NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3671 – 17.03.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
E, sucedeu que Savimbi após ter aceite informalmente o lugar de Vice-Presidente, a conselho de Hassan II o seu grande amigo e rei de Marrocos, entre outros, levam o Mais-Velho Jonas a rejeitar tudo quanto até então havia acordado com o governo angolano, logo após os encontros realizados no Gabão.
E, tudo isto porque a nomenclatura do MPLA, de forma indevida, incluiu um outro Vice-Presidente para o governo de Luanda. É Abel Chivukuvuku, que esteve ao lado de Savimbi naqueles preliminares encontros que assim descreve: Em verdade, um V.P. indicado pelo MPLA e o outro, sendo Savimbi, logicamente, ficaria este preterido em uma segunda ou terceira linha na hierarquia…
Só lhe restava recusar! Para isso, convoca o III Congresso Extraordinário para sentir do partido o necessário aval, considerando haver uma suposta visão democrática sem muxoxos desviantes. Este Congresso, ocorreu entre os dias 20 à 27 de Agosto de 1996 no município do Bailundo – Província do Huambo.
Este Concresso,versou fundamentalmente sobre a recusa da oferta da segunda Vice-Presidência ao Dr. Jonas Malheiro Savimbi que reafirmando o engajamento da UNITA na implementação do Protocolo de Lusaka, o deitaram por assim dizer, no lixo…
Abel Chivukuvuku que passou a ser assistente político do presidente da UNITA, Jonas Savimbi, continuou a manter contactos com José Eduardo dos Santos, presidente de Angola. Em simultâneo, exercia as funções de deputado como líder da bancada da UNITA. Pode depreender-se daqui que Chivukuvuku, só mesmo pela sua alta dedicação e seu alto gabarito diplomático, poderia manter-se incólume e, em cima de um muro resvaladiço.
Nos últimos dias de 1996, Abel Chivukuvuku e Isaías Samakuva são convocados para um encontro com o líder, Mais-Velho Jonas Savimbi. Neste então parecendo estar com um bom humor, Abel relembra-o dizendo que quando o queria, podia ser um homem encantador com procedimentos de grande intimidade, e sempre auscultando de nós edecéteras desavindos….
Quando finalmente, conversa adentrada na noite, petiscando falas no meio de eriçados verbos, bebendo para além do dito razoável, Chivukuvuku aventura-se em falar o que lhe vai na alma dizendo ter sido a sua carreira um adjunto vitalício. Adjunto em Kinshasa, adjunto de Sacala em Lisboa, adjunto de Samakuva em Londres.
E, continua: adjunto de Jardo em Washington, adjunto de Salupeto em Luanda. Dizia tudo isto com Savimbi estudando-o de rosto fechado. Na sala todos os presentes estavam hirtos e mudos, como estátuas. Abel embalado na excitação continua a falar: - Foi preciso o Tony da Costa Fernandes fugir, para eu assumir o cargo de Secretário dos Negócios Estrangeiros!
E, no fim sou eu que lhe quero derrubar!? A você que tem tropas, guarda-costas, polícias?! Jonas Savimbi atira a cabeça para trás, como se estivesse adormecido – começa a ressonar… A esposa Catarina, tremendo de frio e medo sacode o marido, deixa-os ir embora… Savimbi desperta ou finge que assim é despedindo-se num até amanhã. Surpresa ou não, Abel é em seguida nomeado Presidente do Grupo Parlamentar da UNITA …
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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa e Wiquipédia…
(Continua...)
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