FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
Do Pantanal à Amazónia - 2ª parte
Casa de beirta rio - Manaus
Numa tremenda humidade, Manaus amanhece empoleirada em paus espetados no rio Negro. Aqui quando chove de verdade o céu desaba. O Solimões, que é um rio, surge barrento mais abaixo. Em Alter do Chão o galo cantou despertando a neblina e, no balanço da palmeira entre fumo de fogueira, um novo dia chegou com paz saboreada a café, tapioca e manissoba; entretanto nós comprávamos bugigangas, cestos, catatuas de madeira e colares. E, o jabirú lá estava no meio da ilha alagada, dando soberania ao sítio do Alter, a terra do boto e da festa do “çairé”. Sem saber que era um sonho à beira rio, cercado de Marabás, Caráraris, Ipixumas, Xaporis, Cajarás e Maués, dei comigo na festa do Carimbó comemorando vidas interrompidas num mundo de natureza hostil de onças pretas e pintadas. Estava tomando guarané Maué.
Boto - Golfinho do Amazonas
Barco Desinteria . Entre Manaus e Belem
Como um caramurú de pele branca, transpirando forró, falando um português fluído entre garimpeiros, seringueiros e quebradeiras de côco, dei comigo a cantar:
- Oi tira côco, solta côco
- Vai descendo sem cessar
- Bate bate, racha côco
- Quebra a palha devagar.
- Faz a roda, fecha a roda
- Já é hora de cantar
- Rapa côco, dança corpo
- Na magia do lugar
Na visita à floresta e no quartel base do Batalhâo militar de guardas da Amazonia, fiquei impressionado com a pantera negra que por ali estava presa; sua pele brilhante e seus olhos de um amarelo intenso, provocaram-me arrepios reluzindos de medo. Já vi muito felino, mas este olhar do bicho andando de um para outro lado, marcou defenitivamente este momento; era bicho com que não me queria cruzar no meio dessa mata.
Por ali fiquei beira pântano, beira rio,... descendo por cinco dias o rio grande, de Manaus a Belém com Nossa Senhora da Aparecida e a soltura prolongada do beira barco.
Pantera negra do Amazonas
Glossário - palavras sublinhadas
tuiuiú - pássaro pernalta símbolo do Pantanal; sucurí - cobra, giboia; giboiei - descansei em letargia; caimão - pequeno jacaré das Américas; capivara - animal que parece um rato e é do tamanho de um porco, herbívoro; quilombo – o mesmo que quimbo, sanzala rural; fujões – escravos fugidos das fazendas; capitão-de-mato – cipaios ou guardas dos fazendeiros com alvará de busca ao infractor escravo; Obá II – escravo de linhagem que se tornou famoso entre outros e, que se sublevou; caboclo – homem rude tarefeiro; matuto – cruzamento entre índio e mulato (ou branco); ipê-rocho – árvore de grande porte , pau d´arco; sukucaia – fruto do castanheiro do Pará; manissoba – saca-saca, folha de mandioca fervida durante sete dias ( para retirar a seiva venenosa); jabirú – o mesmo que tuiuiú, pássaro do pantanal (nome popular usado em forma perjurativa); boto – golfinho do rio (toninha); “çairé” – festa anual em Alter do Chão , homenagem ao golfinho; marabás,...Xaporis,...- tribos de índios; carimbó – festa dos recolectores da floresta amazónica, seringueiros e agricultores de enxada e catana, pisteiro de onça; guarané – o mesmo que guaraná em dialecto Maué; caramurú – homem branco do sul, normalmente de Porto Seguro ou Santa Catarina; forró – excitação suada por ambiente festivo, que se traduz em alegria; seringueiro – homem que extrai a borracha da árvore; cuxias- herbivoros de pequeno porte; cajá – taparabé, fruto tropical parecido com a nespera, gajája.
O Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA