas e intelectuais.
Forçosamente a Rússia que é mantida neste pendor oriental é também submetida por dois séculos e meio, à soberania Mongol entre os anos de 1237 a 1480. Enquanto isso, Portugal que já o era país bem definido, colocado no extremo Ocidental à entrada do Mediterrâneo, dá início à globalidade do Mundo - Os descobrimentos. E. em busca do conhecimento lança-se aos oceanos sem saber o que estaria mais álem.,
Numa epopeia de carregar a cruz de Deus em busca de glória, torna-se conhecedor dos ventos, das correntes e das marés proporcionando riqueza e nobreza às gentes ao redor do Mundo. Neste meio tempo, em que o Ocidente segue a via do renascimento, revolução científica e do iluminismo a Rússia formata-se na geopolítica de sua dura escola das estepes…
O saque, a escravidão dos povos, muitas tribos nómadas em um terreno vasto, aberto e sem fronteiras, as incursões em sua normalidade de vida, leva a Rússia a sempre se manter em um poder absoluto sobre seus vizinhos. As invasões, guerra civis e fomes, ceifaram literalmente um terço da população russa.
O expansionismo foi sempre uma constante de Moscovo; sua filosofia pode comparar-se a um rolo que tem de esmagar tudo o que lhe barre o caminho. E, surge um místico russo Grigori Rasputin em São Petersburgo, a Janeiro de 1869 que autoproclamado homem santo e filósofo aproxima-se da família do Czar Nicolau II, tornando-se uma figura politicamente influente no final do período imperial.
Aquele rolo ditatorial avançou primeiro para a Ásia Central, depois para Cáucaso e os Balcãs, a seguir vem a Europa Oriental, Escandinávia, mar Báltico e o Oceano Pacifico até às fronteiras da China e do Japão. A Rússia, em média expandiu-se 100.000 Km quadrados anualmente e, entre os anos de 1552 a 1917. A Europa, não pode por isso, ficar indiferente à Historia nem tao pouco pendente de outros – Os americanos da USA…
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Nota*: Com alguns extractos do livro “A Ordem Mundial” de Henry Kissinger
ADENDA : Por Josué Pedrosa
Política, aprendi ser "a arte de gerir consensos". Embora seja ligeiramente diferente, o sentido é o mesmo. Mas, não sabia que foi Bismarck, quem o disse. Quanto à relação Europa-EUA, mais tarde ou mais cedo os europeus vão aprender uma dura lição, eles não são confiáveis. Bill Clinton prometeu aos ucranianos que, se entregassem á Rússia as armas nucleares instaladas na Ucrânia, para serem destruídas, que os EUA defenderiam a Ucrânia contra qq agressão. A Rússia também o fez e a França e o RU, fizeram o mesmo, tendo a China mais tarde, também assinado esse documento/acordo/compromisso.
Desde que Putin chegou ao poder, logo no 1° encontro com A. Merkel, deixou claro que o desmembramento da URSS, tinha sido a maior tragédia do século XX, sua (dele) douta opinião, sendo certo que ninguém ligou "boia" ao que ele disse - europeus ou americanos.
Pouco depois foi posto em marcha o projecto de retomar a Crimeia e as quatro províncias ucranianas onde estava uma grande comunidade de origem russa, apesar de o seu número ser sensivelmente igual ao dos ucranianos. Ainda assim, quando do referendo sobre a independência da Ucrânia da URSS, a maioria - o que incluía a comunidade de origem russa - manifestou-se maioritariamente pela independência, o mesmo acontecendo com a Crimeia, aqui maioritariamente de população russa.
Ocupada a Crimeia e como o Ocidente fingiu que nada se passou, Putin mandou avançar com a estratégia para recuperar as províncias ucranianas, começando então o conflito. Ocupação dos parlamentos regionais e exigências de autonomia e referendos para a independência/integração na Rússia.
Os ucranianos sem forças armadas capazes, viram-se representados por inconformados nacionalistas - os Azov, que com a colaboração do exército ucraniano, iam resistindo como podiam. O derrube do avião da Malaysia Airlines, por um míssil russo já identificado por vários meios, incluindo a bateria que o disparou e quem a comandava, são provas irrefutáveis da actuação do exército russo naquela época. Uma vez mais o Ocidente fingiu que não viu, até que chegámos a Fevereiro de 2022 e á invasão da Ucrânia pela Rússia.
Os países que assinaram o documento de compromisso com a defesa da Ucrânia, não só não foram defender a Ucrânia, como, embora tendo vindo a fornecer algum equipamento militar, escondem e não dão o melhor e proibindo o melhor que dão de ser utilizado além das fronteiras ucranianas. É como dizer a uma das equipas: não podem atirar a bola para lá da linha do meio campo.
Entretanto, a Rússia investe tudo o que pode (o que não é pouco) em novo equipamento e substituição do que vai sendo destruído e, perante o olhar indiferente dos "aliados europeus" a Ucrânia vai-se defendendo como pode, perdendo homens cada menos substituíveis e território.
E assim vamos vivendo, preocupados com as medalhas que se vão ou não ganhar nos jogos olímpicos e com as incidências burlescas do Trump e da Kamala.
(Continua, com Viagens …)
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - OPERAÇÃO PROTEA - 1ª E 2ª BATALHA DE MAVINGA
- Crónica 3597 – 19.07.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
Em 1984, assina-se o 1º acordo Luanda/ Pretória para a retirada das tropas cubanas e constituir-se uma comissão especial, militar/mista, de verificação das operações de recuo, no entanto, por várias vezes, os sul-africanos regressam a Angola em apoio da UNITA, utilizando o “Batalhão Búbalo”.
O “Batalhão Búbalo” era composto essencialmente pelas topas da “Revolta do Leste”, de Daniel Chipenda além de voluntários de várias nacionalidades, entre os quais alguns portugueses. Foram necessários mais quatro anos com repetidas pressões internacionais, para se chegar à primeira reunião tripartida de Londres, na qual pertenciam Angola, Estados Unidos da América, Cuba e África do Sul.
Seguem-se novos encontros, em Brazaville, Nova Iorque e, finalmente, a assinatura firmada em Washington. Estes acordos, garantidos pelos Norte-Americanos e Soviéticos, tornaram possível a independência da Namíbia com a sequente retirada de 55.000 cubanos estacionados em Angola, no prazo de 27 meses.
Pretória anuncia a retirada total dos sul-africanos de Angola, mas e, em contrapartida, os Estados Unidos da América, levantam o embargo de nome “Emenda Clark” passando a apoiar a UNITA – Estava-se em Julho de 1985… Seguindo uma série de tentativas frustradas de dominar a região em 1986, oito brigadas da FAPLA realizaram uma ofensiva, conhecida como "Operação Saludando Octubre" em Julho e Agosto de 1987.
Esta «Operação Saludando Octubre», que envolveu a 16.ª, 21.ª, 47.ª, e 59.ª, Brigadas das FAPLA tinha como objectivo a captura dos «SANTUÁRIOS DA UNITA» no Sudeste de Angola. Após um período de acumulação de material e grandes concentrações de infantaria, as forças armadas angolanas, as FAPLA, desencadearam essa ofensiva.
E, foi-o com toda a força, contra os centros vitais da UNITA em Mavinga e Jamba. A logística da operação partia das vilas de Luena e do Cuito, contando com o apoio de artilharia pesada, de caças e bombardeiros soviéticos MIG-23 e SU-22, tanques T-62 e helicópteros de ataque ao solo MI-24/25.
Em verdade, as forças governamentais, foram com tudo, contando com apoio de unidades motorizadas cubanas. A ofensiva das FAPLA colocou a UNITA numa posição insustentável; as bolsas de resistência criadas pela UNITA sob pressão contínua dos governamentais, tinham séries dificuldades em articular-se na perfeição.
Perante a eventual derrocada das forças de Jonas Savimbi e a pedido deste, os sul-africanos, a partir das suas bases instaladas em território angolano e na Namíbia, desencadeiam as operações «Moduler8» e «Hooper», com o objectivo de parar a ofensiva angolana, lançando as suas melhores tropas e material militar de última geração, nomeadamente caças Mirage F1 AZ e aviões de ataque Impala, Lançadores Múltiplos de Foguetes (Multiple Rocket Launcher, MRL) e obuses G59…
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto e RTP - Notícias e Wikipédia…
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - OPERAÇÃO PROTEA - 1ª E 2ª BATALHA DE MAVINGA
- Crónica 3596 – 16.07.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
Depois da descrição sucinta dos Congressos Ordinários e Extraordinários da UNITA, voltamos a rever aleatoriamente no tempo, outros eventos de destaque: No ano de 1980 a UNITA fixa-se na JAMBA do Cuando-Cubango. Em Novembro, os antagonistas, UNITA, MPLA, Cubanos e África do Sul envolvem-se na 1ª batalha de Mavinga que resultou em mais de 800 mortes.
O apoio sul-africano à UNITA viria a tornar-se mais efectivo com a invasão da província do Cunene a 23 de Agosto de 1981 na «Operação Protea», e a subsequente ocupação de uma faixa tampão na fronteira sul de Angola numa profundidade de 200 quilómetros, com o duplo objectivo de neutralizar as operações de guerrilha da Organização do Povo do Sudoeste Africano (South West Africa People’s Organization, SWAPO).
O território da Namíbia, então ocupado por protectorado pelo África do Sul, teria de, por outro lado, estabelecer um ponto de partida para novas operações no interior de Angola. O propósito imediato era a consolidação do domínio da UNITA nas províncias do Cunene e do Cuando-Cubango, na perspectiva da criação de um “bantustão” no sudeste angolano..
É nesta altura que o presidente José Eduardo dos Santos pede ao Secretário-Geral da ONU, Pérez de Cuéllar, a convocação do Conselho de Segurança da Nações Unidas – ONU, para discutir a agressão Sul-Africana. Mas a resolução da condenação foi vetada pelos Estados Unidos, de acordo com a estratégia delineada por Washington e pela África do Sul para aniquilar as FAPLA e o MPLA (o comunismo…).
A situação em todo o sul de Angola agrava-se com o aumento das hostilidades. A UNITA reforça-se militarmente em armamento e conselheiros militares e, com o apoio das administrações Reagan (EUA), Thatcher (Grâ-Bretanha) e a ajuda do seu aliado Sul-Africano que desencadeia operações militares contra as bases da SWAPO, do Congresso Nacional Africano (African National Congress, ANC).
Também contra posições das FAPLA, para além de acções de sabotagem às linhas dos Caminhos de Ferro da Benguela (CFB), com destruição de infra-estruturas políticas e económicas e minagem de linhas de abastecimento, entre as populações, aldeias, vilas e cidades do Sul de Angola.
O ano da “Operação Protea” leva ao controlo militar da UNITA com a ajuda Sul-Africana, na Província do Cunene. Estavam ali sediados 8.000 guerrilheiros da UNITA. Porem, até à chegada das forças angolanos, Mavinga recebe um reforço de 4.000 tropas da SADF (South African Defence Force), vindo a confrontar uma força de 18.000 soldados angolanos.
Na visão das FAPLA, Mavinga seria o primeiro passo no caminho para a Jamba - Cueio e, assim, penetrar na Área de Kaprivi. Ao tentar travar o seu avanço, os governamentais são surpreendidos por nova frente dando-se a 2ª Batalha de Mavinga, que provoca mais de 1.200 mortos. A UNITA sai vitoriosa e ocupa a cidade. O ataque a Mavinga foi uma derrota total para as forças angolanas, com baixas estimadas em 4.000 mortos. A manobra de contra-ataque das SADF, nomeada “Operação Modular” foi um êxito, forçando as tropas das FAPLA e das FAR a retroceder 200 quilómetros de volta a Cuito-Cuanavale numa perseguição constante através da Operação Hooper.
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Nota1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto e RTP - Notícias
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - XIII CONGRESSOS DA UNITA
- Crónica 3595 – 13.07.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
Este Congresso Ordinário teve lugar em Viana, Luanda de 13 à 15 de Novembro de 2019 com cinco candidatos: José Pedro Kachiungo, Raúl Manuel Danda, Adalberto Costa Júnior, Abílio Kamalata Numa e Alcides Sakala, tendo sido eleito Adalberto Costa Júnior à Presidente da UNITA.
Através da agencia Lusa a 07 de Outubro de 2021 fica a saber-se que o Tribunal Constitucional (TC) angolano anulou o XIII Congresso da UNITA, em que foi eleito Adalberto da Costa Júnior, invocando a violação constitucional, devendo o partido manter a anterior liderança de Isaías Samakuva.
O acórdão do TC, que foi publicado muam quinta-feira, dia 07 de Outubro na sua página oficial, dá razão a um grupo de militantes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que requereu a nulidade do congresso invocando várias irregularidades. Entre as alegadas irregularidades consta a dupla nacionalidade de Adalberto da Costa Júnior à data de apresentação da sua candidatura às eleições do XIII Congresso.
O acórdão é assinado por sete juízes conselheiros que não foi unânime, tendo votado vencida a juíza Josefa Neto. A juíza destaca na sua declaração de voto que o apuramento da candidatura de Adalberto da Costa Júnior, por parte do comité permanente da UNITA, "além de não materializar qualquer violação ao princípio da legalidade, encontra acolhimento pleno à luz do princípio da autonomia, corolário da liberdade de organização e funcionamento das formações políticas".
A juíza considerou ainda que a decisão sobre esta matéria configura "não apenas violação ao referido princípio de autonomia, mas também ao princípio de intervenção mínima do Tribunal Constitucional, igualmente necessário para salvaguardar a autonomia dos partidos políticos".
Mesmo antes da confirmação do TC sobre a anulação do XIII Congresso da UNITA, Adalberto Costa Júnior afirmou-se "absolutamente tranquilo", lamentando "interferências nos órgãos judiciais” questionando o "estranho silêncio" das autoridades, com a inerente morosidade. “Nós, estamos a aguardar que haja a publicação do eventual acórdão para depois podermos pronunciar-nos", afirmou Adalberto Costa Júnior, quando questionado pela agência de notícias Lusa.
O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola considerou estar-se perante uma "circunstância muito séria em relação à credibilidade das instituições", bem como em relação à "função para a qual estas instituições existem". A UNITA, anuncia assim que o seu XIII Congresso, em que será escolhido um novo líder para o partido, será realizado até 04 de dezembro de 2021.
Adalberto Costa Júnior que foi eleito o terceiro presidente do partido, em 15 de Novembro de 2019, conquistou mais de 50% dos votos num universo de 960 eleitores e vencendo quatro candidatos: Alcides Sakala, Raul Danda (falecido este ano), Kamalata Numa e José Pedro Catchiungo. A marcação de um novo congresso que surge na sequência da anulação daquele XIII Congresso, de novo, é eleito Adalberto da Costa Júnior, entre 09 e 11 de Dezembro de 2021…
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Nota1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto, Isaías Dembo e, RTP - Notícias
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - DO VII ao XII CONGRESSOS DA UNITA
- Crónica 3594 – 11.07.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
9. VII CONGRESSO
“O Congresso da Mudança” ocorreu em Março de 1991 na base Presidente Kwame Nkrumah, no extremo oriental da Província do Cuando Cubango. O VII Congresso preparou o Partido para a batalha política que se vislumbrava com o desfecho das negociações que decorriam em Portugal. Por delegação Fernando Rocha de Olhão representou-me na qualidade de Coordenador da Zona Sul do M´Puto na Diáspora, (eu próprio – T´Chingange)…
Os delegados escolheram unanimemente o Dr. Savimbi como Candidato da UNITA às eleições presidenciais que viriam acontecer em Setembro de 1992
10.VIII CONGRESSO
Teve lugar no Bailundo, Província do Huambo de 7 à 11 de Fevereiro de 1996. A busca de unidade entre os membros do Partido com vista a implementação do Protocolo de Lusaka foi o maior objectivo.
O aquartelamento, desarmamento e desmobilização das forças e a entrega do território administrado pela UNITA à administração central do Estado, foram as decisões tomadas durante o evento, contemplando ainda a incorporação dos generais nas FAA.
Ocorreu entre os dias 20 à 27 de Agosto de 1996, no município do Bailundo – Província do Huambo. Versou fundamentalmente sobre a recusa da oferta da segunda vice-presidência ao Dr. Jonas Malheiro Savimbi que reafirmou o engajamento da UNITA na implementação do Protocolo de Lusaka.
Este Congresso Ordinário, teve lugar em Viana, Luanda, de 24 a 27 de Junho de 2003 e, depois do memorando do Luena e, que teve dois momentos marcante:
Este Congresso Ordinário, teve lugar em Viana, Luanda de 16 à 19 de Julho de 2007 tendo dois candidatos: Isaías Samakuva e Abel Chivukuvuku. Desta feita Isaías Samakuva é reeleito à Presidência da UNITA. Este Congresso debateu vários aspectos com maior realce na realização das segundas eleições em Angola, 16 anos depois das eleições de 1992, sendo estas, as primeiras eleições gerais.
Este Congresso Ordinário teve lugar em Viana, Luanda de 13 à 16 de Dezembro de 2011 com dois Candidatos; Isaías Samakuva e José Pedro Kachiungo, tendo sido reeleito Isaías Samakuva para o seu terceiro mandato.
Este Congresso Ordinário, teve lugar em Viana, Luanda de 3 à 5 de Dezembro de 2015com três candidatos: Isaías Samakuva, Lukamba e Abílio Kamalata Numa, tendo sido reeleito Isaías Samakuva para o seu quarto mandato.
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Nota1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto…
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O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* . V e VI CONGRESSOS DA UNITA
- Crónica 3593 – 09.07.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
5. V CONGRESSO
Ocorreu entre 26 à 31 Julho de 1982, em Mavinga - Província do Cuando Cubango sob a cobertura radiofónica da então Voz da Resistência do Galo Negro (VORGAN). Procedendo-se ao balanço da implementação das decisões saídas do IV Congresso. Também se fez a revisão dos Estatutos, adaptando-os as circunstâncias de então. A implementação das resoluções saídas do IV Congresso que projectaram a UNITA para a posição chave na solução do conflito na África Austral.
Teve lugar na Jamba, então bastião da Resistência Angolana ao expansionismo Soviético – Cubano na Província do Cuando Cubango, de 1 a 9 de Novembro de 1984. Fez o balanço das vitórias alcançadas sobre as ofensivas militares lançadas pela coligação de forças do MPLA, russas e cubanas contra as áreas administradas pela UNITA.
7. VI CONGRESSO
Denominado o maior Congresso de todos os tempos, o VI Congresso teve lugar em finais de 1986, na Jamba – Cuando Cubango, sob o signo de “Ofensiva para a Paz”. A força interna e externa foi analisada. Foi inspirada a plataforma da Paz e Reconciliação Nacional em Angola que, entre vários pontos, contemplou a negociação directa entre a UNITA e o Governo Angolano.
Teve lugar na Jamba – Cuando Cubango de 26 à 28 de Setembro de 1989. As formas de alcançar a paz constituíam o tema central do II Congresso Extraordinário. Um plano de paz de cinco pontos foi adoptado na ocasião:
À margem dos congressos abre-se aqui um parêntesis para sintetizar o que decorre neste meio tempo até se chegar a Bicesse. Depois de uma visita de Savimbi a Ronald Reagan nos EUA, a UNITA estabelece-se no Norte, na base de Quimbele, Distrito do Uíge. Em Janeiro de 1989, os cubanos iniciam a sua retirada de Angola. O Cardeal Alexander do Nascimento, difunde a mensagem “Reconciliação Paz”, a qual salienta que o “sentir mais comum e profundo do povo angolano é o anseio de reconciliação e paz”
A 22 de Junho do ano de 1989, Eduardo dos Santos e Savimbi encontram-se Gbadolite no Zaire, sob mediação de Mobutu. No plano negocial apresentado por Luanda, o “caso especial Dr. Savimbi” é o ponto 5 da agenda que exige a retirada temporária do líder da UNITA da cena política angolana. Inicialmente, Jonas Savimbi concorda em se afastar. Chega a estabelecer-se um cessar fogo, mas a euforia nas frentes de batalha de um e outro lado, foi breve.
As armas voltaram a crepitar, quando Savimbi dá o dito por não dito, anunciando que não se retirará de Angola. O MPLA numa operação designada de “Ultimo Assalto”, reocupa Mavinga utilizando um grande número de homens e tanques ( 20 mil militares e 400 tanques). O objectivo, não conseguido pelos governamentais de Luanda, era atingir a Jamba. A UNITA contra ataca desencadeando focos de luta por quase todo o país, obrigando as FAPLA a dispersarem abandonando Mavinga.
Poucos dias depois e, pela primeira vez na história da guerra civil, aviões da FAPA – Força Aérea Popular de Angola, bombardeiam a Jamba. Em retaliação a UNITA corta a água e a luz a Luanda, via sabotagens por destruição de potes de alta tensão de Cambambe e conduta de água central de Kifangondo. Nesta fase, ambos s beligerantes compreendem que a vitória militar de um deles, é impossível em um tão extenso território - Angola. Iria assim, começar as negociações - placa giratória que conduziu à assinatura dos Acordos de Bicesse, pela mediação do Governo português tendo Cavaco e Silva e Durão Barroso como principais interlocutores …
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Ilustrações de Costa Araújo - o Maianguista da Luua
Nota1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e de anotações de Isaías Dembo.
(Continua…)
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - III e IV CONGRESSOS DA UNITA
- Crónica 3592 – 07.07.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018
- “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
3. III CONGRESSO
Realizou-se entre 13 e 19 de Agosto de 1973, nas margens do rio Kutahõ, na Província oriental do Moxico. 221 pessoas entre membros do Bureau Político, do Comité Central e delegados de assembleias populares, presenciaram os trabalhos desse Congresso que pela primeira vez, contou com a presença de observadores estrangeiros e cinco jornalistas.
No seu discurso proferido na ocasião, o Dr. Jonas Malheiro Savimbi, entre vários assuntos, falou da necessidade da unidade entre todos os movimentos de libertação nacional e da luta contra as intrigas que na sua opinião eram veiculadas pelo colonialismo e pelo imperialismo.
A auto-suficiência e progressos feitos na agricultura, na educação e na saúde mereceram realce. Nessa reunião magna, a UNITA definiu-se como movimento de massas oprimidas e decidiu realizar Congressos de quatro em quatro anos.
Savimbi com Carlos Morgado (já falecido), seu médico particular
4. IV CONGRESSO
Teve lugar de 23 a 28 de Março de 1977 na Benda, a 80 quilómetros do Huambo. Representantes da UNITA no exterior (Jorge Sangumba e Jeremias Chitunda) e a da imprensa estrangeira estiveram presentes. Falando para mais de cinco mil pessoas das quais 722 delegados, o Dr. Savimbi centrou a sua análise sobre a conjuntura politico–militar de então, resultante da invasão das forças russo–cubanas.
A transformação das forças de guerrilhas em unidades semí-regulares e regulares, o combate ao hegemonismo, tribalismo, regionalismo e ao analfabetismo, a dinamização da agricultura, do ensino livre e obrigatório para todo o povo e a criação dos serviços de justiça civil e militar.
Aquelas, foram as grandes decisões tomadas no IV Congresso que procedeu à revisão dos Documentos Orintadores adoptando-os à evolução do Movimento e à resistência nacional generalizada. Enquanto este congresso decorre na Benda, em Luanda do MPLA, o panorama é confuso.
A revista visão descreve assim: o carro da tropa passa feito carroça de cães vadios. “Documento militar!? Não tens? “Sobe” - é só, assim mesmo!… O jovem apanhado num buraco, é imediatamente incorporado no exército e enviado para a “defesa da pátria” sem se embrulhar nas despedidas com a escova de dentes.
Repentemente, o candengue camundongo, casa com a tropa sem divorcio à vista. Estás lixado meu, o Poeira (um antigo Administrador Tuga do Posto de Belas…) te leva: São as falas dum mais-velho! Na Mutamba, centro de Luanda, no meio da rua, um soldado sem uma perna, esquelético, está literado como morto, as muletas tombadas ao lado (triste e degradante tempo…)
Nota1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e de anotações de Isaías Dembo.
(Continua…)
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - I e II CONGRESSOS DA UNITA
- Crónica 3591 – 04.07.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
Regressando ao carrocel do tempo e estando eu em vias de seguir então para a Venezuela, tomo conhecimento do IV congresso da UNITA realizado de 23 a 28 de Março de 1977 em Benda. Posto isto, irei recordar todos os Congressos da UNITA para daqui se tirarem conclusões no percurso de Movimento a Partido e, a partir de Muangai, seu primeiro bastião…
1 – I CONGRESSO (Constitutivo)
Muangai que se tornou celebre, é o nome de um serpenteado subafluente do rio Lunguebungu. Os portugueses baptizaram-no com este nome, o antigo posto colonial situado na floresta densa do Moxico e, que viria ser abandonada nas primeiras acções de guerrilha.
Nessa histórica localidade teve lugar, no dia 13 de Março de 1966, o Congresso Constitutivo que marcou o nascimento da UNITA – União Nacional Para a Independência, na presença de dirigentes acabados de chegar da China Popular, autoridades tradicionais e populares da região.
Com a presidência do Dr. Jonas Malheiro Savimbi, assistiu-se à entrada em cena política angolana, desta nova força; força esta que veio dar novo impulso à luta de libertação nacional com a participação directa de seus dirigentes no interior do país.
2 - II CONGRESSO
Teve lugar entre 24 e 30 de Agosto de 1969 o seu II Congresso Ordinário, sob a presidência do Dr. Jonas Savimbi, Aconteceu em Sachimbanda, Província do Moxico, com a presença de 80 delegados (55 civis e 25 militares). Neste evento, tomaram parte dirigentes do Partido a vários níveis e representantes do povo da região.
Foi definida a linha política interna e externa da UNITA e, estabelecida a orgânica do Partido e das FALA (Forças Armadas de Libertação de Angola). Foi constituído um Comité Central de 30 elementos dos quais, os primeiros 12 faziam parte do Bureau Político. O Dr. Jonas Savimbi foi confirmado como Presidente do Partido.
N’Zau Puna foi o escolhido para Secretário Geral, Samuel Chiwale como Comandante Geral e Samuel Piedoso Chingunji "Kafundanga" como Chefe do Estado Maior. Neste II Congresso, a UNITA reafirmou a sua linha política de não alinhamento aos grandes blocos.
Assim, por um lado, condenou a «continuação da agressão americana contra o Povo Heróico do Vietname», por outro lado, insurgiu-se contra a «descarada invasão da Checoslováquia pela União Soviética». Miguel N'Zau Puna - afirmaria que foi nesse II Congresso em que se confirmou a bandeira da UNITA.
Foi um tempo difícil em que a UNITA aceitou continuar a lutar pela libertação nacional e, numa altura em que estava desprovida de meios para fazer a luta. É de louvar o espírito de entrega dos militantes da UNITA nessa fase muito difícil da luta armada. Este II Congresso, teve a participação do jornalista Steve Valentine que trabalhava para o Times of Zambia.
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Nota1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e de anotações de Isaías Dembo.
(Continua…)
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